Seminário Vi - Ana Luiza Alves Da Hora Maia
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RECIFE – PE
2022.1
Módulo Incidência e Crédito Tributário
Leitura básica
• CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 7ª ed. São
Paulo: Noeses, 2018, Item 3.3.6 (Imposto sobre circulação de mercadorias e
prestação de serviços) – exceto itens 3.3.6.4 (ICMS e tributação sobre prestação de
serviços de comunicação) e 3.3.6.5 (ICMS e tributação sobre prestação de serviços
de transporte) da segunda parte.
• CARVALHO, Paulo de Barros; MARTINS, Ives Gandra da Silva. Parecer: “A concessão de
isenções, incentivos ou benefícios fiscais no âmbito de ICMS”, In: Guerra Fiscal: reflexões
sobre a concessão de benefícios no âmbito do ICMS. 2 Ed. São Paulo: Noeses, 2014.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. v3. São Paulo:
Noeses, 2016, Tema XXVII (Diferimento, solidariedade e responsabilidade tributária Análise
dos contratos de venda de mercadoria sob cláusula FOB).
• CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. 2.ed.
v2. São Paulo: Noeses, 2017, Tema XVIII (ICMS – Importação: análise segundo
as formas de importação “por conta própria” ou “por conta e ordem de terceiro”).
• CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. v3. São
Paulo: Noeses, 2016, Tema XXIX (Substituição Tributária no ICMS – Interpretação
conforme a Lei Complementar nº 87/1996 e o Convênio nº 45/1999).
Leitura complementar
• CARRAZZA, Roque Antonio. ICMS. São Paulo: Malheiros. Capítulo II e itens 1 e 2 do
Capítulo IV.
• CARVALHO, Osvaldo Santos de. “Guerra fiscal” no âmbito do ICMS, In: CAMPILONGO,
Paulo A. Fernandes (Coord.). ICMS: aspectos jurídicos relevantes. São Paulo: Quartier
Latin.
• CARVALHO, Osvaldo Santos de. Os reflexos da Lei Complementar 160/17. In: XIV
Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET. São Paulo: Noeses.
• CHIESA, Clélio. Créditos de ICMS: situações polêmicas. In: VII Congresso Nacional de Estudos
Tributários do IBET. São Paulo: Noeses.
• MIGUEL, Luciano Garcia. Incidência do ICMS nas operações de importação. São Paulo:
Noeses. Capítulo 2, capítulo 5 e item 6.3 do capítulo 6.
• OLIVEIRA, André Felix Ricotta de. Manual da não-cumulatividade do ICMS. São Paulo:
Noeses, 2018. Capitulo 9.
• SALOMÃO, Marcelo Viana. ICMS na importação. São Paulo: Atlas. Capítulos 3, 4, 5 e 6.
• SIMÕES, Argos Campos Ribeiro. A Guerra Fiscal do ICMS e os incentivos fiscais
concedidos na Zona Franca de Manaus: discussão envolvendo a recepção ou não do art.
15 da LC 24/75 e suas consequências. In: XI Congresso Nacional de Estudos Tributários
do IBET. São Paulo: Noeses.
• SIMÕES, Argos Campos Ribeiro. A influência da denominada boa-fé sobre as autuações
envolvendo crédito indevido de ICMS lastreado por documentação inidônea. In: IX
Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET. São Paulo: Noeses.
Módulo Incidência e Crédito Tributário
• SIMÕES, Argos Campos Ribeiro. Guerra Fiscal do ICMS e o Artigo 8º, I da Lc 24/75
como caso de não Incidência tributária. In: XIII Congresso Nacional de Estudos
Tributários do IBET. São Paulo: Noeses.
• SIMÕES, Argos Campos Ribeiro. ICMS-Importação: proposta de reclassificação e suas aplicações.
São Paulo: Noeses. Capítulos 3, 5 e 6.
• TELES, Galderise Fernandes. Ressarcimento ICMS-ST: questões controversas decorrentes da
decisão do STF no Recurso Extraordinário nº 593.849/MG e ADIN 2.777/SP e ADIN 2.675/PE. In:
XIV Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET. São Paulo: Noeses.
Questões
1. Construir a(s) regra(s)-matriz(es) do ICMS – Mercadorias e do ICMS –
Importação.
R - O imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de
Comunicação e de Transportes Interestaduais e Intermunicipais tem previsão legal
no art. 155, inciso II, da Constituição Federal, e possui três regras matrizes de
incidência tributária:
1) Antecedente
- Critério material: a primeira regra matriz tem como núcleo do verbo “prestar” e
como complemento “serviços de comunicação”; a segunda possuirá o mesmo
núcleo do verbo e complemento “serviços de transporte interestadual ou
intermunicipal”; e a terceira regra matriz tem como núcleo do verbo “realizar” e
como complemento “operações relativas à circulação de mercadorias”;
2) Consequente
- Critério pessoal: o sujeito passivo será o adquirente das mercadorias,
enquanto o ativo é o estado ou DF competente para tributar naquele caso;
Desta forma, entendo que cabe sim ao Estado de São Paulo vedar o
aproveitamento do crédito presumido concedido unilateralmente pelo Estado de
Tocantins, uma vez que a prática vai de encontro a respectiva disposição.
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Não me coaduno, todavia, com tal entendimento, uma vez que a finalidade da norma
foi visando as compras realizadas online, em que a mercadoria só será entregue ao
consumidor final no estado destinatário, portanto, entendo que não deveria ser
cobrado como operação interestadual, até porque não será praticado nenhuma parte
do fato gerador no estado do contribuinte.
Assim, entendo que apesar não ser inconstitucional, já que a finalidade da norma
deveria ter sido observada pelos Tribunais Pátrios, deveria esta ter deixado claro que
não basta que o contribuinte esteja domiciliado em outro estado, sendo necessário
que efetivamente haja a entrega da mercadoria apenas no estado de destino.
Por fim, entendo que legislação infraconstitucional não pode determinar a utilização
de base de cálculo única para se chegar ao montante de diferencial, uma vez que
este montante deve ser obtido através da diferença entre os valores de ICMS
efetivamente devidos entre a operação interna e a interestadual.
Assim, uma vez que a empresa ou sua documentação for declarada inidônea, não
haverá, em regra, direito ao aproveitamento do crédito, pois há uma presunção
relativa que aquela operação foi irregular.
Por sua vez, a LC 87/96, em seu art. 23, como já citado, estabelece então que o
aproveitamento do crédito necessariamente está condicionado a idoneidade dos
documentos.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou
prestações seguintes;
Neste diapasão, não haverá a incidência do crédito tributário de acordo com as hipóteses do
art. 155, inciso X e as hipóteses de benefícios fiscais serão estabelecidos de acordo com
disposição de Convênio da Confaz. Assim, apenas neste ponto é que seria possível
fundamentar a proibição.
Ademais, necessário frisar que, segundo o art. 155, XII, “f” da Carta Magna, cabe à Lei
Complementar prevê os casos de manutenção de crédito, de modo que também pode
ensejar na proibição ou autorização do uso de crédito nos casos supracitados.
R – Não, segundo o art. 3º, VIII, LC 87/96, o ICMS não incide sobre operações de
arrendamento mercantil, também chamadas de leasing, não compreendida a venda
do bem arrendado ao arrendatário.
Neste mesmo sentido, entendo que não cabe restituição nos casos de ICMS pago
antecipadamente, pelos mesmos motivos acima expostos.
Desta forma, o sujeito ativo deverá ser o Estado ou DF em que esteja localizado o
estabelecimento do adquirente/importador, sendo irrelevante o local em que
ocorreu o desembaraço aduaneiro.
Anexo I
AgRg no RE n. 637.959/DF
Julgamento: 19/02/2013
Anexo II
RE n. 851.421 RG/DF
Julgamento: 21/05/2015
Anexo III
ADI 1851/AL
EMENTA: TRIBUTÁRIO. ICMS. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. CLÁUSULA
SEGUNDA DO CONVÊNIO 13/97 E §§ 6.º E 7.º DO ART. 498 DO DEC. N.º 35.245/91
(REDAÇÃO DO ART. 1.º DO DEC. N.º 37.406/98), DO ESTADO DE ALAGOAS.
ALEGADA OFENSA AO § 7.º DO ART. 150 DA CF (REDAÇÃO DA EC 3/93) E AO
DIREITO DE PETIÇÃO E DE ACESSO AO JUDICIÁRIO. Convênio que objetivou
prevenir guerra fiscal resultante de eventual concessão do benefício tributário
representado pela restituição do ICMS cobrado a maior quando a operação final for de
valor inferior ao do fato gerador presumido. Irrelevante que não tenha sido subscrito por
todos os Estados, se não se cuida de concessão de benefício (LC 24/75, art. 2.º, INC.
2.º). Impossibilidade de exame, nesta ação, do decreto, que tem natureza regulamentar.
A EC n.º 03/93, ao introduzir no art. 150 da CF/88 o § 7.º, aperfeiçoou o instituto, já
previsto em nosso sistema jurídico-tributário, ao delinear a figura do fato gerador
presumido e ao estabelecer a garantia de reembolso preferencial e imediato do tributo
pago quando não verificado o mesmo fato a final. A circunstância de ser presumido o
fato gerador não constitui óbice à exigência antecipada do tributo, dado tratar-se de
sistema instituído pela própria Constituição, encontrando-se regulamentado por lei
complementar que, para definir-lhe a base de cálculo, se valeu de critério de estimativa
que a aproxima o mais possível da realidade. A lei complementar, por igual, definiu o
aspecto temporal do fato gerador presumido como sendo a saída da mercadoria do
estabelecimento do contribuinte substituto, não deixando margem para cogitar-se de
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momento diverso, no futuro, na conformidade, aliás, do previsto no art. 114 do CTN, que
tem o fato gerador da obrigação principal como a situação definida em lei como
necessária e suficiente à sua ocorrência. O fato gerador presumido, por isso mesmo,
não é provisório, mas definitivo, não dando ensejo a restituição ou complementação do
imposto pago, senão, no primeiro caso, na hipótese de sua não-realização final. Admitir
o contrário valeria por despojar-se o instituto das vantagens que determinaram a sua
concepção e adoção, como a redução, a um só tempo, da máquina-fiscal e da evasão
fiscal a dimensões mínimas, propiciando, portanto, maior comodidade, economia,
eficiência e celeridade às atividades de tributação e arrecadação. Ação conhecida
apenas em parte e, nessa parte, julgada improcedente.
Anexo IV
Súmula n. 509 do STJ
É lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar os créditos de ICMS decorrentes de
nota fiscal posteriormente declarada inidônea, quando demonstrada a veracidade da
compra e venda. (26/03/2014).
Anexo V
REsp n. 1.148.444/MG
Julgamento: 14/04/2010
Anexo VI
AgRg no RESP n. 1.355.768/SP
DJ 10/02/2014
Anexo VII
MC n. 13.236/RJ
Julgamento: 18/12/2012
Anexo VIII
AgRg nos EARESP n. 83.402/SP
Julgamento: 12/12/2012
Anexo IX
RESP n. 1.190.705/MG
Julgamento: 28/09/2010
ICMS. IMPORTAÇÃO INDIRETA. TRIBUTO DEVIDO AO ESTADO ONDE SE
LOCALIZA O DESTINATÁRIO FINAL DA MERCADORIA. RATIO ESSENDI DA LEI.
POLÍTICA FISCAL. MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. SÚMULA N. 07/STJ.
1. O ICMS, no caso de importação, é destinado ao Estado onde localizado o
destinatário final do importador, a despeito de o desembaraço aduaneiro ocorrer em
outro Estado.
2. A importação indireta caracteriza-se pela existência de um intermediador na
importação, de modo que o ICMS deverá ser recolhido no Estado onde se localiza o
destinatário final da mercadoria, a despeito de ter sido esta desembaraçada por
estabelecimento intermediário sediado em outra Unidade da Federação, nos termos
do entendimento firmado pela E. Primeira Seção. Precedentes: EREsp 835537/MG,
Rel. Ministro Benedito Golçalves, Primeira Seção, DJe 30/11/2009; EDcl no REsp
1036396/MG, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe
19/8/2009; EDcl no AgRg no Ag 825.553/MG, Rel. Ministro Herman Benjamin,
Segunda Turma, DJe 20/8/2009; REsp 835.537/MG, Rel. Ministra Eliana Calmon,
Segunda Turma, DJe 17/2/2009.
3. O legislador constituinte, por política fiscal, estabeleceu hipóteses excepcionais
em que a arrecadação do ICMS é devida ao Estado do destinatário final da mercadoria
e não ao Estado importador (de origem) do bem.
4. O fundamento do legislador foi evitar uma grande desigualdade social na
destinação dos recursos, posto existir mercadorias em que poucos Estados-Membros
produzem e todos consomem, como v.g., energia elétrica e os produtos derivados do
petróleo (CF,arts. 155, § 2º, X, “a” e “b”; XII, “h”, § 4º, I). A mesma ratio é utilizada no
ICMS incidente sobre a importação, uma vez que nem todos os Estados da Federação
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