Formulário de Apresentação de Relatório Parcial Finalizado.
Formulário de Apresentação de Relatório Parcial Finalizado.
Formulário de Apresentação de Relatório Parcial Finalizado.
REITORIA
COORDENAÇÃO DE PESQUISA, PÓS GRADUAÇÃO E EXTENSÃO
1 - ORIENTADORA
NOME: Flávia Campos Cerullo
TEL: (82) 99925-1973 E-MAIL : [email protected]
CURSO: Arquitetura e Urbanismo
2 – ALUNA VOLUNTÁRIA
4 - TÍTULO DO PROJETO
Mirar a cidade: estudo da percepção da paisagem urbana do litoral norte de Maceió a partir das relações
constituídas no mirante de Ipioca.
ÁREA DO CONHECIMENTO: 6.00.00.00-7 Ciências Sociais Aplicadas
5- DESCRIÇÃO DETALHADA
O trabalho científico utiliza como objeto de estudo o Mirante Marechal Floriano Peixoto do bairro
de Ipioca que guarda em sua estrutura memorias e apropriações seculares da paisagem com
necessidade de entender as relações subjetivas que esse espaço urbano possui, as
consequências os avanços das intervenções contemporâneas em sua região e o entendimento
da perspectiva do morador que torna o lugar parte do seu cotidiano.
Para o desenvolvimento da pesquisa a dividimos em dez etapas que foram: visita de
reconhecimento, produção de diário de bordo, revisão bibliográfica, revisão iconográfica, leituras
dirigidas, organização e análise dos textos, organização e análise da iconografia, visita de
aprofundamento, produção de diário de bordo, sistematização dos dados coletados, produção de
relatório e catálogo fotográfico e produção de artigo científico. As etapas concluídas em primeiro
momento foram as visita de reconhecimento, produção de diário de bordo, revisão bibliográfica e
revisão iconográfica. Alguns contratempos como o clima e choques nos horários alteraram a
ordem do cronograma, que contou ainda com o acréscimo de visitas para mapeamento dos
demais mirantes da cidade de Maceió.
Por meio de pesquisas bibliográficas e iconográficas realizadas através dos acervos de
plataformas virtuais, em museus da cidade, arquivos da prefeitura e bibliotecas públicas
municipais e universitárias, em paralelo a visitas de campo de ordem etnográfica, que vêm sendo
realizadas pretende-se realizar uma sistematização de ideias para melhor compreensão acerca
do ambiente do mirante de Ipioca.
Alguns fatores, como a ausência de recursos (fotográficos, transporte, alimentação, etc.) também
contribuíram para que a execução não se desse em total concordância com o cronograma
estipulado anteriormente. Esses recursos são imprescindíveis para realização de determinadas
etapas da pesquisa que exigem nosso deslocamento e permanência por muito tempo em alguns
lugares, para que possamos apreender tudo que por ali passa, além de ser necessário
documentar e organizar tudo que foi visto.
Os ambientes de pesquisa bibliográfica que visitamos muitas vezes encontravam-se
indisponíveis para pesquisa devido ao tempo em que se encontrava em desuso por reformas ou
desorganização da instituição, fatores que dificultaram a busca pelos materiais desejados. Já os
mirantes, muitas vezes marginalizados, contavam ainda com o clima desfavorável para visitas
em determinados dias, já que com a chuva a dinâmica do local é alterada.
Ingrid Tavares
A partir disso pudemos perceber que o Mirante Floriano Peixoto carrega em si uma rica historicidade
além de uma cultura marcante que dialoga com o ambiente em que se encontra, com o
pertencimento ao bairro de Ipioca. Apresentado como ponto turístico da cidade de Maceió, ainda
que não tão visitado quanto suas praias, o mirante se caracteriza mesmo é como ponto de encontro
dos moradores da vila a que pertence. Antes e após o trabalho ou a escola, no iniciar do manhã ou
findar da tarde, o mirante que leva o nome de um Marechal se borda da vida simplória que o cerca.
Os afetos produzidos por e com ele tornam o aconchego ponto quase que principal de atração ao
lugar. A vista da grande faixa de coqueirais é apenas um complemento a toda vida que por ali é
exalada.
O modo como os demais mirantes da cidade de Maceió da mesma topografia que o de Ipioca tem
sido utilizados revelam que nesse lugar a proposta de expansão, urbanização e turistização pode
por em risco as dinâmicas afetivas atualmente existentes nesse bairro que resiste sem nem saber
ao caos que Maceió grita no não ceder de tempo a experienciar dos ambientes ou a
impossibilidade de sequer chegar a eles.
Para as próximas etapas da pesquisa nos utilizaremos desses dados recolhidos para
continuarmos as visitas de campo inicialmente de forma etnográfica. Pois entendemos a
etnográfica como melhor meio para promover o entendimento acerca do mundo cultural que
existe naquele ambiente. Neste momento será necessário o deslocamento do lugar de si para
compreensão do lugar do outro, dizendo respeito, sobretudo, a deixar seu conforto para conhecer
o que conforta e desconforta o outro, o olhar etnográfico propõe o entendimento da complexidade
das relações que formam suas subjetividades.
A partir dessa descentralização do olhar para entendimento do outro, se torna possível a
compreensão de que há a existência de um mundo racional e cultural visto sobre outras óticas, a
de quem o vive. Isso nos permite iniciar a desnaturalização dos fenômenos, que consiste na
percepção de que há uma construção sócio-historica por trás de cada acontecimento dotado de
significados e regras, que nos proporcionará a aproximação para apreensão dos valores,
conceitos, práticas e representações que perpassam os símbolos que enxergamos de fora. Essa
percepção de particularidades e diferenças é interessante ainda por nos permitir assumir as
diversidades que nos circundam.
Junto à observação e pesquisa etnográfica utilizaremos ainda produções visuais para
continuidade da pesquisa, pretendendo explorar principalmente materiais fotográficos e
desenhos, que deverão ser elaborados pelas alunas durante as visitas ao Mirante Floriano
Peixoto e ao bairro de Ipioca. Todas essas visitas e produções se darão em conjunto a
continuidade dos estudos acerca da memória, do corpo e dos interrelacionamentos, atentando
para as demandas da contemporaneidade, como forma de facilitar a relação entre as vivências e
percepções.
Por fim pretendemos elaborar um trabalho científico interdisciplinar, no qual as experiências
adquiridas serão transmitidas como forma de conhecimento. Todos os produtos dessa pesquisa
serão submetidos a publicações e apresentações em anais de congresso, seminários e simpósios,
visando ainda a extensão da pesquisa a outros mirantes da capital alagoana.
ALMEIDA, E.F.; NUNES, J. R. S. Educação ambiental e eco turismo em área natural : um estudo
de caso no mirante camping e lazer no município de Tangará da Serra – MT. UNICiências, v.14,
n.2, 2010.
ANDRADE, FERNANDO A. GOMES DE A.O livro Memória das Alagoas do IGHAL – Editora de
comunicação Ltda.
ANDRADE, E. J. O. Os mirantes da ilha de Santa Catarina – Patrimônio Paisagistico de
Florianópolis. UFSC – Programa de pós-graduação em Urbanismo, história e arquitetura da cidade.
Florianópolis, 2008.
ATHAYDE, Celso. “Periferia: favela, beco, viela”. In: Botelho, A. Schwarcz, L (org) Agenda
Brasileira: temas de uma sociedade em mudança. Cia. das Letras. São Paulo, 2011, pp. 400-407.
BOSI, Ecléa. O tempo vivo da memória. Ensaios de Psicologia Social. São Paulo, Ateliê Editorial,
2003, pp.13-35.
CABRAL, L.O. A paisagem enquanto fenômeno vivido. Biblioteca Digital de GeoCiências, IELUSC.
Joinville – SC.
CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro. “Cultura e saber do povo: uma perspectiva
antropológica”. In: LONDRES, Cecília (org). Revista Tempo Brasileiro. Patrimônio Imaterial. Out-
Dez, n °147. pp. 69-78.Rio de Janeiro, 2001.
DE CERTEAU, Michel; JULIA, Dominique. “A beleza do morto: o conceito de cultura popular”. In:
FERREIRA, P. E. A. Apropriação do espaço urbano e as políticas de intervenção urbana e
habitacional no centro de São Paulo. Dissertação apresentada à FAUUSP, São Paulo. 2007.
FONSECA, Maria Cecilia Londres. “Referências culturais: base para novas políticas de patrimônio”.
Em: Manual de Aplicação do INRC. Brasília, Iphan/DID , 2000.
GONÇALVES, José Reginaldo. “Culturas populares: patrimônio e autenticidade”. In: Botelho, A.
Schwarcz, L (org) Agenda Brasileira: temas de uma sociedade em mudança. Cia. das Letras. São
Paulo, 2011, pp. 134-141.
GONÇALVES, José Reginaldo. “Ressonância, materialidade e subjetividade: as culturas como
patrimônio”. Horizontes antropológicos, vol. 11, n. 23, Porto Alegre, ano 11, n. 23, 2005.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Centauro, 2004, pp.29-94. Memória e
HUYSSEN, Andreas. Seduzidos pela Memória: Arquitetura, Monumentos, Mídia. Rio de Janeiro:
Aeroplano, 2000, pp.09-40.
JEUDY, Henri Pierre. Memórias do social. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1990, pp.05-46.
ORTIGOZA, S. A. G. Paisagem: síntese das heranças da sociedade com o espaço. In: Analúcia
Bueno dos Reis Giometti. (Org.). Caderno de Formação: formação de professores didática dos
conteúdos. -ed.São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012, v. 9, p. 51-59.
POLLAK, Michael. Memória, Esquecimento, Silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 2, n.
3, 1989, pp. 3-15.
REVEL, Jacques (org). A invenção da sociedade. Liboa: DIFEL, 1989.
RUBINO, Silvana. “Patrimônio: história e memória como reivindicação e recurso”. In: Botelho, A.
Schwarcz, L (org) Agenda Brasileira: temas de uma sociedade em mudança. Cia. das Letras. São
Paulo, 2011, pp. 390-399.
HIBISCUS ALAGOAS. História de Ipioca. Disponível em:
<http://www.hibiscusalagoas.com.br/ipioca/historia-e-atracoes-de-ipioca-alagoas>
PIMENTEL, J. B. A terra onde nasceu o marechal Floriano. Disponível em:
<http://www.bairrosdemaceio.net/site/index.php?Canal=Bairros&Id=22>
PORTAL FERIAS. Informações de Ipioca. Disponível em: <
http://www.ferias.tur.br/informacoes/10264/ipioca-al.html>
SANTOS, A. I. Plano Diretor da cidade de Maceió - Gestão de 2008.
VIEIRA, D. S. L. Paisagem e Imaginário: Contribuições teóricas para uma história cultural do olhar.
Recife, Revista fênix - Revista de história e Estudos Culturais, Vol. 3, Ano III, Nº3. 2006. ISSN
1807-6971
WÄCHTER, Adriane Schrage. A percepção da paisagem.