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Módulo Incidência e Crédito Tributário

SEMINÁRIO I - ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS E REGRA-MATRIZ DE


INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA

Leitura básica
• CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. São
Paulo: Noeses, Item 2.10 (“Exclusão” do crédito tributário), do Capítulo 2,
da segunda parte.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. São Paulo:
Noeses, Capítulo XV.

Leitura Complementar
• BRITTO, Lucas Galvão. Revogação de Isenção, anterioridade e direito
adquirido. Revista de Direito Tributário, n. 114.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Isenções tributárias do IPI, em face do
princípio da não cumulatividade. Revista Dialética de Direito Tributário, n.
33.
• LUNARDELLI, Pedro Guilherme Accorsi. Isenções tributárias. Capítulo IV
e Capítulo V, itens v. 5 a v. 7.
• MOREIRA, André Mendes. A não cumulatividade dos tributos. São Paulo:
Noeses, Capítulo VII, Item 7.9.
• BORGES, José Souto Maior. Teoria Geral da Isenção Tributária. São
Paulo: Malheiros Editores, Capítulo I, §1º e §2º e Capítulo II, §1º.

Leitura complementar – Reforma Tributária

• GRIZ, Rodrigo Leal. Princípio da capacidade contributiva aplicado a


operações imunes ou isentas. In: CARVALHO, Paulo de Barros (Coord.).
A Reforma do Sistema Tributário Nacional sob a perspectiva do
Constructivismo Lógico-Semântico: o texto da Emenda Constitucional
132/2023. São Paulo: Noeses, 2024, p. 297-304.

Questões
1. Defina o que é isenção, considerando ao menos duas das teorias existentes
sobre o tema e justificando o motivo pelo qual você adota uma delas. A partir
disso, explique as diferenças e as semelhanças que existem em relação: (i)
à imunidade; (ii) à não incidência; (iii) à anistia; (iv) à remissão; (v) à alíquota
0% e (vi) à redução da base de cálculo.
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2. A que se refere a expressão “crédito tributário” utilizada no art. 175 do CTN


no contexto da isenção tributária (inciso I)? E no contexto da anistia (inciso
II)?
3. É possível afirmar que uma isenção por prazo certo sempre será uma
isenção condicionada e que uma isenção por prazo indeterminado sempre
será uma isenção incondicionada? Quais critérios são utilizados nessas
classificações? A revogação de uma isenção incondicionada reinstitui a
regra-matriz de incidência tributária no sistema ou é necessária a publicação
de nova regra-matriz de incidência tributária no ordenamento jurídico? E no
caso da revogação de uma isenção condicionada? Há que se falar em direito
adquirido? É necessário que se observe o princípio da anterioridade de
exercício e da anterioridade nonagesimal na hipótese de revogação de
isenção por prazo certo quano isso ocorre antes do termo final desse prazo?
(Vide anexos I, II, III e IV)?
4. A aquisição de insumos isentos a serem utilizados no processo de
industrialização confere direito a crédito tributário de IPI? Por quê? Em caso
afirmativo, qual critério deve ser utilizado para determinar o valor desse
crédito presumido de IPI? Suas respostas seriam as mesmas se o insumo
adquirido estivesse previsto como “não tributado” (NT) na TIPI? E se
estivesse previsto como alíquota 0%? E se for um insumo adquirido na Zona
Franca de Manaus? (Vide anexos V, VI, VII, VIII e IX)
5. Um Estado federado é obrigado a conceder isenção de IPVA para
proprietários de veículos automotores que tenham alguma deficiência física
e precisem de veículos adaptados? Há uma garantia constitucional a esse
“benefício” ou a sua concessão depende da liberalidade de cada Estado?
Considerando que o IPVA é um tributo que, em regra, incide anualmente, se
determinado Estado editou lei concedendo isenção condicionada desse
imposto a esse tipo de contribuinte, esse mesmo Estado pode alterar essas
condições para evitar fraudes? Em caso positivo, a partir de quando essas
novas condições podem ser aplicadas? O contribuinte que era isento até
então e não conseguir cumprir as novas condições poderá sofrer a cobrança
do IPVA ou terá direito adquirido a essa isenção? (Vide anexo X)
6. Há relação entre isenção tributária e o princípio da legalidade estrita
tributária? O contribuinte pode optar por pagar um tributo que é isento? Esse
valor pago por quem renuncia à isenção é tributo?
Considere o exemplo de determinado Estado que institui isenção de ICMS,
com fundamento em convênio CONFAZ, exclusivamente para operações
realizadas pelo contribuinte atacadista de determinado produto. A legislação
(i) expressamente veda que essa isenção seja utilizada por
estabelecimentos industriais e varejistas e (ii) nada fala sobre a possibilidade
de manutenção de crédito pelo atacadista. Qual o efeito prático desta
isenção para a cadeia do ICMS? Essa isenção é constitucional? Poderia o
estabelecimento atacadista renunciar à isenção tributária e decidir tributar
regularmente sua operação?
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Sugestão para pesquisa suplementar

• Artigo: “Sobre a notação NT da TIPI: conceito e espécies”, de Jonathan


Barros Vita, Revista de Direito Tributário da APET n. 19.
• Artigo: “Direitos e deveres da administração tributária à luz dos direitos
humanos”, de Renato Lopes Becho, publicado na Revista Dialética de
Direito Tributário, São Paulo, n. 171.
• Artigo: “A inclusão das pessoas com deficiência e as problemáticas
isenções do ICMS na compra de veículos automotores”, de Francysco
Pablo Feitosa Gonçalves, publicado na Revista Dialética de Direito
Tributário, São Paulo, n. 197.
• Capítulos 1, 2, 3 e 5 do livro Imunidades tributárias: limitações
constitucionais ao poder de tributar, de Aires Fernandino Barreto e Paulo
Ayres Barreto. São Paulo: Dialética.
• Capítulos III, IV, V, VI, VII e VIII do livro Imunidades tributárias: teoria e
análise da jurisprudência do STF, de Regina Helena Costa. São Paulo:
Malheiros.
• Capítulo IV do livro Teoria geral da isenção tributária, de José Souto
Maior Borges. São Paulo: Malheiros.
• Título II, Capítulo III, do livro Curso de direito constitucional tributário, de
Roque Antonio Carrazza. São Paulo: Malheiros.
• Item 83 – “Regra juridicizante, desjuridicizante e não juridicizante.
Incidência e isenção tributária” do livro Teoria geral do direito tributário, de
Alfredo Augusto Becker. São Paulo: Noeses.

Anexo I
ARE 1.322.395 AgR

Ementa: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ICMS. REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIO
FISCAL. MAJORAÇÃO INDIRETA DE TRIBUTO. PRINCÍPIO DA
ANTERIORIDADE. 1. Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo
interposto em face de decisão que, monocraticamente, conheceu do recurso e
deu-lhe provimento. O acórdão do TJSP, reformado pelo relator, havia
determinado que decreto estadual que revoga benefício fiscal de ICMS produza
efeitos apenas a partir do ano seguinte a sua edição, respeitando a
anterioridade anual e a noventena, por configurar aumento de carga tributária,
nos termos da jurisprudência desta Corte. 2. O ato normativo questionado pelo
contribuinte extinguiu benefício fiscal que possibilitava a geração de créditos de
ICMS ainda que a circulação de mercadorias fosse isenta. No entanto, seus
efeitos começaram a ser produzidos quando da publicação. A anterioridade
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tributária visa a assegurar a previsibilidade da carga tributária, protegendo a


segurança jurídica, a não surpresa e a confiança legítima. Por isso, também
deve ser aplicada à revogação ou alteração de benefício fiscal, conforme já
reconhecido por esta Corte. 3. Desse modo, divirjo do relator e dou provimento
ao agravo interno para negar provimento ao recurso do Estado de São Paulo, a
fim de manter o acórdão recorrido.
(ARE 1322395 AgR, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Relator(a) p/
Acórdão: ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 21-02-2022,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-055 DIVULG 22-03-2022 PUBLIC 23-03-
2022)

Anexo II
REsp 1.725.452 RS

TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. CÓDIGO DE


PROCESSO CIVIL DE 2015. APLICABILIDADE. DISCIPLINA DO ART. 178
DO CTN À HIPÓTESE DE ALÍQUOTA ZERO. POSSIBILIDADE. NÃO
SUJEIÇÃO DOS VAREJISTAS AOS EFEITOS DO ART. 9º DA MP N.
690/2015 (CONVERTIDA NA LEI N. 13.241/2015). PRESENÇA DE
ONEROSIDADE (CONTRAPARTIDA) NO CONTEXTO DO INCENTIVO
FISCAL DA LEI N. 11.196/2005 ("LEI DO BEM"). PREMATURA CESSAÇÃO
DA INCIDÊNCIA DE ALÍQUOTA ZERO. VULNERAÇÃO DA NORMA QUE DÁ
CONCRETUDE AO PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA (PROTEÇÃO DA
CONFIANÇA) NO ÂMBITO DAS ISENÇÕES CONDICIONADAS E POR
PRAZO CERTO. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA N. 544/STF.
I - Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte na sessão realizada em
09.03.2016, o regime recursal será determinado pela data da publicação do
provimento jurisdicional impugnado. Aplica-se, in casu, o Código de Processo
Civil de 2015.
II - Adequada a aplicação do art. 178 do Código Tributário Nacional à hipótese
de fixação, por prazo certo e em função de determinadas condições, de
alíquota zero da Contribuição ao PIS e da Cofins, porquanto os contribuintes,
tanto no caso de isenção, quanto no de alíquota zero, encontram-se em
posição equivalente no que tange ao resultado prático do alívio fiscal.
III - À luz de tal norma, não alcança o varejista a revogação prevista no art. 9º
da MP n. 690/2015 (convertida na Lei n. 13.241/2015), dispositivo que
antecipa, em três exercícios, o derradeiro dia da redução a zero, por prazo
certo, das alíquotas da Contribuição ao PIS e da Cofins incidentes sobre a
receita bruta das alienações dos produtos especificados na Lei n. 11.196/2005
("Lei do Bem").
IV - A fruição da apontada desoneração sujeitava o varejista: (i) à limitação do
preço de venda; e (ii) à restrição de fornecedores, traduzindo inegável restrição
à liberdade empresarial, especialmente, no ambiente da economia de livre
mercado. Esse cenário, revela a contrapartida da Recorrente diante da ação
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governamental voltada à democratização do acesso aos meios digitais, pois


esteve a contribuinte submetida ao desdobramento próprio daquele ônus - a
diminuição do lucro -, impondo-se a imediata readequação da estrutura do
negócio, além da manutenção dessa conformação empresarial durante o longo
período de vigência do incentivo.
V - A proteção da confiança no âmbito tributário, uma das faces do princípio da
segurança jurídica, prestigiado pelo CTN, deve ser homenageada, sob pena de
olvidar-se a boa-fé do contribuinte, que aderiu à política fiscal de inclusão
social, concebida mediante condições onerosas para o gozo da alíquota zero
de tributos.
Consistindo a previsibilidade das consequências decorrentes das condutas
adotadas pela Administração outro desdobramento da segurança jurídica,
configura ato censurável a prematura extinção do regime de alíquota zero,
após sua prorrogação para novos exercícios, os quais, somados aos períodos
anteriormente concedidos, ultrapassam uma década de ação indutora do
comportamento dos agentes econômicos do setor, inclusive dos varejistas, com
vista a beneficiar os consumidores de baixa renda.
VI - A açodada cessação da incidência da alíquota zero da Contribuição ao PIS
e da Cofins, vulnera o art. 178 do CTN, o qual dá concretude ao princípio da
segurança jurídica no âmbito das isenções condicionadas e por prazo certo
(Súmula n. 544/STF).
VII - Recurso Especial provido, nos termos expostos.
(REsp n. 1.725.452/RS, relator Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, relatora
para acórdão Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma, julgado em
8/6/2021, DJe de 15/6/2021.)

Anexo III
RE 1.214.919 Agr

DIREITO TRIBUTÁRIO. SEGUNDO AGRAVO INTERNO EM RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. REINTEGRA. MAJORAÇÃO INDIRETA DO TRIBUTO.
OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE GERAL E
NONAGESIMAL. PRECEDENTES. ACÓRDÃO RECORRIDO EM
CONFORMIDADE COM A JURISPRUDÊNCIA DO STF. 1. Conforme
consignado na decisão agravada, a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal fixou entendimento no sentido de que não só a majoração direta de
tributos atrai a aplicação do princípio da anterioridade, mas também a
majoração indireta decorrente de revogação de benefícios fiscais. Precedentes.
2. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não é cabível, na
hipótese, condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei nº
12.016/2009 e Súmula 512/STF). 3. Agravo interno a que se nega provimento,
com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015. (RE
1214919 AgR-segundo, Relator: Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma,
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julgado em 27/09/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-221 DIVULG 10-10-


2019 PUBLIC 11-10-2019)

Anexo IV
TJSP – Apelação Cível 0018109-40.2012.8.26.0132

Embargos à execução fiscal. IPTU de 2011. Controvérsia relacionada à


possibilidade de revogação de isenção concedida em caráter individual. Arts.
178 e 179 do CTN. O executado preencheu os requisitos legais ao
reconhecimento do benefício, que, no caso dos autos, possui prazo de 20
anos. Posterior lei revocatória do anterior dispositivo que instituiu o benefício
não pode atingir aqueles que estavam em gozo da benesse e que continuem a
preencher as condicionantes exigidas para seu implemento. Sentença
reformada, neste ponto. Danos morais. Pedido que não pode ser formulado em
sede de embargos à execução fiscal, cujas alegações devem ser restritas à
desconstituição do título executivo. Dá-se parcial provimento ao recurso, nos
termos do acórdão.
(TJSP; Apelação Cível 0018109-40.2012.8.26.0132; Relator (a): Beatriz Braga;
Órgão Julgador: 18ª Câmara de Direito Público; Foro de Catanduva - SAF -
Serviço de Anexo Fiscal; Data do Julgamento: 25/05/2017; Data de Registro:
08/06/2017)

Anexo V
CARF – Acórdão 3301-012.013
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Período de apuração: 01/07/2015 a 31/07/2015
BENS ISENTOS E TRIBUTADOS À ALÍQUOTA ZERO. AQUISIÇÕES.
CRÉDITOS. DESCONTOS. IMPOSSIBILIDADE.
Os custos com aquisições de bens isentos e/ ou tributados à alíquota zero não
dão direito ao desconto de créditos da contribuição por expressa previsão legal;
FRETES VINCULADOS À OPERAÇÃO DE COMPRA. BENS. REVENDA.
INSUMOS. DESONERAÇÃO. CRÉDITOS. DESCONTOS. POSSIBILIDADE.
Os custos/despesas com fretes tributados pelo PIS e Cofins, vinculados à
operação de compra de bens para revenda e para a utilização como insumos
na produção dos bens destinados à venda, ainda que desonerados da
contribuição, dão direito ao desconto de créditos.
FERRAMENTAS. PROCESSO PRODUTIVO. AQUISIÇÕES. CRÉDITOS.
DESCONTO. POSSIBILIDADE.
Os custos/despesas com aquisições de chaves Allen, jogos de chaves, chave
de fenda, chave canhão, chave combinada, chave inglesa, porta ferramentas,
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martelo e tesoura para cortar vergalhão são essenciais ao desenvolvimento da


atividade econômica do contribuinte e, portanto, se enquadram no conceito de
insumos dado pelo STJ no REsp nº 1.221.170/PR; assim, dão direito ao
desconto de créditos.
EMBALAGENS. ATIVIDADE ECONÔMICA. CRÉDITOS. DESCONTO.
POSSIBILIDADE.
De acordo com a atividade econômica, a embalagem é fundamental para
proteção e estabilidade do produto, tornando-se essencial para obtenção da
receita da atividade, gerando crédito no sistema da não cumulatividade.
(CARF, Processo n.º 15586.720098/2017-13, Acórdão n.º 3301-012.013, 3ª
Seção de Julgamento / 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, 26/10/2022)

Anexo VI
CARF – Acórdão 3301-010.772

ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI)


Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004
IPI. CRÉDITOS BÁSICOS. RESSARCIMENTO. FABRICAÇÃO DE
PRODUTOS NÃO TRIBUTADOS (N/T). IMPOSSIBILIDADE.
O direito ao aproveitamento, nas condições estabelecidas no art. 11 da Lei n°
9.779, de 1999, do saldo credor de IPI decorrente da aquisição de matérias-
primas, produtos intermediários e materiais de embalagem aplicados na
industrialização de produtos, isentos ou tributados à alíquota zero, não alcança
os insumos empregados em mercadorias não tributadas pelo imposto.
Aplica-se ao caso a Súmula CARF nº 20: Não há direito aos créditos de IPI em
relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos
classificados na TIPI como NT.
CONSTITUCIONALIDADE DE LEI
Aplica-se a Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar
sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
(CARF, Processo n.º 10880.928984/2009-27, Acórdão n.º 3301-010.772, 3ª
Seção de Julgamento / 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, 23/08/2021)

Anexo VII
EREsp 1.213.143/RS

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM


RECURSO ESPECIAL. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015.
APLICABILIDADE. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI.
OUTORGA DE CRÉDITO POR MEIO DO ART. 11 DA LEI N. 9.779/1999.
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CREDITAMENTO AUTÔNOMO. DESVINCULAÇÃO DA REGRA DA NÃO


CUMULATIVIDADE - DISTINGUISHING. UTILIZAÇÃO DO SALDO CREDOR
DE IPI NA INVIABILIDADE DA COMPENSAÇÃO COM O MENCIONADO
TRIBUTO INCIDENTE NA SAÍDA. HIPÓTESE DE PRODUTO NÃO
TRIBUTADO. POSSIBILIDADE.
I - Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte, na sessão realizada em
09.03.2016, o regime recursal será determinado pela data da publicação do
provimento jurisdicional impugnado. Aplica-se, in casu, o Código de Processo
Civil de 2015.
II - A Constituição da República contempla o creditamento de Imposto sobre
Produtos Industrializados - IPI em três hipóteses distintas:
(i) em decorrência da regra da não cumulatividade (art. 153, § 3º, II); (ii) como
exceção constitucionalmente justificável à não cumulatividade, alcançada por
meio de interpretação sistemática (arts. 43, § 1º, II, e § 2º, III; 153, § 3º, II; e 40
do ADCT); e (iii) mediante outorga diretamente concedida por lei específica
(art. 150, § 6º).
III - A Lei n. 9.779/1999 instituiu o aproveitamento de créditos de IPI como
benefício fiscal autônomo, uma vez que não traduz mera explicitação da regra
da não cumulatividade.
IV - Por tratar-se do aproveitamento de créditos de IPI como benefício
autônomo, diretamente outorgado por lei para a saída desonerada, a discussão
devolvida pelos Embargos de Divergência distancia-se do núcleo da polêmica
envolvendo a não cumulatividade desse tributo - necessidade de distinguishing
-, cuidando-se, inclusive, de matéria eminentemente infraconstitucional.
V - O art. 11 da Lei n. 9.779/1999 confere o crédito de IPI quando se revelar
inviável ao contribuinte a compensação desse montante com o mencionado
tributo incidente na saída de outros produtos. Na impossibilidade da utilização
da soma decorrente da entrada onerada, o apontado artigo oportuniza a
consolidada via dos arts. 73 e 74 da Lei n. 9.430/1996. Autorizado, portanto, o
emprego do valor lançado na escrita fiscal, justamente com a saída "de outros
produtos".
Reitere-se que os produtos outros, nesse contexto, podem ser isentos, sujeitos
à alíquota zero ou não tributados.
VI - Inaceitável restringir, por ato infralegal, o benefício fiscal conferido ao setor
produtivo, mormente quando as três situações - isento, sujeito à alíquota zero e
não tributado -, são equivalentes quanto ao resultado prático delineado pela Lei
do benefício.
VII - Encontra, portanto, abrigo legal o aproveitamento do saldo de IPI
decorrente das aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e
materiais de embalagem tributados, nas saídas de produtos não tributados no
período posterior à vigência do art. 11 da Lei n. 9.779/1999.
VIII - A manutenção do acórdão embargado representa: (i) a observância da
disciplina legal específica; (ii) a escorreita interpretação sistemática do
aproveitamento de saldo de IPI à luz dos múltiplos níveis normativos do
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creditamento admitidos pela Constituição da República; e (iii) uma prestação


jurisdicional alinhada com os recentes pronunciamentos do Supremo Tribunal
Federal quanto à temática (e.g. PLENO, RE n. 596.614/SP, Rel. p/ o acórdão
Ministro EDSON FACHIN, julgado em 25.04.2019; PLENO, Projeto de Súmula
Vinculante n. 26/DF, Rel. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI, DJe 07.05.2020
- Ata n. 340/2020; e 2ª TURMA, AgR no AgR no RE n. 379.843/PR, Rel.
Ministro EDSON FACHIN, julgado em 07.03.2017).
IX - Embargos de Divergência improvidos.
(EREsp n. 1.213.143/RS, relatora Ministra Assusete Magalhães, relatora para
acórdão Ministra Regina Helena Costa, Primeira Seção, julgado em 2/12/2021,
DJe de 1/2/2022.)

Anexo VIII
RE n. 550.218 ED/SP

Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. ERRO DE FATO QUANTO À IDENTIFICAÇÃO DA
QUESTÃO DISCUTIDA NOS AUTOS. NECESSIDADE DE SE CONCEDER
EFEITOS INFRIGENTES. EMBARGOS ACOLHIDOS PARA ANALISAR O
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IPI. CRÉDITO. AQUISIÇÃO DE PRODUTOS
ISENTA DO IMPOSTO. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE.
INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO PARA A OPERAÇÃO SEGUINTE. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – Erro de fato quanto
à identificação da questão discutida nos autos enseja a adoção dos efeitos
infringentes para possibilitar o julgamento imediato do recurso extraordinário,
ante a existência de jurisprudência sobre o tema. II – O atual entendimento
desta Corte é no sentido de que, na sistemática que rege o princípio
constitucional da não cumulatividade, se não é devido tributo em determinada
operação, não há com o que se compensar o montante exigido na anterior.
Além disso, se não foi cobrado tributo em uma dada operação, não há o que se
abater na seguinte. III – Assim, com base exclusivamente nesse princípio, só
haverá direito a crédito para a operação posterior se for cobrado tributo na
operação anterior. Ademais, só se compensa o que foi exigido na operação
precedente, se for devido tributo na operação seguinte. IV – A partir dessa
lógica, a operação desonerada do tributo não faculta o desconto do que foi
exigido na operação anterior e não gera crédito para a seguinte, raciocínio que
deve ser aplicado de forma indistinta aos diversos casos de desoneração, tais
como alíquota zero, isenção, não incidência e imunidade. V – Embargos de
declaração acolhidos, com efeitos infringentes, para negar provimento ao
recurso extraordinário.
Módulo Incidência e Crédito Tributário

(RE 550218 ED, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma,


julgado em 19-08-2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-166 DIVULG 27-08-
2014 PUBLIC 28-08-2014)

Anexo IX
RE n. 596.614/SP

IPI. DIREITO DE CRÉDITO. INSUMOS PROVENIENTES DA ZONA


FRANCA DE MANAUS ADQUIRIDOS SOB O REGIME DE ISENÇÃO.
PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE. CF/88, ART.43, 1º, II, E 2º, III;153,
3º, II. A partir de hermenêutica constitucional sistemática de múltiplos níveis
normativos depreende-se que a Zona Franca de Manaus constitui importante
região socioeconômica que, por motivos extrafiscais, excepciona a técnica da
não-cumulatividade. É devido o aproveitamento de créditos de IPI na entrada
de insumos isentos, não tributados ou sujeitos à alíquota zero provenientes da
Zona Franca de Manaus, por força de exceção constitucionalmente justificável
à técnica da não-cumulatividade.
(RE 596614, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: EDSON
FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 25-04-2019, PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-204 DIVULG 19-09-2019 PUBLIC 20-09-2019)

Anexo X
TJSP – Apelação / Remessa Necessária 1008989-81-2021.8.26.0053

REMESSA NECESSÁRIA E APELAÇÃO - MANDADO DE SEGURANÇA -


IPVA - ISENÇÃO - PCD - Insurgência contra os efeitos concretos das
mudanças relacionadas à isenção de IPVA promovidas pela Lei Estadual nº
17.293/20 – Segurança parcialmente concedida em primeira instância - Lei
Estadual nº 17.293/20, Decreto Estadual nº 65.337/20 e Portaria CAT nº 95/20
reduziram o âmbito dos beneficiários da isenção de IPVA, bem como
estabeleceram novos requisitos para a sua concessão - Isenções que podem
ser modificadas, por lei, a qualquer tempo - Juízo de conveniência e
oportunidade do administrador público - Inteligência dos arts. 178 e 111, inc. II,
do CTN – Necessidade de observância da anterioridade anual e nonagesimal -
Perda superveniente do interesse processual no que tange aos exercícios de
2022 e seguintes em vista da promulgação da LE nº 17.473/21 e edição do
Decreto nº 66.470/22 e da Resolução SFP nº 05/22 - Precedentes deste E.
TJSP e desta C. Câmara de Direito Público - Sentença parcialmente reformada
– REMESSA NECESSÁRIA PARCIALMENTE ACOLHIDA E RECURSO
VOLUNTÁRIO PROVIDO.
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(TJSP; Apelação / Remessa Necessária 1008989-81.2021.8.26.0053; Relator


(a): Rubens Rihl; Órgão Julgador: 1ª Câmara de Direito Público; Foro Central -
Fazenda Pública/Acidentes - 2ª Vara de Fazenda Pública; Data do Julgamento:
10/03/2023; Data de Registro: 10/03/2023)

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