Resumo de Direito Penal

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RESUMO DE DIREITO PENAL – PARTE I

PRINCÍPIOS E GARANTIAS

PRÍNCIPIO
● É um preceito, regra ou lei.
● Serve de base para a interpretação, integração, conhecimento e aplicação do
direito positivo.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (a base)
 Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação
legal. (Art. 1° do Código Penal e Art.5°, inc. XXXIX, da CF/1988
 Princípio da legalidade = Princípio da Reserva Legal + Princípio da
Anterioridade da Lei Penal.
 Anterioridade da Lei Penal - A lei penal não poderá retroagir para abranger
condutas já realizadas.
 Garantia indiscutível do cidadão frente ao poder punitivo do Estado
 Intimamente relacionado ao Estado de Direito
OBS: Deveria ser infração penal (crimes, delitos e contravenções-infração penal
mais branda e encontramos numa lei à parte do Código). Para a legislação brasileira,
delito=crime.
OBS: Delitos e garantias individuais não podem ser mudados por emendas
constitucionais.
OBS: Para Lei Complementar, o quórum é de maioria absoluto/qualificado (não
considera a presença, é metade do total mais um). Para Lei Ordinária, é quórum de
maioria simples (metade dos presentes mais um).
OBS: Diferença entre Medida Provisória e Lei Delegada. A Medida Provisória já
entra com força de lei, já a Lei Delegada entra “na fila” com outros projetos de lei.
OBS: Penas diferentes (Penas, medidas socioeducativas...). Sanções (para determinadas
leis): privativa de liberdade-reclusão e detenção- restrição de direito e multa.
PRINCÍPIO DA INOCÊNCIA
 Art. 5°, LVII, CF - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado
de sentença penal condenatória.
 STF - A prisão provisória não viola o princípio constitucional da presunção de
inocência (HC 72663-1/SP).
PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE
 Art. 2º - Código Penal
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se
aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado.
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL MAIS SEVERA
 Art. 5°, XL, CF - A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA
● O Estado só deve intervir, por meio do Direito Penal, quando os outros ramos do
Direito não conseguirem prevenir a conduta ilícita.
● O Direito Penal tem caráter de “última rátio”.
Ex: Infrações de trânsito
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
● Princípio da Bagatela
● Busca excluir do ramo do Direito Penal aquelas lesões de pouca importância,
que não ofendam a um bem jurídico relevante.
● Ainda pode ser revestido de ilicitude civil ou administrativa.
● Documentário Bagatela
● Condições:
Mínima ofensividade
Ausência de periculosidade social do ato
Reduzida reprovabilidade
Inexpressividade da lesão provocada
PRÍNCIPIO DA HUMANIDADE
● As sanções não podem ser vexatórias, degradantes ou cruéis.
● É considerado inconstitucional as penas que criam impedimento físico
permanente.
● Ex: Trabalho forçado, pena de morte, prisão perpétua...
PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE DA PENA
● Art. 5, XLV, CF - nenhuma pena passará da pessoa do condenado […]
● Garante que apenas a pessoa sentenciada poderá responder pelo crime que
praticou.
PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL
● Preconiza que não se pode reputar criminosa uma conduta tolerada pela
sociedade, ainda que se enquadre em uma descrição típica.
● Exemplo recorrente na doutrina é o ato da mãe que fura a orelha da filha para
pôr um brinco (se enquadraria em lesão corporal).
● Advertência de CEZAR ROBERTO BITENCOURT sobre a adequação social:
"O certo é que a imprecisão do critério da `adequação social' — diante das mais
variadas possibilidades de sua ocorrência —, que, na melhor das hipóteses, não
passa de um princípio sempre inseguro e relativo, explica por que os mais
destacados penalistas internacionais, entre outros, não o aceitam nem como
excludente da tipicidade nem como causa de justificação.”

LEI PENAL NO TEMPO

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
 Art. 1º - CP - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem
prévia cominação legal.
 Como decorrência do princípio da legalidade, aplica-se, em regra, a lei penal
vigente ao tempo da realização do fato criminoso (tempus regit actum).
TEORIA DA ATIVIDADE
 Art. 4° - CP - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão,
ainda que outro seja o momento do resultado.
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
 Art. 5° - XL - CF - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
CONFLITOS DE LEI PENAL NO TEMPO
 Abolitio Criminis
 Novatio Legis in Mellius
 Novatio Legis in Pejus
 Novatio Legis Incriminadora
ABOLITIO CRIMINIS
 Descriminaliza a conduta
 Exclui a punibilidade
 Cessa os efeitos penais
 Art. 2°, caput, do Código Penal - "Ninguém pode ser punido por fato que lei
posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os
efeitos penais da sentença condenatória"
 OBS: Excluem-se SOMENTE os efeitos PENAIS, já os efeitos civis continuam.
 Ex: Lei n. 1.106/2005 deixou de considerar condutas criminosas o adultério, a
sedução e o rapto consensual
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA
01- Abolitio criminis
 Revogação da lei penal
 Supressão forma e imaterial
02- Deslocamento do conteúdo para outro tipo penal
 A conduta permanece tipificada e reprovada penalmente
 Supressão apenas formal
NOVATIO LEGIS IN MELIUS
 Nova lei que de qualquer modo beneficia o réu (Lex mitior)
 Art. 2°, parágrafo único, do CP "A lei posterior, que de qualquer modo favorecer
o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença
condenatória transitada em julgado."
NOVATIO LEGIS IN PEJUS
 É a nova lei que, de qualquer modo, prejudica o réu (lex gravior)
 Irretroativa
 Deve ser aplicada a lei vigente no tempo do crime.
NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA
 A novatio legis incriminadora é a lei que não existia no momento da prática da
conduta e que passa a considerar como delito a ação ou omissão realizada.
 Irretroativa (Art. 1° do Código Penal)
COMPETÊNCIA PARA REFORMA
 Antes do trânsito em julgado: Compete ao magistrado do 1º Grau, até a
sentença. Em grau de recurso, compete ao Tribunal
 Juiz de Execução: Caso dependa de mera operação matemática
 Revisão Criminal: Depende do mérito da ação, traz algo referente a algum
juízo de valor
LEI PENAL NO ESPAÇO

PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE
 Aplicação da lei brasileira ao crime praticado em território nacional
 O que é território? Todo o espaço terrestre (solo e subsolo), marítimo (extensão
do mar territorial), aéreo e fluvial (conjunto de rios e águas interiores)
 Território por equiparação Art. 5°, § 1°
Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
OBS: Embarcação estrangeira em alto-mar:
Em alto-mar, os navios devem se submeter exclusivamente à jurisdição do Estado
do pavilhão. Isto significa que estão subordinados civil, penal e administrativamente
ao Poder Jurisdicional do Estado sob cuja bandeira naveguem.
PRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADE
Critério geral: a lei penal brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de
direito internacional, vale dentro do território nacional (físico e jurídico).
Em casos excepcionais, a nossa lei poderá extrapolar os limites do território, alcançando
crimes cometidos exclusivamente no estrangeiro (FENÔMENO DA
EXTRATERRITORIALIDADE)
 Art. 7°
I - Incondicionada*
II - Condicionada
§ 3° - Hipercondicionada
 Incondicionada: Art. 7°, I
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado,
de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista,
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
 Condicionada: Art. 7°, II
II- os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiros;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercante ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados
CONDIÇÕES: Art. 7°, § 2°
§ 2°- Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso
das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
 Hipercondisionada: Art. 7°, § 3°
§ 3° - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo
anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça
+
Condições anteriores
EXTRADIÇÃO
É o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo, acusado de um delito ou já
condenado como criminoso, à justiça de outro Estado que o reclama e que é competente
para julgá-lo e puni-lo.
Art. 5º, LI, CF – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de
crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei
EXPULSÃO
Medida que expele estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a Segurança
Nacional, a ordem política ou social, a tranquilidade ou a moralidade pública.
PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE
Submissão à lei brasileira dos crimes praticados no estrangeiro:
 Personalidade ativa: Art. 7°, I, "d":
Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes: de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no
Brasil;
Art. 7°, II, "b": II - os crimes:
b) praticados por brasileiro;
 Personalidade passiva
Art. 7°, § 3°: § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por
estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, [...]
PRINCÍPIO DA DEFESA, REAL OU DA PROTEÇÃO
Submissão à lei brasileira aos crimes praticados no estrangeiro que ofendam bens
jurídicos pertencentes ao Brasil.
Art. 7°, I, alíneas "a", “b” e “c”
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de
Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia
ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
PRINCÍPIO DA JUSTIÇA UNIVERSAL
Art. 7°, II, alínea "a":
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
Fundamenta-se no dever de solidariedade na repressão de certos delitos cuja punição
interessa a todos os povos
PRINCÍPIO DA REPRESENTAÇÃO OU DA BANDEIRA
Deve ser aplicada a lei penal brasileira aos crimes cometidos em aeronaves ou
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando estiverem em
território estrangeiro e aí não sejam julgados.
Art. 7°, II, alínea “c”.

OBS:
O marinheiro de um navio público que descer em um porto estrangeiro e lá cometer um
crime será processado de acordo com a lei local, e não segundo alei do Estado a que
pertence seu navio.
Os navios privados têm um tratamento diferente: a) quando em alto-mar, seguem a lei
da bandeira que ostentam; b) quando estiverem em portos ou mares territoriais
estrangeiros, seguem a lei do país em que se encontrem (art. 5º, § 1º, 2ª parte).
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES

QUANTO AOS SUJEITOS


 Monossubjetivos: são aqueles que podem praticados por somente uma pessoa.
EX.: homicídio, roubo...
OBS: admitem coautoria e participação
 Plurissubjetivos: são aqueles exigem dois ou mais agentes. EX.: associação
criminosa, previsto no art. 288 CP
QUANTO À CONDUTA
 Comissivos: O agente pratica uma conduta ilícita EX.: furto; homicídio doloso
 Omissivos: abstenção de uma atividade que era imposta pela Lei. Viola um tipo
mandamental
OMISSÃO PRÓPRIA: O agente tem dever genérico de agir (porque é um dever
que atinge a todos indistintamente, em razão do dever de solidariedade).
OMISSÃO IMPRÓPRIA: O agente tem o dever jurídico especial/específico de
agir para evitar o resultado.
Ex 1: Art. 135 CP - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem
risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou
ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos,
o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Ex 2: Art. 13 § 2º CP — A omissão é penalmente relevante quando o omitente
devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado
OBS: nos crimes de omissão imprópria, o agente respondde penalmente pelo
resultado do crime, sendo sua conduta considerada uma comissão por ormissão
QUANTO À QUALIDADE DOS SUJEITOS
 Comuns: podem ser praticados por qualquer pessoa;
Ex: homicídio, furto, extorsão mediante sequestro, etc.
 Bicomuns: podem ser cometidos por qualquer pessoa contra qualquer pessoa;
Ex: lesão corporal, estelionato, etc.
 Próprios: tipo penal exige uma condição específica do sujeito ativo;
Ex: peculato, receptação qualificada pelo exercício de atividade comercial ou
industrial, etc. (Art.132- Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor
ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em
razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio)
 Bipróprios: delitos que exigem uma peculiar condição no tocante ao sujeito
ativo e ao sujeito passivo;
Ex: infanticídio. (Art.123- Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio
filho, durante o parto ou logo após)
 Próprios:
PUROS: Ausente a condição, a conduta é atípica.
Ex.: prevaricação (Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato
de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer
interesse ou sentimento pessoal)
IMPUROS: Ausente a condição, opera-se a desclassificação para outro delito
Ex.: peculato doloso (O crime de peculato doloso compreende a conduta do
funcionário público de apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular)
 De mão própria: aqueles que somente podem ser praticados pela pessoa
expressamente indicada no tipo penal.
Ex: falso testemunho
OBS: Não admitem coautoria, somente participação.
TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO
Para essa concepção, autor é quem controla finalisticamente o fato, ou seja, quem
decide a sua forma de execução, seu início, cessação e demais condições. Partícipe, por
sua vez, será aquele que, embora colabore dolosamente para o alcance do resultado, não
exerça domínio sobre a ação
Mas o que seria ter esse domínio do fato? O domínio do fato sempre se refere ao tipo e
o tipo penal, por sua vez, se refere à ação proibida.
 Sujeito ativo: Aquele que tem o controle final do fato, ainda que não realize o
núcleo do tipo penal
Quem tem o domínio do fato? Autor propriamente dito, autor intelectual e autor mediato
 Autor propriamente dito: Aquele que, por sua vontade, executa o núcleo do
tipo.
 Autor intelectual: Aquele que planeja a empreitada criminosa para ser
executada por outras pessoas
 Autor mediato: Sujeito que, sem realizar diretamente a conduta descrita no tipo
penal, comete o fato típico por ato de outra pessoa, utilizada como seu
instrumento. Sua conduta é principal. Detém o domínio do fato. Aquele que se
vale de um inculpável ou de uma pessoa que atua sem dolo ou culpa para
cometer a conduta
Ex: inimputabilidade penal (art. 62, inc. III); coação moral irresistível (art. 22);
obediência hierárquica (art. 22);
 Coautoria:
1)Verifica-se a coautoria nas hipóteses em que dois ou mais indivíduos, ligados
subjetivamente, praticam a conduta (comissiva ou omissiva) que caracteriza o
delito.
2)A coautoria, em última instância, é a própria autoria delineada por vários
indivíduos. Consciência de que contribui para a mesma infração penal, em
conjunto com os demais, ainda que não haja acordo prévio.
3)A relação entre os agentes na coautoria não é de acessoriedade, pois a função
desenvolvida por cada um deles é determinante para a obtenção do resultado.
Ainda que nem todos executem o mesmo ato, a coautoria se caracteriza pela
imprescindibilidade da contribuição de cada um deles.
Ex: Crime de roubo em que um agente ameaça as vítimas enquanto outro as
subtrai.
 Partícipe
1)Aquele que pratica atos paralelos, que, no mais das vezes não menos
importantes, auxiliam para o sucesso da empreitada. Não executa diretamente a
ação delituosa.
” O partícipe não comete a conduta descrita pelo preceito primário da norma,
mas pratica uma atividade que contribui para a realização do delito.”
2)Moral: instigação e induzimento
3)Material
0BS: Como o partícipe não pratica a ação nuclear típica, sua ação só será
punível, em regra, se o autor iniciar os atos executórios do fato a que havia se
proposto.
QUANTO AO RESULTADO
 Consumado: Considera-se consumado o crime em que se reúnam todos os seus
requisitos de ordem legal (artigo 14, inciso I, do Código Penal).
 Tentado: hipótese em que, por circunstâncias alheias à vontade do agente, o
resultado não ocorre, (artigo 14, inciso II, do Código Penal).
INTER CRIMINIS
É o "caminho do crime" - etapas percorridas pelo agente para a prática de um delito.
Interna (Cogitação) e externa (preparação + execução +consumação)
 Cogitação: Repousa na mente do agente; não ofende a qualquer bem jurídico;
inexiste crime
 Preparação: Atos indispensáveis à prática da infração penal; via de regra, não
são puníveis - exceção: crimes-obstáculo
 Execução: Maneira pela qual o agente atua exteriormente para realizar o crime
idealizado. O ato de execução deve ser IDÔNEO e INEQUÍVOCO
Idôneo: o que se reveste de capacidade suficiente para lesar o bem jurídico
penalmente tutelado.
Inequívoco: o que se direciona ao ataque do bem jurídico, almejando a
consumação da infração e fornecendo certeza acerca da vontade ilícita.
Quando termina a fase da preparação (em regra, impunível) e começa a de execução
(punível)?
 Teoria da hostilidade ao bem jurídico: Atos executórios são aqueles que
atacam o bem jurídico, criando-lhe uma situação concreta de perigo.
 Teoria objetivo-formal: Ato executório é aquele que inicia a realização do
núcleo do tipo
 Teoria objetivo-individual: Atos executórios são aqueles que, de acordo com o
plano do agente, realizam-se no período imediatamente anterior ao começo da
execução típica (Adotada pela doutrina e pelo STF)
 Consumação: Ocorre quando há a composição completa do fato criminoso. Art.
14, CP: Diz o crime: I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos
de sua definição legal;
Crime material: ocorrência do resultado naturalístico. Ex.: homicídio
Crime formal: se consuma no momento da ação, sendo dispensável o resultado
naturalístico. Ex.: extorsão mediante sequestro
Crime de mera conduta: a lei descreve apenas uma conduta, consumando-se o
crime no momento em que ela é praticada. Ex.: violação de domicílio
 Crime exaurido: É o delito em que, posteriormente à consumação, subsistem
efeitos lesivos derivados da conduta do autor.
 Tentativa
Imperfeita: O agente é impedido de prosseguir no seu intento, deixando de
praticar os atos executórios à sua disposição
Perfeita: O agente, apesar de praticar todos os atos executórios à sua disposição,
não consegue consumar o crime
Tentativa abandonada ou qualificada: Art. 15 - O agente que, voluntariamente,
desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só
responde pelos atos já praticados
 Desistência voluntária: O agente, por manifestação exclusiva do seu querer,
desiste de prosseguir na execução da conduta criminosa.
 Arrependimento eficaz: Ocorre quando os atos executórios já foram todos
praticados, porém, o agente, decidindo recuar na atividade delituosa, desenvolve
nova conduta com o objetivo de impedir a produção do resultado
 Arrependimento posterior: Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou
grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento
da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de
um a dois terços.
1)É necessário que estejam presentes TODOS os requisitos elencados no artigo
16;
2) Ocorre quando já ocorreu a etapa de CONSUMAÇÃO;
3)Restituição/reparação em sua totalidade;
4)Diferença entre ato voluntário e espontâneo
OBS: Apropriação indébita: Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de
que tem a posse ou a detenção:
 Crime impossível (tentativa inidônea): Art. 17 - Não se pune a tentativa
quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do
objeto, é impossível consumar-se o crime
1)início da execução
2)a não consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente
3)o dolo de consumação
4)resultado absolutamente impossível de ser alcançado

Ineficácia absoluta do meio: A inidoneidade absoluta do meio se verifica quando


falta potencialidade causal, pois os instrumentos postos a serviço da conduta não
são eficazes, em hipótese alguma, para a produção do resultado
Impropriedade absoluta do objeto: Ocorre quando a pessoa ou a coisa que
representa o ponto de incidência da ação delituosa (objeto material) não serve à
consumação do delito.

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