ARCANJO ISABELITO ENTRE AS MULHERES
Perguntaram ao Arcanjo o que pensam algumas mulheres e ele saiu com essa (de fininho): - Eu não sei, mas sei o que fazem. Já notou que o cabelo é uma moda lisa e irritante?
Já ouviu certos diálogos assim?
-Mô, eu tô gorda? Fala a verdade, hein?
- Tá
- Gorda é a sua mãe!
- ??? Não é isso, eu ia falar a verdade!!!
Ou;
- Benhê, essa roupa ficou bonita?
- Ficou linda, amor!
- Ah, tá falando isso só para agradar. Estou me sentindo horrorosa!
Definitivamente não é para conquistar o macho que a fêmea bípede desemplumada se produz. É para matar as outras fêmeas de inveja, provar às outras que é mais sedutora, mais bela. Não estou falando de ficar bonita apenas para se sentir bem, para manter a sociedade funcionando sem falatório desfavorável. Isso é o cotidiano, não conta.
É claro que a conquista se dá pelas primeiras manifestações dos sentidos. A libido é constituída pelos olhos, pelo olfato, pela audição (esta é bem seletiva) e por último pelo tato (se o sujeito não for um depravado ou tarado que já vai logo metendo a mão boba). Depois, são outros quinhentos. Quinhentos quilos ou toneladas de infelicidade jogadas boca afora quando se vai descobrir o que era para um fazer para o outro. Era naturalmente assim o fim para o qual fomos criados em estado de natureza pura.
Tem umas insatisfações que se mudam permanentemente para a vida de umas pessoas. Essas não têm mais jeito, como se diz: o que não tem remédio, remediado está. E tem aqueles incômodos diários que não deixam pensar em outra coisa que não seja a tal felicidade. Se perguntar à multidão onde estaria essa felicidade, verá que as respostas quase sempre virão da dificuldade de pensar. Ser feliz é muito fácil se não se pensar nisso. Não vê que tem tanta gente procurando abrigo em um credo? Ali pode estar a possibilidade de se conseguir a felicidade sem fazer esforço mental para construí-la. Por outro lado, acredito que a maioria das insatisfações impalpáveis que povoam provisoriamente o imaginário das pessoas (não só das mulheres), é fruto da falta permanente de reconhecimento dentro do meio social. Não tem chapinha que resolva, não tem roupa, não tem companhia que dê jeito, não tem um “para sempre” que acalme essa insaciável procura.
É, acho que para algumas mulheres, insuficiente é o espelho, que só ensina a ver o lado de fora.
ARCANJO ISABELITO SALUSTIANO