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Fundamentos de Microbiologia – Por Bruna Marques

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Fundamentos de Microbiologia – Por Bruna Marques

Sobre Giovani Lavieri


Giovani é farmacêutico, formado pela Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN), especialista em Toxicologia Clínica e
Forense pela Faculdade Unyleya e em Ciências Forenses e Perícia
Criminal pela Universidade Potiguar (UnP).

Possui experiência nas análises clínicas, já atuou como


farmacêutico bioquímico em laboratórios de grande rotina e é
professor universitário desde 2016. Também atua como assessor
científico.

Criou o Farmaceuticando com objetivo de ajudar estudantes da


área da saúde, bem como profissionais formados, a se aprofundarem
nas análises clínicas e toxicológicas.

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Fundamentos de Microbiologia – Por Bruna Marques

Olá, tudo bem? Obrigado por adquirir o e-book Fundamentos de


Microbiologia. Tenho certeza de que vai te ajudar bastante na sua
jornada. Esse material foi criado pela minha amiga e colega Bruna
Marques, que aceitou me ajudar a criar um conteúdo de qualidade para
o Farmaceuticando. Nesse e-book, você vai aprender os princípios e
fundamentos da microbiologia, principais microrganismos e como
podemos identifica-los.

Depois dá uma olhada no meu site, lá tem bastante conteúdo


gratuito e outros e-books bem legais que eu preparei com muito
carinho. Fiz alguns deles em parceria com colegas, ótimos profissionais.
Para acessar o site, basta clicar aqui.

Se quiser, também tem meu Instagram @farmaceuticando_. Se


depois de ler o e-book, você ficar com alguma dúvida ou se quiser saber
mais sobre o conteúdo que eu preparo, fique à vontade para me
chamar no WhatsApp.

Quero te avisar que é proibido compartilhar o conteúdo desse e-


book sem minha autorização. Sei que posso contar com você!

Bom, espero que aproveite bastante o material que preparei e,


qualquer coisa, estou por aqui.

Todos os direitos reservados® ISBN: 978-65-995837-1-1

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Fundamentos de Microbiologia – Por Bruna Marques

Sumário
1 Introdução ao laboratório de microbiologia...................................................... 6

1.1 Meios de cultura ............................................................................................................ 6

1.2 Classificação dos meios de cultura .................................................................. 6

1.3 Principais meios de cultura para crescimento e isolamento ............. 9

1.4 Provas Bioquímicas ........................................................................................................ 12

2 Semeadura e Gram............................................................................................................ 15

2.1 Coleta de material biológico .................................................................................... 15

2.2 Técnicas de semeadura .............................................................................................. 15

2.3 Coloração de gram ......................................................................................................... 21

3 Microrganismos mais frequentes na rotina do laboratório


clínico.................................................... .............................................................................................. 24

3.1 Cocos gram-positivos ................................................................................................... 24

3.2 Bacilos gram-negativos fermentadores de carboidratos ................. 37

3.3 Coliformes ............................................................................................................................ 45

3.4 Micobactérias.................................................................................................................... 45

4 Entendendo a fase analítica ....................................................................................... 47

4.1 Urocultura ............................................................................................................................ 47

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4.2 Coprocultura .....................................................................................................................48

4.3 Hemocultura ..................................................................................................................... 50

4.4 Antibiograma .................................................................................................................... 51

5 Micologia .................................................................................................................................. 53

5.1 Propriedades gerais....................................................................................................... 53

5.2 Classificação das micoses ......................................................................................... 54

5.3 Identificação dos fungos ........................................................................................... 55

6 Perfil microbiológico e a pandemia de COVID-19 ....................................... 61

6.1 Perfil microbiológico de pacientes com COVID................................... 61

6.2 Resistência bacteriana e a COVID ...................................................................... 62

7 Referências ............................................................................................................................. 65

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1 Introdução ao laboratório de
microbiologia

1.1 Meios de cultura

Meio de cultura é um conjunto de substâncias capazes de


promover o crescimento do microrganismo de interesse em condições
de laboratório com a finalidade de promover a apresentação
macroscópica das colônias bacterianas. Diferentes meios de cultivo são
usualmente utilizados para obtenção das primeiras informações para
identificação dos microrganismos.

As exigências nutricionais dos microrganismos são vastas e


variam extensivamente e para que seja possível o cultivo em
laboratório, os meios de cultura devem possuir características básicas,
como: ser fonte de carbono e nitrogênio, fonte de energia, sais minerais,
fatores de crescimento, condições físicas e esterilização.

1.2 Classificação dos meios de cultura

Os meios de cultura se dividem em 3 grandes grupos: quanto a


sua composição, quanto a consistência e quanto a sua utilização em
laboratório. Diferentes meios de cultivo são utilizados para obtenção
das primeiras informações para a identificação dos microrganismos.

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• Classificação quanto à composição do meio:

Classificação Definição Exemplos

É aquele em que os Ágar MacConkey;


Meio quimicamente constituintes químicos são
definido adicionados em quantidades
conhecidas/precisas. CLED.

Ágar sangue;
Não se sabe o que tem e/ou a
Meio quimicamente quantidade, se sabe apenas
indefinido ou complexo aproximadamente sua
composição. Ágar chocolate.

Tabela 1. Classificação dos meios de cultura quanto a composição.

• Classificação quanto à consistência do meio:

Classificação Definição Exemplos


Ágar Manitol salgado
Possui em sua composição de
Sólido 1 a 15% de ágar. Utilizado para Ágar MacConkey
obtenção de colônias isoladas.
Ágar sangue

SIM (Sulfeto Indol


Possui em sua composição
Motilidade)
quantidades entre 0,05 e 0,5%
Semi-sólido
de ágar. Bastante utilizado
para observar motilidade. Mio (Motilidade Indol
Ornitina)

Não tem ágar em sua Soja tripticaseína


composição. São utilizados
Líquido para observação do Tetrationato
crescimento através da
turvação. Selenito Cistina

Tabela 2. Classificação dos meios de cultura quanto a sua consistência.

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• Classificação quanto à utilização em laboratório:

Classificação Definição Exemplos

Ágar MacConkey

Possui substâncias que inibem


o crescimento de determinado
Seletivo Ágar Manitol-salgado
grupo de bactérias e favorecem
o crescimento de outras.

Ágar Thayer-Martin

Meio capaz de diferenciar Ágar CLED


bactérias de um mesmo grupo.
Diferencial Essa diferenciação pode ser
feita, por exemplo, pela
observação da fermentação. Ágar Salmonella-Shigella

Em sua composição é Ágar Sangue,


adicionado uma substância
natural de alto valor nutritivo.
Enriquecido
Utilizado para o crescimento de
bactérias fastidiosas, por
exemplo. Ágar Chocolate.

Caldo BHI
Utilizado para o crescimento
indiscriminado de bactérias,
Enriquecimento
pois é rico com excesso de
nutrientes.
Caldo Tetrionato

TSI

Através de reações, esses meios


fornecem informações sobre o
Indicador Lisina
metabolismo/bioquímica da
bactéria.

Citrato

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Possuem em sua composição


substâncias redutoras e com
Transporte poder de tamponamento, Stuart, Cary-blair.
evitando assim a multiplicação
e morte das bactérias.

Esse meio, por ser pobre em


carboidratos, consegue manter
Manutenção as bactérias em fase Ágar nutriente.
estacionária, preservando assim
o material.

Utilizado tanto para isolamento,


Isolamento quanto para diferenciação e Ágar CLED.
enumeração de espécies.

Utilizado para determinar o


Teste de
perfil de sensibilidade e
sensibilidade Ágar Mueller-HInton.
resistência de bactérias aos
(TSA)
antibióticos.

Tabela 3. Classificação dos meios de cultura quanto sua utilização.

1.3 Principais meios de cultura para crescimento e


isolamento

• Ágar MacConkey:

Possui cristal violeta na composição que inibe o crescimento de


microrganismos gram positivos. Utilizado para o isolamento de bacilos
gram-negativos e observar se houve ou não fermentação da lactose.

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• Ágar Sangue:

Possui uma base rica, ideal para o crescimento de quase todos os


microrganismos. Utilizado para o isolamento de microrganismos não
fastidiosos e diferenciação de Streptococcus spp. e Staphylococcus spp.
através da verificação da hemólise.

• Ágar Salmonella-Shigella:

Possui componentes que inibem microrganismos gram-


positivos. Se lactose for adicionada ao meio, há a diferenciação de
fermentadores e não fermentadores. Além disso, o tiossulfato de sódio
e o citrato férrico permitem a detecção de H²S. Através desse meio,
espécies de Salmonella e Shigella são isoladas.

• Ágar CLED:

Nesse meio, a lactose facilita a detecção de coliformes


contaminantes fermentadores. Por se tratar de um meio eletrólito-
deficiente, impede a formação do “véu” de Proteus spp. Ele é utilizado
para isolar e quantificar microrganismos Gram positivos, Gram
negativos e leveduras, em amostras de urina.

• Ágar chocolate:

No meio é adicionado sangue de cavalo, carneiro ou coelho, que


em temperaturas altas provoca a lise das hemácias, liberando hemina
e hematina, que auxiliam no crescimento de microrganismos
exigentes. Utilizado para o crescimento de microrganismos exigentes.

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Figura 1. Cultivo em Ágar MacConkey. (Fonte: Gemelli, Tanise. Manual prático de


Microbiologia clínica. Unisinos, 2020.)

Figura 2. Cultivo em Ágar CLED. (Fonte: Gemelli, Tanise. Manual prático de


Microbiologia clínica. Unisinos, 2020.)

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Figura 3. Cultivo em Ágar Salmonella-Shigella (SS). (Fonte: Gemelli, Tanise. Manual


prático de Microbiologia clínica. Unisinos, 2020.)

1.4 Provas Bioquímicas

• Ágar TSI:

Este meio é composto por 3 açúcares: glicose, lactose e sacarose,


a fermentação destes carboidratos, juntamente com a produção de
H2S e gás, permite a identificação e diferenciação de bacilos gram-
negativos. Além disso, também tem em sua composição o vermelho de
fenol, utilizado para a detecção de fermentação dos carboidratos e
sulfeto de ferro para detectar a produção de sulfato de hidrogênio.

o A fermentação é indicada pela mudança de cor do


indicador de pH vermelho para amarelo (pH ácido). Se
ocorrer fermentação da glicose, o meio fica amarelo no
fundo do tubo. A lactose e a sacarose ficam na inclinação
do meio e se ocorrer fermentação, também ficará amarelo.
o Se o fundo do tubo ficar enegrecido, significa que houve
produção de H2S;

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o Se ocorrer desprendimento do meio no fundo do tubo ou


formação de bolhas, indica que houve produção de gás.

Porção do
Ação da bactéria Característica observada
meio

Produção de gás Formação de bolhas ou rachaduras

Produção de H2S Coloração enegrecida


Base

Positivo: coloração amarela,


Fermentação da glicose
Negativo: inalterada ou púrpura.

Positivo: coloração amarela,

Superfície Fermentação da lactose

Negativo: inalterada ou púrpura.

Tabela 4. Interpretação do TSI. (Fonte: Quadro adaptado. CMCX Holanda, DS


Arimateia, R Motta Neto. Manual de Bacteriologia e de Enteroparasitos, 2017.)

• Ágar citrato simmons:

Meio utilizado para verificação da utilização de citrato de sódio


como única fonte de carbono, junto com sais de amônia, gerando
assim, uma alcalinização do meio. Caso isso ocorra, o indicador de pH
presente no meio faz com que ele mude sua coloração, que
inicialmente era verde, para azul.

• Ágar fenilalanina:

Utilizado para pesquisar a presença da enzima fenilalanina


desaminase, pois caso presente, ocorre a desaminação da fenilalanina

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presente no meio, formando ácido pirúvico. Essa reação é identificada


através do reativo de cloreto férrico que reage com o ácido, gerando
uma coloração esverdeada.

• SIM:

Meio utilizado para verificar a produção de sulfeto de hidrogênio


(H2S), a presença da enzima triptofanase, observando assim a formação
de indol, e a motilidade da bactéria.

o Se H2S positivo, o meio fica enegrecido;


o Se tem a enzima triptofanase, ocorre uma reação que gera,
dentre outros produtos, o indol, que por sua vez, é
identificado pelo reativo de Kovacs, gerando uma espécie
de anel rosa/avermelhado no meio;
o Para avaliar a motilidade observa-se a turvação. Se houver
turvação no meio, significa que a bactéria cresceu no local
da picada e ao redor, ou seja, é móvel (presença de flagelos).
Caso haja crescimento apenas no local da picada, a bactéria
é imóvel.

• Lisina:

Meio líquido que serve para verificação da enzima lisina


descarboxilase. Esse meio tem em sua composição: glicose, indicador
de pH e óleo mineral, pois como essa reação só ocorre na ausência de
oxigênio, é necessário vedar a entrada do mesmo.

A fermentação da glicose gera uma coloração amarelada e o


produto dessa reação ativa a enzima em questão, alcalinizando o meio
e, através do indicador de pH presente, o meio volta a sua coloração
original (lilás).

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2 Semeadura e Gram

2.1 Coleta de material biológico

A qualidade da amostra biológica implica diretamente no


resultado final que é liberado pelo laboratório. Por isso, a coleta,
transporte e armazenamento do material biológico são etapas tão
importantes desse processo. O material que foi coletado deve ser, antes
de qualquer coisa, representativo do processo infeccioso. Para se ter
uma amostra representativa, esta deve: ser coletada do melhor sítio da
lesão, deve-se evitar contaminação, o número de células epiteliais deve
ser menor que o número de leucócitos, a quantidade de material obtido
deve ser suficiente para execução de todas as técnicas e a coleta deve
ser realizada antes da administração do antibiótico e na fase aguda da
doença. Todas essas condições asseguram ao microbiologista que o
material analisado é representativo e, se todas as técnicas forem
realizadas corretamente, garante também um resultado confiável e
fidedigno.

2.2 Técnicas de semeadura

2.2.1 Semeaduras em placas de petri

Para a semeadura em placa de petri, 4 grandes técnicas de


semeadura são utilizadas: estrias simples, estrias múltiplas, distensão e
disseminação (pour-plate).

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• Estrias simples:

São aquelas em que é transferido uma alçada da cultura para o


meio, com o auxílio da alça bacteriológica. A estria pode ser realizada
em zig-zag ou em forma de linha reta sobre o meio, o que chamamos
de estria sinuosa e estria reta, respectivamente. Sendo essa técnica
bastante utilizada para visualização de determinadas características
metabólicas da bactéria.

Figuras 4 e 5. Estrias simples em placa de petri. (Fonte: Aloysio de Mello e Raquel de


Souza. Apostila de Aulas Práticas – Bacteriologia. UFF 2007.)

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• Estrias múltiplas:

Nesta técnica, após transferência de uma alçada da cultura para


o meio com alça bacteriológica, divide-se a placa em 4 quadrantes e
podem ser realizadas 3 ou 4 estrias para visualização de determinadas
características metabólicas da bactéria.

Figuras 6 e 7. Estrias múltiplas em placa de petri. (Fonte: Aloysio de Mello e Raquel


de Souza. Apostila de Aulas Práticas – Bacteriologia. UFF 2007.)

• Por distensão:

Nessa técnica, é transferido 0,1mL da cultura para o meio em


placa e deve-se espalhar o material uniformemente com a ponta da
pipeta, ou alça bacteriológica/ swab/ alça Drigalsky. Técnica
extremamente utilizada para realização do antibiograma, visa a
obtenção do crescimento confluente ou para contagem bacteriana.

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Figura 8. Estrias por distensão em placa de petri. (Fonte: Aloysio de Mello e Raquel
de Souza. Apostila de Aulas Práticas – Bacteriologia. UFF 2007.)

• Disseminação ou pour-plate (método em profundidade):

Deve-se transferir 1 mL da cultura para a placa de petri ainda


vazia, depois adiciona-se 10 – 20 mL do meio fundido e resfriado sobre
a cultura e homogeneizar em movimentos circulares. Técnica utilizada
para contagem bacteriana.

Figura 9. Método em profundidade em placa de petri. (Fonte: Aloysio de Mello e


Raquel de Souza. Apostila de Aulas Práticas – Bacteriologia. UFF 2007.)

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2.2.2 Semeaduras em meios sólidos em tubos

• Estrias sinuosas:

Utilizada para obtenção de intensa massa de microrganismos.


Nesta técnica, devemos semear em zig-zag, partindo da base para a
superfície inclinada do meio.

Figura 10. Estrias sinuosas em meio sólido em tubo. (Fonte: Aloysio de Mello e
Raquel de Souza. Apostila de Aulas Práticas – Bacteriologia. UFF 2007.)

• Estrias retas:

Com uma agulha bacteriológica, deve-se fazer uma linha reta


partindo da base para a extremidade do bisel (superfície inclinada do
meio), objetivando a obtenção de pequena massa de microrganismo.

Figura 11. Estria reta em meio sólido em tubo. (Fonte: Aloysio de Mello e Raquel de
Souza. Apostila de Aulas Práticas – Bacteriologia. UFF 2007.)

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• Picada central:

Semeia-se no centro do ágar e a depender do objetivo, o inoculo


deve penetrar até 2/3 do tubo ou até o fundo deste, em meio inclinado.
O objetivo é verificar a fermentação e a motilidade em algumas outras
técnicas.

Figura 12. Picada central em meio sólido em tubo. (Fonte: Aloysio de Mello e Raquel
de Souza. Apostila de Aulas Práticas – Bacteriologia. UFF 2007.)

• Picada em profundidade:

Semelhante à picada central, nesta técnica deve-se semear no


centro do ágar e a depender do objetivo, o inoculo deve penetrar até
2/3 do tubo ou até o fundo deste, porém no meio em camada alta. O
objetivo também é verificar a fermentação e a motilidade em algumas
técnicas.

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Figura 13. Picada em profundidade em meio sólido em tubo. (Fonte: Aloysio de


Mello e Raquel de Souza. Apostila de Aulas Práticas – Bacteriologia. UFF 2007.)

2.2.3 Semeadura em meios líquidos

• Difusão:

Nesta técnica, uma alçada da colônia ou cultura, deve ser


introduzida no meio líquido, com agitação da alça, provocando assim,
uma maior difusão dos microrganismos. O objetivo é repique para
crescimento em meio líquido.

2.3 Coloração de gram

As bactérias podem ser classificadas como gram-positivas ou


gram-negativas, baseado na sua resposta frente ao método de
coloração de gram. Assim sendo, a coloração de gram, é um método
bastante utilizado na rotina laboratorial e ele permite a classificação das
bactérias de acordo com suas características morfotintoriais, e serve
para um diagnóstico rápido e presuntivo de um possível agente
infeccioso.

Neste método, a diferenciação das bactérias ocorre de acordo


com as características de suas paredes-celulares e depende da
capacidade de certas bactérias de reter os corantes empregados na
técnica, após uma breve lavagem com álcool ou acetona. As bactérias

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gram-positivas possuem uma camada espessa de peptidoglicano,


além de grandes quantidades de ácido teicóico, e por esse motivo elas
retêm o cristal violeta da fase inicial da coloração e não são afetadas
pela lavagem com álcool absoluto, por isso, ao final da técnica, elas
apresentam cor azul/roxa. Enquanto isso, as bactérias gram-negativas
possuem uma fina camada de peptidoglicano e quando passam pela
etapa de lavagem com álcool, perdem a coloração gerada pelo cristal
violeta e posteriormente se coram com corante de fundo, a fucsina. Ao
final do processo, as bactérias Gram-negativas apresentam cor
rosa/vermelha.

Figura 14. Coloração de gram. A – Cocos Gram-positivos; B – Bacilos Gram-negativos.


(Fonte: CMCX Holanda, DS Arimateia, R Motta Neto. Manual de Bacteriologia e de
Enteroparasitos, 2017.

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2.3.1 Realizando a coloração

Como mencionado anteriormente, o uso dos corantes dessa


técnica permite a diferenciação das bactérias em bactérias gram
positivas e gram negativas e para isso 3 etapas principais estão
envolvidas neste processo: a coloração com o cristal violeta, a
descoloração (utilizando álcool absoluto/acetona) e a contra-coloração,
utilizando fucsina. O passo a passo da coloração está descrito logo
abaixo:

1. Realização de um esfregaço de acordo com a amostra recebida;


2. Cubra o esfregaço com cristal violeta e deixe agir por 1 minuto;
3. Lave com água corrente para retirar o excesso de corante;
4. Cubra o esfregaço com Lugol e deixe agir por 1 minuto;
5. Lave com água corrente;
6. Realize a descoloração da lâmina com álcool absoluto até que
não escorra mais o cristal violeta (15 a 20 segundos são
suficientes);
7. Lave com água corrente;
8. Cubra o esfregaço com fucsina e deixe agir por 30 segundos;
9. Lave com água corrente e seque ao ar ou com papel-
filtro/toalha;
10. Visualize no microscópio. Logo após, leia em objetiva de
imersão (100 X).

Figura 15. Coloração de gram. (Fonte: Kasvi, 2019. Disponível em Coloração de Gram -
O que é bactéria Gram-positiva e Gram-negativa? (kasvi.com.br).

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3 Microrganismos mais frequentes


na rotina do laboratório clínico

3.1 Cocos gram-positivos

De forma geral, os cocos gram-positivos representam os


microrganismos isolados com mais frequência de amostras clínicas.
Esses microrganismos estão disseminados na natureza, fato que
dificulta a interpretação de seu isolamento e por isso, deve ser sempre
correlacionado com a condição clínica do paciente. Os efeitos
patogênicos dessas bactérias são ocasionados pela produção de
exotoxinas ou de enzimas, como as toxinas estafilocócicas que são
responsáveis pelas intoxicações alimentares, síndrome da pele
escaldada e síndrome do choque tóxico. Dada a importância desses
microrganismos, neste capítulo discutiremos sobre a importância
clínica e identificação dos estafilococos, estreptococos e as bactérias
semelhantes a Streptococcus.

3.1.1 Estafilococos

Os estafilococos são as bactérias mais resistentes no meio


ambiente, podendo sobreviver por meses em amostras clínicas secas.
Atualmente, estes microrganismos ainda é um dos mais importantes
patógenos para o homem.

São cocos gram-positivos não esporulados, imóveis e catalase-


positivos. Frequentemente, esses microrganismos aparecem em
grupos semelhantes a cachos de uva. As espécies são, em sua maioria,
anaeróbios facultativos. Os estafilococos podem ser encontrados na

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pele e mucosas de seres humanos e alguns dos estafilococos que são


patogênicos produzem a enzima coagulase e sua detecção é usada no
laboratório para a identificação desses microrganismos. As espécies
mais frequentes em infecções humanas são S. aureus (coagulase
positiva) e S. epidermidis e S. saprophyticus (ambas coagulase
negativa).

Figura 16. Staphylococcus aureus. (Fonte: ANVISA. Resistência Bacteriana –


Mecanismos e impacto clínico.)

• Staphylococcus aureus:

Entre os estafilococos, esse é o patógeno mais importante, e


embora ele frequentemente constitua parte da microbiota humana,
ele pode causar infecções oportunistas significativas em condições
apropriadas. Essas infecções podem variar desde infecções cutâneas
relativamente benignas, como foliculite simples e impetigo, até
doenças sistêmicas potencialmente fatais, como bronco pneumonia
estafilocócica e pneumonia hospitalar.

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Foliculite, impetigo, furúnculos e carbúnculos,


hidradenite supurativa, mastite, infecção de
feridas, celulite e infecções complicadas de tecidos
moles, infecções da corrente sanguínea,
Infecções associadas a
endocardite, meningite, pericardite, infecções
Staphylococcus aureus pulmonares, infecções ósseas e articulares,
piomiosite, intoxicação alimentar por estafilococos,
síndrome da pele escaldada, síndrome do choque
tóxico, bacteriúria e infecções das vias urinárias.

Tabela 5. Infecções associadas a Staphylococcus aureus. (Fonte: Quadro adaptado.


Koneman, Elmer, et al. "Diagnóstico microbiológico: texto e atlas colorido."
Diagnóstico microbiológico: texto e atlas colorido. 2012.)

Falando um pouco sobre as resistências aos antimicrobianos, a


resistência à penicilina foi detectada logo após o início de seu uso,
através de genes que codificavam as enzimas β-lactamases. Por volta
de 1960, a meticilina foi lançada no mercado como alternativa
terapêutica para cepas produtoras de penicilinase, visto que essa droga
não sofre ação dessa enzima, mas pouco depois, em 1961, começaram a
surgir relatos de cepas também resistentes à meticilina, por isso foram
chamados de Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA).
Com relação à resistência das cepas MRSA O mecanismo está
relacionado à alteração de proteínas ligadoras de penicilina (PBP),
codificada pelo gene mecA e sem relação com a produção de beta-
lactamases. Atualmente, os glicopeptídeos (vancomicina e
teicoplanina) são as drogas clássicas de escolha para o tratamento de
infecções causadas por MRSA.

• Staphylococcus epidermidis:

Causador de infecções de cateteres e próteses, o Staphylococcus


epidermidis é o mais frequente microrganismo encontrado em
hemoculturas. Esse microrganismo se apresenta como coagulase
negativa e quase todas as infecções causadas por ele são adquiridas no

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hospital, à exceção da endocardite de valvas nativas e das infecções de


dispositivos de acesso venoso semipermanentes.

• Staphylococcus saprophyticus:

As espécies de S. saprophyticus coagulase-negativas merecem


um destaque por serem comumente associadas a casos de infecções
agudas das vias urinárias, tanto as vias superiores, quanto às vias
inferiores, atingindo principalmente mulheres jovens e sexualmente
ativas.

Staphylococcus saprophyticus, atualmente constitui a segunda


causa mais comum de infecção das vias urinárias, é percebido que a
sua presença acomete cerca de 3 a 9% dos casos de cistite aguda não
complicada.

• Identificação de estafilococos:

De forma geral, o teste mais importante na identificação da


família Micrococcaceae é a prova da catalase, e esta família é composta
de quatro gêneros: Planococcus, Micrococcus, Stomatococcus e
Staphylococcus. Os staphylococcus, de uma maneira prática, são
divididos em duas categorias: coagulase positivos e coagulase
negativos de acordo com a resposta ao teste da coagulase.

Figura 17. Teste da catalase. Lâmina superior catalase positiva, enquanto a lâmina
inferior é catalase negativa. (Fonte: Técnicas de semeadura. Roteiro aula prática,
turma de nutrição. UNIRIO.

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Figura 18. Teste da coagulase em tubo. Observar que o tubo superior apresenta a
reação de coagulação. (Fonte: CMCX Holanda, DS Arimateia, R Motta Neto. Manual
de Bacteriologia e de Enteroparasitos, 2017.)

Teste Finalidade Interpretação

Formação de bolhas indica ser a


família Microccocaceae (Ex.:
Verificar a presença da Staphylococcus spp.);
enzima catalase e assim
Prova da
distinguir os grupos
catalase
estafilococos e
estreptococos. Sem formação de bolhas indica ser a
família Streptococcacea.

Verificar se o
microrganismo possui a Formação de coágulo inteira ou
coagulase livre e ligada, parcial, identifica S. aureus.
Prova da que, reagindo com um
coagulase fator plasmático, forma um
complexo que atua no Se não há formação de coágulo,
fibrinogênio do plasma identifica Staphylococcus coagulase
formando a fibrina. negativa.

Formação de halo transparente,


Verificar se o
identifica S. aureus;
microrganismo possui a
Teste da
enzima
DNase Ausência de formação de halo
desoxirribonuclease, a qual
degrada o DNA. transparente, identifica
Staphylococcus coagulase negativa.

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Formação de halo amarelo ao redor


Verificar se o das colônias, identifica S. aureus.
Teste de
microrganismo consegue
fermentação
fermentar o manitol
do manitol
contendo 7,5% de cloreto
salgado Meio permanece inalterado ao redor
de sódio.
das colônias, identifica
Staphylococcus coagulase negativa.

Teste de Verificar se o
Formação de halo ≤ 16 mm, identifica
resistência a microrganismo é resistente
S. saprophyticus.
novobiocina à novobiocina.

Formação de halo ≥ 15 mm, identifica


Staphylococcus spp.
Teste de
Diferenciar Staphylococcus
resistência à
spp. de Micrococcus spp.
furazolidona
Formação de halo ≤ 14 mm, identifica
Micrococcus spp.

Formação de halo ≥ 10 mm, identifica


Micrococcus spp.;
Teste de
Diferenciar Staphylococcus
resistência à
spp. de Micrococcus spp.
bacitracina
Formação de halo ≤ 9 mm, identifica
Staphylococcus spp.

Tabela 6. Identificação de estafilococos Fonte: Quadro adaptado. ANVISA. Gram-


positivos. Disponível em: Gram-positivos (anvisa.gov.br).

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Figura 19. Fluxograma de identificação de Staphylococcus. (Adaptado da ANVISA:


Gram-positivos.)

3.1.2 Enterococos

Os Enterococcus spp. fazem parte do grupo dos cocos gram-


positivos agrupados em cadeia, anaeróbios facultativos e que são
catalase negativa. Possuem algumas características que facilitam sua
diferenciação dos demais gêneros, a hidrólise da esculina na presença
de 40% de sais de bile, a hidrólise da pirrolidonil-ß-naftilamida (PYR),
que ocorre na maior parte das espécies e também da leucina-ß-
naftilamida (LAP) são algumas delas. Além disso, uma característica
importante dos enterococos é que eles sobrevivem na concentração de
6,5% de NaCl, a 60 °C por 30 minutos, fato que ajuda na identificação do
mesmo.

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Os enterococos fazem parte da microbiota normal do ser


humano, mas já é classicamente conhecida a relação deste gênero com
a endocardite bacteriana, além de estarem relacionados também a
infecções do trato urinário, infecções da corrente sanguínea e infecções
de sítio cirúrgico e intra-abdominais. As espécies E. faecalis e E. faecium
são as que possuem maior relevância clínica.

• Identificação dos enterococos:

Teste Finalidade Interpretação

Diferenciar Enterococcus spp.


e Streptococcus bovis
Presença de cor
(Streptococcus do grupo D)
enegrecida no meio é
Ágar bile-esculina de Streptococcus spp. Se
indicativa da presença de
Enterococos positivo, a
hidrólise.
esculina presente no meio é
hidrolizada

Os Enterococos possuem a
capacidade de crescer em A turvação ou mudança de
altas concentrações de sal, por cor (no caso de adição de
NaCl 6,5%
isso esse teste diferencia indicador) é indicativa de
Enterococcus spp. de crescimento bacteriano.
Streptococcus spp.

Tabela 7. Identificação de estreptococos. (Fonte: Quadro adaptado. ANVISA. Gram-


positivos. Disponível em: Gram-positivos (anvisa.gov.br).)

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Figura 20. Fluxograma de identificação das espécies dos gêneros Enterococcus.


(Adaptado da ANVISA. Gram-positivos.)

3.1.3 Estreptococos

As bactérias do gênero Streptococcus são comumente


associadas às infecções do trato respiratório, pele e tecidos moles,
endocardites, sepse e meningites. São caracterizados como cocos
Gram-positivos, anaeróbios facultativos, não produtores de catalase e
de citocromo-oxidase, além disso, os estreptococos de importância
clínica são conhecidos por serem homo fermentadores. Eles também
podem produzir hemolisinas, podendo realizar: alfa-hemólise, beta-
hemólise e gama-hemólise, e essa reação hemolítica é bastante
utilizada no laboratório para sua identificação e classificação.

• Alfa-hemólise: é caracterizada por uma hemólise parcial das


hemácias. Streptococcus pneumoniae caracteriza-se por

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produzir esta categoria de hemólise. Isso gera uma zona cinza-


esverdeada no meio de cultura ao redor da colônia;
• Beta-hemólise: é caracterizada pela lise completa das hemácias
que rodeiam a colônia, gerando uma zona transparente ao redor
da colônia.
• Gama-hemólise: é caracterizada pela ausência de hemólise, por
isso não há modificação do ágar.

Os estreptococos são classificados de acordo com a sorologia, e


baseiam-se nas características antigênicas de um polissacarídeo de
composição variada chamado carboidrato C, localizado na parede
celular do microrganismo, que pode ser detectado por técnicas
imunológicas. Tomando por base esse polissacarídeo, os estreptococos
foram divididos em 20 grupos sanguíneos, designados por letras
maiúsculas do alfabeto, onde os de relevância clínica são os grupos A, B
e D:

• GRUPO A: Streptococcus pyogenes (β-hemolíticos) são a espécie


mais patogênica para o homem, embora o mesmo faça parte da
microbiota. Podem causar infecção da orofaringe, tonsilite,
infecções de feridas e de pele. Podem causar infecções não
supurativas como doenças reumáticas, coreia de Sydenham e
glomerulonefrite aguda.
• GRUPO B: causam mais frequentemente infecções perigosas nos
recémnascidos e infecções articulares e cardíacas (Streptococus
agalactiae).
• GRUPO C: frequentemente são transportadas por animais, mas
também crescem na orofaringe, no intestino, na vagina e tecido
cutâneo do ser humano. Podem causar infecções graves.
• GRUPO D: até 1984 os enterococos entravam nesse grupo.

Streptococcus pyogenes

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Principal agente da faringite bacteriana. Pode promover doenças


supurativas ou não. Conhecida também como “bactéria carnívora” devido à
produção de hialuronidase.

O diagnóstico laboratorial se baseia em:

• MACROSCOPIA: colônias grandes e hemolíticas em Ágar sangue;


• BACTERIOSCOPIA: cocos gram positivos dispostos em cadeia;
• DETECÇÃO ANTIGÊNCIA (grupo A);
• PYR teste positivo.
• PROVA DA BACITRACINA: consiste na verificação da sensibilidade do
microrganismo isolado frente a um disco de Bacitracina. A prova é
realizada em meio de Ágar sangue, incubado à 35ºC / 24h em
microaerofilia. A bacitracina altera a permeabilidade das membranas
e inibe a síntese de parede celular. A formação de um halo se
crescimento ao redor do disco identifica o Strepcoccus pyogenes,
sendo considerado qualquer tamanho de halo. A prova não é 100 %
segura porque 5% de outros estreptococos do grupo A também são
sensíveis à bacitracina.
• CATALASE NEGATIVA;
• HEMÓLISE: beta-hemólise (halo transparente).
• PYR: determina a atividade da enzima produzida pelo S. pyogenes,
pirrolidonilarilamidase, mas não pelos demais beta-hemolíticos.
(Teste positivo: coloração avermelhada; teste negativo: coloração
amarelo-alaranjada).

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Streptococcus agalacteae

Presente na microbiota do TGI e genital. Comumente associado a casos de


sepse, pneumonia e meningite em neonatos.

O diagnóstico laboratorial se baseia em:

• MACROSCOPIA: colônias grandes e hemolíticas em Ágar sangue;


• CATALASE NEGATIVA;
• BACTERIOSCOPIA: cocos gram positivos dispostos em cadeia;
• PYR negativo;
• PROVA DA BACITRACINA;
• CAMP-TEST: visa a identificação das cepas de S. agalactiae, que
produzem o fator CAMP, que atua sinergicamente com a β-hemolisina
produzida pelo Staphylococcos aureus em ágar sangue;
• TESTE DO HIPURATO: o hipurato de sódio presente no tubo é
hidrolisado pela enzima. Pode ser utilizada a ninidrina (observação da
mudança de cor pela produção de glicina) ou o cloreto férrico
(produção de cor leitosa/esbranquiçada pela obtenção do ácido
benzoico) como reveladores.

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Streptococcus pneumoniae

Bactéria anaeróbia facultativa responsável por quadros respiratórios graves.

O diagnóstico laboratorial se baseia em:

• MACROSCOPIA: colônias grandes encapsuladas alfa-hemolíticas;


• CATALASE NEGATIVA;
• BACTERIOSCOPIA: cocos gram positivos dispostos em cadeia;
• PROVA DA OPTOQUINA: sensível com halo > 14 mm.
• TESTE DA BILE-SOLUBILIDADE: as colônias se dissolvem em contato
com caldo de bile.

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3.1.4 Chave de identificação dos cocos gram-positivos

Tabela 8. Identificação dos cocos gram-positivos.

3.2 Bacilos gram-negativos fermentadores de


carboidratos

Os bacilos gram-negativos fermentadores de carboidrato


formam um grupo que, atualmente, conta com mais de 42 gêneros e
mais de 100 espécies. Algumas dessas são patogênicas, causando o que
chamamos de enteroinfecções.

De forma geral, as enterobactérias possuem algumas


características em comum e que definem a família Enterobacteriaceae,

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por exemplo: são bacilos gram-negativos, fermentam a glicose


podendo produzir ou não gás, são aeróbios e anaeróbios facultativos,
boa parte delas consegue reduzir nitrato a nitrito, a maioria é oxidase
negativa e catalase positiva, podem ser móveis por flagelos peritríquios
ou imóveis e crescem bem em meios comuns de cultua, como ágar
MacConkey.

Além disso, as enterobactérias também possuem alguns fatores


de virulência, são eles:

• Cápsula (antígeno K): impede o reconhecimento pelas células


de defesa;
• Antígeno H (flagelo): locomoção e fixação;
• Endotoxina: induz ativação do complemento, liberação de
citosinas e Coagulação intravascular disseminada,
• Variação de fase antigênica (Ags K e H - controle genético);
• Sequestro de fatores de crescimento – Ferro;
• Resistência ao poder bactericida do soro – sistema
complemento;
• Resistência Antimicrobiana.

Dentre os gêneros prevalentes em infecções em humanos,


temos: Escherichia, Salmonella, Shigella, Klebsiella, Enterobacter,
Serratia, Citrbacter, Proteus, Providencia, Morganella, sendo os três
primeiros os principais e por isso são o foco deste capítulo.

3.2.1 Escherichia coli

Principal agente de infecção do trato urinário (cerca de 80%) e


bastante associada a quadros de meningite, de enterites e
gastroenterites, a Escherichia coli possui antigenicidade complexa,
com produção de exotoxinas (Toxina de Shiga- Stx).

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E. coli enterohemorrágica – EHEC: intestino grosso

Virulência: produz toxina de Shiga (verotoxina) devido a bacteriófagos


lisogênicos, possui plasmídeo que sintetiza hemolisina, a qual lisa as
hemácias para obter ferro, possui uma região específica no DNA (LEE)
responsável pela produção de proteínas tóxicas para a célula hospedeira. Ex:
intimina, que aumenta a aderência da célula bacteriana com a célula do
hospedeiro.

Mecanismo de ação: adere ao epitélio e libera a toxina, a qual se liga no


receptor GB3 pela subunidade B e é absorvida por endocitose. Na célula, a
subunidade A inativa os ribossomos com consequente inativação da síntese
proteica matando a célula, provocando ativação das plaquetas e da cascata
de coagulação na região do epitélio, as quais formam uma malha com
deposição de fibrina e estreitamento capilar provocando lise das hemácias,
o que provoca um quadro de anemia hemolítica e insuficiência renal, pois o
epitélio renal apresenta receptor GB3.

Patologias: está associada à hemorragia no cólon (colite hemorrágica) e


quando se agrava como quadro secundário pode desenvolver síndrome
hemolítica urêmica (SHU).

Sintomas: cólicas abdominais, diarreia não sanguinolenta no início. Fezes


sanguinolentas 2 dias após os sintomas, febre baixa ou ausente.

E. coli enterotoxigênica – ETEC: intestino delgado

Virulência: produz toxina termolábil (LT1 e LT2) e toxina termoestável (STa


e STb).

Mecanismo de ação: adere ao epitélio e libera a toxina, a qual se liga ao


receptor GM1 e ao ser internalizada libera a subunidade A que se liga às
proteínas Gs ativando a adenilato cilcase que converte ATP em AMPc,
ativando a abertura de canais iônicos, provocando aumento da secreção de
íons de cloro e diminuição da absorção de Na+ e Cl-, aumentando a
quantidade de sal na luz do intestino, alterando o equilíbrio osmótico e
provocando o aumento de líquido na luz intestinal, acarretando
diarreia aquosa, sem sangue, muco ou pus.

Patologias: diarreia da criança desmamada e DIARREIA DO VIAJANTE


(ingestão de água e alimentos contaminados).

Sintomas: cólica abdominal, náusea, vômito e diarreia aquosa sem sangue,


muco ou pus.

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E. coli enteropatogênica – EPEC: intestino delgado

Virulência: proteína formadora de feixes - BPF (plasmídio), loccus de


apagamento de enterócito (LEE), secreção do tipo III.

Mecanismo de ação: adesão ao epitélio com formação de microcolônias e


subsequente destruição das microvilosidades intestinal, reduzindo a área e
a quantidade de absorção de nutrientes pelos enterócitos, provocando
fezes aquosa e com muco (proveniente da destruição dos enterócitos).

Patologias: diarreia infantil.

Sintomas: diarreia aquosa, com presença de muco.

E. coli enteroagregativa – EAEC: intestino delgado

Virulência: toxina termoestável enteroagregativa (EAST), toxina codificada


por plasmídeo (PET), fímbria de aderência agregativa (AAF I).

Mecanismo de ação: com o auxílio da AAF I a bactéria adere a superfície


intestinal estimulando um aumento da secreção de muco formando um
biofilme espesso, fazendo com que a bactéria fique protegida dos
antibióticos e células fagocíticas, sendo então caracterizada pela
propriedade de aglutinação, como em um arranjo de “tijolos empilhados”.

Patologias: diarreia infantil com desidratação, diarreia crônica.

Sintomas: diarreia aquosa persistente, com muco.

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E. coli enteroinvasiva – EIEC: intestino grosso

Virulência: atua semelhantemente à Shigella.

Mecanismo de ação: adere ao epitélio intestinal e penetra na célula,


multiplica-se na célula e invade as células epiteliais adjacentes (evitando os
mecanismos de defesa imunológica) através da adesão celular com
liberação de toxina, causando lise celular (provoca sangue nas fezes),
provocando a formação de abscesso a medida que as células são mortas,
provocando assim, invasão e destruição do epitélio do cólon, produzindo
uma doença caracterizada inicialmente pela diarreia aquosa; em alguns
pacientes a doença progride para uma forma de disenteria.

Patologias: síndrome disentérica.

Sintomas: febre, dores abdominais, fezes sanguinolentas e com muco.

• Identificação laboratorial da Escherichia coli:

Teste Resultado

Cultivo em ágar E. coli fica verde com brilho metálico


EMB

TSI Glicose, sacarose e lactose (+), gás (+) e H2S (-)

SIM Motilidade (+), H2S (-) e indol (+)

Citrato Negativo

Urease Negativa

Vermelho de metila (+): produz ácidos fortes (ácido lático, acético e fórmico) a partir da
glicose

Fenilalanina Negativa

Lisina Negativa

Tabela 9. Identificação laboratorial da E. coli.

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3.2.2 Salmonella

A Salmonella possui transmissão fecal-oral, através,


principalmente, da ingestão de água e alimentos contaminados, e não
faz parte da microbiota humana.

• Virulência: endotoxina, antígenos flagelares e capsulares


(Antígeno Vi em S. Typhi), tolerância aos ácidos em vesículas
fagocíticas, sobrevivência em macrófagos, produção de enzimas
(catalase e superóxido dismutase).
• Mecanismo de ação: adere ao epitélio intestinal, entra na célula
e é fagocitada, dentro do fagossoma sobrevive graças às enzimas;
se o fagossoma não for destruído a bactéria vai se multiplicar,
podendo sair da célula, alcançar a corrente sanguínea e se
disseminar.
• Patologias: septicemia, gastroenterite (forma mais frequente de
salmonelose), febre entérica ou tifóide (as bactérias atravessam o
epitélio do intestino e são fagocitadas por macrófagos, onde se
reproduzem quando levadas ao fígado, baço e medula óssea).
• Sintomas:
o Gastroenterite: Náuseas, vômitos e diarreia não
sanguinolenta (não ocorre destruição celular), pode ocorrer
febre, cólicas, mialgias;
o Febre tifóide: febre alta, dor de cabeça, mialgia, mal-estar,
anorexia ocorrem de 10 a 14 dias após a contaminação.

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3.2.3 Shigella

• Virulência: baixo inoculo é suficiente para causar infecção (200


microrganismos viáveis), produção de endotoxina e genes de
aderência, invasão e replicação intracelular, toxina de Shiga – S.
dysenteriae.
• Mecanismo de ação: adere ao epitélio intestinal e penetra na
célula, multiplica-se na célula e invade as células epiteliais
adjacentes (evitando os mecanismos de defesa imunológica)
através da adesão celular com liberação de toxina, causando lise
celular (provoca sangue nas fezes), provocando a formação de
abscesso à medida que as células são mortas. Vale destacar que
a bactéria raramente se dissemina na corrente sanguínea.
• Patologias: Shigelose – disenteria bacilar.
• Sintomas: espasmos abdominais, febre, diarreia, fezes
sanguinolentas e com pus, cólicas, mialgias generalizadas, até 20
evacuações por dia.

• Ágar Salmonella-Shigella (SS):

O meio de cultura para Salmonella e Shigella é o Ágar


Salmonella-Shigella (SS), que é um meio de cultura altamente seletivo
para o isolamento de Salmonella spp. e algumas espécies de Shigella.
Os microrganismos gram-positivos e os coliformes são inibidos por
componentes seletivos e a diferenciação dos microrganismos é obtida
através da adição da lactose no meio. As bactérias fermentadoras
formam colônias vermelhas e as não fermentadoras formam colônias
incolores.

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3.2.4 Vibrio cholerae

São bacilos gram-negativos curvos ou às vezes retos, anaeróbios


facultativos, móveis, fermentadores de glicose, em geral, sem produzir
gás, oxidase positivos e crescem em caldo com NaCl 6%. Sua virulência
está na toxina colérica pentamérica.

Atuam aderindo ao epitélio e liberando a toxina, a qual se liga ao


receptor GM1 e ao ser internalizada libera a subunidade A que se liga às
proteínas Gs ativando a adenilato cilcase que converte ATP em AMPc,
ativando a abertura de canais iônicos, inibindo a reabsorção de Na+ e
aumentando a secreção de bicarbonato de sódio (NaHCO₃) e potássio
(K), aumentando a quantidade de sal na luz do intestino, alterando o
equilíbrio osmótico e provocando o aumento de líquido na luz
intestinal, acarretando diarreia aquosa, sem sangue, muco ou pus e
desidratação, podendo causar hipocalemia, choque e morte.

O Vibrio cholerae, causador da cólera e de gastroenterites,


provoca manifestações entre 2 e 3 dias após contaminação, dores
abdominais, diarreia aquosa sem muco e sangue, náuseas e vômitos,
fezes sem cor (conhecidas como: água de arroz), câimbras e arritmia
cardíaca.

O diagnóstico começa desde a microscopia, onde pode ser


observado os bacilos gram negativos pequenos e curvos ou bacilos
móveis, quando observado em microscopia de campo escuro. O meio
seletivo é o TCBS (tiossulfato-citrato-sais biliares-sacarose) e o de
enriquecimento a Água Peptonada Alcalina (APA). No TCBS cepas de V.
cholerae fermentam a sacarose e aparecem como colônias amarelas.
As colônias suspeitas no plaqueamento primário são repicadas nos
meios convencionais de triagem bioquímica: tríplice Açúcar Ferro – TSI;
motilidade, Indol e H₂S – SIM; lisina - LIA, posteriormente é realizada a
prova da oxidase e confirmação sorológica.

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3.3 Coliformes

Os coliformes são uma classe de bactérias que é subdividida em


totais e fecais. Os coliformes totais são todos os bacilos gram-negativos,
não esporulados, aeróbios ou anaeróbios facultativos, oxidase negativa,
capazes de crescer na presença de sais biliares e que fermentam a
lactose com produção de gás à temperatura de 35-37 °C em 24-48 h, e
que podem apresentar atividade da enzima β-galactosidase. Ex.:
Escherichia, Citrobacter, Klebsiella e Enterobacter.

Já os coliformes fecais ou termotolerantes são um subgrupo das


bactérias coliformes, que atuam como indicadores de contaminação
fecal, devido a sua ocorrência ser restrita às fezes humanas e de outros
animais de sangue quente. Sua presença evidência o risco da presença
de organismos patogênicos. São resistentes a temperatura de 44,5 + -
0,2° C por 24 horas, produzem indol a partir do triptofano, são oxidase
negativas, não hidrolisam a ureia e apresentam atividade das enzimas
β-galactosidase e β-glucoronidase. Ex.: Escherichia coli.

As técnicas bacteriológicas para isolamento de coliformes na


água são: técnica dos tubos múltiplos (NMP); técnica da membrana
filtrante; técnica do substrato definido (Colilert) e técnica do
laminocultivo e Petrifilm.

3.4 Micobactérias

Com o passar do tempo, foi percebido que tanto o agente


etiológico da tuberculose, como o da hanseníase possuíam

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características morfotintoriais de bacilos álcool-ácido resistentes, por


isso esses agentes são agrupados ao gênero Mycobacterium,
estabelecendo as espécies Mycobacterium tuberculosis e M. leprae,
respectivamente.

Mycobacterium tuberculosis, por ser o agente causador da


tuberculose, é a espécie mais relevante desse grupo. Transmitida de
pessoa a pessoa por aerossóis produzidos durante a expectoração, a
tuberculose apresenta evolução crônica, sendo caracterizada pelo
comprometimento dos pulmões, podendo atingir outros órgãos.
Baseado nisso, o diagnóstico precoce e correto é fundamental.

As amostras para análise em laboratório podem ser tanto


extrapulmonares, quanto o próprio escarro. É realizada a baciloscopia
ou exame microscópico, que é a pesquisa de Bacilos Álcool-Ácido
Resistentes em um esfregaço de amostra clínica, preparado e corado
com metodologia padronizada. O método de coloração é o Ziehl-
Neelsen (a quente). Para amostras de escarro é obrigatória a
baciloscopia, pois identifica com rapidez a maioria dos casos bacilíferos.
Os meios de cultivo padrão ouro, nesse caso, são Lowenstein–Jensen
(LJ), Ogawa-Kudon (OK), 7H-10 e 7H-11 de Middlebrook e 7H-9 de
Middlebrook.

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4 Entendendo a fase analítica

4.1 Urocultura

Quando há suspeita de infecção do trato urinário, a urina para


cultivo é coletada. Os agentes etiológicos das ITUs são: Enterococcus
spp., Escherichia coli., Pseudomonas aeruginosa, Proteus spp,
Staphylococcu aureus, Staphylococcus coagulase negativa,
Streptococcus spp., Candida spp., Klebsiella pneumoniae, Serratia spp.,
e Enterobacter spp.

Para o semeio de amostras urinárias o meio de escolha é o ágar


CLED, meio deficiente em eletrólitos, impedindo assim a formação do
véu característico de Proteus sp. A coloração original desse meio é azul-
claro, mas quando a bactéria é lactose positiva, o meio fica com cor
amarelada. Já as colônias que são lactose negativas têm cor azul.

Figura 21. Semeio quantitativo em ágar CLED de cepa lactose positiva. (Fonte: CMCX
Holanda, DS Arimateia, R Motta Neto. Manual de Bacteriologia e de Enteroparasitos,
2017.

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Além do ágar CLED, outros meios são utilizados para essa


amostra: ágar MacConkey, ágar cromogênico e ágar cromogênico para
cândida, sendo o CLED e o MacConkey os mais utilizados na rotina
laboratorial.

• Processamento da urina:
o Homogeneizar a amostra corretamente;
o Semear 10 µl em meio de cultivo e incubar em estufa (37ºC)
por 24 horas;
o Realizar a coloração de gram;
o Selecionar os testes bioquímicos de acordo com a suspeita
clínica.

4.2 Coprocultura

Alimentos contaminados por microrganismos podem,


casualmente, provocar infecções intestinais, podendo levar a um
quadro de desidratação e desnutrição. Salmonella spp., Shigella spp. e
alguns sorotipos de Escherichia coli são os agentes frequentemente
pesquisados causadores de gastroenterites.

Os meios de cultivo mais utilizados nessa ocasião, são: ágar


salmonella-shigella (SS) e o ágar MacConkey.

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Colônias brilhantes, incolores


(lactose negativa), rosas a
Escherichia coli vermelhas (lactose positiva),
podendo apresentar ou não
precipitados de bile.

Ágar Colônias brilhantes, incolores


MacConkey Salmonella spp. (lactose negativa), sem
precipitados de bile.

Colônias brilhantes, incolores


Shigella spp. (lactose negativa), sem
precipitados de bile.

Tabela 10. Interpretação do Ágar MacConkey na coprocultura.

Crescimento parcial,
Escherichia coli colônias brilhantes,
incolores, H2S negativo.

Crescimento bom,
Ágar SS Salmonella spp. colônias brilhantes,
incolores, H2S positivo.

Crescimento bom,
Shigella spp. colônias brilhantes,
incolores, H2S negativo.

Tabela 11. Interpretação do Ágar salmonella-shigella (SS) na coprocultura.

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• Processamento de fezes:
o Homogeneizar a amostra;
o Coletar uma porção do centro da amostra para realização
da semeadura no meio de cultivo e incubar em estufa (37
°C) por 24 horas;
o Realizar a coloração de gram;
o Selecionar os testes bioquímicos de acordo com a suspeita
clínica.

4.3 Hemocultura

A corrente sanguínea é um sítio essencialmente estéril, sendo


assim, quando microrganismos estão presentes em amostras de
sangue, clinicamente falando, é extremamente relevante. A detecção
rápida e com boa acurácia, nesses casos, é extremamente importante.
Para isso, utiliza-se a hemocultura, que atualmente é considerado o
melhor teste laboratorial para detecção de microrganismos no sangue.
Na hemocultura, pode-se realizar pesquisa de micro-organismos
aeróbicos, anaeróbicos, Brucella sp, micobactérias, Listeria sp, fungos e
antibiograma. Para hemocultura os frascos precisam conter
anticoagulantes, pois o rendimento da amostra tende a diminuir caso
o sangue chegue a coagular e é recomendada sua transferência o mais
rápido possível para o frasco de hemocultura.

O processamento da amostra pode ser realizado de forma


automatizada ou pelas metodologias convencionais, o Manual de
Coleta de Amostras deve definir instruções específicas para o
processamento, de acordo com o tipo de sistema utilizado.

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4.4 Antibiograma

O antibiograma (teste de suscetibilidade a antimicrobianos - TSA)


visa detectar possível resistência ao medicamento em patógenos
comuns. Além disso, ele é uma chave fundamental para garantir o
sucesso do tratamento farmacológico escolhido, permitindo que o
paciente seja submetido a uma terapia medicamentosa eficaz.

Usualmente, o teste é realizado no ágar Mueller-Hinton, por


discodifusão. Inicialmente deve-se preparar uma suspensão bacteriana
e a densidade da suspensão deve ser comparada visualmente com um
padrão de turbidez 0,5 da escala de McFarland. A semeadura em ágar
Mueller-Hinton deve ser realizada em até 15 minutos após o preparo da
suspensão bacteriana. No meio de cultura, são impregnados
antibiogramas em discos de papel-filtro ou fitas reagentes, que se
difundem no Ágar, formando um halo ao redor do disco.

Além dessa metodologia, que é a mais utilizada no Brasil


atualmente devido a sua flexibilidade na seleção de drogas,
possibilidade de adição de novos antimicrobianos ao painel do TSA e
pelo baixo custo, existe também o E-Test, que são fitas calibradas em
escalas de concentração inibidora, podendo ter até dois tipos de
antimicrobianos e assim como na metodologia anterior, no E-Test há a
formação de halos que são medidos diretamente com uma escala
presente na própria fita. A leitura desses halos, nos fornece o que é
conhecido por concentração inibitória mínima (MIC).

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Figura 22. TSA (antibiograma) por discodifusão de Salmonella sp. (Fonte:


Laboratório de Microbiologia clínica da UFRN)

Figura 23. E-Test, sob uma cepa de Pseudomonas aeruginosa. (Fonte: Gemelli,
Tanise. Manual prático de Microbiologia clínica. Unisinos, 2020.)

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5 Micologia

5.1 Propriedades gerais

Fungos são organismos eucariontes, unicelulares ou


multicelulares, haplóides, com parede celular contendo quitina e α-
glucano. Baseado nisso, os fungos de interesse médico são,
morfologicamente, divididos em dois grupos: as leveduras, que são
unicelulares e bolores ou fungos filamentosos, que são os
multicelulares. No grupo de fungos filamentosos existe uma subdivisão
conhecida como fungos dimórficos, estes se apresentam de ambas as
formas, a depender da temperatura, do teor de CO₂ e das condições
nutricionais.

Por anos, a micologia teve pouca expressão na área médica, mas


atualmente os números são altos de pacientes suscetíveis aos mais
variados tipos de infecção. Antigamente, agentes que eram
considerados contaminantes de laboratório e de pouca importância
clínica, agora são conhecidos como causadores de enfermidades
disseminadas, inúmeras infecções, entre outras. Visto essa mudança no
perfil micológico, com o passar do tempo foram surgindo técnicas para
identificação de fungos isolados de amostras biológicas.

A identificação de um fungo filamentoso baseia-se, em regra


geral, por suas características morfológicas, além da velocidade de
crescimento, enquanto a identificação das leveduras é feita por
características fisiológicas, pois a morfologia destes fungos não é muito
variada e não permite distinção entre espécies. Por isso é tão
importante aprendermos um pouco sobre cada classe dessa.

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5.2 Classificação das micoses

• Micoses superficiais:

São aquelas que causam alterações apenas na camada mais


superficial do estrato córneo, sendo a hifa a forma invasiva do fungo.
Normalmente não geram nenhuma resposta inflamatória no
hospedeiro.

• Micoses cutâneas:

São aquelas onde o fungo invade toda a espessura da capa


córnea da pele ou a parte queratinizada intra-folicular dos pelos ou a
lâmina ungueal.

• Micoses subcutâneas:

São resultantes da inoculação de um fungo patogênico através


de um traumatismo, podendo permanecer localizado ou se espalhar
pelos tecidos adjacentes.

• Micoses sistêmicas:

São adquiridas por inalação de propágulos fúngicos, por isso a


lesão inicial é pulmonar, podendo se disseminar através do sangue e
causar outras lesões.

• Micoses oportunistas:

Podendo acometer os mais diversos órgãos, as micoses


oportunistas são causadas por fungos termotolerantes, de baixa
virulência e que determinam doenças em hospedeiros com graves
deficiências do sistema imunológico.

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Superficiais Pitiríase versicolor, Piedra branca, Piedra negra.

Cutâneas Dermatofitoses, Candidíase.

Cromomicose, esporotricose, micetoma, zigomicose, rinosporidiose,


doença de Jorge Lobo, Feo-hifomicose, Hialo-hifomicose.

Subcutâneas

Sistêmicas Paracoccidioidomicose, histoplasmose.

Oportunistas Criptococose, aspergilose.

Tabela 12. Classificação das micoses.

5.3 Identificação dos fungos

• Meio de cultura:

O meio básico em laboratório de micologia é o ágar sabouraud


dextrose, ou simplesmente ágar sabouraud. Usualmente, antibióticos
são colocados para impedir o crescimento de bactérias, sendo o
cloranfenicol o mais indicado. Existem meios seletivos para fungos
patogênicos e esses contêm cicloheximida que vai inibir parcialmente,
ou até em alguns casos totalmente, fungos anemófilos. Também são
utilizados em laboratório os meios presuntivos, e como o próprio nome
sugere, estes vão indicar a presença de fungos ou determinados
gêneros, como por exemplo: ágar que possui compostos fenólicos são
utilizados para Cryptococcus sp. Existem meios presuntivos de
Candida spp que funcionam por reações enzimáticas e colorimétricas,

Para o isolamento e/ou subcultivo de dermatófitos, é utilizado o


ágar batata, que atua aumentando a esporulação, facilitando assim a
identificação do gênero e espécie do fungo. Já os fungos ditos
dimórficos, que possuem crescimento lento (mais de 15 dias), usa-se
meios enriquecidos como o ágar infusão de cerebro-coração (BHI).

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• Identificação de leveduras:

A identificação morfológica das leveduras é realizada como forma


de identificação rápida, simples e presuntiva. De maneira geral, se a
levedura possui hifas hialinas e ramificadas, é sugestivo do gênero
Candida spp. e se somado a isso, ela desenvolver clamidósporos -
células de reserva- ou tubos germinativos, é identificada como Candida
albicans. Fora esses, outros gêneros como Cryptococcus, Rhodotorula,
Geotrichum e Trichosporon, podem ser identificados através de
características morfológicas.

Para identificação de Candida albicans e Candida sp são


utilizadas as provas fisiológicas do tubo germinativo e filamentação em
cultivo de lâmina.

o Cultivo em lâmina: observa-se a capacidade de produção


de hifas hialinas ramificadas que podem se fragmentar em
esporos que são conhecidos como artroconídios,
característica dos gêneros Geotrichum e Trichosporon.
Quando as hifas hialinas ramificadas não apresentarem
fragmentações, é característico do gênero Candida, além
disso, se houver a formação de clamidósporos é Candida
albicans.

Além disso, a pesquisa de cápsula, característica marcante do


gênero Cryptococcus, é feita com uma gota de tinta nanquim. A prova
da urease também é realizada, e se positiva, permite identificação
presuntiva de Cryptococcus sp. É necessário que juntamente com a
realização destes testes, seja realizada a avaliação morfológica, visto
que leveduras do gênero Rhodotorula são também urease positiva
mas, normalmente, apresentam colônias com pigmento

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avermelhado/salmão, e por isso são facilmente distinguidas de


Cryptococcus sp. Se as provas não conduzirem à identificação
presuntiva do gênero, provas de assimilação de fontes de carbono e
nitrogênio (auxanograma) e fermentação de carboidratos (zimograma)
devem ser realizadas.

Figura 24. Esquema simplificado para identificação de alguns gêneros de leveduras.


(Fonte: VII, ANVISA Módulo. "Detecção e Identificação dos Fungos de Importância
Médica." (2016).)

• Identificação de fungos filamentosos:

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Baseada na morfologia da colônia e nos aspectos macroscópicos,


a identificação de fungos filamentosos avalia: cor, textura, superfície,
pigmento difusível no meio de cultura, entre outros. Além disso, a
velocidade de crescimento é fundamental para uma identificação
presuntiva do fungo e pode ser classificada em: rápida (menos de 7
dias), intermediária (de 8 a 14 dias) ou lenta (superior a 15 dias). A
observação das estruturas microscópicas, tais como: hifa hialina ou
demácia, septada ou cenocítica, forma, disposição e formação dos
esporos, são suficientes, em geral, para a identificação de fungos
filamentosos.

Na morfologia microscópica, usualmente, utiliza-se a técnica de


microcultivo, preservando assim a disposição original dos esporos sobre
as hifas e mantendo íntegras estruturas formadoras de esporos.

Figura 25. Candida albicans. Pseudo-hifas, blastoconídios e clamidoconídios. (Fonte:


Oliveira, J.C. - Atlas de micologia médica. 2013)

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Figura 26. Dermatofitose. Hifas septadas e artroconídios. (Fonte: Oliveira, J.C. - Atlas
de micologia médica. 2013)

Figura 28. Histoplasma capsulatum. Hifas septadas hialinas e macroconídio


mamilonado, coloração azul algodão. (Fonte: Oliveira, J.C. - Atlas de micologia
médica. 2013)

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Figura 29. Exame direto de cabelo. Pedra branca. Trichosporon sp. Nódulo claro com
artro e blastoconídios. (Fonte: Oliveira, J.C. - Atlas de micologia médica. 2013)

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6 Perfil microbiológico e a
pandemia de COVID-19

6.1 Perfil microbiológico de pacientes com COVID

Analisar o impacto da pandemia da Covid-19 ainda é algo novo e


com poucos dados, independente da área que esteja sendo analisada
e na microbiologia não é diferente. Atualmente, poucos estudos falam
sobre o perfil microbiológico frente a esse vírus e os que tratam do
assunto são extremamente específicos para alguma condição. Além
disso, os dados oscilam de acordo com o comportamento das taxas de
infecção, sendo ainda mais difícil definir um perfil microbiológico para
o vírus.

Sabe-se que algumas pesquisas apontaram que, com o início da


pandemia, houve sim uma mudança no que era considerado comum
na rotina microbiológica. Alguns estudos tratam de infecções
específicas, como infecções de corrente sanguínea associada a um
cateter vascular central que, quando comparada antes e depois do
início da pandemia, observa-se que infecções por gram-negativos
reduziram, enquanto por gram-positivos se mantiveram estáveis. Já
quando se estuda as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde
(IRAS), observa-se um significativo aumento na densidade de
incidência durante a pandemia, bem como a mudança do perfil
microbiológico das mesmas.

O que todos os estudos têm em comum é, de fato, a mudança no


perfil microbiológico quando se compara antes da pandemia de Covid-
19 com a atualidade; e todas essas mudanças podem estar relacionadas
a adesão de medidas preventivas, gravidade dos pacientes, bem como

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a translocação de microrganismos. Sabemos que existe ainda uma


grande necessidade de aprofundar estudos em relação às causas
destas alterações, mas o excesso ou introdução precoce e empírica de
antimicrobianos, vem se mostrando como um dos principais motivos
desse novo retrato do perfil microbiológico.

6.2 Resistência bacteriana e a COVID

Desde 2019 esse vírus vem assombrando todo o mundo e os


números assustadores, a falta de informação e o medo pela falta de
medicamento eficaz no tratamento da Covid-19, tem gerado um uso
indiscriminado de medicamentos, em especial, antimicrobianos e isso
tem trazido graves consequências, aumentando exponencialmente o
perfil de resistência bacteriana, sendo esse um problema de escala
global.

O uso amplo e desenfreado de antibióticos pode atuar na seleção


de cepas bacterianas que possuem característica genética já há muito
tempo, mas que não se proliferavam nas linhagens seguintes. A criação
de populações resistentes aos medicamentos, sem a criação de novos
mecanismos de defesas, já é uma dura realidade. Talvez essa seja a
alteração mais sentida até o momento na microbiologia, decorrente da
Covid-19 e as consequências disso podem ser alarmantes e
assustadoras.

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Figura 30. Antibiograma pré-covid e pós-covid. (Fonte: Papo de clínica - Portal de


clínica médica do Brasil. Via: Instagram. 2021.)

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7 Referências

Aloysio de Mello e Raquel de Souza. Apostila de Aulas Práticas –


Bacteriologia. UFF 2007.

BRASIL, ANVISA. Descrição dos Meios de Cultura Empregados nos


Exames Microbiológicos, 2004. Disponível em:
https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/microbiologia/mod_4_2004.pdf

BRASIL, ANVISA. Detecção e Identificação dos Fungos de Importância


Médica. 2004. Disponível em:
https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/microbiologia/mod_7_2004.pdf

BRASIL, ANVISA. Gram-positivos, módulo IV, 2008. Disponível em


https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_praticas/mod
ulo4/id_sta.htm

BRASIL, ANVISA. Gram-negativos fermentadores, módulo II, 2008.


Disponível em:
https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_praticas/MO
DULO2/identificacao4.htm

BRASIL, ANVISA. Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de


Infecção em Serviços de Saúde, 2004. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_microbiologia_completo.pdf

BRASIL, ANVISA. Procedimentos Laboratoriais: da Requisição do Exame


à Análise Microbiológica e Laudo Final. 2017. Disponível em:
https://www.saude.go.gov.br/images/imagens_migradas/upload/arquivos/2017-
02/modulo-4---procedimentos-laboratoriais---da-requisicao-do-exame-a-analise-
microbiologica-e-laudo-final.pdf

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BRASIL, ANVISA. Resistência microbiana - Mecanismos e impacto


clínico, 2007. Disponível em:
https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_
web/modulo3/bibliografia.htm

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual Nacional de Vigilância


Laboratorial da Tuberculose e outras Micobactérias, 2008. Disponível
em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_laboratorial_tuberculo
se.pdf

DE ALMEIDA, D. S. R. Apostila de micologia clínica. Faculdade Ciências


Farmacêuticas Universidade de São Paulo, São Paulo.

Fram, D. S., Ferreira, D. B., de Oliveira Matias, L., Coelho, W. E., Escudero,
D. V., Antonelli, T. S., & Medeiros, E. A. (2021). PERFIL EPIDEMIOLÓGICO
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Gemelli, Tanise. Manual prático de Microbiologia clínica. Unisinos,


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Holanda, C. M. D. C. X., Arimateia, D. S., & Motta Neto, R. (2017). Manual


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