Educação Nos Dias Bíblicos

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EDUCAÇÃO NOS DIAS BÍBLICOS

SUBÍSIDIO TEOLÓGICO
EV. ROBÉRIO OLIVEIRA

Educação nos dias Bíblicos


Educação é o processo de ensino e aprendizagem. Pode ser formal ou
casual; geralmente envolve um estudante adquirindo conhecimento sobre
diferentes assuntos, aprendendo a raciocinar e a se desenvolver como
pessoa.

A Bíblia não fornece uma descrição profunda da educação judaica.


Através de indícios espalhados nas Escrituras, bem como em outras fontes,
conseguimos formar um quadro sobre o tema, que sem dúvida era de
grande importância para os judeus dos tempos bíblicos.

O propósito inicial da educação dos judeus era ensinar as crianças a


melhor entender seu relacionamento com Deus.

Os professores queriam que elas aprendessem a servir a Deus e a ter


uma vida santa. Mais tarde, os educadores judeus começaram a
acrescentar ensinamentos para aperfeiçoar o caráter de seus alunos num
sentido amplo. Ensinavam sobre a história da nação, começando do
passado quando Deus resgatou Seu povo.

Para os judeus a educação acontecia de várias formas. As crianças no


princípio recebiam ensinamentos de seus pais em casa. Aprendiam sobre
sua religião freqüentando os cultos de adoração e participando de festas
religiosas. Os meninos recebiam uma educação mais formal dos líderes
religiosos, indo para a escola aprender as Escrituras e outros assuntos. A
educação judaica refletia os valores da comunidade.

Os judeus reconheciam que o conhecimento era importante, não tanto


por projeta-los no mundo, mas principalmente porque poderia ajudá-los a
conhecer e a amar a Deus. Para eles não havia separação entre religião e
educação, o que se constitui num valioso modelo para nós. A melhor forma
de educação é focada em Deus e nos ajuda a vir para mais perto Dele.

EDUCAÇÃO NO LAR

Os judeus consideravam os filhos uma grande alegria e um prêmio (Salmo


127:3-5). A educação dos filhos começava por volta dos três anos, quando já
sabiam falar; orações e cânticos eram aprendidos por repetição, tal como hoje.
Em casa, observavam os símbolos e práticas religiosos que propiciavam
oportunidade de ensino.

Aprendiam, por exemplo, sobre o menorá (candelabro de sete braços),


símbolo da fé judaica. Eram encorajados a perguntar sobre o significado do
ritual familiar anual da Páscoa (Êxodo 12:26-27) que ensinava sobre o poder
de Deus nos assuntos humanos. Os pais tinham responsabilidades definidas
na educação, O pai ensinava religião, a história do povo hebreu e uma
profissão.

Também deveria ensiná-lo a nadar e era responsável por encontrar uma


esposa para seu filho. À mãe cabia ensinar suas filhas a serem obedientes e
esposas capazes. As meninas aprendiam a cozinhar, fiar, tecer, tingir, cuidar
de crianças e até dirigir escravos.

Aprendiam a triturar grãos e às vezes ajudavam na colheita. Ocasionalmente


ajudavam a cuidar das vinhas ou, se não havia irmãos, ajudavam a cuidar dos
rebanhos. Deviam ter boas maneiras e alto padrão moral. Segundo o costume
da comunidade judaica, as meninas tinham oportunidades educacionais
formais restritas e não lhes era permitido estudar a Lei.

Não obstante, algumas tinham educação de alto nível em casa, aprendendo


música, dança, leitura, escrita e a manejar pesos e medidas. Nas famílias ricas,
os filhos tinham tutores em casa.

EDUCAÇÃO RELIGIOSA
Começava em casa e continuava quando os filhos iam com seus pais aos
cultos religiosos. No princípio o povo adorava no tabernáculo, depois no templo
de Jerusalém e mais tarde em sinagogas locais; mas em todos esses lugares,
as crianças podiam aprender sobre os rituais (como ofertas e sacrifícios) e do
ensinamento ministrado pelos sacerdotes, levitas ou rabinos.

Além disso, aprendiam sobre as Escrituras e sobre o que Deus queria do


povo judeu; aprendiam sobre as festas anuais e festivais religiosos.

Aprendiam que a Páscoa comemorava o livramento de seus ancestrais da


escravidão no Egito. No Pentecostes o povo lembrava de Deus entregando a
lei a Moisés no Monte Sinai.

A Festa dos Tabernáculos, com suas barracas feitas de três galhos,


comemorava a fidelidade de Deus aos judeus na sua jornada aparentemente
infindável até a Terra Prometida. Participando dessas práticas religiosas, as
crianças aprendiam não só sobre as tradições da nação mas também sobre a
atuação de Deus em suas vidas.

PROFESSORES

Em Israel, os professores eram líderes religiosos – sacerdotes, profetas ou


escribas – fato que refletia tanto a consideração de que gozavam como focava
que a aprendizagem era primeiramente religiosa. Nos primeiros tempos, os
sacerdotes instruíam o povo no conhecimento de Deus.

Como oficiais da sinagoga, os levitas também ensinavam (Deuteronômio 33:10;


II Crônicas 35:3). Mais tarde, antes da Diáspora, os profetas assumiram o
papel de instrutores, ensinando a herança histórica do povo, criticando a
injustiça e a conduta social imprópria.

No século IV AC, os profetas passaram sua função de instrutores para os


escribas, conhecidos como “doutores da lei” (Lucas 5:17); advogados (Mateus
22:35) e rabinos (23:8).
Toda educação superior estava em suas mãos, que desenvolveram um
complexo sistema de educação conhecido como “a tradição dos anciãos” (15:2-
6).

TEMAS DE ESTUDO

Em Israel os alunos se familiarizavam com as Escrituras e aprendiam a ler,


escrever e um pouco de aritmética.

Algumas vezes estudavam o valor medicinal das ervas (I Reis 4:33). Todos os
assuntos dentro de um pensamento com moldes bíblicos. Considerando que os
antigos hebreus eram vistos como os melhores musicistas e cantores do
Oriente Próximo, é provável que alguns judeus recebessem em casa instrução
básica de canto e instrumentos musicais, tais como flauta e harpa.

Embora os hinos hebreus não tenham sobrevivido na sua forma musical,


certamente a teoria musical conhecida entre os cananeus era familiar aos
cantores do templo. Especialmente durante o Exílio, grande ênfase foi dada em
lembrar e preservar cerimônias e os costumes antigos para manter a
identidade da cultura hebraica. Os cativos reconheciam a importância de
manter viva sua herança nacional e a Lei durante os anos em que viveram em
contato com uma cultura estrangeira.

O Exílio trouxe mudanças fundamentais em todas as áreas da vida judaica.


A educação foi estimulada pelo contato dos exilados com a sofisticada cultura
dos babilônios. Escolas e bibliotecas na Babilônia existiram durante muitos
séculos. O conhecimento de medicina, astronomia, matemática, arquitetura e
engenharia dos mesopotâmios era muito superior ao dos judeus.

Naquele ambiente intelectual, a literatura dos judeus assumiu um novo


significado. Foi nesse período que surgiram os livros de Ezequiel e Daniel.

MÉTODOS DE ENSINO

Os judeus utilizavam o método de memorização de textos e palavras, desde


que a criança aprendia a falar. Os alunos copiavam e recopiavam à mão com
perfeição e precisão passagens da Lei. Cada trabalho escrito contendo um erro
era considerado perigoso, uma vez que podia imprimir a palavra ou grafia
errada na mente do aluno.

A leitura em voz alta era recomendada como auxílio para a memorização.


Além de ler, escrever e memorizar alguns outros métodos são conhecidos. Por
exemplo, o uso de provérbios e parábolas – um recurso usado por Jesus mais
tarde (Marcos 4:2).

Um compartilhar de conhecimento ocorria em encontros de perguntas-e-


respostas, tal como o que aconteceu quando Jesus, com doze anos, visitou o
templo em Jerusalém (Lucas 2:46-47).

Pouca informação se tem da educação nos primórdios da era cristã.


Sabemos que Jesus sabia ler e interpretar as Escrituras e tinha conhecimento
bastante para discutir teologia com os doutores do templo.

Ele provavelmente aprendia em casa e recebia a educação elementar


comum à maioria dos meninos judeus daquele tempo.

Fonte: iLúmina

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