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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Ensino de História

Tema do Trabalho: Preservação digital de documentos históricos:

Nome do Estudante: Domingos Armando Saize, Código da Estudante: 51240689

Chimoio, Março, 2024


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Ensino de História

Tema do Trabalho: Preservação digital de documentos históricos:

Trabalho de Campo a ser submetido na


coordenação do curso de Licenciatura em
ensino de História da UnISCED

Cadeira: TIC

Tutor:

Nome do Estudante: Domingos Armando Saize, Código da Estudante: 51240689

Chimoio, Março, 2024

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Índice
Introdução.............................................................................................................................. 4

Objectivos.............................................................................................................................. 4

Geral ...................................................................................................................................... 4

Metodologia .......................................................................................................................... 4

O conceito de documento, documento digital e os documentos históricos ........................... 5

Preservação de documentos................................................................................................... 6

Conclusão ............................................................................................................................ 10

Referencias Bibliográficas .................................................................................................. 11

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Introdução
Uma das vantagens dos documentos digitais é que são mais acessíveis. Isto é, algumas
vezes não é necessário ir a uma instituição para tê-lo, o que é sem dúvida um atrativo
para a digitalização de documentos, e isso está ocorrendo com os documentos
históricos. Um dos exemplos de documento histórico digitalizado é o da Abolição da
Escravatura, conhecida como Lei Áurea, oficializada em maio de 1888 (BRASIL, 1888)
promulgada pela princesa imperial do Brasil, Isabel de Bragança, que se encontra
digitalizada no Arquivo Nacional e na Biblioteca do Senado Federal, entre outros
documentos históricos de igual importância. É fundamental atentarmos para o fato de
que digitalizar é um processo técnico e, por si só, não garante a longevidade dos
acervos, sendo também importante salientar que os documentos nato-digitais estão em
maior risco de serem perdidos. Nesse sentido, é necessária uma implementação de
políticas de preservação dos documentos digitais que visem salvaguardar esses
documentos dos problemas inerentes ao contexto tecnológico

Objectivos

Geral
 Compreender a importância da Preservação digital de documentos Históricos

Específicos

 Definir documento, documento digital e os documentos históricos


 Analisar a importância da Preservação digital de documentos Históricos

Metodologia

Revisao daLiterartura

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O conceito de documento, documento digital e os documentos históricos
Um documento existe a partir de alguma forma de registro e em algum tipo de suporte.
De acordo com Briet (1951, p. 60), o documento “é todo indício concreto ou simbólico,
conservado ou registrado, com a finalidade de representar, reconstituir ou provar um
fenômeno físico ou intelectual”. Ainda sobre a questão da definição do documento,
podemos entendê-lo em suas mais múltiplas formas. De acordo com Otlet (1937, p. 2),
“documento é o livro, a revista, o jornal, é a peça do arquivo, a estampa, a fotografia, a
medalha, a música, e atualmente o filme, o disco e toda parte documental que preze e
sucede a emissão radiofônica”. No caso do documento digital temos outra definição,
que o caracteriza como “informação registrada, codificada em dígitos binários, acessível
e interpretável por meio de sistema computacional” (CONSELHO NACIONAL DE
ARQUIVOS - CONARQ, 2014, p.19)

A digitalização, documentos nato-digitais e os prejuízos decorrentes do contexto


tecnológico
Os documentos digitais podem ter duas origens distintas: ou já nascem digitais, sendo
denominados ''nato-digitais'' ou são digitalizados a partir de um documento não digital
através de um processo de digitalização. Erway (2010), exemplifica os documentos
nato-digitais como fotografias geradas com câmeras digitais, dados dinâmicos de redes
sociais como Facebook e Twitter, documentos gerados com editores de texto ou
planilhas eletrônicas, e-mails, dentre outros. Quanto aos documentos digitalizados,
temos como exemplo os que são disponibilizados na página da Homeroteca Digital
Brasileira (BIBLIOTECA NACIONAL, 2020). Nesse cenário, a digitalização é definida
como “um processo de conversão de um documento para o formato digital por meio de
dispositivo apropriado como um escâner” (CONARQ, 2005, p. 69). Com o crescimento
exponencial das tecnologias no mundo atual, as instituições estão em busca de
salvaguardar os documentos históricos não digitais, digitalizando-os, pensando que com
tal ação poderão preservá-lo indefinidamente, não levando em consideração a
complexidade do contexto tecnológico que eles estarão condicionados. Essas
tecnologias que envolvem os documentos digitais podem tornar-se obsoletas
rapidamente de modo que tais documentos podem vir a ser perdidos (SANT´ANNA,
2001).

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Preservação de documentos
Ao se discorrer sobre preservação de documentos alguns cuidados devem ser tomados,
pois, estes documentos aqui vislumbrados não são apenas documentos administrativos
de empresas os quais também devem se ter as maiores preocupações, e sim todos e
qualquer documento, livro, informativo, revista, literaturas, jornal entre outras
modalidades atuais.

Acredita-se que desde as primeiras civilizações a preocupação com a informação e os


conhecimentos a serem guardados ou passados as gerações futuras foi uma preocupação
constante do ser humano. E com isso muitos devem ter sido os meios os quais existiram
para que se conseguissem guardar estas informações conforme fomos evoluindo os
métodos também acompanharam esta evolução modificando-se assim de tempos em
tempos.

Segundo FERREIRA (2006),

“Desde a invenção da escrita que existe uma manifesta preocupação pela


preservação dos artefactos que resultam de processos intelectuais e criativos do
ser humano [1]. A preservação desses artefactos permite às gerações futuras
compreender e contextualizar a história e a cultura dos seus povos [2]. Os
museus, as bibliotecas e os arquivos assumem neste contexto um papel
determinante, responsabilizando-se pela preservação e longevidade desses
artefactos. Nos dias de hoje, uma parte significativa da produção intelectual é
realizada com o auxílio de ferramentas digitais. A simplicidade com que o
material digital pode ser criado e disseminado através das modernas redes de
comunicação e a qualidade dos resultados obtidos são factores determinantes na
adopção deste tipo de ferramentas. No entanto, o material digital carrega
consigo um problema estrutural que coloca em risco a sua longevidade. Embora
um documento digital possa ser copiado infinitas vezes sem qualquer perda de
qualidade, este exige a presença de um contexto tecnológico para que possa ser
consumido de forma inteligível por um ser humano. Esta dependência
tecnológica torna-o vulnerável à rápida obsolescência a que geralmente a
tecnologia está sujeita [3]” (FERREIRA, 2006, P.17).

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O exposto nos leva a entender que a preocupação com a preservação e disciminação de
conhecimentos não seja assim um assunto tão recente, pois, nota-se que desde o inicio
da humanidade já se pensava em métodos a serem utilizados para que os dados
pudessem ser guardados e passados aos mais novos de alguma forma para orienta-los
para a vida, de modo que seus feitos e produções intelectuais servissem de exemplo.

Mas havia algo que poderia impedir que este conhecimento durasse para sempre que é a
fragilidade dos materiais existentes em todas as épocas, pois com a evolução outros
métodos e materiais foram surgindo e como consequência deixando os métodos antigos
obsoletos.

Com isso notamos que os arquivos os quais guardavam todos estes materiais foram de
suma importância para a preservação do conhecimento, embora muitos acidentes
aconteceram e levaram ao descarte de parte destes materiais, outros foram perdidos,
queimados ou extraviados, mesmo com tantos imprevistos uma parte foi preservada e
serviu grandemente a sociedade para que fossem estudados.

Segundo ALVES (1993. S/P) em meio ao site Wikipédia, e em arquivologia,

“Arquivo é um conjunto de documentos criados ou recebidos por uma


organização, firma ou indivíduo, que os mantém ordenadamente como fonte
de informação para a execução de suas atividades. Os documentos preservados
pelo arquivo podem ser de vários tipos e em vários suportes. As entidades
mantenedoras de arquivos podem ser públicas (Federal, Estadual Distrital,
Municipal), institucionais, comerciais e pessoais. No Brasil, a política de
arquivos públicos e privados é gerenciada pelo Conselho Nacional de
Arquivos (Conarq), órgão ligado ao Arquivo Nacional” (ALVES, 1993.
S/P: https://pt.wikipedia.org/wiki/Arquivo).

O arquivo aqui descrito representa um espaço o qual é utilizado para armazenar


informações de um modo organizado seguindo assim regras pré-estabelecidas, de modo
que podem ser utilizados vários tipos de suporte para guardá-los, seja de maneira
impressa ou como forma de arquivos de programas de computadores na era atual,
podendo estes documentos e informações ser públicos ou privados, os quais levaram a
criação de um conselho nacional de Arquivos o CONARQ.

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Mais as formas de arquivamentos não começaram nesta era, mais sim desde o início da
civilização assim como apresentado por PAES (1997, P. 15) o qual comenta que “logo
que os povos passaram a um estágio de vida social mais organizado, os homens
compreenderam o valor dos documentos e começaram a reunir, conservar e sistematizar
os materiais em que fixavam, por escrito, o resultado de suas atividades [...]”.

Ao descobrirem a verdadeira importância de se reunir, guardar informações e


conhecimentos, perceberam assim que algo deveria ser feito, para que estas informações
fossem protegidas, surgindo assim os grandes arquivos de museus, bibliotecas e espaços
de conhecimentos como salas de estudos privados e públicos, arquivos pessoais de
pesquisadores ou escritores.

Estes espaços para PAES (1997)

“Na verdade, [...] funcionavam como grandes depósitos de documentos, de


qualquer espécie, produzidos pelo homem. Entretanto, a evolução histórica da
humanidade, aliada a fatores culturais e tecnológicos como, [ ] o advento da
imprensa, pouco a pouco, forçou a delimitação dos campos de atuação [...].
(PAES, 1997, P. 16).

Surgiu com esta delimitação de espaço de atuação, a criação da arquivologia que


também atua nos campos tais como: nas grandes empresas públicas e privadas e nas
bibliotecas, nos museus e nos espaços culturais entre outros.

Podemos definir um arquivo público como um “[...] conjunto de documentos


produzidos ou recebidos por instituições governamentais de âmbito federal, estadual ou
municipal, em decorrência de suas funções administrativas, judiciárias ou legislativas.”
(PAES, 1997, P. 24).

Percebemos que um arquivo público não só atua nas três áreas acima citadas mais
também em uma área que não se fala muito que é a área cultural, na qual o arquivo é de
grande importância para a preservação, guarda e compartilhamento de informações e
conhecimentos a respeito de nossa e de outras culturas sejam por meios convencionais
impressos ou digitais.

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Por isso se compreende que deve haver uma valorização dos arquivos sejam eles
públicos ou privados na medida em que contribui para a preservação de nossos feitos
históricos e conhecimentos desenvolvidos em milênios de evolução cultural e
intelectual.

Segundo CAMARGO (1988)

“A valorização do arquivo como órgão que conserva os documentos emanados


de autoridades públicas vem de uma longa tradição jurídica, baseada na
presunção de autenticidade dos atos praticados pelos que detêm cargos e ofícios
públicos. É na esfera pública – mediante registros autênticos e seguros – que
evidenciam a veracidade e a validade dos fatos” (CAMARGO, 1988, P. 59).

Até mesmo a valorização dada aos arquivos, já vem de antigas tradições, os quais já se
percebiam a necessidade de se cuidar dos conhecimentos e informações, sua veracidade
e formas seguras de disciminação, a proteção destes documentos ajuda na conservação
verídica dos acontecimentos.

BRASIL (2006) coloca que,

“Nos documentos convencionais, o conteúdo e o suporte estão intrinsecamente


ligados, dessa forma a manutenção do suporte garante a preservação do
documento. De forma distinta, nos documentos digitais, o foco da preservação é
a manutenção do acesso, que pode implicar na mudança de suporte e formatos,
bem como na atualização do ambiente tecnológico” (BRASIL, 2006, P. 36)

Verifica-se aqui uma necessidade constate de aprimoramento dos suportes tecnológicos


os quais avançam em mudanças rapidamente, ou seja, não da para se manter
desatualizado, pois, pode haver perda de informação, de conteúdo, de documentos, de
saberes importantíssimos a humanidade e comunidade cientifica.

Com isso pode-se intuir que a tecnologia pode ser uma aliada, desde que a mesma possa
ser atualizada constantemente, e os suportes consigam estabelecer esta conecção entre o
modelo atual e o modelo novo de tecnologia de armazenamento.

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Conclusão
Os documentos históricos são de grande relevância para a sociedade. Eles são os
produtos da memória social a partir do momento em que refletem as vivências, eventos
e ações de um grupo ou sociedade. Tais documentos costumam estar em lugares de
memória como arquivos, museus e bibliotecas. Com o advento de novas tecnologias, a
forma de armazenar tais documentos está cada vez mais vinculada ao meio digital.
Outro fator importante é considerarmos que a digitalização como forma de salvaguarda,
sem políticas de preservação definidas para tal, não garante a preservação desses
documentos no longo prazo e que os documentos nato-digitais históricos correm mais
risco de serem perdidos. O fato de um documento histórico ficar armazenado em
ambiente digital não faz dele um documento preservado. Portanto, a discussão consiste
em ressaltarmos o quanto tais documentos podem ser comprometidos pelo contexto
tecnológico ao serem codificados, lidos e interpretados por meio de uma infraestrutura
tecnológica que muda rapidamente, pois o que é moderno hoje, amanhã não será. E isso
implica no processo de digitalização também. Diante desses fatos, precisamos pensar e
planejar as políticas de preservação que precisam ser implementadas para que o
patrimônio documental, a memória social em nível digital, não fique perdida para as
futuras gerações.

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Referencias Bibliográficas
FLORES, Daniel; SANTOS, Henrique Machado dos. Os impactos da obsolescência
tecnológica frente à preservação de documentos digitais. Brazilian Journal of
Information Science: Research Trends, v. 11, n. 2, p. 28–37, 2017. Disponível em:
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https://www.brapci.inf.br/index.php/article/view/0000009782/9dcc5392c05fcfe2df81a
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JARDIM, Maria José. A invenção da memória nos arquivos públicos. Revista Ciência
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