Aula 06 Piscicultura

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PISCICULTURA

Aula
Sanidade na Piscicultura
06

PROFESSOR DR. BRUNO FERREIRA


PRINCÍPIOS DA SANIDADE

• Monitoramento da qualidade da água


• Nutrição adequada
• Práticas de manejo adequadas
• Evitar estresse
• Manejo sanitário: conhecer as doenças e os métodos de prevenção

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FATORES QUE FAVORECEM O SURGIMENTO
DAS DOENÇAS EM PEIXE DE CULTIVO

1 - Inadequação do sistema de cultivo


2 - Rações não apropriadas para as espécies
3 - Baixa resistência
4 - Introdução de espécie exótica sem o rigor da importação
5 – Policultivo
6 – Consanguinidade
7 - Inadequação da temperatura para a espécie
8 - Mudanças bruscas de temperatura
9 - Mudanças bruscas de pH
10 - Água de má qualidade
11 - Manuseio indevido dos animais
12-Situações que culminem em sobrecarga (estresse), captura, transporte,
altas densidades, temperatura, fatores químicos, irritações de qualquer
classe, reprodução e alimentação
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PATÓGENOS X SAÚDE DOS PEIXES

 Patógenos = Parasitos, bactérias, fungos e vírus


 Mesmos patógenos em peixes de cultivo e da natureza
 Exceções: introdução de parasitos ou doenças de outras
regiões
 Equilíbrio patógeno, hospedeiro e ambiente

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AUMENTO DO GRAU DE ESTRESSE

Peixe Baixo crescimento Doenças Morte


saudável Comprometimento oportunistas
reprodutivo

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COMO O PEIXE RESPONDE À ENTRADA
DE UM PATÓGENO NO CORPO?

Infecção Reinfecção

Imunidade Imunidade Memória


não-específica Específica Imunológica

Sem doença Doença Recuperação Proteção contra


doenças

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SISTEMA IMUNOLÓGICO
NÃO-ESPECÍFICO
• Barreiras naturais: Pele (escamas) e Muco

Patógenos
Muco e seus componentes

Superfície das células epiteliais


Células mucosas

Ilustração da superfície da pele dos peixes.


Fonte: Leatherland e Woo, 2006.
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SISTEMA IMUNOLÓGICO
NÃO-ESPECÍFICO

• Pele e Escamas
• Primeira linha de defesa.
• Barreira física contra entrada de patógenos.

• Importância:
• Manutenção da integridade da pele. Evita injúrias.

• Cuidados: manejo de rotina, despesca, transporte.

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SISTEMA IMUNOLÓGICO
NÃO-ESPECÍFICO
• Muco
• Previne a entrada de microrganismos na pele, brânquias e trato
gastrointestinal.
• Previne a aderência de bactérias nas células epiteliais.

• Componentes do muco:
• anticorpos naturais, lizosimas, complemento.

• Cuidados no manejo.

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FATORES QUE AFETAM SISTEMA
IMUNOLÓGICO
• Temperatura: mecanismos de defesa são temperatura
dependentes.
• ↓ desaceleram os processos metabólicos
• ↑ deprime funções imunes

• Dieta:
• Balanceada: essencial para estruturação dos
mecanismos de defesa.
• Micronutrientes: vitaminas antioxidantes (C e E) – propriedades
imunomodulatórias em altas doses.

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FATORES QUE AFETAM SISTEMA
IMUNONÓLOGICO
• Poluentes, drogas e metais pesados:
• imunossupressores.

• Estressores:
• Transporte, despesca, manejo de rotina, má qualidade da
água, perturbações no ambiente.
• Imunossupressão: efeito secundário do estresse.
• Depleção de linfócitos no sangue e órgãos linfóides.

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MANEJO SANITÁRIO (BPMS)

Conjunto de princípios, normas e técnicas que, aplicadas


sistematicamente em uma propriedade piscícola, têm como resultado um
aumento da produção de ovos, pós-larvas, larvas e alevinos saudáveis e
de qualidade, além de alimento mais seguro para o consumidor.

• Objetivos:
• » Cuidar da saúde humana (melhorar as condições dos
trabalhadores)
• » Cuidar da saúde dos animais cultivados
• » Proteger o meio ambiente

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DOENÇAS SÃO ENTRAVES NA PRODUÇÃO DE PEIXES
PRINCIPAIS CAUSAS:

 Erros de manejo:
» Excesso ou escassez de alimento,
» Baixa qualidade do alimento,
» Manejo inadequado da água e dos peixes,
» Falta de informações relacionadas ao cultivo de peixes.

 Fatores externos:
» Fotoperíodo, temperatura, eventos de friagem, excesso
ou escassez de chuvas, insolação.

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VISÃO INTEGRADA DA PISCICULTURA

Manejo Meio
Ambiente
Sanidade Nutrição Genética

Ilustração fonte: Hernández e Nunes,2000.

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RECOMENDAR AO PRODUTOR

Agir de forma preventiva ao invés de esperar pelo


aparecimento de doenças!

As atividades conduzidas numa piscicultura devem ser bem planejadas,


executadas com acompanhamento, objetivando manter sempre a boa
condição de saúde dos animais cultivados.
» Detectar problemas no início.
» Identificar causas.
» Evitar o uso de drogas como agente terapêutico.
» Grande parte das doenças, depois de instalada, é de difícil ou sem
controle.

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MEDIDAS DE BIOSSEGURIDADE

 Aquisição de animais
- Quarentena
- Isolamento
- GTA
- Monitoramento da água
- Limpeza e assepsia do viveiro
- Armazenamento correto da ração
- Monitoramento sanitário
- Retirada de animais mortos
- Uso de medicamentos
- Limpeza e desinfecção de equipamentos e utensílios

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 Próxima à
entrada da
piscicultura
 Área isolada
dos viveiros da
propriedade
 Abastecimento
Entrada da
e esgotamento
piscicultura
de água
independentes
Imagem: Estação de Piscicultura de Balbina. 17
MONITORAMENTO SANITÁRIO

 Dentro da criação:

» Não aplicar densidades de estocagem elevadas


» Realizar visitas mais frequentes aos viveiros
» Retirar animais mortos
» Diagnóstico precoce de doenças: envio de amostras para
laboratórios periodicamente ou quando se observa qualquer
alteração suspeita nos peixes

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MONITORAMENTO SANITÁRIO

Transmissão de doenças na piscicultura


TRANSMISSÃO VERTICAL

Reprodutores
Matrizes

Alevinos Ovos
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MONITORAMENTO SANITÁRIO

TRANSMISSÃO HORIZONTAL

Contato direto

Animais sadios
Peixes, utensílios ou
rações contaminados

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MONITORAMENTO SANITÁRIO

Suscetibilidade Variação da suscetibilidade


a doenças
Espécie 1) Maior em peixes jovens
INTRÍNSECA Idade (larvas e alevinos)

Individual

1) Maior em peixes mal nutridos.


Nutrição 2) Aumenta em condições
EXTRÍNSECA Alimentação inadequadas da água
Água 3) Aumenta em épocas frias do ano (queda
de temperatura, inversão térmica)

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USO DE MEDICAMENTOS

A FAO estima que, paralelo ao crescimento da atividade


aquícola, o uso de produtos químicos para o controle ou
manejo de doenças tende a aumentar.

 Problemas do uso indiscriminado de medicamentos:

» Danos ao ambiente.
» Intoxicação, estresse e morte de organismos não alvo
(peixes, fito e zooplâncton, etc)  prejuízos para o produtor.
» Resistência bacteriana e parasitária.
» Saúde pública e segurança alimentar: resíduos de
medicamentos.

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USO DE MEDICAMENTOS

 A escolha e o uso de medicamentos está associado à:


» Doença: diagnóstico correto.
» Propriedades farmacológicas, mecanismos de ação, eficácia, forma e
vias de aplicação, tempo de carência.
» Animal: espécie, idade, estado fisiológico.
» Condições ambientais: tipo de cultivo e a qualidade da água
determinam o tipo e a forma de tratamento, presença de matéria
orgânica.
» Segurança humana: implicações no comércio do peixe.
» Impacto ambiental.
» Regulamento e aprovação.
» Custos.

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USO DE MEDICAMENTOS

 Vias de administração:

» Banhos de imersão e de curta duração: pode variar de poucos


segundos, 5 minutos, até 1 hora ou mais.
» Banho prolongado: são banhos aplicados em tanques e viveiros,
duração indeterminada, perda da eficiência do medicamento na
presença de matéria orgânica.
» Via oral (administração com a ração): falta de garantia de uma
administração homogêneadevido a falta de apetite do peixe enfermo.
» Injeções: aplicado no caso de um número reduzido de peixes e que sejam
de alto valor comercial e, se não houver terapia alternativa.

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EPIDEMIOLOGIA PARA O CONTROLE
DE DOENÇAS
 Instalação de Programa de Sanidade nos Centros de Cultivo - A fim de
prevenir e/ou controlar as doenças.

 Desenvolvimento de protocolos específicos de trabalho para centros de


água doce, estuário e mar.

 Institucionalização do Programa de Sanidade em Aquicultura


(INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 4, DE SETEMBRO DE 2017).

 Divulgação de programas, capacitação de médicos veterinários, fiscais


agropecuários e de mão-de-obra para atender o Programa.

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DOENÇAS NÃO-INFECCIOSAS

• Doenças nutricionais
• Doenças de origem física
• Doenças de origem química
• Doenças intrínsecas
• Metabólicas
• Genéticas
• Envelhecimento
• Neoplásicas

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DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS
NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA OIE
• Herpesvirose da carpa koi
• Infecção por alfavirus dos salmonídeos
• Infecção por Aphanomyces invadans (Síndrome ulcerante epizoótico)
• Infecção por Gyrodactylus salaris
• Anemia infecciosa do salmão
• Iridovirose da dourada japonesa
• Necrose hematopoiética epizoótica
• Necrose hematopoiética infecciosa
• Septicemia hemorrágica viral
• Viremia primaveral da carpa

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DÚVIDAS?

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OBRIGADO!

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