MALFORMAÇÕES CONGÉNITAS - Telma

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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA ALBERTO CHIPANDE

DELEGAÇÃO REGIONAL DE PEMBA


Licenciatura em Medicina Geral
IIº ano

Genética II

MALFORMAÇÕES CONGÉNITAS

Pemba, Fevereiro de 2021.


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA ALBERTO CHIPANDE
DELEGAÇÃO REGIONAL DE PEMBA
Licenciatura em Medicina Geral
IIº ano

Genética II

Tema:

MALFORMAÇÕES CONGÉNITAS

Discente: Docente:

Telma Raimundo Kunhata Dr. Armindo Mateus Chicava

Pemba, Fevereiro de 2021


ÍNDICE

Introdução........................................................................................................................................4
Malformações congénitas................................................................................................................5
Quais são as causas das malformações congénitas?........................................................................5
Os principais tipos de malformações congénitas.............................................................................5
Malformações causadas por factores genéticos...............................................................................5
Citogenética clínica: distúrbios dos autossomos e dos cromossomos sexuais................................6
Distúrbios dos autossomos..............................................................................................................6
Síndrome de down...........................................................................................................................6
Fenótipo...........................................................................................................................................6
Sobrevida pré e pós natal.................................................................................................................7
Trissomia do 18 ou síndrome edwards............................................................................................7
Trissomia do 13 ou síndrome de patau............................................................................................7
Anomalias dos cromossomos sexuais..............................................................................................8
Síndrome de klinefelter (47 xxy).....................................................................................................8
Trissomia do x (47, xxx)..................................................................................................................9
Síndrome de turner (45, x)...............................................................................................................9
Pseudo-hermafroditismo feminino..................................................................................................9
Pseudo-hermafroditismo masculino..............................................................................................10
Conclusão......................................................................................................................................11
Referências bibliográficas.............................................................................................................12

1
INTRODUÇÃO

Sabemos hoje que os distúrbios cromossômicos constituem uma categoria importante de doenças
genéticas, respondendo por uma grande proporção dos abortamentos, malformações congênitas e
retardos do desenvolvimento. A maioria dessas anomalias é baseada em mudanças do número de
genes ou da posição dos mesmos.
Essas condições clínicas, denominadas de transtornos cromossômicos, formam a principal
categoria de doenças genéticas, sendo responsáveis por grande parte de abortos, malformações
congênitas e deficiências intelectuais, além de ter um papel importante na fisiopatologia do
câncer.
Dessa forma, a citogenética clínica revela sua importância pelo fato de os transtornos
citogenéticos específicos serem responsáveis por centenas de síndromes distintas que são,
coletivamente, mais comuns do que todos os distúrbios de genes únicos juntos.
As anomalias citogenéticas estão presentes em quase 1% dos nativivos, em aproximadamente
2% das gestações em mulheres com mais de 35 anos que se submetem ao diagnóstico pré-natal, e
em metade dos abortos espontâneos do primeiro trimestre.
1. MALFORMAÇÕES CONGÉNITAS
Podem ser definidas como "todo defeito na constituição de algum órgão ou conjunto de órgãos
que determine uma anomalia morfológica estrutural presente no nascimento devido à causa
genética ambiental ou mista" (OPAS, 1984). Essa definição abrange todos os desvios em relação
à forma, tamanho, posição, número e coloração de uma ou mais partes capazes de ser
averiguadas macroscopicamente ao nascimento e/ou, segundo Freire-Maia  (Freire-Maia, 1976)  ,
decorrente de condição morfológica congênita ainda que por ser discreta não tenha sido
verificada na ocasião em que a criança nasceu.
A expressão "Defeito Congênito" onde inclui toda anomalia funcional ou estrutural do
desenvolvimento do feto devida a fatores originados antes do nascimento sejam genéticos,
ambientais ou desconhecidos mesmo quando o defeito não seja aparente no Recém-Nascido e só
se manifeste clinicamente mais tarde. (OPAS, 1984) Observe-se que nesse mesmo texto
considera "Enfermidades Genéticas" no sentido amplo de desvios do estado de saúde devido
total ou parcialmente à constituição genética do indivíduo.

3.1. Quais são as causas das malformações congénitas?


Cerca de 50% das causas das malformações congênitas permanecem desconhecidas. Das
restantes, aproximadamente 25% se devem a defeitos cromossómicos com base genética e menos
de 10% são devidas a fatores ambientais, físicos ou químicos.
Em resumo, as malformações podem ser devidas a fatores genéticos, herdados ou não, fatores
extrínsecos, drogas e outras substâncias químicas, infecções viróticas ou outros defeitos
congênitos.
Uma criança suscetível geneticamente a alguns fatores ambientais pode nascer sem problemas se
não for exposto a estes fatores.

2. OS PRINCIPAIS TIPOS DE MALFORMAÇÕES CONGÉNITAS


As malformações congénitas podem ser:
A. Estruturais, quando há alterações anatômicas;
B. Funcionais, se há alterações de funcionamento sem alterações anatômicas;
C. Metabólicas e
D. Comportamentais. Elas afetam, sobretudo, o sistema cardíaco, a medula espinhal ou
problemas relacionados com a cabeça, o sistema urinário, o sistema digestivo e as
estruturas musculoesqueléticas.

3.2. Malformações causadas por factores genéticos

Há apenas três mutações cromossômicas bem definidas compatíveis com sobrevida pós-natal nos
quais se encontra a trissomia de um autossomo inteiro:
 A síndrome de Patau (trissomia do 3);
 Síndrome de Edwards (trissomia do 18);
 Síndrome de Down (trissomia do 21).
Já as síndromes de Turner e Klinefelter são originadas por aneuploidias dos cromossomos
sexuais. Cada uma dessas síndromes está associada a múltiplas malformações congênitas e
retardos de desenvolvimento.

3. CITOGENÉTICA CLÍNICA: DISTÚRBIOS DOS AUTOSSOMOS E DOS


CROMOSSOMOS SEXUAIS

A citogenética clínica é o estudo dos cromossomos, sua estrutura e sua herança, aplicado a
prática médica. Várias condições clínicas são resultado de anomalias cromossômicas, mudanças
visíveis microscopicamente no número ou na estrutura dos cromossomos.

3.6. Distúrbios dos autossomos


Há (3) três tipos de distúrbios dos autossómicos bem relatados e compatíveis com a sobrevida
pós-natal, nos quais há uma trissomia de um autossomo inteiro:
A. 13 (síndrome de Patau);
B. 18 (síndrome Edwards);
C. 21 (síndrome de Down).

3.6. Síndrome de Down


Descrita pela primeira vez por Langdon Down em 1886. É comum em mães muito jovens entre
15-19 anos de idade (1/1.250) e em mães de idade mais avançada acima de 35 anos de idade
(1/385). Aos 44 anos, o risco é de 1/40.

3.6. Fenótipo
 Ponte nasal baixa, orelhas com
implantação baixa.
 Boca aberta.
 Manchas de Burhfield ao redor da margem
da iris.
 Retardo mental.

Fig. 1- síndrome de Down.


Há um risco aumentado de doença cardíaca, atresia duodenal (estreitamento do duodeno) e
fistula traqueoesofágica, são mais comuns na síndrome de Down do que em outro distúrbio. 95%
dos casos é devido a trissomia do 21, devido a uma não-disjunção meiótica I, nas mulheres (90%
dos casos). Mas, pode ocorrer na meiose II paterna (10% dos casos).
3. 4.Sobrevida pré e pós natal.
 Perda entre 11 – 16 semanas de gestação.
 Apenas 20 – 25% dos conceptos com trissomia do 21 sobrevivem até o nascimento.
 Os que possuem doença cardíaca tem menos chances de sobreviver.
 A senilidade prematura e doença de Alzheimer prematura, diminuem a perspectiva de
vida.

3.5. Trissomia do 18 ou Síndrome Edwards


Características
 Retardo mental, falta de desenvolvimento, malformação do coração, hipertonia,
mandibula retraída, occipúcio proeminente;
 Orelhas com implantação baixa e malformadas;
 Esterno curto;
 Pés com calcanhar proeminente.
A incidência da trissomia do 18 é de 1 em 7.500 nativitos, 95% das trissomias do 18 são
abortados espontaneamente. A sobrevida: semanas, raramente, três meses. Mulheres acima de 35
anos são mais propensas a essa síndrome.

Fig. 2 – Trissomia do 18 ou Síndrome


Edwards

3.6. Trissomia do 13 ou Síndrome de Patau


Características
 Retardo do crescimento
 Grave retardo mental
 Fenda palatina
 Calcanhar proeminente;
 As palmas das mãos frequentemente apresentam linha siamesca;
 Internamente existe: malformação cardíaca, ovário hipoplásico, criptorquidismo, rins
policísticos;
 Malformações do SNC – arrinencefalia (ausência de bulbo e trato olfativo) e
holoprosencefalia (mau desenvolvimento do prosencéfalo);
 Coloboma de iris, microftalmia e ate mesmo ausência de olhos;

Fig. 3 - Trissomia do 13
ou Síndrome de Patau

4. ANOMALIAS DOS CROMOSSOMOS SEXUAIS


A base cromossómica para a determinação do sexo
O sexo de uma pessoa sera masculino ou feminino dependendo do cromossomo sexual que ela
possui ser X ou Y.

4.1. Síndrome de Klinefelter (47 XXY)


Fenótipo (1 em 1.000)
 Homens altos e magros
 Normais ate a puberdade
 Membros superiores e inferiores longos
 Ginecomastia, em alguns.
 São inférteis e com leve retardo mental
 Apresentam um corpúsculo de Barr, no seu cariótipo.
Há mosaicismo para esta síndrome, sendo os indivíduos 47, XXY. O fenótipo é mais brando. Há
outros cariótipos associados ao Klinefelter, tais como, 48, XXYY, 48, XXXY, e 49, XXXXY.
Os fenótipos são mais severos, conforme aumenta o numero de cromossomos X (prejuízo
mental, sexual e de desenvolvimento).

4.2. Trissomia do X (47, XXX)


Fenótipo (1 em 1.000)
 São mulheres de estatura acima da média;
 Possuem dificuldade de aprendizagem.
 Ocorre devido a erros na meiose I materna, com efeito da idade.
 Possuem dois corpúsculos de Barr, na análise citogenética
 A tetrassomia do X (48, XXXX) esta associada a um retardo mais grave tanto no
desenvolvimento físico quanto mental
 A pentassomia do X (49, XXXXX) em geral envolve um grave retardo de
desenvolvimento com múltiplos defeitos físicos

4.2. Síndrome de Turner (45, X)


Fenótipo (1 em 4.000)
 Possui incidência diferente das demais
síndromes, já que muitas vezes a
gravidez resulta em aborto
 Baixa estatura, pescoço a lado, face
incomum
 Tórax em escudo com mamilos
espaçados
 A inteligência é pouco prejudicada
Fig. 4 – síndrome de turner.

4.3. Pseudo-hermafroditismo Feminino


 Possui cariotipo 46, XX, com tecido ovariano normal mas com genitália externa
ambigual ou masculino
 Isso é devido a hiperplasia adrenal congénita.
 É um distúrbio autossómico recessivo.
Devido a erros enzimáticos
(21-hidroxilase) há uma
produção excessiva de
androgénios, levando a
forma de genitália externa
masculina.
Há um aumento de clitóris e fusão labial para formar uma estrutura semelhante a bolsa escrotal.
Fig. 4 – Pseudo-hermafroditismo Feminino

4.4. Pseudo-hermafroditismo Masculino


Além dos distúrbios de formação dos testículos durante o desenvolvimento embriológico. O
pseudo-hermafroditismo pode ocorrer devido aos erros inatos da biossíntese de metabolismo de
testosterona e anomalias de células-alvo de androgénios.
Problemas com a 5 alfa – redutase: enzima responsável em converter testosterona em
didrostestosterona, que é activa para agir nas células. É uma condição autossómica recessiva que
resulta em uma genitália com vagina em fundo seco e pénis pequeno, parecendo um clítoris.
Desenvolvimento testicular é normal.
Outro distúrbio diz respeito a uma síndrome ligada ao cromossomo X (síndrome de
insensibilidade androgénica ou feminização testicular)
 As pessoas afectadas são 46, XY, mas com genitália externa feminina.
 A vagina é em fundo cego, sem útero e tubas uterinas.
 Pelos pubianos e axilares são raros
 Testículos presentes no abdómem ou no canal inguinal.
 O problema ocorre devido a falha de produção nos receptores celulares de androgénios, o
genes desse receptor esta localizado no cromossomo X.
A testosterona ou didtestosterona deve se ligar a este receptor para entrar no núcleo da célula e
activar o genes para diferenciação no sentido masculino. A origem, desse problema varia desde a
deleção completa do genes receptor de androgénio a mutação de ponto neste gene.
CONCLUSÃO
Malformações congénitas são defeitos na formação de um órgão, parte de um órgão ou de uma
região maior do corpo durante a gestação e já presentes por ocasião do nascimento. Quase
invariavelmente, toda mulher grávida durante o pré-natal preocupa-se com uma
possível malformação do feto, embora isso só ocorra em menos de 1% dos partos e, na maioria
das vezes, por alterações insignificantes, sem muita ou sem nenhuma significação clínica.
Grande parte das malformações maiores pode ser identificada (e às vezes solucionada) ainda
durante a gestação. Entre elas, as alterações no coração são as mais comuns. Uma mãe que tenha,
ela própria, uma anomalia congênita ou que já teve uma criança com algum tipo desta anomalia
tem grandes chances de ter um bebê com algum problema cardíaco.
As malformações congénitas são a segunda causa de mortalidade infantil, e esse facto enfatiza a
importância do conhecimento de algumas de suas causas, principalmente as que podem ser
evitadas. É fundamental ser mencionado o papel da prevenção, através de campanhas educativas
e da ampliação do acesso ao aconselhamento genético.
É necessário que a cada dia se invista mais em estratégias que auxiliem e acompanhem as
crianças portadoras de anomalias congénitas, e que mais estudos sejam realizados a fim de
conhecer bem suas causas e factores associados, minimizando seus riscos e diminuindo suas
incidências.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Calone A, Madi JM, Araújo BF, Zatti H, Madi SRC, Lorencetti J, Marcon NO. Malformações
congénitas: aspectos ,maternos e perinatais.
BORGES-OSORIO & ROBINSON Genética Humana. Ed. Artes Médicas, 2001.
GRIFFITHS, A.J.F., et al,. 2001 Genética Moderna. Rio de Janeiro, Ed. Guanabara Koogan
BEIGUELMAN, B. Citogenetica Human. Ed. Guanabara Koogan, 1982.
https://www.abc.med.br/p/gravidez/1273268/
malformacoes+fetais+causas+tipos+diagnostico+tratamento+e+prevencao.htm
https://www.omeubebe.com/gravidez/saude-cuidados-gravidez/malformacoes-congenitas-causas

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