Livro Guia Definitivo Do ICMS Ed. N°1 - Lei Kandir Facilitada
Livro Guia Definitivo Do ICMS Ed. N°1 - Lei Kandir Facilitada
Livro Guia Definitivo Do ICMS Ed. N°1 - Lei Kandir Facilitada
Agradeço a DEUS, aos meus pais, irmãos e familiares e ao meu mentor e amigo
Ricardo Santos, fonte de inspiração e força.
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO ...................................................................................... 7
RESPONSÁVEL ................................................................................... 19
Tudo inicia na hipótese da incidência tributária, a lei de forma abstrata (No papel,
ainda não ocorreu na vida real), perceba que o ICMS é um imposto espécie de
tributo com dito no Art. 5º da (CTN) Código Tributário Nacional.
O artigo 3º do CTN é o início de tudo, este talvez seja o dispositivo mais importante
de todo o CTN. A razão se deve ao conceito de tributo. É impossível estudar direito
tributário sem se ter a noção exata do que é um tributo. O art. 146, III, “a”, da
CF/88, estabelece que cabe à lei complementar dar a definição de tributo. Podemos
esquematizar o conceito de tributo da seguinte forma:
Artigo facilitado:
Por exemplo: a pessoa que possui um imóvel urbano está obrigada a pagar IPTU,
independentemente de qualquer prestação estatal específica a ela relativa. Além
disso, os impostos são tributos de arrecadação não vinculada.
Assim, a receita decorrente dos impostos não pode ser vinculada a órgão, fundo
ou despesas, ressalvadas as hipóteses constitucionalmente previstas.
Especialmente sobre:
Art. 1º Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir o imposto sobre operações
relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as
prestações se iniciem no exterior;
Comentário: Esse dispositivo é apenas uma reprodução do art. 155, II da CF, que
traz/delega a competência dos Estados e do DF para instituição do ICMS. Antes de ler
qualquer outro dispositivo desta lei, deve-se ter como premissa as noções de ICMS
previstas na Constituição Federal de 1988, vez que apresentam o alicerce do imposto.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
Observação: Nesse artigo você vai perceber os aspectos materiais necessário para
incidência do imposto, vejamos abaixo:
● A circulação de mercadorias se apresenta como principal fato gerador do ICMS, sendo
aplicável mesmo que a circulação seja apenas jurídica, ou seja, quando a mercadoria
permanece onde se encontra, mas troca de dono.
Obs.: A Lei Kandir considera que incide ICMS ainda que a circulação de mercadoria seja
somente física entre estabelecimentos do mesmo contribuinte. Em carácter da
jurisprudência, possuímos a
Súmula 166 do STJ que diz “não constituir fato gerador do ICMS o simples deslocamento
de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte”. É importante
saber que a Lei complementar 87/96 é possui poderes acima de súmulas pelo princípio
das hierarquias das Normas jurídicas, então considere o que a LEI está dizendo.
Vale destacar que o fornecimento de bebidas e alimentação em qualquer
estabelecimento comercial está no campo de incidência do ICMS, encerrando qualquer
discussão passada sobre a possibilidade de incidência do ISS.
Houve a necessidade dessa inclusão em razão do fato gerador ocorrido no interior dos
bares e restaurantes estar muito próximo dos fatos geradores sobre os quais incide o
ISS.
Em verdade, o contrato dos serviços ofertados em bares e restaurante é um contrato
misto. Há prestação de serviço e há fornecimento de alimentos e bebidas. Diante disso,
poderia a lei ter estabelecido a tributação do ICMS apenas sobre o valor dos alimentos
e bebidas e a tributação do ISS sobre os serviços e prestados pelos bares e restaurantes,
inclusive sobre o preço desses serviços agregados sobre o valor dos alimentos vendidos
no cardápio.
O Supremo Tribunal Federal coaduna com o entendimento, mas afirma que deve haver
previsão legal:
Observação pratica: Lei complementar 116/03 ela é uma lei “MANDONA”, o que
estiver estabelecido nela ninguém mexe.
Conselho Nível 2°: Aconselho a você neste exato momento realizar um “passada de
olho na lei 116/03”, composta por 10° artigos, principalmente ver os serviços que consta
na lista de serviços da mesma, por motivos de identificação dos serviços que são
tributados pelo ISS.
§ 1º O imposto incide também:
I – Sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa
física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que
seja a sua finalidade;
II - Sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no
exterior;
Comentário: Partimos para a identificação das hipóteses do §1º, ressalto que após a
vigência da EC 33/2001, as pessoas físicas que importarem mercadorias ou prestações
de serviços do exterior também passaram a ser consideradas como contribuintes do
ICMS, independentemente da finalidade desta importação! O mesmo vale para a
importação de serviços tributados pelo ICMS.
Observação Importante:
A EC nº 33/01 deu a seguinte redação ao art. 155, § 2º, IX, "a" da Lei Magna:
No final de tudo: Será considerado contribuinte, a pessoa física que mesmo sem
habitualidade e volume que caracterize comercialização. Isso você observará e
entenderá melhor quando explanar no 4° da Lei Kandir Facilitada,
III - sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive
lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica,
quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de
operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o
adquirente.
§ 2º A caracterização do fato gerador independe da natureza jurídica da operação
que o constitua.
Não Incidência
Comentário: Por força constitucional (art. 150, VI, d) não haverá incidência de ICMS
sobre as mercadorias acima listadas, tratadas como culturais. Importante ressaltar que
não importa o conteúdo do livro, do jornal ou do periódico: tanto uma revista com
conteúdo adulto quanto um livro de poesias gozam da não incidência
constitucionalmente qualificada.
O Plenário aprovou, também por unanimidade, duas teses de repercussão geral para o
julgamento dos recursos. O texto aprovado no julgamento do RE 330817 foi: A
imunidade tributária constante do artigo 150, VI, “d”, da Constituição Federal, aplica-
se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para
fixá-lo. Para o RE 595676 os ministros assinalaram que “a
Imunidade tributária da alínea “d” do inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal
alcança componentes eletrônicos destinados exclusivamente a integrar unidades
didáticas com fascículos”.
ESQUEMATIZAÇÃO
NÃO INCIDÊNCIA É uma situação tributária que não é precedida de fato gerador
Não possui elementos essenciais para a exigência do tributo .
III - operações interestaduais relativas a energia elétrica e petróleo, inclusive
lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à
industrialização ou à comercialização;
Comentário: Observe que no art. 1º, § 1º, III, tratamos sobre a imunidade do ICMS é
na saída interestadual sobre energia elétrica, petróleo e seus derivados, mas para as
entradas quando destinadas para uso ou consumo teremos a incidência do imposto.
IV - Operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento
cambial;
Observação: Perceba que é bem nítido que as hipóteses citadas de não incidência no
artigo 3, por sua vez, são o oposto citada no artigo 2º, quando trata sobre incidência
do imposto. Então se você entendeu perfeitamente os campos de incidência do ICMS,
está conseguindo de dominar a não incidência com grande facilidade.
A operação de alienação fiduciária é entendida como uma operação não sujeita ao ICMS.
Se você adquire um veículo nessa modalidade haverá a incidência do ICMS na saída da
concessionária, mas nas operações futuras entre você e o banco não teremos a incidência
de ICMS. Por operações futuras entenda a entrega do carro pelo banco a você, a
devolução do carro para o banco caso você não pague as parcelas e a consolidação da
propriedade na sua pessoa no final do pagamento da última parcela.
VIII - operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem
arrendado ao arrendatário;
Comentário: O leasing é uma operação tributada pelo ISS e não pelo ICMS. Embora a
maioria dos Estados conceda isenção para a venda ao arrendatário do bem que está
arrendado, a lei Kandir trata essa venda como hipótese de incidência.
b) trading companies; ou
IMUNIDADE
Comércio e/ou
Indústria
Exterior
(Contribuintes)
Exterior
ou
Não Incidência do ICMS
Intrumento Cambial
116
sem ressalva
Sinistro
SUJEIÇÃO PASSIVA
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua
o respectivo fato gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação
decorra de disposição expressa de lei.
CONTRIBUINTE
Comentário I
Não importa se você é pessoa física ou jurídica, se importou somente uma vez, se
comprou somente um celular do exterior “IMPORTOU SE FERROU” é considerado
contribuinte eventual, vai pagar ICMS.
Agora peço que foque na responsabilidade tributária, é a que irei tratar nesse livro, mas
fique ciente que existem outras responsabilidade, como: Responsabilidade dos
Sucessores , Responsabilidade de Terceiros , Responsabilidade por Infrações.
OBS.: Irei colocar até em negrito para você não esquecer o que te disse, nesse
momento foco total na responsabilidade tributária, esqueça as outras.
SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA
Comentário Inicial: A partir desse momento você irá ouvir bastante o termo
substituto e substituído. Então deixarei claro na sua mente o conceito dos termos
citados para toda vez que você ouvir “Substituto e Substituído “ lembrar do conceito.
Substituto : E aquele cara que nos casos de substituição tributária é responsável pelo
pagamento do ICMS referente ao fato gerador praticado por outro. A lei atribui a
responsabilidade do recolhimento do imposto. (faz o trabalho todo).
Substituído: E o cara que fica de boa, “TRANQUILÃO”. Teve por lei transferida a sua
obrigação pelo pagamento do imposto.
OBJETIVO
• Facilitar a Arrecadação;
• Facilitar a Fiscalização;
INTRODUÇÃO AO ARTIGO 6°
Substituição Tributária
Todo o ICMS da cadeia é recolhido pelo primeiro ocupante da cadeia (em geral,
Fabricante ou Importador), fazendo com que todas as demais saídas da mercadoria
estejam dispensadas do recolhimento do ICMS.
-Tintas e vernizes;
-Pneus;
-Cigarros;
-Combustíveis e Lubrificantes.
SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA PRESTAÇÕES CONCOMITANTES
1. Operação/Prestação Interestadual;
2. Entre Contribuintes;
3. Uso, Consumo ou Ativo Permanente
Para que exista a Substituição Tributária do Diferencial de Alíquota, além dos três
pontos já vistos, é necessário que a mercadoria esteja na lista de mercadorias
sujeitas a ST nas operações interestaduais e exista acordo de ST entre os Estados
envolvidos.
Aí neste caso, apesar de o destinatário ser Contribuinte do ICMS, o DIFAL deverá
ser recolhido pelo remetente, por Substituição Tributária.
Art. 7º Para efeito de exigência do imposto por substituição tributária, inclui-se,
também, como fato gerador do imposto, a entrada de mercadoria ou bem no
estabelecimento do adquirente ou em outro por ele indicado.
Observação: Se você viu meu conselho e estudou o artigo 11 e 12 já sabe que ele
traz a saída de mercadoria do estabelecimento do contribuinte como regra para o
momento da ocorrência do fato gerador.
Comentário: Então perceba que o art. 7º afirma que, na substituição tributária, o fato
gerador, para efeitos de cobrança, também poderá ser considerado no momento da
entrada do estabelecimento adquirente.
Uma vez obtida a Base de Cálculo, deve-se prosseguir com o cálculo do ICMSST através
de outra fórmula:
Quanto as demais opções para Base de Cálculo das operações subsequentes, podemos
esquematizar os conceitos da seguinte forma:
Apesar de o STJ ter afirmado ser ilegal a cobrança do ICMS com base no valor de pauta
os Estados utilizam normalmente (Súmula 431/STJ).
MVA
O MVA nada mais é do que a Margem de Valor Agregado, que também é chamada de
IVA, o Índice de Valor Agregado. Esse índice nada mais é do que a porcentagem
determinada pelas Secretarias da Fazenda dos Governos Estaduais para os produtos,
ou grupo de produtos, a fim de calcular o ICMS que deve ser pago por substituição.
o que prevalece é a MVA ajustada, que é muito usada para operações dentro do Estado,
ou seja, operações internas. Vale lembrar que nesses casos a MVA deve ser regulada
sempre levando em consideração a alíquota do Estado de destino dos produtos ou
mercadoria, bem como a alíquota interestadual. No caso das duas serem iguais não é
preciso fazer o ajuste.
A principal intenção de ajustar o MVA é para impedir a diferença nos preços e também
a concorrência entre as empresas de estados diferentes geradas por uma questão de
diferencial nas alíquotas.
Exemplo:
Em uma determinada operação, sujeita a ST, que é realizada por um fabricante que
está no Estado de São Paulo, por exemplo, cujo valor de venda é de R$ 1.000 mil e
com um IPI que foi calculado com uma alíquota de 15%, vamos ter o seguinte:
Caso o Fisco não responda nada dentro desse prazo o contribuinte substituído poderá
se creditar do valor pleiteado na sua escrita fiscal.
Esse crédito não será eterno, absoluto. Se mesmo após os 90 dias a Fazenda se
pronunciar pela negativa do direito ao crédito então o contribuinte deverá, no prazo de
15 dias após ser notificado, proceder ao estorno dos créditos lançados.
Observação: É muito interessante saber sobre o local da operação, pois aqui você
identificará que será passivo do pagamento e onde o imposto e devido.
Esquematização 01
Venda de A para C.
Produto no armazém
No exemplo citada perceba que mesmo que o produto não passe na empresa A, saia
diretamente do armazém para a empresa C, o local da cobrança é na empresa A. Para
você entender melhor irei te explicar o conceito de depositário ou armazéns em geral.
ARMAZÉM EM GERAL
Esquematização 02
Venda de A para C.
Produto no
armazém, mas C
imediatamente
vende a D e pede A
Local da cobrança a para entregar em D.
empresa C.
Empresa
D
Esquematização 03
Empresa Armazém
A em Geral Empresa
D
§ 1º. Empresa C em
outro estado.
Empresa
C Local da cobrança o
armazém geral.
Quando ocorre de um bem importado do exterior estar em situação irregular, ele será
apreendido e irá a leilão. Neste caso, o local da operação será o local em que se realizar
a licitação mesmo a mercadoria tendo sido apreendida ou abandonada em outro
local/Estado.
g) o do Estado onde estiver localizado o adquirente, inclusive consumidor final, nas
operações interestaduais com energia elétrica e petróleo, lubrificantes e combustíveis
dele derivados, quando não destinados à industrialização ou à comercialização;
Esquematização 03
Estado Estado
1 2
Cobrança na Entrada do
estado para consumo.
h) o do Estado de onde o ouro tenha sido extraído, quando não considerado como ativo
financeiro ou instrumento cambial;
§ 2º. Para os efeitos da alínea h do inciso I, o ouro, quando definido como ativo
financeiro ou instrumento cambial, deve ter sua origem identificada.
Comentário: O ouro quando definido como ativo financeiro será imune ao ICMS e
quando for tratado como mercadoria estará sujeito à incidência do imposto, que será
devido ao Estado de onde o ouro foi extraído.
Observação: Olhe que temos dois fatos geradores totalmente distintos, um é o serviço de
transporte conhecido como Frete (prestar o serviço acompanhado do documento fiscal CTE –
Conhecimento de transporte), e a circulação de mercadoria acompanhada da nota fiscal.
Observação: Esse inciso é um pouco “Seco” para entendimento, pois iremos trabalhar
em pauta de exceções, então lei esse inciso no mínimo unas 2 vezes de forma superficial
e depois mais 2 marcando as exceções citadas.
§ 4º. Vetado.
Fator Gerador
O artigo 12º é um reflexo da ocorrência do artigo 2º na prática, basicamente o legislador
trás os campos de incidência do ICMS tirando da pauta de hipótese de incidência para
fato gerado, ocorrência na vida real. Abaixo trarei o conceito de fato gerador:
CONCEITO – CTN
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como
necessária e suficiente à sua ocorrência.
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da
legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação
principal.
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e
existentes os seus efeitos: I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que
o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que
normalmente lhe são próprios;
Comentário: O art. 116, caput com seus incisos, estabelece duas regras para definição
do momento em que se considera ocorrido o fato gerador e, por consequência, existentes
os seus efeitos.
Situação de Fato ◊ Uma situação não categorizada como instituto jurídico, ou seja, a
situação definida em lei como o fato gerador do tributo não tenha sido definida em outro
ramo do direito como capaz de gerar efeitos jurídicos, ou seja, somente produza efeitos
econômicos, temos a situação de fato.
Situação Jurídica ◊ Refere-se a situação já definida juridicamente. A situação definida
em lei como o fato gerador do tributo já foi prevista em lei em outro ramo do direito (Civil
ou Empresarial, por exemplo), havendo consequências jurídicas predeterminadas.
Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:
I - da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro
estabelecimento do mesmo titular;
II - do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer
estabelecimento;
III - da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em armazém geral ou em
depósito fechado, no Estado do transmitente;
IV - da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título que a represente,
quando a mercadoria não tiver transitado pelo estabelecimento transmitente;
V - do início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, de
qualquer natureza;
VI - do ato final do transporte iniciado no exterior;
VII - das prestações onerosas de serviços de comunicação, feita por qualquer meio,
inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição
e a ampliação de comunicação de qualquer natureza;
VIII - do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços:
a) Não compreendidos na competência tributária dos Municípios;
b) Compreendidos na competência tributária dos Municípios e com indicação expressa de
incidência do imposto de competência estadual, como definido na lei complementar
aplicável;
IX – do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior; X - do
recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no exterior;
XI – da aquisição em licitação pública de mercadorias ou bens importados do exterior e
apreendidos ou abandonados;
XII – da entrada no território do Estado de lubrificantes e combustíveis líquidos e
gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não
destinados à comercialização ou à industrialização;
XIII - da utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em
outro Estado e não esteja vinculada a operação ou prestação subsequente.
§ 1º Na hipótese do inciso VII, quando o serviço for prestado mediante pagamento em
ficha, cartão ou assemelhados, considera-se ocorrido o fato gerador do imposto quando
do fornecimento desses instrumentos ao usuário.
§ 2º Na hipótese do inciso IX, após o desembaraço aduaneiro, a entrega, pelo
depositário, de mercadoria ou bem importados do exterior deverá ser autorizada pelo
órgão responsável pelo seu desembaraço, que somente se fará mediante a exibição do
comprovante de pagamento do imposto incidente no ato do despacho aduaneiro, salvo
disposição em contrário.
§ 3º Na hipótese de entrega de mercadoria ou bem importados do exterior antes do
desembaraço aduaneiro, considera-se ocorrido o fato gerador neste momento, devendo
a autoridade responsável, salvo disposição em contrário, exigir a comprovação do
pagamento do imposto.
§ 2º Na hipótese do inciso IX, após o desembaraço aduaneiro, a entrega, pelo
depositário, de mercadoria ou bem importados do exterior deverá ser autorizada pelo
órgão responsável pelo seu desembaraço, que somente se fará mediante a exibição do
comprovante de pagamento do imposto incidente no ato do despacho aduaneiro, salvo
disposição em contrário.
§ 3º Na hipótese de entrega de mercadoria ou bem importados do exterior antes do
desembaraço aduaneiro, considera-se ocorrido o fato gerador neste momento, devendo
a autoridade responsável, salvo disposição em contrário, exigir a comprovação do
pagamento do imposto.
Preste atenção aos casos relacionados a cartões telefônicos. Repare que o fato gerador
não ocorre quando você utiliza o cartão telefônico no orelhão, mas sim no momento do
fornecimento do meio ao usuário final.
Perceba que os entrepostos aduaneiros só poderão liberar as mercadorias importadas
após a prova de pagamento (Documento de Arrecadação) mas caso haja decisão judicial
determinando a entrega do produto importado ao importador antes mesmo do
desembaraço o momento do FG fica antecipado para o ato da entrega deste.
BASE DE CÁLCULO
Art. 13. A base de cálculo do imposto é:
I - na saída de mercadoria prevista nos incisos I, III e IV do art. 12, o valor da
operação;
II - na hipótese do inciso II do art. 12, o valor da operação, compreendendo
mercadoria e serviço;
VIII - na hipótese do inciso XII do art. 12, o valor da operação de que decorrer a
entrada;
Comentário: Talvez esse seja o artigo mais confuso de toda a Lei Kandir, uma vez que
cada tipo de base de cálculo faz referência a um ou vários incisos do artigo 12.
Vejamos a tabela abaixo para tornar o assunto mais compreensível:
INCISO VI
VALOR DA PRESTAÇÃO DO
SERVIÇO
Recebimento, pelo destinatário, de +
serviço prestado no exterior.
TODOS OS ENCARGOS
RELACIONADOS COM A SUA
UTILIZAÇÃO, SE FOR O CASO
Além destas disposições sobre a base de cálculo, você verá logo mais que o montante
do ICMS também é incluído na base de cálculo. Como a mercadoria veio de fora não há
ICMS embutido no valor apresentado pelo remetente, isso faz com que a importação
possua uma forma de cálculo diversa, mas como esse cálculo funciona?
Basta utilizar a fórmula abaixo:
BCIMP =
Comentário: Existem casos que mercadorias importadas vão a leilão, seja por
apreensão, seja por abandono. Quem arrematar a mercadoria nesses leilões deve pagar
o ICMS e em sua BC deve figurar tanto o IPI quanto o II, assim como demais despesas
que vierem a ser cobradas do arrematante por ocasião do leilão.
Comentário: Tratemos agora da diferencial alíquota (DIFAL) para serviços. Sempre que
um serviço for iniciado em outro Estado e não for vinculado a uma outra operação a ser
realizada subsequentemente, caberá o DIFAL e a BC será o valor da operação.
Apesar de a redação do inciso XIII do art. 12 considerar que ocorrerá o DIFAL apenas
quando da utilização de serviço iniciado em outro Estado por contribuinte, a EC 87/2015
trouxe mudanças e incluiu o DIFAL também para o não contribuinte!
Comentário: Por força do inciso I deste parágrafo temos que o ICMS é considerado
como um imposto “por dentro”, o que significa que o valor do tributo já se encontra
embutido no valor das mercadorias.
É por isso que se determinada empresa vende uma mercadoria por R$ 1.000,00 com
ICMS de 12% o valor do ICMS é de R$ 120,00, sendo que este já está embutido no
valor total da operação. Ou seja, R$ 880,00 é o valor do celular e R$ 120,00 equivale
ao montante devido a título de ICMS.
O frete possui uma situação peculiar porque o dispositivo afirma que ele só integrará a
base de cálculo nos casos em que o transporte tenha sido efetuado pelo próprio
remetente ou por sua conta e ordem e seja cobrado separado. Deste modo, nos casos
em que o transporte tenha sido efetuado pelo próprio destinatário ou por pessoa
contratada por sua conta e ordem, não possuindo qualquer relação com o remetente,
estaremos diante de hipótese em que não será possível integrar a base de cálculo
própria do remetente.
Quanto aos descontos é importante que você saiba diferenciar o desconto condicional
(sob condição) do desconto incondicional (sem condição de implemento).
Desconto condicional é aquele dado com uma obrigação futura, uma condição futura
como por exemplo conceder 10% de desconto se o boleto for pago até determinado
dia, são aqueles que dependem de evento posterior à emissão da nota fiscal,
usualmente, do pagamento da compra dentro de certo prazo, e configuram despesa
financeira para o vendedor e receita financeira para o comprador.
Comentário: Trata-se do mesmo dispositivo previsto no artigo 155, §2º, inciso XI, da
Constituição Federal.
Para essa conversão deve-se utilizar a mesma taxa utilizada no cálculo do Imposto de
Importação, sem qualquer alteração posterior por variação do câmbio até a data do
pagamento.
Art. 15. Na falta do valor a que se referem os incisos I e VIII do art. 13, a base de
cálculo do imposto é:
I - o preço corrente da mercadoria, ou de seu similar, no mercado atacadista do local
da operação ou, na sua falta, no mercado atacadista regional, caso o remetente seja
produtor, extrator ou gerador, inclusive de energia;
II - o preço FOB estabelecimento industrial à vista, caso o remetente seja industrial;
III - o preço FOB estabelecimento comercial à vista, na venda a outros comerciantes
ou industriais, caso o remetente seja comerciante.
§ 1º Para aplicação dos incisos II e III do caput, adotar-se-á sucessivamente:
Art. 16. Nas prestações sem preço determinado, a base de cálculo do imposto é o
valor corrente do serviço, no local da prestação.
I - uma delas, por si, seus sócios ou acionistas, e respectivos cônjuges ou filhos menores,
for titular de mais de cinquenta por cento do capital da outra;
I - uma mesma pessoa fizer parte de ambas, na qualidade de diretor, ou sócio com
funções de gerência, ainda que exercidas sob outra denominação;
II - uma delas locar ou transferir a outra, a qualquer título, veículo destinado ao
transporte de mercadorias.
Comentário: O arbitramento é uma técnica muito comum utilizada pelos Estados. Toda
vez que o auditor verificar que um determinado documento fiscal é inidôneo ou ocorra
omissão, por exemplo, deverá arbitrar o valor para as mercadorias de acordo com as
técnicas previstas na legislação de cada Estado.
CORAÇÃO DO ICMS
A não-cumulativo é um dos princípios mais importante para o ICMS, pois traz sua
maior característica, ele e um princípio constitucional, perceba que você vai encontrá-
lo na CF de 88, na lei Kandir e na lei estadual.
INICIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE
□ Revenda
CIAP
O contribuinte que adquirir bem para compor o ativo permanente deve utilizar o CIAP
para fins de controle de crédito do ICMS do Ativo Permanente.
Referido controle foi instituído pelo Ajuste SINIEF 08/97, com alterações posteriores
pelo Ajuste SINIEF nº 03/01.
O documento fiscal relativo a bem do ativo permanente, além de sua escrituração nos
livros próprios, será, também, escriturado no CIAP.
A adoção dos modelos do CIAP será feita de acordo com o disposto na legislação de
cada unidade federada.
Nos termos do § 5º, da cláusula terceira, do Ajuste SINIEF 2/2009, com nova redação
dada pelo Ajuste SINIEF 05/2010, a escrituração do CIAP digital é obrigatória desde
01.01.2011.
§ 6º Operações tributadas, posteriores a saídas de que trata o § 3º, dão ao
estabelecimento que as praticar direito a creditar-se do imposto cobrado nas operações
anteriores às isentas ou não tributadas sempre que a saída isenta ou não tributada seja
relativa a:
I - produtos agropecuários;
Comentário: Existem casos em que não podemos prever que a mercadoria sairá sem
tributação, como por exemplo nos casos de uma isenção superveniente.
Reforçando o dispositivo constitucional do art. 155, 2º, II, b, deve-se anular o crédito
da entrada. O mesmo deve ocorrer caso ela seja utilizada em um processo de
industrialização ou mesmo na utilização em um fim diverso da atividade do
estabelecimento.
Existem casos ainda em que a mercadoria sequer realiza uma saída posterior. São os
casos em que a mercadoria se deteriora, estraga ou perece, hipóteses em que o crédito
de entrada também deverá ser estornado.
Além dos casos de estorno, a lei Kandir também trouxe benefícios para o contribuinte
ao dispor sobre exceções para a manutenção do crédito. Quando se tratar de
exportações ou de operações com papéis destinados à impressão de livros, jornais e
periódico o crédito é mantido, não importa o que ocorra.
ESTORNO
Perecer/Deteriorar
Fim alheio à atividade /Extraviar
Art. 23. O direito de crédito, para efeito de compensação com débito do imposto,
reconhecido ao estabelecimento que tenha recebido as mercadorias ou para o qual
tenham sido prestados os serviços, está condicionado à idoneidade da documentação e,
se for o caso, à escrituração nos prazos e condições estabelecidos na legislação.
Parágrafo único. O direito de utilizar o crédito extingue-se depois de decorridos cinco
anos contados da data de emissão do documento.
Ocorre que, embora a apuração seja individualizada a lei Kandir autoriza que o
pagamento seja realizado por compensação entre saldos credores e devedores dos
estabelecimentos do mesmo titular. Todavia preste muita atenção à exigência do
legislador: no caso de uma filial A ter apurado crédito e uma filial B ter apurado débito,
eles só podem se compensar se estiverem localizados dentro do mesmo Estado.
Você lembra que os créditos decorrentes de exportação não precisam ser estornados?
É um ótimo incentivo, mas de que adiantaria uma empresa exportadora ficar acumulando
crédito indefinidamente e não conseguir utilizá-los? Foi pensando neste ponto que o
inciso I previu que os saldos credores acumulados de exportadores podem ser
transferidos a qualquer estabelecimento da empresa no Estado. Caso após essas
transferências ainda reste saldo pode o exportador transferir créditos para outros
contribuintes mediante o reconhecimento do crédito pelo Fisco.
APURAÇÃO EMPRESA 02
APURAÇÃO EMPRESA 02
APURAÇÃO EMPRESA 03
Art. 26. Em substituição ao regime de apuração mencionado nos arts. 24 e 25, a lei
estadual poderá estabelecer:
I - que o cotejo entre créditos e débitos se faça por mercadoria ou serviço dentro de
determinado período;
II - que o cotejo entre créditos e débitos se faça por mercadoria ou serviço em cada
operação;
III - que, em função do porte ou da atividade do estabelecimento, o imposto seja
pago em parcelas periódicas e calculado por estimativa, para um determinado
período, assegurado ao sujeito passivo o direito de impugná-la e instaurar processo
contraditório.
§ 1º Na hipótese do inciso III, ao fim do período, será feito o ajuste com base na
escrituração regular do contribuinte, que pagará a diferença apurada, se positiva;
caso contrário, a diferença será compensada com o pagamento referente ao período
ou períodos imediatamente seguintes.
§ 2º A inclusão de estabelecimento no regime de que trata o inciso III não dispensa
o sujeito passivo do cumprimento de obrigações acessórias.
Comentário: A Lei Kandir é uma norma que teve diversos dispositivos de caráter
transitório, sendo inaplicáveis no atual ordenamento jurídico. Os dispositivos acima
não possuem mais aplicação.
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Art. 32. A partir da data de publicação desta Lei Complementar:
I - o imposto não incidirá sobre operações que destinem ao exterior mercadorias,
inclusive produtos primários e produtos industrializados semi-elaborados, bem como
sobre prestações de serviços para o exterior;
II - darão direito de crédito, que não será objeto de estorno, as mercadorias entradas
no estabelecimento para integração ou consumo em processo de produção de
mercadorias industrializadas, inclusive semi-elaboradas, destinadas ao exterior;
III - entra em vigor o disposto no Anexo integrante desta Lei Complementar.
Comentário: Dentre os artigos da parte final, o artigo 33 merece destaque especial por
tratar de disposições específicas sobre o creditamento.
A mercadoria de uso e consumo mencionada pela lei são os bens que não integram o
produto final e não são utilizados em atividades que façam parte no processo produtivo
ou de comercialização como por exemplos materiais de escritório e materiais de limpeza.
Essas mercadorias que tenham por destinação o uso e consumo só gerarão direito ao
crédito a partir de 2020, regra que vem sendo constantemente postergada. Inicialmente
a lei Kandir previa a utilização de crédito para materiais de uso e consumo em 1998
mas depois postergou para 2000, 2003, 2007 e 2011 para então, em 2010, postergar
para 2020.
industrialização
de Energia
Elétrica
(proporcional)
operação
Comentário: Mais um dispositivo que ficou sem efeito uma vez que hoje temos o
creditamento de mercadorias destinadas ao AP.
de
(proporcional)
Com
prestação