Contribuições Psicopedagógicas e A Intervenção Com Idosos: Comment
Contribuições Psicopedagógicas e A Intervenção Com Idosos: Comment
Contribuições Psicopedagógicas e A Intervenção Com Idosos: Comment
Resumo: Este artigo tem por objetivo evidenciar a relevância das contribuições psicopedagógicas na intervenção
com idosos, bem como salientar sobre os benefícios da estimulação cognitiva para esses sujeitos. Considerando o
extenso contingente de idosos nos últimos anos, torna-se imperativo o investimento em estudos e pesquisas que
tenham como propósito investigar substancialmente o processo de envelhecimento e os métodos utilizados com a
finalidade de minimizar os declínios cognitivos que afetam este público. A Psicopedagogia é um campo de
conhecimento estruturado e configura-se a respeito dos métodos e processos de aprendizagem humana. Segue a
perspectiva de que o homem é um ser dinâmico em constante evolução e desenvolvimento, interagindo de maneira
participativa com aspectos físicos, sociais, emocionais e intelectuais. É uma área multidisciplinar direcionada a
educação e a aprendizagem de todas as idades. Inicialmente este artigo dedica-se a intervenção psicopedagógica e
sua contribuição no envelhecimento saudável. Posteriormente ressalta os benefícios da estimulação cognitiva
através da ludicidade. Finalmente, apresenta a atuação do psicopedagogo no desenvolvimento cognitivo da pessoa
na terceira idade, onde este profissional é visto como um intercessor entre a pessoa idosa e os processos de
reestruturação e restauração do conhecimento, participando ativamente do progresso de superação das dificuldades
descobertas, bem como dos momentos de interação, devendo estar atento e capacitado para a atuação reflexiva,
bem como efetivar as práticas psicopedagógicas direcionadas ao idoso de forma coerente e precisa, visando sempre
sua evolução e desempenho.
Abstract: This article aims to highlight the relevance of psychopedagogy and its contributions in the intervention
with the elderly, as well as to highlight the benefits of cognitive stimulation for these subjects. Considering the
large contingent of elderly people in recent years, it is imperative to invest in studies and research aimed at
substantially investigating the aging process and the methods used in order to minimize the cognitive declines that
affect this public. Psychopedagogy is a field of structured knowledge and is configured with respect to human
learning methods and processes. It follows the perspective that man is a dynamic being in constant evolution and
development, interacting in a participatory way with physical, social, emotional and intellectual aspects. It is a
multidisciplinary area aimed at education and learning for all ages. Initially this article is dedicated to
psychopedagogical intervention and its contribution to healthy aging. Subsequently highlights the benefits of
cognitive stimulation through playfulness. Finally, it presents the role of the psychopedagogue in the cognitive
development of the person in old age, where this professional is seen as an intercessor between the elderly person
and the processes of restructuring and restoring knowledge, actively participating in the progress of overcoming
the difficulties discovered, as well as of moments of interaction, having to be attentive and qualified for reflective
action, as well as implementing psychopedagogy practices directed to the elderly in a coherent and precise manner,
always aiming at their evolution and performance.
Keywords: Aging process; elderly; cognitive stimulation; psychopedagogy intervention and playfulness.
______________________________________
1
Licenciada em História, pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Graduanda em Psicologia, pela Faculdade Ieducare - FIED. Pós
Graduada em LIBRAS pela Faculdade Latino Americana de Educação - FLATED. Pós Graduada em Educação e Direitos Humanos pela
Universidade Federal do Ceará- UFC. Pós Graduanda em Psicopedagogia Institucional, Clínica e Hospitalar, Centro Universitário INTA.
[email protected];
2
Mestrado em Ciências da Educação pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Portugal. Professora e Psicopedagoga
Clínica do Centro Universitário INTA, Brasil. [email protected].
Id on Line Rev. Mult. Psic. V.14, N. 51 p. 727-744, Julho/2020 - ISSN 1981-1179
727 Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id
Introdução
O jogo está intimamente ligado à espécie humana. A atividade lúdica é tão antiga
quanto à humanidade. O ser humano sempre jogou, em todas as circunstâncias e em
todas as culturas. Desde a infância, joga às vezes mais, às vezes menos e, através do
jogo, aprendeu normas de comportamento que o ajudaram a se tornar adulto; portanto
aprendeu a viver. Atrevo-me a afirmar que a identidade de um povo está fielmente
ligada ao desenvolvimento do jogo, que por sua vez, é gerador de cultura (ORTIZ,
2005. p.9 apud SANTOS, 2016. p.6).
Ao efetuar atividades lúdicas, como jogar, o sujeito aplica variadas capacidades motoras
e/ou psíquicas tornando-o ciente de seus propósitos, estimulando a criatividade, relacionando-
se com as diferenças e exercitando a troca de afinidades e conhecimento que configuram-se em
ouvir, observar, esperar, notar e sentir (SANTOS, 2016).
O desenvolvimento psicomotor envolve todas as partes do corpo. Dividindo-se em nove
estruturas: Coordenação motora global e fina, esquema corporal, equilíbrio, estruturação
espacial e temporal, percepção visual, auditiva e tátil, lateralidade e ritmo (FERNANDES,
2015). Ao manusear as peças de um jogo, os idosos poderão melhorar a coordenação motora
global e fina. Assim como trabalharão o seu equilíbrio através das aptidões estáticas e
dinâmicas, que referem-se ao controle corporal que o idoso apresenta ao sentar e movimentar-
se, desta forma seu esquema corporal ajusta-se conforme sua estrutura.
Segundo Santos (2016), as atividades possibilitam ao idoso estimular a sua lateralidade
a medida que utiliza-se um ou os dois lados de seu corpo no movimento de execução dos jogos.
A estruturação espacial possibilita que o idoso situe-se no espaço durante a atividade. É
necessário que a pessoa idosa socialize com os objetos e manuseei-os adequadamente. Dessa
forma, os jogos possibilitam que essas pessoas manipulem, observem e comparem as peças. Na
Segundo Kishimoto (2011), o idoso busca a atividade lúdica com o propósito de ocupar
o seu tempo distraindo-se de forma prazerosa. Observa-se que os jogos possuem inúmeras
regras que os compõem. Podendo serem regras explícitas, como no baralho, na dama e no
Muitos são os mitos que se formaram em torno da velhice. Teme-se aquilo que se
desconhece. A visão tradicional do idoso como alguém inútil, isolado, em declínio
biológico e mental, marcado por um tempo linear, com problemas de saúde, e na
Para que haja uma maior autonomia e independência da pessoa idosa, é necessário a
construção de projetos educativos que proporcionem o desenvolvimento dessas características.
Nesse sentido a atuação do psicopedagogo é essencial para prevenir e intervir no desempenho
cognitivo do idoso. Seu papel é estimular as funções cerebrais, assim como promover a
produção de neurônios, para que o idoso exercite sua mente.
Diante desse estudo, contata-se que as atividades propostas por inúmeros autores e
programas de estimulação cognitiva, como a ginástica para o cérebro, testes e exercícios
utilizando quebra-cabeças, jogos específicos para o treinamento cerebral, entre outros, são
evidenciados e utilizados como meios para o entendimento e desenvolvimento da prática
psicopedagógica que visa proporcionar uma maior autonomia e qualidade de vida ao idoso.
Considerações Finais
Referências
ARGIMON, Irani I. de Lima. Aspectos cognitivos em idosos. Aval. psicol., Porto Alegre , v.
5, n. 2, p. 243-245, dez. 2006 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167704712006000200015&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 06 jun. 2020.
CARTER, P.; RUSSELL, K;. Aumente o Poder do seu Cérebro: melhore sua criatividade,
memória, agilidade mental e inteligência. São Paulo: Madras, 2009.
FREIRE, P. Educação e mudança. Coleção Educação e mudança. 9 ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1983.
Recebido: 15/07/2020;
Aceito: 20/07/2020.