Mostrando postagens com marcador definições. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador definições. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 16 de maio de 2011

CONVERSAS COM QUEM GOSTA DE ESCREVER - RECADOS

imagem google

“Se ficar indeciso entre dois adjetivos, jogue fora ambos e use o substantivo.”
“Leia muito e esqueça o mais que puder.”
(de Drummond a um jovem)
imagem google
 “Evite o supérfluo. Fique no contexto.”
(de Paulo Francis, no Pasquim)
imagem google

“Não devemos transmitir informações já conhecidas. Quem é que deseja ouvir o que já sabe?
(de Samuel Ichyie Hayakawa, em A linguagem no pensamento e ação)
imagem google
 “Não seja opinioso – deixe isso para autores de lindos ensaiozinhos filosóficos. Não seja descritivo: lembre-se de que o pintor pode descrever uma paisagem muito melhor do que você, e de que ele é obrigado a conhecer muito mais coisas a esse respeito.”
(Ezra Pound, A arte da Poesia)
imagem google
  “Quando escrevo para mim mesmo, costumo ficar corrigindo dias e dias – uma curtição. Corrigir é estar vivo.”
(Paulo Mendes Campos, escritor mineiro)
_______________________________________________________________________
In: Escrever Sem Doer -  Ronald Claver, ed. UFMG, 2006.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

CONVERSAS COM QUEM GOSTA DE ESCREVER - V. S. Naipaul

imagem google
“Na verdade, eu não sei como me tornei escritor. Posso citar algumas datas e alguns fatos de minha carreira. Mas o processo em si continua misterioso. É misterioso, por exemplo, o fato de a ambição ter vindo primeiro – o desejo de ser um escritor, ter essa distinção, essa fama – e que essa ambição tinha vindo muito antes de eu pensar em alguma coisa sobre a qual escrever.
Todo escritor sério tem que ser original; não pode se contentar em fazer ou oferecer uma versão do que já foi feito antes. E todo escritor sério, em conseqüência disso, torna-se consciente dessa questão da forma; porque sabe que, por mais que tenha sido educado e estimulado pelos escritores que leu ou lê, as formas combinavam com a experiência desses escritores, e não servem estritamente à sua...
O conhecimento ou experiência que um escritor busca transmitir é social ou sentimental; leva tempo, pode levar grande parte de uma vida humana processar essa experiência para compreender o que viveu; e requer muito cuidado e tato, assim, pois a natureza da experiência não se deve perder, não se deve diluir pelas formas erradas. As formas dos outros serviram aos pensamentos dos outros. Eu sempre me preocupei com esse problema da forma, do vocabulário, porque muito cedo compreendi que entre a literatura que eu conhecia e lia, a literatura que fertilizou a minha ambição, entre essa e minhas origens havia uma divisão, uma dissonância. E tornou-se logo claro para mim que não se trata simplesmente de imitar as formas.”
(V.S. Naipaul, Escritor britânico, Nobel de Literatura em 2001, no Jornal do Brasil, 1987)
------------------------------------------------------------------------------
In: Escrever Sem Doer -  Ronald Claver, ed. UFMG, 2006.

segunda-feira, 7 de março de 2011

CONVERSAS COM QUEM GOSTA DE ESCREVER - Lygia Fagundes Telles

imagem google
“A função do escritor? Ser testemunha do seu tempo e da sociedade. Escrever por aqueles que não podem escrever. Falar por aqueles que muitas vezes esperam ouvir da nossa boca a palavra que gostariam de dizer. Comunicar-se com o próximo e, se possível, mesmo por meio de soluções ambíguas, ajuda-lo no seu sofrimento e na sua esperança.”

(Lygia Fagundes Telles, Leia Livros)

In: Escrever Sem Doer -  Ronald Claver, ed. UFMG, 2006.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

CONVERSAS COM QUEM GOSTA DE ESCREVER - Fernando Sabino

imagem google
         
imagem google
POR QUE ESCREVE?

 “Tenho a impressão de que se eu soubesse responder a essa pergunta deixaria de ser escritor. Não haveria condição. Não saberia dizer, não. Está além de minha compreensão. Esta pergunta é tão grave como se perguntassem: “Por que vive? Por que ama? Por que morre?” Talvez eu escreva para atender a essas três presenças que são as únicas que existem na vida de um homem.”

“Para mim, o ato de escrever é muito difícil e penoso, tenho sempre que corrigir e reescrever várias vezes. Basta dizer, como exemplo, que escrevi 1100 páginas para fazer um romance no qual aproveitei pouco mais de 300.”

(Fernando Sabino, escritor mineiro)

_________________________________________________________________
In: Escrever Sem Doer -  Ronald Claver, ed. UFMG, 2006.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

CONVERSAS COM QUEM GOSTA DE ESCREVER - Clarice Lispector

imagem google

“Quando eu era criança, durante muito tempo pensei que os livros nascessem como as arvores, como os pássaros. Quando descobri que existiam autores, pensei: também quero fazer um livro.”
(Clarice Lispector, escritora brasileira/ucraniana)
________________________________________________


“Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não-palavra morde a isca, alguma coisa se escreveu. Uma vez que se pescou a entrelinha, podia-se com alívio jogar a palavra fora. Mas aí cessa a analogia: a não-palavra, ao morder a isca, incorporou-a. O que salva então é ler “distraidamente.”
(Clarice Lispector, Para Gostar de Ler)
_______________________________________________

In: Escrever Sem Doer -  Ronald Claver, ed. UFMG, 2006.

domingo, 30 de janeiro de 2011

BRINCADEIRAS COM PALAVRAS *

Gosto de brincar com o significado das palavras. Escolho umas que “soam” meio esquisito aos ouvidos ou mesmo que tenham uma grafia engraçada. Aí dou a elas o significado  que  poderiam ter se acompanhassem exatamente o som que fazem aos nossos ouvidos ao serem lidas ou pronunciadas. Estão abertas novas possibilidades para você também, leitor(a).
OBS: ao final de cada brincadeira está a definição correta da palavra.


ANTIPIRÉTICO: É um remédio para não deixar a gente pirar
(medicamento para combate à febre)

BISCOITO: Uma relação sexual tão boa que pede repetição.
(Bolinho de farinha de trigo, de maisena, queijo, etc)

CORNUCÓPIA: Clone de alguém que levou um chifre
(símbolo mitológico, atributo da abundância, símbolo da agricultura e do comércio).

DIACRÍTICO: Aquele dia terrível! Pode ter sido tenso, limite para algum prazo, estressante, etc.
(Diz-se de sinal e/ou sintoma tido como característico de uma doença).

EXPANSÃO: Um cara sarado, que já teve uma pança muito grande.
(difusão espontânea)

FLATULAR: O Cebolinha queblar algum osso do corpo
( o mesmo que soltar pum)

GLOSSA: “Áspela”,  “ignolante”
(Projeção mediana dos lábios dos insetos)

HAGIOTERAPIA: Tratamento clínico para agiotas
(Cura de doentes por intervenção de santos ou por ocorrência de milagres)

ISQUIAGRA: Remédio estimulante que criaram para excitar a pessoa que pretende esquiar
(Dor fixa nos quadris, dor ciática)

JENIPAPADA: Essa é mais uma daquelas maldades típicas do ser humano. Na minha terra havia uma mulher chamada Jenivalda (isso mesmo, com “J”). Era naquela época em que o sal de cozinha ainda não vinha adicionado de iodo. Então era muito comum as mulheres sofrerem de bócio. Ela foi acometida e seu pescoço ficou com um papo enorme. Daí, o apelido de Jenipapada.
(doce feito com jenipapo cortado em pedacinhos e misturado com açúcar)

LEUQUEMIA:  Descobriu a onomatopéia do gato através da leitura.
(o mesmo que leucemia)

MOSSAMEDINO: Uma moça (mineira) tirando as medidas de alguma coisa.
(natural ou habitante de Mossâmedes, GO)

NOÉTICA: Código de conduta que foi estabelecido na arca de Noé
(Estudo das leis gerais do pensamento)

OVISSACO: Dois componentes  do órgão genital masculino
(formação serosa do ovário, que contém o óvulo)

PADECENTE:  Um instrumento de trabalho do pedreiro em boas condições de uso. Uma boa pá.
(que padece, que sofre)

QUEROMANA: Desejo de ter uma irmã.
(Antigo bailado campestre – espécie de fandango)

RITARDANDO: Demorando a rir (Dizem que  quem ri por último é ritardado)
(Atrasando pouco a pouco o andamento do ritmo musical; trecho musical executado lentamente)

SUSTENTAR Ficar na fila do Sistema Único de Saúde a fim de conseguir algum procedimento médico.
(suportar, manter)

TURCOMANO: Um brother turco
(indivíduo natural ou pertencente  ao povo turco que vive na Rússia, Usbequistão, Afeganistão e Irã)

UFANISTA: Aquele que vive dizendo Ufa!, exprimindo alívio, ironia, admiração ou cansaço.
(aquele que se orgulha de algo, que se jacta, que honra)

VOLUTA: Uma avó que batalha
(arquitetura - ornato espiralado de um capitel de coluna)

XAINXÁ: Muito comum (dizem) na Academia Brasileira de Letras, todos os dias às 17 horas - o famoso chá das cinco -, os imortais vão provando, na mesa do lanche, de chá em chá.
(o soberano dos soberanos, no Irã)

ZOOTAXIAR: Um avião taxiando (manobrando) em meio a animais na pista do aeroporto
(ato de classificar metodicamente o reino animal)

* Fazem parte de meu livro As coisas do Avesso.
Web Statistics