Introdução
Introdução
Introdução
A palavra educação é por vezes empregue num sentido muito amplo, para designar o
conjunto de influências que a natureza ou os outros homens podem exercer, quer sobre a
nossa inteligência, quer sobre a nossa vontade. Uma das principais fontes de Educação é a
Escola, aquilo a que nós chamamos educação formal, embora todos nós, enquanto seres
sociais e socializáveis, possamos adquirir conhecimentos de uma forma não - formal e
informal. A sociedade actual apresenta cada vez mais necessidade de pessoas com
conhecimentos de elevado índice de elaboração formal, resultando na melhoria do
desenvolvimento das capacidades profissionais, acesso a oportunidades económicas,
culturais e exercício de cidadania por parte dos indivíduos e ainda na modernização e no
desenvolvimento que gera a melhoria da qualidade de vida dos países, Costa (2014, p. 34).
O abandono escolar é um problema que os sistemas educacionais têm enfrentado,
colocando em questionamento a qualidade da escola e do próprio sistema em si. A situação
do abandono tende a agravar-se mais em níveis de escolaridade pós-obrigatória como é o
caso do Ensino Primário.
1
abandono escolar para o melhoramento do processo de ensino aprendizagem dos alunos
por um lado e por outro lado despertar a sociedade para as consequências dessa acção.
Pretende-se, estimular um ambiente necessário e saudável para propiciar a aprendizagem
significativa de maneira criativa e constantes, no sentido da melhoria do aproveitamento
escolar dos alunos.
Além disso, requer-se também uma atenção particular a determinados valores, princípios e
processos. A educação, se quiser ser um espaço de aprendizagens significativas, não pode
desconsiderá-los. O estudo torna-se relevante partindo do princípio de que o abandono
escolar traz grandes constrangimentos para os próprios que abandonam, desperdício de
verbas alocadas para os estudantes que abandonaram, constrangimentos que o fenómeno
pode causar na gestão académica, até mesmo as consequências futuras para o país, no que
respeita o aumento de qualificações e face a sociedade do conhecimento e da
competitividade global.
Problema de Investigação
Existem dificuldades por parte dos alunos cujos pais não sabem prestar apoios, que têm
maior tendência para repetirem ou abandonarem o ano lectivo, Iturra (1990). Compreender
as principais razões que levaram os alunos abandonar a instituição de ensino poderá
contribuir para uma reflexão sobre as possíveis medidas de melhoria para controlar o
problema nas escolas em Menongue. De igual modo, entender as dificuldades e também os
apoios ou motivações encontrados por estes alunos pode permite perspectivar melhorias e
desenvolvimentos que possam contribuir para o prestígio da própria Instituição de ensino.
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Objectivos
Objectivo Geral
Analisar as causas e consequências do abandono escolar dos alunos da 1ª Classe do
Complexo Escolar n.º 25-CCM2 “Nossa Senhora do Perpétuo Socorro” em
Menongue.
Objectivos específicos
Identificar e discutir as causas e consequências do abandono escolar dos
alunos da 1ª Classe do Complexo Escolar n.º 25-CCM2 “Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro” em Menongue;
Traçar perfis do estudante desistente dos alunos da 1ª Classe do Complexo Escolar
n.º 25-CCM2 “Nossa Senhora do Perpétuo Socorro” em Menongue;
Descrever à luz da literatura os factores que os estudantes apontem como
causadores do abandono;
Perguntas de Investigação
1. Quais são as causas do abandono escolar nos alunos da 1ª Classe do Complexo
Escolar n.º 25-CCM2 “Nossa Senhora do Perpétuo Socorro” em Menongue?
2. Que consequências o abandono escolar acarreta nos alunos da 1ª Classe do
Complexo Escolar n.º 25-CCM2 “Nossa Senhora do Perpétuo Socorro” em
Menongue?
3. Que medidas a escola pode tomar para minimizar ou acabar com oabandono
escolar nos alunos da 1ª Classe do Complexo Escolar n.º 25-CCM2 “Nossa
Senhora do Perpétuo Socorro” em Menongue?
Objecto de Investigação
A investigação tem como enfoque as causas e consequências do abandono escolar dos
alunos da 1ª Classe, do Complexo Escolar n.º 25-CCM2 “Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro” em Menongue.
Campo de Acção
O presente trabalho, circunscreve-se no âmbito da Psicologia Escolar e problemas de
Aprendizagem, especificamente no abandono escolar dos alunos da 1ª Classe Complexo
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Escolar n.º 25-CCM2 “Nossa Senhora do Perpétuo Socorro” em Menongue.
Importância Prática: espera-se com este trabalho contribuir com um acervo bibliográfico
para a escola em estudo, e que sirva de fundamento teórico para os professores e alunos,
ajudando-os a encontrar procedimentos psicológicos na relação entre alunos e professores
para o desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem.
A estrutura do trabalho conta com uma introdução e com três capítulos. No primeiro,
apresentou-se a fundamentação teórica do assunto abordado, já no segundo capitulo, que é
o foco da pesquisa, destaca-se a fundamentação metodológica, no terceiro capítulo que é
Análise e Interpretação dos Resultados através dos dados colhidos mediante aplicação do
inquérito por questionário aos alunos da 1ª Classe da Escola em referência. No final, fez-se
a apresentação das conclusões gerais e as sugestões.
4
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
5
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Diz respeito ao motivo, razão ou origem que uma situação pode produzir (Dicionário de
Língua Portuguesa, s.d).
Também pode-se definir o abandono escolar, como a saída prematura do aluno do sistema
de ensino obrigatório, sem que o tenha completado ou atingido a idade legal para o fazer,
por razões que não sejam a transferência de escola oumorte (Barbosa, 2002 p. 47).
De acordo com o Ministério da Educação (2016) todos os anos saem do sistema educativo
cerca de 15 a 17 mil alunos sem completarem o ensino básico. O resultado acumulado
desta situação, ano após do ano lectivo, traduz - se na existência de 200 mil jovens com
menos de 24 anos sem a escolaridade obrigatória.
Em 2001, foram entre 15 e 17 mil o número de abandonos com o básico incompleto. São
jovens entre os 18 a 24 anos que ficaram fora da escola, semo ensino básico.
1.1.3. Consequências
É uma manifestação de desagrado ou agrado de uma determinada situação (oliveira, 1993,
p. 57).
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1.2. Breve Caracterização do Processo de Ensino – Aprendizagem em Angola
Educação escolar em Angola no período colonial passou por cinco fases que são: educação
jesuítica (1575-1759); educação pombalina (1759-1792); educação joanina (1792-1845);
educação fase Falcão e Rebelo da Silva (1845- 1926) e educação salazarista (1926-1961).
Os africanos considerados povos rudes sem alma, foram submetidos a um longo período de
doutrinamento católico, que foi de 1575 a 1975. Essa triste jornada só terminou em 1975,
data em que entrou em vigor a primeira Lei Constitucional da história angolana. Através
dela o governo de Angola declarou a completa separação entre Estado e Igreja Católica, no
que concerne ao aspecto educacional dos angolanos e às gerações vindouras, sendo da
inteira responsabilidade e exclusiva competência do Estado, e, simultaneamente foi
proclamado a teoria do marxismo-leninismo sendo o condutor da teoria educacional das
massas populares.
O primeiro Sistema Educativo foi implementado dois anos após a Independência, assente
nos princípios gerais: (I) Igualdade de oportunidades no acesso e continuação dos
estudos, (II) Gratuidade do ensino em todos os níveis e (III) Aperfeiçoamento constante do
pessoal docente. Paralelamente, ao Sistema Educativo, organizou-se em três subsistemas: o
ensino de base (regular e adultos), ensino técnico-profissional e ensino superior (Conselho
de Ministros, 2001)
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O ensino foi caracterizado por três problemas: o limitado acesso às oportunidades
educativas, a baixa qualidade e finalmente os elevados custosda expansão do acesso e da
melhoria da qualidade (MED, 2003).
Logo, não foi possível manter esses indicadores, devido à continuação da guerra no país,
apesar da conquista da independência, e às suas consequências nocivas que se sentiram,
principalmente, nas zonas rurais e com efeitos profundamente negativos reflectidos nas
infra-estruturas escolares, que culminaram na destruição de inúmeras escolas. Verificou-se,
assim, um enorme desfasamento entre os objectivos propostos e os recursos e meios
mobilizados para a sua implementação. Detectadas as suas debilidades e necessidades, o
diagnóstico determinou a necessidade de uma nova Reforma Educativa (Cassova, 2016, P.
9).
A reforma foi bem-vinda pois o tempo reclamava por uma nova realidade; havia uma
necessidade de reajustes das Instituições escolares a novas situações, como resposta à
demanda social, que emergiu da evolução da sociedade angolana, das necessidades
humanas e do desenvolvimento técnico-científico da sociedade em que se vive. Se Sistema
Educativo anterior considerava três princípios gerais e este, por sua vez, incorpora a 9 tais
como: Integridade, a Laicidade, a Democraticidade, a Gratuidade, e a Obrigatoriedade do
ensino, de acordo a Lei de Bases do Sistema Educativo, LBSE (2001). A
operacionalização de tais propósitos implica, entre outros aspectos: a reformulação dos
8
planos curriculares inadequados; a melhoria de condições necessárias ao Processo de
Ensino/Aprendizagem (PEA); a garantia da igualdade de oportunidades a todos os
cidadãos, mediante um ensino de qualidade e gratuito; a produção de legislação específica
sobre educação e de outros mecanismos (Meneses, 2010).
Esta teoria faz menção a respeito da aprendizagem social, a partir da qual as pessoas
aprendem a observar e imitar os outros, concebe o ser humano como um agente capaz de
exercer controlo sobre os seus pensamentos, emoções, bem como sobre o seu ambiente
onde é suposto que as pessoas sejam sujeitos plenamente autónomos, libertos de qualquer
influência do meio, devendo estar em constante interacção com o ambiente, sendo o
comportamento humano parcialmente auto determinado e parcialmente dependente das
influências do meio, e contribuem no que toca o assunto em causa com a abordagem
Banduriana onde os indivíduos como seres auto - organizados, pró-activos, auto-reflexivos
e auto-reguladores, são consequências resultantes do entrelaçamento dos aspectos
pessoais, comportamentais e ambientais.
Com tudo está teoria os alunos são sujeitos plenamente independentes são motivados por
três necessidades e essas são desenvolvidas pelos alunos a partir da motivação e com o
meio em eles estão inseridos. Visto que essas necessidades estão associadas para
9
aprenderem tudo que tem a ver com a matemática dentro da sala de aulas depende da
motivação que eles apresentam no seu dia- à- dia (Azzi e Polydoro, 2008).
Para Moreira (2003) Vygotsky foi o primeiro psicólogo moderno que sugeriu os
mecanismos pelos quais a cultura se torna parte da natureza de cada pessoa ao insistir que
as funções psicológicas são produtos da actividade cerebral. Explicou também que as
transformações dos processos psicológicos elementares em processos complexos dentro da
história do indivíduo e da sociedade, ele ainda enfatiza que o processo histórico - social e o
papel da linguagem no desenvolvimento do indivíduo.
A sua questão central, a aquisição de conhecimentos pela interacção do sujeito com o meio,
o sujeito é interactivo, pelo facto de adquirir conhecimento a partir das relações intra e
interpessoais e de troca com o meio a partir de um processo denominado mediação
(Davídov, 1988, p. 2).
Neste modelo, o adolescente é reconhecido como ser pensante, capaz de vincular a sua
acção à representação do mundo que constitui a sua cultura, sendo a escola um espaço
onde este processo é vivenciado de forma organizada, onde o processo de ensino -
aprendizagem envolve directamente a interacção de sujeitos.
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Para Moreira (2003), Vygotsky fala da Zona de Desenvolvimento Proximal(ZDP), sendo a
distância entre o nível de desenvolvimento real da criança determinado pela sua capacidade
de resolver problemas de forma independente e o seu nível de desenvolvimento proximal
demarcado pela capacidade de solucionar problemas com ajuda de um parceiro mais
experiente. São as aprendizagens que ocorrem na Zona de Desenvolvimento Proximal que
fazem com que o adolescente se desenvolva ainda mais, conseguindo superar-se.
Vigotsky atribui à linguagem uma importância bastante relevante, uma vez que esta é a
mais expressão humana mais utilizada na sociedade. O conhecimento é construído ao
longo da história social e cultural da humanidade, e sendo assim, o indivíduo é integrante
activo dessa história.
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1.3.3. Teoria do Contracto Didáctico
De acordo com Gálvez (1996) estas relações são estabelecidas através de uma
negociação implícita entre professor e alunos. Este contrato define as regras de
funcionamento da relação dentro da situação didáctica, tais como,por exemplo, o direito
de falar e de ouvir cada uma das partes, a forma como os alunos se relacionam uns com
os outros na sala de aula, a forma como se relacionam com o professor, a distribuição de
responsabilidades, a determinação de prazos, a proibição ou permissão de utilizar
determinados recursos. A relação professor - aluno depende de regras pré-estabelecidas
que permitem estabelecer uma interacção saudável na relação didáctica - conhecimento.
Mesmo assim, a sua aquisição é a principal motivação do contrato didáctico que, em cada
nova fase do conhecimento, é renovado e renegociado. Contudo, na maioria das vezes, esta
negociação é implícita e passa despercebida pelas partes envolvidas.
De acordo com Johnson (1981) há alguns anos atrás, em Angola, as relações professor -
aluno na sala de aula eram consideradas um factor indesejável e desconfortável, com
prováveis influências negativas no desempenho escolar, pelo que deveriam ser evitadas ou
mesmo eliminadas. Por esta razão, há cerca de duas décadas, o tipo de interacção que era
valorizado era apenas a interacção adulto - criança, na qual o adulto - como possuidor de
conhecimentos - transmitia-a à criança, e a criança - que era considerada incapaz de
construir os seus conhecimentos - assimilou-a.
Hoje em dia, com o desenvolvimento dos estudos em educação e psicologia, há muita
discussão a favor da importância da construção do conhecimento pelo estudante adulto e da
importância da troca de significados entre eles, ou seja, da interacção estudante - aluno; da
influência educativa que um colega pode exercer sobre outro no Ensino Primário.
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Infelizmente, no entanto, sabe-se que a prática do trabalho em grupo e a valorização da
interacção estudante -aluno, numa grande parte das salas de aula das nossas escolas de
ensino geral, continua a ser uma utopia. A liberdade de falar e trocar conhecimentos e
experiências não é muito comum nas nossas escolas, porque o tradicional contrato
didáctico estabelecido costuma dizer que não se deve falar com o colega para não perturbar
"o bom funcionamento" da sala de aula.
13
dos jovens no mercado de trabalho era imediata, actualmente confrontamo-nos com um
processo e transição, cadavez mais prolongada e complexo (Cabrita, 2016).
As elevadas taxas de Abandono Escolar, que se verificam em Cabinda para além das
consequências imediatas, têm consequências que só serão visíveisno futuro. O Abandono
Escolar prejudica a produtividade de um país e representa, sobretudo, um desperdício,
lamentável, de vidas jovens, mostrando não ser só um problema social e educacional mas
simultaneamente um problema económico. Numa sociedade com graves problemas sociais
e económicos, muitos são os jovens que se vêem “empurrados” para a vida activa, tendo
que terminar a sua carreira escolar, mesmo antes de concluída a escolaridade, como
tentativa de melhorar as suas condições de vida. Os jovensque hoje abandonam a formação
escolar, serão os agentes de produção de amanhã e deste modo, a produção do nosso país
poderá ser ameaçada se este fenómeno não for controlado (Matos, 2003, p. 30).
A adolescência, também, é considerada uma das causas do abandono escolar pela sua
especificada. Uma fase marcada por transformações contínuas a nível físico, cognitivo,
social e cultural, ou a fase de transição entre a infância e a fase adulta. Ela é
caracterizada, sobretudo, por crises de identidade, iniciação sexual, questionamento de
normas e valores estabelecidos, conflitos psicossociais, saída para o mundo externo, busca
de modelos e alta valoração do grupo etário de pertença. Todos estes factores, geralmente,
originam alguma angústia e desencadeiam uma maior complexificação da personalidade e
do funcionamento cognitivo, afectivo e social (Bastos e Flora, 2015, p.56).
Os adolescentes por se encontrarem numa pressão social de várias ordens, importa que os
que os rodeiam tenham em atenção o desenvolvimento físico e psíquico em que os mesmos
se encontram e darem o devido acompanhamento para evitar que maior parte tenha um
destino drástico.
14
1.5. Consequências do Abandono Escolar
Ainda no mesmo pensamento, Benavente (2021) afirma que, “as elevadas taxas de
abandonos são escolar constituem barra para o desenvolvimento de uma nação um trágico
desperdício da vida dos jovens.
A maioria dos autores que abordam sobre o abandono escolar é unânime de que, o
fenómeno em causa tem consequências no futuro e no campo das possibilidades do
indivíduo, que por falta de escolarização, se encontra francamente limitado. Estas
contrariedades do futuro prendem-se com o maior grau de dificuldades de acesso ao
mercado de trabalho, inserção a empregos pouco qualificados e precários, geralmente com
uma má remuneração, tornando estes indivíduos alvos de uma maior vulnerabilidade,
associada às baixas expectativas quanto às suas possibilidades e condições futuras, e
acarreta um aumento das desigualdades sociais (Pires, 1991).
Lourenço (2000), Afirmam que as taxas elevadas de abandono escolar são um obstáculo ao
crescimento inteligente criando um impacto negativo no emprego dos jovens e aumentam o
risco de pobreza e de exclusão social. Continua dizendo que o abandono escolar atiça a
vida delinquente ou mesmo marginal.
15
Marcotte (2004) realçam que, o abandono escolar é um indicador que traduz o insucesso da
socialização escolar e o insucesso educativo global, daí resultam baixos níveis de
qualificação de muitos jovens, desencadeando a reprodução das situações de
vulnerabilidade, pobreza e exclusão social. Os sujeitos que por um motivo ou outro
abandonam a escola, farão parte de um grande contingente de cidadãos com má formação
educacional, com dificuldades de assumir questões fundamentais de uma vida em
sociedade tanta na esfera pessoal, profissional ou no que tange à cidadania. Em âmbito
pessoal a baixa escolaridade pode comprometer a consciência de direitos e deveres.
Lourenço (2013), salienta também, que alguns dos alunos que abandonam à escola o fazem
para assegurar a sua sobrevivência, e também das suas famílias, normalmente são poucos
qualificadas. Por outro lado, o fracasso na experiência de escolarização constitui uma
memória de frustração, que pode vir a influenciar as gerações que seguem-se, na medida
em que, a má experiência dos pais, pode significar um menor envolvimento na
escolarização dos filhos.
No dizer de Marcotte (2004), que aqueles que permanecem na escola até a obtenção de um
diploma, esses alunos manifestam maior número de condutas delinquentes, roubos,
vandalizam e cometem várias infracções, respeitam menos as regras, opõem-se mais a
15
autoridade do adulto, provocam mais vezes brigas, denotam menos controlo de si e
apresentam mais sintomas depressivos. Assim, as crianças/jovens, que abandonam de
forma prematura à escola “vivem um fenómeno de desclassificação social; não são alunos,
nem trabalhadores, as instituições não se responsabilizam pela sua formação, mas eles
16
ainda não podem responsabilizarem-se pelas suas próprias vidas” (Benavente, 2021).
O abandono escolar é percebido como um fenómeno que não acontece por acaso, o que
demonstra a possibilidade de intervenção e inclusive, de prevenção. Dai que o Benavente
(2021, p. 45) apresenta as seguintes consequências:
Cada pessoa tem uma complexidade única, pelo que diferentes aspectos de ordem pessoal,
como a idade, a experiência de vida, a relação entre os membros da família, interagem com
17
aspectos de ordem social, neste caso com o abandono escolar e consequente regresso à
escola/formação.
O capital humano é essencial para qualquer padrão competitivo moderno. Sem cidadãos
bem formados dificilmente é possível avançar em termos sociais e económicos. Uma
educação de qualidade, contribui para uma sociedade mais culta, mais crítica e exigente,
mais livre e mais preparada para enfrentar os novos desafios de um mundo globalizado.
Abandono escolar tornou-se num conceito corrente nos nossos dias e nas escolas de hoje.
Caracterizado pelo afastamento dos alunos nas actividades lectivas, o abandono na
escolaridade obrigatória é um dos mais extremos fenómenos de exclusão que constitui a
face visível duma situação mais vasta que atinge crianças em ruptura declarada e silenciosa
com uma escola obrigatória que não é direito mas tão só dever (Sebastião, 2018, p.11).
Para Cabrita (2016) consideram o fenómeno como um dos sintomas mais claros das
18
dificuldades que o sistema ensino atravessa: o de eficácia, de legitimidade e,
frequentemente, de descoincidência com os objectivos dos diferentes atores sociais
(jovens, famílias, empresas, comunidade). Quanto maiores forem os desajustes entre os
mesmos, a permanência e a passagem bem-sucedida pela escola pode ficar comprometidas
resultando em maior possibilidade de abandono escolar.
Etimologicamente, a palavra fracasso vem do latim insucessu (m), que significa "fracasso;
mau êxito; falta do êxito desejado" ou mesmo "mau resultado, mau êxito, falta de êxito,
desastre, fracasso" (Nunes, 2013).
A palavra fracasso refere-se geralmente por analogia ao termo sucesso, que vem do latim
sucessu (m), que assume, entre outros, os seguintes significados: "o bom sucesso, a
conclusão" ou "a chegada, o resultado, o triunfo" (Geraldo, 2000).
O insucesso escolar pode ser entendido como a consequência para um aluno da não
apropriação da aprendizagem. O conceito, competências, valores, conhecimentos e a
questão da cidadania não foram internalizados no aluno, culminando muitas vezes em
notas baixas, reprovação e, finalmente, o abandono da escola pelo aluno (Guerra, 2000).
O insucesso escolar, traduzido pela repetência do mesmo ano de escolaridade por falta de
aproveitamento ou de assiduidade, e aparece como um conceito acessório essencial para a
construção do conceito de abandono escolar.
De acordo com Pacheco (1997, p. 20) o insucesso escolar é um fenómeno que trespassa a
sociedade e que carece de coordenação de políticas. A ele estão ligados factores pessoais,
familiares, sociais e intrínsecos à escola. A política educativa tem de incutir a necessária
mudança para uma nova concepção da educação como a primeira etapa de estudo,
integrada numa aprendizagem ao longo da vida ritmada não só pelas características e
expectativas pessoais,mas também pelos contextos e pelas oportunidades.
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A escola tem vindo a fazer subir os níveis de frustração de alunos e mesmo de outros
agentes educativos. A mudança social, a sociedade moderna e as suas novas formas de
regulação incitam ao reequacionar do papel da educação e da escola. A problemática do
sucesso escolar é indissociável da coesão social, uma vez que a exclusão determina à
partida o nível de qualificações possível de alcançar: “as pessoas são pobres porque
investiram pouco em si próprias mas os pobres não têm fundos para investir em capital
humano” (Bastos, 1999,p. 66).
Segundo Werle e Castro (2002) existe dois tipos de abandono escolar o efectivo e o
latente. O abandono escolar efectivo” refere-se a alunos que estiveram na escola e saíram
sem história posterior de retorno”. Por outro lado o abandono escolar latente” refere-se ao
aluno que inúmeras vezes iniciam, mas não continua o curso durante o ano lectivo,
ingressando novamente no ano seguinte, e assim sucessivamente”. As intervenções em
ambas as situações são distintas, embora seja comum a existência clara de uma rejeição
individual ao sistema escolar. No abandono efectivo a intervenção passa por mecanismos
de qualificação profissional e o apoio de um processo socioprofissional. No abandono
latente são exequíveis práticas sociais e educativas de prevenção de acordo.
Segundo Benavente et al. (1994) o abandono escolar, é aquele que o aluno deixa o
percurso escolar obrigatório; o abandono escolar é um dos sintomas mais claros das
dificuldades que o sistema atravessa: de eficácia, de legitimidade e frequentemente de
descoincidência com os objectivos dos diferentes actores sociais com ele mais
directamente relacionados (jovens, famílias, empresas, comunidades).
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As principais causas de insucesso escolar provêm de sistemas educativos em que os alunos
não respondem à diversidade de necessidades presentes nas escolas, não conseguindo
identificar as insuficiências de aprendizagem. Por outro lado, o insucesso escolar também
pode ocorrer em função do contexto familiar, cultural, social e político em que o indivíduo
está inserido (Ambrósio, 2004).
Este fenómeno, constitui uma situação em que a igualdade de oportunidades está longe de
ser a realidade actual. O abandono escolar é consequência da crise que o sistema de ensino
atravessa - da ineficácia das políticas educativas. A escola, ainda não conseguiu modificar
as estruturas de desigualdades, mesmo sofrendo constantes alterações ao longo dos tempos,
apenas foi criando novas desigualdades.
Mas, todos sabemos que, este facto, cria uma situação difícil de desequilíbrio e de
problemas vários, para os dirigentes das escolas/agrupamentos, porque têm o dever de
fazer cumprir o que está estipulado na Constituição da República Portuguesa, sobretudo na
considerada escola obrigatória, dependendo em parte da extensão dessa obrigatoriedade e
do momento em que o abandono ocorre.
Brandão (citado por Pereira, 2008, p.71) “define envolvimento como um leque de
interacções entre a Escola e a Família desde a simples participação dos encarregados de
educação em reuniões mais ou menos formais, até à execução de tarefas específicas na
escola, em colaboração com os professores”.
O primeiro contexto ambiental que o indivíduo conhece e com o qual interage é a sua
família. A organização familiar é feita tendo em conta um conjunto de valores sociais e
21
culturais, transmitidos por gerações anteriores que influenciam as relações interpessoais e
as competências individuais. As necessidades do aluno não podem ser encaradas só em
função das aprendizagens académicas, mas numa perspectiva globalizante, onde aluno,
escola e família se adaptam mútua e progressivamente. As práticas de envolvimento
parental compreendem não só a comunicação e o trabalho voluntário na escola, mas
também o apoio educativo em casa, a participação em grupos de consulta e a participação
na tomada de decisões. (Marques, 2001, p.12).
Todos esses benefícios são indiscutíveis, mas continuam a ser muito mais difícil envolver
no processo educativo os pais que estão mais afastados da cultura escolar. As razões são
conhecidas: falta de tempo, baixas expectativas educacionais, afastamento cultural e
pobreza. Os professores não podem, sozinhos, ultrapassar esses obstáculos ao
envolvimento parental, mas podem dar uma ajuda mudando de atitude, acreditando nos
benefícios, pressionando as autoridades escolares para criarem espaços para receber os
pais/encarregados de educação e pedindo a colaboração de outros técnicos de educação.
Apesar de tudo, as práticas de envolvimento mais conscientes e mais benéficas continuam
a ser as práticas de comunicação e essas passam, quase sempre pelo professor
(Marques,2001, p.16).
22
encarregados de educação.
Em suma e de acordo com Marques (2001): Olhamos para o envolvimento parental como
uma variável importante no processo de melhoria da qualidade da aprendizagem dos
alunos, embora tenhamos presente os benefícios do envolvimento parental na vida na
escola, consideramos que há zonas que devem estar reservadas aos professores e que
devem ficar privadas da interferência exterior. Essas zonas incluem todas as decisões que
dizem respeito aos modelos pedagógicos, metodologias de ensino e avaliação dos alunos.
Os pais têm uma ferramenta que, se for bem direccionada, poderá resultar em dividendos
para todos-filhos, escola, amigos e pais. É neste aspecto que nos parece que o papel mais
importante dos pais é o que é realizado em casa, durante o desenvolvimento da criança e
que o papel mais importante da escola é o pedagógico (inerentemente relacional e técnico)
estabelecendo estratégias Operacionais e eficazes para fazer face ao projeto pedagógico da
criança, que é esse o objectivo da frequência do aluno na escola.
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vida escolar, para isso é necessário:
Para Gollnick & Chinn (citado por Leite, 2001), alegam que a educação multicultural
deve impregnar o meio escolar total, dirigindo-se a todos os estudantes, tendo como
objetivos:
- Promover o vigor e valor da diversidade cultural;
- Promover os direitos humanos e o respeito por aqueles que são diferentes de nós;
- Promover alternativas de escolha de vida para as pessoas;
- Promover a justiça social e igualdade para todas as pessoas;
24
- Promover equidade na distribuição do poder e das rendas entre grupos.
25
CAPÍTULO II – DESENHO METOODOLÓGICO
26
CAPÍTULO II – DESENHO METOODOLÓGICO
27
A Escola do ensino Especial de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, foi fundada por Sua
Excelência Reverendíssima Dr. José de Queirós Alves actual Arcebispo da Arquidiocese
do Huambo, aos 15 de Setembro do ano 2000 para minimizar as inúmeras dificuldades
com que se deparava a Província do Cuando Cubango em termos de educação.
No mesmo ano, a escola contava com duas turmas para duzentos alunos hoje tem mais de
900 distribuídos em 13 salas aulas. A escola começou com dez docentes, hoje funciona
com mais de 40, leccionando da iniciação até a 9ª Classe, e desde então passou a ser um
complexo Escolar.
A escola desde sua fundação passou por várias reformas e ampliações, para melhor atender
as necessidades educativas da comunidade local, pois com o passar dos anos o número de
alunos só aumentou.
28
Para a efectivação do nosso trabalho utilizou-se como população 3 professores, 3 membros
de direcção e 30 pais ou encarregado de educação.
2.6. Amostra
Segundo Marconi e Lakatos (2002), a amostra é uma porção ou parcela convenientemente
seleccionada do universo (População).
Querendo tornar a nossa amostra mais significativa, foram seleccionados Três (3)
professores da 1ª Classe da escola em referência, Um (2) membro de direcção e Dez (10)
pais ou encarregados de educação.
Análise síntese: Para Marconi e Lakatos (2003, p. 83) Define o método científico como o
conjunto das actividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia,
permitem alcançar o objectivo conhecimentos válidos e verdadeiros traçando o caminho a
ser seguido, detectando erros e auxiliando decisões dos cientistas.
Este método permitiu-nos a compreensão das informações recolhidas, no sentido de
confrontar a realidade estudada com os fundamentos teóricos.
29
Método de inquérito: Este método nos permitiu formular perguntas dirigidas aos
docentes e aos pais ou encarregados de educação; isto é para saber da opinião deles a
respeito do problema ora levantado.
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CAPÍTULO III- APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
DOS RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO
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CAPÍTULO III- APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS
RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO
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3- Que consequências o abandono escolar acarreta?
Lourenço (2000), Afirma que as taxas elevadas de abandono escolar são um obstáculo ao
crescimento inteligente criando um impacto negativo no emprego dos jovens e aumentam o
risco de pobreza e de exclusão social. Continua dizendo que o abandono escolar atiça a
vida delinquente ou mesmo marginal.
Gráfico nº 1: O que tens feito para cativar a presença dos seus alunos na sala de
aula?
0% 0%
Valorizar as suas tarefas ou
33% actividades
Estimular a participação
67% dos mesmos
Desenvolver actividades
dentro e fora da turma
Dos 3 professores inqueridos que perfaz um total de 100%, 1 professor que corresponde a
33%, relativamente a esta questão, respondeu de que tem valorizado as tarefas ou as
pequenas actividades dos seus alunos em sala de aula; ao passo que, 2 professores que
correspondem a 67% responderam de que têm estimulado a participação dos mesmos.
Ao nosso entender os professores não devem simplesmente, optar por estas vias; não que
não sejam importantes ou menos ideais, seria também sugestivo que desenvolvessem
33
actividades lúdicas dentro e fora da sala de aula, tendo em conta a faixa etária dos
mesmos; isso vai acabar por estimular o desejo dos meninos a irem sempre a escola e não
faltar por nada; tendo em conta o afecto e as relações sociais que ele/a contraíram com os
seus professores/as e os seus colegas.
Dos 3 professores inqueridos, que perfaz um total de 100%, 1 professor que corresponde a
33% respondeu que as vezes os encarregados têm consultado a escola para saber do
desenvolvimento académico dos seus educandos e, 2 professores que corresponde a 67%
responderam de que não se preocupam.
Com base os dados no gráfico, vem mostrar-nos de que existe uma fraca participação por
parte dos encarregados no envolvimento do desenvolvimento académico dos seus
educandos, actos que chegam a ser reprovável, pelo facto de, o processo de ensino e
aprendizagem não ser apenas do critério da escola mas também da família. Visto que é
essencial que eles trabalhem mutuamente para este processo, uma vez que eles têm um
denominador comum que é o aluno.
34
Gráfico nº 3: Na sua opinião a relação família e escola é importante?
Dos 3 professores inqueridos, que perfaz um total de 100%, 1 que corresponde a 33%,
respondeu de que as vezes a relação escola e família é importante e, 2 professores que
correspondem a 67% evidenciaram que a relação escola e família são muito importantes.
O gráfico a cima ilustra-nos de que a maior percentagem recai aos professores inquiridos
que responderam de que a relação escola e família é muito importante para o sucesso do
aluno e não só, mas também para compartilharem aquilo que são as vivências do aluno,
dentro e fora da escola; visto que têm um denominador comum que é o aluno.
Está pergunta foi feita no sentido de sabermos a frequência de faltas destes alunos, 3visto
que as faltas sucessivas de alguns alunos sem a previa antecipação, vai desencadear
aquilo que é o abandono ou desistência escolar.
35
Dos 3 professores inqueridos que perfaz um total de 100%, 1 que corresponde a 33%
respondeu que as vezes os seus alunos têm faltado nas aulas, e 2 professores inqueridos
que corresponde a 67% responderam não a pergunta ora colocada. Dai que, a maior
percentagem recai aos dois professores que responderam de que não faltam muito.
Cabrita (2016), salienta que, quanto maiores forem os desajustes entre os mesmos, a
permanência e a passagem bem-sucedida pela escola podem estar comprometidas
resultando em maior possibilidade de abandono escolar.
No gráfico acima, dos 10 pais ou encarregados inqueridos que perfaz um total de 100%
pais encarregados de educação inqueridos, constatou-se, a maior percentagem recai aos
pais ou encarregados de educação que incentivam os seus educandos a fazer cópias nos
36
manuais. Acto que acaba por ser, viável para o desenvolvimento académico do aluno.
Gráfico nº 6: Tens acompanhado o seu educando a escola?
Dos 10 pais ou encarregados de educação inqueridos que perfaz um total de 100% , 1 pai
ou encarregado de educação que corresponde a 10% respondeu que não tem acompanhado
o seu educando a escola e, 3 pais ou encarregados de educação que corresponde a 30%
responderam que as vezes tem acompanhado os seus educandos a escola e por fim 6 pais
ou encarregados de educação que correspondem a 60% alegam que têm acompanhado os
seus educandos a escola.
Gráfico nº 7: Para ti, quais são as causas do abandono escolar dos alunos?
30% 40%
10%
20%
Dos 10 pais ou encarregados de educação inqueridos que perfaz um total de 100%, 1 pai
ou encarregado de educação que corresponde a 10% evidenciou que para ele as causas do
abandono escolar dos alunos é a falta de apoio por parte dos pais, e 2 pais que
correspondem a 20%, responderam que o ambiente escolar contribui para o abandono
37
escolar, ao passo que 3 pais que correspondem a 30%, responderam que os factores
económicos estão na base do abandono escolar e a maior percentagem, que são 4 pais ou
encarregados de educação que correspondem a 40%, evidenciaram que o abandono escolar
está na base das causas familiares.
Lourenço (2013), salienta também, que alguns dos alunos que abandonam à escola o fazem
para assegurar a sua sobrevivência, e também das suas famílias, normalmente são poucos
qualificados.
Gráfico nº 8- O que tens feito para evitar que o seu educando não abandone a escola?
No gráfico acima, dos 10 pais ou encarregados de educação inqueridos que perfaz um total
de 100%, 2 pais ou encarregados de educação que correspondem a 20%, responderam para
motivar os seus educandos a não desistir, lhes matriculam em todos os anos académicos, 3
pais que correspondem a 30%, responderam que têm os acompanhado sempre a escola e
outros 5 pais=50%, responderam que motivam sempre os seus filhos a irem a escola.
38
Gráfico nº 9- Que medidas achas que a escola deve tomar para minimizar ou acabar
com o abandono escolar?
Dos 10 pais ou encarregados de educação inqueridos que perfaz um total de 100%, 2 pais
ou encarregados de educação que correspondem a 20%, responderam que para minimizar o
abandono escolar, é importante qualificar os profissionais, 2 pais que correspondem a 20%,
responderam que deve se ter maior acompanhamento por parte dos pais, outros 3
encarregados que correspondem a 30%, evidenciaram que é importante criar palestras
sobre a importância da escola, ao passo que outros 3 pais que correspondem também a
30%, responderam que para minimizar o abandono escolar, deve se criar uma forte relação
entre a escola e a família.
39
CONCLUSÃO
40
SUGESTÕES
Este é um tema que tem muita investigação, mas o que é certo é que nos dias de hoje ainda
existe uma grande lacuna por compreender no que toca à questão do envolvimento
parental na escola, da relação da escola com a família ou até mesmo da participação dos
pais e encarregados de educação no seio da comunidade escolar. Uma educação para ser
de qualidade, não pode ser só a educação que se transmite na escola pelos professores,
deve existir sim, primeiramente uma educação dado pelos progenitores em casa, onde
transmitam valores importantes e úteis para que as crianças e jovens os consigam aplicar
no seu dia-a-dia, complementando-os com tudo o que de proveitoso e vantajoso aprendam
em ambiente escolar.
Poderemos dizer que o papel da família e da escola se complementam nesta mesma
função, a de ajudar a não só a desenvolver mas também a formar pessoas e cidadãos
activos e úteis na sociedade. Nas relações entre a Família e a Escola devem existir atitudes
que dêem lugar a uma parceria onde reine, o diálogo, o respeito, a verdade e a tolerância, a
ser desenvolvidos como tendo um único objetivo, a finalidade educativa e o bom
desenvolvimento e crescimento dos alunos. Era fundamental que este estudo fosse
aplicado em várias escolas e em várias zonas do país, com o objetivo de compreender o
envolvimento parental e a relação escola-família em algumas escolas Angolanas.
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