PTescola 9 ano

Teste Intermdio

GRUPO I
PARTE A L o texto. Em caso de necessidade, consulta as notas e o vocabulrio apresentados.

O GREGO QUE FALA 32 LNGUAS

Ioannis Ikonomou tradutor da Comisso Europeia, estudou em Harvard e viveu numa favela1. Comeou a estudar ingls com cinco anos e, desde ento, tem dedicado a vida s lnguas. Apaixonou-se pela Rssia e pelo idioma de Dostoievski2 e de Tolstoi3 quando frequentava o secundrio. Um encontro inesperado com uma professora alem, que lhe deu aulas particulares durante umas frias em Creta, permitiu-lhe somar o alemo ao currculo. Do russo, do rabe e do turco, apropriou-se antes de entrar para a faculdade, no incio da dcada de 1980. Hoje, aos 44 anos, fala 32 lnguas e conhece duas mos-cheias de idiomas antigos: latim, snscrito, avstico, persa, gtico, pli, eslavo eclesistico, hitita, lvio, osco e umbro. As primeiras palavras em portugus foram proferidas na Universidade de Harvard, que frequentou entre 1988 e 1992. Ocorreu-lhe aprender o idioma de Cames um pouco boleia do espanhol, confessa, mas depressa o transformou numa paixo. Um curso intensivo no Instituto de Lnguas do Rio de Janeiro iniciou-o nos vocbulos da lngua, mas algumas semanas entre os favelados revelaram-lhe o portugus do Brasil. Mantm uma estreita relao com Portugal e, sempre que pode, visita Lisboa para ouvir fado e ver os amigos. Estudar a lngua de Cames no foi complicado, porque no h lnguas fceis ou difceis, apenas diferentes das que j conhece. Aos 21 anos, rumou a Pequim e cometeu outra loucura lingustica: estudou basco (e mandarim, ao mesmo tempo) com um professor do Pas Basco e uma companheira de curso jugoslava. O basco faz hoje parte das lnguas que, infelizmente, esqueci, lamenta. Estabelecer rotinas dirias o segredo para manter e aperfeioar o domnio das lnguas. Acompanha as notcias de Portugal e de Espanha pela televiso, v talk-shows de vrios pases e consulta, na net, os principais jornais. Tento ficar sempre em contacto com os idiomas que estudei, para no os esquecer. A paixo pelo amrico, a mais recente lngua no seu currculo, nasceu de uma entrevista que deu a um jornal alemo. pergunta qual ser a prxima lngua?, Ioannis respondeu amrico, apenas por ser f da cozinha etope. Um colega leu a entrevista e ligou-me a avisar que um restaurante de Bruxelas ia dar um curso de amrico durante trs dias. Estudei o idioma dia e noite e, quando cheguei ao curso, a professora colocou-me na classe mais avanada, explica. E a prxima lngua, qual ser? A tigrnia, lngua oficial da Eritreia.
Expresso, 23 de Maio de 2009 (texto adaptado)

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VOCABULRIO E NOTAS
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favela palavra usada no portugus do Brasil para designar bairro de lata. Dostoievski escritor russo (1821-1881). 3 Tolstoi escritor russo (1828-1910).

Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientaes que te so dadas.

1. Associa cada elemento da coluna A ao nico elemento da coluna B que lhe corresponde, de acordo com o sentido do texto. Escreve as letras e os nmeros correspondentes. Utiliza cada letra e cada nmero apenas uma vez.
COLUNA A COLUNA B

(a) Idioma que Ioannis Ikonomou comeou a estudar na infncia. (b) Idioma que Ioannis Ikonomou aprendeu numa ocasio em que se encontrava de frias. (c) Um dos idiomas que Ioannis Ikonomou aprendeu, mas que esqueceu. (d) ltimo idioma aprendido por Ioannis Ikonomou. (e) Idioma que Ioannis Ikonomou pretende comear a estudar.

(1) alemo (2) amrico (3) rabe (4) basco (5) ingls (6) mandarim (7) russo (8) tigrnio

2. Selecciona a opo que corresponde nica afirmao falsa, de acordo com o sentido do texto. Escreve o nmero do item e a letra que identifica a opo escolhida. (A) O pronome lhe (linha 6) refere-se a Ioannis Ikonomou (linha 1). (B) O pronome lhe (linha 5) refere-se a uma professora alem (linha 5). (C) O pronome o (linha 12) refere-se a o idioma de Cames (linha 11). (D) O pronome os (linha 24) refere-se a os idiomas que estudei (linha 23).

3. Selecciona, para responderes a cada item (3.1. a 3.3.), a nica opo que permite obter uma afirmao adequada ao sentido do texto. Escreve o nmero do item e a letra que identifica a opo escolhida. 3.1. Para no esquecer as lnguas que aprendeu, Ioannis Ikonomou procura (A) frequentar regularmente cursos dessas mesmas lnguas. (B) visitar amigos oriundos dos pases onde esses idiomas se falam. (C) contactar com pessoas dos pases onde essas lnguas se falam. (D) criar rotinas que impliquem o contacto com esses idiomas.

3.2. Ao longo do texto, as aspas so usadas para (A) destacar palavras estrangeiras. (B) assinalar reproduo de discurso. (C) assinalar ttulos de textos e de obras. (D) destacar valores irnicos de expresses. 3.3. No texto, para introduzir o discurso directo, utilizam-se formas verbais como (A) Comeou (linha 3) e cometeu (linha 18). (B) somar (linha 6) e Estabelecer (linha 20). (C) confessa (linha 12) e lamenta (linha 20). (D) Mantm (linha 15) e Acompanha (linha 21).

PARTE B

L o texto. Em caso de necessidade, consulta o vocabulrio apresentado. 1

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Eh Joo Medroso! berrou Joo Sem Medo do alto da rvore []. Anda c acima assobiar um bocadinho de melro. Nem imaginas como isto divertido. Anda, sobe. Talvez tenhas vocao para ave Para mocho, por exemplo Para meter medo aos outros Mas o medricas nem piou. Ainda dormes ou receias iar-te at aqui, meu palerma? obstinou-se Joo Sem Medo em acicat-lo1. Pois olha: eu no quero outra vida. Decididamente, nasci para ave. E, sem se inquietar mais com o Joo Medroso, cantou de galo, cacarejou, arrulhou, grasnou, assobiou, piou, crocitou, galreou, sempre a ondular os braos na vaga esperana de que, por feitiaria, lhe rompessem penas de asa na pele. Tudo isto misturado com a alegria gulosa de engolir, de hora a hora, os manjares esquisitos (alpista e vermes sintticos) que os homens-aves lhe ofereciam entre repiupios e gargalhadas. Por fim anoiteceu. A sombra sepultou a Terra de silncio negro. Os homens dos ninhos desejaram boas-noites uns aos outros, com gorjeios doces, e recolheram ao conforto quente dos lares. E Joo Sem Medo enrolou-se no seu canto para dormir. Com o advento da noite, porm, os soluos da ventania, o piar da coruja, os rugidos longnquos das feras mgicas e o negrume tremendo acordaram de novo Joo Medroso, que, de cabelos em p, alanceou2 a sombra com a angstia de um brado de socorro: da guarda! da guarda! Que ? rabujou Joo Sem Medo, meio empardalado. Irra! Que maada! Se tens medo sobe para cima. No Desce tu An da ver Vem c abai xo De pressa Que remdio seno condescender. Bem. A vou eu. E com um pulo achou-se no cho. Uf! Que h? Vamo-nos em bora!... gaguejou Joo Medroso com as garras ferradas nos braos do pobre candidato a ave. Esta terra est embruxada. Porqu? Olha como aquela pedra mexe. Ali Joo Sem Medo seguiu com o olhar a direco indicada pelo dedo vacilante do companheiro e facilmente reconheceu que uma pedra enorme se movia com lentido de peso. Vs? tartamudeou3 o covarde de cabelos arrepiados porco-espinho. Vejo admitiu o outro Joo, muito tranquilo. E ento? No tens medo? No Primeiro, porque sou o Joo Sem Medo. Segundo, porque jurei esconder o medo de mim mesmo, para no me desprezar. Terceiro, porque uma pedra a andar no me desperta medo, mas apenas curiosidade de saber porque anda.
Jos Gomes Ferreira, As Aventuras de Joo Sem Medo: Panfleto Mgico em Forma de Romance, 19. ed., Lisboa, Dom Quixote, 1999

VOCABULRIO
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acicat-lo provoc-lo. alanceou rasgou; trespassou. 3 tartamudeou disse com voz trmula.

Responde, de forma completa e bem estruturada, aos itens que se seguem.

4. Joo Sem Medo afirma Decididamente, nasci para ave. (linha 6) e imita sons produzidos por diferentes aves. Indica trs outras manifestaes da vocao expressa por Joo Sem Medo.

5. Na sua primeira fala (linhas 1 a 3), Joo Sem Medo dirige-se a Joo Medroso em tom de provocao. Explica por que motivo essa fala pode ser considerada uma provocao.

6. Rel o excerto seguinte:

Com o advento da noite, porm, os soluos da ventania, o piar da coruja, os rugidos longnquos das feras mgicas e o negrume tremendo acordaram de novo Joo Medroso, que, de cabelos em p, alanceou a sombra com a angstia de um brado de socorro (linhas 15 a 17).
Transcreve trs expresses deste excerto que despertem sensaes auditivas.

7. O narrador manifesta uma perspectiva subjectiva em relao personagem Joo Medroso. Justifica a afirmao anterior e transcreve um exemplo que ilustre a tua resposta.

PARTE C

A propsito do texto da parte B, duas alunas enviaram os comentrios seguintes para um blogue sobre leitura.

8. Escreve um texto de opinio, com um mnimo de 70 e um mximo de 120 palavras, em que, de entre os dois comentrios, defendas aquele que te parece mais adequado ao texto da parte B. O teu texto deve incluir uma parte introdutria, uma parte de desenvolvimento e uma parte de concluso. Organiza a informao da forma que considerares mais pertinente, tratando os tpicos apresentados a seguir. ndicao do comentrio que, na tua opinio, reflecte melhor a atitude da personagem Joo Sem Medo I e justificao da tua escolha atravs da referncia a trs caractersticas psicolgicas da personagem. ndicao de uma situao, protagonizada por Joo Sem Medo, que ilustre as caractersticas referidas. I elao da ltima fala de Joo Sem Medo com o comentrio que escolheste. R preciao da atitude da personagem, referindo se esta pode, ou no, ser um exemplo a seguir, e A justificao do teu ponto de vista.

Observaes relativas ao item 8: 1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequncia delimitada por espaos em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hfen (exemplo: /di-lo-ei/). Qualquer nmero conta como uma nica palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (exemplo: /2011/). 2. Relativamente ao desvio dos limites de extenso indicados um mnimo de 70 e um mximo de 120 palavras , h que atender ao seguinte: um desvio dos limites de extenso requeridos implica uma desvalorizao parcial (um ponto); um texto com extenso inferior a 23 palavras classificado com 0 (zero) pontos.

GRUPO II
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientaes que te so dadas. 1. Completa cada uma das frases seguintes com a forma do verbo apresentado entre parnteses, no tempo e no modo indicados. Escreve a letra que identifica cada espao, seguida da forma verbal correcta. Presente do indicativo a) Nas aulas de lngua estrangeira, os alunos __________ (intervir) frequentemente para praticar a expresso oral. Futuro simples do conjuntivo b) Quando ns __________ (fazer) a traduo do livro, este ser lido por todos os alunos. Pretrito imperfeito do conjuntivo c) Se __________ (haver) mais escolas de portugus no estrangeiro, seria mais fcil divulgar a nossa lngua. Pretrito perfeito simples do indicativo d) Joo, onde que tu __________ (pr) os meus dicionrios? 2. Indica a classe e a subclasse de palavras a que pertence mal na frase que se segue. O meu amigo, mal saiu do comboio, disse-me que queria aprender portugus. 3. Selecciona, para responderes a cada item (3.1. e 3.2.), a nica opo que permite obter uma afirmao correcta. Escreve o nmero do item e a letra que identifica a opo escolhida. 3.1. A frase complexa que contm uma orao subordinada causal (A) Comprei vrios romances policiais para ler nas frias. (B) Sempre que tenho oportunidade, consulto jornais na internet. (C) Como li toda a sua obra, conheo bem este escritor. (D) O professor garantiu que valia a pena adquirir esse livro. 3.2. A frase complexa que contm uma orao subordinada condicional (A) Empresta-me esse livro, que tenho muita vontade de o ler. (B) Caso eu v Feira do Livro, compro-te um atlas lingustico. (C) A fim de conhecer melhor este autor, estou a ler uma antologia sua. (D) Surpreendeu-me que esse escritor no tenha recebido um prmio. 4. L a frase seguinte. Vrios dicionrios bilingues foram catalogados pela bibliotecria. Reescreve a frase na forma activa, respeitando, na frase que escreveres, o tempo e o modo verbais.

GRUPO III
Cria uma narrativa cheia de imaginao que possa transportar os leitores para situaes improvveis. Escreve um texto narrativo, com um mnimo de 180 e um mximo de 240 palavras, em que contes um episdio imaginado, vivido por personagens invulgares. Na tua narrativa, deves incluir, pelo menos, um momento de descrio de espao e um momento de descrio de personagem.

Terminaste o teste!