Nunca tinha ouvido (lido) o termo. A razão cínica.
O meu pai trouxe-me este artigo do JN, recortadinho com amor. Li-o e mais uma vez tenho vontade de abraçar o Manuel António Pina. Porque ele põe em palavras o que eu não consigo. E sinto-me agradecida por isso. A razão cínica, diz ele. E é mesmo isso. Até eu que não como animais (não nasci vegetariana) entendo o lado dos que comem.
"Adoro vê-los agonizar"
Os jornais divulgaram há tempos uns versos de um indivíduo condenado nos EUA pelo assassínio de um mendigo: "Vê-os morrer./ Adoro vê-los agonizar: vomitam, gritam, choram". Adorno explica a barbárie como persistência, no ser humano, das formas mais primitivas de agressividade, defendendo que "a questão mais urgente da educação contemporânea é a desbarbarização da humanidade". Neste sentido, o não licenciamento de touradas por (para já) quatro autarquias - Viana do Castelo, Braga, Cascais e Sintra - é um acto fundamentalmente educativo. Contra ele, esgotado o argumentário da "tradição", a razão cínica - a razão cínica consegue justificar tudo, de Auschwitz ao terrorismo - fixa-se agora na circunstância de aqueles que condenam as touradas comerem carne. De facto, a Biologia e a História fizeram de nós animais comedores de cadáveres. Há, no entanto, uma diferença (uma diferença moral) entre comer carne e fazer - "pecado contra a natureza", diria Pound - da agonia e morte de um animal um espectáculo, tirando sórdido prazer de o ver espetar, martirizar, vomitar sangue. Nenhum outro animal o faz.
(Por Manuel António Pina. In “Jornal de Notícias”, 4 de Maio de 2009)
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7 de maio de 2009
23 de abril de 2009
2 de março de 2009
um bom começo
Poucas coisas me deixam feliz ao ponto de dar gritos e chorar como fiz hoje, quando o meu pai me deu para as mãos um recorte do JN. Leiam aqui e aqui.
Viana do Castelo é a primeira cidade anti-tourada de Portugal.
Tenho de agradecer a todos os que assinaram a petição a que dei início. Estou mesmo muito orgulhosa, independentemente do peso que ela possa ter tido nesta mudança. Acredito que as manifestações pacíficas, por mais pequenas que sejam, se fazem sentir. Por isso muito obrigada.
É só um começo, mas que belo começo! Agora há que actualizar o site da petição e, mais urgentemente ainda, há que felicitar a Câmara Municipal de Viana do Castelo.
Estou tão feliz.
É só um começo, mas que belo começo! Agora há que actualizar o site da petição e, mais urgentemente ainda, há que felicitar a Câmara Municipal de Viana do Castelo.
Estou tão feliz.
25 de novembro de 2008
é favor ninguém me beliscar
Porque eu ainda só li uma vez a notícia.
Obrigada, Nhocas.
Estou tão feliz. Cá beijinho, Defensor Moura.
Obrigada, Nhocas.
Estou tão feliz. Cá beijinho, Defensor Moura.
12 de setembro de 2008
tourada na sic
Ontem, achava eu que ia adormecer a ver uma série da Sic, quando dei de caras com uma Tourada.
Acho que sim. Parabéns à Sic por se juntar aos restantes canais. Aproveitei para ver um bocadinho. Fico sempre concentrada nas bandarilhas. Como é que aquilo se enfia na carne do bicho e não sai, por mais que ele corra, por mais que se abane, por mais homens que lhe caiam em cima e o agarrem e puxem e se esfreguem na ferida aberta. As bandarilhas são uma beleza. Gostava que lhe fossem arrancadas do corpo quando ainda está na arena, gostava de ver quantas pessoas ficavam para ver.
Cada vez gosto menos de ver televisão. A televisão portuguesa, em geral, deprime-me. E lamento.
Felizmente comprei o dvd do Tao Tao.
PS: A Animal sugere no blog a quem discorde do sucedido que manifeste o seu desagrado contactando a Sic através do endereço de email [email protected], ou telefonando para o 808202822.
Acho que sim. Parabéns à Sic por se juntar aos restantes canais. Aproveitei para ver um bocadinho. Fico sempre concentrada nas bandarilhas. Como é que aquilo se enfia na carne do bicho e não sai, por mais que ele corra, por mais que se abane, por mais homens que lhe caiam em cima e o agarrem e puxem e se esfreguem na ferida aberta. As bandarilhas são uma beleza. Gostava que lhe fossem arrancadas do corpo quando ainda está na arena, gostava de ver quantas pessoas ficavam para ver.
Cada vez gosto menos de ver televisão. A televisão portuguesa, em geral, deprime-me. E lamento.
Felizmente comprei o dvd do Tao Tao.
PS: A Animal sugere no blog a quem discorde do sucedido que manifeste o seu desagrado contactando a Sic através do endereço de email [email protected], ou telefonando para o 808202822.
17 de julho de 2008
um segundo
Contei. Um segundo. Recebi o email da MATP e fui ver o tal anúncio da Vodafone que tem tourada. Um segundo de tourada. Até a mim me passaria ao lado.
São representados inúmeros países através das suas imagens de marca. Imagino que a tourada represente Espanha. No meio da cor, da música e da alegria do protagonista do anúncio, até a mim me pareceu uma coisa alegre, o touro a correr, tão giro.
Mas.
E se o segundo de tourada registado fosse este? Seria mesquinho indignarmo-nos? Também é tourada, também é Espanha, suponho.
Aproveitei para ver a galeria de fotos do Irish Council Against Blood Sports e obviamente acabei a chorar. Sou cliente Vodafone há oito anos. Vou escrever para lá agora mesmo.
São representados inúmeros países através das suas imagens de marca. Imagino que a tourada represente Espanha. No meio da cor, da música e da alegria do protagonista do anúncio, até a mim me pareceu uma coisa alegre, o touro a correr, tão giro.
Mas.
E se o segundo de tourada registado fosse este? Seria mesquinho indignarmo-nos? Também é tourada, também é Espanha, suponho.
Aproveitei para ver a galeria de fotos do Irish Council Against Blood Sports e obviamente acabei a chorar. Sou cliente Vodafone há oito anos. Vou escrever para lá agora mesmo.
24 de fevereiro de 2008
o que é a arte mesmo?
Ontem o membro do juri convidado no Dança Comigo era um toureiro.
pausa para palavrões
Uma vez ouvi a Fátima Lopes das manhãs a entrevistar uma cambada de miúdos mal resolvidos que vinham duma escola de tourada. "Então vocês blá blá blá (quando estou colérica não ouço bem) esta grande arte?!"
pausa para a super-praga
Outra vez a Catarina Furtado entrevistou o Pedrito de Portugal já depois do episódio em que o público gritou MATA MATA MATA e ele matou um touro. E a namoradinha de Portugal (agora vejo que partilham o apelido) perguntou-lhe se era uma sensação orgasmática, a de matar o touro, sem nunca desfazer aquele lindo sorriso com que nos brinda todas as semanas.
Vou dormir.
pausa para palavrões
Uma vez ouvi a Fátima Lopes das manhãs a entrevistar uma cambada de miúdos mal resolvidos que vinham duma escola de tourada. "Então vocês blá blá blá (quando estou colérica não ouço bem) esta grande arte?!"
pausa para a super-praga
Outra vez a Catarina Furtado entrevistou o Pedrito de Portugal já depois do episódio em que o público gritou MATA MATA MATA e ele matou um touro. E a namoradinha de Portugal (agora vejo que partilham o apelido) perguntou-lhe se era uma sensação orgasmática, a de matar o touro, sem nunca desfazer aquele lindo sorriso com que nos brinda todas as semanas.
Vou dormir.
Etiquetas:
este post podia conter palavrões dos pesados,
tourada
13 de julho de 2007
festa brava
Que bonita a festa. A tradição e os aplausos.
Que bonitas as pessoas que tanto gostam dos touros.
Que bonita a cor e os famosos nas bancadas.
Que bonita a música e que lindo relato.
Que linda a arte de bem torturar.
Que lindo canal de televisão que patrocina isto.
Que linda a estrelinha dos morangos a dar a cara às câmaras.
Que vergonha a minha.
O que eu queria é que cada toureiro fosse amarrado às costas de um touro e levasse com as bandarilhas umas atrás das outras.
Queria que cada forcado fosse transformado em cavalo e corresse às voltas até não aguentar mais.
Queria que cada aficionado fosse, depois de bem toureado, objecto de gozo de uma série de homens ridiculamente vestidos que se pendurassem no seu corpo e se amarrassem - à falta da cauda - a um penduricalho fálico qualquer e o puxassem violentamente até que ganhassem a incrível luta.
Queria que o público extasiado batesse palmas incessantemente até que estas sangrassem tanto quanto a carne do único animal corajoso da praça.
Queria não ter de ver isto quando mudo de canal: homens virados para o céu a fazer o sinal da cruz.
Realmente cada um inventa o deus que quer. O deus dos toureiros não é certamente o mesmo deus do touro. E também não é o meu.
Que bonitas as pessoas que tanto gostam dos touros.
Que bonita a cor e os famosos nas bancadas.
Que bonita a música e que lindo relato.
Que linda a arte de bem torturar.
Que lindo canal de televisão que patrocina isto.
Que linda a estrelinha dos morangos a dar a cara às câmaras.
Que vergonha a minha.
O que eu queria é que cada toureiro fosse amarrado às costas de um touro e levasse com as bandarilhas umas atrás das outras.
Queria que cada forcado fosse transformado em cavalo e corresse às voltas até não aguentar mais.
Queria que cada aficionado fosse, depois de bem toureado, objecto de gozo de uma série de homens ridiculamente vestidos que se pendurassem no seu corpo e se amarrassem - à falta da cauda - a um penduricalho fálico qualquer e o puxassem violentamente até que ganhassem a incrível luta.
Queria que o público extasiado batesse palmas incessantemente até que estas sangrassem tanto quanto a carne do único animal corajoso da praça.
Queria não ter de ver isto quando mudo de canal: homens virados para o céu a fazer o sinal da cruz.
Realmente cada um inventa o deus que quer. O deus dos toureiros não é certamente o mesmo deus do touro. E também não é o meu.
5 de junho de 2007
voltas e voltas
A tourada é daqueles assuntos ao qual se dá a volta tão facilmente, numa discussão, que até já enjoa discutir. No entanto eu não me canso de bater no ceguinho e enquanto puder ajudar alguém a definir bem a sua posição (seja contra ou a favor da minha), melhor para todos.
Fiz a petição em formato de site para que a mudança comece por algum lado (e para quem não sabe, Viana City não está no CidadeAntiTourada, embora devesse estar) mas ainda assim foram centenas de pessoas as que entraram e não assinaram. Talvez porque não concordem com a abordagem, talvez porque não sejam de Viana (então não lhes interessa o que aqui se faz).
Bem, aqui está o vídeo polémico.
A última volta que se deu ao assunto foi uma coisa deste género:
Ai que ofensa tão feia às mulheres! Ai córror a compararem os direitos dos animais com os direitos do Homem! Ai que ofendem a Nigéria! Ai que estupidez falares da tourada! Já viste a indústria alimentar, o que faz com os bichinhos??? Se comes carne não podes defender os touros! És hipócrita!
Outra volta muito bem dada que se dá a uma bela tradição de cá da terra, é a ida aos copos em nome de uma vaca torturada. As pessoas da minha idade que nem sequer gostam da Vaca das Cordas, correm para Ponte de Lima em busca de finos baratos. Não vêem a vaca, pois não, mas patrocinam tão bem a festa. Não gostam de ver os animais sofrer mas gostam tanto de uma noite bem passada.
Eu adoro, amo Ponte de Lima. 364 dias por ano. No dia da tradição não vou lá nem que me paguem. Não dou um cêntimo por coisa nenhuma e não vejo os patos que adoro, enquadrando-me no cenário pitoresco e tão turístico e tão cultural.
No Brasil também se mantém a tradição dos rodeios às custas de concertos dados por bandas muito famosas. E lá vai tudo ver. Não que gostem dos rodeios (não que se faça mal ao bichinho, aquilo são só uns saltinhos e uns laços, é a brincar) mas não se pode perder a festa.
Já devo ter dito isto aqui antes: Quem quer ser touro numa tourada? Quem quer ser touro em Ponte de Lima? Quem quer ser touro num rodeio? Quem quer?
Fiz a petição em formato de site para que a mudança comece por algum lado (e para quem não sabe, Viana City não está no CidadeAntiTourada, embora devesse estar) mas ainda assim foram centenas de pessoas as que entraram e não assinaram. Talvez porque não concordem com a abordagem, talvez porque não sejam de Viana (então não lhes interessa o que aqui se faz).
Bem, aqui está o vídeo polémico.
A última volta que se deu ao assunto foi uma coisa deste género:
Ai que ofensa tão feia às mulheres! Ai córror a compararem os direitos dos animais com os direitos do Homem! Ai que ofendem a Nigéria! Ai que estupidez falares da tourada! Já viste a indústria alimentar, o que faz com os bichinhos??? Se comes carne não podes defender os touros! És hipócrita!
Outra volta muito bem dada que se dá a uma bela tradição de cá da terra, é a ida aos copos em nome de uma vaca torturada. As pessoas da minha idade que nem sequer gostam da Vaca das Cordas, correm para Ponte de Lima em busca de finos baratos. Não vêem a vaca, pois não, mas patrocinam tão bem a festa. Não gostam de ver os animais sofrer mas gostam tanto de uma noite bem passada.
Eu adoro, amo Ponte de Lima. 364 dias por ano. No dia da tradição não vou lá nem que me paguem. Não dou um cêntimo por coisa nenhuma e não vejo os patos que adoro, enquadrando-me no cenário pitoresco e tão turístico e tão cultural.
No Brasil também se mantém a tradição dos rodeios às custas de concertos dados por bandas muito famosas. E lá vai tudo ver. Não que gostem dos rodeios (não que se faça mal ao bichinho, aquilo são só uns saltinhos e uns laços, é a brincar) mas não se pode perder a festa.
Já devo ter dito isto aqui antes: Quem quer ser touro numa tourada? Quem quer ser touro em Ponte de Lima? Quem quer ser touro num rodeio? Quem quer?
3 de maio de 2007
a luta continua
Obrigada a todos os que já assinaram a petição. Espero que ela se propague e que todos os que se identificam com a causa, a assinem e enviem.
Muito obrigada a quem já passou a palavra e a quem fez algum post sobre o assunto. Obrigada FightBull e obrigada Arroz do Céu.
Como diria a Linda McCartney, "Se os matadouros tivessem paredes de vidro..."
Muito obrigada a quem já passou a palavra e a quem fez algum post sobre o assunto. Obrigada FightBull e obrigada Arroz do Céu.
Como diria a Linda McCartney, "Se os matadouros tivessem paredes de vidro..."
16 de abril de 2007
mais que mil palavras
Ainda de volta da conspiração, encontrei aqui esta imagem, criada por um senhor da Nike e da Vodafone chamado Alvaro Sotomayor e que ilustra tão bem o que eu sinto. Eu coloco-me no lugar do touro e imagino como seria. E não me venham com a conversa de que as pegas e os forcados não fazem mal ao animal. Afinal, quem gostaria de ser torturado, enfraquecido através da perda de sangue e depois lançado a um monte de homens ridiculamente vestidos que nos puxam pelo rabo e brincam a uma brincadeira tão divertida com o nosso corpo moribundo? E cavalo, alguém queria ser? E touro na aldeia da Ponte?
14 de abril de 2007
e pronto, tourada outra vez
Para preparar o abaixo-assinado, tenho de me informar muito informadazinha e comecei por ir ver quais são os países que ainda praticam tourada. É lógico que me mexe com as entranhas ler e ver o que os sites de defesa dos animais me apresentam e o que é mais triste: a tourada faz de mim uma pessoa pior. Não há vez em que eu não deseje as piores coisas do mundo aos toureiros, não há vez em que não ferva dentro de mim um ódio tão grande que ganho vontade de fazer e dizer coisas muito muito más.
Felizmente há associações incríveis que me fornecem toda a informação necessária, o que torna a minha abordagem à Câmara Municipal muito mais fácil, fundamentada e rigorosa. Longe de mim parecer lamechas a dizer que coitadinhos dos touros, gosto tanto deles e que queria mesmo era que os pró-tourada fossem todos para um super-mega-campo-de-concentração onde chovessem bandarilhas.
O que quero fazer, para além do abaixo-assinado lido, amarrotado e assinado a caneta Bic, é um email dirigido ao Presidente da Câmara, à semelhança dos que a PETA faz e que qualquer pessoa possa assinar e enviar apenas uma vez. Uma vez ouvi o Bill Gates dizer que quando se mostra às pessoas um determinado problema e a possível resolução para ele, elas se mobilizam. E se o Bill Gates disse, deve ser verdade. Não perco nada em fazer isto, até porque hoje é Sábado e estou a fingir que não tenho de ir ao supermercado.
Tentando comover um pouco quem se quiser juntar a mim, primeiro, a vergonha de ter Portugal na lista dos 9 (nove!) países com tradição de festa bárbara (e não brava); segundo, a vida secreta das vacas e factos fascinantes.
"The animals you eat are not those who devour others; you do not eat the carnivorous beasts, you take them as your pattern. You only hunger after sweet and gentle creatures who harm no one, which follow you, serve you, and are devoured by you as the reward of their service."
Felizmente há associações incríveis que me fornecem toda a informação necessária, o que torna a minha abordagem à Câmara Municipal muito mais fácil, fundamentada e rigorosa. Longe de mim parecer lamechas a dizer que coitadinhos dos touros, gosto tanto deles e que queria mesmo era que os pró-tourada fossem todos para um super-mega-campo-de-concentração onde chovessem bandarilhas.
O que quero fazer, para além do abaixo-assinado lido, amarrotado e assinado a caneta Bic, é um email dirigido ao Presidente da Câmara, à semelhança dos que a PETA faz e que qualquer pessoa possa assinar e enviar apenas uma vez. Uma vez ouvi o Bill Gates dizer que quando se mostra às pessoas um determinado problema e a possível resolução para ele, elas se mobilizam. E se o Bill Gates disse, deve ser verdade. Não perco nada em fazer isto, até porque hoje é Sábado e estou a fingir que não tenho de ir ao supermercado.
Tentando comover um pouco quem se quiser juntar a mim, primeiro, a vergonha de ter Portugal na lista dos 9 (nove!) países com tradição de festa bárbara (e não brava); segundo, a vida secreta das vacas e factos fascinantes.
"The animals you eat are not those who devour others; you do not eat the carnivorous beasts, you take them as your pattern. You only hunger after sweet and gentle creatures who harm no one, which follow you, serve you, and are devoured by you as the reward of their service."
Jean-Jacques Rousseau
20 de março de 2007
ódio
Depois dos posts da felicidade, vem ódio. Os meus ódios viscerais. Tudo porque estou aqui na casa dos meus pais, que tem tvcabo e acabo de ver o resumo da biografia de um toureiro espanhol, no canal das biografias. A imagem que melhor o ilustra: enfiar uma espada por um touro adentro, que ainda se enche de forças para desatar aos saltos de dor. Estou tentada a ir lá a baixo, pegar num facalhão, enfiá-lo pelo cachaço da Mimi abaixo e sentir-me biografável.
Uma vez, no café, estava eu com a Cilu a projectar o Barco dos Sonhos (onde os animais vão para o céu, pescam estrelas e brincam com nuvens), quando uma rapariga pede para se mudar de canal para a tourada (era a reabertura do Campo Pequeno). Ficámos logo enjoadinhas e eu, desde esse dia não posso ver a miúda. É que Viana City é muito pequena e todos nos conhecemos. O touro não sofre! Garanto-te que não dói! Garanto-te que não dói! Dizia ela a um amigo. Eu não sei o que me segurou ali calada. Não foi vergonha. Acho que foi respeito por ela, pena de a envergonhar diante dos amigos pouco entendidos de tourada, com o que tinha debaixo da língua para lhe dizer. Pois digo agora.
Odeio:
Uma vez, no café, estava eu com a Cilu a projectar o Barco dos Sonhos (onde os animais vão para o céu, pescam estrelas e brincam com nuvens), quando uma rapariga pede para se mudar de canal para a tourada (era a reabertura do Campo Pequeno). Ficámos logo enjoadinhas e eu, desde esse dia não posso ver a miúda. É que Viana City é muito pequena e todos nos conhecemos. O touro não sofre! Garanto-te que não dói! Garanto-te que não dói! Dizia ela a um amigo. Eu não sei o que me segurou ali calada. Não foi vergonha. Acho que foi respeito por ela, pena de a envergonhar diante dos amigos pouco entendidos de tourada, com o que tinha debaixo da língua para lhe dizer. Pois digo agora.
Odeio:
- Tourada. Mais do que lutas de cães, de galos, mais do que rodeios, circos e jardins zoológicos. Gostava que todos os toureiros sentissem por uma vez apenas, o que os touros sentem.
- O supermercado ao Domingo, repleto de famílias inteiras que vêm com a roupa da missa passear com o bebé e a avó bigoduda. Odeio ter de lá ir.
- Má-educação. Fico colérica quando alguém não diz olá, por favor ou obrigado.
- Funcionários-mal-encarados-tipo-a-da-segurança-social- -que-disse-foda-se-duas-vezes-diante-de-mim.
- Agentes da autoridade que abusam da autoridade que têm.
- Pessoas que furam filas. Além de furarem filas, desconhecem o poder das minhas super-pragas-imaginárias.
- Pessoas que deitam lixo para o chão. Pessoas que deitam o cigarro para fora da janela do carro.
- O Marcelo Rebelo de Sousa. Nunca mais o pude ver. Nunca mais. Nunca mais. Assim não.
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