Minhas Anotações Sobre Direito Penal
Minhas Anotações Sobre Direito Penal
Minhas Anotações Sobre Direito Penal
Crime Comum: É aquele que não exige uma qualidade especial do agente. Qualquer pessoa pode
praticar.
EX: Homicídio, Estupro, Estelionato, Furto etc.
OBS: Excepcionalmente, podem se tornar próprios quando tiverem a figura do agente garantidor.
EX: Policial que se omite diante de um furto; Mãe/Pai que deixa de alimentar o filho e ele vem a morrer;
Crime Próprio: Exige uma condição ou qualidade especial do sujeito ativo. (Cabe Coautoria e
participação)
EX: ART 123 CP – Infanticídio (Mãe sob influência do estado puerperal que mata o filho durante o parto)
ART 312 CP – Peculato (Agente Público que se apropria ou desvia o bem da administração para si ou
para outrem)
Crime de Mão Própria: Exige condição ou qualidade especial do sujeito ativo e só pode ser realizada
pelo sujeito ativo. (Não cabe coautoria, mas cabe participação)
EX: ART 124 CP - Autoaborto / Consentimento para o aborto
ART 342 CP - Falso Testemunho
OBS: Excepcionalmente, pode ter coautoria nos casos de Falsa Perícia
Crimes Complexos: Crime PLURIOFENSIVO: Seria a fusão de dois ou mais crimes para formar um. É a
proteção de dois ou mais bens jurídicos.
EX: ART 157 CP – ROUBO (ART 155 FURTO + ART 129 LESÃO CORPORAL LEVE OU ART 147
GRAVE AMEAÇA) -> Bem Jurídico (patrimônio e Integridade Física);
ART 213 CP - ESTUPRO (ART 146 CP CONSTRANGIMENTO ILEGAL + ATO DE CONJUÇÃO CARNAL
/ ATO LIBIDINOSO) -> Bem Jurídico (Integridade física e Dignidade Sexual)
Crime Material: Depende de um resultado naturalístico para se consumar. Se não ocorrer o tipo legal, o
agente respondera pela tentativa.
EX: ART 121 CP – HOMICIDIO – Se consuma com a morte / ART 157 CP – ROUBO – Subtração da
coisa alheia móvel;
Crime Formal: Consumação antecipada. O resultado tem que ter a previsão no tipo legal, mas para se
consumar, não precisa chegar no resultado.
EX: ART 158 CP – EXTORSÃO - Constranger a fazer, tolerar ou deixar de fazer algo, sob violência ou
grave ameaça para obter vantagem indevida (Não precisa obter a vantagem econômica para se
consumar)
Crime de Mera Conduta:
EX: ART 33 CP – TRÁFICO DE DROGAS (Importar, Exportar, Remeter, Portar etc.) Basta realizar
qualquer conduta / ART 14 e 16 Lei 10.826 - ESTATUTO DESARMAMENTO (Portar, Trazer Consigo,
Guardar Arma Etc.)
Crime de Dano: Aquele que não se consuma apenas com o perigo, é necessário que ocorra uma efetiva
destruição a um bem jurídico penalmente protegido
ART 121 CP – HOMICIDIO / ART 163 CP - CRIME DE DANO
Quase Crime ou Crime Impossível: Quando o objeto material do crime está improprio ou Ineficácia
absoluta do meio de execução.
Previsto no ART 17 CP
Crime de Perigo: É aquela espécie de injusto penal que se satisfaz/se consuma com a mera ameaça de
lesão (ou perigo de lesão) ao bem jurídico tutelado.
ART 33 - Lei 11.343 - TRÁFICO DE DROGAS
-De perigo concreto: é o crime de perigo cuja configuração requer a demonstração de que o bem jurídico
efetivamente foi posto em perigo. É exemplo o crime de incêndio, em que o perigo deve ser demonstrado.
-De perigo abstrato (ou puro): é o crime de perigo em que a sua consumação não depende da
demonstração de que tenha colocado o bem jurídico em risco. O risco é presumido, de forma absoluta,
pela lei. É o caso do crime de associação criminosa e crime de posse irregular de munição de uso
permitido ou restrito, dos artigos 12 e 14 da Lei 10.826/2003
Crime unissubsistente: é aquele que se realiza com um único ato, como o desacato ou a injúria, ambos
praticados verbalmente. A conduta não pode ser fracionada. Não admite tentativa deste tipo de crime
EX: ART 178 CP - INJURIA (NA FORMA VERBAL) / ART 316 CP - CONCUSSÃO (EXIGIR
VERBALMENTE VANTAGEM INDEVIDA)
Crimes Comissivos: Demanda uma ação – Crimes que advém de uma norma proibitiva
EX: ART 121 CP HOMICIDIO (MATAR ALGUEM – APENAS UMA AÇÃO)
ART 155 CP FURTO (SUBTRAIR COISA ALHEIA MÓVEL – APENAS UMA AÇÃO)
Crimes Omissivos: é aquele que é praticado por meio de um comportamento negativo, uma abstenção,
um não fazer – Crimes que advém de uma norma mandamental.
EX: ART 135 CP – OMISSÃO DE SOCORRO (Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem
risco pessoal)
ART 13 Lei 10.826 – OMISSÃO DE CAUTELA (Deixar o proprietário possuidor de arma de fogo, criança,
adolescente ou deficiente mental se apropriar da arma de fogo)
Observações:
Omissivo Próprio: Praticado por qualquer pessoa através de uma omissão (Conduta DEIXAR)
Omissivo Improprio: Praticado pelo agente garantidor através de uma conduta omissiva
Crime de conduta mista: é aquele cujo tipo prevê uma ação, seguida de uma omissão, sendo que
ambos os comportamentos são necessários para a sua configuração. Haveria, portanto, uma mistura
entre o crime comissivo e o omissivo.
EX: ART 169, II CP - CRIME DE APROPRIAÇÃO DE COISA ACHADA – CRIME A PRAZO (SE
CONSUMA DEPOIS DE 15 DIAS)
Crimes Incondicionados: é aquele que não possui condições objetiva de punibilidade para sua
configuração e consumação
EX: ART 121 CP – HOMICIDIO / ART 155 CP – FURTO
Crime Hediondo: São todos os crimes com previsão no ART 1º da Lei 8.072/1990
EX: HOMICIDIO (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que
cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII)
ROUBO (art. 157), quando circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V),
circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de
fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte
(art. 157, § 3º);
Crime de opinião (ou de palavra): é o crime que se configura com o abuso da liberdade de expressão
ou de pensamento, como o caso da difamação. É diferente do crime de expressão, analisado acima, que
a conduta delitiva deriva da expressão pelo autor, mas após o uso de sua atividade intelectual. O exemplo
é o falso testemunho.
ANOTAÇÃO 2 – CODIGO PENAL
CONFLITO APARENTE DE NORMAS
Noções:
Para que exista o conflito aparente de normas é necessário que ocorra, nas palavras de Fernando
Capez:
a) unidade do fato (há somente uma infração penal);
b) pluralidade de normas (duas ou mais normas pretendendo regulá-lo);
c) aparente aplicação de todas as normas à espécie (a incidência de todas é apenas aparente);
d) efetiva aplicação de apenas uma delas (somente uma é aplicável, razão pela qual o conflito é
aparente).
Para sintetizar: ocorre um só fato, com a aplicação aparente de duas ou mais normas vigentes. De
acordo com Rogério Greco: “Fala-se em concurso aparente de normas quando, para determinado
fato, aparentemente, existem duas ou mais normas que poderão sobre ele incidir”.
Justificativa:
Ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato (princípio do non bis in idem).
OBS: o conflito aparente de normas (duas leis vigentes e um só fato), não se confunde com o
concurso de crimes (vários crimes ajustando-se a várias normas).
Princípios Orientadores.
1) Princípio da especialidade:
2) Princípio da subsidiariedade.
Tem doutrina que diz que esse princípio não precisaria existir, poderia estar encaixado no princípio da
especialidade ou no princípio da consunção, chamado de soldado de reserva pelo doutrinador Nelson
Hungria.
Uma lei tem caráter subsidiário relativamente à outra (dita principal) quando o fato por ela
incriminado é também incriminado pela outra (mais grave), tendo âmbito de aplicação comum.
A relação entre as normas subsidiária e principal é de maior e menor gravidade (e não de espécie e
gênero como na especialidade).
A subsidiariedade pode ser expressa ou implícita (tácita).
a) Crime progressivo: se dá quando o agente para alcançar um resultado/ou crime + grave passa,
necessariamente, por um crime menos grave.
Ex.: Para matar (art. 121 do CP) é necessário ferir (art. 129 do CP) ou ofender a sua integridade
física. Passa-se pelo crime de lesão corporal para atingir o homicídio.
Esse crime é imprescindível / necessário para se alcançar o resultado pretendido: crime de ação de
passagem.
c) Fato anterior impunível (ante factum impunível): são fatos anteriores que estão na linha de
desdobramento da ofensa mais grave (relação crime-meio para crime-fim).
É diferença é que no crime progressivo o crime anterior era necessário; aqui, o crime anterior foi o
meio que foi o escolhido dentre os possíveis.
Podemos citar como exemplo a Súmula 17 do STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, sem
mais potencialidade lesiva, e por este absorvido. Exemplo apresentado por Rogério Greco: “Para se
praticar um estelionato com cheque que o agente encontrou na rua, é preciso que ele cometa um
delito de falso, ou seja, é preciso que o agente o preencha e o assine. Aqui se absorve o crime meio”.
Para maioria (doutrina moderna), o princípio da alternatividade resolve o conflito aparente interno de
uma norma, e não conflito aparente de normas. Aqui não há pluralidade de normas; há uma norma
só. Tem aplicação nos crimes plurinucleares de ação múltipla ou conteúdo variado, que são
crimes compostos de pluralidade de verbos nucleares (ações típicas).
Ex.: art. 33 da Lei de Drogas.
Nesses casos, a prática de pluralidade de núcleos dentro do mesmo contexto fático, o crime
permanece único, não desnaturando a unidade do crime.
Ex.: importa, guarda, depois transporta e vende a drogas ilícitas.
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das
obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o).(Redação dada pela Lei
nº 13.964, de 2019)
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de
perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da
medida adotada.(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
CPP - Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão
preventiva: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4
(quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado,
ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei n o 2.848, de 7 de dezembro de
1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente,
idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de
urgência;(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da
pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser
colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a
manutenção da medida.(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Sujeito ativo do crime é a pessoa que pratica a infração penal. Qualquer pessoa física capaz e com
18 (dezoito) anos completos pode ser sujeito ativo de crime.
O Pessoa jurídica pode figurar como sujeito ativo de crime?
O sujeito passivo é a pessoa ou ente que sofre as consequências da infração penal.
Pode figurar como sujeito passivo qualquer pessoa física ou jurídica, ou mesmo ente indeterminado,
destituído de personalidade jurídica (coletividade, família etc.), caso em que o crime é chamado pela
doutrina de vago.
4.2-Objeto jurídico do delito ou bem jurídico tutelado ou, também, objetividade jurídica - revela
o interesse tutelado pela norma, o bem jurídico protegido pelo tipo penal
CONCEITO FORMAL: Crime é toda conduta proibida pena lei penal (Diferente de Crime Formal)
CONCEITO MATERIAL: Crime é toda conduta lesiva aos bens jurídicos mais relevantes. (Diferente de
Crime Material)
CONCEITO ANALITICO: Vai dividir o crime em elementos: Crime é o Fato TIPICO, ILICITO E
CULPAVEL
De acordo com o modelo finalista de delito, CRIME é = Fato típico + Ilicitude + Culpabilidade
FATO TIPICO: Conduta, Resultado, Nexo Causal e Tipicidade (Dolo como elemento
subjetivo e Culpa como elemento normativo)
Fato típico
Conceito: É a conduta (positiva ou negativa) que provoca um resultado (regra) que se amolda
perfeitamente aos elementos constantes do modelo previsto na lei penal
a) Ação ou Comissivo: Todo crime que depende de uma ação. Advém de uma norma
proibitiva.
EX: Art. 121 cp, Homicídio – Matar Alguém / Art. 155 cp, Furto – Subtrair para si ou para outrem
coisa alheia móvel;
b) Omissão ou Omissivo: Todo crime praticado através de uma omissão. Advém de uma
norma mandamental.
b2) Improprio: Praticado pelo agente garantidor. É aquele em que uma omissão inicial do agente dá
causa a um resultado posterior, o qual o agente tinha o dever jurídico de evitá-lo.
Ex: Art. 155 cp, Furto (Quando o policial deixa de impedir um furto acontecendo na sua frente, quando
poderia evitar o resultado)
Art. 121 cp, Homicídio (Quando a mãe de uma criança deixa de alimentá-la, provocando a sua morte)
Resultado é uma modificação no mundo exterior que se segue, como consequência, à primeira
modificação, que é a conduta.
O resultado é, dentre os efeitos da prática da conduta, o que a lei penal entende como suficiente à
configuração do crime. Há, no entanto, delitos sem resultado, nos quais o legislador procurou antecipar a
punição, recaindo esta, unicamente, sobre a prática da conduta.
A) Crime material: também chamados “crimes de ação e resultado”, pois o tipo penal descreve tanto a
conduta quanto seu efeito. Se este não ocorrer, por circunstâncias alheias à vontade do agente, haverá
tentativa.
Ex.: homicídio (o resultado é a morte); furto (subtração); peculato (apropriação); estupro (conjunção
carnal).
B) Crime Formal: existe um resultado possível e desejado pelo agente, mas o tipo penal não exige sua
ocorrência, punindo a simples prática da conduta.
Ex.: corrupção ativa (basta prometer a vantagem, ainda que esta não seja aceita); extorsão (consuma-se
somente com a prática da violência ou grave ameaça); calúnia (não é necessário comprovar que a honra
foi lesionada, bastando o ato de ofender).
C) Crime de mera conduta: o tipo descreve apenas a conduta, sem se referir a qualquer resultado.
Ex.: violação de domicílio, desobediência, porte de arma etc.
Nexo de Causalidade: É a ligação entre a conduta e o resultado (somente em crimes materiais), salvo
nos crimes de mera conduta e formais)
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu
causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
3.2- Teoria da equivalência dos antecedentes causais: É a adotado pelo art.13 do Código Penal o
procedimento hipotético de eliminação de Thyrén. Se não houvesse o fato, o resultado teria ocorrido? Se
concluir que não, é porque o fato foi causador do resultado.
EX: O Sujeito ativo quer matar seu desafeto usando uma faca. Sua ação se divide em atos.
1º Ato: Compra da faca / 2º Ato: Amolou a faca / 3º Envio de carta marcando encontro / 4º Fuma um
cigarro / 5º Esfaqueia o desafeto
3.3- Limites ao regresso ad infinitum ou complemento à teoria conditio sine qua non
Análise de dolo ou culpa - Depois de se estabelecer o nexo de causalidade, atenta-se para a culpa (lato
sensu) do agente. Assim, a responsabilidade penal só se dará com a presença do aspecto objetivo
(nexo causal) e do aspecto subjetivo (culpa).
Não há lugar, no Direito Penal, para a responsabilidade objetiva.
Tipicidade: É a conformidade do fato praticado pelo agente com a descrição de cada espécie de
infração contida na lei penal incriminadora. Assim, para um fato ser considerado típico precisa adequar-
se (subsumir-se) a conduta abstratamente descrita na lei penal. Modelo de conduta proibida pela lei. É o
enquadramento da conduta do agente no tipo penal.
Tipicidade Material: O objeto tem valor inferior a 1 salário-mínimo? Sim, uma Caneta Bic. Aplica-se o
princípio da Insignificância pois o furto da caneta muito provavelmente não ofende o patrimônio da
vítima, não podendo tal conduta, portanto, ser denominada de furto para fins penais. Sendo assim, exclui
a tipicidade do agente.
4.1- Tipo Penal Objetivo: São os elementos que existem concretamente no mundo, não é necessário
realizar nenhum juízo de valor. É a ação indicada pelo núcleo do tipo penal.
É o que se localiza no caput de um artigo e contêm os componentes essenciais do crime.
4.2- Tipo Penal Subjetivo: Quando o legislador inclui no tipo elementos que se referem ao estado
anímico do sujeito, que o encoraja a execução do fato temos os elementos subjetivos do tipo ou do
injusto.
Dolo, Culpa e Elemento subjetivo especial
4.3- Elementos normativos do tipo: São componentes que dependem de interpretação, é necessário
avaliar o seu significado jurídico ou social.
4.4- Adequação típica Imediata: Enquadra a conduta do agente direto no código penal
Ex: Art. 121 cp, Homicídio
4.5- Adequação típica Mediata: Combina a conduta do agente com outra norma de extensão
Ex: Art. 121 cp c/c Art. 14, II cp – Homicídio na forma tentada
OBS: Estrito Cumprimento do dever legal e o exercício regular de direito são excludentes de ilicitude!
Tipo Doloso
1. Teorias
Teoria do Assentimento (Consentimento): Para essa teoria existe dolo simplesmente quando o
agente consente em causar o resultado ao praticar a conduta. Assim, há dolo mesmo que o agente
não queira o resultado, desde que assume o risco (não se importe) desta acontecer.
2. Elementos
Elemento Cognitivo (Intenção): Refere-se à consciência do executor do evento e aduz que este
conhecimento da prática da conduta típica deve ser atual, ou seja, no instante do cometimento do delito
faz-se necessário o perfeito entendimento por parte do agente da conduta criminosa executada.
3- Espécies de Dolo
Dolo Direto: Quer o resultado. Ocorre quando o agente prevê o resultado e, por isso, pratica todos os
atos necessários para alcançar tal conduta. O agente realiza a conduta objetivando alcançar o
resultado que ele previu. O dolo direto é subdividido entre dolo direto de 1º grau e dolo direto de 2º
grau.
Dolo Eventual: O agente prevê mais de um possível resultado típico que pode ocorrer da conduta e
escolhe um resultado que pretende atingir. Então dirige sua conduta na busca apenas o resultado
pretendido, porém assume o risco de produzir os demais. A intenção do agente se dirige a um
resultado, aceitando, porém, outro também previsto.
Ex: Ticio quer lesionar Nevio, mas não se importa se matar. (STF: Cabe tentativa no Dolo Eventual)
Tipo Culposo
Obs: Não cabe tentativa em crimes culposos
a) Conduta Voluntaria
e) Previsibilidade Objetiva
2- Modalidades de Culpa
b) Culpa Consciente: Prevê o resultado, mas acha que pode resultar; Previsão de resultado -
absolutamente não quer o resultado, pensa poder evitar;
c) Culpa Própria: é aquela que, conforme estudado, é causada por imprudência, negligência
ou imperícia;
d) Culpa Impropria: é a culpa que ocorre nos casos de erro de tipo vencível ou inescusável e
no excesso culposo das excludentes de ilicitude.
DO CRIME
TENTATIVA
II - Tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do
agente. (Incluído pela Lei no 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao
crime consumado, diminuída de um a dois terços. (Incluído pela Lei no 7.209, de 11.7.1984)
INFRAÇÕES PENAIS QUE Ñ CABEM TENTATIVA: Contravenção Penal, Crimes Culposos, Crimes de
Atentado ou Empreendimento, Crimes Preterdolosos*, Unissubsistentes e Crimes Omissivos Próprios
TEORIA ADOTADA: OBJETIVA, REALÍSTICA ou DUALISTA - Dita teoria diz que a tentativa é punida
em face do perigo proporcionado ao bem jurídico protegido.
“ITER CRIMINIS” – CAMINHO DO CRIME
Fase Interna –
1ª Cogitação
OBS: Ninguém será punido nessa fase. Jamais ocorrera a punição
Fase Externa
2º Atos Preparatórios (Regra: Ninguém é punido no ato preparatório, salvo em alguns crimes: EX: ART
291 Crime de Moeda Falsa, ART 35 Associação para o Tráfico de Drogas)
3º Atos Executórios (Ao ingressar no ato executório, o agente será no mínimo responsável pelo crime
na forma culposa)
4ª Consumação (Ao alcançar o resultado: EX: Art 121 – Homicídio – Matar Alguém, Morte do sujeito
passivo)
(A) Teoria objetivo-formal: Atos executórios são aqueles que iniciam a realização do núcleo do
tipo.
(B) Teoria objetivo-material: São atos executórios aqueles em que se inicia a prática do núcleo do
tipo, bem como os atos imediatamente anteriores, com base na visão de terceira pessoa alheia à
conduta criminosa.
(C) Teoria objetivo-individual: Atos executórios são aqueles que, de acordo com o plano do agente,
realizam-se no período imediatamente anterior ao começo da execução típica.
EX: Sujeito ativo ingressou nos atos executórios para cometer um homicídio contra seu desafeto e
durante os atos, desiste de matar o sujeito passivo, caso a vítima não morra, ele responde apenas pelo
crime cometido antes, que no caso seria de lesão corporal grave.
a) voluntariedade e;
Desistência Voluntaria -> Tentativa Imperfeita (Inacabada) – Não esgotou todos os meios de execução –
Pode prosseguir, mas não quer!
Arrependimento Eficaz -> Tentativa perfeita (Acabado) – Esgotou todos os meios de execução
disponíveis e no final ajudou a vítima.
ARREPENDIMENTO POSTERIOR
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa (STJ diz que são os Crimes
Contra o Patrimônio), reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da
queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei
no 7.209, de 11.7.1984)
CRIME IMPOSSÍVEL
Crime Oco, Tentativa Inidônea ou Tentativa Ineficaz
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade
do objeto, é impossível consumar-se o crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
É a impossibilidade de conclusão do ato ilícito, ou seja, a pessoa utiliza meio ineficaz ou volta-se
contra objetos impróprios, o que torna impossível a consumação do crime.
A ineficácia do meio diz respeito a arma ou instrumento utilizado para cometer o crime, que não tem
eficácia.
Ex: Roubo com uso de faca de papel, envenenar com substância que não seja venenosa, atirar sem
balas.
Por sua vez, a impropriedade do objeto refere-se à pessoa ou coisa contra a qual o crime é cometido,
cujas condições torna impossível a consumação do ato ilícito.
Ex: Atirar em um morto, provocar aborto em quem não está grávida.
CRIME PUTATIVO
No delito putativo, o agente pratica a conduta pensando estar violando a lei penal, imaginando estar
cometendo um delito, quando, na verdade, o fato não é formalmente típico (crime putativo por erro de
proibição). Ou, imagina estar cometendo um delito, quando, na verdade, incorrem os elementos da
figura típica (crime putativo por erro de fato). Segundo Greco, “o agente almeja praticar uma infração que
não encontra moldura em nossa legislação. O fato por ele praticado é atípico. É considerado, portanto,
um indiferente penal”6.
A) Crime putativo por erro de tipo: o equívoco recai sobre os elementos constitutivos do tipo
penal, tornando o crime atípico.
EX: o agente ofereceu vantagem para que policiais militares não o prendessem em flagrante delito,
sendo que ele não estava em situação flagrancial
B) Crime putativo por erro de proibição: o equívoco recai sobre a ilicitude do fato, ou seja, o
agente imagina estar praticando um delito quando, na verdade, o fato é atípico.
EX: O Agente acredita estar vendendo cocaína quando na verdade está vendendo pó Royal;
C) Crime putativo por obra do agente provocador (Flagrante Provocado, crime de ensaio ou
de experiência: acima explanado, ao se comentar sobre a Súmula nº 145, do STF)
EX: Policial disfarçado insiste com um individuo na compra de drogas e mesmo o indivíduo afirmando
não vender drogas, ele não desiste, até que o indivíduo busque drogas para ele
SUJEITO ATIVO
O sujeito ativo, em regra, é o nome dado a pessoa que cometeu um crime ou uma contravenção penal.
Ele é, normalmente, o autor do crime que é analisado. Como exemplo, podemos citar o crime de
homicídio. O sujeito ativo é aquele que comete o crime (que mata outra pessoa), ou seja, ele é o autor
desse crime.
Essa definição não é absoluta, já que o sujeito ativo não precisa ser, necessariamente, quem realizou o
ato de matar alguém, ele pode ter coautor ou partícipe do crime em questão. Enquanto o coautor
participa como mandante do crime, o partícipe age como um auxiliar ou influenciador do crime. De todo
modo, todos eles figuram como sujeitos ativos do crime.
Já o sujeito passivo é o tutelar do bem jurídico ameaçado ou lesado durante o cometimento do crime. No
caso do homicídio, o sujeito passivo é a vítima, ou seja, a pessoa que foi assassinada pelo sujeito ativo.
Além disso, não é preciso que uma pessoa seja o sujeito passivo do crime. Em crimes como peculato, o
sujeito passivo é o Estado, por exemplo, pois ele é o titular do bem jurídico ameaçado, ou seja, a
moralidade administrativa.
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição
por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei no 7.209, de 11.7.1984) Descriminantes
putativas (Incluído pela Lei no 7.209, de 11.7.1984)
Conceito: Erro de tipo é a falsa percepção da realidade acerca dos elementos constitutivos do tipo penal.
Extrai-se essa conclusão do art. 20, caput, do CP, que somente menciona os elementares. É o chamado
erro de tipo essencial.
Exemplos:
Art. 121 cp. Matar Alguém
Individuo está numa mata com a intenção de caçar um animal. Ao ver o arbusto se mexendo, ele efetuou o
disparo. Ao chegar perto do arbusto, viu que era seu amigo. Ele errou na elemental “Matar Alguém”
Art. 155 cp. Subtrair para si ou para outrem coisa alheia móvel.
Uma mulher estava no salão e ao sair com pressa, pegou a bolsa de outra pessoa, achando que seria sua
própria bolsa. Ela errou na elemental “Coisa alheia móvel”
Espécies:
Escusável: neste caso, qualquer pessoa, mesmo com prudência, teria errado. Não se pode
punir o agente em hipótese alguma, nem mesmo a título de culpa, pois se trata de erro imprevisível
(a previsibilidade é elemento da culpa).
Exemplo: O salva-vidas avista um banhista se debatendo em águas rasas de uma praia e,
imaginando que ele não estava se afogando (e sim dançando, brincando com outra pessoa etc.), nada
faz. Posteriormente, tal banhista é retirado do mar sem vida por terceiros. Nessa hipótese, é possível
o reconhecimento do instituto previsto no art. 20, caput, do Código Penal, aplicando-se os efeitos que
lhe são inerentes.”.
A omissão imprópria (CP, art. 13, § 2º) se dá na hipótese em que o agente tem o dever de agir, mas nada
faz para evitar o fato tido como típico
Exemplo: O salva-vidas avista um banhista se debatendo em águas rasas de uma praia e, imaginando
que ele não estava se afogando (e sim dançando, brincando com outra pessoa etc.), nada faz.
Posteriormente, tal banhista é retirado do mar sem vida por terceiros. Nessa hipótese, é possível o
reconhecimento do instituto previsto no art. 20, caput, do Código Penal, aplicando-se os efeitos que lhe
são inerentes.”.
O agente quer praticar o crime, mas, por falsa percepção da realidade, o seu ato é irrelevante para o
Direito Penal. É uma espécie de CRIME IMPOSSIVEL
Exemplo: O agente pensa estar vendendo cocaína, mas, em verdade, não passa de talco.
Evidentemente, não responderá por tráfico de drogas, pois a elementar “droga” (Lei 11.343/06, art. 33)
não está presente.
Para a doutrina, o erro de tipo permissivo está previsto no artigo 20 , § 1º do CP , segundo o qual "é
isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato
que, se existisse, tornaria a ação legítima . Não há isenção de pena quando o erro deriva de
culpa e o fato é punível como crime culposo ".
É o que recai sobre dados diversos dos elementos constitutivos do tipo penal, ou seja, sobre as
circunstâncias (qualificadoras, agravantes genéricas e causas de aumento da pena) e fatores irrelevantes
da figura típica. A infração penal subsiste íntegra, e este erro não afasta a responsabilidade penal. Pode
ocorrer nas seguintes situações:
Exemplo: Tonho da Lua quer matar Raquel. Contudo, por erro de representação (confundiu uma com
a outra), e não por erro na execução, mata Ruth, irmã gêmea da vítima pretendida (ou virtual), por
quem é apaixonado. O erro sobre a pessoa não excluiu o dolo ou a culpa, tampouco isenta o agente de
pena. Como consequência, ele responderá como se tivesse atingido a vítima pretendida (teoria da
equivalência), e não a efetivamente atingida
Exemplo: Imagine o ladrão que invade uma joalheria em busca de diamante, mas, por equívoco,
subtrai quartzo, cujo valor é inferior. O agente, apesar de ter errado sobre o objeto, responderá pelo
furto, sendo irrelevante qual minério subtraiu. Em regra, o erro sobre o objeto não tem qualquer
consequência, não havendo o que se falar em exclusão de dolo ou culpa, tampouco em isenção de pena.
O agente deve responder pelo objeto efetivamente subtraído (teoria da concretização)
Exemplo: Tonho da Lua quer matar Raquel. Contudo, por erro de pontaria, atinge Ruth, matando-a.
Perceba que, no erro na execução, o agente não confundiu as vítimas, como no “error in persona”. Ele
sabia quem era quem. No entanto, por erro na execução do crime, atingiu a vítima errada. Como
consequência, não afasta o dolo ou a culpa, tampouco isenta o agente de pena, devendo responder como
se tivesse atingido a vítima pretendida (teoria da equivalência).
4)Erro sobre o nexo causal: ou “aberratio causae”: Não tem previsão legal
É o erro em relação ao que gerou o resultado pretendido.
Exemplo: A querendo matar B, desfere diversos tiros contra a vítima. Imaginando que B está morto, A
o atira no oceano, e B, que ainda estava vivo, vem a falecer em razão do afogamento. Perceba que o
resultado pretendido, a morte, foi alcançado, mas por razão diversa daquela empregada pelo agente.
a)“aberratio causae” em sentido estrito: o agente, mediante um só ato, alcança o resultado, mas
com nexo diverso.
Exemplo: A empurra B de uma ponte, para que morra afogado em um rio que passa abaixo (nexo
visado), mas, durante a queda, B bate com a cabeça contra um dos pilares da construção, vindo a
morrer em razão disso (nexo real);
b) dolo geral ou erro sucessivo: o agente, em pluralidade de atos, provoca o resultado pretendido,
mas com nexo diverso.
Exemplo dado anteriormente: A querendo matar B, desfere diversos tiros contra a vítima.
Imaginando que B está morto, A o atira no oceano, e B, que ainda estava vivo, vem a falecer em
razão do afogamento.
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de
pena; se evitável, poderá diminui-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da
ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
ERRO DE PROIBIÇÃO
O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se
evitável, poderá diminui-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da
ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
Dá-se o erro sobre a ilicitude do fato ou erro de proibição (direto) sempre que o agente supõe praticar
uma conduta legal ou legítima, mas que em verdade configura ilícito penal. Enfim, há erro de proibição
sempre que o autor carecer da consciência da ilicitude do fato.
No erro de proibição, portanto, o agente erra quanto ao caráter proibido de sua conduta, ao supor lícita
uma ação ilícita.
a) erro de proibição indireto: No erro de proibição indireto o agente sabe que a conduta é típica, mas
supõe uma norma que autoriza a sua conduta, tendo em vista uma excludente de ilicitude, supondo que
está agindo sob o amparo desta.
Ex.: O agente que se depara com a traição da esposa, pensa que está autorizado a matá-la sob o amparo
da legítima defesa da honra ferida.
b) erro de proibição direto: O agente se equivoca sob a proibição de uma norma, tendo em vista o
conteúdo, ou porque ignora a existência de um tipo penal incriminador.
Ex.: Holandês que veio para o Brasil, para passar o carnaval, acha que o porte de maconha não é crime,
uma vez que no seu país o porte e consumo da substância, para uso próprio, é fato atípico, ou seja, não é
delito.
c)erro de proibição x erro de tipo: O erro de proibição recai sobre a ilicitude do fato, já o erro de tipo
incide sobre a falsa percepção da realidade em cima das circunstâncias fáticas ou sobre os elementos
do tipo penal.
Exemplo da diferença entre os dois: Imagine-se uma moça nadando, às escuras, em uma represa,
quando começa a se afogar. Maria e Carlinhos estão próximos, aquela não enxerga bem e por isso não
percebe que é um ser humano, acreditando ser um animal se banhando; Carlinhos enxerga bem,
entretanto nota que a moça não tem nenhuma relação de parentesco e amizade com ele, por isso ignora o
afogamento, por achar que não tem o dever de salvá-la.
Com base na situação hipotética, Maria age em erro de tipo e Carlinhos em erro de proibição!
EXCLUDENTES DE ILICITUDE
Teoria da indiciariedade ou da “ratio cognoscendi”: Isso significa que a tipicidade gera suspeita
de ilicitude. É o mesmo que dizer: presume relativamente a ilicitude. Gera indícios, suspeita. Sabe-se que
crime é fato típico, ilicitude e culpabilidade. O fato típico desperta indícios de ilicitude.
Mas presta atenção! se eventualmente, os indícios desaparecerem, o fato típico persiste. Será um fato
típico não ilícito. Desaparecendo a ilicitude, o fato típico permanece, só não gera mais ilícito.
ESTADO DE
NECESSIDADELEGÍTIMA DEFESA
CAUSAS ESTRITO CUMPRIMENTO DE
LEGAIS(P.GERAL) DEVER LEGAL
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO
EXCLUDENTE DE ART.128, I, CP
ILICITUDE
CAUSA LEGAIS ART.37, I, DA LEI 9605/98
ESPECIFICAS
ART.1210, §1o, DO CC
CAUSA CONSENTIMENTO DO
SUPRALEGAL OFENDIDO
ESTADO DE NECESSIDADE
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1o - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2o - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a
dois terços.
REQUISITOS
1)Perigo Atual: Ocorrendo ou próximo de ocorrer (Pode partir de uma pessoa, animal ou coisa);
2)Não tenha provocado o perigo: Agiu com DOLO e gerou a situação de perigo;
3)Próprio ou alheio: Em caso de bem disponível do terceiro, será necessário autorização do mesmo;
5)Inevitabilidade do Comportamento:
7)Conhecimento da Situação Justificante: Requisito Subjetivo > Tem que saber que esta amparado pelo
estado de excludente de ilicitude
1)Agressivo: Quando para salvar seu bem jurídico o agente sacrifica bem jurídico de um terceiro que
não provocou a situação de perigo;
2)Defensivo: Quando o agente sacrifica um bem jurídico de quem ocasionou a situação de perigo;
4)Putativo (Imaginário): O agente acredita estar em uma situação de perigo, mas não está.
Age acobertado por esta excludente aquele que pratica fato típico, mas o faz em cumprimento a um dever
previsto em lei.
Exemplo:
Art. 301, CPP – Flagrante Obrigatório – Restringe o direito de ir e vir
morte do inimigo no campo de batalha em tempo de guerra
violação de domicílio pela polícia ou servidor do Judiciário para cumprir mandado judicial de busca e
apreensão ou para prestar socorro a alguém ou para impedir a prática de crime
Dessa forma, quem age no legítimo exercício de um direito seu, não poderá estar cometendo crime, pois a
ordem jurídica deve ser harmônica, de forma que uma conduta que é considerada um direito da pessoa,
não pode ser considerada crime, por questões lógicas. Trata-se de preservar a coerência do sistema.
Mas o direito deve estar previsto em lei? Sim! A Doutrina majoritária entende que os direitos derivados
dos costumes locais não podem ser invocados como causas de exclusão da ilicitude.
Ofendículos: São obstáculos, colocados pelo proprietário, que impedem a penetração de alguém
numa propriedade. Dessa forma eles dificultam que uma pessoa invada um domicílio, bem jurídico
protegido pelo art. 150 do CP. Nas palavras de Fernando Capez:
Ex: Cerca elétrica, Concertina, caco de vidro no muro...
Art. 23, Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso
doloso ou culposo.
LEGÍTIMA DEFESA
CP- Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários,
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera- se também em
legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida
refém durante a prática de crimes.” (NR)
Requisito Objetivo
Atual ou Iminente: No momento que o individuo adentra nos atos executórios ou ato imediatamente
anterior ao início dos atos executórios;
Uso Moderado dos Meios: Meio menos gravoso que o agente terá disponível para cessar a agressão
injusta;
Requisito Subjetivo
Conhecimento da Situação do Fato Justificante: Saber que está sendo amparado pelo estatuto da
Legitima Defesa
ERRO NA EXECUÇÃO
CP- Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a
pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra
aquela, atendendo- se ao disposto no § 3o do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a
pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 (Concurso Formal) deste Código.
A Teoria normativa da culpabilidade é uma evolução. Ela não traz mais o dolo e a culpa como elementos da
culpabilidade e, sim, carrega estes para a conduta (um dos elementos do fato típico). Para esta teoria os
elementos da culpabilidade são: imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e
exigibilidade de conduta diversa.
A teoria limitada da culpabilidade traz como elementos da culpabilidade os mesmos da teoria normativa da
culpabilidade, ou seja: IMPUTABILIDADE, POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE E
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA. Entretanto, a diferença que separa as duas teorias é
que no tocante as descriminantes putativas sobre a situação fática (erro de tipo). A teoria limitada trata
como erro de tipo. Já a teoria Normativa da culpabilidade(extremada) trata como erro de proibição.
Imputabilidade
Conceito: A imputabilidade penal pode ser conceituada como a capacidade mental de entender o
caráter ilícito da conduta e de comportar-se conforme o Direito.
CRITÉRIOS:
Critério biológico – Este critério leva em conta somente o desenvolvimento do agente (doença mental
ou idade), independente se tinha, ao tempo da conduta, capacidade de entendimento e
autodeterminação!
CAUSAS DE INIMPUTABILIDADE
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
O artigo supracitado adotou o critério biopsicológico. Isso significa que caso o doente mental, na
prática do fato, não tenha sua anomalia psíquica manifestada, poderá ser considerado imputável.
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool
ou substância de efeitos análogos.
Obs.: Caso o sujeito ativo do crime se encontre inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato,
na data deste, aplica-se a teoria da actio libera in causa, para que aquele seja punido e não
beneficiado com a inimputabilidade.
Começo da embriaguez voluntaria ou Culposa -> Inteiramente Capaz -> Embriagado ->
Pratica do fato delituoso -> Inteiramente Incapaz.
OBS.: Através da representação acima, o agente quando começou a se embriagar tinha a plena
capacidade de entendimento, entretanto, quando veio a praticar o fato estava inteiramente incapaz de
entender o caráter o ilícito de sua conduta. O que fazer para punir esse sujeito que se encontrava
incapaz??? R.: Aplica-se a “teoria da actio libera in causa”, para voltar no tempo e pegar o agente quando
tinha plena capacidade no momento que começou a se embriagar de forma voluntária ou culposa.
c) EMBRIAGUEZ PATOLÓGICA
A embriaguez patológica poderá excluir a imputabilidade do agente, caso este na prática do fato estiver
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato.
d) EMBRIAGUEZ PREORDENADA.
A embriaguez preordenada não excluirá a imputabilidade e ainda incidirá uma agravante, conforme o
art.61, L, do Código Penal.
IMPORTANTE!!! A embriaguez preordenada é aquela em que o agente se embriaga para poder praticar a
infração penal.
A emoção e paixão
Erro de proibição: Dá-se o erro sobre a ilicitude do fato ou erro de proibição (direto) sempre que o
agente supõe praticar uma conduta legal ou legítima, mas que em verdade configura ilícito penal. Enfim,
há erro de proibição sempre que o autor carecer da consciência da ilicitude do fato
Espécies:
Erro de proibição indireto: No erro de proibição indireto o agente sabe que a conduta é típica, mas
supõe uma norma que autoriza a sua conduta, tendo em vista uma excludente de ilicitude, supondo que
está agindo sob o amparo desta.
Ex.: O agente que se depara com a traição da esposa, pensa que está autorizado a matá-la sob o amparo da
legítima defesa da honra ferida.
Erro de proibição direto – O agente se equivoca sob a proibição de uma norma, tendo em vista o
conteúdo, ou porque ignora a existência de um tipo penal incriminador.
Ex.: Holandês que veio para o Brasil, para passar o carnaval, acha que o porte de maconha não é crime,
uma vez que no seu país o porte e consumo da substância, para uso próprio, é fato atípico, ou seja, não é
delito.
Erro de proibição x erro de tipo - O erro de proibição recai sobre a ilicitude do fato, já o erro de tipo
incide sobre a falsa percepção da realidade em cima das circunstâncias fáticas ou sobre os elementos do
tipo penal.
Ex.: da diferença entre os dois: Imagine-se uma moça nadando, às escuras, em uma represa, quando
começa a se afogar. Maria e Carlinhos estão próximos, aquela não enxerga bem e por isso não percebe que
é um ser humano, acreditando ser um animal se banhando; Carlinhos enxerga bem, entretanto nota que a
moça não tem nenhuma relação de parentesco e amizade com ele, por isso ignora o afogamento, por achar
que não tem o dever de salvá-la.
Com base na situação hipotética, Maria age em erro de tipo e Carlinhos em erro de proibição!
Exige-se que nas circunstâncias, o autor do fato, tivesse a possibilidade de atuar de acordo com o
ordenamento jurídico.
A previsão dessa excludente de exigibilidade de conduta diversa está prevista no artigo 22 do Código Penal,
conforme abaixo:
“Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
Ex.: Um Delegado experiente determina a dois policiais novatos que entre na casa de Marcelo e realizem
sua prisão. Entretanto, o Delegado não possuía um mandado judicial para isso. Nesse caso, os policiais não
tinham como contrariar a ordem do Delegado, nem saber que ela era ilegal.
Desobediência Civil: A desobediência civil representa atos de insubordinação que têm por finalidade
transformar a ordem estabelecida, demostrando a sua injustiça e necessidade de mudança. Exige-se para o
reconhecimento desta dirimente:
Extinção da punibilidade
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade
INTRODUÇÃO - Para que ocorra a prática de uma infração penal, crime ou contravenção penal, o sujeito
ativo do crime tem que preencher os três substratos do conceito analítico de infração penal, ou seja, o fato
tem que ser típico, ilícito e culpável, gerando para os autores, coautores e partícipes, a consequência penal
que é a punibilidade. Esta, como podemos ver, não altera em nada a prática delituosa e contravencional,
pelo fato de não ser um dos seus elementos.
A extinção da punibilidade vai deixar íntegro o crime e a contravenção, mas impedir que o estado exerça o
direito de punir em cima do violador da norma penal.
Em determinados casos, a extinção da punibilidade, poderá retirar do ordenamento jurídico uma infração
penal, quando ocorrer o fenômeno do “abolitio criminis” (abolição do crime”).
Rol de causas extintivas da punibilidade - A doutrina majoritária afirma que o rol do artigo 107 do
Código Penal, meramente exemplificativo, ou seja, além dos casos previstos no dispositivo citado podem
ser encontradas outras causas extintivas da punibilidade dentro do Código Penal e na Legislação Penal
Especial.
A prova da morte do agente é feita através da apresentação, exclusivamente, da certidão de óbito para
o juiz. Este SOMENTE à vista do documento, depois de ouvido o Ministério Público, declarará a extinção
da punibilidade.
Falsidade da certidão de óbito: “Discute-se o que pode ser feito se, com fundamento em certidão de
óbito falsa, foi declarada a extinção da punibilidade. Surgiram dois posicionamentos distintos:
1ª posição: o réu pode ser processado somente pelo crime de falso, pois o ordenamento jurídico brasileiro
não contempla a revisão criminal pro societate. É a posição dominante em sede doutrinária; e
2ª posição: poderá haver revogação da decisão judicial, pois a declaração com falso fundamento não faria
coisa julgada em sentido estrito. Em verdade, trata-se de decisão judicial inexistente, inidônea a produzir
os efeitos inerentes à autoridade da coisa julgada. Se não bastasse, o sujeito não pode ser beneficiado pela
sua própria torpeza, e a formalidade não há de ser levada ao ponto de tornar-se imutável uma decisão
lastreada em falsidade. É a posição do STF e do STJ”.
II - Pela anistia, graça ou indulto: Anistia, graça e indulto são modalidades de indulgência
soberana emanadas de órgãos estranhos ao Poder Judiciário, que dispensam, em determinadas
hipóteses, a total ou parcial incidência da lei penal. Concretizam a renúncia do Estado ao direito de punir.
Embora advenham de órgãos alheios ao Poder Judiciário, a anistia, a graça e o indulto somente acarretam
na extinção da punibilidade de seu destinatário após acolhimento por decisão judicial. Essas causas
extintivas da punibilidade têm lugar em crimes de ação penal pública (incondicionada e condicionada) e de
ação penal privada. De fato, nesses últimos o Estado transferiu ao particular unicamente a
titularidade para iniciativa da ação penal, mantendo sob seu controle o direito de punir,
capaz de ser renunciado pelos institutos em estudo
Obs.: Crimes Hediondos e Crimes equiparados a hediondos (tráfico, tortura e terrorismo) são
insuscetíveis de graça e indulto
III - Pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso: O artigo 107,
inciso III, traz o famoso “abolitio criminis” (abolição do crime), significa que uma infração que estava em
pleno em vigor foi retirada do ordenamento jurídico penal por outra lei, cessando em virtude dela a
execução e os efeitos da sentença condenatória. Os efeitos penais desaparecem, mas os efeitos civis
permanecem. De acordo com a doutrina majoritária, a abolição do crime ou “abolitio criminis” tem como
natureza jurídica a extinção da punibilidade.
Perempção - É a perda do direito de ação, que acarreta a extinção da punibilidade, provocada pela inércia
processual do querelante. A perempção não é aplicável na ação penal privada subsidiária da pública, uma
vez que nessa hipótese o MP dará andamento à ação na hipótese de omissão ou desídia do querelante. As
causas de perempção foram previstas no art. 60 do CPP. Trata-se de sanção que somente pode ser imposta
após a propositura da queixa. Com efeito, fala o CPP em “início da ação penal”, “atos do processo” etc.
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias
seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para
prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo,
ressalvado o disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que
deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, está se extinguir sem deixar sucessor”.
Pretensão punitiva é o interesse em aplicar uma sanção penal ao responsável por um crime ou por uma
contravenção penal, enquanto a pretensão executória é o interesse em executar, em exigir o cumprimento
da sanção penal já imposta”.
I - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
Renúncia - é ato unilateral pelo qual se efetua a desistência do direito de ação pela vítima. Pode ocorrer
na ação penal exclusivamente privada, mas não na subsidiária da pública, pois se o ofendido deixar de
oferecer queixa o MP poderá iniciar a ação penal enquanto não extinta a punibilidade do agente, pela
prescrição ou por qualquer outra causa. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo
ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais (art. 50, caput, do CPP). De seu
turno, a renúncia tácita ao direito de queixa resulta da prática de ato incompatível com a vontade de
exercê-lo, que admitirá todos os meios de prova (art. 104, parágrafo único, do CP e art. 57 do CPP).
Perdão do Ofendido - é a desistência manifestada após o oferecimento da queixa, impeditiva do
prosseguimento da ação. Portanto, seja ele expresso ou tácito, somente constitui-se em causa de extinção
da punibilidade nos crimes que se apuram exclusivamente por ação penal privada.
Perdão judicial é o ato exclusivo de membro do Poder Judiciário que, na sentença, deixa de aplicar a
pena ao réu, em face da presença de requisitos legalmente exigidos. Somente pode ser concedido nos casos
expressamente previstos em lei. É vedada a sua aplicação a delito para o qual a lei não prevê a extensão do
benefício. O perdão judicial, em regra, é aplicável aos crimes culposos. Mas também tem incidência a
crimes dolosos, dependendo apenas da vontade do legislador.
Vejamos alguns casos em que foi previsto:
a) art. 121, § 5º, do CP;
b) art. 129, § 8º, do CP;
c) art. 140, § 1º, do CP;
d) art. 180, § 5º, do CP;
e) art. 8º da Lei das Contravenções Penais;
f) art. 39, § 2º, da Lei das Contravenções Penais;
g) art. 29, § 2º, da Lei 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais; h) art. 13 da Lei 9.807/1999.
PRESCRIÇÃO
Natureza jurídica: É uma causa de extinção da punibilidade, base Art. 107, IV – cp.
Hipóteses de imprescritibilidade na CF
Espécies de prescrição
O Código Penal apresenta dois grandes grupos de prescrição
1) prescrição da pretensão punitiva:
2) prescrição da pretensão executória:
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1 o do art. 110
deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:
ART.10, §1º, A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou
depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter
pôr termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.
A prescrição da pretensão executória existe isoladamente, ou seja, não se divide em espécies. A linha
divisória entre os dois grandes grupos é o trânsito em julgado da condenação: na prescrição da
pretensão punitiva, não há trânsito em julgado para ambas as partes (acusação e defesa), ao contrário do
que se dá na prescrição da pretensão executória, na qual a sentença penal condenatória já transitou em
julgado para o MP ou para o querelante, e também para a defesa.
Efeitos da Prescrição e competência para sua declaração:
Prescrição das penas restritivas de direitos: As penas restritivas de direitos, por serem
substitutivas das privativas de liberdade (não têm previsão independente nos preceitos secundários dos
tipos penais), seguem os mesmos prazos das penas substituídas.
ART.10, Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para
as privativas de liberdade.
I- do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a
suspensão condicional da pena ou o livramento condicional;
II- do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na
pena.
Prescrição da multa
Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá:
I- em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada;
II- no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for
alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do
crime;
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos
relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo,
estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles.
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a correr,
novamente, do dia da interrupção
Art. 118 - As penas mais leves prescrevem com as mais graves.
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um,
isoladamente.
CONCURSO DE PESSOAS
CONCEITO: O concurso de pessoas pode ser conceituado como a colaboração de dois ou mais agentes
para a prática de um delito ou uma contravenção penal. O concurso de pessoas é regulado nos artigos 29 a
31 do C.P.
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida
de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste;
essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares
do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são
puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS: De acordo com a doutrina, para que o ocorra o
concurso de pessoas é indispensável o preenchimento dos quatros requisito abaixo:
B)
C) TEORIA PLURALISTA – De acordo com esta teoria, cada um dos agentes responderá por
uma conduta, elemento psicológico e resultados específicos, ou seja, cada um terá adequação de sua
conduta a uma infração penal autônoma.
C) TEORIA DUALISTA – De acordo com esta teoria, tem-se aplicação de um crime para aquele que
pratica a conduta prevista no tipo penal, autor, e um outro crime para aquele (partícipe) que induz,
instiga ou auxilia, ou seja, concorre para que o autor venha a praticar a empreitada criminosa.
Teoria subjetiva ou unitária – Não impõe distinção entre autor e partícipe, considerando-se autor todo
aquele que de alguma forma contribui para a produção do resultado
Teoria extensiva – Igualmente não distingue autor do partícipe, mas permite estabelecimento de graus
diversos de autoria, com a previsão de causas de diminuição conforme a relevância da sua contribuição.
Teoria Objetiva ou dualista – Estabelece clara distinção entre autor e partícipe. A teoria objetiva pode
ser dividida em duas:
OBJETIVO FORMAL – Autor é quem realiza a ação nuclear típica e partícipe quem concorre de
qualquer forma para o crime. Foi Adotada pelo Código Penal
OBJETIVO MATERIAL – Autor é que contribui objetivamente de forma mais efetiva para a ocorrência
do resultado, não necessariamente praticando a ação nuclear típica. Partícipe, por outro lado, é o
concorrente menos relevante para o desdobramento causal, ainda que sua conduta consista na realização
do núcleo do tipo.
D) TEORIA DO DOMINIO DO FATO – Autor é quem controla finalisticamente o fato, ou seja, que
decide a sua forma de execução, seu início, cessação e demais condições. Partícipe, por sua vez, será aquele
que embora colabore dolosamente para o alcance do resultado, não exerce domínio sobre a ação.
Autor
Na concepção de Roxin, autor é a figura central do acontecer típico. Essa figura central se expressa: pelo
domínio do fato; pela violação de um dever especial e pelo elementar que exige a prática da conduta pelas
próprias mãos:
1. pela violação de um dever especial nos delitos de violação de dever. São crimes que
pressupõem o descumprimento de um dever, como os delitos funcionais, os crimes culposos e os crimes
comissivos por omissão. Nestes, autor é aquele que está sujeito a esse dever, qualquer que seja a sua
contribuição na conduta típica;
2. pelo elementar que exige a prática da conduta pelas próprias mãos. Refere-se aos delitos de
mão própria. Autor é aquele que realiza pessoalmente a ação típica.
3. pelo domínio do fato nos delitos comuns comissivos dolosos. Nestes, o autor (figura central do
acontecer típico). Por sua vez, domínio do fato pode se dar de três formas:
a) domínio da ação (autor imediato): considera-se autor imediato aquele que possui domínio sobre a
própria ação. O autor realiza pessoalmente os elementos do tipo.
b) domínio da vontade (autor mediato): também é autor aquele que domina a vontade de um
terceiro que é utilizado como instrumento. O domínio da vontade se dá mediante erro ou coação. Ex.: autor
mediato utiliza uma pessoa, sob coação moral irresistível, para executar o fato típico por aparatos
organizados de poder (teoria do domínio da organização). Ex.: o líder ou chefe de uma organização
criminosa emite uma ordem de matar alguém a ser cumprida utilizando a estrutura do aparato organizado
de poder, sendo que um integrante da estrutura executará a ordem.
Obs.: sobre a autoria mediata e, em especial, sobre o domínio da organização.
c) domínio funcional do fato (autor funcional): em uma atuação conjunta (decisão comum e divisão
de tarefas) para a realização de um fato, é autor aquele que pratica um ato relevante na execução do plano
delitivo global, mesmo que não seja uma ação típica. O fato típico será a todos imputado.
Autoria mediata
Define-se o autor mediato como sendo o sujeito que, sem realiza diretamente a conduta descrita no tipo
penal, comete o fato típico por ato de outra pessoa utilizada como seu instrumento.
Autoria colateral
Verifica-se a autoria colateral quando dois ou mais agentes, um ignorando a contribuição de outro
concentram suas condutas para o cometimento da mesma infração penal. Nota-se, no caso a ausência de
vínculo subjetivo entre os agentes, que, se presente, faria incidir as regras do concurso de pessoas.
Multidão delinquente
Coautoria
É possível coautoria em crimes próprios?
E nos crimes de mão própria?
Participação
A) Acessoriedade Mínima: é suficiente a prática, pelo autor, de fato típico para que a participação seja
punível.
B) Acessoriedade limitada ou média: a punição do partícipe pressupõe apenas a prática de fato típico
e ilícito:
C) Acessoriedade máxima: para a punição do partícipe, deve o fato ser típico, ilícito e cometido por
agente culpável: Fato Típico + Ilícito + Culposo
D) Hiperacessoriedade - a punição do partícipe pressupõe a prática de fato típico, ilícito, por agente
culpável, que seja efetivamente punido.
Crimes omissivos próprios – De acordo com Mirabete, se dois agentes, diante de situação em que
alguém se encontra em perigo, decidem não prestar socorro, embora pudessem fazê-lo sem risco pessoal,
respondem individualmente pela omissão, sem que se caracterize o concurso de pessoas.
Já para Cezar Roberto Bitencourt, discordando da explanação acima, a coautoria nos crimes omissivos
próprios é perfeitamente possível citando como o exemplo o seguinte caso: se duas pessoas deixarem de
prestar socorro a uma pessoa gravemente ferida, podendo fazê-lo, sem risco pessoal, praticarão,
individualmente, o crime autônomo de omissão de socorro. Agora, se duas pessoas, de comum acordo,
deixarem d prestar socorro, nas mesmas circunstâncias, serão co-autoras do crime de omissão socorro
(art.135 do Código Penal).
Já no caso da participação, admite-se. O partícipe desempenha uma atuação positiva que permite o autor
descumprir uma norma mandamental que traz um crime omissivo. É o caso do agente que induz o médico
a não efetuar a notificação de doença compulsória em que é portador.
Crimes omissivos impróprios
Coautoria – É perfeitamente possível a coautoria nos crimes omissivos impróprios, desde que os agentes
garantidores, com o dever jurídico de evitar o resultado, de comum acordo, deixam de agir.
Participação - A doutrina majoritária leciona que é possível a participação em crime omissivo impróprio.
Exemplo: