1. O documento discute a importância do psicopedagogo no ambiente escolar para identificar dificuldades de aprendizagem em crianças e ajudar na prevenção e tratamento de problemas.
2. O psicopedagogo avalia fatores como histórico de vida, família e ambiente para entender como ocorre a aprendizagem e identificar causas de dificuldades.
3. Ele trabalha junto com educadores para analisar problemas, traçar planos de ação e incentivar a melhor aprendizagem de cada crian
1. O documento discute a importância do psicopedagogo no ambiente escolar para identificar dificuldades de aprendizagem em crianças e ajudar na prevenção e tratamento de problemas.
2. O psicopedagogo avalia fatores como histórico de vida, família e ambiente para entender como ocorre a aprendizagem e identificar causas de dificuldades.
3. Ele trabalha junto com educadores para analisar problemas, traçar planos de ação e incentivar a melhor aprendizagem de cada crian
1. O documento discute a importância do psicopedagogo no ambiente escolar para identificar dificuldades de aprendizagem em crianças e ajudar na prevenção e tratamento de problemas.
2. O psicopedagogo avalia fatores como histórico de vida, família e ambiente para entender como ocorre a aprendizagem e identificar causas de dificuldades.
3. Ele trabalha junto com educadores para analisar problemas, traçar planos de ação e incentivar a melhor aprendizagem de cada crian
1. O documento discute a importância do psicopedagogo no ambiente escolar para identificar dificuldades de aprendizagem em crianças e ajudar na prevenção e tratamento de problemas.
2. O psicopedagogo avalia fatores como histórico de vida, família e ambiente para entender como ocorre a aprendizagem e identificar causas de dificuldades.
3. Ele trabalha junto com educadores para analisar problemas, traçar planos de ação e incentivar a melhor aprendizagem de cada crian
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A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO NO AMBIENTE ESCOLAR
BARBOSA, Terezinha Nunes¹
SANTOS, Valério Xavier dos²
RESUMO
O presente artigo tem por objetivo expor a importância do psicopedagogo no ambiente
escolar e como ele pode ajudar a identificar as dificuldades que a criança possa encontrar em sua jornada rumo ao conhecimento. Ele atua na prevenção e no tratamento de problemas de aprendizagem, sua meta fundamental é investigar todo o processo de aprendizagem levando sempre em conta os fatores envolvidos. As dificuldades de aprendizagem são incapacidades apresentadas pelo sujeito diante de situações novas que podem ser de fatores orgânicos ou emocionais ligados a problemas do sistema nervoso e desordens perceptivo-motoras. O psicopedagogo deve avaliar o histórico de vida da criança junto a família e os fatores ambientais, ele deve observar a interação existente entre os membros da família para que possa compreender como se dá a inserção do conhecimento e o acesso a aprendizagem. O psicopedagogo deve ser um incentivador da aprendizagem do indivíduo, procurando sempre o melhor jeito e o melhor ambiente que possa motivar uma boa aprendizagem levando em consideração o ritmo da cada um. Ele deve junto aos educadores analisar e identificar a causa raiz do problema e traçar junto com os educadores um plano de ação dependendo da dificuldade ou barreira encontrada. O trabalho de um psicopedagogo numa instituição de ensino, assim como seus resultados dependem muito do comprometimento dos educadores, do apoio institucional e da família das crianças, para que juntos possam proporcionar e garantir as condições necessárias para que a criança tenha educação e conhecimento de qualidade. Palavras-Chave: Atuação psicopedagógica. Prevenção x intervenção. Aprendizagem.
___________________
¹ Aluna do Centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de
Conclusão de Curso de Licenciatura em Psicopedagogia. 01-2021.
² Professor Orientador no Centro Universitário Internacional UNINTER.
1. INTRODUÇÃO
As profissões ou especialidades não são inventadas, elas nascem das
demandas existentes; com o passar dos anos e com a evolução do homem muitas profissões deixaram de existir e muitas especialidades novas surgiram e surgem a todo o momento. Com a Psicopedagogia foi assim também no século XIX época em que se discutia as probabilidades das teorias relacionadas a ciência e evolução, descobertas científicas colocaram em “xeque” a responsabilidade do homem em evoluir. Estudos feitos por grandes empresas mostravam que o desenvolvimento do indivíduo não dependia só do meio onde se encontrava, dos recursos que dispunha, mas também de condições psicológicas e de conhecimentos adquiridos durante a vida de aprendizagem; ou seja; indivíduos com mesmos recursos e instruções, convivendo no mesmo espaço quando submetidos a testes psiquiátricos e pedagógicos apresentavam resultados diferentes. Por que motivo isso acontecia? Seria a instituição? Os métodos de ensinar? Ou o próprio indivíduo? Essa correlação entre a Psicologia e a Pedagogia acabou trazendo a necessidade a sociedade moderna de alguma “ciência” que estudasse melhor a mente humana na sua função de aprender e ensinar e fosse a facilitadora do aprendizado. Em 1946 surgiram os primeiros Centros Psicopedagógicos. Conforme Mery apud Bossa (2007). J. Boutonier e George Mauco foram os precursores e através destes centros buscavam unir a Psicologia e a Pedagogia para a realização de estudos e tratamentos. Nos EUA no século XX surgem então os primeiros centros e escolas particulares que atendiam crianças com “aprendizagem mais lenta”. Somente em 1956 se dá início a formação universitária em Psicopedagogia, na Argentina com Arminda Aberastury. No Brasil a Psicopedagogia chega por volta de 1970, influência vinda da Argentina. Conforme a Psicopedagogia avançava no Brasil e no mundo as instituições de ensino buscaram a Psicopedagogia como forma de entender e intervir em problemas de aprendizado que colocavam seus métodos de ensinar e seus professores sob julgamentos constantes da sociedade e de órgãos regulamentadores de ensino. Com a difusão da Psicopedagogia não só as instituições de ensino, mas também grandes empresas, Forças Armadas e instituições de sistemas carcerários e educandários buscaram e buscam até hoje o apoio para conseguirem obter os melhores resultados com os seres humanos com quem trabalham. Estudos confirmam que muitos problemas de concentração, bipolaridade e até violência pode ter uma causa psiquiátrica ou psicológica podendo ser uma deficiência ou trauma de infância. Atualmente é possível observar que grande parte das crianças e adolescentes sofrem com algum tipo de distúrbio, seja biológico, emocional ou social. E em decorrência a tudo isso a psicopedagogia na instituição escolar entra com um caráter preventivo no sentido de procurar criar competências e habilidades para a solução desses problemas. O objetivo do tema; “A Importância do psicopedagogo no ambiente escolar”; vem mostrar o quanto o psicopedagogo busca não só entender a complexidade das dificuldades de aprendizagem, mas também de aperfeiçoar as relações humanas afetivas no ambiente escolar com o objetivo de explicitar e modificar o processo educacional, por meio de mediação com os alunos e seus objetos de conhecimento, propõe-se a identificar os problemas relacionados às dificuldades ou incapacidade de aprender e assimilar algo, para posteriormente poder intervir juntamente com a equipe pedagógica. O presente artigo enaltece a importância do Psicopedagogo no ambiente escolar e mostra como ele pode ser a peça fundamental para o aluno na longa jornada rumo ao conhecimento, mostra o quanto ele poderá contribuir para que instituição e escola ofereçam uma educação de qualidade para o futuro da nação. O trabalho do psicopedagogo e compreendido sob dois enfoques, o preventivo e o terapêutico, o preventivo consiste em saber como se dá o desenvolvimento cognitivo afetivo e o social, o enfoque terapêutico busca identificar, analisar e elaborar procedimentos metodológicos que possibilitem diagnosticar e tratar as dificuldades de aprendizagem. O chamado “Mal do século 21”; ou as doenças da vida moderna, são geralmente distúrbios psicológicos que afetam o indivíduo independente da sua idade ou ambiente em que vive.
2. DO ENSINAR AO APRENDER
Nas escolas atualmente existe uma grande necessidade de profissionais
formados e especializados para poder enfrentar e superar a maioria das dificuldades de aprendizagem existentes nas instituições. Muitas dessas instituições não contam com professores capacitados que tenham um olhar psicopedagógico sobre a compreensão do desenvolvimento da aprendizagem dos alunos, seus professores apresentam dificuldades sobre como agir e na maioria das vezes não possuem as ferramentas de trabalho e informações necessárias para que possam assim suprir as necessidades educacionais dos alunos. O psicopedagogo está apto a atuar em prol de melhorias no processo de ensino e aprendizagem, as técnicas e métodos aplicados visam uma intervenção psicopedagógica que possa culminar na solução de problemas relacionados á aprendizagem, ele pode avaliar o aluno com o intuito de identificar possíveis situações que interferem em seu desempenho escolar, além de possuir um papel importante para intervenção junto a família, visto que o ambiente familiar também influência no aprendizado e desenvolvimento do indivíduo . As crianças que apresentam dificuldades no seu desenvolvimento cognitivo, social e afetivo como um todo, devem ser avaliadas por um profissional especializado em tratar dificuldades de aprendizagem e cabe ao psicopedagogo saber quais recursos podem ser utilizados para produzir o conhecimento, além de saber o que é ensinar e o que aprender, o processo de ensinar e aprender devem caminhar jutos. Em razão desta e de outras problemáticas que fica evidenciada cada vez mais a importância do psicopedagogo no ambiente escolar; ele além de ser o intermediador entre o educador e o educando, ele vem trazendo uma proposta preventiva e remediativa , atuando na orientação dos profissionais, focando na metodologia de ensino, didática, conteúdo escolares e outros fatores relacionados ao processo de ensino e aprendizagem. No caso de uma intervenção ele age diretamente sobre o indivíduo seja ele; criança, adolescente ou adulto, a fim de encontrar quais as causas de suas dificuldades e intervindo para superação das mesmas O psicopedagogo procura saber quais as causas do aluno não aprender e busca entender as influências emocionais e afetivas que podem lhe favorecer ou desfavorecer investigando e promovendo mudanças nos processos cognitivos emocionais e pedagógicos que possam interferir no processo de aprendizagem buscando sempre solucionar ou amenizar os problemas.
3. METODOLOGIA
Diagnóstico, Prevenção, Intervenção e Atuação Psicopedagógica.
A proposta desse trabalho é de esplandecer a importância do psicopedagogo no
ambiente escolar, e como ele pode atuar nas instituições escolares a fim de investigar as principais causas de problemas de aprendizagem e promover trabalho interdisciplinar entre professores .A metodologia utilizada na elaboração desse artigo foi bibliográfica; foram utilizados como referências livros, artigos monográficos, revistas de Jorge Visca (1985); um dos maiores contribuintes da difusão psicopedagogia no Brasil criador da epsistemologia convergente (1985), que propunha uma atividade clinica voltada para a integração de três frentes de estudos; a psicogenética de Piaget (1918), a escola psicanalítica de Freud (1936) e a psicologia social de Riviéri (1959). Importante também destacar Alícia Fernández (2001), que desempenhou fundamental papel no desenvolvimento e formação de psicopedagogos, Laura Monte Serrat Barbosa (2006), especialista em psicologia escolar e aprendizagem, na psicopedagogia ela atua com projetos de aprender, atuação psicopedagogica frente as dificuldades de aprendizagem, avaliação psicopedagógica institucional, inclusão relação professor/aluno, operatividade na aprendizagem etc. Sara Pain (1985); psicóloga Argentina, doutora em filosofia; ofereceu a psicopedagogia uma visão da pluricausalidade de fatores que envolvem o processo de aprendizagem, facilitando assim, a compreensão dos motivos de alguns problemas na aprendizagem, dentre outros que tem um papel importante neste processo de dificuldades, distúrbios e aprendizagem. O surgimento da psicopedagogia se deu devido a necessidade de compreender os problemas de aprendizagem e sua relação com o desenvolvimento cognitivo psicomotor e afetivo. Ao longo da história da psicopedagogia ela busca a compreensão do ser que aprende, seu processo de ensino aprendizagem transtornos e dificuldades que possam emergir, seu papel é atuar de forma preventiva e terapêutica. A psicopedagogia estuda as formas como o sujeito aprende, e de que modo ocorre essa aprendizagem, quais os fatores que provocam alterações no ato de aprender, a fim de prevenir e tratá-los. De acordo com Lemos (2007, p.73): A psicopedagogia se ocupa do estudo do processo de aprendizagem humano de forma preventiva e terapêutica. Entretanto; ainda que o enfoque da psicopedagogia seja os problemas de aprendizagem, é necessário que se ocupe do processo de aprendizagem como um todo, afim de descobrir as barreiras que impedem ou atrapalham o aprendiz de se autorizar a saber.
Os trabalhos preventivos deverão considerar objetos múltiplos, dentre eles
evitar o aparecimento de problemas, evitar que os problemas já existentes se agravem, reduzir a gravidade de novos problemas, ou mesmo retardar o desenvolvimento do problema. As primeiras propostas formais de intervenção aconteceram no século XX e tiveram como referencial a segunda guerra mundial e a guerra do Vietnã. Assim ao final dos anos setenta os Estados Unidos foram os primeiros a oficializar a criação da primeira comissão de prevenção a saúde, médicos, paramédicos, psicólogos e educadores foram envolvidos nessa proposta e atuavam junto as vítimas com problemas emocionais, pois sofriam com a pobreza, a depressão, a raiva, a discriminação e o desemprego. Com o passar do tempo as ações preventivas se estenderam e passaram a ser desenvolvidas junto a família e instituições escolares e não somente para as vítimas da guerra, mas em sentido preventivo a toda comunidade. Com tudo isso se amplia a importância e a necessidade do desenvolvimento de programas de intervenção. Mesmo diante da constatação do desenvolvimento dos projetos de prevenção, muitas vezes elas se tornam esporádicas, pontuais ou mesmo emergenciais e isso não se constitui em um trabalho preventivo. Segundo Alber e Gullotta (1997); o verdadeiro trabalho preventivo assim como seu sucesso depende diretamente da sua regularidade, do seu acompanhamento e da sua constância das ações preventivas. Nas instituições escolares também é de grande valor o desenvolvimento de projetos psicopedagógicos preventivos. Visca (2002); nos propõe dois níveis de prevenção; a primária que enfatiza a importância do desenvolvimento de um conjunto de medidas que respeitando o desenvolvimento cognitivo do aluno tenha como objetivo manter as condições ideais da aprendizagem. Já na prevenção secundária se valoriza o desenvolvimento de ações para que os déficits já existentes graves não se agravem.
Fagali e Vali (1994); propõem alternativas que consideram a releitura e
reelaboração no desenvolvimento das programações curriculares, centrando a atenção na articulação dos aspectos afetivo-cognitivos, conforme o desenvolvimento integrado da criança e adolescente; análise mais detalhada dos conceitos, desenvolvendo atividades que ampliem, as diferenças formas de trabalhar o conteúdo programático. Nesse processo busca-se uma integração dos interesses, raciocínio e informações de forma que o aluno atue operativamente nos diferentes níveis de escolaridade. complementa-se a esta prática o treinamento o e desenvolvimento de projetos junto aos professores; criação de materiais, textos e livros para uso do próprio aluno, desenvolvendo o seu raciocínio , construindo criativamente o conhecimento, integrando afeto e cognição no dialogo com as informações.(FAGALI e VALE 1994,p. 10-11). A psicopedagogia busca evidenciar as dificuldades de aprendizagem para agir de modo preventivo, bem como propor caminhos e ferramentas que contribuem no aprendizado. Conhecer e prevenir as dificuldades ou distúrbios de aprendizagem é um desafio para todos, professores, psicopedagogos e pais, pois compreender os fatores que levam uma criança a não aprender, requer atenção e muita reflexão na hora de dar um diagnóstico, pois muitas vezes a falta de preparação dos profissionais acaba por comprometer o entendimento do aluno. O psicopedagogo institucional vem para facilitar e ajudar de forma prática, como prevenir e reconhecer as dificuldades ou distúrbios de aprendizagem. O psicopedagogo deve trabalhar todas as questões, desenvolver projetos pedagógicos educacionais, a fim de enriquecer os processos em sala de aula, redefinir projetos pedagógicos, integrando sempre o cognitivo e afetivo, oportunizar situações que envolver a participação ativa na descoberta de como se aprende. Segundo a psicopedagoga Sara Pain (1985):
Delimitar o terreno de competência do psicólogo dedicado á aprendizagem e
o terreno de especialistas em ciências da educação, que atende ás perturbações na aquisição dos processos cognitivos. Este último se preocupa principalmente em construir situações de ensino que possibilitem a aprendizagem, incrementando os meios, as técnicas e as instruções adequadas para favorecer a correção da dificuldade que o educando apresenta. Diferentemente, o psicólogo se interessa pelos fatores que determinam o não aprender no sujeito e pela significação que a atividade cognitiva tem para ele: desta forma a intervenção psicopedagógica volta-se para a descoberta da articulação que justifica o sintoma e também para a construção das condições para que o sujeito possa situar-se num lugar tal que o comportamento patológico se torne dispensável (PAIN 1985, p.13).
“A palavra intervenção é derivada do latim; intervention e significa; “o ato de tomar
parte em uma discussão emitindo opções ou contribuindo com ideias” (MICHAELIE, 2018). O psicopedagogo além de contribuir nos tratamentos de dificuldades de aprendizagem ele atua também sobre o cunho curativo buscando métodos que favoreça a readaptação pedagógica do aluno, os objetivos da intervenção é de identificar a natureza dos procedimentos de intervenção se eles devem ser focados no aluno numa perspectiva corretiva e de atendimento individualizado ou se deve envolver a escola afim de auxiliar os professores, coordenadores pedagógicos e gestores a propostas preventivas e de atendimento preventivo. Sara Pain nos ensina que: Uma tarefa primordial no diagnóstico é resgatar o amor. Em geral os terapeutas tendem a carregar nas tintas sobre o desamor, sobre o que falta, e poucas vezes se evidencia o que se tem e onde o amor é resgatado. Sem dúvidas, isto é o que nos importa no caminho da cura. se no transcurso do diagnóstico não conseguimos nos apaixonar por essa vida, nem pensá-la como um drama onde se esta jogando este tipo de coisas que a mitologia põe em um relevo especial, mas que estão em todos os seres humanos, estaremos banalizando o sujeito. Não podemos curá-lo nem entende-lo. Justamente a possibilidade de curá-lo, ou seja, de faze-lo surgir como diferente, é facilitar o seu trabalho de recriar-se como pessoa interessante ponto. Que sinta que sua personalidade diferencia das outras e tem um caminho próprio que é capaz de construir, que vislumbre uma possível escolha, certo grau de liberdade, ainda que seja no conhecimento. (SARA PAIN).
A teoria criada por Jorge Visca (1987); “epistemologia convergente” propõe um
trabalho que apresenta uma dimensão clássica de clínica, propondo diagnóstico e prevenção. Jorge Visca (1987) tem especial importância no Tekoa; prática psicopedagógica que se estuda e prática em nosso espaço institucional. Através de sua epistemologia convergente ele trouxe a reflexão teórica sobre as possibilidades e cuidados de diferentes aportes teóricos (psicologia cognitiva, psicanalise, psicologia social) para ajudar na compreensão da aprendizagem humana, com sua teoria de prática clínica ele nos forneceu exemplos e referências muito valiosas e ricas em detalhes do saber psicopedagógico atrelado a intervenção. Segundo Visca:
Quando se fala de psicopedagogia clínica, se está fazendo referência a um
método com o qual se tenta conduzir a aprendizagem e não a corrente teórica ou escola. Em concordância com o método clínico podem-se utilizar diferentes enfoques teóricos. O que eu preconizo é o da epistemologia convergente (VISCA, 1987, p.160.).
O papel do psicopedagogo frente as dificuldades de aprendizagem é fazer uma
análise da situação para depois poder diagnosticar os problemas e suas causas. Visca (1987) nos orienta que a consulta inicial começa com os pais ou com o próprio paciente, para Visca o diagnóstico deve ser iniciado com a EOCA (Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem) e não com a anamnese.
[...] os pais invariavelmente ainda que com intensidade diferentes durante a
anamnese tentam impor a sua opinião, sua ótica, consciente ou inconscientemente. Isto impede que o agente corretor se aproxime ingenuamente do paciente para vê-lo tal como ele é para descobri-lo (VISCA, 1987, p.70). Para Visca (1987, p.73); a EOCA tende a ser um instrumento simples, porém rico em seus resultados, segundo ele o que interessa observar na EOCA são seus conhecimentos, atitudes, destrezas, ansiedades, mecanismos de defesa, ares de expressão da conduta, mobilidade vertical e horizontal e os níveis de operatividade.
O individuo não atua senão quando experimenta a necessidade; ou seja; quando o
equilíbrio se acha momentaneamente quebrado entre o meio e o organismo, a ação tende a restabelecer este equilíbrio, quer dizer, precisamente, a readaptar o organismo (PIAGET apud VISCA,1991, p.57).
Para Visca (1985), a aprendizagem depende de uma estrutura onde envolva o
cognitivo/afetivo/social nas quais essas sejam indissociavelmente inseparáveis. Sendo assim a inteligência vai se construindo a partir da interação do indivíduo e as circunstâncias do meio social. A psicopedagogia além de atuar nos tratamentos de dificuldades de aprendizagem ele atua também sob o cunho curativo, buscando métodos que favoreça a readaptação pedagógica do aluno. Os objetivos da intervenção são de identificar a natureza dos procedimentos de intervenção se eles devem ser focados no aluno numa perspectiva corretiva e de atendimento individualizado ou se deve envolver a escola, a fim de auxiliar professores, coordenadores pedagógicos e gestores em propostas preventivas e de atendimento coletivo. O psicopedagogo é de suma importância no ambiente escolar. Além de observar a relação professor aluno, ele auxilia a escola por meio de diagnóstico institucional a importância “do que ensinar? como ensinar? para que ensinar?” detectar as entraves que prejudicam o aluno, ajudando o professor com metodologias que facilita o aprendizado orientando e acompanhando nos casos em que precisam de profissionais especializados como psiquiatras, fonoaudiólogos, neurologistas e psicólogos. Segundo Bossa (1994, p.74): O diagnóstico psicopedagógico é um processo contínuo sempre revisável, onde a intervenção do psicopedagogo inicia segundo vimos, afirmando numa atitude investigadora até a intervenção. É preciso observar que esta atitude investigadora, de fato prossegue durante todo o trabalho na própria intervenção com o objetivo de observação ou acompanhamento da evolução do sujeito (BOSSA, 1994, p.74).
Segundo Cavalcante (2000); o trabalho do psicopedagogo não é só evitar
dificuldades de aprendizagem, mas também aperfeiçoar relações humanas afetivas no ambiente escolar. Ele deve avaliar como se dá a aprendizagem dos alunos e especificar até que ponto eles conseguem desenvolver suas capacidades e se conseguiu atingir a etapa proposta. A avaliação psicopedagógica tende a fornecer informações importantes em relação às necessidades dos seus alunos e do contexto escolar, familiar e social, com isso irá justificar se há ou não necessidade de introduzir mudanças na oferta educacional. Segundo Fernández :
Não pretendemos diminuir ou relativizar a importância que um diagnóstico
psicopedagógico requer, já que entendemos que as alterações no aprender, o fracasso escolar e as diferentes formas em que o problema de aprendizagem se apresenta em alta proporção na população em geral e particularmente na infância, requer uma análise cuidadosa de sua etiologia e particularidade. Por outro lado, observamos que a tarefa diagnóstica, tanto a nível institucional como privado carece de operatividade, transformando-se muitas vezes em oráculo que determina discriminatoriamente o futuro intelectual de uma criança, quando não tem um calmante de ansiedades e em disfarce de ineficiência de certos profissionais ou docentes, a partir da pseudo tranquilidade que outorgam os rótulos do tipo: debilidade mental, problemas de aprendizagem de ordem orgânica, hipercinésia e etc. Sendo que no melhor dos casos pode chegar a transformar-se em mais uma marca, para um indivíduo a quem permanentemente se examina, se mede, e quem pouco escutam ( FERNÁNDEZ, 1987).
O psicopedagogo não só compreende o porquê de um sujeito não aprender
alguma coisa, mas o que ele pode aprender e como. A busca deste conhecimento inicia-se no processo de diagnóstico, fase em que a ênfase é a leitura da realidade daquele sujeito para então proceder a intervenção que é propósito do tratamento ou encaminhamento. Segundo Bossa: É de extrema importância detectarmos, através do diagnóstico o momento da vida da criança que se iniciam os problemas de aprendizagem. “Do ponto de vista da intervenção faz muita diferença constatarmos que as dificuldades de aprendizagem se iniciam com o ingresso na escola, pois pode ser um forte indício de que a problemática tinha como causa fatores intra escolares (BOSSA, 2000, apud MORAIS, 2010, p. 8).
Fernández (1991) considera quatro níveis que envolvem as dificuldades de
aprendizagem como o organismo, o corpo, a inteligência e o desejo.
[...]nós humanos aprendemos a partir de identificação com nossos
ensinantes, e somente em um ambiente familiar, e depois, no escolar e social, que nos aceite como seres pensantes. Quero dizer, que permita e favoreça nossas perguntas, de lugar, diferença, em síntese, que favoreça a autoria de pensamento. A inteligência se constrói, a atividade de pensamento se constrói, como também a atenção e a capacidade de se prestar atenção (FERNÁNDEZ,2008, p.187).
Em relação aos problemas de aprendizagem, o conceito do termo; ponto já dito
pela autora; deixa bem claro que os mesmos não podem ser apontados como erros, opinião de Freud, porque são perturbações produzidas durante a aquisição e não nos mecanismos de conservação e disponibilidade.
[...] futuro da psicopedagogia depende da postura que cada psicopedagogo pode ir
construindo, quer dizer, priorizando a saúde da aprendizagem tanto nas escolas, nas famílias e nos meios de comunicação. Esta é a tarefa principal. Encaminhar uma criança ou um jovem a um tratamento é só uma última instância. A psicopedagogia tem muito que contribuir se conseguir ser fiel a proposta psicopedagógica da saúde. Em síntese, frente a nossa inteligência aprisionada, a tarefa de cada um de nós, como ensinantes e aprendentes, passa por: o autorizar- se a pensar; o permitir-se perguntar, o perguntar, o deixar o espaço á imaginação e ao prazer de aprender: e, em consequência, ao prazer de ensinar (FERNÁNDEZ, 2008a).
4. APRENDIZAGEM
A psicopedagogia é um campo de estudo que se preocupa com a
aprendizagem humana; ou seja; está focada nas características da aprendizagem como um todo, seja na escola ou em quaisquer ambientes, pois aprendemos a vida toda, e em todos os lugares. Nesse sentido, a atuação do psicopedagogo se estenderá não só na criança, más também em todo aquele que tiver dificuldades no processo de aprender, independentemente da sua área de atuação. Segundo Fernández (2001) acrescenta que o psicopedagogo na escola:
É alguém que convoca a todos a refletirem sobre sua atividade, a
reconhecerem-se como autores, a desfrutarem o que têm para dar. Alguém que ajude o sujeito a descobrir que ele pensa, embora permaneça muito sepultado, no fundo de cada aluno e de cada professor. Alguém que permita ao professor ou a professora recordar-se de quando era menino ou menina. Alguém que permita a cada habitante da escola sentir alegria de aprender para além das exigências de currículos e notas (FERNÁNDEZ, 2001, p.35- 36).
É importante ressaltar que as dificuldades de aprendizagem são incapacidades
apresentadas pelo sujeito diante de novas situações e que podem ser oriundas de fatores tanto orgânicos quanto emocionais. Quaisquer desarranjos que ocorram no desenvolvimento do sujeito refletem no processo do aprender. Se a criança na sala está sonolenta, cansada, agitada, triste, não tem vontade de participar de nenhuma atividade, ela merece atenção por parte do professor e das pessoas que convivem com ela.
O psicopedagogo juntamente com a equipe multidisciplinar deve ficar atentos, pois
muitas vezes a criança só quer chamar atenção dos pais, e neste caso não devemos patologizar o problema com suposições erradas de que possa ser um distúrbio que está interferindo na aprendizagem do mesmo.
Dificuldades de aprendizagem nem sempre é um distúrbio; por isso é de suma
importância e responsabilidade que a equipe juntamente com o psicopedagogo tenha cautela e cuidado na hora de fazer um diagnóstico. O psicopedagogo deve estar preparado para lidar com as dificuldades de aprendizagem, ter um olhar sensível para saber quando de fato existe um distúrbio, ou se apenas se trata de uma dificuldade passageira que se não resolvida pode acompanhar a criança ou adolescente até a vida adulta em muitos casos agravando ainda mais a situação. Para uma boa aprendizagem a criança ou adolescente precisa estar em um ambiente equilibrado, tanto no físico quanto no emocional e social. A escola deve ter cuidado em relação às dificuldades e possíveis deficiências cognitivas, para não as excluir ou discriminá-las, para que não acabe gerando um problema ainda maior, levando até a violência ou o possível abandono da instituição escolar. Segundo BARBOSA (2001); todos os sintomas percebidos e registrados em uma queixa, a priori, originam-se das observações na própria instituição; Barbosa ainda diz que:
A psicopedagogia no âmbito escolar da instituição, ao escolher uma forma
preventiva de ação, transforma a atenção individual em grupal, analisa os sintomas, considerando a gama de relações que existem numa instituição, e propõe projetos de atuação que apontem para uma mudança global, sem deixar de atender os casos concretos que aparecem como sintomas das tensões existentes na instituição (BARBOSA, 1998, p. 64).
De acordo com a teoria psicogenética Piaget (1977); a ideia de aprendizagem é
construída nas estruturas cognitivas onde esta é como um mapa mental interno no qual os conceitos são construídos pelo individuo para compreender e responder as experiências que decorrem dentro do seu meio envolvente. Piaget dividiu o desenvolvimento humano em quatro estágios que são vividos de acordo com cada sujeito:
1. Estágio da inteligência sensória motora (até os dois anos) – as crianças
buscam adquirir controle motor e aprender sobre os objetos físicos que as rodeia. 2. Estágio da inteligência simbólica ou pré-operatória ( de dois a oito anos)- a criança busca habilidades verbais 3. Estágio da inteligência operatória concreta (sete-oito anos á onze-doze anos)- a criança lida com conceitos abstratos, números e relacionamentos. 4. Estágio da inteligência operatória formal (doze anos á quatorze- quinze anos)- a criança começa lógica e sistematicamente a agir de acordo com seus aprendizados.
Para Visca,(1987); a aprendizagem depende de uma estrutura onde envolva o
cognitivo/afetivo/social, nas quais estas sejam indissociavelmente ligadas a alguns aspectos desses três elementos. Sendo assim, a inteligência vai se construindo a partir da interação do sujeito e as circunstâncias do meio social; Enrique Pichon Riviere (1959); apresenta uma dimensão clássica de clínica, propondo diagnóstico, tratamento corretor e prevenção. Na visão de Visca,(1987); a aprendizagem depende de uma estrutura que envolve o cognitivo/afetivo/social, nas quais estas são inseparavelmente ligadas a alguns aspectos desses três elementos. Dessa forma, a inteligência irá se construindo a partir da ação mútua do sujeito e as particularidades do meio social. Conforme Pain,(1986); os problemas de aprendizagem são de duas categorias. A primeira diz respeito aos problemas educacionais que tem origem em questões sociais e se instalam no interior das escolas como preparo inadequado do professor e infraestrutura precária. A segunda categoria refere-se aos fatores orgânicos, específicos, psicogênicos e ambientais. Pain 1981; considera a dificuldade de aprendizagem como um sintoma, que pode ser determinado por: fatores orgânicos: que tem relação com fatores anatômicos, como por exemplo; o funcionamento dos órgãos dos sentidos e do sistema nervoso central; Fatores específicos; tudo que tem haver com as dificuldades especificas do indivíduo, que não passíveis de constatação orgânica, mas que se manifestam nas áreas da linguagem ou na organização espacial e temporal. Fatores psicogeneos; é preciso que se faça a distinção entre dificuldades de aprendizagem decorrentes de um sintoma de inibição. Fatores ambientais; condições de habitação, higiene, conforto, nutrição, estímulos e vida social. Sabemos que indivíduo constrói sua aprendizagem através das constantes inter- relações com o meio. Porém nesse meio, vários fatores podem influenciar ou prejudicar aprendizagem do mesmo. A aprendizagem é um processo pessoal e individual. Segundo algumas teorias de aprendizagem tem fundo genético, mas também pode depender de vários fatores. Entre eles podemos destacar: a motivação; saúde física e mental, maturação, inteligência, concentração e atenção, memória, fatores ambientais entre outros. Despertar no aluno o desejo do aprender é um grande desafio impostos às escolas nos dias de hoje, especialmente por parte do professor, que precisa reaprender a cada dia e buscar novas metodologias que suscitem no aluno o desejo pelo conhecimento. Dessa forma a psicopedagogia como área que estuda o processo ensino/aprendizagem, pode contribuir com a escola na missão de resgate do prazer no ato de aprender e da aprendizagem nas situações prazerosas. Segundo Barbosa; Transformar a aprendizagem em prazer não significa realizar uma atividade prazerosa, e sim descobrir o prazer no ato de construir ou desconstruir o conhecimento; transformar ou ampliar o que se sabe; relacionar conhecimentos entre si e com a vida; ser coautor ou autor do conhecimento; permitir-se experimentar diante de hipóteses; partir de um contexto para a descontextualização e vice-versa; operar sobre o conhecimento já existente; buscar saber a partir do não saber; compartilhar suas descobertas; integrar ação, emoção e cognição; usar a reflexão sobre o conhecimento e a realidade; conhecer a historia para criar novas possibilidades (BARBOSA,2001, P.53).
Segundo Fernández, para resolver o fracasso escolar necessitamos recorrer
principalmente ao plano de prevenção nas escolas batalhar para que o professor possa ensinar com prazer para que, com isso, seu aluno posso aprender com prazer, tende a denunciar a violência encoberta e aberta, instalada no sistema Educativo, em outros objetivos.(FERNÁNDES 1991 p. 81-82). Vale ressaltar que a criança com dificuldades de aprendizagem não deve ser taxada como deficiente ou aquela que não sabe, e sim como uma criança normal que aprende de forma diferenciada. Não existe criança que não aprende. Ela sempre irá aprender. Algumas de modo mais rápido, outras mais lentamente. É de grande importância que os fatores que geram as dificuldades de aprendizagem sejam detectados o quanto antes, pois essas dificuldades interferem consideravelmente na vida do indivíduo. Dessa forma, quanto mais precocemente forem observadas, melhor será o diagnóstico e tratamento. É necessário ainda, que compreendamos que a aprendizagem não depende somente do aluno, mas sim de um trabalho contínuo de análises, monitoramento e intervenções por parte de todos os inseridos no processo. A família tem um papel fundamental na aprendizagem. Porque deve estimular, motivar e promover a criança. O ajuste entre a instituição família e o estilo de aprendizagem do aluno pode ser uma das respostas para vencermos o fracasso escolar que tanto angústia os alunos, professores e pais. A escola enquanto instituição deve oferecer condições adequadas para que de fato a aprendizagem aconteça. Sendo assim, nas instituições escolares o psicopedagogo pode contribuir preventivamente para melhoria do processo de ensino aprendizagem, promover a integração dos sujeitos por meio de trabalhos em equipe, auxiliar no fortalecimento das relações entre família e escola mediante a elaboração de projetos educativos, ministrar cursos que visem o aprimoramento e á formação de professores e participar de equipes multidisciplinares entre outras atividades. Segundo Bossa,(2000); a psicopedagogia contribui também com a pedagogia nos diferentes níveis de atuação na instituição escolar; primeiro, o psicopedagogo atua nos processos educativos com o objetivo de diminuir a frequência dos problemas de aprendizagem. Seu trabalho incide nas questões didáticos metodológicas, bem como na formação e orientação dos professores, além de fazer aconselhamento aos pais. Na segunda atuação, o objetivo é diminuir e tratar dos problemas de aprendizagem já instalados. Para tanto, cria-se um plano diagnóstico, a partir do qual procura se avaliar os currículos com professores, para que não se repita os transtornos, prevenindo assim o aparecimento de outros. Nesse sentido é preciso que a família e a escola trabalhem de forma harmoniosa, cumprindo com suas responsabilidades, no que diz respeito as ações educativas e ao bem-estar da criança. O papel do psicopedagogo é atuar como mediador entre a escola e a família, tendo em vista que os problemas de aprendizagem podem surgir devido a vários fatores e contextos. Assim compete ao profissional que intervenha nos aspectos que ocasionam os obstáculos à aprendizagem, orientando ações individuais e a família. A ação de ensinar implica assumir um olhar multidisciplinar para a ação de aprender, da qual fazem parte a intencionalidade, o questionamento, o auto posicionamento e a avaliação, levando-se em consideração que todo ensino desencadeia obrigatoriamente a ação de aprender. Ao longo da vida, o indivíduo vai se formando como sujeito autor, conforme lhe é permitido alternar entre os papéis de ensinantes e de aprendentes. Nesse sentido, é papel da psicopedagogia reconhecer o sujeito como “processo e ato de produção de sentidos e de reconhecimento de si mesmo como protagonista ou participante de tal produção.”(FERNÁNDEZ, 2001, P.94); pois o homem é um ser inacabado e a aprendizagem, um processo contínuo.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Psicopedagogia surgiu como uma necessidade natural de preencher a lacuna
que existia e ainda existe em muitos casos entre “ o que ensina “ e “ o que aprende “. Com o passar dos anos e o desenvolvimento de novas modalidades e técnicas de ensino e aprendizado notava se que faltava algo na escola. Alunos que estudavam nas mesmas condições que os colegas e tinham os mesmos professores, acesso aos mesmos livros e materiais didáticos; não evoluíam no aprendizado como os demais. Quando as instituições de ensino começaram a olhar com mais atenção para esses casos perceberam que para obter êxito na educação desses alunos precisariam de profissionais especializados e treinados para lidar com algo tido como novo na escola mas que na verdade sempre esteve lá. A Psicopedagogia vem atuar como um elo entre a escola, o aluno, a família do aluno, o ambiente em que ele vive e estuda e suas barreiras e dificuldades no caminho do saber. Ela busca conhecer, compreender, analisar o ambiente e intervir de forma espontânea no processo de aprendizado. Adaptando, aperfeiçoando e desenvolvendo técnicas de ensino que estimulem e facilitem esse processo no caso de alunos que sofrem com algum tipo de distúrbio seja ele de qual natureza for. O papel do psicopedagogo é fundamental no ambiente escolar e porque não dizer na sociedade; já que é papel dele também ter o conhecimento sobre a realidade social do aluno, da sua família e da sociedade onde vive. A Psicopedagogia identifica essas pessoas com algum tipo de dificuldade com avaliações criteriosas e minuciosas e as prepara para enfrentar os desafios nas áreas; cognitiva, social e emocional para que possam ter uma vida adulta digna com mais oportunidades e possibilidades sem ter nenhum tipo de trauma ou deficiência causada durante seu processo de educação.
REFERÊNCIAS
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criança e sua família, Porto Alegre; Artmed, 2001a. FERNÁNDEZ A.; O saber em jogo; a psicopedagogia propiciando autorias de pensamento, Porto Alegre: Artes médicas, 2001b. FERNÁNDEZ A.; Os idiomas do aprendente; análise das modalidades ensinantes com famílias, escolas e meios de comunicação. Porto Alegre: Artes Médicas; 2001c. CLARO Genoveva Ribas; Fundamentos da Psicopedagogia, Curitiba; 2018. BARBOSA Laura Mont Serrat; O projeto de trabalho uma forma de atuação psicopedagógica. Curitiba; 1999. BARBOSA L.M.S.; A Psicopedagogia no âmbito da instituição escola. Curitiba; Expoente, 2001. VISCA J.; Clínica Psicopedagógica, epstemologia convergente. Porto Alegre; Artes Médicas, 1987. VISCA Jorge; Diagnósticos e Dificuldades de aprendizagem. Petrópolis; Vozes, 1987. BOSSA Nádia A.; A Psicologia no Brasil, contribuições a partir da prática. Porto Alegre; Artes Médicas, 2000. BOSSA Nádia A.; Dificuldades na Aprendizagem. Porto Alegre; Artimed, 2000. PAIN Sara; Diagnóstico e Tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto Alegre; Vozes, 1987. FAGALI e VALE; Aprendizagem escolar dinâmica Institucional Aplicada; a aprendizagem e constante na sala de aula. Petrópolis; Vozes,1999. BARBOSA Laura Mont Serrat, disponível em: <http://Brasilescola.uol.com.br> Acesso: 12/01/2021. VISCA, Jorge. Epstemologia Convergente, disponível em:< http://www.tekoa- aprendizagem.com.br>. Acesso em: 15/01/2021. FERNÁNDEZ Alicia. A história de uma referência para a Psicopedagogia, disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br.> Acesso em: 10/02/2021.