Portugues 639

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Exame Final Nacional de Português

Prova 639 | 1.ª Fase | Ensino Secundário | 2021


12.º Ano de Escolaridade
Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho

Duração da Prova: 120 minutos. | Tolerância: 30 minutos. 8 Páginas

VERSÃO 1

A prova inclui 10 itens, devidamente identificados no enunciado, cujas respostas contribuem


obrigatoriamente para a classificação final. Dos restantes 5 itens da prova, apenas contribuem para a
classificação final os 3 itens cujas respostas obtenham melhor pontuação.

Indique de forma legível a versão da prova.

Para cada resposta, identifique o grupo e o item.

Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta azul ou preta.

Não é permitido o uso de corretor. Risque aquilo que pretende que não seja classificado.

Não é permitida a consulta de dicionário.

Apresente apenas uma resposta para cada item.

As cotações dos itens encontram-se no final do enunciado da prova.

Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta. Escreva, na folha de respostas, o
grupo, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

Prova 639.V1/1.ª F. • Página 1/ 8


GRUPO I

Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.

parte A

Leia o poema.

O meu olhar azul como o céu


É calmo como a água ao sol.
É assim, azul e calmo,
Porque não interroga nem se espanta...

5 Se eu interrogasse e me espantasse
Não nasciam flores novas nos prados
Nem mudaria qualquer cousa no sol de modo a ele ficar mais belo.

(Mesmo se nascessem flores novas no prado


E se o sol mudasse para mais belo,
10 Eu sentiria menos flores no prado
E achava mais feio o sol...
Porque tudo é como é e assim é que é,
E eu aceito, e nem agradeço,
Para não parecer que penso nisso...)
Alberto Caeiro, Poesia, edição de Fernando Cabral Martins e Richard Zenith, 3.ª ed.,
Lisboa, Assírio & Alvim, 2009, p. 57.

1.  Relacione as comparações presentes nos dois primeiros versos com o sentido do quarto verso.

2.  Selecione a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.

No âmbito da argumentação desenvolvida ao longo da segunda e da terceira estrofes, o recurso


à       , nos versos de 8 a 11, evidencia a ideia de que é pela visão que se pode        .

 (A) metonímia … alterar a perceção da natureza

 (B) antítese … conhecer a beleza objetiva da natureza

 (C) metonímia … conhecer a beleza objetiva da natureza

 (D) antítese … alterar a perceção da natureza

3.  Explique a aparente contradição presente nos versos de 12 a 14.

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parte B

Leia os dois textos e as notas. Na resposta aos itens de 4. a 6., tenha em consideração ambos os textos.

O oficial era moço, talvez não tinha trinta anos; posto que o trato das armas, o rigor das
estações, e o selo visível dos cuidados que trazia estampado no rosto, acentuassem já mais
fortemente, em feições de homem feito, as que ainda devia arredondar a juventude.
A sua estatura era mediana, o corpo delgado, mas o peito largo e forte como precisa
5 um coração de homem para pulsar livre; seu porte gentil e decidido de homem de guerra
desenhava-se perfeitamente sob o espesso e largo sobretudo militar – espécie de great-coat1
inglês que a imitação das modas britânicas tinha tornado familiar nos nossos bivaques2. Trazia-o
desabotoado e descaído para trás, porque a noite não era fria; e via-se por baixo elegantemente
cingida ao corpo a fardeta parda dos caçadores, realçada de seus característicos alamares3
10 pretos e avivada de encarnado...
Uniforme tão militar, tão nacional, tão caro a nossas recordações – que essas gentes,
prostituidoras de quanto havia nobre, popular e respeitado nesta terra, proscreveram4 do
exército... por muito português de mais talvez! deram-lhe baixa para os beleguins5 da alfândega,
reformaram-no em uniforme da bicha6!
15 Não pude resistir a esta reflexão: as amáveis leitoras me perdoem por interromper com ela
o meu retrato.
Mas quando pinto, quando vou riscando e colorindo as minhas figuras, sou como aqueles
pintores da Idade Média que entrelaçavam nos seus painéis dísticos de sentenças, fitas
lavradas de moralidades e conceitos... talvez porque não sabiam dar aos gestos e atitudes
20 expressão bastante para dizer por eles o que assim escreviam, e servia a pena de suplemento
e ilustração ao pincel... Talvez: e talvez pelo mesmo motivo caio eu no mesmo defeito...
Será; mas em mim é irremediável, não sei pintar de outro modo.
Voltemos ao nosso retrato.
Os olhos pardos e não muito grandes, mas de uma luz e viveza imensa, denunciavam o
25 talento, a mobilidade do espírito – talvez a irreflexão... mas também a nobre singeleza de um
carácter franco, leal e generoso, fácil na ira, fácil no perdão, incapaz de se ofender de leve,
mas impossível de esquecer uma injúria verdadeira.

Almeida Garrett, Viagens na Minha Terra, 2.ª ed., Lisboa, Portugália, 1963, pp. 148-149.

– Meu pai! Não meta este senhor em maiores trabalhos! – disse Mariana.
– Não tem dúvida, menina – atalhou Simão; – eu é que não quero meter ninguém em
30 trabalhos. Com a minha desgraça, por maior que ela seja, hei de eu lutar sozinho.
João da Cruz, assumindo uma gravidade de que a sua figura raras vezes se enobrecia,
disse:
– Senhor Simão, Vossa Senhoria não sabe nada do mundo. Não meta sozinho a cabeça
aos trabalhos, que eles, como o outro que diz, quando pegam de ensarilhar um homem, não
35 lhe deixam tomar fôlego. Eu sou um rústico; mas, a bem dizer, estou naquela daquele que dizia
que o mal dos seus burrinhos o fizera alveitar7. Paixões, que as leve o diabo, e mais quem
com elas engorda. Por causa de uma mulher, ainda que ela seja filha do rei, não se há de

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um homem botar a perder8. Mulheres há tantas como a praga, e são como as rãs do charco,
que mergulha uma, e aparecem quatro à tona d’água. Um homem rico e fidalgo como Vossa
40 Senhoria, onde quer, topa uma com um palmo de cara como se quer, e um dote de encher o
olho. Deixe-a ir com Deus ou com a breca, que ela, se tiver de ser sua, à mão lhe há de vir dar, e
tanto faz andar pra trás como pra diante, é ditado dos antigos. Olhe que isto não é medo, fidalgo;
tome sentido, que João da Cruz sabe o que é pôr dois homens duma feita a olhar o sete-estrelo9,
mas não sabe o que é medo. Se o senhor quer sair à estrada e tirar a tal pessoa ao pai, ao primo,
45 e a um regimento, se for necessário, eu vou montar na égua, e daqui a três horas estou de volta
com quatro homens, que são quatro dragões.
Simão fitara os olhos chamejantes nos do ferrador, e Mariana exclamara, ajuntando as
mãos sobre o seio:
– Meu pai! não lhe dê esses conselhos!…
50 – Cala-te aí, rapariga! – disse mestre João. – Vai tirar o albardão10 à égua, amanta-a, e
bota-lhe seco. Não és aqui chamada.
– Não vá aflita, senhora Mariana – disse Simão à moça, que se retirava amargurada. – Eu
não aproveito alguns dos conselhos de seu pai. Ouço-o com boa vontade, porque sei que quer
o meu bem; mas hei de fazer o que a honra e o coração me aconselhar.

Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição, edição de Aníbal Pinto de Castro, Porto, Caixotim, 2006, pp. 194-195.

notaS
1 great-coat – espécie de sobretudo; casaco comprido.
2 bivaques –m  odalidade de estacionamento de tropas em que estas se alojam em tendas de campanha ou abrigos
improvisados.
3 alamares – cordões metálicos que guarnecem, pela frente, uma peça de vestuário, de um lado ao outro da abotoadura.
4 proscreveram – baniram; afastaram.
5 beleguins – oficiais de justiça.
6 uniforme da bicha – uniforme de aspirante a oficial.
7 alveitar – r eferência a alguém cujo conhecimento assenta na experiência de vida; aquele que trata de doenças de animais,

sem diploma legal.


8 botar a perder – deitar a perder.
9 sete-estrelo – grupo de estrelas na constelação das Plêiades; as estrelas.
10 albardão – sela grande; assento grosseiro que se coloca no dorso da cavalgadura para a montar.

4.  O «oficial» e Simão apresentam características que permitem defini-los como heróis românticos.

Explique o modo como uma dessas características, comum a ambas as personagens, se manifesta em
cada uma delas.

Na sua resposta, comece por identificar a característica comum às personagens.

5.  O narrador, num caso, e João da Cruz, no outro, exprimem opiniões sobre o que observam no mundo em
que vivem.

Explicite uma opinião defendida por cada um deles.

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6.  Selecione a opção de resposta adequada para completar as afirmações abaixo apresentadas.

Nos excertos transcritos, é possível identificar características das narrativas do Romantismo.


Por exemplo, no excerto de Viagens na Minha Terra, o narrador interrompe o retrato da personagem
para introduzir reflexões. Terminadas essas reflexões, afirma «Voltemos ao nosso retrato.» (linha 23),
expressão através da qual se dirige       .
Por seu lado, no excerto de Amor de Perdição, é percetível a diferença de classe social das
personagens, entre outros aspetos, através       .

 (A) às leitoras … do registo de língua usado por João da Cruz

 (B) ao «oficial» … da altivez revelada por Simão

 (C) às leitoras … da altivez revelada por Simão

 (D) ao «oficial» … do registo de língua usado por João da Cruz

parte C

7.  «O que coloca Fernão Lopes fora de toda a comparação na nossa literatura e talvez em todas as
literaturas é o modo como ele dá vida às multidões alvoraçadas.»
M. Rodrigues Lapa, Lições de Literatura Portuguesa – Época Medieval,
9.ª ed., Coimbra, Coimbra Editora, 1990, p. 410.

Baseando-se na sua experiência de leitura da Crónica de D. João I, de Fernão Lopes, escreva uma breve
exposição sobre a emergência de uma consciência coletiva do povo português.

A sua exposição deve incluir:

•  uma introdução ao tema;

•  um desenvolvimento no qual refira dois momentos em que as «multidões alvoraçadas» revelem o
desabrochar de uma consciência coletiva;

•  uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

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GRUPO II
Leia o texto e a nota.

Se é verdade que os «Modernistas» portugueses são todos singulares, que não têm uma
poética comum e se movem entre uma vanguarda sem decálogo e um simbolismo requintado,
essa singularidade é sobretudo evidente em Almada Negreiros.
Se Mário de Sá-Carneiro é um autor, Fernando Pessoa, vários autores, e Santa Rita Pintor,
5 uma personagem, Almada Negreiros é um ator. Ele toma diferentes posições, corresponde a
diferentes lógicas estéticas, é cada vez mais, ao longo da sua obra, «aquele que representa»,
sem se concretizar num género ou numa arte única. Cito uma descrição de Rui Mário
Gonçalves: «Almada foi poeta, romancista, dramaturgo, cronista, pensador e polemista; foi
também desenhador, caricaturista, pintor, retratista, vitralista, muralista, azulejista, figurinista,
10 tapeceiro, gravador e geómetra.»1 E, deve acrescentar-se, bailarino e conferencista. No todo,
a arte do espetáculo, a unidade do ator.
Almada Negreiros é tão importante na história da literatura como na da pintura em Portugal,
e cada uma das artes é nele apenas um aspeto. Porque, quando diz de si que é um pintor,
a palavra quer dizer poeta, e vice-versa. Sucede isso no Orpheu 1, em que assina os seus
15 poemas em prosa como «desenhador», e depois em A Invenção do Dia Claro, que é, além de
uma conferência proferida em Lisboa em 1921, um livro de poemas e um conjunto de «ensaios
para a iniciação de portugueses na revelação da pintura». Tudo ao mesmo tempo, e sem que a
escolha seja exclusiva. Outros exemplos são a configuração da conferência como um género
teatral e do desenho como uma espécie de filosofia, como manifesta com toda a evidência
20 o painel Começar no átrio da Fundação Gulbenkian. Muda os materiais, troca de lugar as
fronteiras, redistribui os signos, deixa correr a mesma energia por entre os frescos nas Gares
Marítimas, as páginas escritas e desenhadas da Histoire du Portugal par Cœur, as ilustrações
de dezenas de livros e artigos de jornal em Portugal e em Espanha, as cenas de teatro em
espaços imaginários mas construídos com exatidão, como no caso da edição de Deseja-se
25 Mulher, as suas narrativas com uma vocação realista exemplar, e todas dedicadas ao jogo
dos efeitos de surpresa, entre as quais se conta um romance de dimensão única na ficção
portuguesa moderna: Nome de Guerra, longa viagem ao interior da cabeça de um homem que
aprende a viver. Passa ainda por tapeçarias decorativas como quem experimenta rimas, e os
seus arlequins conhecem Picasso como as próprias mãos.
30 Dizemos, com ele, que a poesia não se confunde com a história das formas poéticas: «Os
versos são um modo de perpetuação de um dos modos da criação que se chama Poesia.»
(Conferência Poesia É Criação, de 1962). Assim sendo, a ilustração de um livro, a banda
desenhada num jornal, o diálogo, o conto, o artigo, a entrevista são poesia também. Tal como é
poesia, num certo sentido almadiano da palavra, a coreografia de um espetáculo ou um painel
35 em baixo-relevo.

Fernando Cabral Martins, «Almada Negreiros», in O Cânone, edição de António M. Feijó,


João R. Figueiredo e Miguel Tamen, Lisboa, Tinta da China, 2020, pp. 67-68.

nota
1 Verbete
sobre a obra de Almada Negreiros, Dicionário de Fernando Pessoa e do Modernismo Português, coordenação
de Fernando Cabral Martins, Lisboa, Caminho, 2008, p. 515.

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1.  De acordo com o texto, a marca distintiva do modernismo português consiste no culto

 (A) da diversidade.

 (B) do simbolismo.

 (C) da vanguarda.

 (D) da perfeição.

2.  Quando o autor afirma que «Almada Negreiros é um ator» (linha 5), pretende evidenciar as ideias de

 (A) pluralidade e improvisação.
 (B) superficialidade e dispersão.
 (C) versatilidade e experimentação.
 (D) artificialidade e imitação.

3.  No terceiro parágrafo, o autor do texto pretende

 (A) comprovar a ausência de fronteiras entre as diferentes manifestações artísticas de Almada.

 (B) explicar a origem de algumas das obras artísticas de Almada.

 (C) estabelecer um confronto entre a obra poética e a obra plástica de Almada.

 (D) apresentar um comentário pessoal sobre os materiais usados nas diferentes obras de Almada.

4.  De acordo com o quarto parágrafo, a conceção de Poesia defendida por Almada Negreiros

 (A) valoriza a perpetuação de formas poéticas tradicionais.

 (B) desconstrói a definição clássica de produção poética.

 (C) perspetiva certas manifestações artísticas como superiores a outras.

 (D) preconiza uma sistemática associação entre a palavra escrita e a imagem.

5.  Todas as orações abaixo transcritas são subordinadas substantivas completivas, exceto a oração

 (A) «que os “Modernistas” portugueses são todos singulares» (linha 1).

 (B) «que é um pintor» (linha 13).

 (C) «que aprende a viver» (linhas 27-28).

 (D) «que a poesia não se confunde com a história das formas poéticas» (linha 30).

6.  As expressões «por tapeçarias decorativas» (linha 28) e «de um livro» (linha 32) desempenham as funções
sintáticas de

 (A) modificador do grupo verbal, no primeiro caso, e de modificador do nome restritivo, no segundo caso.

 (B) complemento oblíquo, no primeiro caso, e de modificador do nome restritivo, no segundo caso.

 (C) complemento oblíquo, no primeiro caso, e de complemento do nome, no segundo caso.

 (D) modificador do grupo verbal, no primeiro caso, e de complemento do nome, no segundo caso.

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7.  Tal como em «são» (linha 33), o valor aspetual genérico está presente em

 (A) «se concretizar» (linha 7).

 (B) «troca» (linha 20).

 (C) «experimenta» (linha 28).

 (D) «se confunde» (linha 30).

GRUPO III

Quando se pensa no futuro da humanidade, a primeira ideia que ocorre a muitas pessoas é a importância
do progresso científico e tecnológico.

Mas não será que o progresso implica também a valorização das artes, enquanto dimensão fundamental
de uma formação de base humanista?

Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta
palavras, defenda uma perspetiva pessoal sobre a questão apresentada.

No seu texto:
– explicite, de forma clara e pertinente, o seu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumentos, cada
um deles ilustrado com um exemplo significativo;
– utilize um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

Observações:
1. P
 ara efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco,
mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única
palavra, independentemente do número de algarismos que o constituam (ex.: /2021/).

2. R
 elativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre duzentas e trezentas e cinquenta palavras –,
há que atender ao seguinte:
−− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
−− um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.

FIM

COTAÇÕES

As pontuações obtidas nas respostas Grupo


a estes 10 itens da prova contribuem I II III Subtotal
obrigatoriamente para a classificação final. 1. 3. 4. 5. 7. 1. 3. 4. 6.
Cotação (em pontos) 13 13 13 13 13 13 13 13 13 44 161
Destes 5 itens, contribuem para a I II
classificação final da prova os 3 itens cujas Subtotal
respostas obtenham melhor pontuação. 2. 6. 2. 5. 7.

Cotação (em pontos) 3 x 13 pontos 39


TOTAL 200

Prova 639.V1/1.ª F. • Página 8/ 8


Exame Final Nacional de Português
Prova 639 | 1.ª Fase | Ensino Secundário | 2021
12.º Ano de Escolaridade
Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho

Entrelinha 1,5 sem figuras

Duração da Prova: 120 minutos. | Tolerância: 30 minutos. 11 Páginas

VERSÃO 1

A prova inclui 10 itens, devidamente identificados no enunciado, cujas respostas contribuem


obrigatoriamente para a classificação final. Dos restantes 5 itens da prova, apenas contribuem para a
classificação final os 3 itens cujas respostas obtenham melhor pontuação.

Indique de forma legível a versão da prova.

Para cada resposta, identifique o grupo e o item.

Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta azul ou preta.

Não é permitido o uso de corretor. Risque aquilo que pretende que não seja classificado.

Não é permitida a consulta de dicionário.

Apresente apenas uma resposta para cada item.

As cotações dos itens encontram-se no final do enunciado da prova.

Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta. Escreva, na folha de respostas, o
grupo, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

Prova 639.V1/1.ª F./El15-SFI • Página 1/ 11


GRUPO I

Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.

parte A

Leia o poema.

O meu olhar azul como o céu


É calmo como a água ao sol.
É assim, azul e calmo,
Porque não interroga nem se espanta...

Se eu interrogasse e me espantasse
Não nasciam flores novas nos prados
Nem mudaria qualquer cousa no sol de modo a ele ficar mais belo.

(Mesmo se nascessem flores novas no prado


E se o sol mudasse para mais belo,
Eu sentiria menos flores no prado
E achava mais feio o sol...
Porque tudo é como é e assim é que é,
E eu aceito, e nem agradeço,
Para não parecer que penso nisso...)

Alberto Caeiro, Poesia.

Item obrigatório

1.  Relacione as comparações presentes nos dois primeiros versos com o sentido do quarto verso.

2.  Selecione a alínea que corresponde à opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo
apresentada.

No âmbito da argumentação desenvolvida ao longo da segunda e da terceira estrofes, o recurso

à  .................... , nos versos de 8 a 11, evidencia a ideia de que é pela visão que se pode  .................... .

 a) metonímia … alterar a perceção da natureza

 b) antítese … conhecer a beleza objetiva da natureza

 c) metonímia … conhecer a beleza objetiva da natureza

 d) antítese … alterar a perceção da natureza

Prova 639.V1/1.ª F./El15-SFI • Página 2/ 11


Item obrigatório

3.  Explique a aparente contradição presente nos versos de 12 a 14.

parte B

Leia os dois textos e as notas apresentadas a seguir aos textos. Na resposta aos itens de 4. a 6., tenha
em consideração ambos os textos.

O oficial era moço, talvez não tinha trinta anos; posto que o trato das armas, o rigor das estações,
e o selo visível dos cuidados que trazia estampado no rosto, acentuassem já mais fortemente, em
feições de homem feito, as que ainda devia arredondar a juventude.
A sua estatura era mediana, o corpo delgado, mas o peito largo e forte como precisa um
coração de homem para pulsar livre; seu porte gentil e decidido de homem de guerra desenhava-se
perfeitamente sob o espesso e largo sobretudo militar – espécie de great-coat (1) inglês que a
imitação das modas britânicas tinha tornado familiar nos nossos bivaques (2). Trazia-o desabotoado
e descaído para trás, porque a noite não era fria; e via-se por baixo elegantemente cingida ao corpo
a fardeta parda dos caçadores, realçada de seus característicos alamares (3) pretos e avivada de
encarnado...
Uniforme tão militar, tão nacional, tão caro a nossas recordações – que essas gentes, prostituidoras
de quanto havia nobre, popular e respeitado nesta terra, proscreveram (4) do exército... por muito
português de mais talvez! deram-lhe baixa para os beleguins (5) da alfândega, reformaram-no em
uniforme da bicha (6)!
Não pude resistir a esta reflexão: as amáveis leitoras me perdoem por interromper com ela o
meu retrato.
Mas quando pinto, quando vou riscando e colorindo as minhas figuras, sou como aqueles
pintores da Idade Média que entrelaçavam nos seus painéis dísticos de sentenças, fitas lavradas de
moralidades e conceitos... talvez porque não sabiam dar aos gestos e atitudes expressão bastante
para dizer por eles o que assim escreviam, e servia a pena de suplemento e ilustração ao pincel...
Talvez: e talvez pelo mesmo motivo caio eu no mesmo defeito...
Será; mas em mim é irremediável, não sei pintar de outro modo.
Voltemos ao nosso retrato.
Os olhos pardos e não muito grandes, mas de uma luz e viveza imensa, denunciavam o talento,
a mobilidade do espírito – talvez a irreflexão... mas também a nobre singeleza de um carácter
franco, leal e generoso, fácil na ira, fácil no perdão, incapaz de se ofender de leve, mas impossível
de esquecer uma injúria verdadeira.

Almeida Garrett, Viagens na Minha Terra.

Prova 639.V1/1.ª F./El15-SFI • Página 3/ 11


– Meu pai! Não meta este senhor em maiores trabalhos! – disse Mariana.
– Não tem dúvida, menina – atalhou Simão; – eu é que não quero meter ninguém em trabalhos.
Com a minha desgraça, por maior que ela seja, hei de eu lutar sozinho.
João da Cruz, assumindo uma gravidade de que a sua figura raras vezes se enobrecia, disse:
– Senhor Simão, Vossa Senhoria não sabe nada do mundo. Não meta sozinho a cabeça aos
trabalhos, que eles, como o outro que diz, quando pegam de ensarilhar um homem, não lhe deixam
tomar fôlego. Eu sou um rústico; mas, a bem dizer, estou naquela daquele que dizia que o mal dos
seus burrinhos o fizera alveitar (7). Paixões, que as leve o diabo, e mais quem com elas engorda.
Por causa de uma mulher, ainda que ela seja filha do rei, não se há de um homem botar a perder (8).
Mulheres há tantas como a praga, e são como as rãs do charco, que mergulha uma, e aparecem
quatro à tona d’água. Um homem rico e fidalgo como Vossa Senhoria, onde quer, topa uma com um
palmo de cara como se quer, e um dote de encher o olho. Deixe-a ir com Deus ou com a breca, que
ela, se tiver de ser sua, à mão lhe há de vir dar, e tanto faz andar pra trás como pra diante, é ditado
dos antigos. Olhe que isto não é medo, fidalgo; tome sentido, que João da Cruz sabe o que é pôr dois
homens duma feita a olhar o sete-estrelo (9), mas não sabe o que é medo. Se o senhor quer sair à
estrada e tirar a tal pessoa ao pai, ao primo, e a um regimento, se for necessário, eu vou montar na
égua, e daqui a três horas estou de volta com quatro homens, que são quatro dragões.
Simão fitara os olhos chamejantes nos do ferrador, e Mariana exclamara, ajuntando as mãos
sobre o seio:
– Meu pai! não lhe dê esses conselhos!…
– Cala-te aí, rapariga! – disse mestre João. – Vai tirar o albardão (10) à égua, amanta-a, e bota-lhe
seco. Não és aqui chamada.
– Não vá aflita, senhora Mariana – disse Simão à moça, que se retirava amargurada. – Eu não
aproveito alguns dos conselhos de seu pai. Ouço-o com boa vontade, porque sei que quer o meu
bem; mas hei de fazer o que a honra e o coração me aconselhar.

Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição.

notaS

(1) great-coat – espécie de sobretudo; casaco comprido.


(2) bivaques – m
 odalidade de estacionamento de tropas em que estas se alojam em tendas de campanha ou abrigos
improvisados.
(3) alamares – cordões metálicos que guarnecem, pela frente, uma peça de vestuário, de um lado ao outro da abotoadura.
(4) proscreveram – baniram; afastaram.
(5) beleguins – oficiais de justiça.
(6) uniforme da bicha – uniforme de aspirante a oficial.
(7) alveitar – r eferência a alguém cujo conhecimento assenta na experiência de vida; aquele que trata de doenças de
animais, sem diploma legal.

Prova 639.V1/1.ª F./El15-SFI • Página 4/ 11


(8) botar a perder – deitar a perder.
(9) sete-estrelo – grupo de estrelas na constelação das Plêiades; as estrelas.
(10) albardão – sela grande; assento grosseiro que se coloca no dorso da cavalgadura para a montar.

Item obrigatório

4.  O «oficial» e Simão apresentam características que permitem defini-los como heróis românticos.

Explique o modo como uma dessas características, comum a ambas as personagens, se manifesta em
cada uma delas.

Na sua resposta, comece por identificar a característica comum às personagens.

Item obrigatório

5.  O narrador, num caso, e João da Cruz, no outro, exprimem opiniões sobre o que observam no mundo em
que vivem.

Explicite uma opinião defendida por cada um deles.

6.  Selecione a alínea que corresponde à opção de resposta adequada para completar as afirmações abaixo
apresentadas.

Nos excertos transcritos, é possível identificar características das narrativas do Romantismo.

Por exemplo, no excerto de Viagens na Minha Terra, o narrador interrompe o retrato da personagem

para introduzir reflexões. Terminadas essas reflexões, afirma «Voltemos ao nosso retrato.», expressão

através da qual se dirige  .................... .

Por seu lado, no excerto de Amor de Perdição, é percetível a diferença de classe social das

personagens, entre outros aspetos, através  .................... .

 a) às leitoras … do registo de língua usado por João da Cruz

 b) ao «oficial» … da altivez revelada por Simão

 c) às leitoras … da altivez revelada por Simão

 d) ao «oficial» … do registo de língua usado por João da Cruz

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parte C

Item obrigatório

7.  «O que coloca Fernão Lopes fora de toda a comparação na nossa literatura e talvez em todas as

literaturas é o modo como ele dá vida às multidões alvoraçadas.»

M. Rodrigues Lapa, Lições de Literatura Portuguesa – Época Medieval.

Baseando-se na sua experiência de leitura da Crónica de D. João I, de Fernão Lopes, escreva uma breve
exposição sobre a emergência de uma consciência coletiva do povo português.

A sua exposição deve incluir:

•  uma introdução ao tema;

•  um desenvolvimento no qual refira dois momentos em que as «multidões alvoraçadas» revelem o
desabrochar de uma consciência coletiva;

•  uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

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GRUPO II
Leia o texto e a nota apresentada a seguir ao texto.

Se é verdade que os «Modernistas» portugueses são todos singulares, que não têm uma
poética comum e se movem entre uma vanguarda sem decálogo e um simbolismo requintado,
essa singularidade é sobretudo evidente em Almada Negreiros.
Se Mário de Sá-Carneiro é um autor, Fernando Pessoa, vários autores, e Santa Rita Pintor,
5 uma personagem, Almada Negreiros é um ator. Ele toma diferentes posições, corresponde a
diferentes lógicas estéticas, é cada vez mais, ao longo da sua obra, «aquele que representa»,
sem se concretizar num género ou numa arte única. Cito uma descrição de Rui Mário
Gonçalves: «Almada foi poeta, romancista, dramaturgo, cronista, pensador e polemista; foi
também desenhador, caricaturista, pintor, retratista, vitralista, muralista, azulejista, figurinista,
10 tapeceiro, gravador e geómetra.» (1) E, deve acrescentar-se, bailarino e conferencista. No
todo, a arte do espetáculo, a unidade do ator.
Almada Negreiros é tão importante na história da literatura como na da pintura em Portugal,
e cada uma das artes é nele apenas um aspeto. Porque, quando diz de si que é um pintor,
a palavra quer dizer poeta, e vice-versa. Sucede isso no Orpheu 1, em que assina os seus
15 poemas em prosa como «desenhador», e depois em A Invenção do Dia Claro, que é, além de
uma conferência proferida em Lisboa em 1921, um livro de poemas e um conjunto de «ensaios
para a iniciação de portugueses na revelação da pintura». Tudo ao mesmo tempo, e sem que a
escolha seja exclusiva. Outros exemplos são a configuração da conferência como um género
teatral e do desenho como uma espécie de filosofia, como manifesta com toda a evidência
20 o painel Começar no átrio da Fundação Gulbenkian. Muda os materiais, troca de lugar as
fronteiras, redistribui os signos, deixa correr a mesma energia por entre os frescos nas Gares
Marítimas, as páginas escritas e desenhadas da Histoire du Portugal par Cœur, as ilustrações
de dezenas de livros e artigos de jornal em Portugal e em Espanha, as cenas de teatro em
espaços imaginários mas construídos com exatidão, como no caso da edição de Deseja-se
25 Mulher, as suas narrativas com uma vocação realista exemplar, e todas dedicadas ao jogo
dos efeitos de surpresa, entre as quais se conta um romance de dimensão única na ficção
portuguesa moderna: Nome de Guerra, longa viagem ao interior da cabeça de um homem que
aprende a viver. Passa ainda por tapeçarias decorativas como quem experimenta rimas, e os
seus arlequins conhecem Picasso como as próprias mãos.

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30 Dizemos, com ele, que a poesia não se confunde com a história das formas poéticas: «Os
versos são um modo de perpetuação de um dos modos da criação que se chama Poesia.»
(Conferência Poesia É Criação, de 1962). Assim sendo, a ilustração de um livro, a banda
desenhada num jornal, o diálogo, o conto, o artigo, a entrevista são poesia também. Tal como é
poesia, num certo sentido almadiano da palavra, a coreografia de um espetáculo ou um painel
35 em baixo-relevo.

Fernando Cabral Martins, «Almada Negreiros»,


in O Cânone, edição de António M. Feijó, João R. Figueiredo e Miguel Tamen.

nota

(1) Verbete sobre a obra de Almada Negreiros, Dicionário de Fernando Pessoa e do Modernismo Português, coordenação
de Fernando Cabral Martins, Lisboa, Caminho, 2008, p. 515.

Item obrigatório

1.  De acordo com o texto, a marca distintiva do modernismo português consiste no culto

 a) da diversidade.

 b) do simbolismo.

 c) da vanguarda.

 d) da perfeição.

2.  Quando o autor afirma que «Almada Negreiros é um ator» (linha 5), pretende evidenciar as ideias de

 a) pluralidade e improvisação.
 b) superficialidade e dispersão.
 c) versatilidade e experimentação.
 d) artificialidade e imitação.

Item obrigatório

3.  No terceiro parágrafo, o autor do texto pretende

 a) comprovar a ausência de fronteiras entre as diferentes manifestações artísticas de Almada.

 b) explicar a origem de algumas das obras artísticas de Almada.

 c) estabelecer um confronto entre a obra poética e a obra plástica de Almada.

 d) apresentar um comentário pessoal sobre os materiais usados nas diferentes obras de Almada.

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Item obrigatório

4.  De acordo com o quarto parágrafo, a conceção de Poesia defendida por Almada Negreiros

 a) valoriza a perpetuação de formas poéticas tradicionais.

 b) desconstrói a definição clássica de produção poética.

 c) perspetiva certas manifestações artísticas como superiores a outras.

 d) preconiza uma sistemática associação entre a palavra escrita e a imagem.

5.  Todas as orações abaixo transcritas são subordinadas substantivas completivas, exceto a oração

 a) «que os “Modernistas” portugueses são todos singulares» (linha 1).

 b) «que é um pintor» (linha 13).

 c) «que aprende a viver» (linhas 27-28).

 d) «que a poesia não se confunde com a história das formas poéticas» (linha 30).

Item obrigatório

6.  As expressões «por tapeçarias decorativas» (linha 28) e «de um livro» (linha 32) desempenham as funções
sintáticas de

 a) modificador do grupo verbal, no primeiro caso, e de modificador do nome restritivo, no segundo caso.

 b) complemento oblíquo, no primeiro caso, e de modificador do nome restritivo, no segundo caso.

 c) complemento oblíquo, no primeiro caso, e de complemento do nome, no segundo caso.

 d) modificador do grupo verbal, no primeiro caso, e de complemento do nome, no segundo caso.

7.  Tal como em «são» (linha 33), o valor aspetual genérico está presente em

 a) «se concretizar» (linha 7).

 b) «troca» (linha 20).

 c) «experimenta» (linha 28).

 d) «se confunde» (linha 30).

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Item obrigatório

GRUPO III

Quando se pensa no futuro da humanidade, a primeira ideia que ocorre a muitas pessoas é a importância
do progresso científico e tecnológico.

Mas não será que o progresso implica também a valorização das artes, enquanto dimensão fundamental
de uma formação de base humanista?

Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta
palavras, defenda uma perspetiva pessoal sobre a questão apresentada.

No seu texto:
– explicite, de forma clara e pertinente, o seu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumentos, cada
um deles ilustrado com um exemplo significativo;
– utilize um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

Observações:

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco,
mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única
palavra, independentemente do número de algarismos que o constituam (ex.: /2021/).

2. R
 elativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre duzentas e trezentas e cinquenta palavras –,
há que atender ao seguinte:
−− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
−− um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.

FIM

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COTAÇÕES

As pontuações obtidas nas respostas aos 10 itens seguintes contribuem obrigatoriamente para a classificação final da
prova.

Grupo I
Item 1.................................................................................................................... 13 pontos

Item 3.................................................................................................................... 13 pontos

Item 4.................................................................................................................... 13 pontos

Item 5.................................................................................................................... 13 pontos

Item 7.................................................................................................................... 13 pontos

Grupo II
Item 1.................................................................................................................... 13 pontos

Item 3.................................................................................................................... 13 pontos

Item 4.................................................................................................................... 13 pontos

Item 6.................................................................................................................... 13 pontos

Grupo III
Item único ............................................................................................................ 44 pontos

SUBTOTAL ......................................................   161 pontos

Dos restantes 5 itens, contribuem para a classificação final da prova os 3 itens cujas respostas obtenham melhor
pontuação (3 x 13 pontos).

Grupo I
Itens 2. e 6.

Grupo II
Itens 2., 5. e 7.

SUBTOTAL ........................................................   39 pontos

TOTAL..............................................................   200 pontos

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