Aula VII - Doenças em Peixes

Instituto Federal do Amazonas
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Campus avançado Manacapuru
Principais doenças bacterianas na

piscicultura na Amazônia:
impactos econômicos e profilaxia
Professora: Thyssia Bomfim

Vigilância sanitária dos peixes
A implementação da aquicultura tem evidenciado
• crescente ocorrência de doenças de peixes;

• no âmbito da sanidade animal, a medicina veterinária
tem descuidado um pouco dos peixes.

as enfermidades se traduzem nos peixes na acorrência de:
• alterações comportamentais;
• alterações na integridade
corporal;
• diminuição de rendimento;
• morte.
Processos Fisiológicos, Bioquímicos e Metabólicos
do Peixe
◆ São basicamente similares aos dos mamíferos.

Processos Fisiológicos, Bioquímicos e Metabólicos
do Peixe
Suscetibilidade aos agentes etiológicos
Aos mesmos tipos de agentes (vírus, bactérias,

fungos) que afetam o homem e outros animais
de sangue quente;
◆ À uma grande variedade de enfermidades não infecciosas.

Causas de doenças nos peixes
Naturais: geológicas;
climatológicas;
metereológicas;
agentes biológicos.
Induzidas: poluentes;
tecnológicas (exploração, comércio,
repopulação das águas)
STRESS
• Pode ser considerado uma agressão continuada, variando de
moderado a severo.
• Destaca-se com um papel extremamente importante no
desencadeamento de doenças em peixes.
Intensidade do seu impacto ao peixe

• severidade do stress;
Dependerá da:
• sua duração;
• estado fisiológico do peixe.
ou seja: • “muitas doenças do peixe são oriundas de manejo

inadequado”
Ambiente e Saúde do Peixe
Água de boa qualidade ( física, química e biológica ) é
indispensável ao sucesso da aquicultura.
Renovação da Água (I)

Reduz muitos problemas associados à criação
intensiva de peixes:
◆ Tanto pela diluição dos dejetos e produtos tóxicos;
◆ Como na manutenção da água em condições ideais.

Alterações Ambientais
Stress + manipulação + exposições à novas condições
ambientais ⇒ podem causar severo impacto contra o qual o
peixe não consegue compensar.

Metodologia Geral de Intervenção
Como nas demais doenças animais, busca-se:
✔ reconhecer as causas;
✔ favorecer a fisiologia do animal;
✔ interromper a transmissão;
✔ eliminar o patógeno (via medicamento ou
potencializando as reações de defesa do animal).

Metodologia Geral de Intervenção
O diagnóstico pode ser:
• caso a caso;
• sobre a população de uma dada

espécie
Causas de ordem física:
✔ temperatura;
✔ conteúdo de materiais dissolvidos (em suspensão);
✔ radiações;
✔ agressões resultantes da atividade dos animais;
✔ ... das práticas aqüícolas.

Causas de ordem biológica:
• vírus;
• bactérias;
• fungos;
• parasitos.
Estes têm sua fisiologia
condicionada por fatores físicos e químicos.
doença bacteriana:
❖ a maioria é saprofítica, amplamente distribuída no
ambiente aquático;
❖ relativamente poucos são patógenos obrigatórios;

❖ ambos podem estar presentes na superfície corpórea
de peixes aparentemente normais; e
❖ a ação patogênica será consequência de stress.

O QUE SÃO BACTERIOSES?
• Doenças causadas por bactérias.
Os peixes ficam debilitados e o primeiro sinal
observado é a diminuição da resposta alimentar.
As bactérias podem necrosar o tecido muscular e
causar septicemia.
Bactérias isoladas em criação de peixes no Brasil
• Edwardsiella tarda: pintado, tilápia e bagre

americano (catfish);
• Flexibacter columnaris: tambaqui, pacu, jundiá,
dourado e black bass;
• Aeromonas hydrophila: tilápia, pintado e pacu;
• Plesiomonas shigelloides: pintado e pacu;
• Streptococcus sp.: tilápia
Bactérias isoladas em criações de peixes na
Amazônia?
Banco de Bactérias – PPUFAM*
• Isolados em pisciculturas no
Amazonas e peixes ornamentais: 248
cepas;
Espécies: pirarucu, tambaqui, matrinxã e peixes ornamentais.
• Isolados transferidos da ESALQ-USP:

42 cepas;
Espécies: surubim, pacu, tilápia, catfish americano.
Principais bactérias isoladas em pisciculturas no
Amazonas
• Flexibacter columnares ou
Flavobacterium branchiophilum
• Aeromonas hydrophila
• Importante saber: são bactérias que

causam problemas apenas quando as
condições de criação são precárias!!!!
Peixes para Consumo
• Espécies: tambaqui, pirarucu, matrinxã, pacu,

jaraqui, bagres (pintado,surubim, cachara).
Columnariose em matrinxã, Brycon amazonicus
Columnariose em tambaqui, Colossoma
macropomum
Aeromonas hydrophila em pacu
Piaractus mesopotamicus
Edwardsiella tarda em pintado/surubim
Columnariose em dourado,
Salminus maxilosus
Doenças que não ocorrem no Estado
do Amazonas
1.“Barreiras climatológicas e geográficas são bem mais eficazes na
contenção de doenças de animais aquáticos que as fronteiras entre
países” – International Aquatic Animal Health Code (AAHC), 2004, Parte 1,
Secção 1.4, Capítulo 1.4.4.1. (OIE – Organización Mundial de Sanidad
Animal – www.oie.int)
2.Alguns grupos de patógenos, bem como espécies suscetíveis de peixes

não ocorrem na região norte do Brasil devido à sua distribuição geográfica
e sua incapacidade de sobrevivência em local com elevada temperatura do
ar e de suas águas, e livre de contato com água marinha ou salobra.
Justificativas:
1.Clima da região Amazônica: tropical quente úmido, 27oC;
2. Temp. média dos igarapés: 25oC;
3. Temp. média dos lagos: 28oC;
4. Localização geográfica desfavorável a salmonídeos e peixes marinhos;
5.Limites críticos para truta arco-íris: 0 – 25oC. Sob condições de cultivo: 10
Doenças que não ocorrem no Estado do
Amazonas
Necrose hematopoiética infecciosa – Fator ambienta

relevante: Temperatura (8 – 15oC);
Onchorhyncus masou virus (OMV) – Fator relevante:
Temperatura da água (abaixo de 14oC) – raramente acima de
15oC;
Encefalopatia e retinopatia viral – Fator relevante: Peixes
marinhos;
Infectious salmon anemia virus (ISAV) – Fator: Salmo salar;
Red sea bream iridoviral disease – Fator: Peixes marinhos -
Japão;
White sturgeon iridoviral disease – Fator relevante: Esturjão;
Doenças que não ocorrem no Estado do
Amazonas
Síndrome ulcerativa epizoótica (EUS) – Doença dos

pontos vermelhos – Fator: Períodos de baixas temperaturas
que favorecem a esporulação;
Doença renal bacteriana – fator relevante: Salmonídeos e
temperatura (15oC para incubação);
Gyrodactylosis – Gyrodactylus salaris – Fator: Baixas
temperaturas e específico de salmonídeos;
Septicemia hemorrágica viral – Fator: Temperatura da
água (4 – 14oC);
Piscirikettiosis – Fator: Salmonídeo e temperatura (15 –
18oC).
Realidade Brasileira
• Brasil, mesmo sendo membro da

OIE, não possui um código de
biossegurança voltado para as
doenças de importância para o
país e suas regiões específicas,
que contemple as normas
internacionais e que envolva os
demais países da região
Amazônica.
• Ex. Asia Diagnostic Guide to

Aquatic Animal Diseases.
Impactos Econômicos
Doenças e mortes dos peixes
causam prejuízos
consideráveis:
- $ juvenis
- $ ração
- $ mão de obra
- $ maior tempo para
alcançar o tamanho de
abate
- $ não cumprimento de
prazos - multas
Valores definidos para a

Região Amazônica: ?????
PROFILAXIA
• É fundamental para evitar mortes em massa e

gastos adicionais com medicamentos e químicos;
• Exames periódicos auxiliam no monitoramento da
saúde dos peixes;
• A maioria dos problemas de saúde em peixes está
relacionada com o estresse ambiental;
Doença infecciosa e mortes são apenas o resultado
final de interações com os patógenos.
Medidas gerais de prevenção
✔ Manipulação adequada e manutenção das instalações

diminuir ao mínimo a manipulação dos peixes; eliminar
rapidamente os peixes mortos;
✔ Manter densidades baixas de criação;
✔ Limpeza periódica dos tanques;
✔ Desinfecção de todos os utensílios da piscicultura.
✔ Controle da qualidade sanitária da água e sedimentos
antes da instalação da planta e durante o funcionamento
Medidas gerais de prevenção
✔ Controle da alimentação análises químicas (toxinas)
✔ análises microbiológicas (patógenos)
✔ análises nutricionais (ácidos graxos, vitaminas, etc.)
✔ Controle das importações e movimentos inter-regionais
de peixes e ovas
✔ exigir certificação sanitária adequada
✔ análise dos peixes antes de trocar a água da planta
zonas de quarentena
✔ Controle sanitário rotineiro dos estoques de peixes em
criação - ideal: análise não destrutiva dos
reprodutores

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Principais doenças bacterianas na

Professora: Thyssia Bomfim

A implementação da aquicultura tem evidenciado

• crescente ocorrência de doenças de peixes;

tem descuidado um pouco dos peixes.

as enfermidades se traduzem nos peixes na acorrência de:

◆ São basicamente similares aos dos mamíferos.

Aos mesmos tipos de agentes (vírus, bactérias,

◆ À uma grande variedade de enfermidades não infecciosas.

Intensidade do seu impacto ao peixe

• estado fisiológico do peixe.

ou seja: • “muitas doenças do peixe são oriundas de manejo

Renovação da Água (I)

◆ Tanto pela diluição dos dejetos e produtos tóxicos;

◆ Como na manutenção da água em condições ideais.

Stress + manipulação + exposições à novas condições

ambientais ⇒ podem causar severo impacto contra o qual o

peixe não consegue compensar.

Como nas demais doenças animais, busca-se:

✔ favorecer a fisiologia do animal;

potencializando as reações de defesa do animal).

O diagnóstico pode ser:

• sobre a população de uma dada

Causas de ordem física:

✔ conteúdo de materiais dissolvidos (em suspensão);

✔ agressões resultantes da atividade dos animais;

✔ ... das práticas aqüícolas.

Causas de ordem biológica:

❖ relativamente poucos são patógenos obrigatórios;

❖ a ação patogênica será consequência de stress.

• Edwardsiella tarda: pintado, tilápia e bagre

• Isolados transferidos da ESALQ-USP:

• Importante saber: são bactérias que

• Espécies: tambaqui, pirarucu, matrinxã, pacu,

2.Alguns grupos de patógenos, bem como espécies suscetíveis de peixes

Necrose hematopoiética infecciosa – Fator ambienta

Síndrome ulcerativa epizoótica (EUS) – Doença dos

• Brasil, mesmo sendo membro da

• Ex. Asia Diagnostic Guide to

Valores definidos para a

• É fundamental para evitar mortes em massa e

✔ Manipulação adequada e manutenção das instalações

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