ÂNCORA
CIDADE Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas, Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta, Saber que existe o mar e as praias nuas, Montanhas sem nome e planícies mais vastas Que o mais vasto desejo, E eu estou em ti fechada e apenas vejo Os muros e as paredes, e não vejo Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas. de Sophia de Mello Breyner Andersen (excerto) O meu comentário??? Há esta sensação de que estamos presas e não conseguimos libertar-nos... Não sabemos o que fazer ao tempo.... desfazer a rotina....isolamo-nos.... Não vemos mais nada a não ser o que existe......... um muro que não nos atrevemos a saltar... Por medo... por não conhecermos mais nada.......... Estamos sem âncora.............