Climatogeografia Belinha
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Tema do Trabalho:
FENÓMENO ENSO: A INFLUÊNCIA DO EL NINO E LA NINA NA
VARIABILIDADE CLIMÁTICA DE MOÇAMBIQUE.
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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
1. Introdução..................................................................................................................................1
1.1. Objectivos...............................................................................................................................2
1.1.1. Geral.....................................................................................................................................2
1.1.2. Específicos............................................................................................................................2
1.2. Metodologia............................................................................................................................2
2. Fenómeno ENSO.......................................................................................................................3
2.1. Conceito do Termo ENSO......................................................................................................3
2.2. Histórico do fenómeno...........................................................................................................4
2.3. Desenvolvimento do Fenómeno.............................................................................................4
2.4. Impactos Regionais e Globais do Fenómenos.........................................................................7
3. Os efeitos do ENSO em Mocambique.......................................................................................8
3.1. Influência do EL Nino na variabilidade Climática de Moçambique.......................................8
3.2. Influência do La Nina na variabilidade Climática de Moçambique......................................10
3.3. Resumo dos efeitos do ENSO em Moçambique...................................................................12
4. Conclusão................................................................................................................................13
5. Referências Bibliográficas.......................................................................................................14
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1. Introdução
A distribuição dos continentes e dos oceanos influi na distribuição da temperatura devido aos
contrastes terra-mar em resultado dos comportamentos térmicos diferentes. Os oceanos
aquecem e arrefecem mais lentamente que os continentes por isso as amplitudes térmicas são
reduzidas nos oceanos e grandes nos continentes. As temperaturas mais baixas e as mais altas
localizam-se sempre no interior dos continentes. Portanto, os oceanos exercem uma grande
acção moderadora sobre as temperaturas, atenuando-as quer no verão quer no inverno.
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1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Falar os fenomenos climaticos.
1.1.2. Específicos
Definir o conceito de fenómeno ENSO
Caracterizar o Fenómeno ENSO;
Descrever a influência do EL Nino e La Nina na variabilidade Climática de
Moçambique.
1.2. Metodologia
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2. Fenómeno ENSO
2.1. Conceito do Termo ENSO
O tempo e o clima estão interligados. Uma ajuda a descrever e explicar o outro. De acordo
com Lapissone (2016), o Tempo refere-se as condições atmosféricas que existem num dado
momento, ou por um período de tempo relativamente curto, e Clima refere-se as condições de
longo termo descritas pelas médias e extremos do tempo a longo termo. Segundo o autor o
clima é mais do que uma simples média do tempo. Descrições do clima devem reconhecer os
extremos, frequências, e a variabilidade dos elementos. Os elementos são os mesmos ambos
para o tempo e clima. Ainda conforme o autor citado anteriormente, refere-se que:
De acordo com Oliveira (2001), Fenómeno ENSO é o aquecimento anómalo das águas
superficiais na porção leste e central do oceano Pacífico equatorial, ou seja, desde a costa da
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América do Sul até a Linha Internacional de Data (longitude de 180º). O “El Niño” é um
fenómeno oceânico-atmosférico que afecta o clima regional e global, mudando a circulação
geral da atmosfera, também é um dos responsáveis por anos considerados secos ou muito
secos.
Conforme o ponto de vista do autor anteriormente citado, podemos afirmar que por outro
lado, observa-se diminuição da pressão atmosférica e aumento na temperatura do ar sobre o
Pacifico oriental. Estas mudanças provocam alterações na direcção e velocidade dos ventos
em nível global fazendo com que as massas de ar modifiquem seu comportamento em várias
regiões do planeta.
Para que haja a formação de nuvens o ar teve que subir. O contrário, em regiões com o
ar vindo dos altos níveis da troposfera para os baixos níveis raramente há a formação
de nuvens de chuva. Um modo simplista de entender isso é imaginar que a atmosfera é
compensatória, ou seja, se o ar sobe numa determinada região, deverá descer em outra
(p. 159).
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Segundo o autor citado anteriormente, refere-se que se em baixos níveis da atmosfera os
ventos são de oeste para leste, em altos níveis ocorre o contrário, ou seja, os ventos são de
leste para oeste. Com isso, o ar que sobe no Pacífico Equatorial Central e Oeste e desce no
Pacífico Leste, juntamente com os ventos alísios em baixos níveis da atmosfera e os ventos de
oeste para leste em altos níveis da atmosfera, forma o que os Meteorologistas chamam de
célula de circulação de Walker, nome dado ao Sir Gilbert Walker.
Estas águas mais frias têm mais oxigénio dissolvido e vêm carregadas de nutrientes e
microorganismos vindos de maiores profundidades do mar, que vão servir de alimento para os
peixes daquela região. Não é por acaso que a costa oeste da América do Sul é uma das regiões
mais piscosas do mundo. O que surge também é uma cadeia alimentar, pois os pássaros que
vivem naquela região se alimentam dos peixes, que por sua vez se alimentam dos
microorganismos e nutrientes daquela região (Mendonça & Danni-Oliveira, 2007).
Segundo o ponto de vista dos autores acima citados, podemos afirmar que no oceano Pacífico,
pode-se ver a região com águas mais quentes representadas pelas cores avermelhadas e mais
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frias pelas cores azuladas. Pode-se ver também a inclinação da termoclima, mais rasa junto à
costa oeste da América do Sul e mais profunda no Pacífico ocidental.
De acordo com os autores anteriormente citados, refere-se que no oceano Pacífico equatorial
podem ser observadas águas quentes em, praticamente, toda a sua extensão. A termoclina fica
mais aprofundada junto à costa oeste da América do Sul, principalmente, devido ao
enfraquecimento dos ventos alísios. Os autores afirmam que as principais características
oceânicas e atmosféricas associadas ao fenómeno “El Nino” são:
Sobre o Pacífico leste, onde há normalmente águas frias, aparecem águas mais quentes
do que o normal;
Os ventos alísios diminuem sensivelmente sua intensidade;
A pressão no sector leste do oceano Pacífico fica abaixo do normal, enquanto na parte
oeste fica com valores acima do normal;
A presença de águas quentes e convergência de humidade do ar favorecem a formação
de nuvens convectivas profundas sobre o sector centro-leste do Pacífico;
A célula de Walker (circulação atmosférica sentido oeste-leste) modifica-se totalmente
ocasionando ar descendente sobre a Amazónia e Nordeste do Brasil;
Sobre o Atlântico equatorial, incluindo o leste da Amazónia e Semi-Árido Nordestino
nota-se predominância de um ramo de ar descendente inibindo a formação de nuvens.
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2.4. Impactos Regionais e Globais do Fenómenos
Quadro 1. Impactos regionais do fenómeno ENSO
IMPACTO EM CLIMA/HIDROLOGIA REGIÕES E PAÍS
Secas Severas México
Secas Severas Nordeste do Brasil
Diminuição da precipitação América Central-Bacia do Pacífico
Aumento da precipitação América Central-Bacia do Atlântico
Diminuição da precipitação e vazões de rios Colômbia
Aumento da precipitação e vazões de rios Noroeste de Peru, Equador
Diminuição da precipitação e secas, aumento
Norte da Amazónia
do risco de incêndios florestais
Aumento da precipitação (Nov-Jan) Região dos Pampas - Argentina
Aumento da precipitação (Nov-Jan) Uruguai
Fonte: Adaptado pela autora (2022)
De acordo com Ayoade (2003), refere-se que os efeitos do “El Niño” no mundo podem causar
prejuízos e benefícios. Mas, os danos causados são superiores aos benefícios, por isso, o
fenómeno é temido, principalmente, pelos agricultores. Em cada episódio do “El Niño” é
observado na região sul um grande aumento no volume de chuvas, principalmente, nos meses
de primavera, fim do outono e começo de inverno. O autor acima citado, diz que:
Rivas-Martínez (2004) afirmam que, este aumento de temperatura no inverno pode trazer
benefícios aos agricultores das regiões Sul e Sudeste, pois diminui significativamente a
incidência de geadas. No sector leste da Amazónia e na região Nordeste ocorre uma
diminuição nas chuvas. Algumas áreas do Sertão (semi-árido) nordestino, essa diminuição
podem alcançar até 80% do total médio do período chuvoso (que na maior parte da Região
ocorre de Fevereiro a Maio). Ainda para o autor acima citado:
Ressalta que, a seca não se limita apenas ao Sertão, ela também pode atingir o sector
leste do Nordeste (Agreste, Zona da Mata e Litoral), caso aconteça conjuntamente
com o Dipolo do Atlântico Sul negativo (Dipolo Negativo ou desfavorável, isto é,
quando o Atlântico Sul se encontra com águas mais frias que a média histórica e águas
mais quentes no Atlântico Norte) (p. 111).
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Conforme o ponto de vista dos autores, no Nordeste brasileiro, os prejuízos observados em
anos de “El Niño” envolvem sectores da economia (perdas na agricultura de sequeiro, na
pecuária, etc.), oferta de energia eléctrica, bem como, comprometimento do abastecimento de
água para a sociedade e os animais.
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Fig. 4. Percentagem de precipitação observada em relação à normal durante El Niño zona
norte (JFM)
Fig. 5. Precipitação actual registada (%) com relação a precipitação normal durante os eventos
El Nino, na região sul (JFM)
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Por exemplo, em 1989/90 as estimativas de produção de produção de cereais no país foram de
691.000 toneladas, enquanto em 1991/2, como uma consequência da seca que afectou o país
naquela época da cultura, a produção de cereais atingiu apenas 227.000 toneladas,
representando menos que um terço da produção do ano anterior. Durante a época 1994/5,
também afectada pelo evento ENSO, estima-se que cerca de 200.000 toneladas foram
perdidas como consequência das temporadas de secas que afectaram as regiões sul e centro do
país (Lapissone, 2016, p. 49-50).
Um dos efeitos imediatos dos tais ciclones são as cheias, que podem também ser
causadas pela actividade da ZCIT e pela chuva intensa além das fronteiras do país
(uma vez que maior parte dos rios de Moçambique nascem em países a montante e
fluem para o oceano Indico depois de atravessar o território nacional) (p. 50).
Por exemplo, as cheias que tiveram lugar nos anos de 1965, 1971, 1974, 1984, 1989, e as mais
recentes e devastadoras de 2000 e 2001, estavam associadas com La Nina. As cheias de
Janeiro e Fevereiro de 2000 danificaram e destruíram muitos hectares de terra e culturas,
causaram mortes e danos incontáveis, principalmente nos rios Zambeze, Pungue, Buzi, Save,
Limpopo e Incomati, que inundaram vastas áreas das suas bacias e terras baixas perto da costa
(Lapissone, 2016, p. 50).
Fig.6. As dramáticas e históricas cheias do ano 2000 foram uma consequência dos eventos La
Niña
Fig. 7. Precipitação actual registada (%) com relação a precipitação normal durante os eventos
La Nina, na região norte (JFM)
Fig. 8. Precipitação actual registada (%) com relação a precipitação normal durante os eventos
La Nina, na região centro (JFM)
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A figura 8 representa a anomalias observadas na região sul do país, de Janeiro a Março, entre
1961 e 2002, em relação aos valores normais durante os episódios La Nina. Pode-se observar
que os valores registados estão largamente abaixo da média climatologica (397.2mm) nos
anos dos eventos La Nina (Lapissone, 2016, p. 51).
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4. Conclusão
Conclui-se que, o Fenómeno ENSO é o aquecimento anómalo das águas superficiais na
porção leste e central do oceano Pacífico equatorial, ou seja, desde a costa da América do Sul
até a Linha Internacional de Data (longitude de 180º). O El Niño é um fenómeno oceânico-
atmosférico que afecta o clima regional e global, mudando a circulação geral da atmosfera,
também é um dos responsáveis por anos considerados secos ou muito secos.
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5. Referências Bibliográficas
Ayoade, J. O. (2003). Introdução à climatologia para os trópicos. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil. 332p.
Oliveira, G. S. (2001). O El Niño e Você – o fenómeno climático. São José dos Campos:
Editora Transtec.
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