Microbiologia Clínica

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Microbiologia Clínica

Profa. Dra. Pollyana Maria Saud Melo


Ementa

Estuda os principais grupos de bactérias e fungos causadores de


doenças em seres humanos, considerando seus aspectos
epidemiológicos, aspectos clínicos, métodos de diagnóstico laboratorial
e tratamento.
Conteúdo Programático
• Considerações gerais sobre a microbiologia no laboratório de análises
clínicas, biossegurança e CIH.
• Cultivo e crescimento de microrganismos: a) Meios de cultura; b)
Controle de crescimento c)princípios de provas bioquímicas. d)
automação.
• Diagnóstico microbiológico das infecções: tegumentares; do trato
urinário; intestinais; respiratórias; genitais e meningites.
• Diagnóstico diferencial de cocos Gram positivos: a) Staphylococcus
spp; b) Streptococcus spp; c) Enterococcus spp. Abordar Cepas como
MRSA e Enterococcus resistentes à vancomicina.
• Diagnóstico diferencial de: a) Neisseria spp; b) Micobactérias
• Diagnóstico diferencial de: a) Bacilos Gram-negativos não
fermentadores; b) Haemophilus spp; c) Bordetella spp
• Diagnóstico diferencial de enterobactérias: a) Salmonella spp., b)
Shigella spp; c) Yersinia spp; d) Escherichia coli
• Diagnóstico diferencial de: a) Corynebacterium spp, b) Bacillus spp; c)
Listeria spp; d) Pseudomonas spp(cepas multirresistentes). Abordar
Antrax.
• Diagnóstico diferencial de: a) Campylobacter spp; b) Vibrio spp;
• Características gerais dos fungos: metabolismo, crescimento e cultivo;
• Micoses superficiais: Ptiríase versicolor;
• Micoses cutâneas: Onicomicose, Dermatomicoses cutâneas
• Micoses subcutâneas: Esporotricose;
• Micoses sistêmicas: Paracoccidioidomicose, Criptococose,
Coccidioidomicose, Histoplasmose e Pneumocistose
Bibliografia
• Básica
• MURRAY, P. et al. Microbiologia médica. 3. ed. Rio de Janeiro,ELSEVIER 2010.
• BROOKS GF, CARROLL KC; BUTEL JS;. MORSE; SA, MIETZNER TA. Microbiologia Médica 25a edição, Editora:
McGraw-Hill, 2012
• TRABULSI, L.R. et al. Microbiologia. 5 edição : Editora Atheneu, 2008.

• Complementar
• MADIGAN MT; MARTINKO JM; DUNLAP PV; CLARK DP. Microbiologia de Brock, 12a edição, Editora: Artmed,
2010
• RIBEIRO, M. C.; STELATO M. Microbiologia Prática – Aplicações de Aprendizagem de Microbiologia Básica, 2a
edição, São Paulo: Atheneu, 2011
• OPLUSTIL, C.P.; ZOCCOLI, C.M.; TOBOUTI, N.R.; SINTO, S.I. Procedimentos básicos em microbiologia clínica. 3
ed. São Paulo: Savier, 2010.
• RIBEIRO, M. C.; SOARES, M. M. S. R. Microbiologia prática: roteiro e manual, bactérias e fungos. São Paulo:
Atheneu, 2011.
• TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C.L. Microbiologia. 8 ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
Revisão de Microbiologia Básica
• Todas células vivas podem ser classificadas em dois grupos

Plantas
Animais Bactérias
Fungos Arquibactérias
Protozoários
Algas
Paredes celulares
Gram + e Gram -
Catabolismo X Anabolismo

Metabolismo
Intermediário
Fermentação x Respiração
Fatores Necessários para Crescer
• Duas categorias – físicos e químicos

• Físicos: temperatura, pressão osmótica, pH

• Químicos: carbono, nitrogênio, enxofre e fósforo,


elementos traços, oxigênio, fatores orgânicos de
crescimento
Fases de Crescimento
Leveduras

• Se multiplicam por brotamento ou fissão


• Geralmente unicelulares
• Produzem colônias arredondadas
Fungos filamentosos
• São multicelulares
• Colônias são aveludadas ou algodonosas
• Micélio – hifas unidas
• Estruturas tubulares – hifas
• Cenocíticas – asseptadas ou com poucos septos
• Septadas
• Hifas vegetativas – crescem sobre ou entre um meio de cultura
• Hifas aéreas – projetam para fora do meio
• Conídios – estruturas da reprodução assexuada – gênero
Fungos Dimórficos
• Existem sob a forma de levedura ou como fungo filamentoso
Processamento Inicial dos
Materiais Clínicos
Princípio da Identificação microbiológica
• Boa qualidade das amostras clínicas:
• Coleta adequada dos diversos materiais
• Processamento inicial
• Fatores pré-analíticos (data, horário, local, natureza, ...)

• Seleção adequada dos meios de cultivo e metodologias


• Uso do meio adequedo
• Adição de meios específicos – se necessário
• Condições de semeio
Semeio
Microscopia Liberação do
Coleta
Identificação diagnóstico
ATB

Pré-analítica Analítica Pós-analítica


Material Clínico
• Diversos materiais podem ser analisados, sendo os mais frequentes:
Coleta e transporte
• A coleta deve ser realizada em frasco adequado e em alguns casos é
necessário o uso de meio de transporte
• Exemplos:
• Frasco de coleta com boca larga e tampa de rosca

Fezes
Urina
Escarro
• Swabs com meio Stuart ou Amies: para bactérias aeróbias ou
anaeróbias facultativas

Com carvão

Gonococos, hemófilos e
pneumococos
• Meio Cary-Blair – fezes para enteropatógenos
• Meio de transporte pré-reduzido – bactérias anaeróbias
• Meio TSA em tubo – exames complementares
• Salina tamponada
• Os meios de transporte:
• São inertes – mantém a viabilidade dos microrganismos
• Impedem a proliferação bacteriana
• Pode conter ágar semissólido
• Presença de carvão ou outra substâncias
• Previnem a proliferação de microrganismos contaminantes
• Ausência de carbono
Cuidados com:
Swabs Algodão ou
tratados com alginato
de sódio e haste de
madeira
Qualidade da coleta
• Visa preservar os microrganismos
• Coleta material do sítio de infecção
• Assepsia adequada
• Melhor momento para a coleta
• Transporte adequado
• Coleta antes de administração de antimicrobianos
• De acordo com a solicitação médica
• Identificação correta
• Equipe técnica treinada
Amostras inadequadas
• Escarro com aspecto de saliva ou para investigação de anaeróbios
• Aspirado gástrico
• Material em formalina
• Urina de 24 horas
• Ponta de cateter venoso em meio de cultura
• Urina contaminada com fezes ou o contrario
• Um único swab para diversas culturas
• Swab de ulcera de decúbito, feridas ou queimadura
• Amostra de sangue para Gram

Usar sempre o Bom Senso


Seleção de meios de
cultura
• Ágar Sangue (AS) – seletivo e
diferencial, permite o
crescimento de gram
+ e -, visualização de hemólise
• Ágar chocolate (CHOC) – meio
nutriente, cresce a maioria das
bactérias, muito utilizado para
Haemophilus influenza e
Neisseria gonohoeae
• Ágar Thayer Martin
(TM) – meio seletivo
para Neisseria
gonorrhoeae e Neisseria
meningites, inibe o
crescimento das outras
• ÁgarMacConkey (MC) -
seletivo e diferencial,
cresce bacilos Gram -,
diferencia os lactose + de –
• Ágar eosin methilene
blue (EMB) - seletivo e
diferencial, cresce
bacilos Gram -,
diferencia os lactose +
de –

(+) (+) (-)


• Ágar Salmonella Shigella (SS)
– seletivo e diferencial para
Salmonella e Shigella, detecta
a produção de H2S
• Ágar colistin nakidixic (CNA) –
meio seletivo para
estreptococos e enterococos
• Caldo tioglicolato (THI) – meio
enriquecido
• Ágar deficiente em
cisteína lactose
eletrólitos (CLED) -
cresce Gram + e -, inibe
o véu de Proteus
• Caldo Tetrationato (TETRA) – meio de
enriquecimento para Salmonella
• Caldo Todd-Hewitt (TODD) –
meio enriquecido, com ácido
nalidixico e gentamicina ou
colistina, isolamento de
estreptococos
• Cromoágar (CROMO) – para
diversas culturas e resistência a
ATB, muito utilizado em
vigilância epidemiológica
Semeadura
Semeadura quantitativa (Swabs)
• Semeadura por esgotamento (aspirados, exudatos, escarro,
líquidos cavitários, ...)
• Fragmentos e tecidos – semear em caldos
• Primeiro usar meios menos seletivos, por exemplo:

CHOC AS e MC Caldo
Temperatura e atmosfera
• Maioria dos microrganismos crescem a 35 oC ± 2oC
• Quando necessário atmosfera controlada de CO2, pode utilizar vela,
pastilha efervescente em jarra hermeticamente fechada ou
incubadoras com controle de ATM

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