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terça-feira, outubro 29, 2019

A luta da Rússia pela África

Os africanos não devem ter ilusão sobre quem realmente é o seu pretendente, especialmente aqueles que valorizam suas instituições e práticas democráticas. Racismo, homofobia, uma sociedade civil restrita e direitos humanos limitados são características da federação russa sob comando do Putin.

por: Dzvinka Kachur e Mark Swilling

Mais de 40 chefes de Estado africanos retornam de Sochi após um cortejo fervoroso da Rússia e com a tinta secando em alguns acordos substanciais. Etiópia e Ruanda selaram acordos de cooperação nuclear para elevar o número de países africanos interessados ​​em desenvolvimento nuclear aos 18. A África do Sul não está entre eles.

O retiro no Mar Negro, que se diz ter sido feito há anos, visava oferecer aos líderes africanos um renovado senso de parceria com a Rússia, que jogou a cartada de descolonização com a mão firme.

A soberania africana, a independência e o desprezo pela política ocidental otimista eram o encanto que o presidente russo Vladimir Putin tinha em comum. Analistas dizem que o Kremlin alega ter acumulado US $ 12,5 biliões em acordos durante a cimeira Rússia-África de dois dias. Mas resta saber se eles realmente se materializam como investimentos reais. O evento simbolicamente carregado para reforçar a cooperação e o comércio ocorre quando persistem sanções contra a Rússia. O fortalecimento de um bloco comercial Rússia-África é claramente uma maneira de escapar a essas restrições, estruturando mais acordos em rublos russos para melhorar a estabilidade económica.

Ler e/ou ouvir o texto integral em Daily Maverick.

sexta-feira, julho 26, 2019

Ucrânia apreende navio russo usado no bloqueio do Mar Azov em 2018

A secreta ucraniana SBU e Procuradoria/Promotoria Militar apreenderam o petroleiro russo “Nika Spirit” que sob o nome de “Neyma” participou do bloqueio dos barcos ucranianos “Nikopol”, “Berdyansk” e “Yani Kapu” no estreito de Kerch que resultou na prisão dos 24 marinheiros ucranianos em 25 de novembro de 2018.
“Nika Spirit” apreendido no porto de Izmail, 25/07/2019
Na altura, “Neyma” executou a ordem para fechar o estreito de Kerch para a passagem dos navios ucranianos. O navio, de jure, pertence à agência de navegação FOS Shipping Management/Altomar Shipping, mas de facto, desde de janeiro de 2018 é uma propriedade da empresa “Yuvas Trans”, da cidade de Kerch, detida pelos Yaroslav Naroditsky e Roman Teplukhin, ambos residentes da Crimeia ocupada, escreve Yuriy Butusov.

Por iniciativa da Procuradoria/Promotoria Militar, de acordo com a decisão do Conselho Nacional da Defesa e Segurança (RNBO) da Ucrânia e o decreto do Presidente da Ucrânia de 19 de março de 2019, contra empresa “Yuvas Trans” foi imposta uma sanção com duração de 3 anos, que previa a detenção de todos os bens da empresa.
Oficiais ucranianos da Procuradoria/Promotoria Militar ao bordo de “Nika Spirit”,
apreendido no porto de Izmail, 25/07/2019
Na noite de 24 a 25 de julho, o petroleiro “Nika Spirit” navegou sob a bandeira da federação russa até o porto ucraniano de Izmail. Era “Neyma” com um novo nome – mas o código de identificação da embarcação é o mesmo – IMO – 8895528, de acordo com dados do sistema internacional EQUASIS (o Ministério do Negócios Estrangeiros/Relações Exteriores da Rússia já confirmou que “Nika Spirit” anteriormente se chamava “Neyma”).
Tripulação de “Nika Spirit” deixa Ucrânia rumo à Moldova | SBU
O navio foi apreendido e 10 membros da sua tripulação foram detidos, mas dado que armador fez a questão de mudar toda a tripulação anterior, antes da sua saída de Kerch e que não há evidências de seu envolvimento no ataque aos marinheiros ucranianos no Estreito de Kerch, todos os marinheiros russos foram libertados pelas autoridades ucranianas.
A navegação entre Kerch e Izmail decorreu durante três dias, durante bastante tempo o petroleiro ficou parado perto das águas territoriais da Ucrânia. É provável que os serviços especiais russos esperassem uma captura forçada do navio nas águas internacionais, querendo verificar a reação ucraniana. Nada aconteceu e navio entrou em Izmail sob duas bandeiras – ucraniana na proa e russa na popa. Ou seja, o armador da “Nika Spirit”/“Neyma” sabia dos possíveis problemas e tentou camuflar o barco.

Além disso, em 24 de julho, as autoridades russas do porto de Eysk detiveram o navio ucraniano “Lizori” com 14 marinheiros ao bordo, sob acusação de “condições técnicas insatisfatórias” e “atrasos no pagamento de salários” (Sic!) Não é de excluir que as autoridades russas, tentaram mostrar que estão prontos para deter qualquer navio ucraniano sob qualquer pretexto se “Nika Spirit”/“Neyma” for detido em Izmail.

“Nika Spirit” entrou em Izmail para os trabalhos de reparação nas instalações que são a propriedade do Anatoly Urbansky – o chefe do Conselho Regional de Odessa, que no domingo passado (21/07/2019) venceu as eleições ao Parlamento da Ucrânia.

O petroleiro veio sem carga, o navio provavelmente poderia ser reparado em Kerch. Muito possivelmente as autoridades russos e o armador verificavam, dessa maneira, a possibilidade de uso dos portos ucranianos, para as ações de contrabando entre Crimeia ocupada e Ucrânia, face as recentes mudanças políticas no país, testando a reação do SBU.

Mas enquanto o navio-tanque navegava ao Izmail, a Procuradoria/Promotoria militar, o departamento de contra-inteligência do SBU e a sua sede regional de Odessa receberam informações operacionais e prepararam a detenção de “Nika Spirit”/“Neyma”. Pelo menos 20 pessoas tinham informações sobre a operação – não houve nenhum “vazamento”.
“Nika Spirit” ainda “Neyma”
Após a detenção do petroleiro, SBU e Procuradoria/Promotoria militar apreenderam os diários de bordo e as gravações de comunicações de rádio, interrogaram os membros da tripulação. SBU pretende submeter ao tribunal um pedido formal de detenção do petroleiro como prova no âmbito da investigação do bloqueio de navios ucranianos no Estreito de Kerch.

Apenas 20 minutos após a detenção do navio, surgiu a primeira reação da imprensa/mídia russa, a agência de notícias RIAN publicou um comentário do senador russo Vladimir Dzhabarov, que disse: “Se Kiev quer melhorar um pouco as nossas relações, eles devem liberar imediatamente o petroleiro”.

Em 2018 por violações das leis ucranianas, Ucrânia deteve dois navios russos “Mechanic Pogodin” e “Nord”, até hoje sob a custódia. Agora “Nika Spirit” lhes fará a companhia.

A decisão da detenção foi aprovada pelo presidente Zelensky no dia anterior, em 24 de julho, a decisão não foi fácil, já que era óbvio que a detenção do navio poderá levar às ações de retaliação por parte da federação russa.

A detenção de Neyma é a resposta lógica à recusa da federação russa em cumprir a decisão do Tribunal Marítimo Internacional, que acusou a federação russa de deter ilegalmente 24 marinheiros e 3 barcos ucranianos, aprisionados no Mar Azov em 25 de novembro de 2018, e exigiu a sua libertação imediata.
“Neyma” à bloquear o estreito de Kerch em 25 de novembro de 2018
Por sua vez, as autoridades russas efetuaram as buscas no escritório da empresa armador de “Nika Spirit” em Gelendzhik. Como informa agência russa TASS, as autoridades russas querem perceber “razões para o envio do petroleiro para Ucrânia”.

Blogueiro: o sucedido se pode explicar por 3 teorias principais. 1) “O efeito Trump”, quando após se eleger e ganhar a maioria simples no parlamento, o presidente Zelensky já não precisa da cartada de “melhoramento das relações com Rússia”. 2) “Birra do menino Ze”: aparentemente houve a promessa russa de bastidores (verbal e simplesmente esquecida no dia seguinte) do que os 24 marinheiros ucranianos capturados no Estreito de Kerch serão libertados à troco da posição permissiva do presidente da Ucrânia na questão da reentrada da Rússia na OSCE; 3) “Teatro para os crédulos”: quando as duas administrações, russa e ucraniana, fazem o teatro para preparar a opinião pública à ideia da troca necessária dos POW (mas a libertação dos marinheiros russos pelo SBU enfraquece bastante essa teoria).

As vossas teorias, queridos leitores, são bem-vindas! ;-)

quinta-feira, junho 27, 2019

Ucrânia abandona APCE/PACE e é seguida por seis nações europeias

Após a aprovação do texto que torna possível o retorno da Rússia à Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE), Ucrânia decidiu abandonar o organismo, decisão apoiada e seguida por Estónia, Geórgia, Letónia, Lituânia, Polónia e Eslováquia.

Intervenção do deputado ucraniano Olexiy Honcharenko (discurso em inglês):
Estas delegações anunciaram a inadmissibilidade de suspender sanções aplicadas à Rússia. Sobre a ameaça dessa decisão à própria existência do APCE/PACE. Apelando aos seus próprios Parlamentos e Governos para que decidam sobre a participação futura dos países no trabalho da PACE.

Declaração dos membros das delegações da Estónia, Geórgia, Letónia, Lituânia, Polónia, Eslováquia e Ucrânia na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (a declaração foi apoiada pelos deputados individuais da Albânia, Grã-Bretanha e Suécia).

26 de junho de 2019 STRASBOURG | A restauração incondicional dos direitos da delegação russa sem que a federação russa honre qualquer uma das exigências da Assembleia, contraria os valores fundamentais do Conselho da Europa e do seu Estatuto. Este passo envia um sinal muito negativo ao país que recorreu à agressão armada, envenenamento de indivíduos, não respeita os direitos humanos dos seus cidadãos e não promove mas procura desestabilizar as democracias em toda a Europa.

Hoje, nós, como delegados de nossas nações, não temos respostas às nossas nações sobre como exatamente o Conselho da Europa está protegendo seus direitos se parece estar mais interessado em proteger o bem-estar de um agressor do que as vítimas de agressão e de repressão.

O futuro do Conselho da Europa está sob ameaça como um todo, porque o CdaE está perdendo a confiança das pessoas que ele deveria proteger.

Voltamos para casa para consultar nossos Parlamentos e Governos sobre as ações conjuntas na Assembleia nas próximas sessões.

Desejamos boa sorte à recém-eleita Secretária-geral [a democrata-cristã croata Marija Pejčinović Burić] e esperamos que ela encontre uma maneira de resolver esta crise de confiança sem precedentes que foi criada nesta semana.

Bónus

No dia 26 de junho as forças russo-terroristas abriram fogo de morteiros contra a localidade de Avdiivka (sob controlo ucraniano), atingindo várias casas particulares na rua Lisova, a casa que sofreu mais é Lisova № 11.

sexta-feira, novembro 23, 2018

Rússia é processada devido ao derrube do Boeing do voo MH17

Parentes de 55 holandeses que morreram devido ao derrube do Boeing-777 do voo MH17 de Malaysian Airlines no leste da Ucrânia em 2014 entraram, nesta sexta-feira (23/11/2018), com uma ação criminal contra a Rússia no Tribunal Europeu de Direitos Humanos, informa agência russa Interfax.ru

“A Rússia, para surpresa dos meus clientes, não forneceu informações importantes para a equipa/e de investigação. Depois, forneceu argumentos que não eram verdadeiros”, disse o advogado Meiru Meva, no comentário a televisão pública holandesa. Meiru Meva é membro de um grupo de advogados que prestam apoio jurídico aos familiares de vítimas do voo MH17, abatido pelas forças russo-terroristas no leste da Ucrânia.
As forças russo-terroristas à festejarem o abate do Boeing-777 MH17 
Anteriormente, o ministro dos Negócios Estrangeiros dos Países Baixos, Stef Blok, apelou à Rússia para cooperar na revelação da verdade.

O Boeing-777 das Malaysian Airlines estava realizando o voo MN17 no trajeto entre Amsterdam (Holanda) à Kuala Lumpur (Malásia), quando foi abatido nos céus da Ucrânia na região de Donetsk, controlada pelas forças russo-terroristas em 17 de julho de 2014. A bordo estavam 298 pessoas. Todos eles morreram.
Roubo e demonstração pública dos bens dos passageiros mortos...
Foi realizada uma investigação internacional, após a qual os Países Baixos e a Austrália declararam que consideram a Rússia responsável no derrube de avião e tencionam levar Moscovo à justiça.

Bónus
O petróleo da marca Brent caiu abaixo de 60 dólares por baril (pela primeira vez desde outubro de 2017), embora ainda em outubro de 2018 Brent custava 86 dólares por baril.

quinta-feira, outubro 04, 2018

Holanda expulsa cidadãos russos e acusa GRU de tentativa de roubar os arquivos

O Ministro da Defesa dos Países Baixos informou que a inteligência militar russa (GRU) estava tentando roubar os documentos relacionados com a investigação do abate, pela Rússia, do Boeing-777 do voo MH17, que se deu na Ucrânia em 2014, informa agência noticiosa Associated Press.
Anteriormente, no dia 4 de outubro de 2018, as autoridades da Holanda revelaram os detalhes da expulsão, em abril de 2018, de quatro operativos do GRU russo (revelando os dados dos seus passaportes diplomáticos) detidos em 13 de abril de 2018 quando planeavam cometer um ataque cibernético à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).
Os operativos do GRU russo chegaram à Haia no dia 10/04/2018,
recebidos, no aeroporto, pelo consul da federação russa
Aleksei Morents (1977): operador TI/hacker
Alexey Minin (1972): acompanhante
Evgenii Serebriakov (aka Serebryakov), 1981, especialista em TI / hacker
Oleg Sontnikov (1972): apoio de HUMINT (Human Intelligence)
O laptop de Serebriakov, foi conectado ao Wi-Fi em um dos hotéis na Malásia.
Segundo os dados holandeses, este laptop foi usado em ataques cibernéticos
contra a polícia e Ministério Público da Malásia
Equipamentos russos apreendidos e esquema representativo do ataque
Equipamentos russos apreendidos e esquema do seu uso no ataque
Péssimo 007, no momento da detenção Morents tentou partir o seu próprio telemóvel

O Departamento de Justiça dos EUA apresentou a acusação formal contra sete agentes de inteligência militar russa GRU (acusados de ataque informático russo contra agência antidopagem WADA, USADA e Tribunal Internacional de Arbitragem, divulgando, indevidamente os dados pessoais dos cerca de 250 atletas), de acordo com Erik Welling, o Vice-Diretor Assistente do FBI da divisão cibernética, os três deles já foram acusados nos EUA em conexão com a interferência ao processo eleitoral americano. Os agentes russos são acusados de branqueamento de capitais e o uso da criptomoeda para financiar as suas atividades criminais, parcialmente nos EUA.
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Todas as notícias em desenvolvimento.

segunda-feira, outubro 01, 2018

O marvado do Poroshenko e a guerra fraternal russo-ucraniana

O painel da TV estatal russa Rossija-1 discute em direto a "divisão eventual da Ucrânia"
Em setembro de 2014, o politólogo russo Valery Solovei descreveu os resultados conseguidos pelo Kremlin na Ucrânia. E traçou três cenários das relações futuras ao médio-curto prazo: otimista, realista e pessimista.

Vamos citar:

«1. A opção mais favorável para a Rússia é o profundo declínio socioeconómico e político da Ucrânia, em consequência do qual a sua parte oriental, sem o esforço da guerra e com o consentimento do Ocidente entrará sob o protetorado, de facto, da Rússia. E enquanto algumas das elites russas consideram essa ideia de wishful thinking [pensamento positivo], ela se tornou o leitmotiv de uma nova estratégia de mídia: a Ucrânia, dizem eles, entrará em colapso sob o peso de dificuldades, erros e ações suicidas.
2. Pior, mas bastante aceitável é considerado um acordo estratégico, sob o qual a legalização internacional do novo status da Crimeia e do corredor terrestre [entre Rússia continental e Crimeia] será trocado pela entrega [russa] do Donbas. Dizem que agora isso não pode ser feito, mas em três ou quatro anos, por que não? Acredita-se que com Poroshenko “é possível lidar e negociar”.
3. É altamente indesejável e improvável, mas não seja excluída a opção de retomar os combates convencionais em larga escala. Se pode escolher essa opção caso Ocidente não apreciar devidamente o “comportamento pacífico da Rússia” e não abolir o regime de sanções».
33 tipos de armamentos e equipamentos russos na Ucrânia: a base de dados e infografia
Mais uma vez, era a situação, vista em 22 de setembro de 2014. O que aconteceu desde aí de facto? Que tal repetir sobre “Poroshenko com qual se pode lidar e negociar”?

Na realidade veio o quarto cenário – mais que pessimista²:

O Ocidente não apreciou o “comportamento pacífico da Rússia” e não aboliu o regime de sanções. Além disso, o Ocidente introduziu as novas, até que hoje as sanções de 2014 pareçam ridículas [no dia 29/09/2018, o Secretário do Estado do Interior dos EUA, Ryan Zinke, disse que os Estados Unidos não descartam a hipótese “se for necessário”, de usar a marinha, para “bloquear o fornecimento de energia russa ao Médio Oriente, levando assim a Rússia fora do mercado energético]. A Rússia optou por um agravamento militar no início de 2015, apesar da extrema indesejabilidade de tais ações. Conseguiu um resultado extremamente importante – realizou em Moscovo a exposição de objetos saqueados na cidade ucraniana de Debaltseve. O tema da troca da Crimeia pelo Donbas causa o riso até nos galinheiros do galo-alfa Igor “Strelkov” Girkin, e a frase “corredor terrestre à Crimeia” é simplesmente esquecida a abandonada por todos.

A única esperança do Kremlin atualmente é a vitória nas eleições presidenciais na Ucrânia de qualquer um, menos o Presidente Petró Poroshenko. É a sua esperança final.

Essa é a diferença real entre o plano pessimista e a realidade, é a razão pela qual votaremos em Poroshenko. A última esperança do Kremlin “qualquer um, menos Poroshenko” é a razão principal por que apoiaremos Presidente e pedimos os votos para ele.

@Svitlana Samborska & Ucrânia em África


Bónus



O presidente Petró Poroshenko em conversa com Fareed Zakaria (GPS – CNN):

quarta-feira, setembro 05, 2018

A queda do rial iraniano. As lições ao real e ao rublo

O câmbio do rial iraniano (IRR) caiu quase até 150.000 riais por 1 dólar americano. Em maio de 2018 um dólar ainda valia 60.000. O mercado cambial iraniano reage às sanções americanas e à fuga dos investidores estrangeiros. É o preço à pagar pelas três guerras que o regime iraniano mantém no exterior, usando a guarda revolucionária e os proxies xiitas.

A queda ainda não é igual a da Venezuela, mas a tendência é a mesma. A economia do país produtor do petróleo não está aguentar as ambições políticas das suas elites reinantes.    

No país vizinho, o Banco Central russo já informou que as taxas diretoras aumentarão e as intervenções cambiais serão reduzidas. As razões dos problemas russos são as mesmas – as guerras na Ucrânia e na Síria em que Putin entrou sem perspectivas claras, além de uma política interna bastante insana. O atual aumento draconiano de impostos e a aumento da idade de reformas são a última reserva. Em resultado, a base tributária russa será mais reduzida, a produção industrial está próxima do coma, o aumento dos impostos e das taxas darão cada vez menos receita. Não há milagres na economia.

São lições muito úteis ao Brasil, se o país não eleger Bolsonaro (e de preferência ainda no 1º turno), infelizmente será o próximo ponto da desgraça...

FSB vs grupo de “maça ilegal”

A Direcção do Rosselkhoznadzor (organismo estatal russo, que zela pela qualidade dos produtos agrícolas) da região russa de Sverdlovsk, com apoio operacional do departamento regional de FSB, realizou uma operação especial, em que apreendeu e destruiu 77 (setenta e sete) kg de maçãs, escreve a página russa Znak.com
As maçãs foram apreendidas num dos armazéns de vegetais em Ecaterimburgo. O nome do armazém não é divulgado, uma vez que esta é uma informação operativa do FSB. Rosselkhoznadzor explicou que “durante a ação em um dos armazéns foi achada a produção proibida à importação à federação russa – seis caixas de maçãs frescas de origem desconhecida”.

As maçãs foram retiradas da venda e levadas, de urgência, à uma distância de 70 quilómetros da cidade e destruídos: primeiro foram esmagadas por uma escavadora frontal, depois pisadas por suas rodas e por fim, cobertos de terra:
Note-se que essa operação especial foi realizada extritamente de acordo com o decreto do presidente russo de 29 de julho de 2015 № 391: “Sobre as certas medidas económicas especiais, aplicadas para garantir a segurança da federação russa” e do Decreto do governo russo de 31 de julho de 2015 № 774 “Sobre aprovação das regras da destruição de produtos agrícolas, matérias-primas e alimentos incluídos na lista de produtos agrícolas, matérias-primas e alimentos, originários dos Estados Unidos, da União Europeia, Canada, Austrália, Noruega, Ucrânia, Albânia, Montenegro, Islândia e Principado do Liechtenstein”.

As normas russas foram introduzidas em resposta às sanções internacionais dos EUA, da UE e de alguns outros países, em resposta da comunidade internacional pela ocupação e anexação russa da península ucraniana da Crimeia em 2014.

terça-feira, agosto 21, 2018

Os EUA bloquearam ativos russos de centenas de milhões de dólares


Washington bloqueou ativos russos nos EUA no valor de centenas de milhões de dólares, informou o vice-secretário do Tesouro dos EUA, Sigal Mandelker.

A declaração surgiu nas vésperas de seu discurso no Senado. Mandelker, responsável pelas sanções no Ministério das Finanças, prestava as informações ao Comité Bancário do Senado sobre Pressão Sancionária sobre a Rússia.

Além disso, Washington incluiu dois russos e uma empresa na lista de sanções ligadas à interferência russa no processo eleitoral nos EUA.

As restrições foram impostas contra Anton Nagibin (1985) e Marina Tsareva (1973), ambos associados à empresa “Divetechnoservice”, também sob sanções americanas. Além disso, Washington adicionou duas empresas russas e seis navios à lista de sanções contra a Coreia do Norte. São empresas “Hudson Shipping” de Vladivostok e “Vela Marin” de São Petersburgo, bem como os navios “Bella”, “Hercules”, “Neptun”, “Partizan”, “Patriot” e “Sevastopol”, todos registados sob a bandeira russa.

O Ministério das Finanças informou que os EUA continuarão a impor as sanções contra a Rússia, se “Moscovo não mudar o seu comportamento”.
                          
Os Estados Unidos impuseram um número considerável de sanções contra a Rússia. Parte das medidas são impostas pela ordem do Presidente e ele tem o direito de removê-las. Os demais são impostas ​​de acordo com a lei adotada pelo Congresso chamada “Combatendo os oponentes da América através de sanções” e não podem ser cancelados sem o consentimento do Congresso. Estas incluem sanções contra cidadãos e empresas que estão ou estavam envolvidas em ataques cibernéticos contra os Estados Unidos.

Em 8 de agosto, o governo dos EUA anunciou novas sanções contra Moscovo devido ao envenenamento dos Skripal. Espera-se que este primeiro pacote de nova vaga de sanções americanas entre em vigor já em 22 de agosto.