Reprodução de Bovinos Machos e Fêmeas

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Centro Universitário

Bacharelado em Medicina Veterinária

DEIVID MARCEL SOUZA DA SILVA

ASPECTOS DA REPRODUÇÃO EM BOVINOS

Paripiranga
2021
DEIVID MARCEL SOUZA DA SILVA

ASPECTOS DA REPRODUÇÃO EM BOVINOS

Monografia apresentada no curso de graduação


do Centro Universitário AGES, como um dos
pré-requisitos para a obtenção do título de
bacharel em Medicina Veterinária.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Daiane Novais Eiras

Paripiranga
2021
DEIVID MARCEL SOUZA DA SILVA

ASPECTOS DA REPRODUÇÃO EM BOVINOS

Monografia apresentada como exigência parcial


para obtenção do título de bacharel em Medicina
Veterinária à Comissão Julgadora designada
pela Coordenação de Trabalhos de Conclusão
de Curso do UniAGES.

Paripiranga, 17 de dezembro de 2021.

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª Dr.ª Daiane Novais Eiras


UniAGES

Prof.ª Dr.ª Pábola Santos Nascimento


UniAGES
Dedico este trabalho aos meus avós, Antônio Cardoso da Silva e Tereza de Sousa
Silva (in memoriam), por seus esforços para com nossa família.
AGRADECIMENTOS

A Deus, por me proporcionar a realização dessa jornada incrível que foi a


graduação. Apenas Ele sabe as provações de minha vida e, quando a missão é dada
a mim, é porque o Senhor sabe que dou conta, sendo esse o motivo da minha
confiança.
À minha noiva, Ana Luiza, ou como costumo falar, “Gata das Galáxias”, que,
do seu jeito repleto de carinho e amor, sempre está ao meu lado. Somos um nessa
caminhada.
Ao meu pai, José Waldir da Silva, o homem de minha vida. Aquele que me
ensinou valores que carrego comigo sempre, e que serão passadas às próximas
gerações. Agradeço à minha madrasta, Rubismara Barbosa Batista, a qual me deixa
de consciência leve em saber que meu velho está com amor da vida dele por perto.
Aos meus irmão Ana Tereza e Guilherme. Isso me deu força para manter minha
jornada. À minha tia, Maria Leide da Silva, uma mulher de generosidade sem
precedentes, que me acolheu em seus braços e nunca mais soltou, me deu segurança
quando eu já não tinha mais, sempre cuidando, se preocupando, me aconselhando.
Minha mãe!
Ao meu amigo e compadre, Ramon Andrade, que foi o grande responsável pelo
início dessa caminhada, sempre me incentivando e me apoiando. Ao meu amigo e
compadre, João José, que sempre me surpreende com sua generosidade e
fraternidade. Aos meus amigos, Otavio Torres e Adailma, os quais acreditaram e
dedicaram esforço e apoio para com meu sonho, que prontamente oferecem os mais
diversos tipos de ajuda pelo fato de amar ao próximo. Ao meu amigo, Rodrigo Castro
que me acompanha desde a infância. Aos meus amigos, Lucas Santos, Fernandes
Junior. Todos esses tornaram a caminhada mais leve e divertida no decorrer do
tempo.
À minha professora e orientadora, Dra. Daiane Novaes Eiras, e ao Prof. Dr.
Carlos Emanuel Eiras, que desempenharam papeis importantíssimos no meu
desenvolvimento acadêmico e ainda pessoal. Sei que dei trabalho. Obrigado!
A todos os meus familiares e amigos que contribuíram, de alguma forma, para
a realização desse sonho, fica registrado aqui meu agradecimento.
RESUMO

A bovinocultura sempre esteve atrelada ao desenvolvimento do Brasil e, pensando no


avanço, as exigências da máxima eficiência nos sistemas de criação foi pautada na
forma de como conseguir realizar a reprodução de bovinos com ênfase na eficiência
econômica e reprodutiva. O objetivo deste trabalho é elucidar as principais
biotecnologias que auxiliam na maior produtividade reprodutiva de bovinos. Dessa
forma, o estudo foi realizado usando artigos do banco de dados do Google acadêmico
e SciELO, além de livros do acervo pessoal e sites oficiais. Com o manejo reprodutivo
aplicado na bovinocultura, é possível identificar pontos a serem melhorados e
implantação de práticas que auxiliam no incremento da eficiência reprodutiva como a
estação de monta, que concentra a fertilização dos animais em uma determinada
época do ano, o uso do índice de escore corporal, o qual consegue determinar a
viabilidade da vaca a ser fertilizada, e a identificação da idade a puberdade, na qual a
novilha com 60% de peso vivo quando adulta pode estar apta para reprodução,
indicando que a nutrição é um fator importante para reduzir o intervalo entre partos,
bem como na indução da precocidade, que ainda pode ser maximizada por uso de
bioestimuladores. Assim como a implantação do uso de biotecnologias, que podem
adicionar aos planteis, indivíduos geneticamente superiores, saudáveis e eficientes.
Dentre as biotecnologias, a inseminação artificial é a mais usada no Brasil, com
capacidade de fertilizar vacas com sêmen de touros de genética superior, nacional ou
importado. Podem ser citadas ainda as técnicas de transferência de embriões e
produção in vitro de embriões como tecnologias a serviço do desenvolvimento da
eficiência reprodutiva. A utilização de protocolos hormonais no ciclo estral objetiva a
sincronização do estro das vacas para facilitar o emprego das biotecnologias. São
vários os protocolos usados para essa finalidade, sendo Ovsynch a base de GnRH e
prostaglandina com até 50% de eficácia, protocolos à base de estradiol e
progesterona com eficácia de até 86,6%, e protocolos que usam gonadotrofina
coriônica equina (eCG), indicados para animais magros por condicionar maior
diâmetro folicular, o qual é relacionado com aumento na taxa de prenhez. Dessa
maneira, as práticas e tecnologias citadas neste estudo são usadas na reprodução
assistida de bovinos.

PALAVRAS-CHAVE: Criopreservação. Estro. Gestação. Hipófise. Nutrição.


ABSTRACT

Cattle farming has always been linked to Brazil’s development and, thinking about
advancement, the requirements for maximum efficiency in breeding systems was
based on how to achieve the reproduction of cattle with an emphasis on economic and
reproductive efficiency. The objective of this work is to elucidate the main
biotechnologies that help in the greater reproductive productivity of cattle. Thus, the
study was done using articles from the Academic Google and SciELO databases, as
well as books from the personal collection and official websites. With the reproductive
management applied in cattle farming, it is possible to identify points to be improved
and implement practices that help to increase reproductive efficiency, such as the
breeding season, which concentrates the fertilization of animals at a certain time of
year, use of the body score index, which can determine the viability of the cow to be
fertilized, identification of age at puberty, in which the heifer with 60% live weight as an
adult may be suitable for reproduction, indicating that nutrition is an important factor in
reducing the interval between births, as well as in inducing precocity, which can still be
maximized by the use of biostimulators. As well as the implementation of the use of
biotechnology, which can add genetically superior, healthy and efficient individuals to
the breeding stock. Among the biotechnologies, artificial insemination is the most used
in Brazil, with the capacity to fertilize cows with superior genetic bull semen, whether
national or imported. Embryo transfer techniques and in vitro embryo production can
also be cited as technologies in the service of the development of reproductive
efficiency. The use of hormonal protocols in the estrous cycle aims at synchronizing
the estrus of cows to facilitate the use of biotechnologies. There are several protocols
used for this purpose, with Ovsynch being based on GnRH and prostaglandin with up
to 50% efficacy, protocols based on estradiol and progesterone with efficacy of up to
86.6%, and protocols that use equine chorionic gonadotropin (eCG), indicated for lean
animals because they condition larger follicular diameter, which is related to an
increase in the pregnancy rate. Thus, the practices and technologies mentioned in this
study can help the assisted reproduction of cattle.

KEYWORDS: Cryopreservation. Estro. Gestation. Hypophysis. Nutrition.


LISTAS

LISTA DE FIGURAS

1: Órgãos genitais do touro (representação esquemática) 18


2: Testículo, epidídimo e ducto deferente do touro (representação esquemática,
secção mediana) 19
3: Glândulas genitais acessórias do touro 20
4: Órgãos genitais da vaca (representação esquemática) 22
5: Interrelações no controle da função do macho bovino 25

LISTA DE TABELAS

1: Escala de prioridade na utilização de energia 31


2: Escores de condição corporal em bovinos (escala de 1 a 5) 36
3: Escore de condição corporal (ECC) em gado de corte (escala de 1 a 9) 37
4: Total de número de inseminações e taxa de prenhez de acordo com o escore
corporal 40
5: Classificação da velocidade dos espermatozoides 45
LISTA DE SIGLAS

ABP Proteínas transportadoras de andrógeno


BE Benzoato de estradiol
CE Cipionato de estradiol
D0 Dia da primeira administração do protocolo
D10 10 dias depois do início do protocolo
D11 11 dias depois do início do protocolo
D7 7 dias depois do início do protocolo
D8 8 dias depois do início do protocolo
D9 9 dias depois do início do protocolo
E2 Estradiol
ECC Escore da condição corporal
eCG Gonadotrofina coriônica equina
FSH Hormônio folículo estimulante
GnRH Hormônio liberador de gonadotrofinas
INF-T Interferon-tau
LH Hormônio luteinizante
P4 Progesterona
PGF2α Prostaglandina F2 alfa
SOF Fluido De Oviduto Sintético
VE Valerato de estradiol
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 12

2 METODOLOGIA 14
2.1 Tipo de Estudo 14
2.2 Descrição do Estudo 14
2.3 Critérios de Inclusão e Exclusão 15
2.4 Análise dos Dados 15
2.5 Aspectos Éticos 16

3 REVISÃO DE LITERATURA 17
3.1 Aspectos Anatômicos dos Sistemas Reprodutores 17
3.1.1 Aparelho reprodutor masculino 17
3.1.1.1 Testículo 17
3.1.1.2 Epidídimo 19
3.1.1.3 Glândulas acessórias 19
3.1.1.4 Pênis 20
3.1.2 Aparelho reprodutor da fêmea 21
3.1.2.1 Ovários 22
3.1.2.2 Útero 23
3.1.2.3 Vagina 23
3.2 Fisiologia da Reprodução do Macho 24
3.2.1 Espermatogênese 26
3.3 Fisiologia da Reprodução da Fêmea 26
3.4 Ciclo Estral 29
3.5 Manejo Reprodutivo 30
3.5.1 Idade da puberdade 33
3.5.1.1 Puberdade da fêmea 34
3.5.1.2 Puberdade do macho 35
3.5.2 Escore corporal 36
3.5.3 Estação de monta 41
3.5.4 Detecção de cio 41
3.6 As Biotecnologias na Reprodução Assistida 43
3.6.1 Inseminação artificial 43
3.6.2 Transferência de embriões 47
3.6.3 Produção in vitro de embriões 50
3.7 Controle Farmacológico do Ciclo Estral de Bovinos 51
3.7.1 Hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) 52
3.7.2 Gonadotrofina coriônica equina (eCG) 52
3.7.3 Progesterona (P4) 53
3.7.4 Estradiol (E2) 53
3.7.5 Prostaglandina (PGF2α) 54
3.7.6 Protocolos para sincronização do estro 54

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 57

REFERÊNCIAS 58
1 INTRODUÇÃO

A bovinocultura sempre esteve atrelada ao desenvolvimento do Brasil desde a


colonização, a qual passou por modificações na produção com adoção de novas
tecnologias de técnicas e manejo, tornando-se, em meados de 1970, uma das mais
importantes atividades a contribuir com a economia do país, com parte do sucesso
sendo atribuído ao baixo custo de produção, na qual se usam pastagens como
principal alimento (BATISTELLA et al., 2011).
A população humana em torno do globo cresce a uma taxa de,
aproximadamente, 200 mil pessoas por dia, o que aumenta também a demanda por
alimentos, e essa pressão faz com que o setor agropecuário siga na busca da maior
eficiência nas suas áreas de produção, o que implica para a bovinocultura uma forma
de destacar qualidades dos animais e diminuir o ciclo de produção (WEBB; BURATINI,
2016).
A exigência da máxima eficiência nos sistemas de criação para que se possa
vislumbrar o retorno econômico faz com que seja preciso a adoção de técnicas como
a estação de monta e o uso de biotecnologias, que ainda podem ser adotadas em
conjunto com aplicação de índices reprodutivos capazes de indicar com precisão os
pontos que necessitam de mais atenção, quando é possível planejar, calcular e
desenvolver melhorias para tais pontos (TORRES-JÚNIOR et al., 2009).
A reprodução de bovinos foi bastante alavancada pelo uso de biotecnologias,
a qual pode prover alguns dos objetivos do setor pela capacidade de encontrar a
melhor genética e elevar o índice área/produção (SILVA et al., 2015).
Com o aperfeiçoamento das biotecnologias usadas na reprodução de bovinos,
a inseminação artificial ganhou destaque com o passar dos anos, sendo que, em 2002,
foram vendidas, aproximadamente, 7 milhões de doses de sêmen, e, em 2018, o
comércio de sêmen no Brasil alcançou a marca de 15,4 milhões de unidades vendidas,
quando se nota que houve aumento de quase 220% na utilização dessa técnica nos
rebanhos brasileiros (BARUSELLI et al., 2019).
A vantagem da técnica é facilitar a difusão de material genético superior de
touros melhorados, o que resulta em maior uniformidade do rebanho, bezerros mais
eficientes e precoces e ainda evita transtornos com doenças que poderiam acometer
as vacas e os touros no momento da cópula, e por consequência, colabora para o
retorno econômico (PEGORARO; SAALFELD; PRADIEÉ, 2016).
Atendendo à boa eficiência na taxa bezerros/matriz/ano, a estação de monta
pode ser usada como estratégia para impulsionar a produtividade e estabelecer um
programa reprodutivo mais eficiente, que é caracterizada por delimitar um período no
ano em que as matrizes ficam disponíveis para serem fertilizadas, consequentemente,
é possível concentrar os partos e desmames em determinados meses do ano, o que
torna a propriedade mais organizada e com melhor logística (OLIVEIRA; SILVA,
2019).
Das tecnologias empregadas no manejo da pecuária bovina, a inseminação em
tempo fixo (IATF) vem se destacando por diminuir o intervalo entre partos e não sofrer
com a necessidade da detecção de cio, e ainda pode ser usada em conjunto da
estação de monta, a qual facilita as atividades por permitir o condicionamento dos
eventos importantes da produção no tempo planejado, o que causa menos gastos
com mão de obra, logo, mais lucro ao decorrer do processo (CUNHA et al., 2013).
No século XIX, na Escola de Agricultura de Cambridge, localizada na Inglaterra,
conceitos como inseminação artificial e transferência de embriões já eram discutidos.
Com o passar dos anos, houve o amadurecimento dessas ideias, culminando até nos
dias atuais, no desenvolvimento de 4 gerações de biotecnologias voltadas à
reprodução animal, sendo a inseminação artificial e o congelamento de embriões e
gametas como primeira geração; múltipla ovulação e transferência de embrião como
segunda geração; produção in vitro de embriões como terceira geração; e de quarta
geração, as tecnologias de clonagem por transferência nuclear, edição de genoma,
biologia de células tronco e engenharia genética (RODRIGUES; BERTOLINI, 2019).
O objetivo deste trabalho é elucidar as principais biotecnologias que auxiliam
na maior produtividade reprodutiva de bovinos, bem como destacar os benefícios
produtivos que as técnicas apresentadas proporcionam na bovinocultura.
2 METODOLOGIA

2.1 Tipo de Estudo

O presente estudo trata de uma revisão integrativa de literatura, a qual tem


como finalidade buscar e analisar informações em estudos experimentais e não
experimentais a respeito de um determinado tema, com o intuito de produzir
esclarecimentos da problemática a ser estudada, dessa forma, auxiliando a prática
profissional através da demonstração de novas perspectivas (SOUZA; SILVA;
CARVALHO, 2010).

2.2 Descrição do Estudo

A presente revisão de literatura obteve os dados através de livros do acervo


pessoal, sites oficiais de relevância para o tema e artigos científicos na base de dados
da SciELO e Google acadêmico, compreendidos entre os anos 1998 e 2021. A
concretização da revisão integrativa foi dividida em seis partes, descritas a seguir.
Na primeira etapa, foi elaborada a pergunta norteadora que a pesquisa se
propôs a responder: “Como é realizada a reprodução de bovinos com ênfase na maior
eficiência reprodutiva?”. E, a partir dela, foram definidos os estudos relevantes que
deveriam ser selecionados e aqueles que não entrariam para esta revisão.
Na segunda etapa, foi realizada uma busca nas bases de dados para encontrar
artigos científicos que responderiam à pergunta norteadora, considerando os
resultados, a intervenção e os participantes.
Na terceira etapa, foi realizada a coleta de dados dos trabalhos previamente
selecionados. Em seguida, na quarta etapa, foi feita a análise crítica dos estudos
escolhidos.
Na quinta etapa, a partir da interpretação e do confronto dos dados obtidos
durante a etapa quatro, foi constatado que ainda existem pontos a serem
questionados a respeito do tema.
Na sexta etapa, foi realizada a apresentação da revisão integrativa, que, de
forma analítica, sintética e embasada na literatura, buscou-se elucidar lacunas a
respeito da realização de reprodução de bovinos na procura de uma maior eficiência
reprodutiva e lucratividade. Os trabalhos citados na revisão com mais de 10 anos de
publicação foram importantes para compreensão do estudo e por isso foram mantidos.

2.3 Critérios de Inclusão e Exclusão

Nessa revisão, os critérios de escolha dos artigos científicos foram de incluir de


estudos que tivessem sido publicados entre os anos 1998 e 2021, em formato
eletrônico, de preferência em português, que fossem capazes de responder à
pergunta norteadora.
Foram retirados os artigos científicos com data de publicação anterior ao ano
1998, aqueles que não estavam completos, os que não foram possíveis traduzir, os
que não possuíam referências e aqueles que mesmo se enquadrando nas palavras-
chave usadas nas pesquisas, não contribuíam para a revisão.

2.4 Análise dos Dados

Foi avaliado um total de 183 trabalhos científicos, entre monografias,


dissertações, teses, artigos e livros, e, após aplicação dos filtros descritos
anteriormente, apenas 111 dos trabalhos atenderam aos critérios de inclusão e
representam a amostra final, os quais mantêm-se alinhados com o tema e
conseguiram, de forma individual, responder à parte da pergunta norteadora.
2.5 Aspectos Éticos

Em relação a todos os aspectos éticos, durante a construção dessa revisão, foi


respeitada a fidedignidade dos dados e dos autores encontrados nos trabalhos que
compõem a amostra.
3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Aspectos Anatômicos dos Sistemas Reprodutores

3.1.1 Aparelho reprodutor masculino

Ao conhecer a anatomia e fisiologia do sistema reprodutor (Figura 1), pode-se


analisar as capacidades reprodutivas de um animal, levando em consideração
parâmetros para comparação de um bom reprodutor (HAFEZ, 2004).
Existem diversas funções para os órgãos genitais dentro do sistema reprodutor,
os quais são compreendidas também as estruturas que são responsáveis por
desenvolver os gametas masculinos, bem como seu armazenamento e transporte,
sendo eles o testículo, epidídimo, ducto deferente, uretra, glândulas sexuais
acessórias (próstata, glândula vesicular, glândula bulbouretral e ampolas), pênis e
prepúcio (KONIG; LIEBICH, 2016).

3.1.1.1 Testículo

Os machos possuem um par de testículos, estes que são caracterizados como


órgãos sexuais primários com funções exócrina e endócrina, que produzem
espermatozoides e hormônios esteroides, que são regulados pelo hipotálamo e a
hipófise através de seus hormônios (KONIG; LIEBICH, 2016).
O parênquima testicular é localizado no interior do testículo, servindo de
suporte para os túbulos seminíferos (Figura 2), local onde as espermatogônias são
maturadas em espermatozoides e seguem para o epidídimo pelos ductos eferentes
para passarem por maturação e alcançarem o potencial de fecundação (HAFEZ,
2004).
O órgão ainda é recoberto pelas túnicas vaginal e albugínea, em um arranjo
com o escroto e sua túnica dartos, que junto do músculo cremáster, plexo
pampiniforme e veia espermática, auxiliam na proteção e na termorregulação das
gônadas (BERLITZ, 2019).

Figura 1: Órgãos genitais do touro (representação esquemática).


Fonte: Konig; Liebich (2016).

Existe uma característica biométrica que serve de ferramenta na avaliação de


reprodutores, a qual visa mensurar a circunferência escrotal de modo que os animais
com testículos maiores são melhores reprodutores, levando em consideração o maior
libido, número de gametas viáveis e ainda está relacionado à precocidade da
puberdade, tanto do próprio animal que está sendo avaliado, quando das suas proles,
e estudos descrevem que touros com maior circunferência escrotal contribuem com
maior ganho genético, tendo em vista que seus filhos e filhas serão mais precoces e
isso auxilia para diminuir o intervalo entre gerações (HARTMANN et al., 2021).
Animais que possuem um ou os dois testículos fora do escroto são
denominados de criptorquídicos, que se trata de uma condição hereditária em que o
órgão em seu estágio de desenvolvimento não realizou com sucesso a descida
testicular, e como a espermatogênese está diretamente ligada ao controle da
temperatura, com essa condição a genética, esses machos não devem servir como
reprodutores (HAFEZ, 2004).
Figura 2: Testículo, epidídimo e ducto deferente do touro (representação esquemática, secção mediana).
Fonte: Konig; Liebich (2016).

3.1.1.2 Epidídimo

O epidídimo é constituído de rolos e emaranhado de túbulos contorcidos ligados


por tecido conectivo e está firmemente agarrado ao testículo, podendo ser identificado
em 3 partes: cabeça, corpo e cauda do epidídimo (KONIG; LIEBICH, 2016).
A função dessa estrutura é a maturação, transporte e armazenamento de
espermatozoides, estes quando maturados seguem para o ducto deferente, que, por
sua vez, é incorporado ao cordão espermático junto com o plexo pampiniforme e vão
de encontro à uretra durante o processo de ejaculação, esta última que exerce duas
funções, sendo a de guiar o sêmen para o sistema reprodutor, e expelir a urina pelo
sistema urinário (HAFEZ, 2004).

3.1.1.3 Glândulas acessórias

É de responsabilidade das glândulas acessórias (Figura 3), ampolas


deferentes, glândulas vesiculares, próstata e bulbouretrais, assegurar o fornecimento
do plasma seminal, a qual serve como meio de transporte para os espermatozoides,
possui nutrientes, ajuda na limpeza da uretra e ainda tem ação coagulante quando
ejaculado (KONIG; LIEBICH, 2016).
Estão localizadas lateralmente as partes terminais do ducto deferente com
formato lobulares e compactas, que são cobertas por músculo bulboesponjoso que,
através de contrações, auxiliam na secreção de seu conteúdo no ducto comum,
formado pela união do ducto deferente e ducto das vesículas seminais, no momento
da ejaculação (BERLITZ, 2019).

Figura 3: Glândulas genitais acessórias do touro.


Fonte: Konig; Liebich (2016).

3.1.1.4 Pênis

É dividido em três partes, sendo a base, o corpo e a glande. Possui duas


funções, a de conduzir a urina externamente ao corpo e a introdução do sêmen no
aparelho reprodutor feminino (DYCE; SACK; WENSING, 2010).
A porção que se insere no arco isquiático é a base do pênis, enquanto o corpo
é a maior porção desse órgão, já a glande compreende a porção anterior, e no caso
dos touros tem forma de lança (KONIG; LIEBICH, 2016).
Os corpos cavernosos estão por todo o pênis, entretanto, nos ruminantes eles
não são tão desenvolvidos pois o órgão é do tipo fibroelástico, o qual permanece numa
determinada posição e é controlada no momento da ereção pela flexura sigmoide
através do relaxamento ou contração dos músculos retratores do pênis (HAFEZ,
2004).
O prepúcio se origina através da pele e se divide nas porções peniana e pré-
peniana que recobre a parte mais externa do pênis quando em estado de repouso,
que pode ser retraído ou relaxado pelos músculos cutâneo do tronco e os músculos
prepuciais craniais, este último que é encontrado apenas nos ruminantes (BERLITZ,
2019).

3.1.2 Aparelho reprodutor da fêmea

Os órgãos e estruturas que correspondem à porção interna do sistema


reprodutor feminino incluem a vagina, que é um órgão tubular, vestíbulo, cérvix, que
serve como barreira e impede a passagem direta para o útero, este que é mais um
dos órgãos internos junto com os ovidutos e ovários, enquanto a porção externa é
representada por clitóris, que é localizada um pouco mais abaixo do óstio externo da
uretra, e lábios vulvares. Internamente esses órgãos são sustentados pelo ligamento
largo, que envolto na porção do ovário é chamado de mesovário (Figura 4), quando
envolto no oviduto é chamado de mesossalpinge, e de mesometria quando envolto na
região do útero (KONIG; LIEBICH, 2016).
Figura 4: Órgãos genitais da vaca (representação esquemática).
Fonte: Konig; Liebich (2016).

3.1.2.1 Ovários

Responsável pela produção dos gametas feminino e hormônios, os ovários


estão localizados na região lombar da face medial do mesonefro, com formato ovoide
firme, que em sua superfície surge os corpos lúteos e folículos que se projetam em
relação ao órgão, os quais podem ter de 5 mm a 2 cm, entretanto, são detectados
pela palpação retal (HAFEZ, 2004).
A unidade funcional do ovário são os folículos, os quais proporcionam ambiente
ideal para desenvolvimento completo dos oócitos, e ainda são produtoras de
hormônios (KONIG; LIEBICH, 2016). O complexo cumulus oócitos se trata de um
conjunto de células da granulosa que rodeia o oócito (HAFEZ, 2004). A corona radiata
é um emaranhado de células próxima da zona pelúcida que circunda o oócito por
ligações intercomunicantes, estas que ainda estão rodeadas por células foliculares. O
folículo se projeta para fora do ovário quando o oócito está prestes a ser liberado
(BERLITZ, 2019).
3.1.2.2 Útero

É o órgão que abriga o feto durante a gestação, dividido em 2 cornos, que se


enrolam ventralmente sobre si, corpo e cérvix (DYCE; SACK; WENSING, 2010). Sua
origem vem a partir dos ductos paramesonéfricos direito e esquerdo, que formam os
cornos e em seguida se unem para formar o corpo do útero, e no espaço entre os
cornos mais proximal ao corpo do útero é formado os ligamentos intercornuais
(KONIG; LIEBICH, 2016). Essa trajetória tubular liga o oviduto à cérvix, este último
que é responsável por controlar o acesso ao útero, através do canal cervical obstruído
pelas pregas circulares e mucosa cervical (HAFEZ, 2004).
A parede uterina conta com o endométrio, miométrio e perimétrio, que são
camadas, interna para externa, que compõe o órgão. Ainda na parede do útero
existem as carúnculas uterinas, que são estruturas de fixação dos cotilédones das
membranas embriônicas no período de gestação, as quais aumentam seu tamanho,
deixando de ser pequenas e lisas para grandes depressões, sendo que a união
dessas 2 estruturas é chamada de placentoma ou placentônio (BERLITZ, 2019).
O miométrio é a camada duplo muscular, com porção longitudinal mais externa
e outra circular interna, separadas por tecido conectivo vascularizado, e na face
externa, o músculo é coberto por uma membrana serosa chamada de perimétrio, que
também recobre o ligamento largo, enquanto os vasos e nervos estão localizados no
paramétrio, onde o ligamento largo envolve o útero (KONIG; LIEBICH, 2016).

3.1.2.3 Vagina

A vagina é o órgão copulatório feminino que tem função exclusivamente


reprodutivo que está situada entre o reto e a vesícula urinária, prolongando-se do óstio
uterino externo até o óstio externo da uretra (DYCE; SACK; WENSING, 2010). Na
parte cranial ao óstio uretral existe uma prega transversal chamada de hímen, que
pode ser mais perceptível de acordo com o animal (SOARES; JUNQUEIRA, 2018). A
parede da vagina é fina e seu comprimento é considerado longo com o
pronunciamento do colo que restringe o lúmen cranial do órgão ao fórnice (KONIG;
LIEBICH, 2016).
A parte caudal da vagina é conhecida como vestíbulo da vagina, que vai do
óstio externo da uretra até a vulva externa (DYCE; SACK; WENSING, 2010). A partir
dessa porção, a função passa a ser também a de ajudar na expulsão de líquidos pelo
sistema urinário, que na face ventral é formado uma invaginação da uretra chamada
de divertículo suburetral, que segue o movimento da uretra ao abrir, na qual é possível
visualizar os ductos mesonéfricos vestigiais (KONIG; LIEBICH, 2016). Existem
glândulas vestibulares na parede do vestíbulo que são responsáveis pela secreção
que facilita o coito, parto, mantem a umidade da mucosa ideal, e ainda estimula o
macho no período fértil (SOARES; JUNQUEIRA, 2018).
A vulva é localizada na porção mais caudal do sistema reprodutor, é formada
por dois lábios e uma abertura vulvar vertical, onde dorsalmente é arredondada e
ventralmente é aguda (SOARES; JUNQUEIRA, 2018). O clitóris possui um corpo e
uma glande, já o local onde ele é localizado é chamado de fossa clitoriana, o qual é
coberto por pregas de mucosa (HAFEZ, 2004).

3.2 Fisiologia da Reprodução do Macho

No eixo hipotalâmico-hipofisário-testicular, o hipotálamo tem como principal


função a liberação do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), que vai estimular
a hipófise, e consecutivamente, os testículos (MOYES; SCHULTE, 2009).
Na hipófise, que está localizada na região túrcica, que é uma depressão óssea
na base do cérebro, essa glândula se divide em três partes: o lobo anterior, o lobo
intermediário e o lobo posterior (KONIG; LIEBICH, 2016). A adeno-hipófise é a porção
que controla a liberação dos hormônios FSH e LH, regulados por sistema de feedback
no eixo hipotalâmico-hipofisário-testicular, e o local de ação desses hormônios é nas
gônadas, que no caso do macho é o testículo (HILL; WYSE; ANDERSON, 2016).
O GnRH vai agir diretamente nas células gonadotróficas da hipófise anterior, o
qual libera o LH e FSH, sendo que a principal função do LH é ativar as células de
Leydig, convertendo colesterol em testosterona em nível testicular, enquanto o FSH
estimula as células de Sertoli, junto com a testosterona, que produz principalmente
proteínas transportadoras de andrógeno (ABP), as quais serão importantes para o
processo de espermatogênese (CUNNINGHAM, 2011).
A testosterona atua nas células mioides peritubulares e nas células de Sertoli,
dando suporte às células germinativas. O comportamento sexual é proveniente da
testosterona, a qual desenvolve as características sexuais secundárias. O andrógeno
funde-se no sangue e na linfa, onde se ligam às proteínas transportadoras de
andrógeno. A inibina atua principalmente na inibição do FSH pela hipófise
(CUNNINGHAM, 2011).
O hipotálamo libera GnRH (Figura 5), que estimula a produção de FSH e LH na
hipófise anterior. O FSH atua na célula de Sertoli, produzindo ABP. O LH atua nas
células de Leydig, produzindo colesterol convertendo em testosterona. O ABP liga-se
à testosterona e a transporta para a célula de Sertoli, dando início a espermatogênese
(PTASZYNSKA, 2010).

Figura 5: Interrelações no controle da função reprodutiva do macho bovino.


Fonte: Ptaszynska (2010).

O FSH com feedback positivo nas células de Sertoli produzirá ABP nas
gônadas, e paralelamente, as células de Leydig produzirão colesterol, o qual é
convertido em testosterona. Quando o nível basal de testosterona é atingido, dá-se
início a uma retroalimentação negativa com o hipotálamo para inibir a produção de
GnRH, consecutivamente irá reduzir a quantidade de LH, enquanto o FSH em níveis
basais, estimula a produção de inibina, a qual faz feedback negativo com a glândula
pituitária anterior para cessar a produção de FSH. Logo, com os níveis basais
constantes e equilibrados, torna-se possível a espermatogênese (PTASZYNSKA,
2010).

3.2.1 Espermatogênese

A espermatogênese ocorre quando as espermatogônias tronco, que são


diploides, passam por diversas divisões mitóticas e se diferenciam em espermatócitos
primários, quem em seguida passam novamente por divisão, denominada meiose 1,
na qual acontece o crossing over, que nada mais é do que o embaralhamento dos
genes, e ainda há redução do número de cromossomos, passando a ser classificadas
como espermatócitos secundários, que são haploides (STAUB; JOHNSON, 2018).
As células passam por meiose 2, onde uma célula dá origem apenas duas
células haploides chamadas de espermátides, que em seguida passam por
diferenciação, onde ocorre a transformação em sua forma, para dar origem a célula
com atividade do flagelo e com capacidade de se ligar à zona pelúcida, sendo
altamente especializada e denominada de espermatozoide (GUASTI; MONTEIRO;
PAPA, 2012).

3.3 Fisiologia da Reprodução da Fêmea

No eixo hipotálamo hipófise gonadal para o pleno funcionamento das gônadas


na fêmea é necessária uma maturação desse eixo para que a gametogênese
aconteça de forma plena, que deve ser alcançada na puberdade, onde haverá o
estabelecimento da maturação e atribuição de seu potencial fisiológico.
(PTASZYNSKA, 2010).
O hipotálamo é constituído por tecido nervoso e está localizado na base do
crânio, na base do encéfalo e que está intimamente associado a um prolongamento
que corresponde à glândula hipófise (KONIG; LIEBICH, 2016).
O hipotálamo, a partir de neurônios hipotalâmicos terá a condição de produzir
fatores que estimularam a hipótese, mais precisamente, os neurônios hipotalâmicos
vão produzir o hormônio chamado de GnRH (CUNNINGHAM, 2011). A liberação de
GnRH no eixo porta-hipofisário fará com que este hormônio estimule células da
hipófise a secretar as gonadotrofinas LH e o FSH na circulação sanguínea
(PTASZYNSKA, 2010).
O FSH vai ser o responsável por estimular o crescimento de folículos ovarianos,
ou seja, para que tenha uma onda de crescimento folicular efetiva, há a necessidade
do estímulo do FSH de origem hipofisária, e com o crescimento de folículos antrais
haverá a produção de estrógeno e progesterona por esses folículos, sendo que o
primeiro é predominantemente mais excretado e isso fará com que a concentração de
estrógeno no organismo da fêmea aumente à medida que os folículos estão em
crescimento e que atinja um pico máximo de concentração plasmática quando houver
folículo maduro no ovário (SOARES; JUNQUEIRA, 2018).
Pode-se dizer que sob estímulo do FSH com crescimento de folículos
ovarianos, haverá um aumento na concentração circulante de estrógeno na fêmea, o
qual promove uma retroalimentação negativa em nível hipofisário, e essa
retroalimentação negativa vai reduzir as concentrações disponíveis de FSH, e com o
aumento de estrógeno circulante e a redução dos níveis de FSH no organismo da
fêmea irá fazer com que alguns dos folículos recrutados que estavam em crescimento
venham a regredir (DAVIDSON; STABENFELDT, 2014).
Os folículos crescem e a inibição da concentração de FSH vai fazer com que
vários dos folículos que estão crescendo venham a regredir por serem FSH-
dependentes, na qual apenas os folículos com maior quantidade de receptores de LH
serão ovulados (PTASZYNSKA, 2010).
Quando há a presença de folículo maduro no ovário, existe um pico de
estrógeno circulante na fêmea, esse pico de estrógeno vai desencadear liberações
cíclicas cada vez em níveis maiores de LH, este que é responsável pela ruptura do
folículo maduro (SOARES; JUNQUEIRA, 2018).
Uma vez que ocorre a ovocitação, os níveis de estrógeno circulantes vão
reduzir, e no local do folículo onde restaram as células da granulosa e células da teca,
acontecem modificações celulares fazendo com que estas células se diferenciem em
células luteínicas e paraluteínicas, as quais darão origem a um corpo lúteo, este que
produzirá altas concentrações de progesterona (DAVIDSON; STABENFELDT, 2014).
Tendo em vista a viabilização da gestação, isto é, caso ocorra a fecundação,
as altas taxas de progesterona produzidas pelo corpo lúteo vão estimular as glândulas
endometriais a secretar fatores nutritivos para o embrião, e ainda inibe a contratilidade
do miométrio da musculatura lisa do útero, na qual o endométrio deve se tornar
secretor e o endométrio pare de contrair para não expulsar esse embrião, este que
produz e secreta a proteína interferon-tau (INF-T), fazendo com que haja o
reconhecimento materno da gestação, o que impede a luteólise do corpo lúteo (SILVA,
2021).
A progesterona produzida pelo corpo lúteo também atua em nível hipotálamo
hipofisário em uma retroalimentação negativa para inibir a secreção de GnRH e,
consequentemente, de FSH e um pouco de LH, por conseguinte, inibe o crescimento
de folículos ovarianos. Além de estimular o endométrio e inibir o miométrio, a
progesterona também atua nos alvéolos da glândula mamária, promovendo o
desenvolvimento alveolar dessa glândula, preparando-a para uma futura lactação
(CUNNINGHAM, 2011).
Caso não ocorra a fecundação, o endométrio vai produzir um hormônio
chamado prostaglandina, que vai desencadear a lise do corpo lúteo ovariano, o que
faz as concentrações de progesterona cair drasticamente e com isso o endométrio
desestabiliza e o miométrio começa a contrair, uma vez que o efeito inibitório não
existe mais. A retroalimentação negativa que acontece em nível de hipotálamo e
hipótese deixa de existir, fazendo com que a fêmea volte a produzir as gonadotrofinas,
que, por sua vez, estimula o crescimento de folículos ovarianos e recomeça o ciclo
(SILVA, 2021).
O ciclo estral é o período no qual a fêmea passa por todas as etapas descritas
acima, apresentando também algumas mudanças comportamentais, que podem ser
detectadas por inspeção dos animais pelo menos 2 vezes ao dia, as quais
demonstram maior atividade motora, inquietação, aumento da vocalização, montar
outras vacas e deixar ser montada (BERLITZ, 2019).
3.4 Ciclo Estral

As vacas são poliéstricas não estacionais, o que significa vários ciclos estrais
de 21 dias durante o ano sem relação com a estação. Sendo que os ciclos podem ser
divididos em fase estrogênica e luteínica, na qual a fase folicular ou estrogênica é
caracterizada pelo predomínio do estrógeno e ocorre o desenvolvimento do folículo
que vai culminar na ovulação. Essa fase é composta por proestro e o estro (SANTOS
et al., 2012).
A fase luteínica, que ocorre o desenvolvimento do corpo lúteo, este que é o
responsável pela produção de progesterona. Estão relacionadas nessa fase o metaestro
e diestro. Enquanto no metaestro e no diestro pode-se verificar a alta da progesterona,
no estro e no proestro pode-se notar a queda na progesterona. O período compreendido
entre o parto e o ressurgimento do estro é o anestro, que é caracterizado por não haver
manifestação do ciclo estral (HAFEZ, 2004).
A duração do proestro é de aproximadamente 3 dias, sendo marcado pelo
aumento gradativo dos níveis de estrógeno, crescimento folicular e regressão do
corpo lúteo, aumento da vascularização do endométrio e do tônus uterino. Em seguida
o útero começa a ficar mais firme, inicia o relaxamento da cérvix e da secreção de
muco, enquanto a vulva começa a ficar edemaciada e hiperêmica. É normal que nessa
fase as vacas tentem montar em outras vacas, porém ainda não aceitam a monta pelo
touro (SOARES; JUNQUEIRA, 2018).
O estro é a menor fase do ciclo, dura em torno de 12 e 18 horas
aproximadamente, é marcada pela ausência do corpo lúteo e a presença do folículo
dominante, sendo nessa fase que ocorrem as manifestações do cio. A cérvix ficará
aberta e a vagina vai apresentar um muco cristalino com aspecto de clara de ovo. A
vulva continua edemaciada e hiperêmica, e nessa fase que as matrizes aceitam a
monta (CUNHA et al., 2019).
É comum nessa fase que os animais fiquem inquietos, apresentem micção
frequente e com a característica de levantar bastante a calda, além da diminuição da
ingestão de alimentos e declínio na produção de leite (HAFEZ, 2004).
O metaestro é considerada com fase progestacional, a qual é caracterizada
pela ocorrência dos aumentos do nível de progesterona, que é marcada pela presença
do corpo lúteo hemorrágico e o relaxamento progressivo do miométrio, logo, o útero
que estava firme começa a relaxar. É possível encontrar uma secreção pálida,
escassa e espessa, enquanto a vulva não apresenta mais edema e a vaca rejeita a
monta. Nessa fase pode ocorrer sangramento. Essa é a fase que ocorre a ovulação
(COLAZO; MAPLETOFT, 2017).
O diestro é a fase mais longa do ciclo, dura aproximadamente de 10 a 13 dias,
a qual se caracteriza pelo predomínio da progesterona, presença do corpo lúteo
maduro, relaxamento do miométrio, crescimento das ondas foliculares, a cérvix
encontra-se fechada, a vagina pálida com secreção escassa e espessa e a vulva não
apresenta edema (SILVA, 2021).
Um fator importante na reprodução é a nutrição, tendo em vista que a vaca que
apresenta escore corporal baixo ou até mesmo muito alta, não conseguem retornar
ao ciclo estral adequadamente e pode apresentar alguma deficiência nutricional que
pode chegar a causar uma distorcia no momento do parto, e ainda pode surgir um
balanço energético negativo, causando alterações metabólicas e irregularidades
reprodutivas (VALENTIM et al., 2019).

3.5 Manejo Reprodutivo

Desde que se domesticaram os animais, incluindo os bovinos, o sucesso dessa


domesticação é a capacidade desses animais em se reproduzir em condições junto
ao homem, ou seja, em cativeiro, a partir disso foi se desenvolvendo o manejo
reprodutivo, que pode ser definido como:

O manejo reprodutivo é, portanto, a aplicação de técnicas e procedimentos


que possibilitem de forma direta e indireta a reprodução eficiente dos animais,
tendo por base a sua relação com a natureza ou sua adaptação harmônica
com o ambiente artificial aos quais são submetidos por necessidades
inerentes ao sistema produtivo (MARQUES JR, 2012).

No pós-segunda guerra mundial houve uma crescente no consumo de produtos


oriundos dos animais, a qual gerou maior demanda que estimulou a intensificação dos
sistemas de produção, que, consequentemente, força os produtores a introduzir os
animais cada vez mais cedo na vida reprodutiva, ou colocar esses animais em
situações extremas para produção, forçando a fisiologia dos animais, que pode trazer
consequências negativas no aspecto reprodutivo e relacionados à produção por não
respeitar parte dos cinco domínios do bem-estar animal, o qual é representado por 4
domínios físicos, que garantem ao animal ser livre de fome e sede, desconforto, dor,
ferimentos e doenças, e ainda terem o direito de expressar seu comportamento
natural, enquanto o domínio mental prevê que o animal seja livre de medo e angústia
(SILVA et al., 2018).
Na escala de prioridade da utilização de energia que respeita a fisiologia do
animal (Quadro 1), os ciclos estrais e o início de gestação estão na 8ª posição. Antes
de poder se reproduzir, o animal tem que sobreviver, na qual a primeira importância é
o seu metabolismo basal, a busca por se manter vivo. Depois é a realização de
atividade, seguido de crescimento, reserva de energia. A próxima prioridade é a
manutenção na gestação pré-existente, e lactação, para só depois fazer uma reserva
adicional de energia. Apenas a partir desse estágio é que o animal vai direcionar
alguma energia para reprodução, iniciando o ciclo estral. Por último fazem reservas
excedentes de energia, que se dá quando há uma grande possibilidade de se
alimentar. Dessa forma, nota-se que na partição de energia do animal, a reprodução
não é prioridade (SANTOS et al., 2009).

Ordem de
Condição fisiológica
Importância
1 Metabolismo basal
2 Atividade
3 Crescimento
4 Reserva de energia
5 Gestação
6 Lactação
7 Reserva adicional de energia
Ciclos estrais e início de
8
gestação
Reservas excedentes de
9
energia
Quadro 1: Escala de prioridade na utilização de energia.
Fonte: Adaptado de Santos et al. (2009).

É notório que a demanda por produtos de origem animal não segue os mesmos
objetivos da fisiologia, tendo em vista que o animal zela primeiramente pela
manutenção da sua sobrevivência (MACHADO, 2008).
A estratégia para um alto rendimento é seguir as regras do metabolismo do
bovino, mantendo os animais em menor nível de estresse possível, isso engloba
temperatura, ambiente e manejo, e atender as exigências nutricionais, para que assim
eles possam direcionar parte dessa energia para sua reprodução (MELO et al., 2016).
Os animais podem ser submetidos a fatores de estresse, os quais impactam
diretamente na reprodução, sendo um deles ligado ao clima, levando em conta que
os animais em temperaturas altas passam a buscar o alimento em menor quantidade,
que ainda implica na vulnerabilidade dos ovócitos e espermatozoides durante a
inseminação, bem como do embrião nos estágios iniciais de desenvolvimento, devido
ao desvio de glicose, que seria usado como fonte de energia das células germinativas,
irem para as demais células trabalharem para manter a homeostasia do animal
(RICCI; ORSI; DOMINGUES, 2013).
Alguns fatores não têm como ser evitados, entretanto, existem formas de
minimizá-los, através de práticas de manejo quem levam em consideração o bem-
estar dos animais (CONERA, 2014).
Nos animais sob alto nível de estresse, é possível observar decréscimo na
ingestão de matéria seca de até 30%, os quais podem ter redução de 894 kg/vaca/ano,
o que, consequentemente, impacta diretamente na produção de leite, com perdas de
até 20%, com recuo de cerca de 1.803 kg/vaca/ano, além de atrapalhar na
reprodução, aumentando o intervalo de dias entre o parto e a concepção, com
acréscimo em torno de 59 dias, equivalente até 50% no decréscimo na eficiência
reprodutiva, o que eleva o descarte por problemas reprodutivos, e pode aumentar a
mortalidade no rebanho por conta do não controle dos fatores estressantes
(PESCARA, 2012).
O manejo reprodutivo deve levar em consideração a homeostase do animal,
ou seja, seu conforto, a qual visa com que o animal possa produzir e reproduzir
equilibradamente sem perder seu potencial genético a alcançando a eficiência
reprodutiva:

Eficiência reprodutiva é considerada a habilidade de um produtor, de gado de


leite ou de corte, de ter suas novilhas cobertas naturalmente ou inseminadas
o mais precocemente possível, sem prejuízo de seu desenvolvimento e
maturidade corporal, e suas vacas cobertas naturalmente ou inseminadas
logo após o puerpério, com um mínimo de coberturas/inseminações por
animal (MARQUES JR, 2012).
A escrituração zootécnica dos animais permite avaliar os índices produtivos
para identificar pontos fortes e fracos na produção, sendo o desenvolvimento do
nascimento até a puberdade, intervalo da puberdade até a primeira concepção, o
intervalo da primeira concepção até o parto, o intervalo entre partos e a senilidade
reprodutiva, esta última é relacionada ao descarte das matrizes e reprodutores
(REZENDE et al., 2020).
Nos sistemas de criação existem produtores que trabalham com o ciclo
completo de cria, recria e engorda de gado de corte, e algumas propriedades com
esse sistema do sul da Bahia apresentaram resultados positivos na taxa de natalidade
de até 89%, com todo o ciclo de produção, as quais foram mapeadas por escrituração
zootécnica (BARBOSA et al., 2010).
A cria é caracterizada pelo período da cobertura até a desmama, nesse sistema
os machos são vendidos imediatamente após a desmama, em geral com 7 a 8 meses
de idade com 25% a 50% do peso final de abate (CARNEIRO; ASSIS, 2016). Ainda são
comercializadas as bezerras desmamadas, novilhas, vacas e touros. Em geral, as
novilhas de 2 a 3 anos, as vacas e touros descartáveis se destinam ao abate, enquanto
as bezerras desmamadas e as novilhas jovens próximas da puberdade são mantidas
para repor as matrizes ou são vendidas para reprodução (CEZAR et al., 2005).

3.5.1 Idade da puberdade

A puberdade é momento quando os animais atingem a adolescência, fazendo


a passagem da vida infantil para a vida adulta, ou seja, é o momento, no caso das
fêmeas, quando acontece o primeiro cio acompanhado de ovulação, enquanto nos
machos a puberdade é caracterizada quando é possível observar o surgimento dos
primeiros espermatozoides viáveis no ejaculado (SILVA, 2020a).
3.5.1.1 Puberdade da fêmea

As raças taurinas, ou seja, de origem europeia, são mais precoces, com idade
de puberdade em aproximadamente de 10 a 15 meses, enquanto as raças zebuínas
são mais tardias, e a entrada na puberdade vai ocorrer com aproximadamente 22 a
36 meses. Já o cruzamento pode alcançar uma média aproximada entre as duas
raças, variando de acordo com o grau de heterose, dependendo do grau do sague no
cruzamento (NEPOMUCENO, 2013).
A puberdade não está relacionada apenas com a idade fisiológica do animal,
sendo atrelada também ao peso e condição corporal. Logo, é possível estipular o peso
ideal para cobrição, dependendo da raça utilizada do cruzamento, sendo mais
assertivo do que a idade cronológica para determinar o momento correto da cobrição
(GOTTSCHALL et al., 2019).
As fêmeas entram na puberdade com aproximadamente 50% do seu peso vivo
de adulta, enquanto a época do cobrimento ou inseminação coincide com
aproximadamente 60% do peso de adulta. O peso ideal para o primeiro parto é cerca
de 85% do peso quando adulta (ROSA et al., 2018).
Os pesos ideais para realizar a primeira cobertura das novilhas variam bastante
a depender da raça, na qual a raça holandesa tem que alcançar no mínimo 340 kg de
peso vivo para ser fertilizada, a pardo-suíça com 330 kg, no cruzamento da holandesa
com zebuína 320kg, no cruzamento de Jersey com zebuína 280kg e na raça Jersey
230kg (CARRIJO; LINHARES; BARCELOS, 2008).
Para acelerar a entrada do animal na puberdade, é preciso entender que todos
os fatores que auxiliam no ganho de peso podem ser usados para tal objetivo, sendo
a genética, tendo em vista os animais que têm maior capacidade de grande peso,
fatores ambientais, como a boa nutrição, a ausência de doenças, temperatura
adequada. Todos esses fatores podem predispor a entrada na puberdade mais cedo,
que pode ser estimulada com o efeito macho, a qual é caracterizada pela simples
presença de um reprodutor no piquete, que passa a provocar estímulos
neuroendócrinos, e modifica a função ovárica nas fêmeas (BORDINHON, 2021).
Deve-se fazer o monitoramento do desenvolvimento das novilhas
acompanhando o peso mensalmente, fazendo controle para que os animais não
ganhem muito peso, sendo recomendado que dos 80kg a 90kg de peso vivo até a
puberdade, as fêmeas não ultrapassem mais do que 900g por dia de ganho de peso,
sendo que o excesso de energia pode atrapalhar a reprodução. Após a puberdade
pode-se deixar de usar o controle restritivo e passar trabalhar com oferta de mais
energia (BORDINHON, 2021).

3.5.1.2 Puberdade do macho

Os tourinhos zebuínos podem alcançar a puberdade em torno de 25 a 28 meses


(MELLO, 2015). Entretanto, um estudo sugere que animais dessa linhagem estão
mais precoces, os quais apresentam qualidade de esperma satisfatória na idade da
puberdade em torno de 12 a 18 meses (FONSECA et al., 2019). Contudo, raças
zebuínas apresentam ser mais tardias que raças taurinas, tendo em vista que mesmo
criadas em condições de clima tropical, raças taurinas demonstram a idade da
puberdade por volta dos 12 a 14 meses (MELLO, 2015).
A partir da puberdade, os machos começam a expressar comportamento
sexual, e o desenvolvimento de sua fisiologia reprodutiva, mas é na maturidade sexual
que o tourinho passa a desempenhar completamente sua função como reprodutor,
que pode levar de 16 a 20 semanas após a puberdade, período marcado pelo aumento
do comprimento dos túbulos seminíferos e da quantidade elevada de produção de
espermatozoides, logo, a maturidade sexual é expressada pelo aumento da
testosterona, aumento do volume corporal e crescimento dos testículos (FONSECA et
al., 2019).
A fertilidade dos touros é usada como um índice de produtividade do rebanho,
a qual é avaliada diretamente pelo número de fêmeas que esse macho é capaz de
montar, sendo mais indicado a proporção de 1 touro para 40 vacas, que está
relacionado a fatores de desenvolvimento testicular e ponderal, capacidade de
produção espermática e precocidade sexual (GUIMARÃES et al., 2011).
Existem ainda fatores ambientais que podem interferir na fertilidade do macho,
o qual acaba sofrendo influência da nutrição, manejo e situações climáticas, que na
maioria dos casos leva à puberdade tardia os candidatos a reprodutores. No Brasil, o
principal fator debilitante é a nutrição dos animais, que sofrem desde o desmame,
apresentando mínimo de ganho de peso e, consequentemente, exibem baixo índice
no escore de composição corporal, o que influencia no desenvolvimento reprodutivo
(MELLO, 2015).

3.5.2 Escore corporal

Uma forma de observar o crescimento além da pesagem na balança é a


observação pela condição corporal ou escore corporal, a qual possibilita avaliar se a
novilha ou vaca encontra-se em condições favoráveis para a prenhez (CAMARGO et
al., 2017).
A avaliação por esse método é dada pela inspeção visual e palpação nas
estruturas anatômicas da vaca, onde é possível determinar em qual estágio de
composição corporal esse animal se encontra. As observações se concentram na
quantidade de tecido muscular e adiposo encontrados em pontos estratégicos, sendo
as costelas, processos espinhosos e transversos das vertebras, vertebras lombares,
base da cauda, sacro, ponta do íleo e o vazio (MACHADO et al., 2008).
São diversas as escalas de escore da condição corporal para ruminantes
descritas na literatura, variando daquelas de 0 a 5, outra de 1 a 5 com acréscimo de
0,25 e 0,50 entre os números inteiros, e ainda as de 1 a 9, sendo que todas essas
escalas podem ser usadas para avaliar tanto o gado de corte quanto o as vacas
leiteiras (MACHADO et al., 2008; FERNANDES; OLIVEIRA; QUEIROZ, 2016).

Escore Avaliação
Processos transversos e espinhosos proeminentes.
Todas as costelas visíveis, cauda inclusa dentro do
1 Caquético ou emaciado
coxal, íleo e ísquio expostos. Atrofia muscular
pronunciada
Ossos salientes, com proeminência dos processos
dorsais, íleos e ísquios. Costelas pouco cobertas,
2 Magro processos transversos visíveis e cauda menos inclusa
nos coxais. Pele firmemente aderida no corpo (pele
esticada).
Suave cobertura muscular com grupos de músculos à
3 Médio ou ideal
vista. Processos dorsais pouco visíveis; costelas quase
cobertas; e processos transversos pouco aparentes.
Sem gordura; superfície macia e pele flexível.
Boa cobertura muscular, tem gordura na inserção da
cauda. As costelas e os processos transversos
4 Gordo cobertos. Regiões individuais do corpo bem definidas,
partes angulares do esqueleto parecem menos
identificáveis.
Ângulos do corpo cobertos, mesmo os salientes, tem
gordura (base da cauda e maçã do peito). Partes
5 Obeso
individuais do corpo difíceis de distinguir. Aparência
arredondada. Este estado é usado para o abate.
Quadro 2: Escores de condição corporal em bovinos (escala de 1 a 5).
Fonte: Adaptado de Machado et al. (2008).

Entretanto, as vacas de produção de leite são por essência menos carnudas


que as vacas de produção de carne, o que motiva uma inspeção minuciosa para
garantir que não sejam aplicadas avaliações errôneas ao seu estado de condição
corporal. No decorrer de trabalhos publicados ao longo dos anos, é observada uma
preferência no emprego das escalas de condição corporal de 1 a 5 (Quadro 2) para
os animais voltados à produção de leite, enquanto a escala de 1 a 9 (Quadro 3) é
relacionada aos animais de produção de carne, e, portanto, deve ser levado em
consideração o tipo de produção quando essas escalas de condição corporal forem
empregadas para avaliar os animais, seja para reprodução ou por identificação de
índices zootécnicos (FERNANDES; OLIVEIRA; QUEIROZ, 2016).

ECC = 1. Debilitada. A vaca está


extremamente magra, sem nenhuma
gordura
detectável sobre os processos vertebrais
espinhosos e os processos transversos,
e sobre os ossos da bacia e as costelas.
A inserção da cauda e as costelas estão
bastante proeminentes.

ECC = 2. Pobre. A vaca ainda está muito


magra, mas a inserção da cauda e as
costelas
estão menos projetadas. Os processos
espinhosos continuam proeminentes,
mas nota-se alguma cobertura de tecido
sobre a
coluna vertebral.
ECC = 3. Magra. As costelas ainda estão
individualmente perceptíveis, mas não
tão agudas ao toque. Existe gordura
palpável sobre
a espinha, sobre a inserção da cauda e
alguma cobertura sobre os ossos da
bacia.

ECC = 4. Limite. A individualização das


costelas é menos óbvia. Os processos
espinhosos podem ser identificados com
o toque, mas percebe-se que estão mais
arredondados. Existe um pouco de
gordura sobre as costelas, sobre os
processos transversos e sobre os ossos
da bacia.

ECC = 5. Moderada. O animal possui boa


aparência geral. A gordura sobre as
costelas parece esponjosa à palpação e
as áreas nos
dois lados da inserção da cauda
apresentam gordura palpável.

ECC = 6. Moderada boa. É preciso


aplicar pressão firme sobre a espinha
para sentir os
processos espinhosos. Há bastante
gordura palpável sobre as costelas e ao
redor da
inserção da cauda.

ECC = 7. Boa. A vaca tem aparência


gorda e
claramente carrega grande quantidade
de gordura. Sobre as costelas sente-se
uma cobertura esponjosa evidente e
também ao
redor da inserção da cauda. Começam a
aparecer "cintos" e “bolas” de gordura.
Nota-se alguma gordura ao redor da
vulva e na
virilha.
ECC = 8. Gorda. A vaca está muito gorda.
É quase impossível palpar os processos
espinhosos. O animal possui grandes
depósitos de gordura sobre as costelas,
na inserção de
cauda e abaixo da vulva. Os "cintos" e as
"bolas" de gordura são evidentes.

ECC = 9. Extremamente gorda. A vaca


está nitidamente obesa, com a aparência
de um
bloco. Os "cintos" e as "bolas" de gordura
estão projetados. A estrutura óssea não
está muito aparente e é difícil de senti-la.
A mobilidade do animal está
comprometida pelo
excesso de gordura.

Quadro 3: Escore de condição corporal (ECC) em gado de corte (escala de 1 a 9).


Fonte: Machado et al. (2008).

No trabalho realizado por Viana et al. (2015) foram analisadas 1.234 vacas
Nelore no sistema extensivo com pastagem de Brachiaria brizantha e suplementadas
com minerais ad libitum. No qual observou-se que os animais magros, ou seja,
aqueles menores do que 2, tiveram uma taxa de prenhez abaixo dos 25%, enquanto
os animais de escore 2 a 2,5 obtiveram 61% no sucesso gestacional. Os animais de
escore 2,5 a 3 alcançaram a marca de 61,25%, enquanto as matrizes de escore acima
de 3 alcançaram a marca de 80,49% de sucesso na inseminação. Tais resultados
demonstram que a condição corporal desses animais pode ser usada como
ferramenta para uma produção mais eficiente. Para ilustrar a atenção ao escore
corporal, o Quadro 4 demonstra em porcentagem os animais que confirmaram
prenhez após serem inseminadas (VIANA et al., 2015).
Escore
N° Inseminações % Prenhez
Corporal
< 2,0 74 24,32

2,0 - 2,5 578 61,25

2,5 - 3,0 541 65,43

> 3,0 41 80,49


Quadro 4: Total de número de inseminações e taxa de prenhez de acordo com o escore corporal.
Fonte: Viana et al. (2015).

O Gráfico 1 demonstra a existência de um ponto no índice de escore corporal


que quando alcançado não justifica mais o aumento na condição corporal, tendo em
vista que a taxa de prenhez segue praticamente a mesma a partir desse ponto. No
Gráfico é possível verificar que até o animal alcançar o nível 3 existe uma crescente
na taxa de prenhez, mas esse número praticamente estagna nos níveis a seguir.
Foram avaliadas 80 vacas Nelore no sistema extensivo com pastagem de Brachiaria
marandu e Cynodon plectostachyus (MORETTO; TÚLIO; JUNIOR, 2018).

Gráfico 1: Relação de escore corporal e taxa de prenhez de vacas multíparas.


Fonte: Moretto; Túlio; Junior (2018).
3.5.3 Estação de monta

Trata-se de uma prática em que as fêmeas aptas para reprodução são expostas
ao macho, inseminação ou transferência de embrião, em um determinado período do
ano, tendo como principal objetivo a concentração de partos em uma época do ano
em que o alimento seja abundante, tendo em vista que no período pós-parto as vacas
possuem maior requerimento de energia, para que alcancem a melhor condição
corporal para serem fertilizadas (VALLE; ANDREOTTI; THIAGO, 2000).
O intervalo de tempo para implantar a estação de monta mais comum no Brasil
vai de outubro a fevereiro, que compreende as estações primavera e verão, onde as
chuvas favorecem a produção de pastagem (OLIVEIRA; SILVA, 2019).
A duração da estação de monta deve ser de 60 a 90 para vacas, e de 45 dias
para novilhas. Para uma melhor taxa de bezerros/matriz/ano, é recomendado que os
animais sejam fertilizados o mais cedo possível após o pós-parto, tendo em vista uma
gestação de 9 meses, e estação de monta de no máximo 90 dias, é possível manejar
os animais para terem intervalos de parto de 12 meses (FERREIRA et al., 2018).

3.5.4 Detecção de cio

Para realizar a fertilização de uma fêmea por inseminação artificial sem uso da
sincronização de estro, é necessária uma observação minuciosa dos comportamentos
expressados por esse animal para identificar o momento ideal para o emprego da
fertilização. A Detecção de cio é importante devido à demanda por alta produtividade
desses animais, quando se perde um cio é preciso esperar 21 dias para o novo ciclo,
na qual é gerado um atraso, acarretando prejuízo financeiro. Para evitar tal situação,
deve-se observar as vacas pelo menos duas vezes por dia por no mínimo uma hora
(MARQUES et al., 2020).
Existem algumas ferramentas que auxiliam a detecção de cio, entre elas, os
rufiões, estes que podem usar o buçal com marcador, que se trata de uma estrutura
posicionada debaixo do arco da mandíbula que libera uma tinta, e quando em contato
com a vaca acontece liberação da tinta, marcando o dorso da vaca para facilitar a
identificação dos animais que estão aceitando monta, característica principal do cio
(OLIVEIRA; JÚNIOR, 2015).
As vacas androgenizadas são animais selecionados, as quais são protocoladas
com administração de hormônios masculinos para adquirirem comportamento
análogo ao do touro, sendo usada da mesma forma que o rufião (OLIVEIRA; JÚNIOR,
2015). Utilizam-se também adesivos de inseminação, que se trata de adesivo
posicionado na base da cauda, e quando ocorre a monta, o mesmo muda de cor.
Ainda se podem utilizar bastões marcadores, os quais são aplicados na base da
cauda, demonstrando se a fêmea aceita monta em caso de modificações na marca
(MARQUES et al., 2020).
O rufião é um macho que não tem condições de fecundar a fêmea, sua
finalidade é justamente a identificação de cio. Para exercer a função, o animal precisa
ser jovem para dispor de libido, de preferência um taurino, tendo em vista que essas
raças apresentam maior libido, entretanto as raças mestiças apresentam a associação
da libido do gado europeu com a resistência dos zebuínos (VIEIRA; PERIN; DIAS,
2015).
A incapacidade do rufião de fecundar e ou realizar a copula nas fêmeas se dá
através de técnicas cirúrgicas, sendo as mais conhecidas: a vasectomia, a
caudepididimectomia bilateral e o desvio do óstio prepucial. As duas primeiras são
técnicas que requerem a penetração, logo, existe a possibilidade de transmissão de
doenças sexualmente transmissíveis. A técnica comumente utilizada é o desvio do
óstio prepucial, no qual o animal ao fazer a monta não consegue penetrar devido ao
pênis estar desviado lateralmente (OLIVEIRA; JÚNIOR, 2015).
Para reprodução é importante o acompanhamento do ciclo estral, que pode
usar duas ferramentas, sendo a ultrassonografia e a palpação transretal, esta última
é bem utilizada tendo em vista os baixos custos de implementação e com possibilidade
de verificar o estágio do ciclo estral, realizar inspeção das estruturas genitais internas
e órgãos ao redor, avaliar a viabilidade fetal e auxiliar no manejo de biotecnologia da
reprodução (STRELCZUK, 2015).
A palpação transretal consiste na introdução da mão no reto, onde consegue-
se palpar estruturas como cérvix, útero e ovário sem introduzir a mão na vagina, que
poderia causar risco de infecção para o animal, enquanto a ultrassonografia possibilita
o diagnóstico precoce da gestação, a qual possibilita avaliar o número de fetos,
identificar a sexagem fetal, a idade gestacional, a confirmação da viabilidade fetal,
presença de folículos, corpo lúteo, corpo hemorrágico e cistos, tendo em vista que se
trata de uma ferramenta mais precisa que a palpação transretal (PUGLIESI et al.,
2017).

3.6 As Biotecnologias na Reprodução Assistida

Tem-se notado ao longo dos anos a necessidade de se adaptar às novas


tecnologias para que venham a alcançar um aumento de produção e produtividade
através da implementação e desenvolvimento de biotecnologias, com ênfase na busca
de custos minimizados (LUSTOSA et al., 2018).
O papel da biotecnologia é fazer com que os animais venham atingir os níveis
adequados de qualidade e produtividade que o mercado tanto exige, justamente
porque as características genéticas dos animais de produção podem ser rapidamente
alteradas utilizando as técnicas biotecnológicas, em comparação aos métodos
convencionais de seleções, na qual o grande objetivo das biotecnologias é produzir
animais mais saudáveis e eficientes (ALENCAR, 2004).
De modo geral, as biotecnologias são utilizadas para diversas aplicações
tecnológicas que fazem uso dos sistemas de organismos vivos, ou parte deles
(FONTES, 2019). Nesse contexto, observam-se os gametas, que são as partes
desses organismos vivos, e os embriões, os quais dão início ao desenvolvimento e
constituem a ferramenta para otimização da produção animal, de modo que os
animais podem transferir suas características genéticas para as próximas gerações
por meio dos gametas, que são os ovócitos e os espermatozoides, onde o embrião é
formado quando o ovócito é fecundado por um espermatozoide, iniciando o
desenvolvimento de um novo indivíduo (HAFEZ, 2004).

3.6.1 Inseminação artificial

Dentro das técnicas reprodutivas, a inseminação artificial foi a primeira a ser


desenvolvida, por volta 1779, o italiano Lazzaro Spallanzani conseguiu inseminar uma
cadela, utilizando uma seringa como instrumento para fazer a transferência do sêmen
para o animal, e através dessa inseminação nasceram três filhotes (OLIVEIRA;
CARDOSO; OLIVEIRA, 2020).
De maneira geral, a inseminação artificial é uma técnica que consiste em
introduzir o sêmen no aparelho reprodutor de uma fêmea, com ajuda de instrumentos
adequados, passando pela cérvix e alcançando o útero até que os espermatozoides
fertilizem os ovócitos (SANTOS, 2016).
Essa técnica é extremamente usada na reprodução animal, a qual tem impacto
grande na multiplicação dos rebanhos, e na melhoria da qualidade dos rebanhos, uma
vez que se pode disseminar em uma velocidade grande o material genético de um
reprodutor (BARBOSA; MACHADO, 2008).
A pecuária bovina tem utilizado essa técnica em busca das vantagens que a
mesma traz consigo, na qual um touro tem potencial de transferência de material
genético capaz de inseminar 100.000 mil fêmeas durante a vida útil, o que demonstra
o grande potencial de disseminação dessa genética (SANTOS, 2016).
A coleta do sêmen constitui a primeira operação a ser efetuada. Existem várias
formas de coletar o sêmen, sendo a vagina artificial, que no momento da monta com
a manequim é usada, a qual simula a temperatura, espessura e pressão da vagina da
vaca. Outras formas são a criação de fístulas ou punção direta no testículo, e ainda a
estimulação da ejaculação através de eletricidade (SILVA, 2020b).
No laboratório ocorre tratamento do sêmen, o qual passa por avaliação para
verificação de características e propriedades através do controle de qualidade, sendo
exames conclusivos para permitir a diluição do sêmen e sua posterior utilização, ou a
eliminação (ALVES, 2014).
Dentre os procedimentos temos a avaliação microscópica, que avalia o volume,
cor, aspecto, pH e cor do ejaculado, enquanto a avaliação microscópica trata de
observar a motilidade, morfologia, concentração, turbilhonamento e vigor dos
espermatozoides (SOUZA et al., 2020).
O volume seminal é avaliado após a coleta e aceita variação de 0,5 a 20 ml,
com média geral de 5 ml, levando em consideração a raça, idade e frequência de
trabalho do reprodutor; a cor do sêmen deve variar de branco ou branco-perolado; o
odor deve ser sui generis, ou seja, imperceptível; o pH deve variar entre 6,5 a 6,9; o
aspecto é caracterizado pela aparência, a qual pode ter a densidade muito densa,
densa, pouco densa e aquosa; a concentração é avaliada por espectrofotômetro, o
qual contabiliza as células por centímetro cúbico; a motilidade é avaliada pela
quantidade de gametas móveis, a qual é classificada de 1 a 5 com valor de 20% de
espermatozoides em movimento para cada grau, sendo o ideal acima do 4 graus; o
turbilhonamento avalia os gametas em forma de onda, sendo classificados de 0 a 5;
o vigor é determinado pela velocidade de movimento das células reprodutivas, e os
graus de avaliação podem ser vistos no Quadro 5 (SANTOS et al., 2018).

Grau Propulsão e velocidade dos espermatozoides


0 Estático – morto
1 Moribundos – péssimos
2 Lento – ruim
3, 4 e 5 Bons
Quadro 5: Classificação da velocidade dos espermatozoides.
Fonte: Santos et al. (2018).

A partir de 1949, os trabalhos do Dr. Polge demonstraram a possibilidade de


congelar o sêmen pela adição do glicerol, este que se tornou o primeiro crioprotetor
da história (CASTRO et al., 2011). A técnica do congelamento permite a estocagem
do material em armazenamento por um período indefinido, o que facilita a logística e
o uso de sêmen. Quando descongelado, o material prossegue com seus processos
fisiológicos naturalmente, e posteriormente pode ser usado para inseminação artificial,
fecundação in vitro, entretanto, haverá uma diminuição na fertilidade se comparada
com o sêmen fresco (LEITE et al., 2011).
No congelamento, o sêmen é envasado nas palhetas plásticas, essas que são
colocadas dentro de botijões com nitrogênio líquido a uma temperatura de -196ºC,
sendo que a técnica depende de cuidados específicos, que se resume basicamente
na melhor escolha do crioprotetor, os quais são compostos responsáveis por substituir
a água intracelular e estabilizar as membranas, onde deve ser feito o controle dos
volumes das concentrações destes compostos (MARTINS et al., 2009).
Existem dois tipos de crioprotetores, os intracelulares, que possuem baixo peso
molecular, tornando-se os de maior capacidade em penetrar as células, e ainda
possuem alta solubilidade e capacidade de formar ligações entre o hidrogênio e a
água, evitando a formação de cristais de gelo no meio intracelular. Esses
crioprotetores são a base de principalmente de glicerol (ZANDONAIDE, 2018).
O segundo tipo de crioprotetor é extracelular, composto por moléculas de alto
peso molecular, as quais não penetram a membrana celular, e agem aumentando a
osmolaridade do meio extracelular, ou seja, vão aumentar a quantidade de partículas
dissolvidas no interior da célula, e com isso vão forçar as moléculas de água presente
a passarem para o meio extracelular, impedindo a formação de cristais de gelo no seu
interior, assim como os crioprotetores intracelulares. Esses crioprotetores
extracelulares são a base de açúcares, lipoproteínas e aminoácidos (ZANDONAIDE,
2018).
Um dos grandes avanços observados nos últimos anos foi a possibilidade de
fazer a separação por sexo dos gametas, chamada de sexagem de espermatozoides,
que divide os espermatozoides que carregam o cromossomo X entre os que carrega
o cromossomo Y, na qual o material é tratado com o marcador fluorescente e passado
pelo citômetro de fluxo, onde a intensidade de fluorescência é maior no cromossomo
X, fazendo com que seja detectada, e o citômetro consegue, por meio dessa
intensidade maior de florescência, separar as duas populações X e Y com eficiência
de cerca de 90% na sexagem (SCOTT et al., 2018).
Um estudo realizado com vacas Nelore de escore corporal 2,5 a 3 demonstrou
que existe uma diferença nas taxas de concepção utilizando o sêmen sexado. Vacas
que receberam o sêmen sexado obtiveram 23% na taxa de prenhez, enquanto
aquelas que receberam o sêmen convencional alcançaram 46,45% de concepção,
sendo que a baixa fertilidade dos espermatozoides sexados é provavelmente derivada
da diluição do sêmen, exposição ao laser-ultravioleta, pressão e carga elétrica. Dessa
forma, o custo para produzir bezerros sexados é maior do que os produzidos de forma
convencional (MEIRELLES et al., 2008).
Outro avanço importante que houve nessa área foi o desenvolvimento de
protocolos de combinações hormonais que permitem o controle do momento da
ovulação, a qual facilita o momento da inseminação, e tem sido um motivo de
aumentos no uso dessa tecnologia por parte dos produtores (OLIVEIRA; SILVA JR;
CAVALCANTE, 2018).
É importante determinar o momento ideal para inseminação na vaca, tendo em
vista que alguns fatores determinam a capacidade de sobrevivência dos
espermatozoides nos órgãos sexuais femininos, sendo a necessidade da maturidade
dos espermatozoides, o tempo de maturidade do óvulo, e sua passagem pelo oviduto,
levando em consideração que a média que as vacas permanecem no cio é cerca de
18 horas, e ovulam 14 horas depois, tendo a vida do óvulo de 6 a 10 horas (SARTOR,
2017).
As vantagens da utilização de inseminação artificial são o ganho genético
produzido pelo uso de sêmen de touros eficientes e provados com preço acessível,
prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, protegendo tanto o touro quanto
a matriz, cruzamentos entre raças apenas com o sêmen. Existem ainda as vantagens
em relação à padronização do rebanho, observação do histórico do touro doador,
possibilidade de usar sêmen de touros que morreram e ainda diminuem as chances
de acidentes durante o manejo (FONSECA, 2018).
Entretanto, é pertinente salientar algumas limitações da técnica, sendo que os
animais devem estar ciclando, ou seja, se o anestro por algum motivo for prolongado,
não é possível realizar a técnica, bem como em animais com a puberdade tardia, e
ainda ligado à falha na observação do cio. Todos esses fatores limitam o desempenho
reprodutivo nos rebanhos (SILVA; MELLO; PALHANO, 2021).
O sucesso da inseminação artificial abriu caminho para outras tecnologias
reprodutivas, como no caso da transferência de embriões, onde o primeiro relato
dessa técnica data de 1890, com primeiro nascimento de coelhos, depois em 1930
com ovinos, em 1934 com os primeiros caprinos nascidos na transferência e 1951 os
primeiros bovinos (SILVA, 2020c).

3.6.2 Transferência de embriões

A transferência de embriões aumenta o número de descendentes de uma


fêmea de alta qualidade genética, o animal precisa passar por um processo de
múltiplas ovulações, que se trata de um tratamento hormonal que ela recebe para
aumentar ao máximo o número de ovócitos (TEIXEIRA et al., 2014).
A partir desse tratamento, a fêmea é inseminada, e em seguida é realizada a
coleta dos embriões por via transcervical por circuito fechado, onde o animal é
tranquilizado e permanece em estação com uso de acepromazina 1% e ainda
recebem anestesia epidural caudal baixa com lidocaína 2% para promover maior
relaxamento da musculatura lisa dos órgãos a ser manipulados (PAZZIM, 2021).
Passa por uma lavagem, injetando soluções fisiológicas e retirando até a recuperação
dos embriões, que serão encaminhados para receptora, a qual dará continuidade à
gestação (SILVA, 2020c).
As doadoras dos embriões podem ser selecionadas de acordo com sua
genética, fenótipo ou por estima do produtor, entretanto, a seleção deve passar por
critérios de avaliação que são responsáveis pela eficiência da técnica de transferência
de embriões, em que pode-se listar: sistema reprodutor livre de enfermidades e com
pelo menos apresentação de 2 ciclos estrais; avaliação do histórico reprodutivo; ter
60 dias desde o ultimo parto; animal livre de estresse, devido a ineficácia do
tratamento hormonal em vacas estressadas; e ainda as condições de escore corporal
de no mínimo 3 na escala de 1 a 5 (PAZZIM, 2021).
As vacas receptoras são as responsáveis por manter a gestação e alimentar os
bezerros até o desmame. Dessa forma, esses animais devem ser selecionados
levando em consideração a apresentação de ciclo estral regular, que sejam primíparas
ou tenham no mínimo 60 dias do último parto, e que possuírem ECC de 3. Essas
fêmeas são avaliadas por exame clínico geral, e posteriormente por exame específico
no sistema reprodutor afim se descartar aquelas que apresentem alguma alteração
patológica de má formação ou adquirida. Ainda devem ser vacinadas contra raiva,
aftosa, clostridiose, leptospirose, rinotraqueite e diarreia viral. Terem resultados
negativos para tuberculose, brucelose e leucose enzoótica, e estarem com controle
de parasitas de forma apropriada (PAZZIM, 2021).
Os protocolos empregados na transferência de embriões têm por objetivo
conseguir o máximo de ovócitos e embriões para aumentar a probabilidade de as
vacas receptoras manterem a gestação, onde as receptoras podem passar pelo
tratamento hormonal a cada 60 dias em um período de 1 a 2 anos de serviço
(SANTOS, 2017).
A técnica consiste em estimular a onda folicular com administração de FSH, o
qual deve ser usado antes da dominância folicular seja estabelecida no ciclo estral,
ou seja, o hormônio folículo-estimulante quando em altas concentrações tem efeito de
crescimento simultâneo dos folículos, impedindo o efeito inibitório do folículo
dominante, o qual causaria atresia dos demais folículos (OLIVEIRA et al., 2014).
Os usados no protocolo de superovulação são o FSH extraído de suínos,
ovinos, equinos, ou gonadotrofina coriônica equina (eCG), esta que apresenta meia
vida maior que o FSH, a qual dispensa múltiplas aplicações, tornando o processo
menos oneroso (SANTOS, 2017).
Após a coleta, os embriões são classificados morfologicamente, a qual
diferencia os ovócitos dos embriões, e ainda avalia a qualidade e estágio de
desenvolvimento do embrião com os seguintes discernimentos: compactação dos
blastômeros entre si; ausência de fragmentos celulares aderidos à zona pelúcida;
ausência de vacúolo no embrião e fragmentos celulares no espaço perivitelíneo;
integridade da zona pelúcia; uniformidade da membrana celular; proporcionalidade
entre o embrião e o espaço perivitelíneo; tonalidade escura e uniforme; aparência
clara e nítida dos blastômeros e simetria dos blastômeros (PAZZIM, 2021).
A classificação pode ser: código 1 ou excelente, a qual abrange os embriões
esféricos e simétricos, uniformidade dos blastômeros, coloração homogênea e zona
pelúcida sem concavidades; código 2 ou regular, na qual os embriões possuem
irregularidades na massa, densidade, tamanho e cor de até 50%; código 3 ou pobre,
o qual apresenta embriões com maiores irregularidades na densidade, cor e tamanho
de até 75%; código 4 ou morto, que abrange as células inviáveis e devem ser
descartadas; e ainda os oócitos não fecundados (IETS, 1998).
Para melhorar os resultados da transferência de embriões, as receptoras
devem estar com um corpo lúteo funcional no momento da inovulação, a qual pode
ser de forma natural, ou por manipulação do ciclo estral, tendo em vista a
previsibilidade dos eventos em relação ao aumento da concentração plasmática de
progesterona (FILHO et al., 2013).
O embrião deve ser inovulado com auxílio de aplicador no terço médio final do
corpo uterino, onde apenas os embriões com classificação até o grau 3 devem ser
inovulados (PENITENTE FILHO et al., 2014).
Os embriões excedentes podem ser criopreservados em palhetas de 0,25 ml
com crioprotetor em botijões de nitrogênio líquido, devidamente identificado com
informações do pai e da mãe, empresa responsável e data do congelamento. A
armazenagem com essa técnica para o metabolismo do embrião, o qual permanece
viável após o descongelamento e poderá ser usado para transferência em receptoras
por tempo indeterminado (PAZZIM, 2021).
3.6.3 Produção in vitro de embriões

Essa biotecnologia é caracterizada por fazer o intercâmbio entre os gametas


do macho e da fêmea fora no sistema reprodutor, permitindo a formação de um novo
indivíduo, sendo que, para tal, a técnica exige etapas claras para o processo, sendo
a coleta dos ovócitos, maturação in vitro, fecundação in vitro e cultivo in vitro (MELLO
et al., 2016).
Para produção in vitro de embriões, os ovócitos que serão fertilizados são
obtidos a partir de aspiração dos folículos ovarianos de uma vaca in vivo com auxílio
de ultrassom, que pode ser feita a cada 15 dias ou mensalmente, sem necessidade
de protocolo hormonal, ou podem ser obtidos por meio de ovários vindos de animais
quem foram abatidos ou sofreram mortes súbitas (SOUZA; ABADE, 2019).
Após serem coletados, os embriões são classificados, na qual é determinado a
qualidade dessas células de acordo com IETS (1998). Em seguida é feita a maturação
in vitro dos oócitos, que inicia imediatamente após a retirada da célula do ambiente
folicular, na qual o oócito continua a MEIOSE I através das etapas de metáfase I,
anáfase I e telófase I sendo concluída com a expulsão do primeiro corpúsculo polar,
quando a MEIOSE II se inicia e para na etapa de metáfase II a qual só é retomada
com a penetração do espermatozoide durante a fertilização, quando o segundo
corpúsculo polar é expulso (SOUZA; ABADE, 2019).
O tempo para a maturação dos oócitos variam de 18 a 24 horas, sendo que o
rompimento da vesícula germinativa ocorre em torno de 7 a 12 horas, a metáfase em
12 a 15 horas e a metáfase II depois das 18 horas durante a etapa de fertilização in
vitro, sendo mantidos em atmosfera controlada, entretanto, o processo pode ser
afetado por fatores como o pH, osmolaridade, tensão dos gases, temperatura e
células somáticas (PEIXER et al., 2018).
Os gametas masculinos devem passar por capacitação, na qual é empregada
a heparina, que facilita a formação de vesículas no acrossomo, as quais são
responsáveis por romper a barreira da zona pelúcida, e ainda é administrado
penicilamina, hipotaurina e epinefrina, as quais contribuem para maior atividade
espermática, facilitando a penetração (SILVA et al., 2017).
Com a finalidade de retirar substâncias tóxicas, espermatozoides mortos e
crioprotetores, os espermatozoides são selecionados através de um processo de
centrifugação utilizando o Gradiente de Percoll, que visa recuperar grande parte dos
espermatozoides viáveis sem produzir alterações espermáticas (GOUVEIA, 2011).
Na fecundação in vitro o oócito é colocado em uma placa petri com meio de
fecundação, e em seguida é adicionado o sêmen com os espermatozoides
capacitados em volta dos oócitos, onde vão permanecer por cerca de 18 a 24 horas,
com atmosfera de 5% de CO2, temperatura controlada a 38,5ºC e umidade saturada
(SILVA et al., 2017).
A fecundação ocorre quando os espermatozoides penetram as capas celulares
que rodeiam o oócito, que segue com a formação dos pró-núcleos e, posteriormente, o
zigoto (PEIXER et al., 2018). Em seguida, o zigoto é cultivado in vitro até o estágio de
blastócito, sendo que após 18 a 22 horas da fecundação o oócito é transferido para o
meio de cultivo, que pode ser o meio Fluido De Oviduto Sintético (SOF), que é similar
do fluido de ovidutos de vacas, onde ficará em desenvolvimento de 7 a 9 dias com
atmosfera controlada, passando por todos os processos de clivagem, genoma
embrionário ativado, compactação dos blastômeros, caracterização da distinção
embrionária, concepção e dilatação da blastocele e quebra da zona pelúcida (SOUZA;
ABADE, 2019).
Durante o cultivo, os embriões passam por classificação de acordo com seu
estágio de desenvolvimento, sendo a mórula, blastocisto inicial, blastocisto,
blastocisto expandido, blastocisto em eclosão e blastocisto eclodido, que podem ser
criopreservados ou transferidos paras receptoras da mesma forma como na técnica
de transferência de embriões (PEIXER et al., 2018).

3.7 Controle Farmacológico do Ciclo Estral de Bovinos

Para facilitar o manejo na inseminação artificial, foi desenvolvida a técnica de


controle farmacológico do ciclo estral nos bovinos, que engloba a inseminação artificial
por tempo fixo e a transferência de embriões por tempo fixo, a qual é fundamentada
pelo emprego de hormônios com o objetivo de alcançar três premissas, sendo elas a
sincronização da emergência folicular pela ovulação induzida (GnRH) ou através da
atresia folicular (estradiol E2 + progesterona P4), o controle da fase luteal pelo emprego
de PGF2α, a indução do crescimento folicular através do uso de FSH ou eCG, e ainda
o controle da ovulação ao ser administrado GnRH ou E2 (SANTOS et al., 2012).
Dentre as vantagens na utilização da sincronização de cio, são citados: a
diminuição do intervalo de parto, na qual é possível inseminar a matriz no início da
estação de monta; aumento na taxa de concepção, por não depender da observação
de cio; otimização da mão de obra, diminuindo as horas trabalhadas com inspeção e
inseminação; planejamento dos partos e reposição de fêmeas; e potencializando o
emprego de biotecnologia (SILVA; MELLO; PALHANO, 2021).

3.7.1 Hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH)

É um hormônio que pode induzir a liberação de LH em apenas 15 minutos


depois de ser ministrado, o que provoca um pico de LH pré-ovulatório, induz a
ovulação ou pode causar a luteinização de algum folículo dominando presente na
aplicação, e se aplicado depois da ovulação vai induzir uma nova onda folicular de
forma sincronizada (D’AVILA et al., 2019).
O GnRH usado no lugar do estradiol provoca um aumento no tamanho dos
folículos, entretanto, parece não prover uma maior taxa de prenhez, sendo mais
indicado o uso do estradiol devido ao aumento dos custos em se utilizar o GnRH
(FERRAZ et al., 2013). Quando usado do dia 0, a ovulação proporcionada pelo GnRH
só acontecerá na presença de folículos responsivos, ou seja, se aplicado em outro
momento, não ocorrerá a ovulação (CAMPOS et al., 2016).

3.7.2 Gonadotrofina coriônica equina (eCG)

Esse hormônio age nos ovários, ligando-se nos receptores de LH e FSH, o qual
tem como principal função a luteinização de folículos anovulatórios, fazendo o
crescimento e maturação final, que por consequência gera corpos lúteos acessórios,
além de estimular a ovulação do folículo dominante (MURPHY, 2018). O objetivo de
seu uso é promover maior desenvolvimento folicular, maturação do ovócito e produção
de estradiol (BARREIROS et al., 2014).
A utilização desse hormônio pode ser indicada nos casos de animais com o
índice de escore corporal baixo, tendo em vista que o protocolo que inclui a
gonadotrofina coriônica equina apresenta resultados semelhantes em diferentes
escores corporais, tendo em média 50,2% de concepção, graças ao aumento da
pulsatilidade de LH que esse hormônio provoca nos animais magros (DIAS et al.,
2013).

3.7.3 Progesterona (P4)

A progesterona é um hormônio secretado pelas células luteais do corpo lúteo,


a qual suprime a liberação de LH e mantém a gestação, e dada essa função, a mesma
é usada nos protocolos de sincronização estral de forma lenta e contínua com auxílio
de dispositivos intravaginais (CEREZETTI et al., 2019).
As concentrações de progesterona encontradas nos dispositivos intravaginais
são suficientes para que o animal receba em 10 dias ou mais as mesmas
concentrações plasmáticas com dosagem de no mínimo 2ng/ml, os quais podem
ainda ser usados por até 3 vezes sem afetar o desempenho da fertilidade do animal.
Paralelamente é aplicado éster de estradiol com o objetivo de recrutar novos folículos
(NETO et al., 2009).

3.7.4 Estradiol (E2)

É usado nos protocolos de sincronização devido à eficiência em sincronizar a


emergência de uma nova onda de folículos quando usado junto com a progesterona,
tendo em vista que o estradiol realiza a supressão do FSH, que por consequência
impede o crescimento folicular (SÁ FILHO et al., 2011).
No dia 0, ou seja, no início do protocolo, são administrados o estradiol e a
progesterona com o objetivo de impedir que o hormônio folículo-estimulante seja
secretado, o que impede o crescimento dos folículos persistentes, favorecendo a
atresia, o que abre espaço para que novos folículos sejam recrutados, em um período
de 3 a 4 dias após metabolizado (SÁ FILHO et al., 2010).
O estradiol quando aplicado sozinho induz a liberação de GnRH e LH, os quais
estimulam a ovulação do folículo dominante. Os principais agentes utilizados são o
cipionato de estradiol (CE), benzoato de estradiol (BE), valerato de estradiol (VE)
(D’AVILA et al., 2019).

3.7.5 Prostaglandina (PGF2α)

A PGF2α tem o efeito luteolítico, o qual possibilita maior ênfase na expressão


do estro, entretanto, possui baixa eficiência quando administrada antes do dia 5 do
ciclo estral, por não existir uma resposta adequada do corpo lúteo. A aplicação desse
hormônio tem por objetivo promover a lise do corpo lúteo, que é produtor de
progesterona, e essa tem por função inibir a formação de ondas foliculares através de
supressão da secreção de GnRH. O momento ideal para aplicação desse hormônio
está em torno de 6 a 7 dias após o início do protocolo à base de progesterona (SILVA
et al., 2011).

3.7.6 Protocolos para sincronização do estro

Existe uma grande variedade de protocolos voltados ao sincronismo do estro,


os quais têm por objetivo a previsibilidade do momento do cio, que seria a ocasião
ideal para realizar a inseminação ou a transferência de embriões (AZEVEDO et al.,
2014).
O protocolo Ovsynch foi desenvolvido com base no controle do corpo lúteo com
a utilização dos análogos de GnRH e PGF2α. No primeiro desse protocolo é aplicado
100ug de GnRH, que causa sincronização da onda de crescimento folicular por
estimular a ovulação ou luteinização do folículo. No sétimo dia é aplicada 35mg de
PGF2α, provocando luteólise e queda na concentração de P4. No nono dia é aplicada
mais 100ug de GnRH, o que induz pico de LH e sincroniza a ovulação. A inseminação
deve ser feita de 12 a 24 horas depois da aplicação do GnRH do nono dia, sendo que
a taxa de prenhez desse protocolo chega próximo dos 50% (PURSLEY et al., 1995).
A partir do estabelecimento do protocolo Ovsynch vários trabalhos trataram de
experenciar formas de otimizar os resultados desse protocolo, sendo os Presynch
aqueles que estudaram a pré-sincronização, os Heatsynch, aqueles que substituíram
o GnRH pelo estradiol, e aqueles que realizam a inseminação imediatamente após
aplicação de GnRH são chamados de protocolos COsynch. Entretanto, essas
variações de Ovsynch não obtiveram sucesso significante em relação à taxa de
gestação do Ovsynch clássico (AZEVEDO et al., 2014).
Os protocolos mais disseminados na atualidade são aqueles à base de E2 e
P4, os quais podem fazer uso do dispositivo intravaginal com P4 junto com aplicação
de E2 no D0, dando início a uma nova onda folicular, com retirada do dispositivo
intravaginal variando entre os dias 7, 8 ou 9, que vai ser aplicado em associação à
PGF2α, a qual estimula a luteólise, diminuindo a concentração de P4 circulante, e
após 24 horas é aplicada novamente E2, que estimula o pico de LH para sincronizar
a ovulação, sendo que a inseminação será realizada de 30 a 36 horas após aplicação
do E2 (GALVÃO, 2021).
Em um experimento com 2.354 vacas leiteiras cruzadas de holandesa com
zebu, foi desenvolvido um protocolo onde no D0 é usado o dispositivo intravaginal de
1,9 g de P4 junto com aplicação de 2 mg de CE, e no D7 é feita aplicação de 25 mg
de dinoprost trometamina, no D9 é retirado o dispositivo e aplicada mais uma dose de
1 mg de CE, e no D11 é realizada a inseminação artificial. A taxa de concepção nesse
estudo foi de 86,6% (CARDOSO; PESCARA; VASCONCELOS, 2006).
Outro estudo fez uma modificação nesse protocolo, aplicando apenas 12,5 mg
de dinoprost trometamina no D7, levando em consideração que o restante do
protocolo foi realizado da mesma forma que a anterior. A taxa de concepção desse
experimento foi de 48,64% (BARBOSA et al., 2011).
A sincronização de vacas Girolando foi realizada com o protocolo de aplicação
de 2 mg de BE junto com o uso do dispositivo intravaginal com 750 mg de P4 no D0.
Aplicação de 150 μg de Dcloprostenol, 300 UI de eCG e remoção do dispositivo
intravaginal no D8. No D9 foi aplicada 1 mg de BE, e no D11 as vacas foram
inseminadas. A taxa de concepção foi em torno de 35% (PINHEIRO NETO et al.,
2015).
Vacas de corte da raça Montana foram protocoladas com 2 mg de BE junto com
dispositivo intravaginal com 1 g de P4 no D0, e com remoção do dispositivo junto com
aplicação de 500 μg de cloprostenol sódico no D8, sendo que no D9 foi aplicado 1 mg
de BE, seguida pela inseminação do D10. A taxa de concepção total foi de 50,9%,
entretanto alcançou até 63,6% em vacas com escore corporal de 3 a 4,5
(GOTTSCHALL et al., 2012).
O protocolo usado em vacas de corte da raça Nelore foi iniciado com 2 mg de
BE junto com dispositivo intravaginal com 1 g de P4 no D0, seguida da remoção do
dispositivo e aplicações de 500 μg de cloprostenol sódico, 0,6 mg de CE e 300 UI de
eCG no D8 e realizando a inseminação no D9. A taxa de concepção foi de 57,47%,
entretanto, esse estudo demonstrou que o diâmetro do folículo ovulatório influencia
na taxa de prenhez, tendo em vista que a média do diâmetro folicular das não
gestantes foi de 11,27±2,75, enquanto as gestantes apresentaram média de
13,33±2,40, essa diferença na taxa de prenhez é explicado devido as menores
concentrações de estradiol durante a ovulação das vacas que apresentam menor
diâmetro folicular, enquanto as maiores possibilitam ao espermatozoide maior
longevidade ao diminuir o pH uterino devido as maiores concentrações de estradiol
(RIBEIRO FILHO et al., 2013).
Portanto, a escolha dos hormônios usados nos protocolos tem impacto direto
na eficácia da técnica, sendo indispensável um planejamento prévio para a
implantação do controle do estro por parâmetros zootécnicos como índice de escore
corporal, manejo, início da estação de monta e sanidade dos animais (SILVA; MELLO;
PALHANO, 2021).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, ficou evidente que, para se tornar um rebanho bovino


eficiente no manejo reprodutivo, é essencial o estabelecimento de práticas e técnicas
voltadas à reprodução assistida do animal. Para evidenciar isso, o estudo revelou
práticas de manejo que conseguem determinar a melhor estação do ano para as vacas
serem fertilizadas, bem como a melhor época para os partos, e, com isso, trazendo
mais rentabilidade à criação devido à diminuição do intervalo entre partos.
Ainda foi constada que o uso de biotecnologias agrega valor imenso aos
rebanhos, por causa da facilidade do emprego de genética superior aos planteis, bem
como a padronização dos animais, e, ainda, por conseguirem fertilizar uma grande
quantidade de fêmeas em um pequeno intervalo de tempo. No entanto, um dos
grandes causadores de baixa eficiência reprodutiva apresentados por essa revisão foi
a não observação do cio, que causou atrasos na fertilização, tornando o processo
menos eficiente e mais oneroso. Entretanto, este estudo apresentou a sincronização
de cio como ferramenta para remediar tal problema.
Das biotecnologias apresentadas, foi verificado que a inseminação artificial se
mostrou muito eficaz no quesito de transferência de genética, e, quando aliada com o
controle do ciclo estral através de fármacos, foi constatado um aumento nos índices
zootécnicos, como a taxa de prenhez. Foram estudados diversos protocolos de
fármacos com o objetivo de sincronizar o cio das vacas, e essa análise evidenciou que
protocolos à base de estradiol e progesterona apresentaram melhor eficácia em
relação à taxa de concepção, foi de até 86,6% de prenhez confirmadas.
Além disso, pode-se notar que as taxas de prenhez estavam ligadas
diretamente ao estado em que o animal se encontrava no momento da fertilização,
em que as condições corporais das vacas demonstram ser uma importante ferramenta
na busca pela maior eficiência reprodutiva.
Portanto, percebe-se que a abordagem das práticas e tecnologias citadas neste
estudo podem auxiliar o produtor ou profissional técnico a introduzir novas
perspectivas a respeito da reprodução assistida em bovinos nas propriedades, bem
como novos estudos são sugeridos a respeito dos análogos de hormônios, a fim de
se elevar a eficácia dos protocolos utilizados na reprodução assistida de bovinos.
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