Compreendendo A Psicopedagogia
Compreendendo A Psicopedagogia
Compreendendo A Psicopedagogia
INTRODUÇÃO
A Psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor
compreensão do processo de aprendizagem, ou seja, contribuir na busca
de soluções para a difícil questão do problema de aprendizagem. A
aprendizagem deve ser olhada como a atividade de indivíduos ou grupos
humanos, que mediante a incorporação de informações e o
desenvolvimento de experiências, promovem modificações estáveis na
personalidade e na dinâmica grupal as quais revertem no manejo
instrumental da realidade. O objeto central de estudo da psicopedagogia
está se estruturando em torno do processo de aprendizagem humana:
seus padrões evolutivos normais e patológicos e a influência do meio
(família, escola, sociedade) em seu desenvolvimento. A Psicopedagogia é
um campo de conhecimento e atuação em Saúde e Educação, enquanto
prática clínica, tem-se transformado em campo de estudos para
investigadores interessados no processo de construção do conhecimento
e nas dificuldades que se apresentam nessa construção. Como prática
preventiva, busca construir uma relação saudável com o conhecimento,
de modo a facilitar a sua construção. KIGUEL (1983) ressalta que a
Psicopedagogia encontra-se em fase de organização de um corpo teórico
específico, visando à integração das ciências pedagógicas, psicológica,
fonoaudiológica, neuropsicológica e psicolinguística para uma
compreensão mais integradora do fenômeno da aprendizagem humana.
O psicopedagogo deve desenvolver sua ação, mas sempre se
retratando as teorias, englobando vários campos de conhecimentos.
Diversos autores que tratam da Psicopedagogia enfatizam o seu caráter
interdisciplinar. O foco de atenção do psicopedagogo, é a reação da
criança diante das tarefas, considerando resistências, bloqueios, lapsos,
hesitações, repetição, sentimentos de angústias. O psicopedagogo ensina
como aprender e para isso necessita aprender o aprender e a
aprendizagem. Para os profissionais brasileiros (Maria M. Neves; Kiguel;
Scoz; Golbert; Weiss; Rubinstein), pode-se verificar que o tema da
aprendizagem ocupa-os e preocupa-os, sendo os problemas desse
processo (de aprendizagem) a causa e a razão da psicopedagogia. Para os
Argentinos também a aprendizagem preocupa, ou seja, “ a aprendizagem
com seus problemas” constitui-se no pilar-base da psicopedagogia. São
eles: Alícia Fernandez, Sara Pain, Jorge Visca, Mariana Muller. Então, o
que é a Psicopedagogia? Para SISTO (1996) é uma área de estudos que
trata da aprendizagem escolar, quer seja no curso normal ou nas
dificuldades. CAMPOS (1996), considera que os problemas de
aprendizagem se constituem no campo da Psicopedagogia. Por SOUSA
(1996), a Psicopedagogia é vista como área que investiga a relação da
criança com o conhecimento. O Código de Ética da Psicopedagogia, no
Capítulo I, Artigo 1º, afirma que “A Psicopedagogia é campo de atuação
em saúde e educação o qual lida com o conhecimento, sua ampliação, sua
aquisição, distorções, diferenças e desenvolvimento por meio de
múltiplos processos” A Psicopedagogia é uma área de estudos nova que
pode e está atendendo os sujeitos que apresentam problemas de
aprendizagem. BOSSA (1994), a Psicopedagogia nasce com o objetivo de
atender a demanda – dificuldades de aprendizagem. FERREIRA (1982,
P.1412) Psicopedagogia “é o estudo da atividade psíquica da criança e dos
princípios que daí decorrem, para regular a ação educativa do indivíduo”.
Segundo MULLER, a Psicopedagogia liga-se as características da
aprendizagem humana, como se aprende, como essa aprendizagem varia
evolutivamente e está condicionada por outros fatores; como e porque se
produzem as alterações da aprendizagem, como reconhecê-las e tratá-las,
que fazer para preveni-las, e para promover processos de aprendizagem
que tenham sentido para os participantes. Esse objeto de estudo, que é
um sujeito a ser estudado por outro sujeito, adquire características
específicas e depende tanto do trabalho clínico ou preventivo. O trabalho
clínico não deixa de ser preventivo, pois trata alguns transtornos de
aprendizagem, podendo evitar o aparecimento de outros. Nessa
modalidade de trabalho, deve o profissional compreender o que o sujeito
aprende, como aprende e porque além de perceber a dimensão da
relação entre psicopedagogo e sujeito de forma a favorecer a
aprendizagem. No trabalho preventivo, a instituição, enquanto espaço
físico e psíquico da aprendizagem, é objeto de estudo da psicopedagogia,
uma vez que são avaliados os processos didático metodológicos e a
dinâmica institucional que interferem no processo de aprendizagem. Ao
psicopedagogo cabe saber como se constitui o sujeito, como este se
transforma em suas diversas etapas de vida, quais os recursos de
conhecimento de que ele dispõe e a forma pela qual produz
conhecimento e aprende. Esse saber exige que o psicopedagogo recorra a
teorias que lhe permitam aprender, bem como às leis que regem esse
processo: as influências afetivas e as representações inconscientes que o
acompanham, o que pode comprometê -lo e o que pode favorecê-lo. O
psicopedagogo precisa saber o que é ensinar e o que é aprender; como
interferem os sistemas e métodos educativos; os problemas estruturais
que intervêm no surgimento dos transtornos de aprendizagem e no
processo escolar. Enfim, a psicopedagogia se ocupa da aprendizagem
humana, que adveio de uma demanda – o problema de aprendizagem. –
Como se preocupa com o problema de aprendizagem, deve ocupar-se
inicialmente do processo de aprendizagem, estudando assim as
características da aprendizagem humana. É necessário comentar que a
Psicopedagogia é comumente conhecida como aquela que atende
crianças com dificuldades de aprendizagem. É notório o fato de que as
dificuldades, distúrbios ou patologias podem aparecer em qualquer
momento da vida e, portanto, a Psicopedagogia não faz distinção de
idade ou sexo para o atendimento. Atualmente, a Psicopedagogia vem se
firmando no mundo do trabalho e se estabelecendo como profissão.
PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL
REFERÊNCIAS
BARBOSA,Laura Mont Serrat. O projeto de trabalho – uma forma de
atuação psicopedagógica. Curitiba, Paraná: Gráfica Arins, 1999. BOSSA,
Nadia A. A Psicopedagogia no Brasil. Porto Alegre, Rio Grande do Sul:
Artes Médicas Sul, 2000. 105 KIGUEL, Sonia Moojen. Reabilitação em
Neurologia e Psiquiatria Infantil – Aspectos Psicopedagógicos. Congresso
Brasileiro de Neurologia e Psiquiatria Infantil – A Criança e o Adolescente
da Década de 80. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Abenepe, vol. 2, 1983.
FAGALI, Eloísa Quadros. VALE, Zélia Del Rio do. Psicopedagogia
Institucional Aplicada. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1993. SCOZ,
Beatriz. Psicopedagogia e Realidade Escolar. Petrópolis, Rio de Janeiro:
Vozes, 1994. SCOZ, Beatriz. RUBISTEIN, Edith. ROSSA, Eunice Maria Muniz.
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Psicopedagogia: uma prática, diferentes estilos. Casa do Psicólogo, São
Paulo, 1999, p. 37. ALLESANDRINI, Cristina Dias. Oficina Criativa e
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Alicia. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991