Num velho Papel Datado, falava-se que chegou a guardar um 78 rotações da Hebe Camargo a cantar India, uma canção que, desde muito miúdo, ouvia lá por casa.
A música Índia escrita por José Fortuna, é
a versão brasileira de um sucesso paraguaio, composto originalmente pelo músico
José Asunción Flores e o poeta Manuel Ortiz Guerrero, ambos paraguaios.
A canção original fez
tanto sucesso, que em 1944, por meio de um decreto do governo, foi oficializada
como “Canção Nacional”, uma espécie de hino, que a faz ser reconhecida como
parte da cultura popular paraguaia.
India é uma canção
com uma variada quantidade de versões, onde encontramos a tal Hebe Camargo,
Ângela maria, Nara Leão, Maria Bethânia, Roberto Carlos Caetano Veloso, Gal
Costa.
Conheço muitas das
versões mas existe uma que para mim é única: a de Gal Costa.
Cito uma memória de
Nuno Pacheco, citada numa sua crónica no Público
de 7 de Março de 2024:
« Foi há quase um ano, em Abril de 2023, que o Coliseu de Lisboa reservado para ouvir Gal Costa ficou deserto e em silêncio – Gal morrera, subitamente, em Novembro do ano anterior, deixando na música brasileira um vazio que jamais se preencherá, a não ser pela memória.»
A primeira versão de India, cantada por Gal Costa, está rodeada de polémicas a começar logo na capa do LP: «uma foto em close da cantora, somente com uma tanga vermelha, e na contracapa duas fotos de Gal fantasiada como índia, com os seios a mostra. O resultado disso, foi que as vendas só aumentaram. Foi originalmente censurado pela ditadura militar brasileira, mas a arte completa foi lançada por Costa em 2015.
Índia
Índia, teus cabelos nos ombros caídos
Negros como as noites que não tem luar
Teus lábios de rosa, para mim, sorrindo
E a doce meiguice desse teu olhar
Índia da pele morena
Tua boca pequena eu quero beijar
Índia, sangue tupi, tens o cheiro da flor
Vem, que eu quero te dar
Todo o meu grande amor
Quando eu for embora para bem distante
E chegar a hora de dizer-te adeus
Fique nos meus braços só mais um instante
Deixa os meus lábios se unirem aos teus
Índia, levarei saudade
Da felicidade que você me deu
Índia, tua imagem sempre comigo vai
Dentro do meu coração
Todo meu Paraguai
Índia, teus cabelos nos ombros caídos
Negros como as noites que não tem luar
Teus lábios de rosa, para mim, sorrindo
E a doce meiguice desse teu olhar
Índia da pele morena
Tua boca pequena eu quero beijar
Índia, sangue tupi, tens o cheiro da flor
Vem, que quero te dar
Todo o meu grande amor
Quando eu for embora para bem distante
E chegar a hora de dizer-te adeus
Fique nos meus braços só mais um instante
Deixa os meus lábios se unirem aos teus
Índia, levarei saudade
Da felicidade que você me deu
Índia, tua imagem sempre comigo vai
Dentro do meu coração
Todo meu Paraguai
Todo meu Paraguai
Todo meu Paraguai
Todo meu Paraguai
Legenda: Hebe Camargo