Classificação Dos Crimes

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abortivo pretendendo interromper seu estado gravídico, porém a gravidez é somente psicológica.

Não houve
aborto, a não ser na mente da mulher (crime, portanto, imaginário).
No delito putativo por erro de proibição, o sujeito realiza um fato que, na sua mente, é proibido pela lei
criminal, quando, na verdade, sua ação não caracteriza infração penal. Exemplo: relação incestuosa de um pai com
sua filha, maior de idade.
O delito putativo por obra do agente provocador dá-se quando o sujeito pratica uma conduta delituosa induzido
por terceiro, o qual assegura a impossibilidade fática de o crime se consumar. Exemplo: policial à paisana finge-se
embriagado para chamar a atenção de um ladrão, que decide roubá-lo; ao fazê-lo, contudo, é preso em flagrante.
Nesse caso, inexiste delito, porque, de acordo com a Súmula n. 145 do STF, não há crime quando a preparação do
flagrante pela polícia torna impossível a consumação.

■ 8.4. SÍNTESE
QUANTO AO ■ Crimes comuns: previstos no Código Penal. ■ Crimes especiais: tipificados em leis penais
DIPLOMA extravagantes.­
NORMATIVO

■ Crimes unissubjetivos, monossubjetivos ou de ■ Crimes plurissubjetivos ou de concurso


concurso eventual: trata-se daqueles que necessário: caso dos que o tipo penal exige a
podem ser cometidos por uma só pessoa ou pluralidade de sujeitos ativos como requisito típico, isto
por várias, em concurso de agentes (CP, art. é, a conduta descrita no verbo nuclear deve,
29). obrigatoriamente, ser praticada por duas ou mais
QUANTO AO pessoas.
SUJEITO ATIVO ■ Subdividem-se em crimes plurissubjetivos:
a) de condutas convergentes, como a bigamia (CP, art.
235);
b) de condutas paralelas, como a associação criminosa
(CP, art. 288);
c) de condutas contrapostas, como a rixa (CP, art. 137).

QUANTO À ■ Crimes comuns: não se exige nenhuma ■ Crimes próprios: são aqueles em que a lei requer
QUALIDADE qualidade especial do sujeito ativo (CP, art. 121 alguma qualidade ou condição especial do sujeito ativo
ESPECIAL DO — homicídio). (CP, art. 124 — autoaborto ou aborto consentido).
SUJEITO ATIVO

QUANTO À ■ Crimes de mão própria ou atuação pessoal: somente admitem a participação, sendo-lhes impossível a
POSSIBILIDADE coautoria. É o caso do crime de falso testemunho ou falsa perícia (CP, art. 342).
DE COAUTORIA

■ Crimes vagos: aqueles cujo sujeito passivo ■ Crimes de única ou dupla subjetividade passiva: a
(material ou eventual) for um ente sem calúnia somente possui como vítima o indivíduo
QUANTO AO personalidade jurídica. Ex.: crimes contra a atingido em sua reputação — única subjetividade
SUJEITO PASSIVO família. passiva; a corrupção passiva tem como sujeitos
passivos a Administração Pública e o particular a quem
o agente solicita a vantagem indevida — dupla
subjetividade passiva.

■ Crimes materiais ou de ■ Crimes formais, de intenção ou de ■ Crimes de mera conduta ou de


resultado: o tipo penal consumação anteci­pada: o tipo penal simples atividade: o dispositivo
QUANTO AO descreve uma conduta e descreve uma conduta e um resultado, penal somente descreve a
RESULTADO um resultado material (ou contentando-se com a conduta (dirigida conduta, sem fazer qualquer
NATURALÍSTICO naturalístico) e exige ao resultado) para consumação. Por alusão a resultado naturalístico.
OU MATERIAL ambos para efeito de exemplo: extorsão (CP, art. 158). Ex.: o porte ilegal de arma de
consumação. É o caso do fogo (Lei n. 10.826/2003, art. 14).
homicídio.

QUANTO AO ■ Crimes de dano ou de ■ Crimes de perigo ou de ameaça: a simples exposição do bem ao perigo já
RESULTADO lesão: se o tipo penal é suficiente para que a infração esteja consumada.
JURÍDICO OU exigir a lesão ou o dano ao
NORMATIVO bem juridicamente tutelado ■ Crimes de perigo concreto ou real: o ■ Crimes de perigo abstrato ou
para que ocorra a perigo figura como elemento do tipo, de presumido: o tipo não prevê o
consumação do crime. tal modo que sua comprovação se perigo como elementar, razão por
torna necessária para a existência do que sua demonstração efetiva é
crime (CP, art. 132 — periclitação da des­necessária (CTB, art. 306 —
vida ou saúde de outrem). embriaguez ao volante).

■ Crimes ■ Crimes omissivos: conduta nuclear consubstancia uma omissão (ou seja,
comissivos: conduta um não fazer ou non facere). Ex.: omissão de socorro (CP, art. 135).
nuclear corresponde a
uma ação. Ex.: CP, art. ■ Omissivos próprios ou puros: o tipo ■ Omissivos impróprios, impuros
157 (roubo). penal descreve uma omissão, de modo ou comissivos por omissão: são
QUANTO À
CONDUTA que, para identificá-la, basta a leitura crimes comissivos (como o
do dispositivo penal. homicídio, o furto, o roubo etc.),
praticados por meio de uma
inatividade. Exigem dever jurídico
de agir para evitar o resultado
(CP, art. 13, § 2º).

■ Crimes instantâneos: a ■ Crimes permanentes: a consumação se prolonga no tempo. Ex.: sequestro


consumação ocorre instan-­ (CP, art. 148).
ta­neamente. Ex.: furto (CP,
QUANTO AO art. 155). ■ Crimes necessariamente per­- ■ Crimes eventualmente
MOMENTO manentes: a conduta típica é, por sua permanentes: são aqueles cuja
CONSUMATIVO natureza, duradoura no tempo. É o conduta típica pode ou não ser
caso do sequestro (CP, art. 148) e do prolongada no tempo. Exemplo
plágio ou redução a condição análoga disto é a usurpação de função
à de escravo (CP, art. 149). pública (CP, art. 328).

QUANTO À
■ Crimes principais: são aqueles cuja existência ■ Crimes acessórios: dependem de um delito anterior,
não depende da ocorrência de crime anterior. como a receptação (CP, art. 180), em relação ao fato
AUTONOMIA
antecedente (furto, por exemplo).

QUANTO À
■ Crimes condicionados: quando a lei exigir, ■ Crimes incondicionados: não exigem qualquer
para a punibilidade do fato, alguma condição condição objetiva de punibilidade. Ex.: furto (CP, art.
EXISTÊNCIA DE
CONDIÇÕES objetiva. Ex.: crimes falimentares (Lei n. 155).
11.101/2005).

■ Crimes simples: possuem somente um ■ Crimes complexos: possuem dois objetos jurídicos,
QUANTO À objetivo jurídico. Por exemplo, do homicídio como o roubo (CP, art. 157).
OBJETIVIDADE (CP, art. 121).
■ Alguns doutrinadores definem como crimes
JURÍDICA complexos aqueles resultantes da fusão de dois ou
mais tipos penais.

■ Consumado ■ Tentado ou ■ Crime falho, ■ Crime impo­s­sível, ■ Crime exau­­ri­


ou imperfeito: quando,-­ ten­tativa perfeita quase cri­me, ten-­ do: sempre que,
perfeito: quando iniciada a execu-­ ou tativa inadequada depois da con­­su-­
nele se reúnem ção, não se consu-­ acabada: quando ou inidônea: previsto mação, o bem ju­rídico
todos os ma por o agente realiza no art. 17 do CP. sofre no­vo ataque ou
QUANTO AO ITER
CRIMINIS elemen­tos de circunstâncias todo o iter ultimam-se as suas
sua definição alheias à vontade criminis, mas, consequên­cias.
legal (CP, art. do agente (CP, art. ainda assim, não
14, I). 14, II). obtém a
consumação do
delito.

QUANTO À ■ Crimes unissubsistentes: são aqueles cuja ■ Crimes plurissubsistentes (a grande maioria): contêm
POSSIBILIDADE conduta típica não admite qualquer uma conduta que admite cisão (fracionamento).
DE fracionamento.
FRACIONAMENTO
DA CONDUTA
TÍPICA

QUANTO À ■ Crimes de ação ou forma ■ Crimes de ação ou forma vinculada ou casuística: a lei prevê
NATUREZA DO livre: admitem qualquer taxativamente quais são as formas de cometer o delito.
COMPORTAMENTO
NUCLEAR meio executório, como o ■ Crime de forma ■ Crime de forma
homicídio (CP, art. 121). vinculada cumulativa: exige que o vinculada alternativa: o tipo prevê
sujeito incorra em mais de um verbo, várias ações ou omissões,
necessariamente, para fins de deixando claro que o fato ocorre
consumação. É o caso da apropriação com o cometimento de qualquer
de coisa achada (art. 169, parágrafo uma delas. É o caso do crime de
único, II, do CP). plágio (CP, art. 149).

QUANTO À ■ Crimes de ação simples: quando possuí­rem ■ Crimes de ação múltipla ou conteúdo variado: quando
PLURALIDADE DE apenas um verbo nuclear. o tipo possuir mais de um verbo.
VERBOS
NUCLEARES

QUANTO AO ■ Crime doloso: o agente ■ Crime culposo: o resultado decorre de ■ Crime preterdoloso ou
ELEMENTO tem a intenção de produzir imprudência, negligência ou imperícia. preterintencional: o crime é
SUBJETIVO OU o resultado ou assume doloso, mas o agente produz um
NORMATIVO esse risco. resultado agravador a título de
culpa.

QUANTO À
■ Crime simples: é o ■ Crime privilegiado: previsto nos ■ Crime qualificado: previsto nos
previsto parágrafos da dis­posição, ao qual se parágrafos da disposição; a ele se
POSIÇÃO
no caput (modalidade cominam limites punitivos in-­feriores cominam limites punitivos
TOPOGRÁFICA NO
TIPO PENAL fundamental). aos do caput. abstratamente superiores aos
do caput.

■ Crime ■ Crime principal ou ■ Crimes-meios versus crime-


CRITÉRIOS especial versus crime primário versus crime subsidiário ou fim.
RELACIONADOS genérico. famulativo.
COM O TEMA DO ■ Crime progressivo: sempre
CONFLITO que o agente, pretendendo um
APARENTE DE resultado de maior lesividade,
NORMAS pratique outro(s) de menor
intensidade.

■ Crime de ação penal de iniciativa pública: a ■ Crime de ação penal de iniciativa privada: nos quais a
titularidade do direito de ação penal incumbe tarefa de mover a ação penal recai sobre o ofendido ou
ao Estado, por meio do Ministério Público. seu representante legal.
QUANTO À AÇÃO
PENAL ■ Subdividem-se em ação pública ■ Subdividem-se em crimes de ação exclusivamente
incondicionada e condicionada (à privada e privada personalíssima (em se tratando de
representação do ofendido ou à requisição do ação privada subsidiária da pública, o crime em que se
Ministro da Justiça). funda é de ação pública).

■ Crimes conexos por ■ Crimes conexos por conexão ■ Crimes conexos por conexão
conexão intersubjetiva: há objetiva: teleológica ou consequencial. instrumental ou probatória.
vários delitos cometidos
QUANTO À por diversas pessoas, de
CONEXÃO maneira vinculada, por
simultaneidade, por
concurso ou por
reciprocidade.

QUANTO À ■ Crimes funcionais: só ■ Crimes funcionais próprios: só ■ Crimes funcionais impróprios


CONDIÇÃO DE podem ser praticados por existem quando o sujeito ativo é (ou mistos): se a mesma conduta
FUNCIONÁRIO funcionários públicos. funcionário público. Se o ato for for cometida por um particular,
PÚBLICO DO praticado somente por particular, o fato ainda haverá delito (mas
SUJEITO ATIVO será penalmente atípico. enquadrado em outro tipo penal).

■ Crime habitual próprio (ou necessariamente ■ Crime habitual impróprio (ou acidentalmente
QUANTO À habitual): a habitualidade é requisito ­típico. habitual): a existência do crime não depende da
HABITUALIDADE reiteração da conduta; se esta ocorrer, entretanto,
haverá um só crime.

QUANTO AO ■ Crimes comuns: praticados sem propósitos ■ Crimes políticos: são os cometidos com finalidades
CARÁTER políticos. políticas (critério subjetivo) ou, ainda, aqueles delitos
POLÍTICO
praticados contra o Estado, como unidade orgânica
das instituições políticas e sociais (critério objetivo).

QUANTO À ■ Crimes de tipo aberto: são aqueles cuja ■ Crimes de tipo fechado: são os que utilizam
ESTRUTURA DO definição emprega termos amplos, de modo a expressões de alcance restrito, englobando poucos
TIPO PENAL abarcar diversos comportamentos diferentes. comportamentos na definição legal.

OUTRAS CLASSIFICAÇÕES

■ Crime multitudinário: praticado por multidão em tumulto.

■ Crime de opinião: abrange as infrações penais decorrentes do abuso de liberdade do pensamento.

■ Crimes de imprensa: praticados por algum meio de comunicação social. Encontravam-se tipificados na extinta Lei n. 5.250/67.

■ Crime de ímpeto: é o praticado por ímpeto ou de súbito, sem prévia deliberação ou reflexão.

■ Crimes a distância ou de espaço máximo: o iter criminis atinge o território de dois ou mais países.

■ Crimes plurilocais: o iter criminis atinge o território de mais de um foro (comarca ou seção judiciária), mas dentro do país.

■ Delitos de tendência: infrações penais cuja caracterização é condicionada à intenção do agente.

■ Crimes de impressão: provocam determinado estado anímico na vítima. Dividem-se em: a) delitos de inteligência: provocam o
engano do ofendido, como o estelionato; b) delitos de sentimento: geram abalo emocional, como a injúria; c) delitos de
vontade: interferem na vontade, como o constrangimento ilegal.

■ Crimes de simples desobediência: crimes de perigo abstrato ou presumido.

■ Crimes falimentares ou falitários: definidos na Lei de Falência e Recuperação de Empresas (Lei n. 11.101/2005).

■ Crime a prazo: são aqueles em que a lei prevê alguma circunstância que eleva a pena, cuja ocorrência depende do decurso de
algum período de tempo (CP, art. 129, § 1º, I).

■ Crime gratuito: é o cometido sem motivo (aparente) algum.

■ Delito de circulação ou de trânsito: os cometidos mediante a utilização de um veículo automotor.

■ Delito transeunte: aqueles que não deixam vestígios (delicta facti transeuntis).

■ Crime não transeunte: infrações penais que deixam vestígios (delicta facti permanentis).

■ Crime de atentado ou de empreendimento: infração penal em que as formas consumada e tentada são equiparadas para fins
de aplicação da pena; isto é, dá-se à tentativa a mesma pena da consumação. Ex.: CP, art. 352.

■ Crime em trânsito: quando o agente pratica o fato em um país, mas não atinge nenhum bem jurídico de seus cidadãos.

■ Crimes de responsabilidade em sentido amplo: são as infrações político-administrativas.

■ Crimes de responsabilidade em sentido estrito: são os crimes funcionais.

■ Crimes hediondos: são os mais graves previstos em nossa legislação penal e decorrem da enumeração prevista na Lei n.
8.072/90.

■ Crime putativo ou imaginário: somente ocorre na mente do sujeito. Vale dizer, ele pensa que comete um delito, mas, na
verdade, não pratica ilícito penal algum.

■ ■ Delito putativo por erro de tipo ou crime imaginário por erro de tipo: o delito se circunscreve à mente do autor.
■■ Delito putativo por erro de proibição: o sujeito realiza um fato que, na sua mente, é proibido pela lei criminal, quando, na
verdade, sua ação não caracteriza infração penal.
■ ■ Delito putativo por obra do agente provocador: o agente pratica uma conduta delituosa induzido por terceiro, o qual assegura
a impossibilidade de consumação (p. ex.: Súmula n. 145 do STF).

■ 8.5. QUESTÕES
1. (Juiz de Direito Substituto/AL — FCC — 2019) No que toca à classificação doutrinária dos crimes,
) é imprescindível a ocorrência de resultado naturalístico para a consumação dos delitos materiais e formais.
) é normativa a relação de causalidade nos crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão, prescindindo
de resultado naturalístico para a sua consumação.
) os crimes unissubsistentes são aqueles em que há iter criminis e o comportamento criminoso pode ser cindido.
) os crimes omissivos próprios dependem de resultado naturalístico para a sua consumação.
) os crimes comissivos são aqueles que requerem comportamento positivo, independendo de resultado naturalístico
para a sua consumação, se formais.

2. (93º Concurso de Ingresso à Carreira do MPSP — 2019) O crime de divulgação de cena de estupro ou de
cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia, previsto no art. 218-C do Código Penal,
pode ser classificado como:
) comum, material, comissivo, unissubjetivo, culposo, principal.
) comum, formal, comissivo, unissubjetivo, doloso, subsidiário.
) especial, formal, comissivo, plurissubjetivo, admite as formas doloso e culposo, subsidiário.
) especial, material, comissivo ou omissivo, unissubjetivo, doloso, principal.
) comum, material, comissivo, plurissubjetivo, admite as formas doloso e culposo, subsidiário.

3. (Juiz de Direito Substituto/SC — Cebraspe — 2019) A respeito da classificação dos crimes, assinale a
opção correta.
) O crime de associação criminosa configura-se como crime obstáculo; o de falsidade documental para cometimento
de estelionato é crime de atitude pessoal.
) O crime de uso de documento falso configura-se como crime remetido; e o de uso de petrechos para falsificação
de moeda, como crime obstáculo.
) O crime de tráfico de drogas configura-se como crime vago; o de extorsão mediante sequestro constitui crime
profissional.
) O crime de falso testemunho configura-se como crime de tendência; e o de injúria, como crime de ação astuciosa.
) O crime de rufianismo configura-se como crime de intenção; o de curandeirismo constitui crime de olvido.

4. (Ministério Público/SP — 2012) Em relação aos crimes, é INCORRETO afirmar:


) Nos crimes unissubsistentes, o processo executivo da ação ou a omissão prevista no verbo núcleo do tipo consiste
num só ato, coincidindo este temporalmente com a consumação.
) Nos crimes materiais, o tipo penal descreve a conduta e o resultado naturalístico exigido.
) Preterdoloso se diz o crime em que a totalidade do resultado representa um excesso de fim (isto é o agente quis
um minus e ocorreu um majus), de modo que há uma conjugação de dolo (no antecedente) e de culpa (no
subsequente).
) Crimes de mera conduta são de consumação antecipada.
) Crime progressivo ocorre quando, da conduta inicial que realiza um tipo de crime, o agente passa a ulterior
atividade, realizando outro tipo de crime, de que aquele é etapa necessária ou elemento constitutivo.

5. (179º Concurso de Ingresso à Magistratura/SP — 2006) Assinale a alternativa incorreta.


) Crimes materiais descrevem a conduta e o resultado naturalístico exigido.
) Crimes formais descrevem a conduta do agente e o resultado, que não é exigido para a consumação do tipo penal.
) Crimes de mera conduta são aqueles sem resultado naturalístico, mas com resultado jurídico.
) Crimes de mera conduta são de consumação antecipada.

6. (Procurador do Estado/SP — FCC — 2002) Em relação aos tipos incongruentes, é correto afirmar que:
) são formados mediante o acréscimo de uma circunstância atenuante ou agravante do delito-base.
) somente têm como objetos jurídicos bens destrutíveis.
) há coincidência entre o dolo e o acontecimento objetivo.
) o agente quer e persegue um resultado que não necessita ser alcançado para a consumação do crime.
) somente podem ser cometidos pelo agente referido no tipo.

7. (179º Concurso de Ingresso à Magistratura/SP — 2006) Assinale a alternativa incorreta.


) O Código Penal Brasileiro adotou a teoria monística da equivalência dos antecedentes no nexo de causalidade,
abrandada pela culpabilidade de cada agente.
) Na co­autoria, os agentes realizam a conduta tipificada como ilícito penal.
) Crimes plurissubjetivos são aqueles que exigem o concurso de mais de uma pessoa, sendo que nem sempre
todas são punidas.
) Crimes monossubjetivos são aqueles que têm sempre uma vítima.

8. (83º Concurso de Ingresso ao MPSP — 2003) Crime falho é:


) aquele no qual alguém, insidiosamente, provoca uma situação que leva o agente à prática do crime, mas, antes,
toma as devidas providências para que o mesmo não se consume.
) aquele no qual o agente acredita que está praticando um crime, que não existe, pois o fato não é típico.
) o mesmo que tentativa perfeita, na qual o crime não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente,
embora este pratique todos os atos necessários para a consumação do crime.
) o mesmo que tentativa inadequada ou inidônea, na qual o crime não pode ser consumado por ineficácia absoluta
do meio ou por absoluta impropriedade do objeto.
) aquele no qual a polícia efetua a detenção do agente no momento da prática delitiva, pois avisada pela vítima que
sabia previamente que o crime iria acontecer.

9. (87º Concurso de Ingresso à Carreira do MPSP — 2010) Assinale a alternativa correta:


) crime putativo por erro de tipo pressupõe a suposição errônea do agente sobre a existência da norma penal.
) relativamente à tentativa, o Código Penal brasileiro adotou a teoria subjetiva.
) crimes funcionais impróprios são aqueles que podem revestir-se de parcial atipicidade.
) crimes subsidiários são aqueles para cuja caracterização se faz imprescindível outra norma definidora de suas
elementares.
) dá-se a ocorrência de crime falho quando o agente, por interferência externa, não consegue praticar todos os atos
executórios necessários à consumação.

10. (Concurso de Ingresso à Carreira do MP/PR — 2013) Assinale a alternativa incorreta:


) Crime unissubsistente é aquele que se consuma com a prática de um único ato, como, por exemplo, a injúria
verbal;
) Crime unissubjetivo é aquele que possui um único verbo núcleo na descrição típica da conduta, como, por
exemplo, o homicídio;
) Crime plurissubsistente é aquele que se consuma com a prática de mais de um ato, como, por exemplo, o
estelionato;
) Crime pluriofensivo é aquele que atinge mais de um bem jurídico, como, por exemplo, o latrocínio;
) Crime não transeunte é aquele que deixa vestígios, como, por exemplo, o homicídio.

GABARITO

1. “e”. O resultado naturalístico é imprescindível apenas para delitos materiais; nos


crimes comissivos por omissão, o resultado naturalístico é necessário para a
consumação do crime; no crime unissubsistente o comportamento criminoso é único,
não podendo ser cindido; e, por fim, os crimes omissivos próprios não dependem de
resultado naturalístico para consumação. Pune-se a mera omissão.

2. “b”. O delito em espécie pode ser cometido por qualquer pessoa; independe do
resultado naturalístico; pode ser praticado por apenas uma pessoa, apesar de
permitir concurso de pessoas e somente se aplica se não houver crime mais grave.

3. “b”. Crime de obstáculo é aquele que pune atos preparatórios tipificados como
crimes autônomos; crime de ação astuciosa é aquele praticado por meio de fraude;
crime de tendência ou atitude pessoal é aquele cuja tipicidade poderá ou não ocorrer
a depender da atitude pessoal e interna do agente, por fim, crime de intenção é
aquele que o agente quer e persegue um resultado que não necessita ser alcançado
para sua efetiva consumação.

4. “d”. Crimes de consumação antecipada são os crimes formais.

5. “d”. Crimes de consumação antecipada são os crimes formais.

6. “d”. Os tipos incongruentes são os que descrevem crimes formais ou de


consumação antecipada, nestes, o dispositivo contém a conduta e o resultado
pretendido, mas não o exige para fins de consumação.

7. “d”. Os monossubjetivos são os que podem ser cometidos por uma só pessoa ou
várias, em concurso de agentes. Ressalte-se, porém, que a alternativa “a” não está
completamente certa, pois o abrandamento da teoria da equivalência dos
antecedentes se dá pela análise do dolo e da culpa, que não integram a culpabilidade
do agente, mas o fato típico. Tal assertiva corresponde ao pensamento de Nélson
Hungria, adepto da teoria psicológico-normativa da culpabilidade. Ocorre, porém, que
essa orientação não se mostra consonante com a Reforma da Parte Geral de 1984,
que caminhou no sentido da teoria normativa pura da culpabilidade.

8. “c”. Crime falho é sinônimo de tentativa perfeita, em que o delito não se consumou,
apesar do esgotamento dos atos executórios por parte do sujeito ativo.

9. “c”. No crime putativo por erro de tipo, o agente conhece a proibição penal, mas
seu equívoco recai por achar que está presente, no fato concreto, alguma elementar
do tipo que, na verdade, não está. Ex.: o sujeito que “subtrai” coisa própria,
pensando que era alheia.
O Código Penal adotou a teoria objetiva quanto à tentativa — art. 14, parágrafo
único.
Os delitos funcionais impróprios são os que, abstraída a condição de
funcionário público do sujeito ativo, o ato continua tendo caráter criminoso,
embora corresponda a outro tipo penal.
Crimes subsidiários ou famulativos são aqueles que se aperfeiçoam quando a
norma principal não pode ser aplicada (princípio da subsidiariedade).
Crime falho é o mesmo que tentativa perfeita, ou seja, o agente esgota todos os
atos executórios de que dispunha.

10. “b”. Crime unissubjetivo ou de concurso eventual é o que pode ser cometido por
uma só pessoa ou várias, em concurso de agentes.

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