A PSICOPEDAGOGIA E AS CONTRIBUIÇÕES Revisado

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A PSICOPEDAGOGIA E AS CONTRIBUIÇÕES PARA A PRÁTICA

PEDAGÓGICA NA CONTEMPORANEIDADE

Izabele Maria Cavalcante


Wanderson Luã Alves Santos
Maria José Brito de Araújo

INTRODUÇÃO

O despertar para essa temática surgiu a partir da disciplina do curso de


especialização em psicopedagogia institucional, na Universidade Estadual de Alagoas -
UNEAL, Campus Arapiraca, ele faz refletir sobre a área escolhida e os fazeres como
futuros profissionais.
A psicopedagogia foi definida por muitos como a junção da psicologia e da
pedagogia, sua nomenclatura indica isso, porém seu campo de atuação é
multidisciplinar, uma vez que trabalha com aspectos da totalidade do indivíduo e sua
capacidade de aprender.
A psicopedagogia tem como objetivo principal de estudo a aprendizagem, ela
nasceu da necessidade de compreender o ser humano e as respectivas dificuldades e
fatores que podem influenciar ou até mesmo interferir nesse longo processo. Essa
integração é de suma importância para o rendimento educacional do educando.
A psicopedagogia está voltada para aprendizagem humana, por isso se destaca
então os estudos de Bossa, que diz:

A Psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, que adveio de


uma demanda – o problema de aprendizagem, colocado em um
território pouco explorado, situado além dos limites da psicologia e da
própria pedagogia - e evoluiu devido à existência de recursos, ainda que
embrionários, para atender a essa demanda, constituindo-se assim em
uma prática. Como se preocupa com o problema de aprendizagem, deve
ocupar-se inicialmente do processo de aprendizagem. Portanto vemos
que a psicopedagogia estuda as características da aprendizagem
humana: como se aprender, como essa aprendizagem varia
evolutivamente está condicionada por vários fatores, como se produzem
as alterações na aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e a
preveni-las (BOSSA, 2007, p.24).
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Como observado, o psicopedagogo ocupa-se do processo de aprendizagem na


escola, clínica e empresas, mas ainda não se vê com assiduidade, na escola, a presença
deste profissional tão importante para evolução da aprendizagem.
A presença desse profissional na escola reflete “[...] incluindo a promoção da
integração entre pais, professores, orientadores educacionais e demais especialistas que
transitam no universo educacional do aluno” (BOSSA, 2007, p.67).
Ela afirma que o trabalho do psicopedagogo na escola deve ser preventivo e em
níveis diferentes de atuação:
No primeiro nível o psicopedagogo atua nos processos educativos
com o objetivo de diminuir a 'frequência dos problemas de
aprendizagem'. Seu trabalho incide nas questões didático-
metodológicas, bem como na formação e orientação de professores,
além de fazer aconselhamento aos pais. No segundo nível o objetivo é
diminuir e tratar dos problemas de aprendizagens já instalados. Para
tanto se cria plano diagnóstico da realidade institucional, e elaboram-
se planos de intervenção baseados nesses diagnósticos a partir do qual
se procura avaliar os currículos com osprofessores, para que não se
repitam tais transtornos. No terceiro nível o objetivo é eliminar
transtornos já instalados em um procedimento clínico com todas as
suas implicações. O caráter preventivo permanece aí, umavez que ao
eliminarmos um transtorno, estamos prevenindo o aparecimento de
outros (BOSSA, 2007, p. 25).

Contemplando esta colocação, quando o aluno não consegue por si mesmo obter
resultados significantes, nesse processo tem que se averiguar o que está acarretando esta
situação, reportabdo-se a Miranda (2011, p.1) “o papel do psicopedagogo é de suma
importância, porque ele vai agir como um 'solucionador' para os problemas de conduta e
aprendizagem”.
Conforme os apontamentos, procurou-se perceber e compreender a importância
da atuação do psicopedagogo na escola, para tanto foi observado o relato da professora
regente em duas escolas, uma municipal e a outa particular, ambas do município de
Arapiraca-AL, a qual proporcionou uma visão mais concreta da função
psicopedagógica.
Para a construção desse artigo foi utilizada a pesquisa bibliográfica em livros,
artigos, internet, acrescida de uma entrevista com o profissional da educação atuante
através de um roteiro, sobre o seu cotidiano com os alunos que apresentam dificuldades
de aprendizagem e conduta, para que fosse possível perceber e compreender as atitudes
tomadas e o acompanhamento realizado pelo psicopedagogo existente na instituição.
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A PSICOPEDAGOGIA

Quando se fala em psicopedagogia é comum pensar que se trata da união da


psicologia e da pedagogia, como a escrita do próprio nome já sugere, mas se trata de um
campo de estudo muito mais amplo, que envolve o ser humano na sua totalidade e em
seus variados aspectos. Assim, Costa; Pinto e Andrade (2013, p. 10 a 21) dizem que:

Sendo uma ciência em construção, a Psicopedagogia se respalda em


outras ciências entre elas a filosofia, fisioterapia, neurologia,
psicolinguística e a psicanálise, pois, contribuem para a compreensão
do processo de aprendizagem humana. Os diversos autores que tratam
da Psicopedagogia enfatizam o seu caráter interdisciplinar.
Reconhecer tal caráter significa admitir a sua especificidade enquanto
área de estudos, uma vez que, buscando conhecimento em outros
campos, cria o seu próprio objeto, condição essencial da
interdisciplinaridade.

Não se trata apenas de averiguar os distúrbios de aprendizagem e as


dificuldades, mas da aprendizagem na sua forma mais abrangente e totalitária. Segundo
Serra (2012), “a Psicopedagogia é uma nova área de atuação profissional que tem, ou
melhor, busca uma identidade e que requer uma formação de nível interdisciplinar (o
que já é sugerido no próprio termo Psicopedagogia)”.
A psicopedagogia teve sua origem na Europa no século XIX, onde médicos,
filósofos e educadores pensavam sobre a aprendizagem. Estudos e práticas foram
elaboradas e disseminadas nas literaturas de diversos países, fazendo assim crescer a
abordagem a cerca dessa temática, chegando ao Brasil por volta da década de 1970, sob
a influência da Argentina.
As áreas de atuação do psicopedagogo são divididas em clínico, que visa o
trabalho para a cura e o institucional que tem característica preventiva, não sendo assim
algo isolado uma vez que existe uma troca recíproca entre elas. A institucional se divide
em três: escolar, que busca solucionar problemas de aprendizagem não só dos
educandos, mas de todos os envolvidos, a empresarial com o intuito de melhorar e
aumentar o desempenho profissional e a hospitalar para sanar as defasagens de crianças
que estão no leito e afastadas da escola.
A função Psicopedagógica tem inúmeros desafios a ser transformada, cada área
tem uma situação propícia para ser ajustada, e para que isso dê início a mesma tem que
ser a primeira, através de uma boa gestão, a contribuir com o profissional
Psicopedagogo.
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Quando alunos, funcionários, pacientes ou qualquer indivíduo da instituição


apresentarem dificuldade ou distúrbios em suas ações cotidianas, qual profissional
recorrer para ajudar a solucionar o problema? De que forma contribuir para estes
dilemas serem solucionados? Atualmente, o Psicopedagogo é uma peça fundamental
como alternativa de poder sanar essas possíveis dificuldades. É uma forma de
intervenção que torna menos árduos os processos vivenciados.

O PAPEL DA PSICOPEDAGOGIA NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR

Voltada para a compreensão dos problemas de aprendizagem e sua relação com


o desenvolvimento do aluno no que se refere ao cognitivo, psicomotor e afetivo,
inserida nas situações de aprendizagem, a psicopedagogia surgiu como necessidade para
intervir e prevenir na busca do processo ensino/aprendizagem com enfoque na solução
dos problemas.
Portilho (2003, p.125) complementa em sua definição:
Psicopedagogia tem por objeto de estudo a aprendizagem do ser
humano que na sua essência é social, emocional e cognitivo - o ser
cognoscente, um sujeito que para aprender pensa, sente e age em uma
atmosfera, que ao mesmo tempo é objetiva e subjetiva, individual e
coletiva, de sensações e de conhecimentos, de ser e vir a ser, de não
saber e de saber. Essa ciência estuda o sujeito na sua singularidade, a
partir do seu contexto social e de todas as redes relacionais a que ele
consegue pertencer [...].

A atuação do psicopedagogo não se faz sem um trabalho conjunto, a ação


psicopedagógica é válida quando há o trabalho realizado em conjunto e o ponta pé
inicial para realização do trabalho preventivo iniciasse com o professor, onde o mesmo
tem que ser acompanhado da mesma forma que o aluno, pois essa parceria dá um
feedback com exatidão para o que se pretende alcançar. Pontes (2010, p.418) relata que
“a atuação psicopedagógica na escola implica num trabalho de caráter preventivo e de
assessoramento no contexto educacional”, ou seja, esse trabalho não consiste apenas no
atendimento para com o aluno, mas em dar suporte pedagógico aos professores que
estão atuando no processo de ensino/aprendizagem, pois o mesmo está em contato
direto e cotidianamente com o aluno. Diz Santos que:
O trabalho na instituição escolar apresenta duas naturezas: O primeiro
diz respeito a uma psicopedagogia voltada para o grupo de alunos que
apresentam dificuldades na escola. O seu objetivo é reintegrare
readaptar o aluno à situação de sala aula, possibilitando o respeito às
necessidades e ritmos. Tendo como meta desenvolveras funções
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cognitivas integradas ao afetivo, desbloqueando e canalizando o aluno


gradualmente para a aprendizagem dos conceitos conforme os
objetivos da aprendizagem formal. O segundo tipo de trabalho refere-
se à assessoria junto a pedagogos, orientadores e professores. Tem
como objetivo trabalhar as questões pertinentes às relações vinculares
professor-aluno e redefinir os procedimentos pedagógicos, integrando
o afetivo e o cognitivo, através da aprendizagem dos conceitos e as
diferentes áreas do conhecimento (SANTOS, 2016, p.02).

O trabalho exercido pelo profissional contribui também para a melhoria da


qualidade do ensino nas escolas, pensando em ações diferenciadas na aprendizagem,
incentivando e cuidando dos processos de construção de ensino. E tudo isso se dá
através do interesse conjunto das partes em progredir e inovar, oportunizando condições
adequadas de trabalho aos docentes.
Considerando os apontamentos, Osti, (2005, p. 152) postula que:
A psicopedagogia educacional objetiva que todos profissionais de
educação, considerando diretores, professores e coordenadores
pedagógicos repensem o papel da escola frente às dificuldades da
criança e os vários fatores envolvidos numa situação de aprendizagem.
Por outro lado, crianças com dificuldades de aprendizagem necessitam
de atendimento específico, o que evidencia que em certos casos a
escola não consegue resolver todos os problemas desta ordem sozinha,
necessitando de ajuda de um profissional especializado.

Visto que mediante as colocações dos autores pode-se observar o quanto se faz
necessário a presença de psicopedagogos nas instituições, dando suporte aos professores
ajudando a encontrar caminhos para sanar muitas vezes casos simples, que se não forem
tratados se tornam complicados de resolver, pelo fato de não se ter aplicado os cuidados
necessários no momento oportuno. O ser humano desde a sua existência está
constantemente em processo de aprendizado, e nesse contexto, o processo de
intervenção e avaliação psicopedagógico é de suma importância. Miranda (2011) ainda
aponta que, frente a uma situação/problema, o profissional psicopedagogo atua
investigando sobre a vida escolar e familiar do estudante; orientando-o da melhor forma
através de material pedagógico, entrevistas, provas e tantas outras contribuições, para
que as dificuldades de aprendizagem sejam solucionadas e que ele tenha melhores
resultados no futuro.

PRÁTICA PEDAGÓGICA NA CONTEMPORANEIDADE


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A busca por novos conhecimentos deve ser constante, pois a mente do ser
humano é um “relógio” de trabalho e ideias diárias. O professor é um pesquisador, um
desbravador na busca de novas práticas que venham somar em sua atuação.
O mundo atual está se modificando rapidamente e com isso a procura pela
qualificação tem que ser habitual na vida do profissional, o conhecimento é o
instrumento que o guia como estímulo para seus alunos. Atualmente o professor deixou
de ser apenas um transmissor de conhecimentos e passou a ser um formador crítico,
contribuindo na formação da personalidade.
O verdadeiro profissional é aquele que ama o que faz, que se entusiasma com as
novas possibilidades de ensino para que venham contribuir na formação de seus alunos,
é aquele que vibra ao ver os resultados se aflorando, é aquele que se emociona ao ver o
sucesso ser concretizado. E quando se observa um professor envolvido em realizar uma
boa atuação em sala de aula, aprimorando seus conhecimentos, investindo em
qualificações, é possível compreender a necessidade em apoiar e contribuir para o
desenvolvimento de suas atribuições. Essa é a importância que tem que ser dada ao
professor. O professor, o profissional que está em contato direto com a família e essa é
uma responsabilidade imensa, onde o mesmo é visto como um profissional competente
em exercer um trabalho de excelência para a sociedade, pois se a escola falha em
ensino/aprendizagem o professor é o primeiro a ser apontado como incompetente.
Faz-se necessário o profissional oferecer uma visão de mundo ampla ao
educando, com competências e habilidades eficazes para a vida no sentido amplo da
criança, e esse processo não é simples, e muitas vezes é necessário o acompanhamento
de um profissional.
Para que o fortalecimento do ensino/aprendizagem e o desenvolvimento do
professor em sala de aula seja reforçado, a contribuição do psicopedagogo é mister para
a obtenção de grandes resultados. Essa intervenção conjunta e direta desses dois
profissionais proporciona uma abordagem de investigação concisa e com maiores
resultados devido às demandas serem diferenciadas, o que exige de cada profissional
uma forma avaliativa exigente em conhecimentos e contribuições mais precisas para as
crianças.
Se há essa necessidade do psicopedagogo atuando na escola, porque ainda sua
existência é escassa? Como fica o processo de aprendizagem desenvolvido com o
professor com alunos que apresentam alguma dificuldade? Como se dá esse trabalho
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sem o suporte adequado para com o mesmo? São questionamentos embasados no que
autores relatam e que na prática a situação é divergente. O professor é o primeiro a
conhecer seus alunos, é através das atividades desenvolvidas e avaliativas que são
identificados os estudantes com algum tipo de defasagem de aprendizagem, para serem
encaminhados para equipe pedagógica, precisamente para um psicopedagogo e a partir
das suas intervenções e acompanhamentos, com o professor em sala de aula, presenciam
as mudanças ou a necessidade de acompanhamento com outros especialistas.
Há quem diga que assim como muitos pais são resistentes aos trabalhos
desenvolvidos pela escola para melhoria na aprendizagem da criança, também há
professores que resistem às mudanças, não aceitam contribuições de profissionais como
um psicopedagogo que orienta, com eles, os estudantes para novos rumos.
Quando se tem profissionais com ampla capacidade de interesse em sanar os
problemas encontrados torna-se mais fácil, para a gestão escolar de alguma forma
contribuir para o desenvolvimento dos trabalhos realizados, mas quando são constatadas
as dificuldades dos professores em acatar as sugestões e ajuda dos profissionais torna-se
complicado para ambas as partes poderem desenvolver ações, que possam contribuir em
uma busca infinita de conhecimento para poder realizar novas metodologias e para que
possam enriquecer e despertar o interesse em aprender com prazer e dedicação.
Por conseguinte, verifica-se que o ser professor exige bastante reflexão sobre sua
função e sua capacidade de comunicação e trabalho conjunto, no qual ele não está
apenas para cumprir seu papel em ensinar, mas de se fazer conhecedor do tanto que se
tem a aprender e que a aprendizagem consiste nas transformações constantes onde
através de todos esses aspectos importantes e sua disposição, as habilidades sejam
desenvolvidas com competência.

ANÁLISE E REFLEXÃO DA ENTREVISTA - UMA CONVERSA COM


PROFESSORES

Quando se refere à psicopedagogia, entende-se que o trabalho psicopedagógico


atinge, especialmente, duas instâncias: escola e clínica. Aqui é tratado sobre a
experiência com professores e os relatos são resultados de uma entrevista. Os
professores entrevistados são chamados pelas iniciais de seus nomes.
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A entrevistada M. Q. T. S., tem 35 anos é pedagoga há 10 anos, atua na rede


pública municipal, é efetiva e também atua na rede privada da cidade de Arapiraca-AL
no 3º ano do Ensino Fundamental. Em seu relato, as instituições onde leciona não
possuem psicopedagogas e devido a essa ausênciaem ambas as escolas, procurou-se
entender como se dá as atitudes, para sanar os problemas no momento em que as
crianças apresentam algum tipo de dificuldade:
Então, confesso que não é fácil trabalhar sem apoio e suporte de um
profissional tão importante para escola como o psicopedagogo.
Primeiro vou colocar minha experiência na rede municipal.
Pressuponho que não há o profissional exclusivo para cada escola
devido a não valorização para com a profissão vimos que não há
concurso para esta área. Também observo o quanto à estrutura da
escola que trabalho é pequena não dá para ter uma sala especifica para
os atendimentos especializados. Também confesso se for para ter a
estrutura e o não acompanhamento adequado como deveria ser de
nada adianta. Sinto a necessidade dessa troca de conhecimento e ajuda
mesmo, devido ter uma sala com 30 alunos e deles apenas uns 5 estão
acompanhando o processo de ensino/aprendizagem. É uma sala muito
barulhenta devido a um ventilador, as crianças são indisciplinadas e
conversam muito alto, tem aqueles que não sabem ler, então ficam
sem estimulo para acompanhar a aula. Já foi feita as anotações
necessárias passadas para coordenadora e dois casos para serem
levados para o psicopedagogo que atende no centro especializado, mas
como a demanda é grande temos que esperar, enquanto aguardo o
retorno vou procurando trabalhar da forma que consigo adequar às
aulas (PROFESSORA M. Q. T. S.).

Mediante as colocações feitas em uma parte da entrevista fica claro que a teoria
contextual da psicopedagogia traduz a importância do profissional, para segmentar os
caminhos a serem seguidos na escola frente à contribuição no ensino/aprendizagem dos
alunos. É nítido que a escola que não possui um psicopedagogo sobrecarrega o
professor, pois o mesmo tem que suprir de alguma maneira junto aos alunos com
problemas de aprendizagem ou comportamento. Esse quadro pode ser revertido se a
presença do psicopedagogo fosse rotineira para auxiliar a comunidade escolar. Santos
diz que:
O psicopedagogo é um profissional que tem total dedicação à
acessória de instituições escolares com o intuito de certificar aos
profissionais que nela atuam e oferecer condições precisas para se
poder atingir uma melhor compreensão da complexidade do processo
de ensinar e aprender (SANTOS, 2011, p. 1).

A colaboração dos pais é de suma importância como o contexto da


psicopedagogia, mas só quando é possível, como ressalta a professora: “os pais são
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difíceis de compreender as necessidades dos próprios filhos quando se fala em


aprendizagem", então a professora acrescenta: "envio recados, mas não comparecem
quando chamados, em algum momento por uma situação ou outra, aproveito a ocasião e
vou fazendo as buscas necessárias para compreensão da situação até mesmo para
procurar soluções de resolver o caso” (PROFESSORA M.Q.T.S.).
Continuando com a entrevista a professora relatou a situação vivenciada na
escola da rede privada também no 3º ano do Ensino Fundamental.
Fico triste em comentar que a situação é praticamente a mesma, pois a
escola privada de um alto padrão com estrutura espetacular não se faz
presente de um psicopedagogo no quadro de funcionários.
Pressuponho que seja devido ao custo de mais um funcionário ou por
a própria coordenadora ser psicopedagoga, mas confesso que sua
atuação deixa a desejar. A estrutura da escola comporta uma sala para
Atendimento Especializado, porque lá é grande, tem conforto e
estrutura para isso. A sala é composta por 26 alunos sendo que um
deles é Autista de grau leve e dois estão com problemas de leitura e
escrita. Por ser uma escola privada a exigência é bem maior e a
participação dos pais também, sempre assíduos na escola para saber
do desenvolvimento dos filhos. Mas gostaria de ter um suporte maior.
Quando fiz o levantamento dos alunos em sala e encaminhei a
situação para coordenadora, ela já redigiu uma cartinha pedindo a
presença dos pais para comunicar a situação dos mesmos, em seguida
já indicou uma psicopedagoga para que a mãe pudesse levar a criança.
E eu, então fiquei aguardando um suporte, um apoio da coordenadora
que também é psicopedagoga, mas infelizmente não tive, eu mesma
procurei uma forma de poder contribuir para turma que diferente da
outra é bem mais tranquila. Sei que infelizmente é uma comparação
injusta, a sala é bem mais ampla, tem ar condicionado, posso fazer
atividades diferentes porque tenho suporte de todo material que seja
necessário de imediato, enfim, existem diferenças bem opostas.

Como diz Ferreira, sobre a abordagem psicopedagógica,


A psicopedagogia é a abordagem que investiga e compreende o
processo de aprendizagem e a relação que o sujeito aprendente
estabelece com a mesma, considerando a interação dos aspectos
sociais, culturais e familiares. O psicopedagogo articula contribuições
de áreas como a psicologia, pedagogia e medicina, entre outras, com o
objetivo de pôr à disposição do indivíduo a construção do seu
conhecimento e a retomada do seu processo de aprendizagem. E,
ainda busca possibilitar o florescimento de novas necessidades, de
modo a provocar o desejo de aprender e não somente uma melhora no
rendimento escolar (FERREIRA, 2008, p. 141).

Com este enfoque é compreensível que o importante é detectar o problema para


que em seguida a criança seja encaminhada para os devidos acompanhamentos, mas
para que a situação possa ser viabilizada, o trabalho conjunto com o professor
certamente apresenta resultados mais propícios, favorecendo nos resultados com os
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alunos, melhores avaliações, orientações e encaminhamentos adequados. O


acompanhamento psicopedagógico com professor tem um resultado mais consistente, a
prevenção é mais exata e dependendo da evolução da criança, conforme cada caso, ela é
encaminhada para outros profissionais, e assim, alcançar o sucesso no processo de
aprendizagem.
Quando se refere a entender os processos de aprendizagem observou-se ao longo
da história, que houve um tempo em que o conhecimento se dava com o professor no
centro de tudo, hoje entende-se que a criança é capaz de criar e ganhar conhecimentos
produzidos de forma lúdica e eficaz.
Porém, não se pode excluir o professor desse processo, levando-o a mediar e
intervir, dessa forma, quando o educando encontra dificuldades e passa por uma
intervenção é necessário que o professor tenha ciência de tudo. Destarte, o professor
carece ser orientado para que sua prática pedagógica possa fluir de forma positiva diante
das pessoas com dificuldades de aprendizagem.
Considerando os autores e a entrevista com a professora é visto que o docente
necessita desse olhar psicopedagógico com mais afinco, para que o mesmo possa
exercer um trabalho com excelência, contribuindo para a evolução dos alunos e a
qualidade educacional da instituição.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Consideramos que foi uma escrita prazerosa e nos debruçarmos a estudar sobre a
psicopedagogia e as contribuições para prática pedagógica na contemporaneidade, e,
diante de todo conhecimento adquirido, podemos dizer que é indispensável a atuação do
psicopedagogo na escola.
Agregando a pesquisa bibliográfica com a entrevista da professora, surgiu a
reflexão pertinente sobre a temática, e nesse contexto escolar verificamos que o trabalho
realizado em parceria entre o psicopedagogo e a escola é imprescindível para os
avanços das crianças devido às várias dificuldades encontradas. Suprir toda essa
demanda sem um profissional da área, dando suporte aos professores torna o trabalho
lento e incompreensível.
Acreditamos que a escola precisa preparar seus alunos para alcançar novos
horizontes por meio de práticas inovadoras e intervenção de um profissional capacitado,
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que dê não somente aos alunos, mas também aos professores um suporte pedagógico e
um trabalho coletivo. Ainda é necessário que a instituição adote uma nova postura
melhorando o ambiente de aprendizagem e orientando os profissionais para que estejam
abertos a outras formas de trabalho.
A atuação do psicopedagogo ocorre de maneira preventiva, intervindo em prol
da aprendizagem das crianças, considerando as habilidades, potencialidades e
dificuldades de uma forma individual. Então o psicopedagogo norteando as propostas
nas realizações de adaptações curriculares necessárias para os alunos, os professores
constroem novas aprendizagens e com essa troca de experiências e vivências surgem
resultados em curto prazo.
Diante dos processos vivenciados com as novas faces da escola e suas
atribuições, é fundamental agregar formas de melhoria e de aprendizagem. Se a
sociedade passou por transformações e estas encaminharam a educação a seguir novos
rumos, e desses rumos surgiu o profissional, que trabalha diretamente com a
aprendizagem e intervém nas situações que atrapalham esse processo, a escola como
uma instituição de ensino deve gerar um novo perfil.
Através deste viés, vimos que devemos ter um novo olhar sobre a necessidade de
um profissional, que esteja na escola não convivendo apenas com o aluno, mas
primordialmente com o professor, auxiliando em suas dificuldades e compreendendo
todo seu esforço para que surta efeito junto à criança com algum tipo de dificuldade,
seja de aprendizagem ou de comportamento. Quando os caminhos são apontados
inicialmente os problemas são sanados com eficácia.

REFERÊNCIAS

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FERREIRA, Lúcia Gracia. Duas visões psicopedagógicas sobre o fracasso escolar.


São Paulo: ABPp, 2008 n 77, p. 139-145.
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Monte Serrat. Psicopedagogia um portal para inserção social.Petropolis-RJ: Vozes,
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