DecrPre64 11
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A Repartição Administrativa é o serviço que se ocupa da Considerando o disposto na Lei n.° 13/05, de 30 de
generalidade das questões administrativas, da gestão do pes- Setembro — Lei das Instituições Financeiras, que regula o
soal, do património, do orçamento e das relações públicas. processo de estabelecimento, o Exercício de actividade, a
supervisão e o saneamento das instituições Financeiras,
ARTIGO 16.° a mesma deixou em aberto a actualização, em diplomas
(Repartição de Gestão e Planeamento Urbano)
especiais, da regulamentação dos vários tipos de instituições
financeiras não bancárias ligadas à moeda e crédito, sujeitas
à jurisdição do Banco Nacional de Angola e consequentes
1. A Repartição de Gestão e Planeamento Urbano é o serviço
normas disciplinares dos contratos que constituem o objecto
técnico encarregue de assegurar a execução de tarefas nos
da actividade dessas sociedades, nomeadamente, o Contrato
domínios da gestão do planeamento urbanístico e do ordena-
de Locação Financeira;
mento territorial, licenciamento das operações urbanísticas,
toponímia e sinalização rodoviária da Urbanização do Tala- O Contrato de Locação Financeira tem sido bem suce-
tona. dido na generalidade dos países pelas possibilidades de
financiamento rápido que faculta em função das garantias
2. A actividade de gestão da Urbanização do Talatona que oferece aos seus intervenientes, surgindo assim como um
compreende a ocupação urbana, em especial o saneamento instrumento útil no relacionamento das economias em vias
ambiental, a pavimentação e drenagem, a instalação e manu- de desenvolvimento;
tenção dos elementos físicos que constituem o funciona-
Por força das características específicas que a locação
mento da Urbanização do Talatona como os sistemas de
financeira possui e, tendo em conta os benefícios jurídicos e
energia eléctrica, água e pavimentação.
económicos que esta proporciona aos agentes económicos,
estabeleceu-se a necessidade do seu campo de aplicação não
3. A actividade de gestão e manutenção da Urbanização ser restritivo, podendo assim, o contrato de locação ter por
do Talatona compreende igualmente aos fluxos, usos, serviços objecto quaisquer bens passíveis de serem locados, quer
e qualidade da paisagem urbana que constituem os espaços e sejam bens móveis ou imóveis;
serviços mais abrangentes da vida urbana.
Contudo, torna-se imprescindível estabelecer a sua regu-
ARTIGO 17.° lamentação própria na ordem jurídica-financeira nacional,
(Dúvidas e omissões) definindo-se assim, de uma forma genérica, as suas bases
económico-jurídicas.
As dúvidas e omissões que se suscitarem na interpreta-
ção e aplicação do presente diploma são resolvidas pelo Pre- O Presidente da República decreta, nos termos da alí-
sidente da República. nea l) do artigo 120.° e do n.° 3 do artigo 125.°, ambos da
Constituição da República de Angola, o seguinte:
ARTIGO 18.°
(Entrada em vigor) ARTIGO 1.º
(Aprovação)
ARTIGO 5.º
ARTIGO 1.º
(Limites à autonomia das partes)
(Noção)
2. Para efeitos do disposto no número anterior, a existên- Além das instituições financeiras bancárias, apenas as
cia de licença de utilização ou de construção deve ser certi- Sociedades de Locação Financeira regularmente constituídas
ficada pela entidade que efectua o reconhecimento ou ao abrigo da legislação aplicável podem dar de locação
verificada pelo funcionário dos serviços de registo. financeira quaisquer coisas.
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(Duração)
São nomeadamente, obrigações do locatário:
1. O prazo de locação financeira de coisas móveis não
a) Pagar as rendas;
deve ultrapassar o que corresponde ao período presumível de
b) Pagar, em caso de locação de fracção autónoma, as
utilização económica da coisa.
despesas correntes necessárias à fruição das
partes comuns de edifício e aos serviços de inte-
2. O Contrato de Locação Financeira não pode ter dura-
resse comum;
ção superior a 30 anos, considerando-se reduzido a este
c) Facultar ao locador o exame do bem locado;
limite, quando superior.
d) Não aplicar o bem fim diverso daquele a que ele
se destina ou movê-lo para local diferente do
3. Não havendo estipulação de prazo, o Contrato de contratualmente previsto, salvo autorização do
Locação Financeira considera-se celebrado pelo prazo de locador;
24 meses ou de 10 anos, consoante se trate de bens móveis e) Assegurar a conservação do bem e não fazer dele
ou de bens imóveis. uma utilização imprudente;
f) Realizar as reparações, urgentes ou necessárias, bem
ARTIGO 11.º como quaisquer obras ordenadas pela autoridade
(Vigência do contrato) pública;
g) Não proporcionar a outrem o gozo total ou parcial
1. O Contrato de Locação Financeira produz efeitos a par- do bem por meio da cessão onerosa ou gratuita da
tir da data da sua celebração. sua posição jurídica, sublocação ou comodato,
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excepto se a lei o permitir ou o locador a auto- 2. Em qualquer dos casos, pode o locador opor-se à trans-
rizar; missão deste direito, provando que o locatário não oferece
h) Comunicar ao locador, dentro de 15 dias, a cedên- garantias bastantes para a execução do contrato.
cia do gozo do bem, quando permitida ou auto-
rizada nos termos da alínea anterior; ARTIGO 16.º
i) Avisar imediatamente o locador, sempre que tenha (Novo contrato)
conhecimento de vícios no bem ou saiba que o
ameaça algum perigo ou que terceiros se arrogam Findo o prazo do contrato, quando o locatário não queira
direitos em relação a ele, desde que o facto seja usar da faculdade de aquisição, podem as partes celebrar
ignorado pelo locador; nova locação financeira.
j) Efectuar o seguro do bem locado, contra o risco da
sua perda ou deterioração e dos danos por ela ARTIGO 17.°
provocados; (Relações entre o locatário e o vendedor ou o empreiteiro)
k) Restituir o bem locado, findo o contrato, em bom
estado, salvo as deteriorações inerentes a uma O locatário pode exercer contra o vendedor ou o emprei-
utilização normal, quando não opte pela sua teiro, quando disso seja caso, todos os direitos relativos ao
aquisição. bem locado ou resultantes do contrato de compra e venda ou
de empreitada.
2. Para além dos direitos e deveres gerais previstos no
regime da locação que não se mostrem incompatíveis com o ARTIGO 18.º
presente diploma, assistem ao locatário financeiro, em espe- (Despesas)
cial, os seguintes direitos:
Salvo estipulação em contrário, as despesas de transporte
a) Usar e fruir o bem locado; e respectivo seguro, montagem, instalação e reparação do
b) Defender a integridade do bem e o seu gozo, nos bem locado, bem como as despesas necessárias para a sua
termos do seu direito; devolução ao locador, incluindo as relativas aos seguros,
c) Usar das acções possessórias, mesmo contra o
se indispensáveis, ficam a cargo do locatário.
locador;
d) Onerar, total ou parcialmente, o seu direito,
ARTIGO 19.º
mediante autorização expressa do locador;
(Vícios da coisa locada)
e) Exercer, na locação de fracção autónoma, os
direitos próprios do locador, com excepção dos
O locador não responde pelos vícios da coisa locada
que, pela sua natureza, somente por aquele pos-
ou pela sua inadequação face aos fins do contrato, salvo o
sam ser exercidos;
disposto no artigo 1034.° do Código Civil vigente.
f) Adquirir o bem locado, findo o contrato, pelo preço
estipulado.
ARTIGO 20.º
1. O direito de locatário financeiro pode ser transmitido 1. O Contrato de Locação Financeira pode ser resolvido
entrevivos, nas condições previstas pelo artigo 1118.° do por qualquer das partes, nos termos gerais, com fundamento
Código Civil vigente e por morte, a título de sucessão legal no incumprimento das obrigações que assistam à outra, não
ou testamentária, quando o sucessor prossiga a actividade sendo aplicáveis as normas especiais constantes da Lei Civil,
profissional do falecido. relativas à locação.
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2. Para o cancelamento do registo de locação financeira 4. O Tribunal deve ordenar a providência requerida se a
com fundamento na resolução do contrato por incumpri- prova produzida revelar a probabilidade da verificação dos
mento, é documento suficiente a prova da comunicação da requisitos referidos no n.° 1, podendo, no entanto, exigir que
resolução à outra parte, nos termos gerais. o locador preste caução adequada.
ARTIGO 22.º
5. A caução pode consistir em depósito bancário à ordem
(Fundamentos específicos)
do Tribunal ou em qualquer outro meio legalmente admis-
sível.
O Contrato de Locação pode, ainda, ser resolvido pelo
locador, nos seguintes casos:
6. Decretada a providência e independentemente da
a) Dissolução ou liquidação da sociedade locatário; interposição de recurso pelo locatário, o locador pode dispor
b) Verificação de qualquer dos fundamentos de decla- do bem, nos termos previstos no artigo 4.º do presente
ração de falência do locatário; diploma.
c) Cessação da actividade económica ou profissional,
por parte do locatário, salvo nos casos previstos 7. Decretada a providência cautelar, o Tribunal ouve as
no n.° 1 do artigo 16.° do presente diploma. partes e antecipa o juízo sobre a causa principal, excepto
quando não tenham sido trazidos ao procedimento, nos ter-
ARTIGO 23.º mos do anterior n.° 2, os elementos necessários à resolução
(Garantias) definitiva do caso.
Podem ser constituídas a favor das Sociedades de Loca- 8. São subsidiariamente aplicáveis a esta providência as
ção Financeira quaisquer garantias, pessoais ou reais, dos disposições gerais sobre providências cautelares, previstas
créditos de rendas e de outros encargos ou eventuais indem- no Código de Processo Civil, em tudo o que não estiver
nizações devidas pelo locatário. especialmente regulado no presente diploma.
ARTIGO 25.°
ARTIGO 26.º
(Providência cautelar de entrega judicial e cancelamento de registo)
(Operações anteriores ao contrato)
Decreto Presidencial n.º 65/11 O Presidente da República decreta, nos termos da alí-
de 18 de Abril nea 1) do artigo 120.° e do n.° 3 do artigo 125.°, ambos da
Constituição da República de Angola, o seguinte:
O Executivo atribui a maior relevância, no seu programa,
à modernização e solidez do sistema financeiro nacional, ARTIGO 1.º