Informe Sus Onco Agosto 2022

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Ministério da Saúde | Sistema Único de Saúde (SUS)

Instituto Nacional de Câncer (INCA)

Informe
SUS-ONCO Ano VI n.º 64 - Agosto | 2022

PREENCHIMENTO DE LAUDOS PARA AUTORIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS


AMBULATORIAIS (APAC)

O laudo de solicitação é o documento que justifica, perante o órgão autorizador, a solicitação de procedimentos
que exigem autorização prévia. O modelo de informação com dados mínimos para o laudo da solicitação ou
Autorização de Procedimentos Ambulatoriais (Apac) está disponível no site http://sia.datasus.gov.br. Contudo,
fica facultado aos gestores estaduais ou municipais o acréscimo de variáveis a serem coletadas nos laudos
de solicitação ou autorização, a fim de atender às necessidades locais. Compete ao gestor local estabelecer o
prazo máximo para que sejam concedidas as autorizações, de acordo com a infraestrutura disponível em seus
respectivos setores de controle e avaliação. Alerta-se que nem todos os campos possuem crítica interna no
Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SIA/SUS), o que pode erroneamente dar
a impressão de que não são de preenchimento obrigatório. Os campos pedem informações específicas para a
adequada avaliação do caso e uma correta autorização.

Exemplos de campos que são indispensáveis para o processo de autorização


• Campo 58: linfonodos regionais invadidos (sim, não ou não avaliáveis). Essa informação é exigível
nos casos em que a descrição do procedimento explicita a presença de invasão linfática; por exemplo,
procedimentos de quimioterapia adjuvante do câncer de mama.
• Campo 59: localização de metástases. Exigida nos casos de: i) estádio IV, cuja definição depende da
existência de metástase a distância, lembrando que tumores da cabeça e pescoço, por exemplo, podem ser
classificados como IV sem que haja metástase a distância, e que o câncer testicular não tem classificação
IV, visto que o estádio III já inclui metástase a distância pulmonar, em víscera que não o pulmão ou
linfática que não retroperitoneal; ii) recidiva com metástase a distância de tumor diagnosticado em
estádios 0, I, II ou III; e iii) nos casos de metástase óssea com solicitação do procedimento “inibidor da
osteólise”.
• Campo 60: estádio do Sistema da União Internacional contra o Câncer (UICC)/American Joint
Committee on Cancer. Preenchimento obrigatório somente nos casos incluídos em TNM – Classificação
de Tumores Malignos, da UICC, 7a edição, 2012, ou em American Joint Committee on Cancer – AJCC
Cancer Staging Manual, 8a edição, 2017 ou posterior.
• Campo 62: grau histopatológico. Só pode ser exigido se a descrição do procedimento o fizer; por exemplo,
em caso de quimioterapia adjuvante do câncer de ovário ou de sarcoma de partes moles. Em caso de
alguns tumores, como as leucemias e os linfomas, o tipo celular já define a diferenciação tumoral.
• Campo 63: diagnóstico cito ou histopatológico. Só pode ser dispensável em casos especiais; por exemplo,
massa mediastinal que comprime a veia cava superior e que requer tratamento de emergência, metástases
cerebrais de tumor primário desconhecido e tumor do tronco cerebral. Deverá ser preenchido pelo
respectivo diagnóstico clínico, sendo amparado por um laudo de tomografia computadorizada ou de
ressonância magnética.
Outro ponto que merece destaque é o entendimento de que não se devem confundir os tratamentos anteriores
com a continuidade do tratamento atual solicitado. No laudo médico, deve-se entender por continuidade de
tratamento aquela químio ou radioterapia que se iniciou anteriormente à solicitação da Apac e que continua
como tratamento atual, ou seja, o tratamento do planejamento terapêutico global.
Já em tratamentos anteriores devem-se informar aqueles tratamentos que já não estão mais vigentes. Como são,
no máximo, três os tipos de tratamentos anteriores possíveis (cirurgia, quimioterapia e radioterapia), o laudo
médico reserva três campos para a data de início desses tratamentos.
Os laudos aplicáveis no SIA/SUS podem ser utilizados das seguintes formas: suporte físico ou suporte digital.
Quando forem utilizados em suporte físico, devem ser legíveis, sem abreviaturas e com as assinaturas do
médico solicitante e do autorizador, além do carimbo.
Nos laudos em suporte digital, os autorizadores devem utilizar a Certificação Digital, nos padrões da
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), visando à validade legal desses documentos
eletrônicos.
É indispensável aos gestores locais verificar sempre os laudos e as autorizações anteriores. Na autorização de
uma nova Apac inicial ou única, é permitido identificar mudança na data de início do tratamento solicitado,
evitando que um paciente permaneça no sistema mais tempo do que a duração prevista no planejamento
terapêutico global.
A Apac é um instrumento de registro e faturamento de serviços prestados ao SUS, mas também é um importante
instrumento de controle e avaliação dos serviços prestados. Desenvolver e manter uma vigilância analítica
contínua dos dados gerados pela Apac de radioterapia e de quimioterapia permitem não somente conhecer e
ajustar o sistema da prestação dos serviços oncológicos, como também abrir um canal de comunicação de nível
técnico-científico (e não só físico e financeiro) com os prestadores desses serviços.
No final, beneficiam-se todos os envolvidos: o paciente, que passa a ser tratado de forma atualizada; o prestador,
que passa a contar com normas claras, com um cadastro atualizado de pacientes, o que lhe permitirá, inclusive,
dispor de material facilmente acessível para a sua produção científica, e com um retorno da avaliação feita dos
seus serviços; e o gestor, que passa a ter bases reais de programação, controle, auditoria e avaliação dos serviços
oncológicos no âmbito do SIA/SUS.

Referência
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Material técnico operacional SIA/SUS sistema e
informações ambulatoriais: aplicativos auxiliares e de captação da produção ambulatorial: APAC magnético – BPA
magnético: VERSIA – DE – PARA – FPO magnético: orientações técnicas. Brasília, DF: Ministério da Saúde, mar. 2010.
Disponível em: http://www1.saude.rs.gov.br/dados/1273242960988Manual_Operacional_SIA2010.pdf. Acesso em: 1
set. 2022.

Edição: Área de Edição e Produção de Materiais Técnico-científicos/Seitec/Coens/INCA.


Imagens: Designed by Freepik

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