Gestão Da Qualidade
Gestão Da Qualidade
Gestão Da Qualidade
GUIA DA
DISCIPLINA
2022
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância
Objetivo
Apresentar ao aluno o histórico e conceitos da qualidade, através de uma abordagem
sistêmica por processos.
Introdução
Olá, antes de mais nada, obrigado pelo seu tempo! Espero conseguir provocar uma
troca de conhecimentos, o que é “bem legal” para que eu e você possamos ter o melhor
rendimento possível, o que significa sermos não só eficazes, mas também cada vez mais
eficientes...
Sabe a diferença entre eficiência e eficácia? Sabendo ou não, não se preocupe, vou
explicar:
Imagine que você tenha por objetivo ir de carro de uma cidade para outra. Se você
conseguiu chegar de carro, já foi eficaz. Agora, se você fez o menor trajeto, com menor
tempo, com menor custo de combustível, etc., você foi mais eficiente. Em palavras simples,
ser eficiente significa usar da melhor forma possível os recursos para atingirmos um
determinado objetivo e quanto mais eficientes somos, mais competitivos nos tornamos.
Você e eu temos nossas necessidades e desejos que variam, é claro. Por exemplo,
quando pensamos em comprar uma TV, queremos que ela tenha um tamanho “A”, garantia
“B”, função “C”, etc., e tudo isto com um preço “X”. Agora vamos pensar: “A”, “B”, “C”, etc.,
não são as características que queremos na TV? Pois é, estamos dispostos a pagar um
preço “X” por tudo isto que queremos, ou seja, uma TV com a Qualidade desejada.
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chamados de “Gurus da Qualidade”, sobre os quais falaremos uma pouco mais adiante em
nosso curso.
Quase que com as mesmas palavras, a maioria destes “Gurus da Qualidade” define
Qualidade como o conjunto de requisitos que satisfazem as necessidades dos clientes e
com isto, a qualidade está absolutamente “amarrada” ao preço, não é mesmo? Daí vem a
competitividade que é obtida pela gestão eficiente, aquela que usa os recursos da melhor
forma possível.
Pois é, não é possível chegarmos a uma condição competitiva sem uma gestão
eficiente dos recursos!
A história segue uma linha de causa e efeito. Os acontecimentos atuais são reflexos
do passado, ou seja, para que possamos entender o que acontece hoje, precisamos
conhecer um pouco da história.
O texto foi escrito de forma que sua atenção fosse direcionada àquilo que considero
mais importante à efetiva compreensão: não quero gerar tédio! Acredito que desta forma
você poderá utilizar o contexto histórico não só tecnicamente, mas também, para fazer com
que a qualidade seja um conceito direcional à melhoria do dia a dia.
1.1. O Mercantilismo
No século XV, a burguesia do período medieval se transformou em famílias
poderosas de comerciantes e banqueiros, cujas empresas, eram agrupadas em sociedades
anônimas. Estas sociedades ocuparam um espaço realmente significativo no contexto
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Apesar das grandes empresas que haviam surgido até então, no século XVII, havia
ainda o domínio das indústrias de pequena escala, mantidas pelos artesãos, reconhecidos
como os primeiros a terem uma forma organizada de produção (estabeleciam prazos de
entrega, definiam prioridades, atendiam especificações definidas pelos clientes e
determinavam preços para suas encomendas), porém, pela tradição do artesanato, o
artesão produzia o produto inteiro manualmente e gerava variações em características
requeridas pelos clientes. Outro detalhe importante é que estas empresas tinham seus
mercados circunscritos pelos respectivos territórios dos estados ou locais.
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administração de tarefas, que mais tarde seria conhecido como sistema Taylor, na
sequência Taylorismo e por último, administração científica.
É fácil você perceber que neste momento, as tarefas dentro das empresas já eram
administradas e organizadas a ponto de se sentir a necessidade, cada vez maior, de
conhecimentos específicos sobre vários temas, como a administração dos tempos e
movimentos (Frank e Lillian Gilbreth), gráficos para planejamento das etapas de um projeto
(Henry Gantt) e entre outros, o desenvolvimento de rotinas focadas na avaliação e seleção
de pessoas (Hugo Munsterberg). Estes conhecimentos contribuíram para que a
administração científica rapidamente ganhasse popularidade nos Estados Unidos e logo na
sequência, em todo o mundo.
Assim, no início do século XX, Ford estabeleceu a primeira área produtiva dedicada
exclusivamente à montagem final de produtos, momento em que o trabalhador
especializado se converteu no elemento principal da linha de montagem móvel.
Cada pessoa tinha neste momento sua função. Entre elas, havia os especialistas
que controlavam a qualidade e no final da linha, as pessoas que executavam os reparos
necessários. E assim vai...
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Outro ponto interessante a mencionar é que Ford não mantinha suas técnicas em
segredo. Após a Segunda Guerra Mundial, empresas do mundo inteiro, passaram a
produzir em escala comparável à das empresas norte-americanas, como é o caso da
Volkswagen, Renault, Fiat e Mercedes-Benz entre outras.
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Walter Andrew Shewhart: Físico, nascido nos Estados Unidos, conhecido como o
“pai” do controle estatístico da qualidade. Criador da carta de controle, utilizada até hoje,
que permite detectar variações nos processos, de modo a se direcionar ações à eliminação
de problemas ou defeitos.
William Edwards Deming: Físico e matemático, nascido nos Estados Unidos. Foi o
primeiro dos estudiosos, seguido por Juran, a irem ao Japão para difundir o uso do controle
estatístico da qualidade. Aponta como necessária a melhoria contínua da qualidade no
sentido do aumento da produtividade e afirma que a qualidade deve ser reduzida ao ponto
de não atrapalhar vendas, ou seja, ao ponto da satisfação dos clientes.
Para Juran, a definição de qualidade não é simples: um produto deve ter qualidade
igual ou superior a seus concorrentes, deficiências geram custos mais altos e insatisfação
dos clientes, comprometendo a competitividade de uma empresa.
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Philip Crosby: Engenheiro, nascido nos Estados Unidos que trabalhou muito tempo
em cargos de gestão da qualidade.
Kaoru Ishikawa: Engenheiro Químico japonês que foi um dos grandes “intérpretes”
das teorias norte-americanas à realidade e filosofia japonesa. É conhecido, pela difusão
das ferramentas da qualidade, círculos de controle da qualidade (CCQ) e criação do
diagrama de Ishikawa, também chamado de espinha de peixe e, diagrama de causa e
efeito.
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Cientistas), visitou Feigenbaum e “com olhares orientais” das técnicas, definiu o TQC nos
moldes japoneses.
É um grande admirador do TQC nos moldes japoneses e tem como obra mais
importante, o livro “TQC: controle de qualidade no estilo japonês” (conceitos e
implementação).
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“Uma das coisas mais inteligentes que um homem e uma mulher podem
saber é saber que não sabem. Aliás, só é possível caminhar em direção à
excelência se você souber que não sabe algumas coisas. Porque há
pessoas que, em vez de ter humildade para saber que não sabem, fingem
que sabem. Pior do que não saber é fingir que sabe. Quando você finge que
sabe, impede um planejamento adequado, impede uma ação coletiva eficaz.
Por isso, a expressão “não sei” é um sinal de absoluta inteligência. ”
Cortela (2012)
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Objetivo
Apresentar ao aluno a relação entre qualidade em serviços e produção de bens,
através de uma abordagem sistêmica por processos.
Introdução
Olá, espero que tenha gostado do texto anterior!
Mais uma vez, agradeço pelo seu tempo e espero que este tópico da nossa
disciplina, seja interessante para nós dois, o que é possível somente com a participação e
troca de informações de ambos os lados!
Agora que você já sabe o conceito da qualidade, vamos falar um pouco do que ela
significa pensando em dois focos diferentes, ou seja, prestação de serviços e produção
de bens.
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Acredito que você saiba que em uma empresa de produtos há em suas rotinas
internas os serviços e, estes serviços, são às vezes, vendidos com o produto físico, como
é o caso das rotinas de garantia, por exemplo, assistência técnica de veículos, de
eletroeletrônicos, etc. Então, é fácil entender que quando se fala em qualidade, devemos
ter em mente que envolve tudo para a satisfação dos requisitos de um cliente! Mais adiante
em nosso curso, falaremos sobre TQM (gerenciamento da qualidade total), tópico este,
onde você certamente conseguirá fazer uma conexão entre as várias rotinas que juntas em
uma empresa, seja ela de produto ou serviço, direcionam os trabalhos no sentido da
satisfação do cliente.
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Mas, e daí?
Aí é que entram as técnicas de qualidade, rotinas padronizadas, certificações,
análises, etc., sobre as quais, pretendo falar durante o estudo de nossa disciplina. Técnicas
e rotinas estas, usadas por gestores e executivos tanto das empresas de serviços, como é
o caso do Sr. Lim, quanto em muitas outras na produção de bens físicos, sempre com foco
na satisfação das necessidades dos clientes, e é claro, consequente competitividade que
proporciona sobrevivência, estabilização e crescimento das respectivas empresas.
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Antes de mais nada, não é fácil fazer uma analogia com a produção de bens?
Experimente na figura acima substituir a palavra “Conceito de Serviço” para “Produção de
Bens”. Não é aplicável também?
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Pense, por exemplo, no que aconteceu nos últimos anos quanto ao serviço de
internet banking, seu formato era definido para um computador pessoal, hoje, com o
aumento do uso dos smartphones, pela praticidade, etc., foram criadas várias plataformas
visuais e rotinas práticas que facilitam a vida dos clientes, ou seja, serviço direcionado às
necessidades... tempo, praticidade, etc.
A empresa que consegue captar tal nível com maior exatidão, utiliza esta informação
como indicador para melhoria dos seus serviços. Um bom exemplo é o seguinte: Uma
empresa que produz geladeiras tem o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC),
normalmente vinculado à área de Marketing. Este SAC passa as informações para a alta
administração da empresa que as usa para fazer com que o cliente se sinta o mais satisfeito
possível e com isto, cria o que é chamado de fidelização à marca...
Agora, pense comigo o seguinte: não adianta você como cliente passar a informação
ao SAC e um atendente “mal-humorado” não dar a efetiva atenção, não é mesmo? Por isto
é que existe um treinamento especializado para este tipo de profissional, que com uma
rotina padrão, consegue identificar problemas e “desejos”, colhendo informações com a
maior qualidade possível.
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Cada vez mais, a empresa que fornece serviços ou bens, percebe a necessidade de
se concentrar em fortalecer laços com os clientes, com a crença de que isso pode levá-la
ao sucesso.
Vamos pensar um pouco: Qual é o melhor tipo de propaganda que você conhece?
Não é o “boca-a-boca”? Pois é, o “boca-a-boca” está baseado em confiança, ou seja,
quando você recebe um bom serviço, conta para um amigo, parente, etc., que precisa da
mesma coisa e isto acontece também e até com maior frequência, quando o que você
recebeu foi de qualidade inferior àquilo que você esperava. Você não quer que um amigo,
parente, etc., receba um serviço ruim, não é mesmo?
Pensando ainda no cuidado em trazer o cliente “para perto”, devemos atentar para
as características de cada um, de forma que, conforme seu comportamento ou atitudes,
seja possível a aproximação. Assim, vale observar as seguintes características dos clientes:
• Humor;
• Disponibilidade de recursos ($$$);
• Disposição para dar feedback;
• Nível de exigência;
• Nível de paciência;
• Nível de tolerância;
• Etc.
E se a empresa não tomar estes cuidados? O cliente pode optar por escolher outra
que satisfaça suas necessidades...
Clientes satisfeitos normalmente são fiéis, até porque, vamos pensar: você gosta de
correr riscos quando compra algum bem ou serviço? Portanto, por nos darmos pouca
chance para errar, compramos aquilo que não nos dará problemas ou que pelo menos
proporcione a menor chance da ocorrência.
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Espero que tenha gostado e que esteja claro que a empresa deve produzir o bem ou
fornecer o serviço, pensando não só em conquistar o cliente, mas sim, em retê-lo também
pela confiança e relacionamento.
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3. FERRAMENTAS DA QUALIDADE
Objetivo
Apresentar ao aluno as ferramentas da qualidade, utilizadas no sentido da obtenção
dos requisitos definidos pelos clientes.
Introdução
Olá, espero que tenha gostado do texto anterior!
Mais uma vez, agradeço pelo seu tempo e espero que este tópico da nossa
disciplina, seja também interessante, o que é possível somente com a participação e troca
de informações de ambos os lados!
Imagino que você esteja percebendo que o estudo da qualidade como disciplina não
é um “bicho de 7 cabeças”, não é mesmo?
Pode ser até que para você, este tipo de pensamento não aconteça, mas em todo
caso, é bom deixarmos claro que Ferramentas da Qualidade NÃO SÃO Instrumentos
usados para a Qualidade!
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Para que isto seja possível, foram desenvolvidas técnicas para facilitarem a análise
do processo de tomada de decisão. Dentre elas, estão as Ferramentas da Qualidade, como
apoio aos gestores e àqueles que conduzem processos de planejamento ou
análise/solução de problemas.
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É ainda importante deixar claro que todas as ferramentas foram criadas NÃO para
uso isolado, mas para que, JUNTAS, possam ajudar a identificar defeitos e oportunidades
de melhorias de produtos e serviços, encontrando causas e pontos importantes para
direcionamento de ações. Não há uma fórmula de combinação das ferramentas, mas cada
uma tem características que estão devidamente apontadas no sentido de que você as
reconheça quando precisar usá-las.
Pareto
300 100%
250
80%
200
60%
150
40%
100
20%
50
0 0%
Causa 1 Causa 2 Causa 3 Causa 4 Causa 5
Frequência Acumulado
O Diagrama ou gráfico de Pareto foi proposto por Joseph M. Juran (um dos gurus da
qualidade), em homenagem ao economista italiano Vilfredo Pareto, o qual, afirmava que
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80% dos efeitos derivam de 20% das causas. Simplificando, é mais proveitoso focar na
melhoria dos procedimentos que correspondem a 20% do processo, do que tentar modificar
o processo todo.
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Folha de verificação / Coleta de dados: com o emprego de uma folha para tomada
de dados apropriada, é possível a obtenção das informações necessárias ao tratamento
estatístico específico. É toda folha para coleta de informações...
TIPO APURAÇÃO T %
A 6 18
B 16 48
C 11 34
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X
=X
longo do tempo, + A 2 R a limites de controles
associado A 0,577estabelecidos a partir
Fator de correção para
2 de dados
ajuste de desvio obtidos
padrão (tabelado)
R 0,496 Amplitude média
do processo em= estudo.
-
LSCX 2,249 Limite superior de controle
X
X A2 R LICX 1,676 Limite inferior de controle
LSC
LC
LIC
9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Amostras
Por mais controlado que um processo seja, ele sempre sofrerá algum tipo de
variação, ele
Quanto às será instável
tendências: NÃO em algum momento,
HÁ TENDÊNCIAS por algum motivo.
SIGNIFICATIVAS
Controlar o processo é fundamental para que seja possível mantê-lo dentro de limites
definidos como sob controle e para isto, há técnicas que são utilizadas na elaboração e
avaliação dos resultados.
Baseia-se no fato de que quando a variação está dentro do padrão esperado, ela
geralmente tem origem em causas comuns, porém, quando apresenta uma situação fora
dos padrões ou com tendências de instabilidade, geradas por causas especiais, o
processo deve ser avaliado para que seja obtida e garantida a estabilidade, ou seja, o
padrão.
Gestão da Qualidade 25
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Fluxograma: representação gráfica destinada ao registro das fases que definem uma
sequência de processo, permitindo sua visualização e análise.
Os símbolos usados são padronizados e por isto não justifica fazermos uma lista
enorme para que você fique lendo. A dica é dar uma “olhada” na internet, usando os
mecanismos de busca com a palavra-chave “fluxograma”. Há muito material e os formatos
padrões por lá...
Bom, falei sobre as principais ferramentas, mas é claro que há outras ferramentas e
metodologias para a melhoria e garantia da qualidade, como por exemplo, uma que gosto
muito de lembrar:
Em outras palavras, quando o grupo se reúne para análises, deve ser colocada em
prática a liberdade total para “falar” o que se pensa, para depois, haver um filtro, mantendo-
se somente as informações que o grupo considera importantes. Não deve haver o “medo”
de falar o que se pensa, para que não se perca a chance de “nascer” uma boa ideia...
Gestão da Qualidade 26
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E assim vai...
Para ilustrar, segue o exemplo de uso de algumas ferramentas da qualidade em uma
situação de uma empresa de prestação de serviços:
Exemplo 1:
Em uma papelaria, próxima a uma faculdade, um dos mais importantes serviços
prestados aos alunos era cópia de documentos e textos. Em um determinado momento, o
gerente da papelaria percebeu uma brusca redução do lucro na rotina e resolveu verificar
o motivo.
Lembrou-se então, de suas aulas de gestão que havia tido na faculdade e resolveu
aplicar as Ferramentas da Qualidade para ajudá-lo:
• Em um primeiro momento, traçou um Fluxograma que seria o “padrão” para a rotina:
A
Configura a
Cliente N
Início máquina para A
impressão aprova?
S
Recebe pedido
Imprime cópias e
Recebe o pagamento
entrega ao cliente
pelo serviço e entrega
cópia(s).
Fim
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2 Amassada
10 Ilegível
Segunda 100
15 Suja
20 Torta
5 Amassada
15 Ilegível
Terça 150
20 Suja
20 Torta
3 Amassada
10 Ilegível
Quarta 120
15 Suja
19 Torta
Com os dados, para ter uma visão melhor na decisão dos pontos a “atacar”, resolveu
traçar o Gráfico de Pareto, onde identificou os 3 principais problemas (Torta, Suja e
Ilegível).
60
47 47
20 20 20 19
15 15 15
10 10
5
2 3
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Alinhamento do papel
Armazenagem do papel
Colocação do original
Quantidade de papel
Má Qualidade
da Cópia
Mesa suja
Cilindro Mão suja
Velocidade
Iluminação
Falta de treinamento
Causas Efeito
Gestão da Qualidade 29
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O exemplo apresentado no final desse texto é uma situação comum e onde é fácil
percebermos que tanto em nossas casas como em empresas, a forma de aplicação é a
mesma. Pense em melhorar sua rotina de estudo, por exemplo...
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Objetivo
Apresentar ao aluno o Controle da Qualidade Total, como estratégia para a obtenção
da qualidade requerida pelo cliente.
Introdução
Olá, espero que tenha gostado da aula anterior!
Mais uma vez, agradeço pelo seu tempo e espero que este tópico da nossa
disciplina, seja também interessante, o que, como sempre, somente é possível com a
participação e troca de informações de ambos os lados!
Nota: Lembrando que outras metodologias e princípios de qualidade que fazem parte
do TQC foram definidos por outros gurus anteriores a Feigenbaum.
Nesta aula falaremos sobre o que é o TQC e qual sua função nos cuidados quanto
ao direcionamento de esforços no sentido da obtenção dos requisitos dos clientes
(qualidade requerida).
No livro Total Quality Control de Feigenbaum, é usado o termo TQC para Controle
da Qualidade Total. Feigenbaum afirma que a expressão TQM do inglês Total Quality
Management (Gerenciamento da Qualidade Total) pode ser usada para cobrir todo o
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Puxa, há muitas siglas, não é mesmo? Mas vamos deixar mais fácil...
TQC é o controle da qualidade total e o TQM é o gerenciamento das atividades do
TQC, ou seja, o TQM gerencia o TQC...
Para que o TQM possa existir, deve haver o envolvimento de todas as pessoas e
níveis hierárquicos em uma empresa. Nesta linha, passaremos a utilizar o termo TQM como
genérico para Controle + Gerenciamento Total da Qualidade, dada sua amplitude.
Quando uma empresa tem o TQM como princípio de gestão para o direcionamento
à qualidade, os outros objetivos passam a ser menos importantes, não porque o retorno
financeiro, etc., não tenha valor, mas porque quando se tem qualidade como referência em
produtos e processos, o lucro e outros resultados, acontecem naturalmente, ou seja, é
consequência natural da qualidade.
O nosso guru brasileiro, Vicente Falconi, afirma que uma empresa é um meio de
atingir a satisfação das necessidades de todas as pessoas, ou seja, clientes, acionistas,
empregados e vizinhos...
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Para ele:
• Clientes: devem se sentir satisfeitos com a compra de um produto ou com a
utilização de um serviço;
• Acionistas: precisam ter garantido o retorno de seus investimentos e a lucratividade,
para que possam reinvestir e gerar mais empregos;
• Empregados: precisam ser bem remunerados e respeitados, com oportunidades de
crescimento;
• Vizinhos: necessitam de respeito e o controle ambiental é um modo de fazer isso.
Falconi trata em seus trabalhos sobre o foco TQC (prefere usar o TQC ao TQM) e
propõe uma equação para explicar o conceito:
Sendo assim, é possível afirmar que de acordo com Feigenbaum + Falconi, temos a
seguinte relação:
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Agora vamos pensar um pouco: você faria seu trabalho sempre motivado e feliz uma
vida inteira, sem questionar ou pensar em melhorar sua vida como pessoa e como
profissional?
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Pois é, acho que não, pelo menos na maioria das vezes, não é mesmo?
Ainda temos que pensar que uma das chaves do TQM é utilizar o conhecimento e
experiência prévios dos gerentes, também usando como abordagens, a estratégia e o
treinamento das pessoas, no sentido do estabelecimento de programas de qualidade, por
meio da mobilização das pessoas e, é claro, acontecendo isto em todos os níveis da
organização.
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Gestão da Qualidade 36
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Pois é, tudo isto para dizer que a melhoria contínua é algo necessário e esta
necessidade é fácil de perceber, não é mesmo? Tudo muda a todo o momento, inclusive e
principalmente, os requisitos dos clientes, ou seja, a qualidade requerida ... Sempre
“queremos produtos melhores”...
Neste texto, falamos sobre o TQM, sua função e sua relação com a melhoria
contínua. Temos que lembrar sempre que para a obtenção dos níveis de
qualidade requeridos pelos clientes, devemos ter um trabalho organizado e
direcionado em todas as áreas e níveis hierárquicos, desde a alta
administração, até os níveis operacionais, com efetiva conscientização e
esforço de todos.
Gestão da Qualidade 37
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Objetivo
Apresentar ao aluno o Controle Estatístico do Processo (CEP), sua finalidade e
relação com a eficiência dos processos no sentido da obtenção da qualidade requerida pelo
cliente.
Introdução
Olá, espero que tenha gostado da aula anterior!
Obrigado, mais uma vez, pelo seu tempo. Espero que este tópico da nossa disciplina
seja também interessante para nós dois. Conto com sua participação!
Neste texto, vamos falar sobre o Controle estatístico do processo (CEP). Falaremos
sobre o histórico, ou seja, de onde vem a ideia e para que serve.
Imagine uma linha de produção de um automóvel, onde há 2000, 3000 ou mais peças
necessárias à construção e ainda, com produções que fabricam hoje praticamente 1 carro
a cada 2 minutos, imagine a “loucura”...
Gestão da Qualidade 38
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No início do século XX, Walter A. Shewhart, um dos gurus da qualidade (você deve
se lembrar dele...), preparou o primeiro formulário de coleta de informações para o controle,
que mais tarde se chamaria carta de controle, nome e metodologia usados até hoje...
É fácil percebermos que todo processo, por mais preciso que seja, tem suas
variações e estas variações e comportamentos devem ser acompanhados para não serem
responsáveis pela fabricação de produtos ou serviços com características diferentes
daquelas esperadas pelos clientes.
Gestão da Qualidade 39
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Considerando, por exemplo, uma fábrica de mesas que produz 200 unidades por dia:
dificilmente as 200 unidades terão exatamente o mesmo tamanho. Imagine se uma das
mesas tiver 10 cm de diferença de comprimento e ela não couber dentro de um espaço que
estava previsto pelo cliente para colocá-la. Se fosse você o cliente, imagino que ficaria bem
triste, não é mesmo?
Pois bem, o que gera a diferença são as chamadas causas comuns de variação,
ou seja, aquelas que são esperadas e conhecidas na fabricação de um produto qualquer.
Agora, se for gerado em um processo, uma mesa com valor maior do que 2 cm ou
menor do que 2 cm é fácil percebermos que o processo tem problemas...
O gráfico que monitora o processo e avisa quando algo não está funcionando
normalmente, é o gráfico de controle. Porém, antes de traçarmos o gráfico de controle,
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temos que conhecer o processo para sabermos a variação esperada para mais ou menos
e qual o valor médio...
Bom, agora é hora de usarmos as ferramentas de análise ou como falamos nas aulas
anteriores, as ferramentas da qualidade!
Pois bem... O CEP é tão importante para controle do processo, que pode ser visto
como uma das rotinas mais importantes do TQM (sei que você se lembra...), no sentido de
servir como indicador e ferramenta de controle da condição de um processo. O CEP
permite detectar e com isto, corrigir as variações dos processos de forma a prevenir novos
erros ou problemas.
Vale deixarmos claro que não adianta usarmos ferramentas estatísticas se não forem
compreensíveis e acessíveis àqueles que as usarão como referência... Gráficos não
resolvem problemas, mas se bem definidos, indicarão perfeitamente a hora de agirmos no
processo.
Vamos explicar...
Gestão da Qualidade 41
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Recursos Tecnológicos
Informação e Conhecimento
Recursos Humanos Sua
majestade, o
Cliente!
R R
e Entradas Saídas e
q q
u PROCESSO u
i i
s s
i Materiais/Informações Produtos/Serviços i
t t
o o
s s
É fácil percebermos que a capacidade de uma empresa produzir mais ou menos está
absolutamente vinculada à eficiência do processo, não é mesmo?
Causas Comuns: São geradas por variações normais aos processos, ou seja,
conhecidas, sistêmicas e esperadas. Mas, estas causas podem ser eliminadas? Sim,
porém, de acordo com o caso, isto pode ser muito caro e, às vezes, vale à pena “deixar
como está”, ou seja, permitir que o processo tenha certa variação, mantendo um
determinado nível de qualidade controlada. A melhoria dos processos focada na eliminação
ou minimização de causas comuns é, apesar de caro, um diferencial competitivo. Neste
caso, há efetiva modificação de processos com substituição de equipamentos, layouts, etc.
Quem tem um processo com menor ocorrência de causas comuns, tem um processo com
menor variabilidade e consequentemente, menor chance de erro, porém, processos mais
precisos são cada vez mais caros, daí a necessidade de conhecermos realmente a
necessidade dos clientes, de forma que seja possível definir exatamente o que podemos
considerar como “normal” a um processo.
Causa Especiais: São geradas por variações anormais, ou seja, possíveis erros.
Neste caso, “não tem conversa”... O problema deve ser analisado e a causa deve ser
eliminada. Isto porque nesta condição, o processo pode estar gerando produtos fora das
Gestão da Qualidade 42
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especificações, ou seja, produtos que não são aceitos pelo cliente. Estas causas são
geradas por instabilidade dos processos, sejam elas por erro operacional ou por problemas
de planejamento dos processos. Se não forem eliminadas, podem levar uma empresa até
à falência por condição não competitiva: Um processo que gera muitos defeitos tem que
produzir mais para ter a quantidade necessária de produtos bons e neste caso, gasta mais
para produzir a mesma quantidade que um processo onde há somente causas comuns...
Veja o exemplo:
A B
LSC
X
LIC
Linha do Tempo
Gestão da Qualidade 43
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Com estas informações, considerando que o processo normal seria dentro dos
limites de controle LIC e LSC, em um primeiro momento, podemos imaginar que o processo
está OK... Mas será que está mesmo?
A seguir, apresento a você os sinais de instabilidade que são considerados por vários
autores, como os mais importantes:
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Gestão da Qualidade 45
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Além destes sinais, há uma série de outros detalhes que podemos apontar em uma
análise de processo, utilizando a metodologia do CEP e por trás de tudo isto, há muitos
cálculos interessantes que devemos conhecer para realizar as análises propriamente ditas,
mas, tudo isto não é o foco de nossa disciplina.
Neste momento, sugiro que caso tenha o interesse neste assunto, procure pelo tema
usando as palavras chaves: CEP, GEP (gestão estatística de processos), Métodos
estatísticos, etc., nos meios de pesquisa tais como bibliotecas, internet, etc. Use as
referências que indico na bibliografia relativa a este tema.
Neste texto falamos sobre o CEP, sua finalidade e relação com a eficiência dos
processos.
Este tema é tratado de uma forma absolutamente ampla em todo tipo de
empresa, seja ela de produção de bens ou de serviços.
Mesmo que você pense que o CEP não é aplicável a serviços, saiba que é! O CEP
pode ser usado para características mensuráveis e não mensuráveis, ou seja,
que se pode medir ou não.
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Objetivo
Apresentar ao aluno o método 6 Sigma (six sigma) e o Ciclo PDCA como
metodologias para o direcionamento dos trabalhos para menores níveis de falhas no
sentido da obtenção da qualidade requerida pelo cliente.
Introdução
Olá, espero que esteja gostando da aula anterior! Mais uma vez, obrigado pelo seu
tempo!
Nesta aula, falaremos inicialmente sobre o que é e para que serve o método 6 Sigma.
Na sequência, vamos falar sobre a metodologia do Ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Action,
ou seja, respectivamente, Planejar, Executar, Checar e Agir).
Com isto, a empresa Motorola, concentrando seus esforços à redução dos defeitos
de manufatura, desenvolve o que é chamado até os dias atuais de programa 6 sigma, ou
também conhecido como Six Sigma, método este que pelo sucesso, espalhou-se nas
organizações do mundo inteiro, vide exemplos de empresas como Caterpillar, Ford, GE,
Nokia, 3M, etc., onde a implementação gerou efetivo histórico de excelentes resultados.
Gestão da Qualidade 47
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Nesta época, foi percebido que muitos dos problemas eram causados por defeitos
escondidos dentro dos projetos dos seus produtos.
Alguém fica feliz em comprar algo que com algum tempo de uso, começa a dar
problemas? Claro que não!
O conceito de qualidade 6 sigma, significa que a variação natural dos seus processos
(± 3 desvios-padrões) estaria no meio da sua faixa de especificações, ou seja, a faixa de
especificação de qualquer parte de um produto deveria ser ± 6 vezes o desvio padrão do
processo.
Sigma () é a letra do alfabeto grego usada pelos estatísticos para medir a variação
nos processos. Quanto mais baixo o sigma, maior a chance de termos problemas e
consequentemente, menor competitividade e lucratividade...
Mas, falar sobre “erro zero” é meio estranho, não é mesmo? Não há processo sem
erro e quanto mais eficiente, mais caro...
Por isto, pode-se entender o 6 Sigma como uma metodologia para redução ou
minimização de problemas, focando a menor quantidade possível, ou seja, tendo como
objetivo, a minimização dos erros em direção ao zero, sempre lembrando que o limite é
Gestão da Qualidade 48
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definido pela necessidade do cliente... o “Rei” e a medida de defeitos por milhão é a mais
utilizada como unidade de referência.
Entendendo:
3 = 66.807 defeitos/milhão (aproveitamento de 93,32%);
4 = 6.210 defeitos/milhão (aproveitamento de 99,3790%);
5 = 233 defeitos/milhão (aproveitamento de 99,97670%);
6 = 3,4 defeitos/milhão (aproveitamento de 99,999660%), ou seja, praticamente
“zero defeito” ...
Neste sentido, são desenvolvidos projetos de melhoria, os quais são conduzidos com
base em um método denominado DMAIC, semelhante ao PDCA, onde:
• D - Definir (define): definir escopo do projeto de melhoria, mapeando o problema e
definindo oportunidades.
• M - Medir (measure): identificar os pontos críticos do processo e desenvolver
método para medição do desempenho (indicador).
• A - Analisar (analyse): encontrar as causas dos problemas.
• I - Melhorar (improve): propor e implementar soluções de melhoria.
• C - Controlar (control): verificar se as soluções implementadas surtiram os efeitos
esperados e incorporá-las aos padrões do processo.
Gestão da Qualidade 49
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Para criação e aplicação dos projetos de melhoria, usando o DMAIC, são formadas
equipes treinadas, compostas por funcionários de diferentes níveis hierárquicos e com
diferentes responsabilidades.
Todos os profissionais das equipes seis sigma, precisam passar por programas de
formação e ou acumular experiência para receber estes títulos.
Gestão da Qualidade 50
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Esta hierarquia pode apresentar variantes nas nomenclaturas e em alguns casos são
identificadas novas responsabilidades intermediárias, porém, estas são as mais
importantes.
Legal, agora que você conhece um pouco do 6 Sigma e seu processo está cada vez
melhor, como vamos padronizar as boas práticas?
Logo mais adiante em nossa disciplina, trataremos dos Sistemas de Gestão, onde
há a padronização e direcionamento de esforços para a garantia da qualidade requerida
pelo cliente...
Se não for trabalhar com isto, mas tiver o interesse em se aprofundar um pouco mais,
há vários livros e informações na internet que podem ajudá-lo. Sugiro que comece pela
bibliografia que mencionei neste texto.
Gestão da Qualidade 51
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Deming (um dos gurus da qualidade) foi quem levou a metodologia ao Japão, onde
esta foi implementada com sucesso.
O Ciclo PDCA propõe a análise dos processos com vistas em sua melhoria, onde as
fases do ciclo são as seguintes:
• P (Planejar ou Plan): Significa definir os objetivos ou metas e as estratégias
para alcançá-los, ou colocando de uma forma simples, é o planejamento para
chegarmos ao resultado que esperamos.
• D (Executar ou Do): Colocar o planejamento em prática, observando e medindo
cada etapa, de forma a ser possível coletar dados para a verificação do
processo (não do produto).
• C (Checar ou Check): Analisar os dados gerados pelo processo para ver se
está adequado ao resultado esperado. Caso não esteja, devemos verificar
desvios e propor mudanças.
• A (Agir ou Act): Efetivar as mudanças propostas no C, voltando à primeira
etapa P e corrigindo o método ou as metas do planejamento.
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A P
C D
O que mais chama a atenção no ciclo PDCA, é que ele tem todas as etapas
absolutamente interligadas. Elas se comunicam e se retroalimentam.
O ciclo PDCA permite integrar as etapas de forma simples. Não são necessárias
grandes “peripécias” intelectuais ou de gestão. O legal é que não exige muito tempo no
seu uso.
Como ponto final, peço que tenha em mente o fato de que o PDCA deve ser usado
para controle e aperfeiçoamento dos processos.
Gestão da Qualidade 53
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constantemente e o sucesso de uma empresa está vinculado à eficiência que deve ser cada
vez maior nos processos, não é mesmo?
E assim vai...
Neste texto falamos sobre o programa 6 Sigma e sobre o Ciclo PDCA, onde
espero que tenha percebido a necessidade destas metologias, tanto pela
chance de trabalharmos com níveis menores de falhas para garantir a
qualidade, quanto pela organização do ciclo que define a sequência
importante para a obtenção de processos estáveis e consequente
possibilidade de melhoria, o que é claro, proporcionam competitividade.
Não se esqueça de colocar suas dúvidas e opiniões no AVA, de participar dos fóruns
e é lógico, de resolver os exercícios propostos à fixação...
Um abraço!
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7. SISTEMAS DE GESTÃO
Objetivo
Apresentar ao aluno o conceito de Sistema de Gestão, função da padronização de
rotinas, auditorias e algumas diferenças entre os tipos de Sistemas.
Introdução
Olá, mais uma vez, obrigado pelo seu tempo!
Vamos lá?
Legal, mas qual é a melhor forma de criarmos e mantermos este sistema de gestão
da qualidade?
Bom, um SGQ só pode ser considerado eficaz quando é certificado por uma empresa
certificadora credenciada.
Gestão da Qualidade 55
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A ISO 9001, assim como a VDA 6.1, etc. são normas onde são indicadas as melhores
práticas para a garantia da qualidade. No Brasil a norma indicada é a ABNT NBR ISO
9001: AAAA, onde:
• ABNT = Associação Brasileira de Normas Técnicas.
• NBR = Orientação utilizada pela ABNT para Normas Brasileiras.
• ISO = International Organization for Standardization, ou em português,
Organização Internacional para padronização.
• 9001 = Número da norma na ISO;
• AAAA = Ano de emissão da versão da norma.
Outras normas existem com características específicas de seu país de origem, como
é o caso da VDA 6.1 que é a norma Alemã equivalente à ISO 9001 e assim vai...
Resumindo:
• Um SGQ padroniza rotinas que garantem a qualidade desejada pelo cliente;
• As melhores práticas são sugeridas pelas normas, ex. ISO 9001, etc.;
• Para que uma empresa possa dizer que seu SGQ é confiável, este deve estar
de acordo com o que as normas de referência indicam como melhor prática
(ISO 9001, VDA 6.1, etc.);
• O SGQ é validado por empresas certificadoras credenciadas.
Gestão da Qualidade 56
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Recursos Tecnológicos
Informação e Conhecimento
Recursos Humanos
R R
e Entradas Saídas e
q q
u PROCESSO u
i i
s s
i Materiais/Informações Produtos/Serviços i
t t
o o
s s
Gestão da Qualidade 57
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Pois é, mas as rotinas internas nem sempre são suficientes para garantirem todos
os pontos que as normas definem como importantes para a satisfação dos clientes.
Sugiro que leia a ISO 9001 e na sequência perceba que há elementos que tratam
de:
• Requisitos organizacionais, escopo, definições, etc.;
Gestão da Qualidade 58
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• Requisitos que servem como orientação para boas práticas. Estes são auditáveis
(ex.: responsabilidade da direção, gestão de recursos, monitoramento e medição,
realização do produto, etc.).
E quem realiza a auditoria? Pois é, é o Auditor... que deve ser treinado e certificado
para realizar de forma correta seu trabalho...
Nota: Segundo o guru ISHIKAWA, “o auditor pode assumir uma pilha de fórmulas e
check lists, mas sem o conhecimento baseado em experiência ele não conduzirá bem a
sua função... Auditorias devem ser usadas para promover a qualidade, não para
inspecionar...”
Para que tudo aconteça corretamente, há alguns cuidados a serem tomados quanto
à realização da auditoria. Estes cuidados são chamados de conceitos e técnicas de
auditoria.
Gestão da Qualidade 59
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Mas e se a evidência não estiver clara ou não comprovar efetivamente que tudo foi
feito conforme deveria? Aí acontece a NÃO CONFORMIDADE...
Outro detalhe importante é que algumas vezes, há uma declaração feita pelo auditor
sobre algo que não está absolutamente claro e comprovado pelas evidências. Qualquer
declaração do auditor, quando não evidenciada é chamada de INFERÊNCIA, ou seja, em
palavras simples, baseada no Achismo... e isto não é aceitável em uma rotina de
Auditoria.... Um auditor não pode e não deve inferir...
Continuando...
Para que tudo dê certo, é indicado como comportamento pessoal do auditor: Ética,
mente aberta, diplomático, observador, perceptivo, autoconfiante, aberto a melhorias,
colaborativo, etc...
Gestão da Qualidade 60
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Bom, isto que foi dito até agora, é apenas uma parte do assunto Sistema de Gestão
da Qualidade. Pode acreditar que o assunto é muito interessante, abrangente e bem
extenso.
Imaginem que a maioria das empresas tenha o interesse em ter seus SGQ
certificados. Mas só isto é suficiente? Claro que não!
Como no SGQ, para o SGA deve também haver o envolvimento de toda a estrutura
da organização, incluindo atividades e ações que envolvam equipamentos, produtos e
processos que possam provocar danos ambientais, implementando um processo proativo
de melhoria contínua.
Como você já leu sobre o SGQ, podemos dizer que o SGA tem seu tratamento
semelhante, mudando somente o foco de Qualidade para Meio Ambiente, incluindo rotinas
de auditoria...
Para efetiva compreensão da norma sobre gestão ambiental, sugiro que a leia na
íntegra.
Gestão da Qualidade 61
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Bom, vamos falar agora, sobre a responsabilidade que as empresas têm para com
a sociedade, ou seja, vamos falar sobre responsabilidade social...
Neste sentido, apesar de não ser ainda uma postura comum, algumas empresas
passaram a incluir em seus procedimentos, os requisitos da norma SA8000:AAAA, onde
SAI é a instituição Social Accountability International que emite esta norma, SA significa
Social Accountability (responsabilidade social), 8000 é o número e “AAAA” é o ano de
emissão.
É intuitivo percebermos que uma empresa que possui um SGQ com preocupação
também na responsabilidade social, é visto pela sociedade como uma empresa com ética
e que se preocupa com a sociedade.
Considerando duas empresas que produzem a mesma coisa, com o mesmo nível de
qualidade e preço, porém, uma com atenção à responsabilidade social e outra não. Você
não preferiria comprar de uma empresa que cuida das relações sociais?
Nota: Sugiro que leia o artigo “Gestão da Qualidade com responsabilidade social”
indicado na bibliografia, onde eu e a Prof.ª Dr.ª Maria Cristina Pereira Matos, fazemos uma
proposta de um SGQ com responsabilidade social.
Gestão da Qualidade 62
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Gestão da Qualidade 63
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Objetivo
Apresentar ao aluno o conceito de Custos da Qualidade, suas dimensões,
classificações, razões para mensuração, etc.
Introdução
Olá, mais uma vez, obrigado pelo seu tempo!
Quando pensamos em custos da qualidade, normalmente vem à cabeça custos de
perdas, custos com problemas, etc., ou seja, estamos gastando dinheiro mais do que
deveríamos...
Pois é, isto é uma parte do assunto que chamamos de custos de falhas. Há, porém,
outra parte dos custos da qualidade que são aqueles necessários para fazer com que os
produtos tenham a qualidade requerida, ou seja, custos para qualidade.
Pense em uma empresa que não controla seus custos. Acha que ela sobrevive? É
competitiva?
Gestão da Qualidade 64
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Considerando que o cliente toma como principais itens a serem observados em uma
compra, o preço e a qualidade, fica fácil percebermos a necessidade da mensuração dos
custos, não é mesmo?
Pois bem, as empresas melhoram seus processos para obterem menores custos.
Com isto, conseguem a redução de perdas, de desperdícios, de retrabalhos, de
reclamações e conseguem cumprir os prazos de entrega. Melhorando tudo isto, os
resultados são favoráveis quanto ao desempenho e é lógico, também quanto à
competitividade.
Mas.... Tudo isto seria possível sem uma gestão eficiente? Claro que não!
A gestão eficiente é aquela que direciona seus esforços às causas dos problemas.
É um erro tratarmos os efeitos de problemas ao invés de atacarmos as causas.
Sendo assim, a gestão eficiente dos custos de uma empresa, é aquela que foca na
eliminação das causas dos problemas e não nos seus efeitos.
Quer um exemplo?
Imagine uma empresa fabricante de chuveiros. Considerando possível falta de água
e o preço da energia elétrica, você acha que este fabricante continuará a produzir os
chuveiros da mesma forma ou deverá se adequar rapidamente, produzindo chuveiros com
menor consumo de energia e melhor aproveitamento da água?
Gestão da Qualidade 65
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Pensando de uma maneira prática, o que temos que nos preocupar é com o fato de
que todos os gastos para a obtenção da qualidade, sejam eles relativos às rotinas de
garantia da qualidade ou relativos aos custos com retrabalhos, perdas, etc., devem de
alguma forma ser mensurados para que se possa ter um parâmetro para redução,
garantindo a qualidade com preço menor, não é mesmo?
Prevenção
Custos de Controle
Avaliação
Custos da
Qualidade
Falhas Internas
Custos de Falhas
no Controle
Falhas Externas
Gestão da Qualidade 66
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Gestão da Qualidade 67
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Outro detalhe importante, é o fato de que para a obtenção de custos mais baixos, é
necessário à mensuração e implementação de ações que proporcionem tal redução. Neste
caso, o efetivo motivador é aquele que em linguagem básica da alta administração é
facilmente compreendido... o dinheiro!
Mais uma vez, você vai ouvir falar daquelas duas palavras: eficiência e eficácia...
Você acha que processos ineficientes ou ineficazes proporcionam alguma chance
de sobrevivência ou competitividade da empresa? Não!
Processos que não são eficientes custam caro...
O resultado desta análise é um feedback eficiente para os grupos que trabalham com
melhoria dos processos e produtos da empresa. Em outras palavras, o resultado da análise
serve como “seta” para a tomada de ações.
Como resultado das análises, os custos mais importantes a serem tratados são
aqueles relacionados às falhas internas e falhas externas. Na sequência, o tratamento
indicado é para custos com avaliação e finalmente, os custos com prevenção.
Gestão da Qualidade 68
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Nível de
0% 100%
Qualidade (%)
Nível Ótimo
Zona de Melhoria
Zona de Indiferença
Zona de Perfeccionismo
Aí entra o bom senso! A empresa deve definir o seu custo unitário x nível de
qualidade, utilizando da melhor forma possível seus recursos para chegar o mais perto
possível do Nível Ótimo.
Gestão da Qualidade 69
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Para que possam praticar o bom senso, as empresas cada vez mais utilizam o
modelo de Feigenbaum, analisando os resultados em gráficos conforme segue:
Custos de Falhas
Externas (CFE)
Custos de Falhas
no Controle
Custos de Falhas
Internas (CFI)
Custos da
Qualidade
CFE
CFI
CA
CP
A B C D
Períodos de Tempo
Neste texto falamos sobre Custos da Qualidade. Espero que tenha conseguido
entender a importância e a utilização da mensuração como indicador no
direcionamento de ações à obtenção da qualidade requerida pelo cliente, o que
proporciona competitividade.
Gestão da Qualidade 70
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Sugiro que leia um pouco mais sobre os autores que falam sobre o assunto,
principalmente, mas não somente, os mencionados nas referências, em especial,
Feigenbaum e Juran, os “pais do assunto”.
Não se esqueça de colocar suas dúvidas e opiniões no AVA, de participar dos fóruns
e é lógico, de resolver os exercícios propostos à fixação...
Um abraço!
Gestão da Qualidade 71
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Objetivo
Apresentar ao aluno a Gestão de Pessoas como referência à obtenção da qualidade
requerida pelos clientes.
Introdução
Olá, mais uma vez, obrigado pelo seu tempo!
Quando pensamos em Gestão, logo nos vem à mente a ideia de comando ou
gerenciamento, mas será que é isto mesmo?
Pois é, isto é apenas uma parte do assunto e para este comando ou gerenciamento,
é necessário um “pacote” de cuidados no sentido da obtenção da eficiência no
aproveitamento dos recursos humanos de uma empresa.
Gestão da Qualidade 72
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Ainda na escola da Administração Científica, outro nome que deve ser mencionado
é o de Henry Fayol (1841-1925), engenheiro francês que passou toda a sua vida
trabalhando em temas relacionados à administração geral e industrial.
Ele criou sua própria teoria que foi implementada na empresa mineradora e
metalúrgica francesa Comambault, onde trabalhou durante toda a sua vida desde
engenheiro até diretor geral, empresa esta que estava em condição econômica ruim e com
a atuação de Fayol tornou-se extremamente bem-sucedida.
Gestão da Qualidade 73
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Viver
em seu pleno
potencial, realizar
sonhos e aspirações
Realização pessoal pessoais
Aceitação, amizade
Pertencimento e amor
Esta hierarquia da pirâmide de Maslow é cada vez mais usada como referência na
educação e nos negócios, portanto, é fácil entendermos que para que haja gestão eficiente,
deve ser considerada, não é mesmo?
Gestão da Qualidade 74
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Há vários outros cientistas e especialistas que tratam do assunto e vale a pena você
ler um pouco sobre administração, usando até a bibliografia indicada nesta disciplina. O
assunto é vasto e muito interessante...
Considerando-se o fato de que uma empresa é um grande sistema, tudo que existe
nela deve estar absolutamente sincronizado, todos falando uma “mesma língua” no sentido
da obtenção dos requisitos definidos pelos clientes.
Gestão da Qualidade 75
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Sendo assim, pensando em tudo que falamos até agora, fica absolutamente fácil
imaginarmos que deve haver gestores para que tudo, como em uma orquestra, aconteça
de forma organizada, deve haver um maestro, não é mesmo?
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Gestão da Qualidade 77
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Pois é, por isto, nas empresas, está surgindo a figura do CKO (“Chief Knowledge
Officer”) que é o executivo responsável por garantir que a organização maximize o valor
alcançado mediante a utilização do conhecimento, isto inclui a correta identificação do
gestor que deve ter conhecimento específico para “gestão” ...
Há também o reconhecimento do nível de motivação (“o corpo fala” ...), onde são
observados gestos e posturas, sorriso, expressão, olhar confiante, postura tranquila, brilho
nos olhos, disposição para sugestões, receptividade a novas incumbências, franqueza ou,
para a desmotivação, cabeça apoiada, inclinação do corpo para trás, postura displicente,
etc.
Gestão da Qualidade 78
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Repito que o gestor deve pensar nas pessoas como colaboradores e não como
subordinados, identificar suas necessidades e no momento certo, saber dar apoio, ser
diretivo, ser participativo e orientar para os resultados esperados pela empresa.
Gestão da Qualidade 79
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Gestão da Qualidade 80
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