Nakoada Paginas-Simples
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Patrocínio do projeto
Apoio do projeto
Patrocínio estratégico
Patrocínio master
Realização
Ministério do Turismo apresenta
Práticas de enfrentamentos 9
Beatriz Lemos e Denilson Baniwa
O legado modernista sob prisma de uma ética indígena 13
conversa com a curadoria, Erika Palomino
O CONCEITO DE NAKOADA
VISTAS E OBRAS 37
ARTISTAS COMISSIONADOS
ENSAIO
10
Quatro seções temáticas perpassam Nakoada: estratégias para a
arte moderna, oferecendo reflexões clássicas na história da arte. Em
Raça e retrato, uma série de indivíduos pintados e desenhados pelos
modernistas remetem às noções de racialização e de outridade,
propondo questões sobre quem são os sujeitos emoldurados, quais
as intenções das escolhas cromáticas, dos gestos, de seus semblan-
tes, de suas fisionomias e como essas características conversam
com as políticas de representação ao longo do século 20.
Em O moderno e as máquinas, o processo de industrialização viven-
ciada a partir da virada do século alcança o simbólico e o visual para
pensarmos as relações entre trabalho e arte, espaços urbanos e rurais,
civilização e suas alternativas. Na seção Mito ou narrativa de origem?,
a figura de Makunaimã, o grande avô do povo Macuxi, aparece em
contraste a Macunaíma, o herói de Mário de Andrade. Estabelece-se
assim a contraposição entre, por um lado, o mito como visão ociden-
talizada dos mistérios do mundo e, por outro, as narrativas de origem
como práticas de manutenção de determinadas culturas.
As maneiras de lidar com o território, dentro de miradas que
buscavam criar e firmar imaginários sobre o país, orientam a
seção Natureza, invenção ou paisagem. As viagens empreitadas por
modernistas como Mário de Andrade e Tarsila de Amaral suscitam
perguntas em torno da construção da paisagem e qual é a relação com
a natureza, desde a perspectiva de comunidades indígenas e negras.
Além dos eixos temáticos, três tiki ocupam paredes da exposição,
conectados a peças de áudio por meio de QR Codes. Os tiki, ou
narrativas de origem, traziam histórias de povos que carregam
consigo estratégias de permanência no mundo: a nakoada dos
Macuxi, com um trecho do texto “Makunaima, o meu avô em mim!”,
de Jaider Esbell, lido por Pacari Pataxó. “Likoada ou nakoada ances-
tral Baniwa”, lido por Anapuaka Tupinambá. E “Umu’e, a likoada
Tenetehar”, lido por Elvira Sateré.
Nakoada: estratégias para a arte moderna reúne assim diferentes
cosmovisões para olhar não apenas a arte e os mecanismos que
permitem elaborar discursos, mas as maneiras que pessoas e
comunidades encontram ou desenvolvem para reagir a determinados
sistemas e possibilitar a manutenção de suas culturas. E nesses
movimentos, que muito têm a ver com o sibilar da Cobra-Canoa pelas
águas, há criação de gestos, símbolos, línguas. Nesta publicação, as
ações reflexivas provocadas na exposição se esgueiram por outras
veredas e permitem mais um contato com nakoada, essa prática de
enfrentamento, essa forma de criação e persistência.
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12
O LEGADO MODERNISTA SOB
PRISMA DE UMA ÉTICA INDÍGENA
conversa com a curadoria
Erika Palomino
13
Denilson Baniwa: Um dia, estávamos no MAM Rio e começamos
a fazer um brainstorming. Alguém comentou sobre uma ética da
vingança, do retorno, e pensei: “Isso tem alguma coisa estruturada
no povo Baniwa”, uma ética de como sobreviver no mundo. Existe
uma ética para quando se é roubado, se é ofendido, existe uma ética
como resposta a tudo isso. A palavra nakoada surgiu a partir desse
conceito. Como dar uma resposta ao modernismo sem desconside-
rar suas partes importantes e a partir de uma presença atual, como
no circuito da arte? Como responder ao legado modernista de forma
a projetar um futuro a partir da continuidade, da nossa presença
do agora, sem criticar ou rebater o modernismo como se fosse uma
coisa que ficou para trás?
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Kuin na Europa, e houve um interesse muito grande. Os Huni Kuin
entenderam mais sobre a arte feita por meio da ayahuasca e come-
çaram a ensinar aos jovens o que lembravam do idioma Huni Kuin.
Numa entrevista que Iban Huni Kuin deu em São Paulo na primeira
metade dos anos 2010, eles comemoravam a compra de uma grande
extensão de terra, por conta da venda de trabalhos de arte do Brasil
no exterior, e ele disse a frase que me marcou: “A gente vende tela
para comprar terra”. E isso tem acontecido de fato, desde então:
todo um processo de recuperação da cultura, da língua, do territó-
rio, facilitado pela arte que os não indígenas querem.
15
em seu trabalho, o pastel Índia, de Anita Malfatti, reivindicando
que os indígenas sejam vistos de outras maneiras. De fato, sempre
existiram de outras maneiras, e querem ser vistos em outros lugares,
em diálogo com uma noção que ela defende de futurismo indígena.
A seção que reúne obras modernistas relacionadas com a
paisagem revela uma romantização dos interiores do país, que
era considerada uma atitude de vanguarda na época. O painel do
MAHKU traz outra paisagem, dessa vez as narrativas de origem
dos Huni Kuin, redefinindo qual pode ser nossa relação visual com
o território que ocuparmos. Há também uma proposta de relação
formal entre as placas Baniwa, emprestadas do Museu do Índio, e
as telas de Alfredo Volpi. Ou entre os estudos de Tarsila do Amaral,
como A negra ou Abaporu, e as bonecas karajá, também emprestadas
do acervo do Museu do Índio.
Uma das grandes nakoadas é a inclusão na exposição de uma tela
pouco vista de Jaider Esbell, que foge da paleta cromática usual do
artista. A obra apresenta a figura do cavalo-marinho, um ser mítico.
Essa pintura está diretamente relacionada na exposição de um
lado com Urutu, de Tarsila do Amaral, uma das mais relevantes do
modernismo brasileiro; e de outro lado com A Cobra Grande manda
para sua filha a noz de Tucunã, de Vicente do Rego Monteiro. Talvez
Tarsila do Amaral e Vicente do Rego Monteiro sejam os artistas
modernistas que mais se interessaram pelas temáticas originárias
indígenas. A exposição foi construída com o intuito de ser generosa,
de oferecer, em resposta a cada aproximação com interesse, uma
nova camada de aprofundamento.
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cumprir uma expectativa alheia. Foi muito importante ter acesso
ao museu e entender como essa estrutura institucional funciona de
certas maneiras em cada espaço. Ter acesso ao acervo de pinturas é
diferente de ter acesso ao acervo de documentos. E, nesses acessos,
ir compreendendo quais as etiquetas sociais. No processo todo,
entender como o acervo é um grande conjunto de coisas, que a
curadoria precisa ir construindo, e fazendo conexões. Poderíamos
ter falado sobre o modernismo de diversas maneiras e falar do
modernismo a partir da nossa própria presença no museu foi
essencial. Estamos dentro da instituição para fazer nossas próprias
nakoadas. Meu aceite para entrar no museu foi por conta de toda
essa equipe, foi por conta de que me reconheci nesse corpo que
é o MAM Rio. Talvez tivesse sido diferente em outra instituição.
Nesse caso, compreendo nossas conexões enquanto pessoas; temos
muita coisa que nos relaciona. Ao aceitar essa posição, estou me
colocando no lugar de inspiração para outras pessoas chegarem
nas instituições, de chegar sabendo que as possibilidades são as
mesmas para todo mundo, sem cumprir uma agenda indígena. Já
cumprimos isso naturalmente, no dia a dia; não queremos respon-
der questões de maneira fácil. Ter acesso ao acervo e às obras foi
muito especial, resultou num sentimento de que a possibilidade de
mudança existe. Tem uma palavra em baniwa, kadzuata walimanai
ihriu, que significa “assim será para as futuras gerações” ou “o que
foi feito será para os que ainda irão nascer”. São pequenas ações que
se fazem para quem não nasceu e tem a possibilidade de receber
chances em determinado momento. Já recebi uma árvore plantada
lá nos anos 1980. E agora vou plantar coisas para quem ainda vai
vir. Espero que esse gesto no MAM Rio inspire outros indígenas
e outras instituições. Que venham pessoas interessadas em novas
continuidades, com outros movimentos de mudança.
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O CONCEITO DE NAKOADA
19
A ARTE COMO CONTINUAÇÃO
DA GUERRA POR OUTROS MEIOS
Francy Baniwa e Idjahure Kadiwel
21
iniciada por nossos pais e que, em verdade, é uma luta ancestral,
que se perde no fio da memória.
Nakoada: estratégias para a arte moderna aprofunda a experi-
mentação de uma abordagem contracolonial das artes a partir de
conceitos originários. Koada, na língua do povo Baniwa, parte da
família linguística aruak setentrional, pode ser traduzido como
“troca”. Para o povo Baniwa, habitante da bacia do rio Negro, no
Noroeste amazônico, nakoada ou likoada são termos usados para se
referir à troca de alguma coisa, de algum produto. Mas há aí um uso
e um sentido específicos. É com essas palavras – nakoada no plural,
likoada no singular – que os Baniwa nomeiam igualmente a guerra
e o guerrear. É porque a hostilidade também pode ser vista como
uma forma de troca: busca-se vingança no sentido de dar o troco às
perdas infligidas. Koada, em uma palavra, tanto pode ser traduzido
por “troca” quanto por “vingança”. Para os antigos Medzeniako,
autodenominação do povo Baniwa, likoada se refere à vingança por
causa da perda de uma pessoa, ao passo que nakoada se refere à perda
de várias pessoas. Em linhas gerais, esse regime, a bem dizer, não é
distante das famosas descrições da historiografia colonial sobre as
guerras tupinambás no século 16 (Cunha; Castro, 1985; Sztutman,
2005), como do que nos descrevem Davi Kopenawa e Bruce Albert,
em A queda do céu, sobre a perspectiva yanomami a respeito da
guerra. A título de comparação sobre o tema, explica Albert:
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realizando, num esforço de pacificar o branco e adiar a queda do céu.
É como o que já enunciou, com doçura feroz, Ailton Krenak:
Referências
BANIWA, André Fernando, Bem viver e viver bem: segundo o povo Baniwa
do Noroeste Amazônico. Curitiba: Ed. UFPR, 2019.
CUNHA, Manuela Carneiro da e CASTRO, Eduardo Viveiros de, “Vin-
gança e temporalidade: os Tupinambá”, em Journal de la Société des
Américanistes, t. 71, 1985, pp. 191-208.
Fique viva. Videoclipe de Brisa Flow. Direção de Talita Brito. São Paulo,
2019. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=wRUzUsTd
W0o>, acesso em 20 jun. 2022.
Guerras do Brasil.doc. Direção de Luiz Bolognesi. São Paulo: Buriti Filmes,
2019.
KOPENAWA, Davi e ALBERT, Bruce, A queda do céu: palavras de um xamã
yanomami, São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
SZTUTMAN, Renato, O profeta e o principal: a ação política ameríndia e
seus personagens (tese), USP, 2005.
26
Koada gera saúde e riqueza, e na ausência dela acontece o
contrário: os seres são mortos, ou as pessoas são expulsas dos seus
lugares, pois há escassez muito grande de peixes, caças e outros
elementos, causando insegurança alimentar.
Em cada lugar e narrativa sobre koada há um significado impor-
tante e conhecimentos deixados em cada povo que são baseados
nas alianças e na história de cada povo e suas hierarquias. Koada
também pode ser considerada um direito social de acesso a diver-
sidades de conhecimento para o corpo indígena em movimento.
Respeita meu conhecimento indígena, que o fato de estar em vários
espaços com meu corpo também é para fortalecer alianças de
continuidade do meu povo, de sua voz e sua fala, com respeito.
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TROCA DOS CONHECIMENTOS
DOS NOSSOS AVÓS OU ANCESTRAIS
Lilly Baniwa
29
Quando convidei meu tio cacique Luiz Laureano dizendo que
íamos usar nossa wadzeeka (nossa arte) na performance Manifesto
Lithipokoroda, em defesa da nossa cultura e dos nossos territórios,
sem que eu precisasse pedir, ele trouxe um canto ancestral que
relata sobre aldeias dos inimigos depois da guerra.
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ancestrais proibidos. Como tudo se manteve vivo? Na resistência, na
oralidade, no corpo, na memória, na terra, no cosmos, na floresta.
Da força que carrega whawherinaipe idzeeka e whawhwrinaipe
ianhekhe (artes ancestrais/conhecimento ancestrais). Que reverbera
nos artistas, consequentemente, no público, que faz repensar sobre
a arte brasileira e os povos indígenas.
Da herança indígena que se expressa na arte contemporânea, um
jeito indígena de reinventar o mundo, trazendo um mundo de vários
mundos. Ideias para incorporar a sociedade no mundo indígena.
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A GARANTIA DO BEM VIVER BANIWA
André Baniwa
Koada-valor-humano
33
a partir do que a colonização trouxe de condenação da cultura. Isso
significa que algumas pessoas aceitaram a mudança, e outras, não.
Aí se foi a guerra, pois prejudicaram-se, destruíram-se alicerces
ou fundamentos da organização social que não deveriam ter sido
destruídos. A mudança é dolorida.
Houve também guerras com outros povos, não que se promo-
viam, mas em resposta às provocações, com mortes que excediam
limites de tolerâncias. Aí se respondia com a guerra, como forma de
restabelecer reordenamento e respeito de vivência à vida de ambos,
criando instrumentos de paz para que as guerras cessassem.
O divulgado orgulho europeu de descobrimento do Brasil de
1500 foi início de violação de valores dos povos indígenas. Nesse
caso, quebraram, destruíram o koada-valor dos povos indígenas, de
milhares de povos, e milhares de línguas indígenas foram mortas.
De milhões, restaram menos de meio milhão, poucas línguas
faladas e muitas em processo de glotocídio.
Quando alguém mata koada-valor do outro, imediatamente se
carrega de culpa, de dívida que deve ser reparada, paga aqui na
Terra, ou no outro tempo de vida pós-morte que seja, mas haverá
cobrança de valor de quem sofreu prejuízo em seu valor.
Por isso, não é demais cobrar esse valor do Estado brasileiro
na forma de bem viver dos povos indígenas. Vamos cessar guerra,
está na hora de aplicarmos de fato e de direito o tal de “irmãos” no
contexto cristão? Ou vamos continuar guerreando entre nós, bran-
cos versus indígenas? A quem interessa isso? Aos povos indígenas
isso não interessa, não interessa a quem busca felicidade, harmonia
e amor em sua vida.
Koada-valor-conhecimento
34
É assim que o homem cria e desenvolve seu koada-valor-conhe-
cimento. Conhecimento é sempre a partir de, sobre alguma coisa
para si, para seu uso, para seu bem-estar, para seu bem viver e o
viver bem no planeta Terra. Nós temos conhecimento sobre nosso
criador, sobre a criação das coisas, sobre nossa criação e o porquê
das nossas existências; são histórias das criações que nos ensinam.
Nós conhecemos a importância das águas, dos mares, dos rios,
dos igarapés, das matas, das florestas, da biodiversidade, da socio-
diversidade, ambiental e socioambiental, das paisagens, da fauna
e da flora, dos ares, das camadas a partir da Terra para além do
Sol, para debaixo da terra, sistema de vida, de comunidades e dos
ecossistemas, conhecimentos culturais e interculturais que existem
visíveis e invisíveis.
Na cultura baniwa, conhecimento é um valor. Pessoa + conheci-
mento = valor. Não só monetário, é valor-humano. Conhecimento
significa ianhekhetti na língua e na cultura baniwa. Ianhekhetti é
arte, arte de vida, por exemplo, arte de cestarias de arumã para pro-
cessamento da mandioca-brava, que é nosso alimento; arte de pesca
e caça, nossa segurança alimentar; arte de construção da moradia;
arte culinária que nos lembra nosso sistema agrícola milenar; arte
de proteção e cura de doentes, nossa medicina tradicional; a arte de
pensar e agir nosso modo de vida.
É o conhecimento. Ele é o responsável de vida para que os povos
indígenas milenarmente desenvolvessem práticas hoje conhecidas
como ecológicas, biotecnológicas, uso sustentável da biodiversidade
e bioeconomia, depois de muitos séculos sofrendo condenações.
Mas é exatamente o conhecimento de arqueologia, antropologia
e ecologia que reconstrói nosso valor-koada-indígena quando
o planeta Terra sofre a mais real ameaça do seu fim provocado
pelo aquecimento global e pelas mudanças climáticas, que são as
consequências dos atos irresponsáveis com a natureza dos próprios
homens não indígenas, revolucionários industriais e de fábricas
que destroem, acabam, poluem ou sujam onde vivemos.
Koada-valor-pergunta
35
Por exemplo: koada tshaapã ñame papiñeeta matsia ñamekaromi-
tha mastshini apaita irhio koakatsa padzeekatali hekoapi riko? Por que
será que não conseguimos pensar bem em nossas ações para que o
que fosse feito não prejudicasse o outro neste mundo?
Esta koada-valor-pergunta nos faz analisar o que está acontecendo.
Mas o que está acontecendo agora? Agora o mundo mostra que a
maioria do que o homem faz é prejudicial, a longo prazo, a si mesmo.
Mas por que o homem não consegue aprender com o sistema de
natureza deixado pelo criador? Mas que sistema é esse? Até o que
aprendemos em ciências dos não indígenas ensina que, todos os dias,
quando o Sol ilumina a Terra, as plantas conseguem captar energias
do Sol para se alimentar. As plantas, por sua vez, são alimentos de
animais e dos homens. O que não presta para as plantas presta para
os homens, e o que não presta para os homens presta para as plantas,
e assim sucessivamente.
Mas o homem consegue trazer a partir de suas criações as coisas
que são aparentemente boas para os homens, mas que, a longo prazo,
até para ele mesmo são prejudiciais. Imagina para quem não é ho-
mem? É destruição. Ou seja, está mexendo erradamente na natureza.
Nesse sentido, será que o homem não desviou o objetivo do cria-
dor para o qual foi criado? Será que a biodiversidade do meio em que
o homem habita não foi criada para ser manejada, e não destruída?
As culturas indígenas compreendem bem as origens das criações
das coisas. É a partir desses conhecimentos que tratam e usam com
respeito a natureza, a biodiversidade, as pescas, as caças e todas
suas coisas, utilizando o princípio de manejos, cuidado etc.
Koada-valor-pergunta é muito importante em nossas vidas,
quando usada corretamente. Do contrário, leva para o abismo, o
descontrole ou o desequilíbrio ecológico. Assim, a casa-floresta fica
comprometida e a vida também.
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VISTAS E OBRAS
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40
41
42
43
44
45
Alberto da Veiga Guignard
O Parque Municipal, 1947
óleo sobre madeira
46 x 59,9 cm
Coleção Gilberto
Chateaubriand MAM Rio
Anita Malfatti
Índia, 1917
pastel sobre papel
60 x 46 cm
Coleção Gilberto
Chateaubriand MAM Rio 47
Candido Portinari
Paisagem de Brodowski
1940
óleo sobre tela
80 x 100 cm
Coleção Gilberto
Chateaubriand MAM Rio
Cícero Dias
Pátria, sangue e nada mais
1928
aquarela e grafite sobre papel
29,6 x 51 cm
Coleção Gilberto
Chateaubriand MAM Rio
© Dias, Cícero dos Santos/AUTVIS, Brasil, 2022. 49
Djanira
Cafezal, 1952
óleo sobre tela
63 x 90,5 cm
Coleção Gilberto
Chateaubriand MAM Rio
Emiliano Di Cavalcanti
Mulata com leque, 1937
óleo sobre tela
36,9 x 45 cm
Coleção Gilberto
Chateaubriand MAM Rio 51
Heitor dos Prazeres
Mulata, 1959
óleo sobre aglomerado
47,5 x 36,2 cm
Coleção Gilberto
Chateaubriand MAM Rio
José Pancetti
Retrato de Lourdes, 1958
óleo sobre tela
34 x 26 cm
Coleção Gilberto
Chateaubriand MAM Rio 53
Ismael Nery
[O ateliê], sem data
nanquim sobre papel
21 x 27 cm
Coleção Gilberto
Chateaubriand MAM Rio
Victor Brecheret
O beijo, 1930
bronze
32 x 13,5 x 13,5 cm
Coleção Gilberto
Chateaubriand MAM Rio
Maria Martins
O impossível, 1945
bronze
79,5 x 80 x 43,5 cm
Museu de Arte Moderna
do Rio de Janeiro
Doação da artista 57
Tarsila do Amaral
Urutu, 1928
óleo sobre tela
60,5 x 72,5 cm
Coleção Gilberto
Chateaubriand MAM Rio
Tarsila do Amaral
Estudo para A Negra, 1923
nanquim sobre papel
22 x 17 cm
Coleção Gilberto
Chateaubriand MAM Rio
Vicente do Rego Monteiro
A Cobra Grande manda para
sua filha a noz de Tucunã, 1921
aquarela e nanquim sobre papel
24 x 21 cm
Coleção Gilberto
Chateaubriand MAM Rio 61
62
Vicente do Rego Monteiro
Guerreiro, vagalume,
indiozinho e Caititu, 1920
aquarela sobre papel
22,5 x 31 cm
Coleção Gilberto
Chateaubriand MAM Rio 63
cerâmica vitrificada moldada
Hipanina por meio da técnica do
[Adalta Lopes Rodrigues] acordelado contendo resina
Povo Walimanai [Baniwa] de cipó, antiplástico (cinzas
Aldeia São Joaquim, rio de árvore), sumo de limão,
argila e barro amarelo
Ayari, território indígena 0,3 x 25 x 4,5 cm
Alto Rio Negro, AM, Brasil Acervo Museu do Índio/
Placa, 2014 Funai – Brasil
65
Povo Iny [Karajá]
TO, Brasil
Ritxoko / Boneca karajá
1977
corante de jenipapo, palha de
bananeira, corante de barro
vermelho sobre cerâmica
moldada por meio da técnica
do modelado contendo argila
9,5 x 9,5 x 14 cm
Acervo Museu do Índio/
Funai – Brasil
67
Povo Iny [Karajá]
TO, Brasil
Ritxoko / Boneca karajá
1970
pigmentos sobre cerâmica
moldada por meio da técnica
do modelado contendo argila
16 x 20 cm
Acervo Museu do Índio/
Funai – Brasil
Povo Iny [Karajá]
TO, Brasil
Pote, 1977
pigmentos sobre cerâmica
moldada por meio da técnica
do acordelado contendo argila
39 x 29,5 cm ø
Acervo Museu do Índio/
Funai – Brasil 69
Povo Marubo
AM, Brasil
Pote, 1988
cerâmica moldada por meio
da técnica do acordelado
50,5 x 46,6 cm ø
Acervo Museu do Índio/
Funai – Brasil
Povo Tikuna [Tikuna]
AM, Brasil
Pote, sem data
pigmento sobre cerâmica
moldada por meio da técnica
do acordelado contendo argila
57 x 62,5 cm ø
Acervo Museu do Índio/
Funai – Brasil 71
Povo Walimanai [Baniwa]
Aldeia São Joaquim,
rio Ayari, território
indígena Alto Rio Negro,
AM, Brasil
Placa, 2014
cerâmica vitrificada moldada
por meio da técnica do
acordelado contendo resina
de cipó, antiplástico (cinzas
de árvore), sumo de limão,
argila e barro amarelo
0,3 x 10,7 cm ø
Acervo Museu do Índio/
Funai – Brasil
ARTISTAS COMISSIONADOS
73
74
MAHKU: “ANTES ERA O KAPETAWÃ,
HOJE É A LATAM”
Daniel Dinato
81
82
CINTHIA MARCELLE:
O QUE NOS ENSINAM AS LÂMINAS
Natasha Felix
84
Se, na primeira montagem da obra, em 2014, os estojos ficavam
abertos e espalhados pelo chão, desta vez as bases de madeira, firmes,
formam um xis, tonalizam encruzilhadas. Junto com as estruturas de
veludo em tons quentes, vivos, toma forma o desejo de materializar
essas lâminas, reaver cenários em um deslocamento de sentidos.
Congeladas no tempo, as silhuetas nos provocam interrogações: de
onde vieram esses objetos, em quais mãos estiveram, qual seu para-
deiro, por onde ainda passarão? Quais os usos, que princípios, quais
afrontas emergem diante das lógicas de morte?
93
uma invasão policial, todas as portas que os policiais abrirem para
invadir a residência dos moradores têm uma parede de tijolos, os
becos sem saída fazem eles voltarem de onde vieram sem conseguir
ultrapassar o labirinto favelístico, as pontes que os moradores não
utilizam por cima dos córregos cheios de merda (o saneamento
básico na favela consequentemente ficou resolvido, mas esses rios de
merda são propositais) são especificamente para os policiais em suas
invasões. Essas pontes são falsas e se abrem no meio conforme tem
um peso em cima delas, revela-se a armadilha que faz os policiais
voltarem pro lugar de onde vieram, um rio de merda.
As redondezas do perímetro favelístico recebem monitoramento
por câmeras de vigilância, avenidas principais e ruas que dão acesso
à entrada da favela, assim, sabendo com antecedência quando as
viaturas estão a caminho da entrada. Os drones funcionam como
dealers fazendo as entregas e buscando mais mercadoria, um grupo
de alunos do curso de tecnologia bélica está desenvolvendo drones
com metralhadoras semiautomáticas para fazer a segurança dos
moradores quando houver abordagem truculenta dos policiais. Esses
becos sem saída também funcionam como arapuca para grupos de
policiais que chegam no final do beco, uma porta de garagem fecha
a única saída do beco deixando os policiais trancados em um pedaço
falso de favela, de onde começam a sair bombas de gás lacrimogêneo.
Uma favela original montada através de nakoada, temos um
aeroporto, o próprio sistema de saúde, o saneamento básico,
estratégias e relações econômicas, bancos exclusivos, aplicativos e
a própria internet. A favela é um organismo vivo e tecnológico em
expansão de conhecimento, a favela é uma ideia autossustentável
que cresce igual cabelo na cabeça da sociedade, que já está ficando
careca de saber que nos impedir é impossível.
Toda favela é um distrito sociocultural e econômico que merece
independência de qualquer liminar ou decisão jurídica permanente,
que impeça a favela de atuar como bem quiser sociocultural
e economicamente.
94
Novíssimo Edgar
Sobre os vínculos invisíveis
2022
máquinas de costura, linha, lã,
miçangas de vidro, botões de
plástico, bijuterias, cola epóxi,
cabelo sintético, palha da
costa, algodão, jaspe vermelho,
ametista, quartzo-azul, quartzo
de cristal, cornalina, citrina,
quartzo verde, turmalina
negra, tesoura de aço, gesso,
cimento, acrílica, spray, verniz,
tecidos de veludo, cetim,
oxford, vintage, caixas de
som, circuito elétrico e faixa
de áudio original em looping
115 x 440 x 550 cm 95
ENSAIO
97
MAKUNAIMA, O MEU AVÔ EM MIM!1
Jaider Esbell
100
lugar estratégico, com arte, acredito estar sendo paradidático.
Pois sou artista e enquanto pessoa aplico minha revelação, fruto de
minha pesquisa, em minha vida plena sendo esta também pesquisa
de minha pesquisa.
Um sentido para a existência da Pan-Amazônia e seus povos
passa nas mãos de Makunaima. Existe, onde me empenho em levar,
um pleno sentido para além dos factoides sobre a preguiça e a falta
de caráter do Makunaima.
De fato nem quero falar destas questões, embora tenham sido
elas que nos trouxeram para este ponto. Existe todo um entremeio
não de explicação, mas de possibilidade de entendimento. Sem
adentrar as portas das cosmovisões dos povos originários não há
como discutir decolonização. Sem considerar as culturas mexidas e
hoje abertas para a discussão com parte humana representada não
há como discutir fronteira alguma.
Desde antes das anotações de Theodor Koch-Grünberg2 até o caso
de Makunaíma estar na capa do livro3 e ganhar o mundo também com
o cinema,4 caminhos para a decolonização podem ter sido deixados.
Acredito que haja outro momento para além do oriente e oci-
dente se juntando para tentar encapsular o pensamento. Ganham
novas dimensões quando velhos termos são postos em outros
contextos. O caso é que vivemos em estado de arte e o passeio em
outros mundos é apenas uma forma de como
2 Etnólogo alemão (1872-1924),
podemos pensar e experimentar a tão falada
pesquisador vinculado ao decolonização.
Museu de Etnologia de Berlim.
Suas pesquisas no Brasil
Makunaima e decolonização soam termos
incluem o estudo da mitologia soltos no meio da multidão, ou seja, o povo,
e da etnologia de povos
amazônicos. Vom Roraima
aquele a quem nós midiáticos buscamos. Ou
zum Orinoco (1917) é fonte não? Acontece que Makunaima expôs-se em
referida por Mário de Andrade
na obra literária e modernista
Makunaíma para ser parte da cultura disponí-
Macunaíma: o herói sem nenhum vel. Uma vida inteira a esse propósito é anun-
caráter (1928). (N. da E. original)
3 Apenas quatro anos após
ciada para a contextualização mínima. A minha
a morte de Theodor Koch- relação com meu avô será o nosso passeio.
-Grünberg, e onze anos após
a publicação de Vom Roraima
Makunaima no círculo que este texto alcança
zum Orinoco, Mário de Andrade é, ou poderia ser, minimamente conhecido por
publica em São Paulo a obra
Macunaíma: o herói sem nenhum
sua parte exposta antes na arte, no mundo.
caráter, com uma tiragem Tanto quanto outros ou todos os atores
independente de apenas 800
exemplares, marco do moder-
fantásticos colonizados com nossa gente
nismo brasileiro. (N. da E. O.) Makunaima deve ser retirado da ala dos
4 Macunaíma: herói sem cará-
ter. Comédia. Brasil, 1969, 188
folclores. Significativamente, Makunaima
min., COR. Direção: Miguel é envolvido nas leituras que são propostas
Joaquim Pedro de Andrade.
Adaptação da obra literária de
Mário de Andrade. (N. da E. O.) 101
por diversos influentes sobre o caráter duvidoso do brasileiro.
Isso está relacionado também com a Semana de Arte Moderna
de 1922, tempo de quase um século quando surgimos com mais
essa demanda. O hoje e o futuro dessa gente-nação de identidade
desafiadora, beirando o fantástico, de onde mesmo lhe é proposto
com arte. Pena Mário não estar mais aqui para ver e sentir esses
outros lados dos movimentos. Mas não tem problema, suas crias,
que também o sou, estão por aqui.
Makunaima sabia sempre o que fazia; parto deste pressuposto.
Ele expôs-se sozinho e em estratégia. Agora é outro tempo. O tempo
que ele pensou que chegaria não levou nem um século. Onde me
couber, vou. Vou além de minha relação direta com ele. Como
artista também dou um salto na colonização e vou antes do tempo
disso tudo. Acredito e sinto que em determinado momento posso
estar em um tempo anterior, em um tempo de nossas diversidades
pré-colonialistas.
Aos leitores é requerido um vácuo total interior, um nudar-se
por dentro para ter espaço. Em uma grande concepção, é requerido
um esvaziamento total de um ser para outro ser caber. O ser vem
pleno e ele mesmo traz seu caber. O novo ser não fica portanto onde
não lhe caiba pleno. Repito, não ando só, não falo só, não apareço
só. Reitero, toda a visualidade que me comporta, todas as pistas
já expostas do meu existir são meramente um passo para mais
mistérios. Somos por nós mesmos o poço de todos os mistérios.
Ressalto, não temos definição, viemos de um tempo contínuo, sem
estacionar. Lembro, buscamos os sentidos mais abstratos, tratamos
de outros tratos bem firmes nessa passagem. Reforço, tanto meu
avô Makunaima quanto eu mesmo, parte direta dele, somos artistas
da transformação.
Quando meu avô transforma algo em pedra ele não destrói.
E Makunaima passa, na volta, vem transformando o que transfor-
mou na ida. Ele vem sempre em outra forma. Quando Makunaima
ao caminhar na savana deu de cara com uma pedra grande, branca,
não hesitou, parou diante da pedra e transformou-a em um touro.
Makunaima tinha poderes e decisão para transformar a pedra em
touro e assim o fez. Ao transformar a pedra em touro, o touro, ao
ver Makunaima, lhe atacou. O touro atacou seu criador como a uma
criatura. Makunaima lutou com o touro. A luta foi brava. Por fim o
touro passou a conhecer Makunaima e passou a amá-lo como seu
paralelo, como algo parte de si mesmo. Ele cria as coisas com suas
decisões. Tudo o que ele vê, tudo que toca, passa a receber um outro
102
Jaider Esbell
Pata Ewa’n – o coração
do mundo, 2016
acrílica sobre tela
210 x 210 cm
Galeria Jaider Esbell de Arte
Indígena Contemporânea 103
tipo de ação, um outro tipo de energia, algo que desencadeia um
mover em seu ser, no ser que foi tocado.
Makunaima como disse dispensa uma forma, um gênero, uma
gênese. É um estado de energia que se cria e recria em si mesmo
como uma bananeira que não precisa de par. São as cobranças
mundanas de nossos humanos sentidos que nos exigem uma
referência lógica. Eis que Makunaima experimenta uma forma de
materialidade, de sonoridade, de sensitividade acessível aos seus
descendentes, como uma ideia de gênero, por exemplo. Ele vem
então em muitos estados transitórios, passa a aparecer além da
oralidade, além do mito. Desce de seu estado supremo flechado por
seu orgulho superado; quando enxerga-se além de seu orgulho e
depois de todo o seu sofrer essencial. Ele rompe todos os limites,
subverte todos os conselhos, deixa beijada a mão do seu avô, o
jabuti, e vai ao encontro do pai de todos nós, o universo.
Do universo Makunaima vê a Mãe Terra e, de lá, se entristece.
Por lá Makunaima quer estar, mas a mãe lhe suplica e ele não su-
porta o clamor de sua mãe, e volta. Desce para encontrar sua família.
Vai ao lugar de origem e vê as flores em botão. Uma dessas floradas
darão grandes poetas. Eis que Makunaima vai, uma a uma, para
conferir. Alegre está e ao passar perto de minha rede lhe puxo pelo
dedo. Ele me vê. Seus olhos brilham e me absorvem. Fiz-me em meu
avô, somos agora um só, de fato. Antes desse momento fotografia e
dentro dela estamos eu e meu avô em constante movimento. Esta-
mos em constante passagem e nossa origem comum é desconhecida
para muitos, mas há o caminho vivo a que se quer chegar.
Entro em associação nesse texto como não podia ser diferente.
Sou neto direto de Makunaima. É uma relação de família, algo
íntimo e sagrado que só mesmo o respeito pode aproximar. Então,
sou artista assim como meu avô; sou meio como o meu avô. Seguro
no dedo do meu avô e vamos seguindo. Com o tempo vou crescendo
e meu avô Makunaima vai diminuindo e vamos indo até ele virar
criança e eu me tornar um velho e inverter a lógica da vida e da
existência seguindo assim para sempre. Eis que tudo então é só o
instante e logo já estará passando a outra coisa.
Essa é a nossa linguagem, um ato contínuo em si mesmo, a
transformação. Lá, antes de vir o outro, a conjuntura era a conjun-
tura de lá. Uma origem em si mesma, um recurso próprio do grande
ato, a criatividade. Surgimos com o tudo, do nada. Trouxemos a
origem do mundo e foi para todos que surgimos. Surgir é uma pala-
vra emprestada. Quando agora emprestamos tudo para desencantar.
104
Desencantar é um estado transitório diretamente relacionado ao
ato de destruir o que logo foi associado ao meu avô em sua grande
jornada pelo mundo; a falta de caráter e o desdém por tudo.
Antes de um século apenas nós estamos no rastro dele, sempre.
Estou aqui para resgatar meu avô, levá-lo pra casa pra cuidar dele.
O ser que sou, eu mesmo, é homem, um guerreiro pleno de 1,68
metros, 82 kg, 39 anos. É livre como deve ser. É livre como é meu
avô Makunaima ao se lançar na capa do livro do Mário de Andrade.
Ele se deixou ir; foi o que me disse em uma de nossas inúmeras
conversas de avô e neto. Assim me diz ele:
Meu filho eu me grudei na capa daquele livro. Dizem que
fui raptado, que fui lesado, roubado, injustiçado, que fui traído,
enganado. Dizem que fui besta. Não! Fui eu mesmo que quis ir na
capa daquele livro. Fui eu que quis acompanhar aqueles homens.
Fui eu que quis ir fazer a nossa história. Vi ali todas as chances
para a nossa eternidade. Vi ali toda a chance possível para que um
dia vocês pudessem estar aqui junto com todos. Agora vocês estão
juntos com todos eles e somos de fato uma carência de unidade.
Vi vocês no futuro. Vi e me lancei. Me lancei dormente, do transe
da força da decisão, da cegueira de lucidez, do coração explodido
da grande paixão. Estive na margem de todas as margens, cheguei
onde nunca antes nenhum de nós esteve. Não estive lá por acaso.
Fui posto lá para nos trazer até aqui.
Foi o meu avô que contou tudo isso pra mim. Ele não tem segredo
nenhum comigo e foi mesmo ele que mandou lhes falar. Foi mesmo
ele que me autorizou a citá- lo, a reivindicá-lo, a cultivá-lo, vivê-lo,
ressuscitá-lo.
Minha relação com meu avô Makunaima é muito forte por
meio da arte e por meio do sangue. Sim, temos o mesmo sangue, a
mesma astúcia, o mesmo caráter. Eis o grande artista Makunaima,
o grande ser incompreendido. Eu mal nasci e fui alçado pelos pés
com o pulo que meu avô deu para me alcançar.
Ele me disse:
— É você mesmo. É você que eu esperava para me acompanhar.
Então me mostrou o caminho. Mas eu era apenas uma criança e
não sabia de fato o tamanho do meu avô, que logo me levou escan-
chado no ombro a cruzar os primeiros montes. Foi assim a minha
introdução no mundo, meu avô foi me mostrando.
Só nesta vida já são mais de trinta anos de um caminhar diário
em sua própria origem e trajetória. Meu avô me contou que provou
a fruta proibida. Me contou que a fruta proibida nada mais é que a
105
coragem. Me disse que o exemplo maior para nosso entendimento
contemporâneo foi lançar-se na capa do livro. Quando Makunaima
decide lançar-se na capa do livro sabia o que estava fazendo. Meu
avô sempre sabia o que estava fazendo. Não tinha escolha, era sua
vida a acontecer. Makunaima deu o grande salto, comeu inteira a
fruta proibida. Quando Makunaima decide expor-se faz estremecer
o universo, algo novo realmente surge, algo urge latente no uni-
verso. Nada mais seria como antes, a decisão estava tomada.
Quando, de outro tempo, Makunaima precisa expor evidências
de suas decisões universais, nos conta sobre o corte da grande árvore
Wazak’á. Sim, outro ato grandioso, determinante para a pan-origem
de todos seus filhos; e é dele a decisão. Ele cortou a grande árvore
para o existir de todos esses que se espalham na vastidão da verde
floresta de hoje. Cortou a árvore para dar vida também aos habi-
tantes da savana, aqui nesta parte do mundo. Havia fome, escassez,
quando a natureza mostrou para Makunaima e seus irmãos as
grandes árvores. Foi o Deus maior, que é a Natureza maior, que por
meio da cutia mostrou a Makunaima a grande árvore de todas as
frutas e sementes. Não, não era apenas uma, mas, simbolicamente,
ficamos com a maior, a mais imponente, a primeira.
A árvore do bem, que ao tombar levou ao chão também a árvore dos
mistérios, a árvore dos outros seres, a árvore proibida que ainda hoje
existe o tronco ao lado da árvore da vida derrubada por Makunaima.
A natureza deixa, portanto, Makunaima diante da grande árvore.
Deixa ele lá com o pescoço virado para cima vendo e analisando se vai
mesmo tomar a grande decisão. Makunaima está parado medindo seu
existir. Com o machado na mão toca o tronco da árvore e recebe um
choque. É um sinal para o corte. Ele teria a coragem. Makunaima dá
os primeiros golpes e então seus irmãos convencidos do ato seguinte
o ajudam na jornada. Depois de muito tempo a grande árvore vem ao
chão e o mundo se recria, se re-transforma ainda mais.
O ato glorioso e transgressor de derrubar a árvore encantada é
só mais um momento, mais uma decisão, uma atitude universal.
É preciso fatiar o tempo para o mínimo entendimento. É preciso
ouvir o silêncio-pensamento de Makunaima entre uma machadada
e outra. Não era o mero ato de cortar; era por a vida em outra
dimensão. Em todas as passagens que me conta meu avô sobre seu
lançar-se sobre a vida é nesse sentido. O estar diante da possibili-
dade e o ato seguinte vêm com a grande decisão.
Quando Makunaima decide estar na capa do livro, sabia que a
partir daquele momento sua vida ganharia outra dimensão. Sabia
106
da grandiosidade do ato dessa representação de realidades ainda a
vir a se extrapolar. Sabia da importância dos ícones na cultura que
havia chegado. Sabia dos limites e da gana daquele povo. Sabia da sua
missão e foi. Foi para o livro, foi para o cinema, foi sujeito e entregue
para o mundo. Foi por saber, por lucidez, foi por querer. Sabia que
estar na capa do livro era estar em um outro ambiente. Sabia que em
um mundo carente de deuses e bondades sua imagem estaria sendo
associada a algo ainda não vivido, mas bem conhecido. Sabia de tudo,
sabia de todas as etapas sentidas até seu pleno fazer que é o agora.
O endeusamento de Makunaima lhe permite viver ainda mais
as amarguras necessárias para o triunfo que virá. O herói sem
nenhum caráter estava pronto para abrir os braços bem abertos ao
mundo e receber sua chuva de flechas, suas estocadas contínuas
e esse projetar nos indígenas por todo o existir. Nos preservou se
entregando, se fazendo caça ao caçador. O surgimento, o encan-
tamento, a máxima sucção e o abandono de meu avô como um
inútil trapaceiro chega ao fim aparentemente. O martírio, algo de
mártir é sentido na vida de Makunaima, é mais sabedoria e prazer
absoluto de um outro tipo de amor; não por ele.
Makunaima é um ser pleno de coragem. Aparece humanizado.
É tido como homem e em parte da aparição é visto como sem qual-
quer compromisso com a vida e com o amor. É mostrado seco, mal,
do tipo perverso, detentor de péssimas qualidades, mesmo como um
reforço à ideia de machismo e patriarcado. E foi exatamente o que
aconteceu, ao estar alçado ao topo da visibilidade meu pequeno avô
vai ao encontro do trovão, vai ao centro do fogo e chega mesmo a
tomar chá com Deuses e Demônios. Makunaima foi ser sua jornada.
A máxima exposição de Makunaima reflete severamente para
dentro da floresta a ideia leviana de um tipo curioso de monote-
ísmo. Vieram os ismos, o cristianismo especialmente. Reflexos de
todos os tons de existência incidem em Makunaima que os recebe
com contra-reflexos. Seria Makunaima o grande Deus, o maior e
mais perverso, pois foi essa a tentativa imperativa de extrair-im-
pondo por força tal identidade. Foi essa a proposta enviesada, que
tanto se festejou, esse fracasso de sentimento que é a cara falida da
cultura brasileira. Foi um fracasso humano, uma leitura mundana
sem profundidade.
Em lugar nenhum pode caber o não tem alma para caber. Não
tem substância para caber os dilúvios de Makunaima em mais uma
vez desconstruir e construir. É função atual de Makunaima, em sua
nova vida, desmentir. É papel de Makunaima pelo poder que lhe
107
foi atribuído, devolver. Devolver as visões que sua aura, luz super
poderosa, roubou por encantamento.
Meu avô vai devolver tudo; vai devolver o porquê de todas as
histórias, a simplicidade da vida. Makunaima vai tirar de si os olhos
penosos do mundo e direcioná-los para a natureza. Makunaima
se volta em guerreiro do inconformismo como unicamente é e
vai mostrar aos donos de cada coisa a alma-espírito de cada coisa.
Voltamos a entrar pelas mesmas portas abertas, as veias abertas no
mundo dos desconhecidos. Mais curiosidade para chamar à me-
mória, mais movimento para ir além. Mais um tempo para novos
olhares. Mais política e tecnologia, mais magia e outros espetáculos.
Vivemos em estado de arte e assumimos isso. Viemos de outras
estruturas para nos fazer cabíveis aqui nessa ideia de tempo. Os
caminhos deixados por meu avô se abrem para outros passeios,
tempos de outras festas. Onde ele foi posto em desuso é o nosso
destino ir além mostrando novas frestas. Devo acompanhá-lo em
seu revisitar, atravessar de volta de onde fui alcançado para rea-
prender. Ouvir a vida no caminhar de meu avô e traduzir, vivendo
como ele quiser e o que ele quiser, na dimensão que me couber.
Estaremos em tom de universo, cor de terra verde de floresta em
arte em seu estado máximo de fluidez.
Todas as visões são transitórias e há mais de um em mim. Nunca
haverá uma conclusão e minha passagem é tão temporária como
essas aparentes demandas e suas urgências. Relembrar detalhes
essenciais são fundamentais, portanto. O fato que saímos recente-
mente da plena oralidade, de um mundo mais de sentimento que de
sentidos literais, pesa muito nessa equação. O fato de vivermos em
estado de colonização permanente também tem seu fator obrigador
a nos motivar a estar em uma além das coisas. Caminhamos abertos
junto com os grandes temas do mundo, a fé, a educação, a cultura,
o gênero. E também acreditamos por nossa natureza fortemente
espiritual que nossa arte pode dar alcances. Alcances outros como
a nós foi dado muito ou tão pouco tal qual seja ao menos compor
ativamente a grande diversidade para sempre.
108
AUTORIA DOS TEXTOS
109
Francy Baniwa é pesquisadora, escritora, Novíssimo Edgar é artista, poeta e per-
antropóloga e fotógrafa, do povo former, nascido na periferia de Guarulhos
Baniwa, clã Walipere-dakenai, nascida (SP). Futurismo indígena e diáspora
na comunidade Wanaliana (Assunção negra fazem parte de seu repertório de
do Içana), território indígena Alto Rio pesquisa. Explora temas como a violência
Negro. Coordenou o Departamento de e o cenário político mundial. Recebeu
Mulheres da Federação das Organizações prêmio como artista revelação pela APCA
Indígenas do Rio Negro (FOIRN). É mes- em 2018 e o prêmio Zumbi dos Palmares
tre e doutoranda em antropologia social de São Paulo em 2019. Publicou o livro
pelo PPGAS-MN/UFRJ. Radge (Garupa, 2021).
110
ARTISTAS NA EXPOSIÇÃO
Novíssimo Edgar
Guarulhos, SP, Brasil, 1993
Oswaldo Goeldi
Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1895-1961
112
LISTA DE TRABALHOS
113
Ano de aquisição: 2014 / Aldeia Ucuqui Cachoeira, Ano de aquisição: 2014 /
Coletor: Thiago Lopes da Uaranã, afluente do rio Função: registrar os padrões de
Costa Oliveira / Função: Ayari, território índigena pintura utilizados na cerâmica
registrar os padrões de pintura Alto Rio Negro, AM, Brasil pelo povo Baniwa / Língua:
utilizados na cerâmica pelo Placa, 2014 baniwa / Tronco linguístico:
povo Baniwa / Língua: baniwa / cerâmica vitrificada moldada aruak / Descrição do objeto:
Tronco linguístico: aruak / por meio da técnica do apresenta decoração com o
Descrição do objeto: apresenta acordelado contendo resina grafismo geométrico “makalo”
decoração com o grafismo de cipó, antiplástico (cinzas
geométrico “diakhe pakhanali” de árvore), sumo de limão, Padzoomaka
argila e barro amarelo [Cristina Rodrigues]
Kerokoda [Maria de Lima] 0,6 x 9 x 6,2 cm Povo Walimanai [Baniwa]
Povo Walimanai [Baniwa] Ano de aquisição: 2014 / Aldeia São Joaquim, rio Ayari,
Aldeia São Joaquim, rio Ayari, Coletor: Thiago Lopes da Costa território indígena Alto
território indígena Alto Oliveira/ Função: registrar os Rio Negro, AM, Brasil
Rio Negro, AM, Brasil padrões de pintura utilizados Placa, 2014
Placa, 2014 na cerâmica pelo povo Baniwa / cerâmica vitrificada moldada
cerâmica vitrificada moldada Língua: baniwa / Tronco por meio da técnica do
por meio da técnica do linguístico: aruak / Descrição acordelado contendo
acordelado contendo resina do objeto: apresenta decoração resina de cipó, antiplástico
de cipó, antiplástico (cinzas com os grafismos geométricos (cinzas de árvore), caldo
de árvore), sumo de limão, “manapima” e “maliphe” fermentado de mandioca,
argila e barro amarelo argila e barro amarelo
0,5 x 22,3 x 5 cm Padzoomaka 0,4 x 12,4 cm ø
Ano de aquisição: 2014 / [Cristina Rodrigues] Ano de aquisição: 2014 /
Função: registrar os padrões de Povo Walimanai [Baniwa] Função: registrar os padrões de
pintura utilizados na cerâmica Aldeia São Joaquim, rio Ayari, pintura utilizados na cerâmica
pelo povo Baniwa / Língua: território indígena Alto pelo povo Baniwa / Língua:
baniwa / Tronco linguístico: Rio Negro, AM, Brasil baniwa / Tronco linguístico:
aruak / Descrição do objeto: Placa, 2014 aruak / Descrição do objeto:
apresenta decoração com o cerâmica vitrificada moldada apresenta decoração com o
grafismo geométrico “itsidawhi” por meio da técnica do grafismo geométrico “katsi”
acordelado contendo resina
Mayara Campos Andrade de cipó, antiplástico (cinzas Povo Walimanai [Baniwa]
Povo Walimanai [Baniwa] de árvore), sumo de limão, Placa, 2014
Aldeia Ararí Pira, rio Ayari, argila e barro amarelo cerâmica vitrificada moldada
território Índigena Alto 0,5 x 10 x 5,3 cm por meio da técnica do
Rio Negro, AM, Brasil Ano de aquisição: 2014 / Função: acordelado contendo resina
Placa, 2014 registrar os padrões de pintura de cipó, antiplástico (cinzas
cerâmica vitrificada moldada utilizados na cerâmica pelo de árvore), sumo de limão,
por meio da técnica do povo Baniwa / Língua: baniwa / argila e barro amarelo
acordelado contendo resina Tronco linguístico: aruak / 0,3 x 10,7 cm ø
de cipó, antiplástico (cinzas Descrição do objeto: apresenta Ano de aquisição: 2014 /
de árvore), sumo de limão, decoração com o grafismo Coletor: Thiago Lopes da
argila e barro amarelo geométrico “liatsakana” Costa Oliveira / Função:
0,6 x 9 x 4,2 cm registrar os padrões de
Ano de aquisição: 2014 / Padzoomaka pintura utilizados na cerâmica
Função: registrar os padrões [Cristina Rodrigues] pelo povo Baniwa / Língua:
de pintura utilizados na Povo Walimanai [Baniwa] baniwa / Tronco linguístico:
cerâmica pelo povo Baniwa / Aldeia São Joaquim, rio Ayari, aruak / Descrição do objeto:
Língua: baniwa / Tronco território indígena Alto apresenta decoração com o
linguístico: aruak / Descrição Rio Negro, AM, Brasil grafismo geométrico “katsi”
do objeto: apresenta Placa, 2014
decoração com o grafismo cerâmica vitrificada moldada Povo Iny [Karajá]
geométrico “kowheapo” por meio da técnica do TO, Brasil
acordelado contendo Ritxoko / Boneca karajá, 1911
Nazaria Andrade resina de cipó, antiplástico corante de jenipapo, madeira,
Montenegro Fontes (cinzas de árvore), caldo raque de pena, cabaça e cera
Povo Walimanai [Baniwa] fermentado de mandioca, sobre cerâmica moldada
argila e barro amarelo por meio da técnica do
0,5 x 12,6 x 7,8 cm modelado contendo argila
114
Povo Iny [Karajá]
TO, Brasil
Ritxoko / Boneca karajá, 1958
pigmentos sobre cerâmica
moldada por meio da técnica
do modelado contendo argila
10,5 cm
Ano de aquisição: 1958 /
Função: atividades lúdicas /
Língua: karajá / Tronco
linguístico: macro-jê
1
Povo Iny [Karajá]
TO, Brasil
1
Ritxoko / Boneca karajá, 1958
pigmentos sobre cerâmica
16 x 9 cm 5 x 12 cm moldada por meio da técnica
Ano de aquisição: 2011 / Ano de aquisição: 1950 / do modelado contendo argila
Função: atividades lúdicas e Função: atividades lúdicas / 11,5 cm
comerciais / Língua: karajá / Língua: karajá / Tronco Ano de aquisição: 1958 /
Tronco linguístico: macro-jê / linguístico: macro-jê Função: atividades lúdicas /
Descrição do objeto: boneca Língua: karajá / Tronco
karajá txureheni representando Povo Iny [Karajá] linguístico: macro-jê
figura do avô dos Aruanã, TO, Brasil
entidades sobrenaturais dos Iny Ritxoko / Boneca karajá, 1952 Povo Iny [Karajá]
pigmentos sobre cerâmica TO, Brasil
Povo Iny [Karajá] moldada por meio da técnica Ritxoko / Boneca karajá, 1959
TO, Brasil do modelado contendo argila pigmentos e palha sobre
Ritxoko / Boneca karajá, 1950 5 x 12,5 cm cerâmica moldada por meio
pigmentos sobre cerâmica Ano de aquisição: 1952 / da técnica do modelado
moldada por meio da técnica Função: atividades lúdicas / contendo argila
do modelado contendo argila Língua: karajá / Tronco 21 x 16 cm
7 x 32 cm linguístico: macro-jê Ano de aquisição: 1959 /
Ano de aquisição: 1950 / Coletor: Mário Simões /
Coletor: Geraldo Pitaguary / Povo Iny [Karajá] Função: atividades lúdicas /
Função: atividades lúdicas / TO, Brasil Língua: karajá / Tronco
Língua: karajá / Tronco Ritxoko / Boneca karajá, 1958 linguístico: macro-jê /
linguístico: macro-jê pigmentos sobre cerâmica Descrição do objeto: duas
moldada por meio da técnica figuras do sexo masculino
Povo Iny [Karajá] do modelado contendo argila carregam um morto
TO, Brasil 12 cm envolvido em uma esteira,
Ritxoko / Boneca karajá, 1950 Ano de aquisição: 1958 / representando cena fúnebre
pigmentos sobre cerâmica Função: atividades lúdicas /
moldada por meio da técnica Língua: karajá / Tronco
do modelado contendo argila linguístico: macro-jê
115
2 Ano de aquisição: 1977 / Povo Iny [Karajá]
Povo Iny [Karajá] Função: preparar e servir TO, Brasil
TO, Brasil alimentos / Língua: karajá / Ritxoko / Boneca karajá, 1987
Ritxoko / Boneca karajá, 1967 Tronco linguístico: macro-jê pigmentos, fios de algodão,
pigmentos sobre cerâmica palha, tecido de algodão
moldada por meio da técnica Povo Iny [Karajá] sobre cerâmica moldada
do modelado contendo argila TO, Brasil por meio da técnica do
13,8 x 11 x 9,5 cm Ritxoko / Boneca karajá, 1977 modelado contendo argila
Ano de aquisição: 2016 / corante de jenipapo, palha de 33 x 20,5 cm
Função: atividades lúdicas e bananeira, corante de barro Ano de aquisição: 1987 /
comerciais / Língua: karajá / vermelho sobre cerâmica Função: atividades lúdicas /
Tronco linguístico: macro-jê / moldada por meio da técnica Língua: karajá / Tronco
Descrição do objeto: boneca do modelado contendo argila linguístico: macro-jê
karajá representando cena 9,5 x 9,5 x 14 cm
ritual. O conjunto exibe duas Ano de aquisição: 1977 / Povo Iny [Karajá]
figuras femininas, de pé, diante Função: atividades lúdicas e TO, Brasil
de dois seres sobrenaturais, comerciais / Língua: karajá / Ritxoko / Boneca karajá, 1987
figuras de Aruanã, de pé. As Tronco linguístico: macro-jê corante de jenipapo e corante
figuras ostentam elementos de urucum sobre cerâmica
característicos do povo Povo Iny [Karajá] moldada por meio da técnica
Karajá, como corte de cabelo, TO, Brasil do modelado contendo argila
pintura facial e corporal Ritxoko / Boneca karajá, 1970 27 cm
pigmentos sobre cerâmica Ano de aquisição: 1987 /
Povo Iny [Karajá] moldada por meio da técnica Função: atividades lúdicas e
TO, Brasil do modelado contendo argila comerciais / Língua: karajá /
Pote, 1977 16 x 20 cm Tronco linguístico: macro-jê
pigmentos sobre cerâmica Ano de aquisição: 1970 /
moldada por meio da técnica Função: atividades lúdicas / Povo Iny [Karajá]
do acordelado contendo argila Língua: karajá / Tronco TO, Brasil
39 x 29,5 cm ø linguístico: macro-jê Ritxoko / Boneca karajá, 2011
pigmentos sobre cerâmica
moldada por meio da
técnica do modelado
17 x 10,5 x 5,5 cm
Ano de aquisição: 2011 /
Função: atividades lúdicas /
Língua: karajá / Tronco
linguístico: macro-jê /
Descrição do objeto: boneca
representando figura
sobrenatural. Segundo a
pesquisadora Chang Wan,
trata-se de Wijina Bede
Ritxoko, figura em estilo
moderno representando
Txureheni, o avô dos Aruanã
3
Povo Maku
AM, Brasil
Tigela, 1950
cerâmica moldada por meio
da técnica do acordelado
9 x 18 cm ø
Ano de aquisição: 1950 /
Função: armazenar e servir
alimentos / Língua: maku /
Tronco linguístico: maku
116
Povo Tikuna
AM, Brasil
Pote, sem data
pigmento sobre cerâmica
moldada por meio da técnica
do acordelado contendo argila
57 x 62,5 cm ø
Ano de aquisição: sem registro /
Função: preparar e servir
alimentos / Língua: tikuna /
Tronco linguístico: tikuna
117
Antônio Gomide
Sem título, 193-
concreto
67 x 40 cm ø
Doação Fulvia e
Adolpho Leirner
Candido Portinari
Retrato de Ida Thereza
Pongetti, 1931
óleo sobre tela
92,3 x 74 cm
Doação Henrique Pongetti
Restaurada com apoio do
Banco Opportunity, 2002
Carlos Scliar
Composição XXIV –
Verolme, 1984 4
tinta vinílica e
colagem sobre tela
65 x 100 cm Oswaldo Goeldi Vieira da Silva
Doação do artista Banca de peixe, sem data La Forge / A Forja, 1963
nanquim sobre papel têmpera sobre papel
Djanira 19,5 x 27 cm 31 x 98 cm
Fazenda de chá no Aquisição MAM Rio Doação Jorge de Brito
Itacolomi, 1958
óleo sobre tela Oswaldo Goeldi Vieira da Silva
81 x 116,2 cm Pescadores na estrada, sem data Meninos, sem data
Aquisição MAM Rio carvão sobre papel litografia
Restaurada com apoio 23,5 x 30 cm 24,5 x 30,5 cm
concedido via Edital Aquisição MAM Rio Doação Manoel de Brito
Pró-Artes Visuais, 2012
Tomás Santa Rosa
Djanira Composição, 1950
COLEÇÃO GILBERTO
Igreja de Nossa Senhora óleo sobre aglomerado CHATEAUBRIAND
dos Anjos – Cabo 45,7 x 55 cm MAM RIO
Frio – RJ – Brasil, 1971 Doação Sra. Santos Valhis
nanquim e grafite sobre papel Alberto da Veiga Guignard
44,3 x 32 cm Tomás Santa Rosa O parque municipal, 1947
Doação Esther Instrumentos de pedreiro, 1953 óleo sobre madeira
Chamma de Carlos óleo sobre tela 46 x 59,9 cm
80,6 x 65 cm
Djanira Doação Cláudio Ferreira Moraes Alberto da Veiga Guignard
Sem título, 1958 Ouro Preto, 1960
serigrafia Tomás Santa Rosa óleo sobre madeira
14,5 x 24,3 cm Orfeu, c. 1954 45,5 x 54,5 cm
grafite sobre papel
Flávio de Carvalho 69,7 x 50 cm 4
Sem título, 1973 Doação do artista Alberto da Veiga Guignard
acrílica sobre papel Restaurada com apoio do Vista do caminho para
70,3 x 49,5 cm Banco Opportunity, 2001 Mariana, 1962
Doação Custódio óleo sobre tela
Ribeiro de Carvalho Victor Brecheret 46 x 55 cm
Tocadora de guitarra, 1923
Maria Martins bronze Alberto da Veiga Guignard
O impossível, 1945 76,5 x 24,5 x 19,8 cm [Na varanda], 1948
bronze Patrocínio Fundação nanquim sobre papel
79,5 x 80 x 43,5 cm Nacional de Arte 21,5 x 16,5 cm
Doação da artista
118
Alfredo Volpi Antonio Bandeira Carlos Scliar
Ogiva, 197- [Composição], 1949 Na rua, 1940
têmpera sobre tela nanquim e aquarela sobre papel óleo sobre tela
135 x 68 cm 30,9 x 20,8 cm 45 x 59,3 cm
119
Djanira Emiliano Di Cavalcanti Ismael Nery
Namorados de Santa Mulata com leque, 1937 Retrato do artista com
Tereza, sem data óleo sobre tela Murilo Mendes, 1930
óleo sobre aglomerado 36,9 x 45 cm aquarela sobre papel
17 x 24,5 cm Restaurada com apoio da 23,5 x 16,2 cm
Fundação Vitae, 2001
Djanira Ismael Nery
O violoncelista, 1944 Emiliano Di Cavalcanti Sem título, 193-
óleo sobre tela Mulher e cavalo, sem data aquarela sobre papel
72,5 x 60,3 cm grafite sobre papel 23,5 x 17,5 cm
33,5 x 42,5 cm
Djanira Ismael Nery
Retrato de Milton Dacosta, 194- Emiliano Di Cavalcanti [Figura de homem], 192-
óleo sobre tela Mulheres de pescadores, 1963 aquarela e lápis de
53 x 44 cm óleo sobre tela cera sobre papel
69,5 x 85 cm 26,5 x 15 cm
Djanira Restaurada com apoio da
Sem título, c. 1942 Fundação Vitae em 2001 Ismael Nery
guache sobre papel [Namorados], 1928
20,5 x 15,5 cm Emiliano Di Cavalcanti aquarela e grafite sobre papel
Sem título, sem data 32,7 x 21,2 cm
Djanira grafite sobre papel
Sem título, sem data 31 x 22,5 cm Ismael Nery
óleo sobre aglomerado [O ateliê], sem data
24,1 x 16 cm Flávio de Carvalho nanquim sobre papel
A inferioridade de Deus, 1931 21 x 27 cm
Djanira óleo sobre tela
Sobrado de azulejos, 1961 54 x 73,5 cm José Pancetti
óleo sobre tela Arraial do Cabo, 1948
60 x 80 cm Flávio de Carvalho óleo sobre tela
Retrato de Murilo Mendes, 1951 46 x 65 cm
Djanira óleo sobre tela
[O contador de histórias], 1946 99 x 69 cm José Pancetti
guache sobre papel Enterro, 1945
45 x 33 cm Flávio de Carvalho óleo sobre tela
Sem título, 1962 38 x 46 cm
Emeric Marcier nanquim sobre papel
Adão e Eva expulsos 63 x 94 cm José Pancetti
do paraíso, 1947 Natureza-morta com
carvão e guache sobre papel Flávio de Carvalho figuras, 1955
24,7 x 18 cm Velame do destino, 1954 óleo sobre tela
óleo sobre tela 33 x 46 cm
Emeric Marcier 64 x 69 cm
Antiga Casa dos Contos e igreja José Pancetti
São Francisco de Paula, 1942 Heitor dos Prazeres Retrato de Anita, 1940
óleo sobre tela Autorretrato, 1956 óleo sobre tela
54 x 65 cm óleo sobre madeira 46 x 38 cm
40,8 x 29,5 cm Restaurado com apoio do
Emeric Marcier Banco Opportunity, 2002
Sem título, 1969 Heitor dos Prazeres
aquarela e lápis de Mulata, 1959 José Pancetti
cor sobre papel óleo sobre aglomerado Retrato de Lourdes, 1958
35,5 x 50,6 cm 47,5 x 36,2 cm óleo sobre tela
34 x 26 cm
Emiliano Di Cavalcanti Heitor dos Prazeres
Autorretrato, 1969 Mulata no quarto, 1963 José Pancetti
óleo sobre tela óleo sobre tela Sem título, 1943
79,5 x 63,5 cm 45 x 54 cm série Campos do Jordão
óleo sobre tela
65 x 53,8 cm
120
Oswaldo Goeldi
Guarás, 1970
xilogravura
30 x 36 cm
Oswaldo Goeldi
Pesadelo, sem data
xilogravura
15 x 18,5 cm
Oswaldo Goeldi
Pescador perdido, c. 1955
xilogravura
28,2 x 41,5 cm
Oswaldo Goeldi
Sol, c. 1957
5
xilogravura
30,2 x 41,5 cm
José Pancetti Lasar Segall
Oswaldo Goeldi
Sem título, 195- Sem título, 1943
Um bem-te-vi!, sem data
lápis de cor sobre papel álbum Mangue
nanquim sobre papel
13,8 x 20 cm zincografia
21 x 27,5 cm
8,8 x 6 cm
Lasar Segall
Tarsila do Amaral
Mercadores nos barcos, 1927 Mary Vieira
Abaporu, 196-
guache e grafite sobre papel Polivolume: superfície
gravura em metal
68,5 x 45 cm multidesenvolvível, 1948/1966
31,5 x 24,3 cm
alumínio anodizado
Lasar Segall 56,5 x 10,5 cm ø
Tarsila do Amaral
Sem título, 1943
Estudo, 1923
álbum Mangue Milton Dacosta
grafite sobre papel
zincografia Cabeça, 1948
17,5 x 22 cm
10,7 x 7,4 cm óleo sobre tela
55 x 45,8 cm
Tarsila do Amaral
Lasar Segall
Estudo para A Negra, 1923
Sem título, 1943 Milton Dacosta
nanquim sobre papel
álbum Mangue Composição, 1954
22 x 17 cm
zincografia óleo sobre tela
15,2 x 9,2 cm 54 x 81 cm
6
Restaurada com apoio do
Tarsila do Amaral
Lasar Segall Banco Opportunity, 2002
Estudo para Antropofagia, 1929
Sem título, 1943
ferrogálica sobre papel
álbum Mangue Milton Dacosta
23 x 19,5 cm
zincografia [Cabeça de criança], 1957
16,7 x 12 cm óleo sobre tela
Tarsila do Amaral
55,2 x 33,5 cm
Figura masculina, c. 1961
Lasar Segall
nanquim sobre papel
Sem título, 1943 Milton Dacosta
24 x 19 cm
álbum Mangue [Luas e meias-luas], 1954
zincografia guache sobre papel
Tarsila do Amaral
11 x 7,3 cm 12 x 12 cm
Harpista, 1921
grafite sobre papel
Lasar Segall 5
14 x 19 cm
Sem título, 1943 Oswaldo Goeldi
zincografia Chuva, c. 1957/1970
7,6 x 9,2 cm xilogravura
23,5 x 30,5 cm
121
Catálogo da exposição
Djanira, 1958
Museu de Arte Moderna
do Rio de Janeiro
23,7 x 17 cm
Fotografias
José Santos
6 Inauguração da exposição Heitor
dos Prazeres no Museu de Arte
Moderna do Rio de Janeiro, 1961
Tarsila do Amaral Vicente do Rego Monteiro Na imagem, Alexandre Baldaque
Urutu, 1928 Lendas indígenas da Amazônia, Guimarães e Heitor dos Prazeres
óleo sobre tela 1920 c. 18 x 24 cm
60,5 x 72,5 cm aquarela sobre papel
Restaurada pelo Art 23 x 28,5 cm Autoria não identificada
Institute of Chicago, 2017 Exposição Tarsila: 50 anos
Vicente do Rego Monteiro de pintura no Museu de Arte
Tomás Santa Rosa Sem título, 1921 Moderna do Rio de Janeiro, 1969
Sem título, 1939 aquarela, nanquim e c. 18 x 24 cm
aquarela e nanquim sobre papel grafite sobre papel
23,5 x 31 cm 38,3 x 28,5 cm Autoria não identificada
Exposição Di Cavalcanti no
Vicente do Rego Monteiro Victor Brecheret Museu de Arte Moderna
A Cobra Grande manda para O beijo, 1930 do Rio de Janeiro, 1954
sua filha a noz de Tucunã, 1921 bronze Na imagem, Di Cavalcanti
aquarela e nanquim sobre papel 32 x 13,5 x 13,5 cm e Candido Portinari
24 x 21 cm c. 18 x 24 cm
Vieira da Silva
7 Harpa / Sofá, 1942 Autoria não identificada
Vicente do Rego Monteiro guache sobre cartão Exposição Djanira realizada
Baigneuses / Banhistas, 1924 15 x 18,5 cm no Museu de Arte Moderna
óleo sobre tela do Rio de Janeiro, 1958
80 x 90 cm Na imagem, Edith Behring,
Restaurada com apoio do
ACERVO PESQUISA Djanira e Tuni Murtinho
Banco Opportunity, 2002 E DOCUMENTAÇÃO c. 18 x 24 cm
MAM RIO
Vicente do Rego Monteiro Documentos
Guerreiro, vagalume, Catálogos
indiozinho e Caititu, 1920 Carta de Anita Malfatti
aquarela sobre papel Catálogo da exposição para Luiz de Almeida
22,5 x 31 cm Maria, 1956 Cunha, setembro de 1960
Museu de Arte Moderna 26,5 x 31,3 cm
do Rio de Janeiro
26 x 20 cm
122
Candido Portinari indígena Kaxinawá do Rio Zahy Guajajara
São João Batista, 1957 Jordão, AC, Brasil, 1975), Karaiw a’e wà /
Cartão-postal Ibã Huni Kuin (aldeia Três Os civilizados, 2022
24,4 x 14,7 cm Fazendas, território indígena vídeo digital H264, tonéis
Kaxinawá do Rio Jordão, AC, reciclados com pintura
Cartão de Djanira para Brasil, 1964), Kássia Borges spray cromada, adesivo
Luiz de Almeida Cunha, 6 (Goiânia, GO, Brasil 1962) espelhado e faixa de áudio
de novembro de 1959 Assistência Sofia Rocha, Lala original em looping
24,5 x 29,3 cm Carneiro da Cunha, Beatriz 14’30’’
de Paula e Luísa Mar Criação e direção: Zahy
Djanira Guajajara, Daniel Wierman,
Santa Ana, sem data Novíssimo Edgar Marcelo Hallit e Philipp Lavra
Cartão-postal Sobre os vínculos invisíveis, 2022 Texto e voz: Zahy Guajajara
24,5 x 29,3 cm máquinas de costura, linha, lã, Direção de fotografia:
miçangas de vidro, botões de Marcelo Hallit
plástico, bijuterias, cola epóxi, Edição e cor: Breno BL
ARTISTAS cabelo sintético, palha da Desenho de som e trilha
COMISSIONADOS costa, algodão, jaspe vermelho, original: Pedro Zopelar
ametista, quartzo-azul, quartzo Produção: Candombá
Cinthia Marcelle de cristal, cornalina, citrina,
Meditação da ferida ou a escola quartzo verde, turmalina
das facas [versão Nakoada], 2022 negra, tesoura de aço, gesso,
madeira, dobradiça, cimento, acrílica, spray, verniz,
isopor e veludo tecidos de veludo, cetim,
dimensões variáveis oxford, vintage, caixas de
Produção: Gamb som, circuito elétrico e faixa
Pesquisa: Marcelo X de áudio original em looping
Desenho do suporte: VÃO 115 x 440 x 550 cm
Apoio: Galeria Luisa Strina Produção musical:
Vinicius Guelfi Rodrigues
MAHKU Performance: Dandara
Kapewẽ Pukenibu / Ponte Patroclo Santowp
de jacaré, 2022 Soprano: Gabriela Sousa
acrílica sobre tela Corrêa, Marly Montoni
300 x 1200 cm Técnico de máquina:
Artistas que realizaram a Robson Rastrelli
obra: Acelino Tuin (aldeia
Três Fazendas, território
123
Livia de Sá Baião
Luis Paulo Montenegro
Luiz Carlos Barreto
Marcos Falcão
Max Perlingeiro
Miguel Pinto Guimarães
Nara Roesler
Oskar Metsavaht
GOVERNANÇA Paula Marinho
Ricardo Steinbruch
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Rogerio Pessoa
Carlos Alberto Gouvêa Chateaubriand Presidente Sérgio Gusmão Suchodolski
Armando Strozenberg Tanit Galdeano
Eliane Aleixo Lustosa de Andrade
Eugênio Pacelli de Oliveira Pires dos Santos COMITÊ DE INVESTIMENTOS
João Maurício de Araújo Pinho Filho Edmar Bacha
Livia de Sá Baião Helio Portocarrero
Luiz Roberto Sampaio Luiz Chrysostomo de Oliveira Filho
Nelson Eizirik Luiz Roberto Sampaio
Paulo Albert Weyland Vieira Pedro Luiz Bodin de Moraes
Agradecimentos
Ana Wainer, Akawã Baniwa, Anápuàka
Tupinambá, Andre Fernando Baniwa, Braulina
Baniwa, Daniel Revillion Dinato, Dudu Bertholini,
Elena Guimarães, Elvira Sateré, Família Jaider
Esbell, Francineia Baniwa, Guto Carvalho
Neto, Jaider Esbell (in memorian), Juliana Luna,
Lilly Baniwa, Luisa Strina, Marina Buendia,
Matheus dos Santos Souza, Naine Terena,
Pacari Pataxó, Parmenio Citó, Paula Berbert,
Rafaela Campos, Renato Maretti, Rosa Melo, Sil
Bahia, Vicenta Perrotta e WiraWassu Baniwa
Patrocinadores
B3, Eletrobras Furnas, Livelo, Mattos Filho,
BMA, Itaú, Taesa, Unipar, BTG Pactual, Gávea
Investimentos, UBS, Wilson Sons, Aliansce
Sonae, Becks, Credit Suisse, Icatu, MRS
Logística S.A., Sherwin-Williams, Verde
Asset Management e Vinci Partners por meio
da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Agradecimentos
Ministério do Turismo e Secretaria Especial
de Cultura.
M986
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Nakoada: estratégias para a arte moderna / Museu
de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Beatriz Lemos;
Denilson Baniwa; Pablo Lafuente (org.). Rio de Janeiro:
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 2022.
128 p.: il. color.; 16 x 23 cm.
4.629 kB.; PDF.
Exposição realizada em 9 jul. 2022 – 27 nov. 2022
Catálogo da exposição com obras de artistas
contemporâneos, artistas modernos, artistas indígenas
e textos de André Baniwa, Beatriz Lemos e Denilson
Baniwa, Braulina Baniwa, Daniel Dinato, Francy
Baniwa e Idjahure Kadiwel, Jaider Esbell, Lilly Baniwa,
Natasha Felix, Novíssimo Edgar e Zahy Guajajara.
ISBN 978-65-88670-19-4 (impresso)
ISBN 978-65-88670-20-0 (recurso eletrônico)
1. Artes plásticas 2. Arte contemporânea 3. História
da arte 4. Arte indígena I. Museu de Arte Moderna do
Rio de Janeiro II. Título
CDD: 704.03