O MST constitui um triplo desastre: para a população almadense, para Almada e para os contribuintes.
"Uma opção desastrosa, também em Portugal
Abril Abril
A auditoria do Tribunal de Contas Europeu a 12 projectos em parceria público-privado (PPP) com co-financiamento da União Europeia tem como primeira recomendação a imediata suspensão de novos projectos nestes moldes, pelo menos até resolvidos os muitos problemas identificados.
De acordo com o Público espanhol, estão em causa «insuficiências generalizadas», «gastos ineficazes», «falta de transparência», «atrasos consideráveis» e «derrapagem nos custos». A análise foi feita a projectos em Espanha, França, Grécia e Irlanda.
1,2 mil milhões
Custo adicional para o Estado grego com a renegociação de três PPP rodoviárias
O Tribunal dá o exemplo de três auto-estradas gregas construídas em PPP que, por causa da crise económica, acabaram por ter um atraso na sua conclusão entre 37 e 52 meses, que custaram mais 1,2 mil milhões de euros aos cofres do Estado helénico e que acabaram por ser apenas parcialmente construídas (nalguns casos, apenas metade dos troços entraram ao serviço).
A auditoria sublinha ainda que os riscos financeiros pela menor procura dos serviços prestados através de PPP são maioritariamente suportados pelo parceiro público. Ou seja, os privados entram neste negócio com uma certeza, de que nunca vão perder dinheiro.
1,2 mil milhões
Custo adicional para o Estado grego com a renegociação de três PPP rodoviárias
PPP nacionais duram até 2040
Em Portugal, a maioria das PPP em vigor são do sector rodoviário. Destas, a primeira a terminar será a da Lusoponte, a quem estão concessionadas todas as pontes sobre o Tejo a sul de Vila Franca de Xira, em 2025. Até lá, as portagens nas pontes 25 de Abril e Vasco da Gama vão para os cofres da empresa – que terá uma palavra a dizer sobre qualquer nova travessia entre Lisboa e a Margem Sul.
A maior, em termos de investimento e de quilómetros, é a concessão Brisa. A concessão dos mais de mil quilómetros que estão entregues à antiga empresa pública só termina em 2035. As concessões da Grande Lisboa e do Pinhal Interior, ambas entregues à Ascendi, só terminam em 2040.
12 mil milhões
Encargos públicos com as PPP em vigor, até 2042
A outra PPP de muito longo prazo é o Metro Sul do Tejo, que está entregue ao grupo Barraqueiro até 2032. Apesar de o contrato ter sido assinado em 2002, ainda estão por concretizar as segunda e terceira fases do projecto, que ligariam, respectivamente, Corroios ao Fogueteiro, e o Fogueteiro ao Seixal e Barreiro.
Se nenhum dos contratos for prolongado ou renovado, o Estado português terá encargos com PP até 2042. Os valores anuais vão descendo ao longo do tempo, mas ainda faltam pagar 12 mil milhões de euros, de acordo com a Unidade Técnico de Apoio a Projectos, a entidade do Ministério das Finanças que acompanha as PPP. E isto sem contar com novos projectos já anunciados, como a construção do Hospital Lisboa Oriental, cuja gestão das instalações o Governo pretende entregar a quem o aceitar construir.
12 mil milhões
Encargos públicos com as PPP em vigor, até 2042
Sem comentários:
Enviar um comentário