O Contexto Educacional em Angola
O Contexto Educacional em Angola
O Contexto Educacional em Angola
I - INTRODUÇÃO.......................................................................................................1
1.1 Objectivos........................................................................................................1
1.4 Metodologia.....................................................................................................2
II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................3
IV – SUGESTÕES E CONCLUSÃO.......................................................................19
4.3 Conclusão......................................................................................................21
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................22
I - INTRODUÇÃO
O tema que aqui apresentamos, versa sobre o contexto educacional em Angola. Ao
abordarmos a problemática da educação em Angola, quer partindo duma perspectiva
histórica quer analisando-a duma perspectiva sociológica, sentimo-nos quase
“obrigados” a determo-nos no período colonial por ser o marco de referência no
surgimento do ensino em Angola, assim como em muitos outros países do continente
africano, durante a presença colonial europeia, uma vez que, a educação desenvolvida
pelos africanos antes da presença colonial, em várias regiões de África, baseava-se num
quadro não formal.
Grande parte desta educação era adquirida pelos pais através do exemplo e do
comportamento dos membros mais velhos da sociedade. Em circunstâncias normais ela
emerge naturalmente, eleva-se do ambiente social.
No quadro desta observação, facilmente se constata que a educação não formal foi
utilizada durante muitos anos na África pré-colonial como um sistema de ensino ligado
ao modo de vida das populações para a sua sobrevivência. Retomando a educação como
nosso campo de análise, gostaríamos de afirmar que o trabalho que aqui apresentamos,
abordará de uma maneira resumida a educação nos períodos antes, durante e depois da
independência bem como abordaremos a educação nos nossos dias.
1.1 Objectivos
O sistema de educação é integral, pela correspondência entre os objectivos da formação
e os do desenvolvimento do País e que se materializam através da unidade dos
objectivos, conteúdos e métodos de formação, garantindo a articulação horizontal e
vertical permanente dos subsistemas, níveis e modalidades de ensino.
Objectivos específicos
1.4 Metodologia
Para desenvolver os argumentos deste artigo, o texto se apoia nos pensamentos de
muitos autores, por intermédio de documentos como livros, pesquisas em Google
acadêmico, artigos publicados em revistas acadêmicas e contou também com a
observação social da comunidade rural e com alguns relatos dos professores e das
famílias.
II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Alguns dados apontam que o ensino missionário não era praticado apenas pelas Missões
Católicas, pois com o passar do tempo instalaram-se também no território angolano,
algumas Missões Protestantes que contribuíram para o ensino das primeiras letras às
populações autóctones.
Até os primeiros anos do século XIX, a educação laica em Angola era ainda muito
limitada e não estava por isso ao alcance de todos, só uma minoria de europeus
abastados e da burguesia africana radicada principalmente em Luanda, podia frequentar
algumas instruções de carácter privado que existiam no território, principalmente nos
aglomerados de população colonial.
O “liceal” só teve início nos primórdios do século XX, mais concretamente a partir de
Fevereiro de 1919, quando foi fundado o primeiro Liceu de Luanda e da província, o
Salvador Correia» (SANTOS, 1970: 185). Assim desde a assinatura do decreto de José
Falcão em 1845 até o surgimento do 1º liceu passaram-se 74 anos para que surgisse em
toda a província de Angola uma escola secundária oficial, o que, por si só, demostra o
atraso no desenvolvimento do campo educativo em Angola e as dificuldades de muitos
em prosseguirem os seus estudos secundários.
Em 1926 – 1933 Portugal implementa uma nova política com relação as colónias
ultramarinas e publica o Acto Colonial onde se reforçava o sentimento de um novo
regime ditatorial:
Aqui se pode confirmar a exclusividade da escola par apenas os filhos dos colonos e de
uma minoria africana identificada como assimilada. Um assimilado era um negro que
vivia segundo a cultura portuguesa e beneficiava de alguns direitos da sociedade
colonial.
De uma maneira geral podemos afirmar que o ensino colonial não era um ensino virado
para as populações angolanas, para a sua cultura e para a promoção dos seus valores, era
sim um instrumento ideológico do sistema colonial que tinha como objectivo inculcar
valores morais, éticos, políticos e religiosos acerca da realidade portuguesa, incluindo
ideias de servilismo na consciência do angolano, enquanto a escola era uma forte
instituição de expansão da língua portuguesa em detrimento das línguas angolanas. É de
salientar que nas colónias os programas e conteúdos de ensino diziam respeito a
realidade portuguesa. Estudava-se a flora e fauna, a história, a geografia de Portugal,
criando-se um vazio cultural acerca de conhecimentos da realidade da própria colónia.
Estes conflitos não beneficiaram em momento algum o processo do ensino no país, pois
que, passou-se a partir deste momento a direccionar todas as atenções na implantação da
paz bem como na estabilização do país.
A campanha teve uma grande aderência por parte da população, quer no campo quer nas
fábricas, nos quarteis e, em muitos casos, as aulas decorriam debaixo das árvores.
Esta campanha visava colmatar algumas carências a nível da mão-de-obra qualificada e
iniciar uma forma de educação popular, baseada na experiência dos grandes
movimentos de educação popular (…) da América Latina ao mesmo tempo que tentava
fazer frente a situação económica do momento.
Recorde-se que ao olhar das autoridades angolanas, a alfabetização era uma aposta de
todo o povo, por isso, aqueles que sabiam ler e escrever eram recrutados para
alfabetizadores que tinham a missão de ensinar os que não sabiam.
Anos mais tarde, num balanço sobre esta actividade, o Ministério da Educação referia
que, «ao fim dos primeiros dez anos de Batalha de Alfabetização, foram alfabetizados
1.048.000 cidadãos numa média calculada em 100.000 por ano» (VIEIRA, 2007: 93).
Mas este período, embora sendo áureo, rapidamente foi acompanhado de constantes
debilidades, uma vez que as dificuldades de ordem económica e o agudizar da guerra
em quase todo o país, contribuíram para o decréscimo da campanha em muitas regiões.
Durante anos, uma alta prioridade foi dada a uma ampla campanha de alfabetização de
adultos que utilizou a técnica didáctica, mas não a metodologia de base do educador
brasileiro Paulo Freire. Para além da transmissão de conhecimentos instrumentais
básicos, a campanha teve por objectivo a promoção sistemática de uma identidade
social abrangente (“nacional”) e uma mentalização política destinada a obter a aceitação
do regime estabelecido. Não são conhecidas estatísticas fiáveis quanto a esta campanha,
mas pode ser dado como certo que ela atingiu centenas de milhares de pessoas.
Na continuação deste ensino básico, foi estabelecido um ensino médio de quatro anos
(9ª a 12ª classes). Boa parte das respectivas escolas tinham como objectivo uma
formação técnico-profissional nos mais diversos ramos, inclusive no da formação de
professores. A conclusão da 12ª classe dava acesso ao ensino superior. Criaram-se
também a nível médio escolas de ensino pré-universitário (PUNIVs), especialmente
desenhadas para, em menos tempo, levar ao acesso a estudos superiores em letras e
ciências naturais.
Para o estudo superior existia apenas a Universidade de Angola. Esta era a sucessora da
Universidade de Luanda e passou em 1979 a chamar-se Universidade Agostinho Neto.
Embora ela compreendesse várias faculdades, situadas em Luanda e no Cuando
Cubango, esta universidade não tinha condições para corresponder à procura gerada
pela expansão do ensino, antes e depois da independência – tanto menos como o seu
corpo docente ficou drasticamente reduzido com a saída dos professores luso-
angolanos, só parcialmente substituídos por “cooperantes” cubanos, alemães (da RDA)
e Russos. Por esta razão, o MPLA estabeleceu um sistema de bolsas que permitiu, no
decorrer dos anos, a vários milhares de alunos de realizar estudos universitários em
diferentes “países socialistas” – principalmente em Cuba, mas também na União
Soviética, na República Democrática Alemã e na Polónia.
III – ENQUADRAMENTO DO NOVO SISTEMA EDUCACIONAL
Quanto a questão da exploração escolar que atrás já nos referimos, verificamos que o
número de crianças que frequenta a escola nos primeiros anos de independência é
bastante significativo e em muitas zonas do país improvisavam-se escolas, muitas em
armazéns abandonados, igrejas, sobre as árvores etc. Segundo referências do Ministério
da Educação, em termos quantitativos, o sistema educativo da época colonial absorvia,
em 1973, 608.607 alunos em todos os níveis e subsistemas de ensino e possuía 17.978
docentes» (MED, 1997: 2). Comparando com o período de 1976/77, segundo
referencias deste ministério, os alunos inscritos eram 1.032.854 em todos os níveis do
ensino básico, superando significativamente o período colonial.
Este facto encontrava-se ainda patente nos manuais usados nas escolas, até a década de
1970, o que dificultou a reorganização do sistema educacional uma vez que esta exigia
ruptura em termo de hábitos, costume e pensamento (libertar a mente. Ora, os
professores de que Angola dispunha para a sua educação eram frutos da Educação
Colonial.
Em vista destas situações, em 1977se cria e aprova o Plano Nacional de Acção para a
Educação de Todos, que visava fundamentalmente ampliar a oportunidade de acesso a
educação fundamental sobretudo aos primeiros quatro anos de ensino qua incluía a 1ª,
2ª, 3ª e 4ª classe.
Para além da ordem normal de que estava estruturado o sistema de ensino, havia,
paralelo a este, o ensino de adultos, voltado basicamente para a alfabetização e ensino
geral básico. Mediante o desenvolvimento, os adultos poderiam chegar à formação
profissional técnica.
Segundo Szpeleta & Rockwell (1986), dizem que a instituição escolar seria resultado de
um confronto de interesses: de um lado, uma organização oficial do sistema escolar, que
“define conteúdos da tarefa central, atribui funções, organiza, separa e hierarquiza o
espaço, a fim de diferenciar trabalhos, definindo idealmente, as relações sociais” essas
politicas publicas do sistema escolar nas comunidades rurais devem criar uma inter-
relação própria, fazendo da escola um processo permanente de construção social, isso
porque “cada escola interagem diversos processos sociais: a reprodução das relações
sociais, a criação e transformação de conhecimentos, conservação ou destruição da
memória coletiva, o controle e a apropriação da instituição, a resistência e a luta contra
o poder estabelecido. (SZPELETA & ROCHWELL, 1986), analisado por (DAYRELL,
1994), aqui trata-se de uma relação em contínua construção de conflitos e negociações
em função de circunstâncias determinadas. Neste caso a escola deve servir como a
reprodução do velho e a possibilidade da construção do novo dentro da comunidade sem
nenhum dos lados considerar uma vitória completa e definitiva, como diz Dayrell ao
mesmo tempo que o papel ativo do sujeito, na vida social escolar.
Nas zonas rurais no Cuando Cubango– Angola (África) verificamos que a escola não
consegue transmitir, nem transformar a comunidade rural e muitas das vezes é vista
como uma deturpadora de princípios tradicionais, e sem algum proveito (imediato) para
essas populações. Por essas razões e outras não citadas neste artigo é que nos fazem
pensar que o sistema educativo vigorado em Angola carece de uma democratização e
autonomia pedagógica, aonde o ensino é voltado as caraterísticas socioculturais de cada
região angolana como fazem alguns países da América Latina, quanto ao ensino nas
zonas indígenas, eles sedem maior autonomia as coordenações pedagógicas e aos
professores pois reconhecem que são esses que conhecem as fraquezas e os potenciais
das crianças e sabem como maneja-las de forma a superar essas fraquezas e tirar
proveito das potencialidades que muitas dessas crianças possuem. MORIN (2003, p. 93)
diz que “a educação deve contribuir para a auto formação da pessoa (ensinar a assumir a
condição humana, ensinar a viver) e ensinar como se tornar cidadão”.
Ainda Morin (2003) retrata que os professores devem reconhecer-se na humanidade
comum e ao mesmo tempo reconhecer a diversidade cultural inerente a tudo que é
humano.
Não quer dizer que descartamos essa teoria crítica da sociedade que Habermas fala, ela
é benéfica quando a sociedade em meio rural não possui tabo sobre a escola, há
necessidade de reforçar a comunicação entre o sistema escolar e a comunidade rural,
reforçando a comunicação linguística e outras. Os atores comunicativos como os
professores, devem demostrar a “excelência”, da vida no campo, explicando as famílias
dos benefícios em se formar e da importância da escola, mas para passar essa mensagem
a comunicação precisa ser clara que facilita a interpretações dos conteúdos, sejam elas
cultural ou acadêmica exercida simultaneamente entre a escola e a comunidade rural em
um mundo objeto, em seu mundo social comum e o seu próprio mundo subjetivo
(HABERMAS, 1994), descrito por (PINTO, 1994). Isso porque a mensagem linguística
é a mais influente mais atenção, Habermas fala aqui da interpretação, uma comunicação
mal interpretada é como se fosse uma arma nas mãos de um soldado pronto a disparar,
pois envés de ela transformar a comunidade ela pode até mesmo destruir – la pelas suas
próprias mãos.
Aqui Habermas nos da uma luz, como a comunicação fluir no seio da comunidade, pois
ela observar certas diferenciações entre os mundos objetivo, social e subjetivos para que
haja interpretações variáveis mais próximas com as relações á realidade social e natural,
e que as crenças e valores variam em relação ao mundo objetivo e social. (PINTO,
1994).
IV – SUGESTÕES E CONCLUSÃO
4.3 Conclusão
Após das pesquisas feitas o grupo chegou na seguinte ilação, a educação nem sempre
foi distribuída de modo equitativo em todos os momentos da construção da história de
Angola. Durante vários séculos que caracterizou a colonização de Angola, a educação
esteve à responsabilidade das Igrejas Cristãs, e que as poucas instituições de ensino
estatal que vieram a existir, em pouco ou nada beneficiaram os nativos angolanos.
Até os primeiros anos do século XIX, a educação laica em Angola era ainda muito
limitada e não estava por isso ao alcance de todos, só uma minoria de europeus
abastados e da burguesia africana radicada principalmente em Luanda, podia frequentar
algumas instruções de carácter privado que existiam no território, principalmente nos
aglomerados de população colonial.
Vale aqui concluir que a luta de libertação nacional levada a cabo pelos nacionalistas
angolanos militantes dos movimentos de libertação nacional (MPLA, FENLA e
UNITA), abriu também aquilo que podemos considerar o caminho para a
nacionalização do Ensino e Educação em Angola. Com a independência, se tornou
preocupação do governo em expandir a educação por todo o país, tornado assim, aquilo
que antes foi inacessível, acessível a todos sem excepção.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS
NGULUVE, Alberto Kapitango. Educação Angolana: Políticas de Reformas do
Sistema Educacional. S. Paulo 1ª Ed. Biscalchin Editora, 2010.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_em_Angola
https://balgidoquiage.wordpress.com/2014/09/17/educacao-em-angola-antes-
durante-e-depois-da-independencia/