CNJ Gestao Por Competencia
CNJ Gestao Por Competencia
CNJ Gestao Por Competencia
COMPARTILHANDO
EXPERIÊNCIAS
ISSN: 2527144X
VOLUME 2
BRASÍLIA 2018
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
Presidente: Ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha
Corregedor Nacional de Justiça: Ministro João Otávio de Noronha
Conselheiros: Aloysio Corrêa da Veiga
Maria Iracema Martins do Vale
Márcio Schiefler Fontes
Daldice Maria Santana de Almeida
Fernando César Baptista de Mattos
Valtércio Ronaldo de Oliveira
Francisco Luciano de Azevedo Frota
Arnaldo Hossepian Salles Lima Junior
André Luiz Guimarães Godinho
Valdetário Andrade Monteiro
Maria Tereza Uille Gomes
Henrique de Almeida Ávila
EXPEDIENTE
2018
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
SEPN Quadra 514 norte, lote 9, Bloco D, Brasília-DF
Endereço eletrônico: www.cnj.jus.br
Anual
ISSN: 2527-144X
CDU: 658.3
GESTÃO POR COMPETÊNCIAS NO JUDICIÁRIO
COMPARTILHANDO
EXPERIÊNCIAS
ISSN: 2527144X
VOLUME 2
BRASÍLIA 2018
SUMÁRIO
GESTÃO POR COMPETÊNCIAS NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO
FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS: DESAFIOS RUMO À MERITOCRACIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
RESUMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2 HISTÓRICO DA IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS NO TJDFT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3 INTEGRAÇÃO DA GESTÃO DE DESEMPENHO À GESTÃO POR COMPETÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3.1 Como funciona o programa de gestão de desempenho por competências. . . . . . . . . . . . . . . . . 18
4 FINALIZAMOS O MODELO? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
5 MODELO DE GESTÃO DE PESSOAS POR COMPETÊNCIAS DA ÁREA DE AQUISIÇÕES
DO TJDFT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
5.1 Guia de Gestão por Competências para a área de aquisições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
5.2 Integração das competências com outros subsistemas de gestão de pessoas. . . . . . . . . . . . . . 26
5.3 Benefícios do modelo de competências para a área de aquisições. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
6 LIÇÕES APRENDIDAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
4
3 HISTÓRICO DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS NO TRE-RS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
3.1 No início, avaliação de desempenho por competências.... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
3.2 Em seguida, a gestão de desempenho por competências.... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
3.3 E, finalmente, a Gestão de Pessoas por competências!. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
5
GESTÃO POR COMPETÊNCIAS NO TRIBUNAL
DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS
TERRITÓRIOS: DESAFIOS RUMO À MERITOCRACIA
RESUMO
A Gestão por Competências considera os conhecimentos, as habilidades, as atitudes
e a entrega efetiva de resultados pelas pessoas como instrumento para viabilizar
o alcance da estratégia organizacional. De forma pioneira no âmbito do Poder
Judiciário, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) iniciou,
gradativamente, a implantação do Modelo de Gestão de Pessoas por Competências
em 2009, tendo como marco a integração com a Gestão de Desempenho, em 2014. No
ano de 2017, em decorrência do Acórdão TCU n. 2.743/2015, foi iniciada a proposição
de modelo para a área de aquisições. Tendo em vista que gerir por competências
representa mudança de paradigma, o fortalecimento do modelo requer ações
constantes. Este relato apresenta os avanços, as dificuldades, os pontos críticos e as
perspectivas do TJDFT na sua experiência em Gestão por Competências.7
1 Psicóloga, Mestre em Psicologia pela Universidade de Brasília, atua na área de Gestão de Pessoas do TJDFT desde 2010. Gestora do Projeto de Aprimora-
mento da Gestão por Competências.
2 Psicóloga, Especialista em Gestão Estratégica de Pessoas, atua na área de Gestão de Pessoas do TJDFT desde 2004. Participa da implantação da Gestão por
Competências desde sua concepção.
3 Psicóloga, Especialista em Direito Constitucional, atua na área de Gestão de Pessoas desde 2010.
4 Psicóloga, atua na área de Gestão de Pessoas, desde 2005, com foco em orientação gerencial e atendimento a servidores e gestores.
5 Psicóloga, Mestre em Psicologia pela Universidade de Brasília, Especialista em Psicologia Comportamental, atua na área de Gestão de Pessoas do TJDFT desde 1997.
6 Bacharel em Direito, atua na área de Gestão de Pessoas, desde 2014, com foco em gestão de desempenho.
7 Projeto sob a responsabilidade da Secretaria de Recursos Humanos – SERH, coordenado pela Subsecretaria de Gestão Integrada de Pessoas – SUGIP. Subsecre-
tária: Luciana Essinger Toledo Varella. Subsecretária Substituta: Fernanda Martins de Vasconcelos Cirino. Contato: (61) 3103.6578/6298 / [email protected].
7
Palavras-chave: Gestão por Competências; Gestão de Pessoas; Gestão por Competências
no Judiciário.
1 INTRODUÇÃO
O setor público tem sido cobrado, de forma cada vez mais sistemática, a apresentar
resultados eficazes e efetivos para a sociedade. Entre as muitas mudanças necessárias
para que se alcance tal expectativa, ressaltamos aquelas relativas aos modelos de
gestão até então vigentes.
8
Gestão de Pessoas no âmbito do Poder Judiciário e traz a Gestão por Competências
em seus princípios e diretrizes, destacando-se, entre suas finalidades, “fomentar o
aprimoramento da capacidade de atuação dos órgãos, a partir do desenvolvimento
profissional dos servidores e suas competências e do favorecimento à cooperação”.
9
tinha como um de seus objetivos: “Estabelecer e implantar políticas de capacitação
com foco em competências”.
No decorrer dos primeiros cinco anos, a Gestão por Competências foi implementada
de maneira gradativa e participativa, com o intuito de estabelecer nova cultura de
avaliação, minimizando as resistências naturais das mudanças e incentivando o
comprometimento de todos com os resultados institucionais. O processo avaliativo
utilizado nesse momento era restrito a uma avaliação de competências, com foco em
desenvolvimento profissional e ocorria por adesão voluntária dos participantes.
10
existentes na organização, uma vez que este modelo promove a reflexão sobre a
atuação profissional dos gestores e dos servidores.
Por essa razão, o mapeamento deve ser realizado de forma precisa, por meio
de técnicas e de instrumentos específicos, para não prejudicar as etapas seguintes.
Da mesma forma, a descrição das competências deve seguir alguns cuidados
metodológicos. Para isso, à época da construção do modelo, foi contratada uma
consultoria externa especializada para orientar esse processo com a transferência
de conhecimento das técnicas e metodologias para a equipe da área de Gestão de
Pessoas.
11
Quadro 1 – Metodologia do Mapeamento de Competências no TJDFT
Forma de
Exemplo de competência
Descrição
12
As diferentes formas de descrever as competências foram utilizadas visando
verificar a aplicabilidade nos subsistemas de gestão de pessoas. Considerando que
a descrição por comportamento de evidência é a que melhor favorece a gestão do
desempenho, primeiro subsistema a ser integrado à Gestão por Competências, optou-
se por essa forma de descrição.
2º Ciclo de Avaliação dos servidores da área psicossocial – ajustes nas competências do primeiro ciclo.
1º Ciclo dos Agentes Comunitários da Justiça do DF – comportamentos descritos a partir dos
macroprocessos de trabalho, para subsidiar o Programa de Formação dos Agentes Comunitários do Programa
Institucional Justiça Comunitária.
13
IMPLANTAÇÃO DO PROJETO DE GESTÃO POR COMPETÊNCIAS NO TJDFT
3º Ciclo de Avaliação dos Gestores – Mesmo instrumento do ciclo anterior. Equipe avaliando os gestores em 4
competências (Gestão de Pessoas, Resolução de Problemas, Relacionamento Interpessoal e Comunicação –
todas com peso 2).
3º Ciclo de Avaliação dos servidores da área psicossocial – Mesmo instrumento e critérios da avaliação.
2011
1º Ciclo de Avaliação dos servidores – Autoavaliação e avaliação pela chefia imediata, tendo como resultado
2012
Preparação para os Ciclos Avaliativos – Encontros com gestores em 16 Fóruns, denominado 1º Tempo com o
RH, para esclarecer-lhes sobre os processos avaliativos do Tribunal (Avaliação de desempenho e de competências).
Unificação dos ciclos avaliativos: 4º Ciclo dos Gestores; 4º dos servidores da área psicossocial e 2º Ciclo dos
2013
Servidores.
Estudos e análises – Integração da gestão por competências à Gestão de Desempenho. Grupos focais com
gestores e servidores para levantamento das competências para compor essa nova avaliação.
14
A Gestão por Competências pode ser considerada instrumento de mudança
cultural e um meio de propiciar mais flexibilidade, adaptabilidade e espírito
corporativo às instituições. Com a Gestão por Competências podem ser
vinculados, por um lado, os principais objetivos de uma instituição e, por
outro, o desenvolvimento de competências.
15
Também foram realizadas análise documental de conceitos adotados em outros
órgãos; análise do instrumento vigente no TJDFT até aquele momento; e pesquisa
sobre conceitos contemporâneos relacionados a desempenho profissional.
9 Curso “Gestão de Desempenho por Competências”, carga-horária 15 horas aula, para 20 servidores da SUGIP.
16
anteriores. Como resultado, foram descritos comportamentos de evidência para os
gestores, de acordo com nível de atuação gerencial na estrutura de funções existentes
no TJDFT.10 No que diz respeito às competências técnicas dos servidores, foram
consideradas três Áreas de Atuação definidas no Tribunal naquele momento – Fim,
Fim-Apoio e Meio. Verificou-se a necessidade de subdividir tais áreas, considerando
atuações diferenciadas, a exemplo dos oficiais de justiça, da tecnologia da informação,
entre outras, resultando em nove conjuntos de comportamentos de evidência por
subdivisão das áreas de atuação.
10 Estrutura de funções em 2013: Secretários; Subsecretários; Supervisores de Serviços, Núcleos, Diretorias de Fóruns e Encarregados de Postos; Chefes de
Gabinete; Assessores de Gabinete de Desembargador; Assessores Administrativos e Estratégicos; Contadores, Distribuidores e Depositários Públicos;
Coordenadores; Presidentes de Comissões Permanentes; Diretores de Secretaria.
17
A formatação e implementação do Programa foram viabilizadas pela supervisora
da área de desempenho11 à época, contando com a participação ativa da equipe de
desempenho e da equipe que trabalhou na elaboração do Modelo de Competências.
Aspectos críticos do PGDCOMP foram discutidos e deliberados com a participação de
todos os servidores da Subsecretaria de Gestão Integrada de Pessoas (SUGIP/SERH).
Para integrar as duas avaliações também foi necessário o desenvolvimento de uma
ferramenta informatizada12 e novas ações de sensibilização13 para gerar adesão dos
servidores do TJDFT.
18
As ferramentas de avaliação devem servir de apoio, e não como única medida
para o desenvolvimento dos servidores. Assim, a utilização de campos abertos para o
gestor detalhar as expectativas e registrar observações no sistema foi oferecida como
recurso para facilitar o diálogo. Também foi implementado o assessoramento dos
acordos de desempenho pela área técnica de gestão de pessoas, que consiste em um
suporte oferecido em situações especificas.
Importante aspecto do Programa é considerar que, para melhor gerir sua equipe, o
gestor precisa se pautar no ciclo Planejamento, Execução, Controle e Avaliação (PDCA).
Dessa forma, o Programa apresenta as seguintes fases:14 1) Acordo de desempenho;
2) Acompanhamento; 3) Avaliação de desempenho e 4) Plano de Desenvolvimento
Individual (PDI).
14 Para a composição das fases, fez-se necessário o estabelecimento de várias regras do PGDCOMP que estão disponibilizadas nos manuais GDCOMP e GDEP.
19
A GDCOMP é realizada em ciclos anuais e vincula todos os servidores que já
tenham cumprido o estágio probatório, independentemente da classe e do padrão
em que estiverem posicionados na carreira, bem como todos os servidores cedidos,
requisitados, sem vínculo e os demais servidores que exerçam suas atividades no
TJDFT.
4 FINALIZAMOS O MODELO?
Em 2014, após a implantação do PGDCOMP, a área de gestão de pessoas passou por
uma reestruturação interna, buscando aprimorar seus processos de trabalho. Além
disso, buscou-se alinhar às perspectivas da Política Nacional de Gestão de Pessoas
(PNGP), em construção pelo Grupo de Trabalho do CNJ, do qual a Subsecretaria de
20
Gestão Integrada de Pessoas (SUGIP/SERH) teve a oportunidade de participar como
colaboradora nas discussões para construção da minuta da Política.
21
Os ajustes realizados objetivaram favorecer a adesão ao PGDCOMP, por meio da
revisão e aprimoramento de algumas regras e procedimentos, tornando-o mais célere,
objetivo e aderente à cultura gerencial do TJDFT. Considerando que os ajustes foram
pontuais no PGDCOMP, subsiste a necessidade de aprimorar o Modelo de Gestão por
Competências.
22
Para a elaboração do modelo de competências da área de aquisições, foram
realizadas as seguintes etapas:
23
Figura 1 – Categorização das competências dos gestores e dos servidores da área de aquisições do TJDFT
10
INFORMAÇÃO E
PESSOAS PROCESSOS DE TRABALHO ESTRATÉGIA RISCOS
CONHECIMENTO
GESTORES
Gestão de Pessoas Gestão de Processos Gestão Estratégica Gestão da Informação Gestão de Riscos
de Trabalho e do Conhecimento
SERVIDORES
Postura Profissional Execução do Trabalho Atuação Estratégica Manejo da Informação Redução de Riscos
e do Conhecimento
Neste guia, visando à praticidade de consulta no dia a dia, as competências dos gestores e servidores foram apresentadas em
seções separadas, mas é fundamental que você, gestor ou servidor, tenha conhecimento do todo e do aspecto de complemen-
Ressalta-se
entre elas. que este formato apresenta as cinco competências dos gestores e as
cinco dos
Observe queservidores.
as competênciasPara a área
dos gestores deservidores
e dos aquisições, não
concorrem foi identificado
conjuntamente comportamento
para a melhoria de resultados da uni-
dade. Sendo assim, o aspecto relacionado à dimensão pessoas, por exemplo, demanda que o gestor apresente a competência
de “gestão
evidência relacionado à Atuação Estratégica, de modo que foram descritas apenas
de pessoas” e o servidor, a competência “postura profissional”.
quatro competências
Na dimensão para osrealizado,
estratégia, no levantamento servidores. Essa categorização
não foram identificados das competências
comportamentos observáveis que possam ilus-
trar a atuação estratégica dos servidores da área.
proposta para a área de aquisições foi analisada e verificou-se que ela pode ser
replicada às demais competências do modelo vigente.
24
a coerência entre as competências, resultando em validação pela equipe de
mapeamento ou ajustes em relação à adequabilidade do comportamento de
evidência quanto ao nível gerencial, ao fato de ser para gestor ou servidor,
ao grau de especificidade das competências dos servidores.
zzValidação final com Alta Administração – unidades que trabalham em
interface com a área de aquisições, como: Consultoria Jurídico-Administrativa
da Presidência (CJA); Secretaria de Recursos Orçamentários e Financeiros
(SEOF), Secretaria de Controle Interno (SECI) e Secretaria Geral do TJDFT (SEG).
Dessa forma, foi produzido, de forma parcial, o modelo da área de aquisições, com
as descrições de competências para gestores e servidores da SEMA e coordenadorias
subordinadas (COMP e CPL). As competências específicas para gestor e fiscal de
contratos estão previstas para 2018.
O Guia foi idealizado como ferramenta para facilitar a utilização das competências
da área de aquisições pelos gestores e servidores da área. Construído em linguagem
simples e com recursos gráficos, a ferramenta se dispôs a apresentar, por meio
16 Canal criado pela Secretaria de Recursos Materiais do TJDFT como uma das ações em resposta ao Acórdão TCU 2.743/2015.
25
de exemplos e situações práticas, como as competências podem ser observadas e
utilizadas no dia a dia de trabalho.
26
Outra integração de enorme relevância para o modelo de competências é com a
capacitação, atribuição da Escola de Formação Judiciária, visto que as competências
geram insumos para a formulação de soluções educacionais. No âmbito do TJDFT,
pelo fato de a gestão do modelo de competências e a área de capacitação estarem
vinculados a Secretarias distintas na estrutura organizacional, muitas vezes
encontramos desafios de integração, fragmentação e/ou descontinuidade das ações.
Sendo assim, para favorecer o uso das competências na elaboração das trilhas, as
áreas de Gestão de Pessoas e a Escola participaram conjuntamente dos levantamentos
de informações, tanto para construção das trilhas quanto para definição das
competências. Ademais, os comportamentos de evidência descritos no Modelo foram
validados pela Escola.
Outro desafio que se lança em relação ao modelo proposto para a área de aquisições
é a integração das competências descritas ao Programa de Gestão do Desempenho
27
por Competências – (PGDCOMP). As competências para os perfis dessa área já foram
apresentadas, mas ainda não foram lançadas no sistema do PGDCOMP, em razão das
dificuldades tecnológicas.
28
a participação de servidores que atuam em alguns processos de gestão de pessoas,
como atendimento, orientação gerencial e gestão de desempenho. Outro aspecto a
ser destacado foi o envolvimento dos servidores da SUGIP nas discussões acerca da
integração do modelo com os subsistemas de gestão de pessoas.
6 LIÇÕES APRENDIDAS
A partir da análise realizada ao longo deste artigo, considera-se que a Gestão por
Competências é algo instituído e internalizado pela cultura da organização.
29
A despeito da boa adesão que se conseguiu naquele momento, alguns pontos foram
identificados como críticos e necessitam ser geridos para que haja a consolidação e o
aprimoramento do Modelo de Gestão por Competências no TJDFT.
30
instrumentalizando o gestor para gerir o desempenho de forma planejada, bem como
tornando a avaliação mais justa por meio da ampliação dos avaliadores. Sendo assim,
a área de gestão de pessoas reconhece o Programa como uma entrega relevante e de
grande mérito para a Instituição.
Por outro lado, retomamos algumas reflexões para seguir com o aprimoramento do
modelo, especialmente no que diz respeito ao cuidado de implementar as mudanças
de forma mais gradativa. A mudança trazida pelo Programa foi de grande amplitude
e muito distante da Cultura de Avaliação do Tribunal, restando o questionamento
institucional se a implantação realizada em 2014, em razão de sua amplitude, não
deveria ter ocorrido por etapas graduais.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Adotar a competência como base para a Gestão de Pessoas significa considerar
os conhecimentos, as habilidades, as atitudes e a entrega efetiva de resultados de
cada uma das pessoas que compõem a organização como centro dos processos da
área de Gestão de Pessoas e, sobretudo, da atuação gerencial, possibilitando que cada
indivíduo alcance o bem-estar no trabalho e a organização alcance os resultados
definidos. Esses dois objetivos não devem ser conflitantes, mas coerentes, parte da
prática diária da Gestão de Pessoas e combinados em ações que considerem ambos
os desejos expressos.
31
O papel da gestão estratégica de pessoas, alinhada aos objetivos e às metas da
organização, é delimitar o perfil e o quantitativo adequados de pessoas para a realização
das atividades que lhes são atribuídas, garantindo assim o desempenho esperado. A
Gestão por Competências se propõe a alinhar esforços para que competências humanas
possam gerar e sustentar competências organizacionais necessárias à consecução de
objetivos estratégicos. Constitui, assim, um processo cíclico e dinâmico que confere
transparência e legitimidade aos processos de gestão de pessoas.
32
competências ao longo dos anos; revisão dos princípios da Gestão por Competências
para além da gestão do desempenho; elaboração de um plano de integração das
competências com os subsistemas de gestão de pessoas; planejamento de ações
contínuas de sensibilização e orientação quanto à Gestão por Competências e definição
de diretrizes para manter o mapeamento atualizado e viabilizar a construção de novo
sistema informatizado, compatível com a nova plataforma tecnológica do TJDFT.
33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BRANDÃO, Hugo Pena; BAHRY, Carla Patrícia. Gestão por competências: métodos e técnicas
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Nacional de Justiça, n. 79, 9 maio 2014, p. 6.
____. Resolução n. 240, de 9 de setembro de 2016. Dispõe sobre a Política Nacional de Gestão
de Pessoas no âmbito do Poder Judiciário. Diário de Justiça Eletrônico/Conselho Nacional de Justiça,
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GOULART, Sônia. Relatório Final Gestão de Pessoas por Competências 2009–2014. Dispõe sobre a
Implantação da Gestão de Pessoas por Competências no Tribunal de Justiça do Distrito Federal
e dos Territórios – TJDFT.
34
MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS – Escritório de Gestão por
Competências. Gestão por Competências no MPDFT. Conceitos, metodologias e experiências dos
ramos do MPU. Brasília, 2015.
PANTOJA, Maria Júlia; IGLESIAS, Marcia; BENEVENUTO, Renata; DE PAULA, Arlete. Política
Nacional de Desenvolvimento de Pessoal na Administração Pública Federal: uma caracterização
da capacitação por competências na Administração Pública Federal. Painel 41/148. Política
Nacional de Desenvolvimento de competências, 2010.
____. Plano Estratégico 2015 – 2020, aprovado pela Resolução 3, de 23 de abril de 2015. Disponível
em: <http://www.tjdft.jus.br/institucional/gestao-estrategica/planejamento-estrategico/
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tjdft.jus.br/acesso-rapido/acesse-tambem/consultas-rendimentos/gestao-de-desempenho/
manuais
35
O PROGRAMA DE GESTÃO POR COMPETÊNCIAS
NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
RONDÔNIA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS1
RESUMO
A Gestão de Pessoas por Competência tem sido a estratégia isomórfica definida pelo
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e vem sendo implantada em todos os tribunais,
como o Modelo Estratégico de Gestão de Pessoas para o Judiciário Nacional. A
gestão por competências trata-se de um processo que passa pela identificação
(mapeamento) das competências necessárias para o exercício de cada função
desempenhada na estrutura da organização, alinhamento das atividades de
capacitação, desenvolvimento de ferramentas de avaliação e definição de critérios
para seleção e valorização dos servidores. O objetivo deste artigo é descrever como
se deu o processo de implantação e efetivação da gestão por competências no
Poder Judiciário de Rondônia, assim como apresentar as ações com vistas a manter
1 Artigo apresentado para a Revista Gestão por Competências no Judiciário: Compartilhando Experiências, produzida pelo Conselho Nacional de Justiça.
2 Servidora do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia (TJRO). Mestranda em Planejamento e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Taubaté/
SP. Diretora do Departamento de Acompanhamento e Desenvolvimento de Carreiras (Deadec), unidade gestora do Programa de Gestão por Competências.
E-mail: [email protected]
3 Servidora do TJRO. Especialista em Gestão de Pessoas e Psicologia Organizacional. Chefe da Seção de Avaliação de Desempenho para Servidores. E-mail:
[email protected]
4 Servidora do TJRO. Especialista em Gestão Judiciária. Membro da Comissão de Implantação do Programa de Gestão por Competências no TJRO. E-mail:
[email protected]
5 Servidora do TJRO. Especialista em Gestão de Recursos Humanos. Chefe da Seção de Diagnóstico de Necessidades de Treinamento e Desenvolvimento.
E-mail: [email protected]
6 Servidor do TJRO. Doutor em Administração – Área de Concentração em Gestão de Pessoas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: jean@
tjro.jus.br
37
o modelo sintonizado com a evolução e modernização por que passa a Instituição.
Quanto à metodologia, trata-se de uma pesquisa qualitativa, desenvolvida a partir
de pesquisa exploratória e documental. Os resultados da pesquisa demonstram que
a implantação do Programa de Gestão por Competências oportunizou à instituição
aprender sobre si mesma, na medida em que mapeou e atualiza, rotineiramente, o
advento de novas estruturas organizacionais, processos de trabalho e funções, com
vistas ao aperfeiçoamento contínuo e ao desenvolvimento institucional.
1 INTRODUÇÃO
A sociedade moderna e institucionalizada compõe-se de organizações dos mais
diversos matizes: com e sem fins lucrativos, economia mista, públicas e privadas etc.
Assim, em uma sociedade globalizada e em constante ebulição, eivada de incertezas,
instabilidades e imprevisibilidades e em constantes mudanças aceleradas e grandes
transformações, voltada para a produtividade, qualidade e competitividade, tem-se
exigido cada vez mais uma prestação de serviços e fornecimento de produtos com
qualidade, cujos processos de produção sejam eficientes e eficazes. Isso demanda, por
sua vez, o investimento em vários campos da gestão mormente na Gestão de Pessoas.
38
Judiciário, essa demanda se faz premente tanto na esfera da administração (área
meio), propriamente dita, como no âmbito de cada unidade jurisdicional (área fim),
para a melhoria da prestação dos serviços.
39
apresentar as ações com vistas a manter o modelo sintonizado com a evolução e a
modernização por que passa a Instituição.
Por sua vez, não há dúvidas que deve haver uma mudança de paradigma no
Poder Judiciário, em que predomina a centralização e a hierarquia como base das
relações de trabalho. Nesse sentido, a GPC reflete os esforços do Judiciário no âmbito
da Gestão de Pessoas para alcançar melhores resultados na busca pela eficiência,
eficácia e efetividade da prestação de serviços para a sociedade.
40
referentes à Gestão Estratégica e Gestão de Pessoas do Judiciário de Rondônia e do
CNJ. Também foi utilizado o método de estudo de caso. Ademais, foram realizadas
consultas à bibliografia existente sobre o Poder Judiciário, administração judiciária,
gestão, especialmente gestão de pessoas; bem como informações disponíveis na
Internet.
Este artigo está divido em sete seções, incluindo este texto introdutório. Na
segunda, aborda-se o processo de implantação do Programa de GPC no TJRO sob a
perspectiva histórico-evolutiva. A terceira seção contempla a dinâmica da avaliação
por competências, fase importante para a consolidação do programa de GPC. A seção
seguinte abre um parêntese para analisar a importância da formação de líderes para
os enfrentamentos exigidos pela mudança de paradigma que significou a GPC para
a instituição estudada. Por sua vez, a quinta seção resgata sobremaneira como a
evolução do Plano de Capacitação e Aperfeiçoamento de Servidores por Competência
tem sido fundamental para o fortalecimento da GPC na Instituição. Na sequência,
a próxima seção navega sobre os novos caminhos traçados pela GPC ao apontar as
trilhas de aprendizagem como estratégia inovadora para o programa em análise. Por
fim, a sétima seção apresenta as considerações finais do presente trabalho.
41
2 A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE GESTÃO POR
COMPETÊNCIAS NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO
DE RONDÔNIA
As abordagens tradicionais de gestão de pessoas têm sido fortemente questionadas
em virtude de não acompanharem, por vezes, as mudanças e transformações
ambientais a que estão sujeitas as organizações. Para acompanhar esse novo
contexto, torna-se necessária a atuação da unidade de gestão de pessoas na busca
de desenvolver os colaboradores de forma mais autônoma, estimulando a iniciativa
deles, visando ampliar a velocidade e a capacidade de resposta às demandas tanto
do ambiente interno quanto do ambiente externo.
42
alcançar o Objetivo Estratégico: “Efetivar políticas de gestão de pessoas nos âmbitos da
capacitação, do incentivo e da integração com intuito de promover o desenvolvimento
profissional, pessoal e a qualidade de vida”.
43
de trabalho de diferentes segmentos de empresas e instituições renomadas. Entre
os critérios para definição da empresa/instituição, considerou-se a experiência
em consultorias em outras instituições públicas e as publicações nesse segmento
de negócio naquele período. Em maio de 2011, foi assinado o contrato com a Leme
Consultoria.
44
A implantação do Programa de Gestão por Competências tinha como foco
principal melhorar o plano de capacitação de servidores e implantar a avaliação de
desempenho com foco em competências. Nesse sentido, o projeto de implementação
ocorreu com as seguintes etapas:
1. Planejamento;
2. Capacitação;
3. Projeto Piloto;
4. Sensibilização;
5. Mapeamento de Competências;
6. Validação do Mapeamento;
7. Inventário Comportamental;
8. Sensibilização para a Avaliação de Competências;
9. Coleta da Avaliação;
10.Sensibilização para o Feedback;
11.Grupos Focais. (PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO, 2011).
45
Na etapa de sensibilização para o projeto, foram apresentados a definição e os
objetivos da implantação do modelo de gestão por competências, bem como o impacto
que haveria no subsistema de capacitação, com o desenvolvimento individual de cada
servidor, conforme a necessidade pontual apresentada em cada ciclo de avaliação.
Isso se deu por meio de apresentações à Alta Administração e aos gestores. Também
foram divulgadas matérias nos portais da instituição para dar conhecimento aos
servidores do processo de mudança e da implementação do programa na instituição.
46
se uma atividade chamada “Gosto / Não Gosto / O Ideal Seria”, conforme metodologia
de mapeamento de competências (LEME, 2015).
Essa atividade teve como objetivo coletar junto aos participantes os indicadores
de comportamentos organizacionais observáveis, para o universo de servidores na
instituição. Leme (2015) conceitua comportamento como:
Comportamento não é exatamente o que fazemos, mas, sim, o que os outros
observam das reações que temos em ambiente (organizacional) e em dadas
circunstâncias (na execução de nossas tarefas, responsabilidades, ao gerenciar
uma equipe, solucionar um conflito, ao nos depararmos com um problema
etc.). (LEME, 2015, p. 16).
Outra questão que impactou no prazo da realização dessa fase foi o fato de que
a metodologia parte do princípio de que devemos trabalhar a partir das chefias de
47
nível operacional, em que acontece de fato a execução das atividades, avançando
hierarquicamente na construção dos MAPs. Porém, identificou-se a falta de autonomia
dessas chefias, em que muitas vezes os servidores subordinam-se diretamente aos
diretores e não às chefias imediatas, trazendo à tona a preocupação com o perfil do
gestor e o seu papel como líder junto aos servidores, demonstrando a necessidade de
preparar as nossas chefias para o papel de gestores de pessoas, já que é traço muito
forte da instituição a função principal do líder ser focada na gestão dos processos das
unidades.
48
Posteriormente ao período de avaliação das competências, a Comissão de
Implantação e os consultores se deslocaram novamente a todas as Comarcas para
o treinamento dos servidores e gestores sobre Dar e Receber Feedback, momento em
que o gestor apresenta os resultados da avaliação e faz o empenho do que se espera
do servidor. Segundo Leme (2015), o processo de Dar e Receber Feedback compreende:
Dar o feedback de uma avaliação requer preparo do Gestor em dois âmbitos
principais. Primeiro, compreender o instrumento e os objetos apurados pela
avaliação e interpretá-los de forma correta e imparcial. Segundo, da forma
adequada a dar efetivamente o feedback aos seus colaboradores, pois a
estratégia deve ser diferente do feedback do dia a dia. (LEME, 2007, p. 13).
49
• A comunicação das etapas deve ser mais efetiva – Em parceria com a
Coordenadoria de Comunicação Social, elaborou-se o Plano de Divulgação
do Programa de Gestão por Competências, composto por um conjunto de
ações de comunicação, tais como panfletos, jingles, paródias, cartazes e
banners, com objetivo de ampliar a divulgação e sensibilização de servidores
e magistrados com relação ao projeto.
• Feedback efetivo pelos Gestores – Realização de sensibilização para a
avaliação e ações no Plano de Comunicação do Projeto.
• Assegurar que as capacitações com foco em Competências efetivamente
ocorram – Elaboração do Plano de Formação e Aperfeiçoamento de
Servidores a partir de 2015 em parceria com a Emeron, com base nos
resultados das avaliações.
• Deve ser criado um mecanismo para fazer com que a informação chegue
ao Magistrado, mesmo que ele não esteja presente nos encontros
presenciais com a Consultoria e Gestão de Pessoas – Ações direcionadas
aos magistrados no Plano de Comunicação do Projeto. (TJRO, 2013, p. 9).
50
na instituição a cultura de avaliação meritocrática. É notório que muitas vezes
não está claro para as pessoas o seu papel na instituição, como o seu serviço e a
função que desempenham contribuem para o alcance da missão institucional e,
consequentemente, para o desempenho da organização.
51
publicações no Diário da Justiça, além de informações constantemente atualizadas
no portal do programa de gestão por competências, ancorado no portal do servidor
na instituição.
4 FORMAÇÃO DE LÍDERES
A implantação do modelo de GPC no Poder Judiciário de Rondônia, que tem por objetivo
conduzir as pessoas para que possam atingir as estratégias organizacionais previstas no
Planejamento Estratégico Institucional, por meio da mobilização de competências de seus
servidores, incitou uma mudança de paradigma, com os investimentos compartilhados
em gestão por processos, mas, sobretudo, em gestão de pessoas
Para o alcance deste objetivo, o gestor tem papel fundamental na condução deste
processo, pois é sua a responsabilidade de conduzir sua equipe para o alcance dos
52
objetivos institucionais, ficando a cargo da área de Recursos Humanos sistematizar e
apoiar os gestores, garantindo o alinhamento com a estratégia da empresa. Identificou-
se que o grande diferencial de um bom processo de gestão por competência inicia
nas lideranças. Nesse sentido, Ferreira et al. (2016) destaca que:
Não se deve confundir liderança com gerência, pois enquanto o líder é
reconhecido com tal graças às suas qualidades pessoais envolvendo todos
da equipe, o gerente exerce uma autoridade que lhe é trazida pelo cargo/
função que ocupa. O uso adequado da autoridade representa, por sinal, uma
importante competência que os líderes precisam desenvolver. (FERREIRA et
al., 2016, p. 47).
53
5 PLANO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE
SERVIDORES POR COMPETÊNCIA
A capacitação dos servidores foi o primeiro subsistema impactado com o
Programa Gestão por Competências. Em 2015, as competências com maiores gaps
(lacunas), detectadas no 2º Ciclo de Avaliações de Desempenho, foram utilizadas
para elaboração do 1º Plano Anual de Formação e Desenvolvimento de Servidores
Com Base em Competências (2016), juntamente com a Escola da Magistratura do
Estado de Rondônia (Emeron). Atualmente, estamos na análise dos dados para a
elaboração do 4º Plano Anual de Formação e Desenvolvimento de Servidores com
Base em Competências. Os Planos envolvem todos os servidores e gestores do TJRO,
com capacitações específicas para Liderança.
54
7) Emitir parecer analítico, acerca das necessidades, para facilitar o entendimento
e usabilidade de resultados pelas demais unidades organizacionais da
instituição.
6 NOVOS CAMINHOS
Considerando que o Programa de Gestão por Competências exige contínuo
processo de aperfeiçoamento, inovação e melhoria contínua, a instituição tem
envidado esforços no sentido de dar início ao processo de educação corporativa
baseada em trilhas de aprendizagem.
55
profissional, a instituição já tem elaborada, trilhas de aprendizagem delineadas
alcance desse objetivo, tanto na área-fim, quanto na área meio, conforme figura 1.
Nesse sentido, Carbone (2015) registra que, para a efetiva implantação desse modelo,
requer da organização algumas premissas de desenvolvimento profissional para seus
funcionários, entre as quais:
• A construção de uma trilha de aprendizagem é um ato voluntário;
• A aprendizagem pode ocorrer por vários caminhos e a competência
adquirida é mais importante que a forma de aquisição;
• Cada um constrói a sua trilha a partir de interesses pessoais, estilos de
aprendizagem preferidos, desempenho, formação, experiência e de
necessidades organizacionais;
• Cada trilha é única e depende da trajetória profissional e das aspirações de
quem a constrói;
• As trilhas devem conciliar as necessidades de competências da organização
com os anseios pessoais de desenvolvimento na carreira. (CARBONE, 2015,
p. 50)
56
Figura 1 – Trilhas de Desenvolvimento e Capacitação – Trilha Setorial
57
Desenvolver suas competências, apoiada principalmente nos princípios
do autodesenvolvimento, a fim de ele estar mais bem preparado para que
possa aproveitar uma oportunidade que surgir, por meio de um convite ou
movimentação interna, e que esteja alinhada as suas aspirações em vir a trabalhar
em uma determinada área ou mesmo de executar uma determinada função na
instituição, dentro do crescimento profissional que ele almeja. (LEME, 2011, p. 96).
58
Assim, oportuniza-se o desenvolvimento das competências de interesse
institucional, (trilha institucional e setorial) e, sobretudo, a possibilidade do servidor de
desenvolver outras competências em áreas de interesse, visando ao seu crescimento
profissional, estando apto à ascensão de função e movimentações internas.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A temática gestão por competências na esfera pública teve impulso a partir do
Decreto n. 5707/2006. Atualmente, figura como importante instrumento para a gestão
estratégica de pessoas nas organizações públicas, promovendo a mobilização do
capital intelectual ao alcance dos objetivos e estratégias organizacionais, coadunando
competências individuais e organizacionais.
59
treinamento e desenvolvimento por competências, bem como de lotação e relotação
de servidores.
60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRANDÃO, Hugo P.; CARBONE, Pedro P. A web como instrumento para construção de trilhas
de aprendizagem. In: BAYMA, Fátima. Educação corporativa: desenvolvendo e gerenciando
competências. São Paulo: Person, 2004.
CARBONE, Pedro Paulo. Gestão por competência e educação corporativa: caminhos para o
desenvolvimento de competências. Inclusão Social, v. 7, n. 1, 2015. Disponível em: <http://
revista.ibict.br/inclusao/article/view/1754/1960>. Acesso em: 17 mar. 2018.
CARBONE, Pedro Paulo; BRANDÃO, Hugo Pena; LEITE, João Batista Diniz. Gestão por competências
e gestão do conhecimento. [s.l.]: Editora FGV, 2009.
CARBONE, Pedro Paulo; TONET, Helena Correa; BRUNO, Jorge Renato da Silva; SILVA, Kleuton
Izidio Brandão. Gestão por competências. [s.l.]: Editora FGV, 2016.
61
FERREIRA, Victor Claudio Paradela; SANTOS, Antônio Raimundo; NASSER, José Eduardo;
JOHANN, Maria Elizabeth Pupe. Gestão de pessoas na sociedade do conhecimento. [s.l.]: Editora
FGV, 2016.
LEME, Rogério. Gestão por competências no setor público. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2011.
____ O que você precisa saber sobre o futuro da avaliação de desempenho. 1.ed. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2017.
NASCIMENTO, Fernando; ZUPPANI, Tatiani dos Santos; DUTRA, Joel de Souza. Avaliação de
desempenho por competências no setor público paulista. Revista da Faculdade de Administração
e Economia, v. 7, n. 2, p. 2-32, 2016. Disponível em: <https://www.metodista.br/revistas/revistas-
ms/index.php/ReFAE/article/view/4883/5386>. Acesso em: 22 mar. 2018.
STAKE, R. E. Qualitative cases studies. In: DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. (Eds.). The sage Handbook
of qualitative Research. 3. ed. London: Sage Publications, 2005.
62
DA AVALIAÇÃO PARA A GESTÃO
POR COMPETÊNCIAS: RELATO
DO PERCURSO DO TRE-RS
RESUMO
Por meio de um normativo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi instituído que
todas as unidades da Justiça Eleitoral (JE) deveriam adotar a gestão por competências
em seus processos de avaliação de desempenho a partir de 2008. O Tribunal
Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS), procurando atender o normativo,
desenvolveu projeto de implantação da avaliação de desempenho por competências
ainda em 2008. Passados cinco anos, percebendo o esgotamento do modelo inicial,
deflagra processo de revisão das competências e consequente adoção de gestão de
desempenho por competências. Os pontos fortes deste percurso incluem a construção
de modelos de gestão aderentes à cultura organizacional e elaborados por servidores
da Casa, com apoio de consultorias externas pontuais. A utilização de consultoria
interna em recursos humanos (RH) como ferramenta de apoio trouxe como benefício
– especialmente no ciclo de revisão – a aproximação da área de Gestão de Pessoas
às equipes de trabalho, assim como contribuiu para maior entendimento do que
significa, de fato, no dia a dia, gerenciar as competências das equipes.
1 Administradora, especialista em Gestão Pública, Mestre em Administração, instrutora ENAP e Chefe da Seção de Capacitação (SECAP/CODES/SGP – TRE/RS).
2 Administrador, especialista em Gestão de TI, Mestre em Administração, Assistente IV (CODES/SGP-TRE/RS).
3 Psicóloga, bacharel em Filosofia, Mestre em Educação, Chefe da Seção de Recrutamento e Gestão de Desempenho (SERDE/CODES/SGP-TRE/RS).
64
1 INTRODUÇÃO
Diferentes organizações públicas vêm buscando metodologias para modernizar
a gestão, inspiradas pelo êxito de tais ferramentas na iniciativa privada. Esse
movimento configura o que se denominou de “administração pública gerencial” ou
“Nova Administração Pública”, tendo como um dos principais marcos no Brasil o
“Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE)”, conduzido pelo então
ministro Bresser-Pereira (1995).
65
trabalho tem o propósito de relatar este percurso vivenciado pelo TRE-RS, desde a
implantação decorrente do imperativo normativo, passando pelo processo de revisão
e apresentando possibilidades de continuidade. Em outras palavras: desde a simples
avaliação de desempenho por competências até o universo da Gestão de Pessoas por
Competências (GPC).
66
ser descentralizada, sendo protagonizada pelos gestores de equipe e a unidade de
Gestão de Pessoas torna-se parceira, contribuindo na construção de políticas que
possam ser aplicadas em toda organização.
67
2.1.1 CONSULTORIA INTERNA DE RECURSOS HUMANOS
68
[...] diz respeito à tentativa de analisar e comparar a atuação e os relacionamentos
dos indivíduos na organização segundo critérios de performance ou agregação
de valor à organização, de forma substancialmente diferente dos critérios
tradicionais utilizados em sistemas democráticos. A Gestão de Pessoas por
competências assimila um conceito de competência que agrega dimensão
comportamental importante.
69
e representa o desempenho do profissional. A autora relaciona essa ideia de entrega
ao conceito de competência por ela emitido indicando que “o termo entrega refere-se
ao indivíduo que sabe agir de forma responsável e é por isso reconhecido”.
Para Dutra (2004), o conceito de entrega é passível de observação sob três aspectos:
zzA entrega exigida pela organização e que se origina dos seus objetivos
estratégicos e se apresenta em diferentes padrões para diferentes grupos
profissionais dentro da empresa;
70
Outra categorização referente ao modelo de gestão por competências adotado no
TRE-RS foi a proposta por Droval (2009). Em trabalhos observáveis nas organizações
que já adotam a abordagem Gestão por Competências, Droval (2009, p. 33) propõe
uma espécie de consolidação, identificando a classificação das competências em:
71
permitindo que as competências sejam atualizadas quando necessário por
cada equipe;
72
qualificação da equipe; elaboração do projeto e execução do projeto (mapeamento
das competências; construção dos instrumentos; sensibilização e divulgação;
implantação) e avaliação do primeiro ciclo.
73
A construção dos indicadores comportamentais foi realizada a partir de focus
groups com participantes voluntários e de um workshop com a Alta Administração
(gestores de nível estratégico). Antes da realização dessas atividades, foram enviados
aos participantes orientações e documentos que descreviam o projeto e seus
objetivos. Solicitou-se que todos elaborassem uma lista de sugestões de indicadores
de competências comportamentais em um formulário padronizado.
zzProatividade / Iniciativa
zzOrganização e Planejamento
zzComunicação / Negociação
zzFlexibilidade
74
bloco de competências, os três indicadores apontados como os mais importantes e
necessários a todos os servidores do TRE-RS. Posteriormente, os referidos indicadores
passaram por um processo de análise e a validação final foi efetuada pela Diretoria-
Geral e pela Assessoria de Planejamento Estratégico da instituição.
Após as reuniões, cada participante recebeu, por correio eletrônico, uma planilha
com sugestões de competências técnicas “genéricas” e outra com as competências
específicas das suas áreas, elaborada com auxílio de dicionário de competências
fornecido pelo TSE. Os participantes foram orientados a examinar as planilhas,
podendo acrescentar ou suprimir atributos de competências e eleger em ordem
crescente as competências mais importantes para o seu setor, devendo selecionar
pelo menos oito. Houve um acompanhamento desse processo, com auxílio às
unidades, quando necessário, por parte da equipe responsável pelo projeto.
Nos Cartórios Eleitorais, não foi possível realizar um trabalho presencial com
todos os representantes. Dessa forma, optou-se por uma coleta de dados, por meio
eletrônico, junto a alguns servidores de unidades selecionadas, além de visitas
a alguns deles, localizados no interior, para coleta de dados presencial. Os dados
coletados foram tabulados e passaram por análise técnica, realizada pela equipe do
projeto, que providenciou os ajustes e correções necessárias.
75
Como conclusão dessas etapas, foi construído um instrumento de avaliação de
desempenho com 28 indicadores, sendo 20 de natureza comportamental e gerencial
– comuns a todos os setores do órgão – e oito de natureza técnica – específicos para
cada setor, conforme a natureza das atividades. Quanto à escala de avaliação, foi
decido empregar uma de quatro pontos, para evitar o efeito de “tendência central”,
muito comum em escalas ímpares. Para as competências comportamentais, a escala
tinha os seguintes pontos: “nunca”, “poucas vezes”, “com frequência” e “sempre”,
enquanto, na das competências técnicas, era composta de “nenhum conhecimento”,
“pouco conhecimento”, conhecimento suficiente” e “muito conhecimento”. Na Figura
1, apresenta-se um exemplo do formulário de avaliação, demonstrando um indicador
comportamental e a respectiva escala, enquanto na Figura 2 exemplifica-se a parte
do instrumento das competências técnicas.
A pontuação final de cada avaliação era aferida a partir do somatório dos resultados
das multiplicações da nota alcançada em cada item pelo seu peso. O resultado seria
obtido pela média ponderada entre a autoavaliação e a avaliação da chefia imediata,
com peso um e dois, respectivamente. Para facilitar os procedimentos de avaliação e
permitir o controle e o registro de todas as avaliações, foi desenvolvido, junto à área de
76
Tecnologia de Informações, um sistema informatizado, que promoveu a automação
do processo, além de recursos para o setor responsável pela avaliação.
Figura 2 – Recorte do instrumento de avaliação – indicadores e escala de competências técnicas de uma Seção
77
Finalizada a etapa de implantação e realizado o primeiro ciclo de avaliação de
desempenho por competências, deu-se sequência com a avaliação de todo processo.
Para tanto, foi aplicada uma pesquisa, com o intuito de verificar a satisfação dos
participantes com o instrumento de avaliação. Participou desta pesquisa uma amostra
representativa da totalidade dos participantes do processo de avaliação no ano de 2008.
O levantamento da pesquisa foi desenvolvido com o objetivo de aferir a satisfação dos
participantes do processo de avaliação de desempenho com os instrumentos utilizados
para tal, assim como buscou captar a percepção dos servidores quanto ao mapeamento
das competências e quanto aos resultados esperados do processo de avaliação.
78
3.2 EM SEGUIDA, A GESTÃO DE DESEMPENHO POR
COMPETÊNCIAS...
A decisão por começar pelas competências técnicas justificou-se pelo fato de esse
grupo de competências ser específico por unidade, estando totalmente vinculado
aos processos de trabalho, logo cada unidade tem maior autonomia para revisá-los,
ao passo que os indicadores de competências comportamentais/fundamentais, por
serem comuns a toda Instituição, requereriam que houvesse um consenso na revisão
e, provavelmente, uma série de plenárias e discussões, o que poderia acarretar a
procrastinação desse processo e uma perda de oportunidade para a Gestão de Pessoas
promover esta mudança de paradigma. Ao se revisarem os indicadores de natureza
técnica, as unidades perceberiam resultados imediatos, aumentando a confiança em
todo o processo de revisão.
Feita esta definição, o próximo passo foi começar o processo com a escolha de
uma unidade-piloto. A unidade-piloto, responsável pela função de controle interno
79
e auditoria do órgão, que à época estava vivenciando processo de sucessão do gestor
de nível estratégico e uma consequente reestruturação dos processos de trabalho,
incluindo a modificação de suas competências (no sentido de atribuições) no
“Regulamento Interno”.
80
3.2.1 METODOLOGIA UTILIZADA NO PROCESSO DE REVISÃO
Tendo como referência tal concepção, foi formada uma equipe de servidores
da área de Desenvolvimento (unidade de nível tático da área de Gestão de Pessoas)
para atuação como consultores internos no “Processo de Revisão dos Indicadores de
Competências Técnicas de cada Unidade da Organização”. Essa equipe contou com
servidores com formação em Direito (três), Administração (três) e Psicologia (um), sob
a coordenação deste último.
81
c) Análise da situação: reunião de todas as informações disponíveis, análise de
documentos, relatos e entrevistas;
Em sequência, foi estipulada uma agenda de visitas por cada dupla ao segmento
previamente definido e iniciado o trabalho propriamente dito. Nessa reunião, seria
sugerida a realização do cruzamento de dados entre o instrumento de avaliação
vigente, o Plano Estratégico, o Regulamento Interno e o Mapeamento de Processos
para que as competências representassem a realidade da Unidade. Esse processo é
ilustrado na Figura 3, a seguir:
82
Figura 3 – Representação gráfica do processo de revisão de competências técnicas
83
Essas reuniões serviram para a prática de benchmarking para a unidade gaúcha, pois
foi possível identificar em que estágio de implantação da gestão por competências
o TRE-RS encontrava-se, as boas práticas a serem compartilhadas e quais desafios e
limitações se apresentam para a implantação da Gestão por Competências.
84
Quadro 1 – Competências Gerenciais do TRE-RS
85
Como subproduto do projeto “Perfil de Gestores”, também se identificaram as
competências fundamentais/comportamentais, comuns a todos os servidores. Ao
todo, foram identificadas 19 competências de natureza comportamental, como, por
exemplo: indicadores de visão sistêmica e resiliência. No Quadro 2, apresentam-se as
competências fundamentais:
86
O ciclo de revisão foi concluído no final de 2016 e seu resultado apresentado à
Alta Administração, bem como o novo sistema informatizado – Sistema GEDES II, vide
exemplo no Anexo III. No Quadro 3, apresenta-se um paralelo entre o instrumento
de avaliação de desempenho elaborado em 2008 e o resultante da revisão 2013-2016:
2008 2016
• Nas competências técnicas, avalia-se apenas • As competências técnicas passam a ser estabelecidas
a dimensão do conhecimento. considerando a entrega prevista.
87
histórias, em que o desfecho das mesmas é fundamental para criar significados para
os integrantes da organização.
88
Destacam-se duas práticas:
89
para que o concurso público tenha um edital que proporcione maior aderência à
Gestão por Competências. E já houve experiência-piloto com execução de seleção
interna para ocupação de função comissionada por perfil de competências.
Como se pode perceber dos exemplos de práticas já implantadas e das que estão
em construção ou planejamento, há um esforço do TRE-RS em ampliar a Gestão por
Competências para todos os subsistemas de Gestão de Pessoas.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste processo de revisão das competências, além dos já apontados ganhos em
termos de ampliação de práticas calcadas na gestão por competências, percebem-
se outros resultados e tendências. A aplicação do processo de revisão demonstrou
que há bom nível de compreensão dos conceitos, princípios e diretrizes da
abordagem de GPC, o que pode contribuir para a consolidação do modelo. Por meio
do novo mapeamento de competências, constatou-se o aumento da identificação de
competências de natureza comportamental.
90
de linha começam a se responsabilizar cada vez mais pela Gestão de Pessoas, pois
percebem que se trata de responsabilidade de cada gestor e que a área de Gestão
de Pessoas é parceira estratégica. O esforço empreendido, no TRE-RS, para a revisão
de sua modelagem de identificação e descrição de competências, trouxe efeitos que
redundaram em aprimoramentos em aspectos inicialmente não arrolados como
parte do processo, conforme exposto acima. Além disso, é possível afirmar que, neste
processo de revisão, ocorreu um amadurecimento natural das ações inicialmente
adotadas, o qual levou à melhoria das práticas de gestão, possibilitando a ampliação
de um modelo nascido de determinação legal para, de fato, uma ferramenta de apoio
à Gestão de Pessoas.
91
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOJE, David M. The Storytelling organization: a study of story performance in an office– supply
firm. Administrative Science Quarterly, vol. 36, n. 1, p. 106-126, mar. 1991.
DUTRA, Joel. Gestão do desenvolvimento e da carreira por competência. In: ____ (Org.). Gestão
por competências: um modelo avançado para o gerenciamento de pessoas. São Paulo: Gente,
2001. p. 45-69.
92
ANEXO I
93
ANEXO II
94
95
ANEXO III
96
97
MODELO DE GESTÃO POR COMPETÊNCIAS
DA JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO
RESUMO
O presente artigo apresenta o modelo de Gestão por Competências da Justiça Militar
da União (JMU). A primeira parte aborda o histórico de implementação do modelo,
mencionando os ciclos de mapeamento e desenvolvimento das competências
gerenciais e transversais (comuns a todos os colaboradores da organização). Em
seguida, passa-se à explicação do Programa Permanente de Capacitação da JMU,
estruturado com a finalidade de desenvolver tanto as competências gerenciais
e transversais quanto as competências técnicas das unidades da organização.
O Programa é composto por seis subprogramas: Desenvolvimento Gerencial;
Desenvolvimento Institucional; Ambientação; Formação de Multiplicadores; Suporte
Jurisdicional (dividido nas áreas 1ª Instância e Superior Tribunal Militar); e Suporte
Administrativo (dividido nas áreas Gestão e Desenvolvimento Organizacional, Gestão
de Pessoas, Controle Institucional, Gestão Orçamentária e Financeira, Comunicação
Organizacional, Gestão de Tecnologia da Informação e Comunicação, Gestão do
Conhecimento, Gestão da Saúde, Gestão e Fiscalização de Contratos, Licitações e
Contratos, Segurança Institucional, Gestão de Projetos de Arquitetura e Engenharia,
Gestão Administrativa). O artigo detalha os conceitos, metodologias e ferramentas
utilizados na estruturação do programa e no desenho instrucional, execução e
avaliação das ações educacionais que o compõem.
99
1 HISTÓRICO DA IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO
100
Houve a realização de seis Oficinas de Avaliação e Feedback, em preparação à etapa
de avaliação das competências gerenciais gerais, com a presença de 119 gestores.
Para os gestores das Auditorias, foi produzido vídeo com palestra e cases de utilização
da ferramenta gerencial feedback.
101
No período de maio a junho de 2015, foram realizados grupos focais com 17
Auditorias da JMU para levantamento das Competências Transversais, abrangendo
os seguintes Estados da Federação: AM, PA, RJ, MG, RS, PR, BA, PE, CE, SP e MS. Foram
ouvidos cerca de 250 servidores. Em junho de 2015, foram ouvidos também 150
servidores da sede, em Brasília, para levantamento das Competências Transversais
nas unidades administrativas.
102
Durante o 4º ciclo do projeto, realizado em 2017, foram novamente realizadas
avaliações dos gestores nas competências gerenciais e transversais e a primeira
avaliação dos servidores em suas competências transversais. Participaram do
processo de avaliação 251 gestores, totalizando 92% do efetivo gerencial, e 545
servidores, representando 70% do total do quadro.
103
zzrestrições orçamentárias;
zzfalta de interesse de parte do corpo gerencial na elaboração do PDI, bem
como na participação das ações de capacitação disponíveis;
zzalteração no quadro funcional em razão das mudanças de administração.
O fato de não haver software dinâmico, interligado ao Sistema de Recursos
Humanos, impede que essas mudanças sejam realizadas automaticamente;
todo o quadro precisa ser recadastrado quando de suas atualizações;
zzdependência de empresa contratada para realizar as avaliações e
disponibilizar os perfis, em razão da falta de sistema;
zzfalta de normatização da gestão por competências;
zzausência de um planejamento detalhado de comunicação para o projeto.
104
Organizacional; Gestão de Tecnologia da Informação e Comunicação; Gestão do
Conhecimento; Gestão da Saúde; Gestão e Fiscalização de Contratos; Licitações e
Contratos; Segurança Institucional; Gestão de Projetos de Arquitetura e Engenharia;
Gestão Administrativa.
105
3 PROCESSO DE ELABORAÇÃO, EXECUÇÃO E AVALIAÇÃO
DE SUBPROGRAMAS DE CAPACITAÇÃO
Neste capítulo, será detalhado o passo a passo para a elaboração, execução e
avaliação dos Subprogramas de Capacitação da JMU. Serão abordadas as cinco
etapas do sistema de capacitação: a) análise de necessidades de capacitação; b)
planejamento instrucional, que corresponde à estruturação do subprograma;
c) desenho instrucional das ações que compõem o subprograma; d) execução; e)
avaliação de impacto.
106
descrição das capacidades e atitudes preliminares. As fases serão detalhadas a seguir,
utilizando como exemplo a análise de conteúdo do Código de Normas Cartorárias da
1ª Instância da JMU (CNC).
Figura 2
107
3.1.1.2 Limpeza do corpus
Figura 3
108
3.1.1.3 Identificação de Unidades de Contexto Elementar (UCEs)
Figura 4
109
3.1.1.4 Categorização e nomenclatura das UCEs por similaridade
Figura 5
110
3.1.1.5 Redação das capacidades preliminares
Esta fase consiste em redigir, a partir das UCEs contidas nas categorias identificadas
na fase anterior, as capacidades preliminares. A redação deve seguir as seguintes
regras: a) não deve prevalecer a vontade do redator, e sim o teor das UCEs; b) devem
constar, abaixo de cada capacidade e/ou atitude, as UCEs que fundamentaram a
redação; c) devem ser descritas em forma de comportamentos observáveis, passíveis
de mensuração; d) devem ser utilizados os verbos adequados; e) para a redação das
capacidades, deve-se responder a seguinte questão “Os servidores devem ser capazes
de”.
Figura 6
111
3.1.2 GRUPOS DE FOCO
3.1.2.1 Metodologia
a) Apresentação
112
Figura 7 – DI-Empatia
b1) Todas as informações devem ser colocadas no Canvas por meio de post-
its.
b3) Recomenda-se que o grupo de foco tenha duração máxima de três horas,
com intervalo de 10 a 15 minutos.
113
ações de capacitação (maior celeridade no julgamento dos processos da
Auditoria; fortalecimento de parcerias estratégicas etc.);
3.1.3 QUESTIONÁRIO
114
O questionário pode ser enviado por meio de formulário eletrônico via SEI
(Sistema Eletrônico de Informações). Recomenda-se a produção e divulgação de
vídeo institucional e outras formas de divulgação do questionário, com informações
sobre o preenchimento.
3.1.4 ENTREVISTA
115
3.2.1 METODOLOGIA
3.2.1.2 A partir das UCEs e das sugestões das pessoas, responder a seguinte
pergunta: para desempenhar bem a capacidade, o servidor deve ser capaz de
(objetivos instrucionais). Os objetivos, inicialmente, podem ser redigidos sem
qualquer rigor técnico.
116
3.2.1.3 Agrupar e sequenciar os objetivos que potencialmente podem ser
trabalhados em uma mesma ação de capacitação.
117
3.2.1.5 Aprimorar a redação dos objetivos, observando as técnicas previstas na
literatura.
118
3.2.1.6 Validar o subprograma com atores da Organização.
Figura 11
119
Figura 12
120
Figura 13
121
Figura 14
122
Figura 15
123
com prioridade. Para tanto, a JMU realiza diagnóstico de lacunas de competência,
conforme proposto por Meneses, Zerbini e Abbad (2010).
124
3.3.2.1 Afixar, na parede, as perguntas que ajudam a selecionar os conteúdos:
1) O que uma pessoa precisa saber fazer para realizar o objetivo instrucional?
2) Há algum documento no qual o procedimento deste objetivo está descrito?
3) É necessário um conhecimento específico para realizar este objetivo? 4) Que
evidências nos garantirão que os objetivos serão colocados em prática? 5) O que a
pessoa precisa fazer para transferir o que aprendeu para a prática?
125
3.3.3 INTERVALO – 10 A 15 MINUTOS
126
3.3.4.3 Falar dos eventos que estimulam a aprendizagem (modelo Ropes): 1)
Revisão (chamar a atenção dos participantes); 2) Visão geral do conteúdo (informar
os objetivos e estimular a recuperação de conhecimentos prévios); 3) Apresentação
(apresentação do conteúdo e orientação da aprendizagem); 4) Exercícios (feedback e
avaliação da performance); 5) Resumo (estimular a aplicação no trabalho).
zzé possível criar quantos módulos acharem necessários, mas cada um deve
ter início, meio e fim bem definidos;
zzcolocar, no campo “R”, sugestão de ações que podem ser utilizadas para
despertar o interesse dos magistrados/servidores em participar da
capacitação (exemplo: divulgação pela intranet; distribuição de fôlder etc.);
zzcolocar, no campo “S”, sugestão de ações que podem ser adotadas após o
término da capacitação, com vistas a estimular a retenção do aprendizado
e a respectiva aplicação, no trabalho, dos conteúdos aprendidos (exemplo:
produção e distribuição de filipetas com o resumo de pontos abordados
na capacitação; produção e divulgação para os participantes de quiz sobre
temas abordados na capacitação etc.);
127
zzdicas: a) proponha estratégias de aprendizagem diferentes; b) mantenha o
foco no objetivo instrucional e busque estratégias que os outros ainda não
imaginaram; c) movimente os módulos de lugar até encontrar o melhor
encadeamento de conteúdos; d) utilize um post-it para cada contribuição; e)
nada é definitivo, acolha as ideias e depois avalie para validar; f) escreva de
maneira simples nos post-its; g) não pense demais; quando o Canvas estiver
pronto, analise a coerência e elimine o que não considerar relevante.
3.4 EXECUÇÃO
128
zzpúblico-alvo: de acordo com o diagnóstico de lacunas de competência;
Figura 18
129
3.4.2 ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO DEFINITIVO
3.5 AVALIAÇÃO
A avaliação pode ser realizada por meio de questionário com escala do tipo likert
de frequência ou de concordância, com questões sobre o grau em que o aprendizado
é aplicado no trabalho ou em que medida a capacitação contribuiu para a melhoria
do desempenho do indivíduo.
130
No caso de um número elevado de ações de capacitação realizadas no exercício,
pode-se priorizar a avaliação de impacto daquelas consideradas mais estratégicas
para a organização, tendo em vista a complexidade do processo avaliativo.
Figura 19
1 2 3 4 5
Quase
Item Nunca Às vezes Frequentemente Sempre
sempre
131
Resultados e benefícios obtidos com as novas metodologias:
1 A finalidade do formato sem certificação é o resgate do conhecimento a qualquer tempo, um dos princípios da educação corporativa. Caso o servidor
queira o certificado, os cursos possuem avaliações de aprendizagem.
132
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABBAD, G.; NOGUEIRA, R.; WALTER, A. Abordagens Instrucionais em Planejamento de TD&E. In:
BORGES-ANDRADE, J.E.; ABBAD, G.; MOURÃO, L. e colaboradores. Treinamento, desenvolvimento
e educação em organizações e trabalho: fundamentos para a gestão de pessoas. Porto Alegre:
ARTMED, 2006. p. 255-281.
ABBAD, G.; ZERBINI, T.; CARVALHO, R.; MENESES, P. Planejamento Instrucional em TD&E. In:
BORGES-ANDRADE. J.E.; ABBAD, G.; MOURÃO, L. e colaboradores. Treinamento, desenvolvimento
e educação em organizações e trabalho: fundamentos para a gestão de pessoas. Porto Alegre:
ARTMED, 2006. p. 289-321.
ALVES, F. Design de Aprendizagem com uso de CANVAS: TRAHENTEM. São Paulo: DVS, 2016.
FREITAS, I.A.; BORGES-ANDRADE, J.E.; ABBAD, G.; PILATI, R. Medidas de Impacto de TD&E
no Trabalho e nas Organizações. In: BORGES-ANDRADE. J.E.; ABBAD, G.; MOURÃO, L. e
colaboradores. Treinamento, desenvolvimento e educação em organizações e trabalho: fundamentos
para a gestão de pessoas. Porto Alegre: ARTMED, 2006. p. 489-504.
MENESES, P.; ZERBINI, T.; ABBAD, G. Manual de treinamento organizacional. Porto Alegre: Artmed,
2010.
133
GESTÃO POR COMPETÊNCIAS NO JUDICIÁRIO:
A EXPERIÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
RESUMO
Este trabalho relata o processo de implementação do modelo de Gestão por
Competência no Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro (PJERJ). A necessidade da
mudança surgiu com a reorganização administrativa realizada no biênio 2003/2004.
Foi celebrado com a Fundação Getúlio Vargas convênio de cooperação técnica com
o objetivo de “execução de ações voltadas ao desenvolvimento institucional e à
adequação organizacional do Tribunal de Justiça”. O modelo inicial baseava-se na
mudança de orientação da antiga função do departamento de Recursos Humanos para
uma atuação sistêmica que privilegiava o desenvolvimento pessoal e profissional das
pessoas e propunha um sistema de gestão por competências voltado para resultados,
sendo composto por quatro subsistemas relacionados: Matrizes de Competências,
Banco de Competências, Avaliação de Desempenho e de Potencial e Plano de
Desenvolvimento Profissional. Este modelo foi adaptado de acordo com a realidade
da Instituição, tendo sido criadas rotinas administrativas e seus respectivos manuais,
135
objetivando dar suporte às mudanças propostas. Atualmente, o PJERJ conta com uma
série de ações que contribuem para o fortalecimento da Gestão por Competências, tais
como: a publicação da Política de Gestão de Pessoas; a orientação do desenvolvimento
profissional de servidores indicados para cargo em comissão e função gratificada; o
Programa Boas-Vindas; o recrutamento e seleção por competências, com a formação
de bancos de secretário de juiz e de assessor de desembargador. Faz parte do Projeto
Estratégico da DGPES 2017/2018 a implementação do novo sistema GPES, que
permitirá a aquisição ou o desenvolvimento de um sistema informatizado, o qual
integrará todas as informações que contribuirão para a ampliação dos procedimentos
já implementados.
136
Como fruto desse convênio, o Órgão Especial editou a Resolução TJ/OE n. 15/2003,
aprovando “A Nova Estrutura Organizacional do Poder Judiciário, que implementou
um modelo descentralizado de gestão conhecido como ‘linha de frente e retaguarda’,
que tinha por objetivo fortalecer a atividade-fim”. Com isso, houve a aprovação das
atribuições básicas de cada unidade organizacional do PJERJ, tanto administrativa
quanto judicial, abrangendo desde o Tribunal Pleno e o Órgão Especial às Diretorias-
Gerais, detalhando estruturalmente seus vários setores internos.
No final de 2004, a DGPES, por meio do DEDEP, participou de outras ações, entre
elas integrou o sistema de apoio às unidades organizacionais abaixo descritas e que
estiveram sob o processo de certificação ISO, durante o ano de 2003:
137
zzEscola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ);
138
2.1 METODOLOGIA – GESTÃO DE PESSOAS POR COMPETÊNCIAS
NO PJERJ
c) Áreas de Conhecimento: são aqueles requisitos que podem ser obtidos por
meio de ações de treinamento e desenvolvimento ou por meio da experiência
profissional do servidor. Essa competência é composta por cinco áreas de
conhecimento, conforme tabela a seguir:
139
e) Comportamentais: é a exposição de atitudes e de situações cotidianas requeridas ou
evidenciadas.
Com efeito, editou-se a RAD-DGPES-040, que tinha por objetivo estabelecer critérios
e procedimentos para identificar necessidades de desenvolvimento das competências
profissionais dos servidores do PJERJ. Cabe frisar que somente participavam destes
processos de trabalho as unidades organizacionais administrativas e jurisdicionais
do PJERJ, participantes do escopo de certificação ISO 9001:2000.
140
Esse processo de trabalho era iniciado com a identificação dessas necessidades
de desenvolvimento das competências profissionais e realizado, em conjunto, pelos
gestores e servidores de cada unidade. Era cíclico e renovado, anualmente, no mês
de outubro, com validade para o ano seguinte (janeiro a dezembro) e a Matriz de
Competências Profissionais era a ferramenta essencial.
141
A Matriz de Competências Profissionais tem como propósitos, entre outros, nortear
a capacitação e o desenvolvimento dos servidores do PJERJ e apoiar a indicação para
nomeação aos cargos em comissão e funções gratificadas.
MATRIZ DE COMPETÊNCIAS
142
construir as matrizes de competências profissionais. O próximo passo foi realizar o
evidenciamento de habilidades que gerava planos de desenvolvimento individuais.
Para realizar esta ánalise, deve-se estudar os documentos que tratam da estratégia
institucional, tais como: missão, visão, valores, política da qualidade, objetivos
estratégicos e atribuições das unidades organizacionais.
143
às capacidades específicas e genéricas da Organização que contribuem diretamente
para o alcance dos objetivos organizacionais.
144
3.2 ANÁLISE E DESCRIÇÃO DOS PAPÉIS PROFISSIONAIS
145
zzÁrea Administrativa: Diretor-Geral, Assessor de Direção, Diretor de
Departamento, Diretor de Divisão, Chefe de Serviço, Assistente, Integrante
de Equipe.
Do ano de 2009 até 2012, o mapeamento foi realizado somente com as unidades
certificadas. Em 2013, foi mantida a metodologia dos anos anteriores, tendo sido
incluído no público-alvo todas as Unidades Judiciárias. Somente a partir de 2014 é
que a metodologia de realização do mapeamento de competências foi alterada para
a inclusão de todas as Unidades Judiciárias e Administrativas do PJERJ.
Cobit-Governança de TI 15
146
Em 2016, além das competências técnicas, foram incluídas na pesquisa
competências comportamentais para gestores:
Comunicação
Gestão de Mudanças
147
4 OUTRAS AÇÕES DO PJERJ QUE CONTRIBUÍRAM PARA O
FORTALECIMENTO DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS
148
4.2 ORIENTAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE
SERVIDORES INDICADOS PARA CARGO EM COMISSÃO E FUNÇÃO
GRATIFICADA
Caso o servidor não preencha algum requisito, o DEDEP, em comum acordo com o
servidor, seleciona os conhecimentos necessários ao seu desenvolvimento, registrando
as sugestões de competências a serem desenvolvidas em formulário específico.
149
A recepção e a integração de novos servidores é uma etapa do Programa Boas-
Vindas, sendo ferramenta importante para o desenvolvimento de atitudes positivas e
consequente comprometimento para atingir melhores resultados para a Instituição.
150
zzElaborar o edital de recrutamento e seleção interna, com base nas
informações fornecidas pelo solicitante e nos requisitos contidos na Matriz
de Competências.
151
Entretanto, a inexistência de um sistema informatizado alterou a pretensão
inicial para a criação de uma ferramenta de apoio à escolha e à designação de
servidores para desempenho de cargos e funções específicas, objetivando reconhecer
e valorizar servidores, auxiliando no desenvolvimento institucional, com o melhor
aproveitamento das competências disponíveis na organização, colaborando para a
melhoria da prestação jurisdicional.
152
Embalado por esse movimento, no mesmo sentido e com a mesma proposta, foi
criado o Banco de Assessores de Desembargador, regulamentado pela Resolução n. 2/2015
do Conselho da Magistratura, cuja diferença reside no fato de que a inclusão do nome do
servidor neste Banco exige do candidato graduação em Direito, além de recomendar a
conclusão de cursos de Doutorado, Mestrado, Pós-graduação e Curso de Extensão, todos
na área do Direito, experiência anterior em gabinete, domínio de internet e conhecimento
de processamento eletrônico, cabendo ao magistrado o exame curricular.
153
Desempenho do servidor, em período de estágio probatório, para fins de aquisição de
estabilidade no cargo.
I – assiduidade e pontualidade;
II – disciplina;
III – responsabilidade;
IV – eficiência;
V – iniciativa;
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Modelo de Gestão por Competências é um processo contínuo e irreversível,
mas que depende da participação dos servidores envolvidos em cada etapa do
projeto, por meio de ações de capacitação e comunicação, de modo a assegurar o
comprometimento necessário à sua manutenção.
154
Ademais, para que os processos de GPC continuem avançando, faz-se necessário
o apoio da tecnologia da informação. Por isso, faz parte do Projeto Estratégico da
DGPES para o biênio 2017–2018 a implementação do novo sistema de gestão de
pessoas, que permitirá integrar todas as informações, contribuindo para a ampliação
dos procedimentos já implementados.
Dessa forma, os resultados alcançados podem e devem ser aprimorados com uma
melhor gestão da informação, em sua dupla acepção – banco de dados e comunicação –,
de modo a garantir que todos os dados sejam compilados e corretamente processados
e que as pessoas integrantes da organização sejam devidamente informadas da
importância do tema e de sua efetiva e integral participação, propiciando assim o
alcance dos objetivos propostos.
155