Desenvolvimento de Estrategias
Desenvolvimento de Estrategias
Desenvolvimento de Estrategias
SÉRGIO XAVIER
Desenvolvimento de estratégias
1ª Edição
Brasília/DF - 2018
Autores
Ana CRISTINA
Sérgio XAVIER
Revisão
Antonio NEY
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística
e Editoração
Sumário
Organização do Livro Didático....................................................................................................................................... 4
Introdução.............................................................................................................................................................................. 6
Capítulo 1
Conceitos de marketing estratégico......................................................................................................................... 7
Capítulo 2
Ambiente de marketing..............................................................................................................................................19
Capítulo 3
Pensamento estratégico............................................................................................................................................ 31
Capítulo 4
Mix de marketing.......................................................................................................................................................... 42
Capítulo 5
Estratégias de negócios.............................................................................................................................................56
Capítulo 6
Ferramentas estratégicas.......................................................................................................................................... 68
Referências...........................................................................................................................................................................89
Organização do Livro Didático
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em capítulos, de forma didática, objetiva e
coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros
recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também,
fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização do Livro Didático.
Atenção
Cuidado
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
Importante
Observe a Lei
Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem,
a fonte primária sobre um determinado assunto.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa
e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio.
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas
conclusões.
4
Organização do Livro Didático
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Saiba mais
Sintetizando
Posicionamento do autor
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
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Introdução
Este Livro Didático tem a finalidade de apresentar os diferentes formatos estratégicos do Marketing
para atingir o mercado, contemplando, assim, a excelência no atendimento ao cliente.
Objetivos
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CAPÍTULO
CONCEITOS DE MARKETING
ESTRATÉGICO 1
Apresentação
Para entender melhor a lógica do mercado e suas interfaces, faremos uma pequena abordagem
sobre os conceitos da administração estratégica, o cenário do século XXI e as definições de
estratégia, competitividade estratégica e vantagem competitiva.
Este capítulo trará uma visão macro dos impactos nos sistemas organizacionais e maior
entendimento dos aspectos mercadológicos em face do uso e da necessidade de estratégias.
Objetivos
Esperamos que, após o estudo deste conteúdo, você seja capaz de:
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CAPÍTULO 1 • CONCEITOS DE MARKETING ESTRATÉGICO
Vamos dar início aos nossos estudos entendendo os conceitos que estão por trás do Marketing
Estratégico e que são aplicados na Gestão Estratégica das Organizações.
A união desses dois fatores contemplará a organização de uma energia nos processos, que
permitirá enfrentar a competição instalada nos mercados.
E, por fim, temos a Decisão Estratégica, que é definida como toda aquela que
resulta em uma nova maneira de distribuir ou utilizar os recursos básicos da
empresa, pois nem toda decisão estratégica é de longo prazo, embora seja,
necessariamente, de longo alcance. Envolve, portanto, os escalões superiores
da organização.
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CONCEITOS DE MARKETING ESTRATÉGICO • CAPÍTULO 1
Não podemos desconsiderar os conceitos explicitados por Tavares (2000), sendo necessário
comentá-los. Inicialmente, esse autor observa o processo de gestão e, para isso, conceitua a
Administração Estratégica.
Lembremos, antes de avançar, que, para administrar, é necessário pensar nas cinco funções
administrativas: Planejamento, Organização, Direção/Coordenação, Controle e Avaliação da
viabilidade econômico-financeira (YANAZE; MARKUS; CARRILHO, 2013).
Por que Tavares (2000) se preocupa em definir decisão estratégica? A resposta está no fato de
que a Administração Estratégica é obrigada a tomar decisões para a definição e a construção dos
caminhos que a organização seguirá no futuro.
As metas e os objetivos, bem como as estratégias para alcançá-los, são frutos de tais decisões
estratégicas tomadas pela alta administração. Assim, o Planejamento Estratégico será composto
de tais metas e objetivos.
Segundo McCarthy e Perreault (1997 apud STEIZ, 2005, p. 94), o termo Planejamento Estratégico
é definido “como um processo administrativo que busca dar um equilíbrio entre os dois elos; de
um lado, os recursos da organização; de outro, a oportunidade de mercado”.
Pode-se entender, então, como uma busca constante por oportunidades atraentes
e que sejam, ao mesmo tempo, rentáveis ao se desenvolverem estratégias de
marketing.
O processo de planejamento tem como produto ao seu final um Plano de Ação. Para fixar a ideia,
veja a figura a seguir:
Administração
estratégica Decisóes
estratégicas Planejamento
estratégico Plano de
ação
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CAPÍTULO 1 • CONCEITOS DE MARKETING ESTRATÉGICO
O retorno, demonstrado pelas setas, significa que o ciclo é contínuo e deve ser realimentado,
monitorado, controlado e reavaliado com a tomada de novas decisões estratégicas para que as
metas e os objetivos sejam alcançados.
Tavares (2000) apresentou três outras importantes conceituações referentes aos níveis da cadeia
gestora da organização: Estratégico, Tático-administrativo e Operacional.
Nível estratégico
Nível operacional
O Planejamento Estratégico é estabelecido pela Direção da organização, mas ele tem de ser
desdobrado para os demais níveis da organização com o estabelecimento dos programas e
planos (detalhados e adequados) aos respectivos níveis. A retroalimentação é imprescindível
para se corrigir os pontos que não estão acontecendo como o previsto. Assim, teremos um
Planejamento Estratégico, um Planejamento Tático e um Planejamento Operacional. Esse
processo deve ser integrado.
Para a realização do Planejamento Estratégico, é necessário realizar cinco etapas que estão inseridas
não só na alta administração, mas, também, na produção de pesquisa e desenvolvimento de
outras áreas funcionais, segundo McCarthy e Perreault (1997). As etapas para o Planejamento
Estratégico de Marketing são:
» fixação de objetivos;
» pesquisa de mercados;
» desenvolvimento de estratégias;
Com base em McCarthy e Perreault (idem), podemos fundamentar as etapas do seguinte modo:
1. Fixação de objetivo
Para definir as metas e os objetivos, é importante ter em mente que devem ser declarados
de maneira agressiva e um tanto desafiadora, mas não deixando de lado a observância
nas limitações da própria organização. Ademais, precisam ser qualitativos e quantitativos,
obedecendo aos prazos anteriormente definidos e previstos no planejamento.
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CONCEITOS DE MARKETING ESTRATÉGICO • CAPÍTULO 1
As metas, na prática, servem para dar uma diretriz à empresa, seguindo um foco único
a fim de que seja cumprida fielmente a missão por ela definida. Enquanto os objetivos
correspondem ao detalhamento do que deve ser feito para poder atingir as metas
anteriormente definidas.
É possível observar que as metas são baseadas em diversos setores, isto é, do econômico
ao operacional, bem como do marketing ao social, podendo objetivar as mais diferentes
situações, posições e condições impostas pelo mercado em que se está inserido no
momento.
2. Pesquisa de mercado
Com vistas a levantar os dados internos da organização, será percorrida toda a trajetória
da empresa: modelo de gestão, estrutura e ambiente organizacional, além dos resultados
alcançados oriundos de estratégias realizadas e de sua operacionalização e qualificação
técnica, não deixando de mencionar os processos produtivos.
Após a análise dos dados, serão obtidas informações que apontaram os pontos fortes
e fracos da organização, podendo tomar medidas para maximizar os pontos fortes e
torná-los mais relevantes e minimizar os pontos fracos.
3. Desenvolvimento de estratégias
Com efeito, esse plano estratégico deverá conter informações variadas que possam
suprir as indefinições para que ocorram as melhores tomadas de decisões, tanto em
cenários previstos como também nos de surpresa, de modo a proporcionar uma situação
de segurança, solidez, capacitação, a projetar a organização dentro de margens de
segurança e risco devidamente equilibradas e a considerar a relação custo x benefício
x risco para cada oportunidade vislumbrada. Assim sendo, pode-se contar com uma
grande sinergia, por meio da coordenação de ações e métodos aplicados em todos os
departamentos funcionais da organização.
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CAPÍTULO 1 • CONCEITOS DE MARKETING ESTRATÉGICO
Plano de ação
Normalmente, os planos mais comuns envolvem três modelos: liderança total em custos,
diferenciação e foco.
Esta estratégia se tornou bastante comum nos anos 1970, por meio de determinadas
políticas empresariais com objetivo de atingir a liderança.
Isso mostra que algumas empresas escolhem participar do mercado onde atuam,
competindo pelo preço. Significa, ainda, que o caminho é vender barato, sem atentar,
normalmente, para a qualidade. Uma empresa que podemos citar como exemplo é a
rede de sapatarias Di Santinni.
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CONCEITOS DE MARKETING ESTRATÉGICO • CAPÍTULO 1
Quando a empresa consegue desenvolver esta estratégia com sucesso, fica em uma
posição mais fácil de se defender em relação às cinco forças competitivas, claro que em
um formato diferenciado da estratégia de liderança por custos baixos.
Observa-se que são diversificados os fatores internos e externos; portanto, para haver um controle
total das ações, devem ser monitoradas em tempo real.
Independente dessas etapas vistas de McCarthy e Perreault (1997), temos outros autores com
visões diferentes e composição de etapas do seguinte modo:
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CAPÍTULO 1 • CONCEITOS DE MARKETING ESTRATÉGICO
Reilley (s. a. apud GOMES, 2009, p. 242) em seu artigo “Planning the strategy of the business”
afirma:
Não é fazer por fazer; não é elaborar com uma abordagem mecanicista ou determinista; e não
é repetir os planejamentos anteriores com atualizações, mas construir um novo planejamento
dentro da realidade do cenário atual. Lembramos a ação de planejar como se fosse uma estratégia
de guerra, por isso o cuidado exigido. Aqui está em jogo a sobrevivência da organização. O
planejar deve ser democrático e participativo entre os membros da Alta Direção, entretanto a
sua implementação é rígida e as suas alterações só podem ocorrer com o aval coletivo.
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CONCEITOS DE MARKETING ESTRATÉGICO • CAPÍTULO 1
Agora, vamos ampliar o conceito de Administração Estratégica, termo este que tem evoluído e
se modificado ao longo dos tempos.
Learned et al. (1965) Estratégia é o padrão de objetivos, fins ou metas e principais políticas e planos para
atingir a esses objetivos, estabelecidos de forma a definir qual o negócio em que a
Andrews (1977) empresa está e o tipo de empresa que é ou vai ser.
Estratégia refere-se à relação entre a empresa e o seu meio envolvente: relação atual
Katz (1970) (situação estratégica) e relação futura (plano estratégico, que é um conjunto de objetivos
e ações a tomar para atingir a esses objetivos).
Estratégia competitiva são ações ofensivas ou defensivas com vistas a criar uma posição
Porter (1986) defensável em uma indústria, para enfrentar com sucesso as forças competitivas e, assim,
obter um retorno maior sobre o investimento.
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CAPÍTULO 1 • CONCEITOS DE MARKETING ESTRATÉGICO
Thadeu (2008) entende que “a administração estratégica pode ser vista como uma série de passos
em que a Alta-administração deve realizar as seguintes tarefas”:
5. implementar as estratégias.
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CONCEITOS DE MARKETING ESTRATÉGICO • CAPÍTULO 1
A reprodução (adaptada) de Tadeu (2008) deixa claro o papel que o Planejamento Estratégico
tem para a sobrevivência da própria organização.
Essa conceituação apontada por Tadeu (2008) vai de encontro ao que apresentamos de Yanaze,
Markus e Carrilho (2013) a respeito de Gestão Estratégica:
Capacitação/Condições de trabalho.
Critérios de avaliação/Indicadores.
Previsão de vendas.
Do quadro, é possível visualizar que ficam claras as funções para o exercício de uma administração
estratégica. Iremos abordar cada função ao longo da disciplina.
Yanaze, Markus e Carrilho (2013) apresentam a seguinte definição para Marketing: é a concepção
e o desenvolvimento de determinado bem ou serviço e a forma como eles são elaborados,
distribuídos, precificados e comunicados. Portanto, marketing nada mais é do que o planejamento
adequado para a inserção e a manutenção de um produto no mercado.
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CAPÍTULO 1 • CONCEITOS DE MARKETING ESTRATÉGICO
Resumo
» Marketing Estratégico.
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AMBIENTE DE MARKETING
CAPÍTULO
2
Apresentação
Uma empresa é constituída por atores e forças que estão fora do controle de marketing e afetam
a capacidade de sua administração em desenvolver e manter transações bem-sucedidas com os
consumidores que pretende atingir. Para ser bem-sucedida, uma empresa deve adaptar as suas
ações de marketing às tendências e desenvolvimentos nesse ambiente.
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de:
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CAPÍTULO 2 • AMBIENTE DE MARKETING
Você sabe que uma organização depende para a sua sobrevivência do NEGÓCIO que trabalha,
ou seja, ninguém vai ou deveria ir a um mercado sem conhecer devidamente o que propõe a
negociar. Assim, vamos conhecer o seu próprio negócio.
Então, a partir deste momento, iremos estudar o negócio em si. O que devemos fazer para buscar
o conhecimento sobre o negócio da organização. A forma de mapear e verificar o fluxograma do
negócio é a essência do tema deste capítulo.
Gomes (2009, p. 179) afirma que o “negócio é um conjunto de relações que precisam ser negociadas.
A palavra vem do latim ‘Negotium’ (neg+otium) e significa ocupação, dificuldade e embaraço,
negar o ócio”.
Acrescenta-se que não basta conhecer o negócio, mas, também, as suas relações, como a
organização interage com o mundo em que está inserido.
O mapa de relacionamento do negócio, qualquer um que seja, é complexo, possui vários elementos
interligados, mas ajuda a organização no sentido de obter um Diagnóstico Institucional e de ter
uma visão panorâmica/sistêmica de seu negócio. Ele (mapa) é fundamental para a construção
do planejamento estratégico.
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AMBIENTE DE MARKETING • CAPÍTULO 2
Acredito que vocês estão olhando esta figura e achando que não estão entendendo nada. Vamos
ajudá-lo.
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CAPÍTULO 2 • AMBIENTE DE MARKETING
As organizações empregadoras, muitas vezes, são responsáveis por parcerias e convênios com
outras instituições, visando a auxiliar no fornecimento de serviços ou produtos esperados pelo
mercado.
Logicamente, o cliente irá interagir com a organização em função da demanda de serviços que
recebe. Eles (os clientes) podem fazer parcerias. Do mesmo modo, a organização tem de obter
informações para avaliar o desempenho de seus serviços.
Cabe uma observação sobre regras de gestão. O gestor é o maior responsável na organização
pelo desempenho da organização e pela sua missão e objetivos. Ele decidirá quais regras serão
seguidas para alcançar as referidas metas e objetivos.
Nos outputs, a organização deve se estruturar em função do que a empresa pretende oferecer ao
mercado, enquanto nos inputs a visão da organização precisa ser direcionada aos fornecedores
em relação ao fornecimento dos recursos com a qualidade requisitada, o prazo e o preço
combinados. As informações são fundamentais para se estabelecer a credibilidade e a fidelidade
do fornecedor com a organização.
No mundo atual, a organização necessita ter como uma de suas metas a fidelidade não só do
cliente, mas, também, do fornecedor. Essa é a razão para que a logística seja pensada de modo
integrado (das necessidades de inputs às entregas de produtos ou realização de serviços – outputs).
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AMBIENTE DE MARKETING • CAPÍTULO 2
Desde que surgiu a existência de um mercado globalizado, as empresas tiveram de adotar novas
práticas em suas diversas áreas, principalmente nas de produção, administração e gerenciamento.
Esse contexto passou a ser um momento de mercado único que se estende até os dias atuais no
século XX. Em vista disso, é importante a empresa conhecer o ambiente em que está inserida
para poder se ajustar rapidamente às necessidades de mercado, o qual está em constante
mutação, e para aprimorar o atendimento ao consumidor, a qualidade dos seus produtos e,
consequentemente, buscar melhor competitividade. Do contrário, a tendência é perder espaço
diante dos concorrentes existentes e desaparecer do cenário.
Portanto, fica cada vez mais claro o porquê de empresas excelentes e bem-sucedidas darem
atenção especial ao olhar de fora para dentro dos seus negócios. Elas reconhecem que o ambiente
de marketing constantemente oferece novas oportunidades, bem como novas ameaças. É visto
que reconhecem a importância vital do monitoramento e da adaptação contínua às mudanças
ambientais.
Ambiente de marketing
É tudo que está ao redor das atividades de uma empresa, isto é, a organização está sempre
vulnerável a diversos acontecimentos e situações do mercado que a colocam diante de um
cenário de mudanças constantes.
Esse conflito natural, dotado de ameaças e oportunidades, exige da organização análise constante
do mercado, de forma mais aprofundada possível, para planejar estratégias e implementar ações
que aumentem consideravelmente a vantagem competitiva no mercado em que se encontra
inserida. Além disso, é importante ressaltar ser necessário constantemente (também) avaliar as
forças e as fraquezas da organização, de modo a antecipar problemas com o mercado.
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CAPÍTULO 2 • AMBIENTE DE MARKETING
Análise do microambiente
Consumidores
É nesse sentido que a competição provocada pelos consumidores força os preços para baixo,
consegue melhorias nos serviços e produtos e, ao mesmo tempo, logra colocar um concorrente
contra o outro.
Observa-se que um grupo de consumidores se torna forte quando estão unidos e adquirem
grandes volumes, e isso representa para a empresa grande parcela de seu faturamento, pois
demanda poucos custos em relação à mudança. Portanto, adotar uma postura condizente de
negociação com consumidores potenciais torna-se favorável à empresa, sendo um dos pontos
relevantes dentro do processo de análise.
Fornecedores
Seguindo a mesma linha de raciocínio, os fornecedores também podem pressionar pelo aumento
de preços e, consequentemente, reduzir o potencial de lucratividade da empresa. É exatamente
o momento em questão que uma empresa poderá perder espaço, ou seja, competitividade no
mercado, tornando os lucros decrescentes, pois não consegue repassar os aumentos dos seus
custos.
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AMBIENTE DE MARKETING • CAPÍTULO 2
Normalmente, vem do fato de a empresa compradora não ter nenhum vínculo importante com
o fornecedor. Enquanto em situação contrária haveria uma proteção, ou, até mesmo, parcerias
tecnológicas por parte dos fornecedores.
Outra situação ocorre quando existe a forte possibilidade de o setor fornecedor partir sobre
a empresa compradora, sob a forma de estratégia de integração, pois os produtos ofertados
pelo fornecedor são diferenciados ou apresentam custos de mudanças. Além disso, observa-se
que os fornecedores ganham espaço, dominando o mercado quando poucas empresas detêm
determinado produto, sendo mais concentrado que as empresas compradoras.
Concorrentes
A disputa se torna mais rentável quando os concorrentes buscam inúmeras estratégias para se
manterem altamente competitivos. Os movimentos de um concorrente têm efeitos notáveis em
outros, e, dessa forma, iniciam-se manobras para conter as ações dos iniciantes. Esse movimento
poderá se traduzir em aprimoramento da empresa ou dos demais concorrentes do mesmo
segmento de negócio. Entretanto, se, ao mesmo tempo, um ambiente altamente competitivo
confere nova dinâmica dentro do processo, sendo algo totalmente positivo, por outro lado, as
reações que surgem tornam-se completamente negativas dentro do processo, pois a concorrência
pode afetar, de maneira significativa, a rentabilidade do setor.
Todavia, cabe ressaltar que a guerra que mais causa estragos é a praticada por meio de preços,
porque reduz as receitas para todas as empresas, uma vez que possui um caráter imitativo, dando
margem para que os concorrentes adotem a mesma política de preços.
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CAPÍTULO 2 • AMBIENTE DE MARKETING
Intermediários de marketing
São os responsáveis por promover, vender e distribuir os bens para os consumidores finais.
Entre eles, destacam-se: revendedores, empresas de distribuição física, agências de serviços de
marketing e intermediários financeiros.
Análise do macroambiente
Para se fazer uma análise criteriosa do ambiente de marketing, é necessário, ainda, considerar
uma série de variáveis que envolvem a visão externa do negócio, partindo do pressuposto que
todas têm o mesmo nível de importância, dependendo única e exclusivamente das características
do mercado e do produto ou serviço em questão. Neste capítulo, já pudemos ter o conhecimento
claro da diferença da análise do macroambiente e do microambiente, o primeiro envolve variáveis
incontroláveis e o segundo, variáveis controláveis, tais quais fornecedores, consumidores,
concorrentes e intermediários de marketing.
Conforme Kotler (2000a), para se fazer essa análise externa, é preciso levar em conta as variáveis:
Variável demográfica
Uma organização não pode ignorar a importância das características da população e da sociedade
em que se encontra inserida. Assim, aspectos como tamanho, densidade, localização, idade, sexo,
etnia, ocupação, religião entre outros precisam ser observadas no sentido das previsões futuras.
26
AMBIENTE DE MARKETING • CAPÍTULO 2
O Marketing não pode se descuidar, ignorar ou abandonar o mercado, pois é dele que vem os atuais
e os futuros clientes, inclusive em um momento de crise.
Variável econômica
A variável econômica é reflexo do cenário econômico, ou seja, ela está intimamente ligada ao contexto
social vivido pelo país. Ela depende claramente da situação econômica de onde a organização atua.
As ações de marketing necessitam ser construídas levando a situação econômica em consideração.
Com efeito, corresponde às variáveis que possam afetar o poder de compra e, consequentemente,
o padrão de consumo das pessoas. Por exemplo, países que possuem economia de subsistência
consomem a maior parte de produtos agrícolas e industriais, com isso, apresentam poucas
oportunidades de mercado. Por outro lado, aqueles que possuem economia industrial são os países
considerados ricos e podem atender à demanda para diferentes tipos de bens.
» Como afetam?
Observe que a resposta implica a descrição de uma situação na qual a organização terá de
enfrentar e vencer para se manter viva. Um exemplo simples é o de uma loja e fábrica de chapéu
e guarda-chuva que existia no Rio de Janeiro. No passado, era uma grande e tradicional empresa,
especializada na área e com atendimento a um público-alvo que ia da classe A à C. Ao longo do
tempo, com a entrada, no mercado, de produtos chineses e com a mudança do comportamento
da população, a organização acabou desaparecendo.
Variável cultural
É o nível de cultura de determinado mercado que, de alguma forma, possa comprometer ou não
a aceitação de um produto ou serviço específico. Nesse aspecto, envolvem culturas, subculturas,
comportamento, influência da religião, nível tecnológico, entre outros.
27
CAPÍTULO 2 • AMBIENTE DE MARKETING
Quando envolvem valores culturais, observa-se que o profissional de marketing pode alterar
somente valores secundários, pois são mais abertos às mudanças, diferente quando menciona
valores centrais que correspondem a crenças passadas de geração em geração, de pais para filhos.
Por exemplo: acreditar no casamento é uma crença central e crer que as pessoas devem se casar
cedo é uma crença secundária.
Ainda nesse ponto, vale destacar os valores culturais de uma sociedade que, na prática, se
apresenta como forma de expressão da maneira como as pessoas veem elas mesmas os outros.
Além disso, é expressada na maneira como vê a empresa, a sociedade, a natureza e o universo.
Variável tecnológica
Variável política
Sardá (1998), citando Hall (1984), Stoner (1985) e Vasconcellos Filho (1985), afirma da variável
política que:
Decorrem das políticas e dos critérios de decisão adotados pelos governos federal,
estadual e municipal, como também pelos governos estrangeiros quando suas
decisões têm influência sobre as atividades da organização (HALL, 1984; STONER,
1985 apud SARDÁ, 1998, p. 24).
28
AMBIENTE DE MARKETING • CAPÍTULO 2
As organizações do setor privado são menos afetadas do que as organizações do setor público,
o que não as isenta de ficar sintonizadas com o clima político.
O autor menciona que uma prova da importância do fator político para as organizações são as
contribuições empresariais ilegais feitas a partidos políticos, indivíduos nacionais e estrangeiros.
Além disso, cita a “propaganda institucional”, a qual busca gerar apoio público para a organização
envolvida, revelando a importância das variáveis políticas na sociedade, maior no que tange às
organizações que nela estão contidas.
Variável ecológica
A respeito da variável ecológica, ainda em consonância com Sardá (1998), temos que:
Oliveira (1988) e Vasconcellos Filho (1985) citam como componentes das variáveis
ecológicas o nível de desenvolvimento ecológico, o índice de poluição (sonora,
atmosférica, hidrológica, visual) e a legislação sobre uso do solo e meio ambiente.
Pode-se considerar estas variáveis ecológicas sob dois aspectos: ecologia natural
e ecologia social (HALL, 1984).
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CAPÍTULO 2 • AMBIENTE DE MARKETING
Aprendeu? Agora você pode fazer uma análise do ambiente de marketing de uma empresa, não
deixando de verificar todas as variáveis de maneira igualitária.
Resumo
30
PENSAMENTO ESTRATÉGICO
CAPÍTULO
3
Apresentação
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de:
» Analisar uma organização de forma interna e externa, tendo um olhar tanto para as
oportunidades quanto para as ameaças, além das forças e fraquezas.
» Identificar a estratégia mais adequada dentro dos objetivos e as metas a serem alcançadas
pela organização.
31
CAPÍTULO 3 • PENSAMENTO ESTRATÉGICO
Agora, vamos conhecer um pouco das estratégias de marketing, mas antes disso o que é
exatamente PENSAR ESTRATEGICAMENTE?
Com o passar dos anos, a evolução para o pensar estratégico mostra que toda organização está
sujeita às transformações ambientais, o que faz com que as ações de monitoramento sejam
contínuas e que se busque sempre antever as novas estratégias. É um processo que depende de
acompanhamento das estratégias atuais, das modificações que se fazem necessárias, bem como
da definição de outras estratégias (AAKER, 2001).
Mesmo assim, não se pode, de forma alguma, pensar que a concepção de pensamento estratégico
permanente produz a determinação de novas estratégias sem programação predefinida. Para
se ter uma estratégia bem consolidada, é necessário haver coordenação de pensamentos, toda
a organização deve estar unida em prol de um mesmo ideal para poder atingir os mesmos fins.
Com isso, afirma-se que uma estratégia requer um planejamento. Entretanto, não se pode dizer
que é o resultado de um planejamento, mas, sim, o ponto de origem para fazer com que a partir
da organização dos esforços depreendidos transformem a estratégia pretendida realizada. O
papel único do planejamento é apenas detectar possibilidades de estratégias, sugerir ações e
estimular o contínuo pensar estratégico, de forma que esteja em constante processo de análise
e gere novas estratégias (MINTZBERG; QUINN, 2001).
Observou a importância do pensar estratégico para a organização? Apesar disso, não existe um
único significado. Vamos ver?
A necessidade das forças armadas em guerras de tomar decisões e estabelecer estratégias para
defesa e ataque promoveu o desenvolvimento do próprio pensar estratégico. Em resumo, a
estratégia acaba se transformando em uma ciência para a organização e o planejamento das
ações de guerra. Com o propósito de reforçar a importância, trazemos a concepção militar de
32
PENSAMENTO ESTRATÉGICO • CAPÍTULO 3
“estratégia” da Escola Superior de Guerra (ESG), segundo a qual “Estratégia é a arte de preparar e
aplicar o poder – na paz e na guerra – para conquistar e preservar objetivos, superando obstáculos
de toda a ordem” (ESG, 2000, p. 143).
Ao transferir para a administração essa concepção, verificamos que a gestão administrativa tem
de colocar o seu poder no sentido de vencer os óbices encontrados (externamente no mercado
e internamente na organização) com vistas a alcançar os objetivos e as metas traçadas.
Com esse olhar militar, levou-se a mesma concepção para o âmbito das organizações empresariais,
de forma que as organizações vencerão as batalhas competitivas existentes no ambiente, atingindo
os seus objetivos se desenvolverem atitudes mais efetivas do que as dos seus concorrentes.
Dentro desse contexto, notamos que existem diversas abordagens relacionadas à estratégia.
Algumas têm a visão como um plano, um caminho a ser trilhado para o futuro; outras, como um
padrão de comportamento de uma empresa; e outras, como uma posição, buscando produtos
em determinados mercados para, de alguma forma, poder burlar a concorrência (MINTZBERG
et al., 2000). Mas não existem somente afirmativas distintas para estratégia, existem algumas
variáveis comuns como as que são utilizadas para as alterações ambientais que influenciam
toda a organização na sua formulação, e tais alterações necessitam de uma análise detalhada.
(MINTZBERG; LAMPEL; AHSLTRAND, 2000)
Além dessas concepções de convergência, vale ressaltar um aspecto positivo que é o da força de
pensar da organização como um todo e sua inserção no ambiente competitivo, no qual não exerce
apenas um papel reativo ou de defesa, mas busca ter iniciativas para liderar dentro da indústria.
Alguns autores, como Mintzberg, Lampel e Ahsltrand (2000), salientam a importância da estratégia
como algo que fixa a direção, focaliza o esforço, define a organização e provê consistência.
Em face do exposto, não existe uma fórmula única para eficácia da formulação estratégica, pois
que é preciso aceitar a convivência do específico com o geral no mesmo ambiente, sem premiar
concepções estabelecidas como verdade dentro de um mesmo setor de atuação anteriormente
visto e estudado.
É importante lembrar que o Marketing, segundo Kotler (s. a. apud GOMES, 2009, p. 142) significa
a “análise, implementação e controle de programas cuidadosamente formulados para atingir
mercados-alvo e alcançar os objetivos institucionais”. Vamos continuar a nossa caminhada.
33
CAPÍTULO 3 • PENSAMENTO ESTRATÉGICO
Um ponto imprescindível é ter o foco no cliente. Assim, a busca deve estar direcionada à
necessidade, à expectativa e aos desejos dele (NED’s). Em suma, o cliente é o próprio foco de
toda a ação do marketing. Como conquistá-lo é fundamental ser pesquisado. Então, a construção
do foco de uma política de marketing precisa buscar atender às NED’s dos clientes.
Não adianta estudar ou pesquisar o mercado e estabelecer cenários de sucesso e alto desempenho
para a organização se o foco não estiver centrado no NED.
A organização pode possuir excelente equipe interna/externa e até ter um processo de planejamento
ativo para alcançar a busca de novas oportunidades, entretanto o foco tem de estar fixado no
cliente.
» captação;
» retenção;
» reconquista.
A mola mestre para o crescimento de qualquer empresa é estar constantemente buscando formas
estratégicas para atrair novos clientes; do contrário, a tendência é desaparecer ou ficar estagnada
por um longo espaço temporal.
34
PENSAMENTO ESTRATÉGICO • CAPÍTULO 3
» expandir geograficamente
analisar os resultados que surtiram efeitos positivos, reprogramar essas ações, descartando
algum elemento que possa ter atrapalhado o sucesso que se esperava dentro da ação
aplicada, mas não se esquecer de adequar a estratégia ao novo cenário.
distribuir impressos por meio de panfletagem, sendo uma maneira com baixo investimento
e com bastante retenção junto aos futuros clientes.
utilizar mala direta para os atuais clientes, informando que irão receber uma determinada
gratificação por indicar seus amigos.
A promoção é um dos compostos de marketing que tem a função de atrair o cliente, como foi visto,
mas, também, a de mantê-lo constantemente informado sobre os produtos e serviços oferecidos.
A informação deve ser repassada baseando-se nas necessidades de seus clientes e por intermédio
dos corretos canais de comunicação.
35
CAPÍTULO 3 • PENSAMENTO ESTRATÉGICO
Então, vamos aos tipos de estratégias adotadas através da promoção para RETER CLIENTES.
Venda pessoal
A venda pessoal é um instrumento de grande valia para a organização, tendo em vista que ela
acontece em uma relação pessoa a pessoa e de forma bem direta. O vendedor qualificado e treinado
adequadamente para a empresa consegue excelentes resultados junto aos clientes. Entretanto,
a venda pessoal exige da organização uma gestão de venda bem estruturada. A organização e o
planejamento das vendas têm de obedecer um padrão e possuir um foco claro.
Para facilitar o seu entendimento, vamos considerar que uma empresa que vende aparelhos de
ar-condicionado tem um novo produto que atende a vários ambientes, sem precisar tubulações ou
instalações especiais. A organização constatou que sua equipe de vendedores não conseguia levar
ao cliente as vantagens técnicas que o novo produto oferece. Assim, pensou, estrategicamente,
em contratar engenheiros para ser os vendedores dos equipamentos, mas estabeleceu o mesmo
plano de salários que vinha utilizando: dois salários mínimos e gratificações de 2% sobre o
número de aparelhos vendidos.
d. resultados pífios.
Esse exemplo demonstra o cuidado que o pensamento estratégico merece, mas serve para
destacar a importância da venda pessoal.
Propaganda
A propaganda é fundamental para que o cliente conheça e seja informado relativamente aos
produtos e serviços oferecidos. A consolidação e a fidelização da marca pelo cliente pode e deve
36
PENSAMENTO ESTRATÉGICO • CAPÍTULO 3
ser trabalhada na propaganda. Esta pode ser utilizada de diversas maneiras e em várias mídias,
mas é imprescindível que se tenha conhecimento do mercado, em que a empresa está inserida,
e do consumidor.
a. como divulgá-la?
Publicidade
A empresa tem na publicidade uma das melhores formas de se comunicar com o mercado e seus
clientes para a melhoria e consolidação de sua imagem. A publicidade implica notícias, editais e
comunicações positivas elaboradas e geradas pela empresa e seus representantes para a mídia,
que as divulga quando importante.
A influência e os efeitos da publicidade não é a curto prazo, pois seus resultados com os clientes
é a longo prazo.
37
CAPÍTULO 3 • PENSAMENTO ESTRATÉGICO
Promoção de vendas
Uma das ações que a empresa pode implementar na busca da venda imediata de seus produtos
ou serviços é a promoção de vendas. Ela ocorre com concursos, prêmios, brindes, sorteios,
amostras grátis, degustações e outras ações. Tal promoção, utilizada a título de propaganda, é
regulamentada pela Lei no 5.678/1971, entretanto a Lei no 11.795/2008, referente aos sistemas
de consórcios, promoveu algumas alterações na lei anterior.
Marketing de patrocínio
Uma empresa pode patrocinar eventos com interesse de associação a eles, bem como tirar proveitos
comerciais desse patrocínio. Assim, o patrocínio ocorre em áreas como cultura, esporte e outras
com intuito de elevar/progredir as suas ações de marketing. O patrocínio reforça e consolida a
imagem da marca e gera aumento de venda dos produtos/serviços.
[...] uma ação de marketing promocional que, ao dar suporte às demais ações
do Composto Promocional, contribui para o alcance dos objetivos estratégicos
de Marketing da empresa, em especial no que se refere à imagem corporativa,
promoção da marca, posicionamento do produto, promoção de vendas e
comunicação com clientes, fornecedores, distribuidores e demais parceiros
(MELO NETO, 2000 apud CÉSAR, 2010, p. 1).
Assim podemos sustentar, lastreados em Melo Neto (2000), que patrocínio corresponde a uma
estratégia essencialmente de marketing na busca da consolidação da própria imagem da empresa
e da captação de novos clientes e mercados.
Dependendo do evento, o retorno para o patrocinador é excelente, por exemplo, uma Copa do
Mundo ou uma Olimpíada é altamente rentável. Um aspecto interessante vem, por exemplo, de
um fabricante de material esportivo que acaba patrocinando eventos esportivos ou um clube/
associação esportiva, procura ligar a marca ao sucesso do evento ou do clube.
Uma ação que costuma dar resultados positivos são as ações estratégicas com o uso de displays,
cartazes, anúncios e materiais visuais que motivam o cliente a comprar, as ações são influenciadoras
da decisão da compra. É fundamental que tais materiais sejam criativos e inovadores de modo
a motivar.
38
PENSAMENTO ESTRATÉGICO • CAPÍTULO 3
Telemarketing
Não há quem não conheça o telemarketing, entretanto, para que as ações de telemarketing
tenham resultados positivos na captação, manutenção e fidelização de clientes, é fundamental
o diagnóstico do mercado e das necessidades, das expectativas e dos desejos do cliente com
vistas a se organizar e se estruturar o serviço adequadamente.
O telemarketing também deve ser utilizado para atendimento, sugestões e reclamações, qualquer
relacionamento tem de ser incluído.
Ouvir a voz do cliente é importante, mas a resposta é fundamental e necessita ser dada a tempo,
sob pena do descrédito. A imagem da empresa pode ficar arranhada.
Internet
O cliente ou o interessado na empresa podem obter informações e dados dos produtos e serviços
na internet, mas, para que esta ação produza resultados positivos, é necessário que o site seja
construído com uma apresentação estética e atualizada. Um dos piores efeitos que um site
provoca é a desatualização. Parece brincadeira uma afirmação dessa natureza, mas é muito
comum o cliente entrar no site e as informações/dados serem antigos sem merecer credibilidade
e confiança.
Acrescenta-se que, ao lançar uma propaganda, uma novidade ou um novo produto, o site tem
de estar atualizado com essa novidade. A empresa criou a expectativa e precisa estar preparada
em todas as áreas para atender ao consumidor.
Com relação ao site propriamente dito, é fundamental que tenha bom visual, facilidade de
navegação e uma logística adequada para cumprir prazos de entrega ou outras necessidades
com brevidade.
Políticas de fidelização
Popularmente, é dito que um cliente satisfeito é o melhor vendedor da empresa e que o boca a
boca é para a organização captar novos clientes. Assim, é importante esclarecer que a luta pela
retenção e satisfação do cliente é mais fácil que a captação de novos clientes, ou seja, ao investir na
fidelização do cliente, a empresa também está buscando promover indiretamente o boca a boca.
39
CAPÍTULO 3 • PENSAMENTO ESTRATÉGICO
de facilitar as ações futuras de marketing. Assim, o banco auxiliará nas ações de promoção. O
grande desafio é a empresa possuir um sistema de Comunicação Integrada de Marketing.
Entenda seu cliente! É uma excelente maneira de a empresa se consolidar no mercado e crescer.
Por trás de qualquer produto a ser comercializado, vem sempre um pacote de serviços agregados.
Nesse momento, é fundamental conhecer a fundo o seu cliente, para não adotar estratégias
errôneas e infundadas.
40
PENSAMENTO ESTRATÉGICO • CAPÍTULO 3
Elabore um programa que tenha uma escala de prioridades, visando a avaliar os impactos
internos e externos.
6. Implantação
Agora de posse de todas essas informações, você já pode elaborar estratégias de marketing
eficazes para o crescimento de uma empresa.
Resumo
» Definições das Estratégias de Marketing, como atrair e reter clientes, modelos para que
isso aconteça.
41
CAPÍTULO
MIX DE MARKETING 4
Apresentação
Neste capítulo, você aprofundará seus conhecimentos sobre os conceitos de produtos e serviços
e suas características.
Após o entendimento desses conceitos, você irá conhecer e aprofundar seus conhecimentos
sobre o MIX DE MARKETING e sobre os conceitos na perspectiva das fases do ciclo de vida de
um produto.
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de:
42
MIX DE MARKETING • CAPÍTULO 4
Houaiss (2009) define expectativa como a “situação de quem espera a ocorrência de algo, ou sua
probabilidade de ocorrência, em determinado momento”.
Ora, analisando tais definições, encontramos um cenário interessante, pois a necessidade está
ligada à satisfação da privação de algo que o cliente deseja. Assim, quando almoçamos, estamos
satisfazendo a nossa fome. Quando compramos um celular, estamos satisfazendo a necessidade
de comunicação móvel com terceiros. Mas é importante deixar claro que as necessidades podem
ser latentes (é aquela que o consumidor tem a vontade de comprar) e não latentes (é aquela na
qual existe a ausência do desejo da compra).
O cliente, ao comprar um produto ou contratar um serviço, tem uma expectativa e esta expectativa
pode ser muito maior e irreal do que o produto comprado ou o serviço prestado oferece. Para
evitar o gap (a diferença) entre a expectativa do cliente e a realidade, é imprescindível que quem
vende um produto ou um serviço esclareça, exatamente, o que o produto ou serviço oferece. Os
riscos da expectativa provocar enormes insatisfações e decepções do cliente é muito grande.
Finalmente, o desejo, ou mesmo um sonho do cliente, deve ser identificado pela organização e
oferecido em seu produto. Isso pode representar um diferencial para a retenção ou a fidelização
do cliente. Tal diferencial, às vezes, tem um custo tão baixo que não há razão para a sua não oferta
no produto ou inclusão no serviço.
43
CAPÍTULO 4 • MIX DE MARKETING
Yanaze, Markus e Carrilho (2013) apontam que o mercado-alvo também tem necessidades e
expectativas e, por isso, a identificação de quais são as necessidades e expectativas dos diversos
segmentos é imprescindível no que concerne:
Do mesmo modo, esses autores sustentam que a empresa precisa estabelecer as necessidades
com relação:
» ao volume de vendas;
» às margens de contribuição;
» à ampliação da distribuição;
Eles acrescentam que a organização tem de saber quais são as expectativas relativas:
» à participação no mercado-alvo;
» às margens de lucro;
» a share of mind (lembrança da marca) e share of heart (simpatia pela marca) junto aos
segmentos-alvo.
Yanaze, Markus e Carrilho (2013) asseveram que a empresa precisa buscar o equilíbrio de suas
necessidades e expectativas com as do mercado-alvo.
Produto
PRODUTO é algo que pode ser oferecido a um mercado para apreciação, aquisição,
uso ou consumo e para satisfazer um desejo ou uma necessidade. Produtos são
mais do que bens tangíveis (KOTLER, 2000a, p. 204).
44
MIX DE MARKETING • CAPÍTULO 4
É algo que pode ser oferecido a um mercado para atenção, aquisição, uso ou
consumo e que satisfaça um desejo ou uma necessidade. Produtos são mais do
que bens tangíveis, incluem também bens físicos, serviços, eventos, lugares,
organizações e ideias. Por exemplo, um toca CDs da Sony, um caminhão da
Ford, um corte de cabelos no Werner, um show de um cantor específico e uma
consulta com um advogado. Enfim, produto inclui bens manufaturados ou não
e serviços (PARENTONI, 2007, p. 19).
Kotler e Keller (2006) destacam a importância de a empresa trabalhar o produto em cinco níveis
diferentes, a saber:
» produto central;
» produto básico;
» produto esperado;
» produto ampliado;
» produto potencial.
No terceiro nível, a empresa prepara um Produto Esperado, isto é, amplia o produto básico,
de forma que ele apresente as características que os consumidores normalmente esperam ao
adquirir o produto. O quarto de hotel deve ter cama arrumada, toalhas limpas, lâmpadas que
funcionem, tranquilidade e o mínimo de segurança.
45
CAPÍTULO 4 • MIX DE MARKETING
No quarto nível, a empresa prepara um Produto Ampliado que atenda o consumidor além das
expectativas, é preciso encantar, como falo em sala de aula, exceder suas expectativas. O hotel
poderá incluir uma super TV com controle remoto, flores frescas, check-in rápido, checkout mais
rápido ainda, ótimas refeições, um belíssimo serviço de quarto e internet rápida.
No quinto nível, está o Produto Potencial que abrange todas as adições e transformações que
esse produto deverá ter no futuro. É onde as empresas irão surpreender o cliente. Bom, aí eu
preciso pensar um pouco sobre isso, mas acredito que o hotel precisa sair dos moldes tradicionais
e gerar vantagens que os clientes não encontram facilmente na concorrência.
d. Produtos não procurados: são produtos e serviços de consumo que o consumidor não
conhece ou conhece mas normalmente não pensa em comprar. Ex.: seguros de vida,
doações de sangue à Cruz Vermelha. (adaptado de KOTLER; ARMSTRONG, 2014).
Atributos do produto
» qualidade;
» características;
» estilo e design.
46
MIX DE MARKETING • CAPÍTULO 4
Um exemplo simples ocorre no caso de relógios. Não tem sentido que a qualidade de um relógio da
marca “Rolex” seja adotada por todos os fabricantes por causa do preço que os relógios passariam
a ter, e com isso faltaria consumidor. Entretanto, a qualidade de relógios sem o padrão “Rolex”
não é indicativa que tais relógios não possuam qualidade e satisfaçam os seus consumidores.
Do mesmo modo, poderíamos falar de uma caneta “Mont Blanc” ou mesmo de um automóvel como
a “Mercedes Benz” ou “BMW”. Assim, a utilidade e a aplicabilidade são elementos fundamentais
para se estabelecer a qualidade e se possuir eficácia na competição de mercado.
» nível;
» consistência.
Essas duas dimensões são importantes porque cada produto pode ter vários níveis diferentes
para atender ao consumidor. Do mesmo modo, independente de qualquer nível, é imprescindível
que o produto tenha consistência.
Uma das características mais importantes que tem de ser observada na oferta de um produto
é a existência de um modelo básico. A partir desse modelo, podem ser disponibilizados outros
modelos, com complementos, de modo a se ter ofertas para níveis mais altos de consumidores.
A fim de consolidar essa ideia, temos, como exemplo, o automóvel. Normalmente, há um modelo
básico simples, mas também são ofertados modelos de luxo ou super luxo pelas montadoras.
Com isso, a gama de produtos procura alcançar públicos de poder econômico diferenciados.
Concentraremos nossos estudos nas decisões relativas aos atributos de produto, como o
estabelecimento da marca, embalagem, rotulagem e serviços de apoio e assistência ao produto.
Marca
Marca é um nome, termo, sinal, símbolo ou desenho ou uma combinação desses elementos
(KOTLER; ARMSTRONG, 2014). Marca é o DNA de uma empresa e é o que conecta o cliente ao
produto. Por isso, ela precisa demonstrar a capacidade do negócio para atender às necessidades do
consumidor, garantindo satisfação e melhor experiência de quem escolhe o seu empreendimento.
Ela precisa representar o conjunto de valores pensados pelo empresário para dar identidade ao
negócio. Nesse sentido, para auxiliá-lo a trilhar o melhor caminho, é necessário construir uma
marca e registrá-la.
47
CAPÍTULO 4 • MIX DE MARKETING
Exemplos de marcas:
A escolha, uma condição da marca, é hoje para as organizações o básico. Porém, devemos entender
que não é uma tarefa fácil essa seleção. Existem etapas a serem seguidas, são elas:
» avaliação do produto;
» benefícios;
» mercado-alvo;
» estratégias de marketing.
Embalagem
O que é Embalagem? De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), uma
embalagem é o artigo que está em contato direto com alimentos, destinado a contê-los, desde a sua
fabricação até a sua entrega ao consumidor, com a finalidade de protegê-los de agente externos,
de alterações e de contaminações, assim como de adulterações. Alguns tipos de embalagens são:
» vidro;
» plástico;
» papelão.
48
MIX DE MARKETING • CAPÍTULO 4
Uma boa embalagem chama a atenção e atrai o comprador para o produto. Quantas vezes você
já comprou ou escolheu um produto pelo visual de uma embalagem?
A organização não pode se afastar e ignorar o projeto e o investimento na embalagem. Ela tem
de testar a aceitação de uma amostragem da embalagem pelo público-alvo antes de lançar o
produto no mercado, de modo a executar as correções necessárias. Entretanto, é preciso ressaltar
o fato de que, muitas vezes, a direção da organização tem a ideia de dispensar a contratação
de um profissional de design ou mesmo de marketing por achar que qualquer um é capaz de
produzir uma embalagem. Não é dado o valor devido a importância da embalagem para as
vendas, principalmente quando do lançamento de um produto novo.
O visual da embalagem tem de vender a ideia de qualidade do produto. Ele precisa agradar, ser
bonito e prático, o design é imprescindível para ajudar na aceitação do produto em seu mercado.
» conveniência;
» facilidade;
» praticidade;
» proteção do produto.
A embalagem precisa trazer na sua parte externa informações e dados do produto e comunicar a
identidade e a funcionalidade dele. No entanto, é fundamental não haver excesso de informações
e descumprimento de normas legais, em virtude dos riscos que tais ações podem acarretar ao
produto.
Rotulagem
Os rótulos podem ser desde simples etiquetas presas aos produtos a projetos gráficos complexos
que fazem parte da embalagem. O rótulo apresenta:
» nome;
» características;
» peso;
» identificação do lote;
49
CAPÍTULO 4 • MIX DE MARKETING
Os rótulos informam os dados para que o cliente entre em contato com o Serviço de Atendimento
ao Consumidor (SAC), de maneira a facilitar o contato em caso de dúvidas, críticas ou sugestões.
Toda organização que possui diversas linhas de produtos tem um MIX de produtos.
Não podemos ignorar que o mix de marketing deve ser olhado sobre os quatro elementos (4 Ps),
os quais integram um composto de marketing:
» produto;
» preço;
50
MIX DE MARKETING • CAPÍTULO 4
Conhecemos bem um produto, suas características e finalidades, agora vamos estudar sobre
serviços.
Serviço
Segundo Casas (2007), o serviço é qualquer atividade ou benefício que uma parte possa oferecer
a outra, que seja essencialmente intangível e não resulte na propriedade de qualquer coisa.
Segundo a American Marketing Association (s. a. apud PETER, 2000), serviços são semelhantes a
produtos, empréstimos bancários ou seguros residenciais são intangíveis; enquanto Casas (2007)
afirma que a comercialização dos serviços profissionais distancia-se do marketing tradicional
de bens.
A definição de serviços é emblemática, ampla e complexa, de acordo com Lima (2007), tendo
em vista envolver serviços que são executados por pessoas físicas e que podem ser executados e
entregues a domicílio. Para Kotler e Keller (2006 apud LIMA, 2007) o serviço não gera nenhuma
propriedade e cuja execução pode ou não estar ligada a um determinado produto.
“Um serviço é qualquer ato ou ação que uma parte oferece a outra, essencialmente
intangível, que não resulta em propriedade alguma e cuja produção pode ou não
estar relacionada a um bem físico” (PARENTONI, 2007, p. 127).
Todas as definições apresentadas acima deixam claro que o serviço é INTANGÍVEL e que pode
estar ligado ou não a um produto.
b. entidades privadas com ou sem fins lucrativos que oferecem segurança privada, educação,
saúde e uma série de outros;
c. entidades ligadas a diversos setores de negócios que atendem com serviços da indústria;
geomática; comércio; construção civil; turismo; hospitalidade; design; informática;
imagem pessoal; lazer e desenvolvimento social; mineração; telecomunicações;
51
CAPÍTULO 4 • MIX DE MARKETING
Em suma, constatamos que os serviços são prestados por organizações públicas ou privadas em
todas as áreas do conhecimento humano.
Qual é a grande diferença entre produto e serviço? A resposta é simples. Um produto manufaturado
é fornecido após ser comprado, a empresa verifica a sua qualidade antes de entregar o produto,
o que não ocorre com o serviço.
Em outras palavras, isso quer dizer que, no mercado de bens, o consumidor pode
ter contato físico com a mercadoria antes de ter a posse da mesma, enquanto no
de serviços o consumidor compra uma promessa de entrega de um serviço que
atenda suas expectativas, como, por exemplo, uma passagem aérea.
Outra diferença é que os serviços não podem ser armazenados como os produtos, melhor dizendo,
a empresa produz e armazena um produto para venda a posteriori.
INTANGIBILIDADE VARIABILIDADE
SERVIÇOS
INSEPARABILIDADE PERECIBILIDADE
52
MIX DE MARKETING • CAPÍTULO 4
c. Variabilidade: os serviços são altamente variáveis, uma vez que dependem de quem
executa e de onde são executados. É difícil obter repetitividade. Daí a grande dificuldade
para obter produtividade, por decorrência, lucratividade. Nos serviços, mesmo que se
utilizem os melhores sistemas de prevenção de erros, estes podem aparecer. É possível
que os arquitetos usem simulações computadorizadas com vistas a verificar a existência
de problemas estruturais antes de construir um edifício, antecipando-se em relação aos
processos que exigem maior probabilidade de haver erros e criar medidas corretivas
com o objetivo de conservar a confiança do cliente que sofre o erro.
Classificação de serviço
53
CAPÍTULO 4 • MIX DE MARKETING
ações, normalmente envolvendo múltiplos passos que, muitas vezes, precisam acontecer em
uma sequência definida. Esses processos podem ser relativamente simples, envolvendo apenas
alguns passos a atividades mais complexas, compostas de várias etapas.
Esses autores afirmam, ainda, que um processo envolve a transformação de insumos em produtos
e propõem uma classificação de serviços. Adotando uma visão operacional, eles são classificados
em dois grupos distintos com base em: ações tangíveis, seja nos corpos das pessoas ou nos bens
dos clientes; e ações intangíveis, nas mentes das pessoas ou em seus bens intangíveis.
Conveniência
Consumo Escolha
Especialidade
Serviço de
Equipamentos
Industrial Facilidades
Consultoria/orientação
Os serviços de conveniência são aqueles em que o cliente escolhe qual prestador do serviço,
independente das prestadoras, porque as diferenças são mínimas.
Os serviços por escolha são aqueles em que o cliente pesquisa vários prestadores de serviços e
escolhe pelo custo-benefício. Assim, a de menor preço em função da qualidade é a concorrente
mais provável de ser escolhida.
54
MIX DE MARKETING • CAPÍTULO 4
Por fim, o terceiro tipo de marketing, aquele que é o mais presente na prestação de serviços, é
o marketing interativo, realizado entre os funcionários e os clientes. A importância desse tipo
de marketing é que boa parte da percepção do cliente sobre a qualidade do serviço será obtida
por intermédio da interação com o funcionário.
Entendendo isso, as empresas de serviços internacionais precisam desenvolver uma mão de obra
altamente qualificada para trabalhar neste atendimento, garantindo boa qualidade na interação,
exatamente para procurar conquistar o cliente no processo.
A qualificação, neste caso, está muito ligada aos investimentos em treinamento dos funcionários,
demonstrando aqui a relação da área de marketing na empresa com o setor de recursos humanos,
a fim de garantir a qualidade dos serviços prestados.
Resumo
55
ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS
CAPÍTULO
5
Apresentação
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de:
56
ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS • CAPÍTULO 5
Gerando projetos
Implementação Comercialização
Gerando projetos
Partindo-se do princípio de que a organização precisa ter o foco no cliente, conhecendo as suas
necessidades, expectativas e desejos, bem como uma visão da economia e do mercado-alvo em
que pretende agir, a criação de um produto novo merece todo o cuidado por parte da empresa.
É um passo complexo e de difícil trajetória. A criatividade terá de ser estimulada e motivada em
todos os colaboradores envolvidos. Diversas fontes são utilizadas para a inovação do que existe
ou para a criação de novos produtos e serviços.
O Marketing, pelas suas relações com o mercado, deve contribuir com percepções, informações
e dados que ajudem na identificação das expectativas e possibilidades dos consumidores.
Chamamos a atenção para o uso do benchmarketing como ferramenta para a obtenção de dados
sobre os processos dos concorrentes líderes do mercado. Em suma, a proposição de projetos,
57
CAPÍTULO 5 • ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS
sonhos e ideias implica a busca da inovação e da criação de novos produtos e serviços de qualidade
para atender às NEDs dos consumidores.
Elaborados os projetos e traçados os desejos, entramos na fase de análise. Aqui cada caminho
deve ser analisado à luz do cenário existente, mas é necessário destacar que não se pode afastar
das necessidades dos consumidores. Por melhor que um produto seja pensado, o seu sucesso
depende da demanda dos consumidores, ou seja, não agradando e atendendo a expectativas
dos clientes, não temos saídas do que afastar. Podemos estabelecer alguns critérios para auxiliar
nesse trabalho de análise:
» atendimento das necessidades e dos desejos dos clientes, de modo atrair futuros
compradores;
» projetos promissores;
» projetos marginais;
» projetos rejeitados.
A partir deste momento, a empresa deve tentar evitar o famoso “drop-error”, que corresponde ao
abandono ou à queda de um projeto promissor, ou o “go-error”, que corresponde à progressão
para desenvolvimento, produção e comercialização sem potencial de sucesso. É um desperdício
de custos.
É fundamental serem testados os projetos de concepção promissores definidos com o propósito de:
58
ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS • CAPÍTULO 5
» identificar quais são os benefícios que podem ser oferecidos pelo produto. A proposição
tem de buscar atender ao consumidor final, ou seja, se o produto é saudável, energético,
nutritivo, estético, bonito etc., ou só barato;
As respostas a essas questões e a outras precisam ser pesquisadas no mercado para verificar se de
fato o projeto tem viabilidade para ser nele lançado. Assim, se para o consumidor os benefícios
são claros e convincentes; se o projeto de concepção satisfaz os NEDs do cliente; se existem
produtos concorrentes próximos das propostas, inclusive com relação aos preços; se o preço é
aceitável e, principalmente, se as perspectivas de venda se concretizariam.
Esta fase de teste também evita o desperdício de se efetuar grandes investimentos em projeto
que talvez não teria a lucratividade e aceitação do mercado.
Esta etapa pode provocar a desistência do projeto, tendo em vista os riscos de insucesso apontados
na fase de teste.
Considerando que o projeto de concepção do produto está aprovado, a empresa tem de procurar
uma estratégia de marketing para implementação, comercialização e promoção do produto.
Assim, o Departamento de Marketing precisa acompanhar o desenvolvimento do projeto desde
o início até a comercialização.
É fundamental a empresa proceder a uma análise completa do negócio por meio da estimativa
de venda e da projeção de custos e margens de lucros.
59
CAPÍTULO 5 • ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS
Somente com a posse dessas informações é que se pode pensar no estabelecimento dos objetivos
e metas comerciais e de negócio, isto é, planejar e monitorar o negócio. A monitorização permite
o controle de modo a gerar possíveis alterações sempre que necessário.
O controle, muitas vezes, não é tratado devidamente, o que gera situações negativas de não
identificar mudanças ou alterações necessárias no negócio.
O uso de amostras e do protótipo serve para testar efetivamente, em condições reais de mercado,
o produto antes de seu lançamento.
A empresa com o sucesso do estudo de mercado poderá passar à fase de validação final e produção
em escala.
Comercialização
» quando deverá ser a entrada do produto no mercado? Esse timing de entrada no mercado
é complicado, porque o tipo de produto ou a sazonalidade deste podem ser decisivos
ao sucesso ou ao fracasso de todo o projeto;
» onde lançar o produto? O local ou a região a ser lançada tem de ser pensado pela empresa
em termos estratégicos, se a nível nacional ou internacional.
60
ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS • CAPÍTULO 5
Comunicação
Esta variável do marketing tem a sua razão de ser na distância entre a produção e o consumo,
na existência de vários níveis nos canais de distribuição e nas atividades da concorrência, que
conduzem a estimular a procura em um certo sentido.
Nesta fase, deverá começar por definir, tendo em consideração a sua estratégia de marketing,
qual a estratégia de comunicação que pretende implementar, assim como os principais objetivos
de comunicação. Para além do grande objetivo que é no fundo a própria venda, existem outros
objetivos que muito contribuem para o anterior e sem os quais não se consegue vender. Assim,
considere nas suas ações de comunicação objetivos como dar a conhecer o seu produto, criar
notoriedade, posicionar, divulgar, informar, promover a experimentação, transmitir confiança.
A definição dos critérios é de extrema importância, uma vez que permite à empresa fazer um
acompanhamento da eficácia das ações, implementando, se necessário, algumas medidas
corretivas. Por outro lado, podem ser analisadas comparativamente, o que é muito útil quando
definir a sua estratégia de comunicação nos anos seguintes.
Depois de definidas a sua estratégia de marketing e quais as táticas para cada variável do
marketing mix (Preço, Produto, Distribuição e Comunicação), devem ser elaborados planos de
ação, em que se tem de estar definidos o enquadramento da ação em face da estratégia delineada,
61
CAPÍTULO 5 • ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS
os objetivos que se pretendem atingir com essa ação, o responsável pela ação, assim como os
restantes intervenientes e possíveis condicionantes ao desenvolvimento da ação.
Por fim, deve calendarizar a ação e orçamentar, indicando os resultados esperados com ela, que
servirão de base para a avaliação.
Produto (product)
» introdução;
» crescimento;
» maturidade;
» declínio.
62
ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS • CAPÍTULO 5
A etapa de Crescimento implica a evolução das vendas e dos lucros por causa da aceitação do
público-alvo e do mercado com relação ao novo produto. A expansão é rápida, entretanto a
organização deve manter os investimentos em promoção oriundos da etapa anterior.
A Maturidade, por sua vez, é a etapa que consiste na chegada e na manutenção do produto no
topo do mercado. A duração da etapa é a maior e, a partir deste ponto, as vendas iniciam um
processo de quedas, inclusive com a diminuição dos lucros.
A etapa de Declínio, por seu turno, implica uma fase de esgotamento do produto no mercado,
com a ampliação da diminuição de vendas e lucros.
No decorrer das etapas de maturidade e declínio, pode acontecer uma sobrevida ou ampliação
do produto com uma reciclagem ou reposicionamento das características, bem como um
reinvestimento da promoção. A duração das etapas ou do próprio ciclo pode sofrer efeitos da
concorrência em relação ao lançamento de opções mercadológicas semelhantes.
Preço (price)
63
CAPÍTULO 5 • ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS
1. otimista;
2. realista;
3. pessimista.
d. Controle estritos de preços: vários produtos ou serviços têm controle de preços pelo
Estado. Assim, se o produto ou serviço da organização pertence a um campo semelhante,
ela terá de estudar se vale a pena manter o produto ou serviço no mercado.
64
ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS • CAPÍTULO 5
a. Mercado novo em crescimento: muitas vezes, temos situações que nossos produtos/
serviços estão em um nicho de mercado e que este apresenta as condições ideais para
elevação de preços. Este é um cenário ideal de ser trabalhado.
c. Custos elevados e crescentes do produto: nesta situação, a elevação dos custos provoca
a tendência de aumento de preços, no entanto há um limite da concorrência e de
aceitação do mercado.
Praça (place)
Uma empresa precisa ficar preocupada com a praça em que seus produtos ou serviços vão
ser oferecidos. Assim, a pesquisa de “como” o consumidor irá chegar às suas ofertas, bem
como a logística para a distribuição e disponibilização dos produtos/serviços para os clientes,
é fundamental, sob risco de a imagem da empresa ficar prejudicado. Um exemplo vem das
montadoras de automóveis, pois, às vezes, o carro tem um preço razoável e mercado, mas faltam
autorizadas e peças de reposição, o que acaba comprometendo a imagem da empresa na praça
tendo em vista que o carro acaba identificado como um produto problemático, sem cobertura
dos serviços obrigatórios de manutenção. As vendas acabam caindo e a própria a empresa perde
fatia deste mercado.
Promoção (promotion)
65
CAPÍTULO 5 • ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS
varejistas para a venda ao consumidor, mas repare que, no terceiro canal, o fabricante tem um
atacadista que irá fornecer a vários varejistas o produto para chegar ao consumidor.
Finalmente, temos um canal que precisa de distribuidor entre o atacadista e o varejista. Entretanto,
nos dias atuais, é imprescindível que o fabricante se preocupe com todo o canal, o monitoramento
e o controle de canal, inclusive procurando certificar e integrar o processo.
» número de intermediários;
» objetivos;
» sistemas de remuneração;
» instrumentos de motivação.
Uma das preocupações que o setor de marketing deve ter é a avaliação dos serviços prestados.
Lembramos que os serviços têm dois momentos importantes: início e término. No início, o
marketing e a venda podem perder o cliente pela falta de credibilidade e de posicionamento
inadequado.
No término, devemos ouvir a voz do cliente e, para isso, sugerimos que sejam vistos os seguintes
atributos indicados por Parentoni (2007):
» consistência;
» rapidez no atendimento;
66
ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS • CAPÍTULO 5
» credibilidade e segurança;
» acesso;
» custos.
Resumo
67
FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS
CAPÍTULO
6
Apresentação
Neste capítulo, você aprenderá conceitos básicos de ferramentas estratégicas e sua aplicabilidade.
Estas auxiliam na análise diagnóstica interna e externa da empresa e cria procedimentos de controle
mais eficazes e eficientes para avaliar as variáveis que compõem o mercado. Adicionalmente,
serão apresentadas as seguintes ferramentas estratégicas: análise SWOT, matriz BCG, matriz Ansof
e matriz GE. É importante ressaltar que existem outras ferramentas para esse tipo de análise,
porém este capítulo se deterá na explicação das técnicas supramencionadas.
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de:
68
FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS • CAPÍTULO 6
Para começar este capítulo, apresentaremos as ferramentas estratégicas que podem auxiliar a
gestão, em tomadas de decisões, em ambientes turbulentos e competitivos de mercado.
Um dos fatores mais importantes a ser considerado hoje no ambiente empresarial é a forma como
os possíveis clientes e os que já possuímos veem a instituição em relação aos seus concorrentes.
Tomando como base essa reflexão, torna-se claro que as pessoas são agentes estratégicos de
transformação do negócio e, consequentemente, do mercado. Para tanto, são necessárias técnicas
que instrumentalizem ações para serem colocadas em prática nas empresas.
Segundo a consultoria Share Marketing Group, algumas das mais importantes ferramentas para a
implementação das estratégias de Marketing são: mapas estratégicos, planos de ação, cronogramas
e verba e análise de resultados.
Mapas Estratégicos
» financeira;
» dos clientes;
» do aprendizado e crescimento.
A Perspectiva Financeira tem como grande objetivo a maximização do retorno aos acionistas.
Para atingir tal maximização, o foco externo é o crescimento da receita, enquanto o interno está
direcionado à melhoria da produtividade.
Para o crescimento da receita, temos a possibilidade de novos produtos e serviços; novo mix de
produtos e serviços; evolução incremental de vendas; e margem de lucros. Entretanto, a definição
dos indicadores de desempenho e a verificação contínua deste são imprescindíveis e precisam
constar do Mapa Estratégico.
69
CAPÍTULO 6 • FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS
Esse tipo de representação (Mapa Estratégico) ajuda a definir a estratégia e torná-la mais clara
e explícita para a empresa.
A partir da perspectiva financeira deve-se ter desdobramentos para as demais perspectivas: dos
clientes, dos processos internos e a de aprendizado e crescimento. Do mesmo modo, o retorno
de baixo para cima.
A Perspectiva dos Clientes tem de ser trabalhada pela Administração de Vendas, por representantes/
distribuidores e Unidades de Negócios.
O segundo passo se relaciona ao fato de que os clientes, muitas vezes, necessitam de soluções
sob medida, e, para isso, é fundamental o conhecimento do cliente em detalhe.
Outro ponto fundamental corresponde ao valor do produto/serviço. Esse valor depende de três
fatores:
» relacionamento organização-cliente;
O fator “Atributos dos produtos ou serviços” implica preço justo, qualidade e engenharia, em que
a relação custo-benefício é fundamental, bem como o controle de custo de desenvolvimento de
produtos/serviços versus a projeção de retorno a médio/longo prazo planejado.
A imagem precisa refletir uma “marca de confiança”. Ela é importante para a captação de novos
clientes.
A Perspectiva dos Processos Internos tem de ser olhada pelo foco da:
70
FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS • CAPÍTULO 6
A melhoria dos processos comerciais passa pela definição de políticas e programas de apoio à
área comercial, na avaliação do desempenho dos canais de vendas e em uma sistemática para
avaliação e visão de qualidade dos novos mercados, principalmente aqueles com segmentos
lucrativos.
Esta base de melhorias serve para os novos negócios e o marketing dos produtos. A implantação
dos novos negócios corresponde aos lançamentos de novos produtos ou serviços para novos
mercados, incluindo investimentos em inovações tecnológicas.
A otimização do processo produtivo é uma necessidade e uma obrigação para tornar a organização
competitiva e capaz de concorrer em um mercado disputado. Assim, a eficácia e a eficiência
do ciclo produtivo são essenciais a serem estabelecidas, tendo em vista a redução de custos, a
qualidade e o prazo. Entretanto, não basta a busca incessante da eficiência, se não forem atacados
problemas como: redução da taxa de defeitos, retrabalhos e atrasos.
Muitas vezes, a participação de produtos de terceiros no mix de produtos se torna uma opção
para se alcançar melhores vendas e desempenhos de resultados.
O Mapa Estratégico obriga integração entre os três focos e gera base para as perspectivas anteriores
(financeira e dos clientes).
Finalmente, têm de ser estabelecidas, para o Mapa Estratégico, medidas essenciais aos clientes
e aos funcionários. Dessa forma, a captação, a satisfação e a fidelização de clientes é importante
sejam pensadas, enquanto a satisfação e o alinhamento de metas pessoais são imprescindíveis
para se alcançar os resultados esperados e a melhoria de desempenho.
71
CAPÍTULO 6 • FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS
72
FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS • CAPÍTULO 6
Plano de ação
Qualquer ação a ser executada tem de ser planejada e o produto desse planejamento é o Plano de
Ação. Este plano deve ser construído com os elementos imprescindíveis para definir claramente
a ação e permitir a sua efetiva gestão. Mas que elementos imprescindíveis são esses? A resposta
se resume a uma série de questões que ajudam a estruturar o Plano de Ação em cada atividade/
tarefa. Assim, apresentamos a seguir:
QUESTÕES NOTAS
PORTUGUÊS INGLÊS » Duas outras questões devem ser incluídas no rol ao lado:
O QUE fazer? WHAT › PARA QUÊ?
POR QUÊ fazer? WHY › QUEM é o responsável?
POR QUEM? WHO
A primeira questão é para ver a aplicação, enquanto a
QUANDO fazer? WHEN segunda é para atribuir responsabilidade.
ONDE fazer ? WHERE » Quando falamos em custo ou orçamento, estamos
COMO fazer? HOW pensando interna ou externamente.
QUANTO custa? HOW MUST
COM QUE orçamento? BUDGET
Lembramos que, para cada Atividade e/ou Tarefa, esse procedimento deve ser obedecido.
Um modo fácil de estruturar um plano é a utilização das questões em formato de tabela. Abaixo,
apresentamos um exemplo.
Planejamento
O QUE? Definir um conjunto de informações e dados a serem coletados dos pais e alunos.
A definição das perguntas é função do plano que está sendo elaborado, pois não tem sentido
planejar uma festa junina na escola e colocar todas as perguntas para a elaboração do planejamento.
Use o bom senso, mas sempre pense e reflita sobre o PARA QUÊ e o PORQUÊ fazer determinada
atividade. Lembre-se que uma atividade ou tarefa só merece ser executada se agregar valor.
73
CAPÍTULO 6 • FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS
Cronograma e Verba
Esta ferramenta relaciona o que dispomos para Marketing e o seu atendimento de acordo com
as ações planejadas e orçadas.
2015 2016
No Ferramentas de MKT
J A S O N D J F M A
Análise da concorrência P 3,3
1
R
Slogan e programação visual P 5,0
2
R 3,5 1,5
Campanha da prospecção P 3,0 4,0 2,0 2,0 2,0
3
R 3,6 3,4
Folhetos promocionais, jornais e P 1,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0
4 revistas
R 2,0 6,0 4,0 5,0 7,0 6,0
Newsletter interno P 3,0 3,0 3,0 3,0
5
R
P 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 3,0 3,0 3,0 3,0
6
R 2,5 2,5 1,0 3,0 3,0 2,O
P
7
R
P
....
R
P
15
R
TOTAL INVESTIDO P 15,0 15,0 14,0 14,0 12,8 12,8 20,0 20,0 20,0 20,0
R 14,8 14,6 15,0 13,0 12,0 12,0
74
FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS • CAPÍTULO 6
Número de lojistas P 30 34 36 36 38 40 50 55 55 60
R 28 28 34 34 34 34
Investimentos por lojistas – R$ P 0,40 0,45 0,25 0,25 0,25 0,25 0,15 0,15 0,15 0,15
R 0,42 0,42 0,25 0,25 0,20 0,20
Analisando o cronograma, podemos ver que, ao final de seis meses, a ampliação não decolou e
a redução de investimentos lojistas aconteceu como previsto. Aí nasce a pergunta: o que fazer
para resolver o problema? As duas ações, quando planejadas, pareciam conflitantes.
Análise de resultados
» análise de vendas;
75
CAPÍTULO 6 • FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS
“Qual dinâmica do mercado é interessante e que estratégias devemos buscar para alinhar as
nossas metas ao mercado?”
Vejamos, agora, algumas ferramentas estratégicas que podemos utilizar para melhor analisar o
mercado e obter resultados mais eficientes e eficazes.
Análise SWOT
Uma ferramenta importante, mais comum, e que você não pode ignorar, é a análise SWOT.
E o que é SWOT?
A resposta é a seguinte:
A análise SWOT é uma ferramenta utilizada para a tomada de decisão de uma empresa quando da
construção de um planejamento estratégico. A SWOT serve para examinar e analisar o ambiente
externo e interno da organização, bem como identificar os fatores que oferecem riscos e afetam
o seu funcionamento.
Exemplificando uma aplicação, vamos apresentar uma proposta que encontramos no “Manual
de Planejamento Estratégico do MEC” (1998). Seu uso é previsto para análise de escola, não só
em termos de gerenciar, mas, também, em termos de marketing.
76
FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS • CAPÍTULO 6
Análise de contextos
A escola dispõe de cursos de tecnologia do petróleo em uma região em que serão instaladas
indústrias do ramo.
Um exemplo de OPORTUNIDADE em uma escola ocorre quando: ela dispõe de recursos para
oferecer determinados cursos (ex. informática) e na região existe uma demanda que permite
oferecer o curso.
Uma AMEAÇA aparece quando: uma pequena escola vê surgir a seu lado uma grande instituição de
ensino que, fatalmente, comprometerá a própria sobrevivência da escola. Como agir nessa situação?
O Manual de Planejamento Estratégico do MEC (1998) destaca tal estudo como um ESTUDO DE
MERCADO. Apresentando que o Estudo de Mercado orienta a escola para uma adequação dos
seus programas de ensino e para o desenvolvimento de ações de marketing visando a:
77
CAPÍTULO 6 • FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS
Em resumo, usamos exemplo de uma escola para facilitar e mostrar que você pode aplicar a
análise de SWOT em qualquer ramo de atividades, pois ela leva a identificação dos cenários para
seu negócio. Lembramos que a educação é um desafio constante à sobrevivência da própria
instituição.
Gomes (2009) apresenta os seguintes pontos como elementos para a análise do ambiente interno:
» liderança;
» localização geográfica;
» equilíbrio financeiro;
» política de preços;
» fornecedores;
» clientes;
» clima organizacional;
» modelo de gestão;
» comunicação interna;
» comunidade e imagem;
78
FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS • CAPÍTULO 6
» portfólio de produtos;
» serviços e outros.
Logo, uma reunião de análise de ambiente interno precisa dispor de todos os dados para dar
conta dessa gama de pontos que tem de ser abordada pelo construtor da análise SWOT.
Gomes (2009) elenca os seguintes pontos como elementos para a análise do ambiente externo:
» identificar e discutir tendências como eventos, fatos e situações que podem atingir a
comunidade escolar;
» utilizar todas as informações e os dados oficiais e não oficiais (jornais, revistas, internet,
entre outros).
Diversos autores destacam questões que relacionamos abaixo para ajudar a se levantar as
informações e dados para a análise SWOT.
Matriz de questões
OPORTUNIDADES AMEAÇAS
Quais as vantagens da empresa/produto/marca? O que tem a concorrência de melhor?
Quais as características que podem representar forças em Quais as limitações da empresa/produto ou marca?
face da concorrência?
Que obstáculos você encara?
Quais são as tendências?
O que a concorrência está fazendo?
Como podem ser exploradas?
Que efeito terá o desenvolvimento?
Que chances existem para a nossa escola?
FORÇAS FRAQUEZAS
Quais as oportunidades que se encontram por explorar Quais os obstáculos que a empresa/produto/marca
no mercado? enfrenta internamente e no mercado?
Quais as tendências para os padrões sociais que Quais os fatores que negativamente influenciam o
favorecem a implementação da empresa/marca/produto? processo de venda?
Quais são as suas vantagens? O que pode ser melhorado?
No que a sua organização é melhor? O que deve ser evitado?
79
CAPÍTULO 6 • FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS
Competência do pessoal
Repare que a proposta está direcionada à elaboração por setores/áreas, facilitando a compilação
de dados e informações.
Ambientais
Políticos
Econômicos
Socioculturais
Veja que a proposta envolve a consolidação das informações e dos dados em função de
determinados aspectos.
Outro exemplo: imagine uma avaliação de marketing para uma empresa de bens domésticos.
Poderíamos ter:
80
FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS • CAPÍTULO 6
Análise de contextos
Um ponto de precaução: a análise SWOT pode ser extremamente subjetiva, por isso não confie
demasiadamente nela. Duas pessoas raramente obterão a mesma versão final da SWOT. Por esse
motivo, use a análise SWOT como um guia e não como uma prescrição.
A análise SWOT é uma peça fundamental em qualquer Plano de Negócios e Estudos de Viabilidade
Econômica de um projeto ou empresa. Tem por finalidade avaliar a posição competitiva de
determinada empresa, marca ou produto no mercado.
Deverá ser a primeira ferramenta a utilizar no planejamento do negócio, produto ou marca que se
pretende estudar; pois, além de permitir o exame genérico dos principais fatores que condicionam
o sucesso, diagnostica os pontos fortes, os pontos fracos, as fraquezas e as oportunidades.
Outra ferramenta que auxilia na visualização do mercado e como está se comportando o portfólio
da empresa é a MATRIZ BCG.
81
CAPÍTULO 6 • FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS
Matriz BCG
Você sabe exatamente qual é o seu objetivo? E como ela funciona para os profissionais de marketing?
A matriz BCG é uma matriz “2 por 2″ para análises de portfólio de produtos e unidades de negócios,
tendo como base o ciclo de vida do produto. Foi criada nos anos 1970 por Bruce Henderson para
a empresa americana Boston Consulting Group, e tem como principal objetivo auxiliar o processo
de tomada de decisão dos gestores de marketing e vendas.
A Matriz BCG é dividida em duas partes: crescimento do mercado, ver eixo vertical, e participação
relativa de mercado (em comparação à participação de seu maior concorrente), ver eixo horizontal.
É preciso posicionar os produtos da empresa dentro da matriz, de acordo com suas características
principais, e classificados em função do quadrante mais representativo para a sua ocupação.
Segundo Porter (1986) os quadrantes tem as seguintes características:
Yanaze, Markus e Carrilho (2013, p.96) denominam este quadrante de Criança prodígio
e afirmam que a participação é abaixo da média e o crescimento acima da média.
82
FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS • CAPÍTULO 6
Yanaze, Markus e Carrilho (2013, p.96) afirmam que no quadrante estrela a participação
é acima da média e o crescimento acima da média.
» vaca leiteira: Neste quadrante, estão posicionados os produtos com taxa de crescimento
moderada em mercados já estabelecidos. Não demandam grandes investimentos, uma
vez que o crescimento do mercado é baixo. Algumas empresas têm esses produtos
como sua base, por terem os lucros e a geração de caixa altos. É comum ver “estrelas”
se transformando em “vacas leiteiras”.
Yanaze, Markus e Carrilho (2013, p.96) afirmam que no quadrante Vaca leiteira a
participação é acima da média e o crescimento é abaixo da média.
Yanaze, Markus e Carrilho (2013, p.96) afirmam no quadrante abacaxis a participação é abaixo
da média e o crescimento é abaixo da média.
Em uma análise preliminar, conclui-se que, quanto mais rápido for o crescimento de mercado
de um produto, quanto maior for sua participação de mercado, melhor será para a empresa
analisada. Maior será sua vantagem competitiva por produto em relação a seus concorrentes.
É importante que o profissional de Marketing tenha domínio dessa informação para que possa
analisar seu Portfólio de Negócio ou Unidades de Negócios, de forma a atingir o objetivo da
organização.
Matriz GE
A Matriz GE é uma ferramenta muito utilizada dentro das empresas para avaliar cada uma das
suas unidades de negócios com relação ao produto e o mercado em que atuam. Esse instrumento
é empregado, principalmente, quando o assunto é tomar decisões estratégicas ou para transportar
algum tipo de recurso, isto é, para contribuir e avaliar o potencial de lucro e venda de cada uma
83
CAPÍTULO 6 • FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS
das unidades de negócios existentes em uma empresa. Em suma, o objetivo é avaliar o grau de
atratividade do mercado e a força de participação de uma empresa neste mercado.
A Matriz GE foi desenvolvida na década de 1970 pela General Eletric, com o auxílio da McKinsey
and Company, uma empresa de consultoria, e por esse motivo leva o nome de GE. Essa matriz
tem muita semelhança com a matriz BCG justamente porque utiliza duas dimensões:
A matriz GE, também conhecida como McKinsey, é “um modelo para análise de portfólio de
unidades de negócios”. Contudo, os melhores modelos de negócios existentes são aqueles que
melhor se encaixam nos pontos fortes da empresa, contribuindo para o seu desenvolvimento,
que, dessa forma, ajuda a empresa a explorar os mercados mais atrativos. No entanto, para que
serve esta análise de portfólio de negócios?
Mediante toda essa análise, a empresa será capaz de decidir qual a unidade de negócios que
deve receber mais investimentos ou qual precisa receber menos investimento, dependendo
do mercado que mostrar mais lucros e mais vendas. Outro objetivo dessa matriz é desenvolver
estratégias de crescimento, incluindo novos produtos e negócios ao portfólio. Atrelado a todas
essas análises, é com base na Matriz GE que uma empresa poderá decidir que produtos ou
negócios ainda poderão existir e farão parte do desenvolvimento de seu lucro.
A Matriz GE pode ser de difícil elaboração, porquanto necessita de uma boa base de segurança
de pesquisa de mercado tanto no que tange o produto ao público quanto ao comportamento
da empresa em face das negociações de venda.
Existem muitas formas de se criar um gráfico demonstrativo da análise em Matriz GE, uma delas
é como se segue:
84
FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS • CAPÍTULO 6
competitiva também inclui uma gama maior de fatores que apenas a participação de
mercado;
3. a Matriz GE funciona com uma grade de 3x3 células, enquanto a Matriz BCG tem apenas
2x2. Isso também resulta em maior sofisticação do modelo.
» tamanho do mercado;
» lucratividade do mercado;
» tendências de preço;
» variação da demanda;
» segmentação do mercado;
» estrutura de distribuição;
» desenvolvimento tecnológico.
Os fatores internos típicos que afetam a força competitiva da unidade de negócios são:
» participação de mercado;
85
CAPÍTULO 6 • FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS
» qualidade;
» capacidade administrativa.
» avaliar;
Segue, a seguir, uma figura ilustrativa que demonstra a importância da MATRIZ GE:
Para finalizar nossos estudos e aprofundamentos sobre ferramentas estratégicas que impactam
o profissional de Marketing, conheceremos agora a Matriz ANSOFF.
86
FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS • CAPÍTULO 6
Matriz ANSOFF
Sempre que um profissional de Marketing busca apoio em matrizes para conhecer melhor
seu mercado, seu público-alvo, as forças e as fraquezas, o ciclo de vida, deve-se estar atento,
essencialmente, aos estudos voltados a conhecer a teoria envolvida na criação da matriz que
será utilizada.
Ao elaborar uma matriz “graficamente”, é preciso ter em mente quais são os pontos principais
que se espera avaliar com este estudo. Não adianta conhecer a matriz sem saber o que fazer com
ela, e com a matriz de Ansoff não é diferente, há de se saber qual é o fruto gerado após a inserção
dos dados desejados e da relevância destes.
Esta matriz tem como característica avaliar e determinar a oportunidade de crescimento das
unidades de negócio, deixando claro que as estratégias da organização terão um impacto
significante nas ações tomadas, mas que, quando bem estudadas e elaboradas, serão o fator
determinante para um sucesso mais próximo e focado.
» produtos;
» mercados.
87
CAPÍTULO 6 • FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS
Em suma, verificamos que temos várias ferramentas com estruturas de matriz ou quadros, mas
observando, com cuidado, os princípios e os critérios de uso são semelhantes.
Após estudarmos essas ferramentas, é possível entender melhor as dimensões de análise providas
pelo mercado e as estratégias que podemos ter enquanto profissionais de Marketing.
Resumo
» mapas estratégicos;
» análise de resultado;
» análise SWOT;
» Matriz BCG;
» Matriz Ansoff.
88
FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS • CAPÍTULO 6
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