Educação em Angola
Educação em Angola
Educação em Angola
POLO-CAXITO
CURSO DE PSICOLOGIA
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
DANDE- NOVEMBRO/2021
INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA – ISTA – POLO CAXITO
CURSO DE PSICOLOGIA
GRUPO Nº 01
3º ANO
PERÍODO: TARDE
DANDE - NOVEMBRO/2021
LISTA NOMINAL
1- INTRODUÇÃO......................................................................................................................1
2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................................2
3- CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................9
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................10
1- INTRODUÇÃO
O ensino escolar teve início em Angola nos séculos XVI e XVII, portanto muito antes
do actual território constituir uma unidade. No decorrer da sua presença no Reino do Kongo,
os padres católicos presentes na corte de M’Banza Kongo empenharam-se em divulgar não
apenas o cristianismo, mas também a língua portuguesa e a correspondente escrita, bem como
rudimentos de matemática.
Grande parte desta educação era adquirida pelos pais através do exemplo e do
comportamento dos membros mais velhos da sociedade. Em circunstâncias normais ela
emerge naturalmente, eleva-se do ambiente social. No quadro desta observação, facilmente se
constata que a educação não formal foi utilizada durante muitos anos na África pré-colonial
como um sistema de ensino ligado ao modo de vida das populações para a sua sobrevivência.
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2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A educação sempre teve carácter classista pois tinha que corresponder aos interesses
da classe dominante em qualquer etapa de luta. Se nos primórdios da era colonial a educação
dos indígenas teve como objectivo conquistar a simpatia dos reis do Congo, Ndongo e de
Benguela no séc. XIX terá como meta jamais oficialmente confessada, formar auxiliares de
novos sistemas económicos a implantar, que abrira caminhos a estreita dependência das
metrópoles europeias.
O início da luta armada contra o domínio colonial português foi acompanhado por um
esforço acrescido de investimento em Angola nos mais diversos domínios, incluindo na esfera
da educação. Este projecto conservava, no entanto, «a imagem ambígua dos efeitos que uma
educação para as massas poderia desencadear, sendo visível que a crença na escolarização
como meio privilegiado de modernização não exclui as frequentes alusões aos “efeitos
perversos” da educação, efeitos capazes de gerar o crescente número de “desenraizados”
adeptos de soluções pró-independência» (PINTO 1996: 109-110).
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costas dos pais para financiamento dos materiais didáticos. Tudo é comercializado e a
educação angolana tem o seu preço.
Percebe-se que, como se verá mais adiante, a educação angolana tem sido colocada na
responsabilidade do sujeito e ele precisa estar pronto para gerir os riscos inerentes a tais
atividades. No Nascimento da Biopolítica, Foucault (2008) argumenta que não existe
neoliberalismo sem a relação de perigo. Os discursos neoliberais impõem aos sujeitos todos
os custos e responsabilidades como empreendedores de si e como protagonistas do seu
destino. Esses sujeitos precisam aprender a gerenciar os riscos da educação, saúde, mercado e
outros meios de subsistência.
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Considerando a alfabetização uma tarefa prioritária, as autoridades angolanas criaram
a Comissão Nacional de Alfabetização, em 1976, sob a tutela do Ministério da Educação, mas
dependendo funcionalmente das estruturas do MPLA, que levou a cabo uma Campanha
Nacional de Alfabetização por forma a diminuir o número de analfabetos. A campanha teve
uma grande aderência por parte da população, quer no campo quer nas fábricas, nos quarteis
e, em muitos casos, as aulas decorriam debaixo das árvores.
Recorde-se que ao olhar das autoridades angolanas, a alfabetização era uma aposta de
todo o povo, por isso, aqueles que sabiam ler e escrever eram recrutados para alfabetizadores
que tinham a missão de ensinar os que não sabiam.
Anos mais tarde, num balanço sobre esta actividade, o Ministério da Educação referia
que, (ao fim dos primeiros dez anos de Batalha de Alfabetização, foram alfabetizados
1.048.000 cidadãos numa média calculada em 100.000 por ano) (VIEIRA, 2007, p. 93). Mas
este período, embora sendo áureo, rapidamente foi acompanhado de constantes debilidades,
uma vez que as dificuldades de ordem económica e o agudizar da guerra em quase todo o
país, contribuíram para o decréscimo da campanha em muitas regiões.
De acordo com esta estruturação, o sistema de ensino contava com a seguinte componente:
Espírito democrático;
Unicidade (Orientação, estruturas, planos e programas);
Gratuidade do ensino e obrigatoriedade do ensino de base;
Laicidade da educação e da instrução;
Fundamento e planeamento da instrução, a partir dos valores científicos, técnicos,
tecnológicos e culturais, nacionais e gerais;
Integração e coerência da educação e instrução com as necessidades da sociedade
e do desenvolvimento integral universal da personalidade;
Participação cada vez maior do povo no domínio da educação e instrução.
2.3.1- Como o comportamento do professor pode influenciar nas atitudes dos alunos
1
Princípios para a Reformulação do Sistema de Educação e Ensino na RPA (1977), Luanda, MED, pp.
5-6.
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Uma relação extremamente importante para qualquer estudante, independentemente da
sua idade ou do seu grau de formação, é aquela que se estabelece com o educador. Quando os
professores e os alunos mantêm um bom relacionamento em sala de aula, o aprendizado se
torna mais eficiente e passa a existir um maior engajamento de ambas as partes.
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3- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Depois de uma breve incursão sobre a educação em Angola antes e durante o período
colonial, podemos concluir que a educação nem sempre foi distribuída de modo equitativo em
todos os momentos da construção da história de Angola. Durante vários séculos que
caracterizou a colonização de Angola, a educação esteve à responsabilidade das Igrejas
Cristãs, e que as poucas instituições de ensino estatal que vieram a existir, em pouco ou nada
beneficiaram os nativos angolanos.
Vale aqui concluir que a luta de libertação nacional levada a cabo pelos nacionalistas
angolanos militantes dos movimentos de libertação nacional (MPLA, FENLA e UNITA),
abriu também aquilo que podemos considerar o caminho para a nacionalização do Ensino e
Educação em Angola.
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BIBLIOGRAFIA
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