Plano Estadual Final
Plano Estadual Final
Plano Estadual Final
TERESINA
MAIO/2015
JOSÉ WELLINGTON BARROSO DE ARAÚJO DIAS
GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ
2
DIRETORIA DE PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL
MARIA DA LUZ DE VASCONCELOS
DIRETORIA TÉCNICA
CÍCERA ROMANA ANDRADE DA SILVA
CONSELHO TUTELAR
MARIA DO CARMO BRAZ LIMA
3
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO 5
2. INTRODUÇÃO 7
4. PRINCÍPIOS E DIRETRIZES 9
7. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO 31
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 32
4
1. APRESENTAÇÃO:
5
2023), com vistas à implementação da Política Nacional da Socioeducação, de acordo com o
SINASE, definida no Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo.
6
2. INTRODUÇÃO:
7
Proteção dos Jovens com restrição de liberdade, no ECA, na Resolução 119/2006 do
CONANDA, na Lei Federal 12.594/2012 e na Resolução 160/2013 do CONANDA, os quais
reafirmam o caráter pedagógico das Medidas Socioeducativas, tendo como fonte inspiradora a
Doutrina da Proteção Integral e a Ética dos Direitos Humanos.
O Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo, 2015 – 2023, discutido em GTI,
composto por representantes das políticas setoriais, Conselho Estadual dos Direitos da
Criança e do Adolescente e demais componentes do Sistema de Garantia de Direitos do
Estado do Piauí, define estratégias a curto, médio e longo prazo, determinantes para a
disponibilização de recursos públicos, definidos nos planejamentos orçamentários, ordenadas
em quatro eixos, de acordo com o estabelecido no Plano Nacional de Atendimento
Socioeducativo: Gestão, Qualificação do Atendimento, Participação Cidadã dos Adolescentes
e Sistemas de Justiça e Segurança.
Ainda conforme o Plano Nacional, as metas estão distribuídas em três períodos:
1º Período (2015): Um ano (compreende as implantações sugeridas no Plano Nacional de
Atendimento Socioeducativo, bem como a primeira avaliação estadual do SINASE).
2º Período (2016 – 2019): Quatro anos, em conformidade com os ciclos orçamentários federal
e estadual.
3º Período (2020 – 2023): Quatro anos, em conformidade com os ciclos orçamentários federal
e estadual.
A avaliação será anual, com vistas ao redirecionamento das ações, objetivando o
desenvolvimento integral e a inclusão social do adolescente em cumprimento de Medidas
Socioeducativas.
8
3. CONCEPÇÕES SUSTENTADORAS DO PLANO
4. PRINCÍPIOS E DIRETRIZES
9
Atendimento Socioeducativo se pauta nos princípios e diretrizes definidas na Resolução
119/2006 do CONANDA, na LF 12.594/2012 e na Resolução 160/2013 do CONANDA, os
quais nortearão as propostas de superação das dificuldades identificadas, na forma de
objetivos, metas e períodos para a sua execução:
4.1 . PRINCÍPIOS:
10
Descentralização político-administrativa mediante a criação e manutenção de
programas específicos - Artigos 204, inciso I da CF e 88, inciso II do ECA;
Gestão democrática e participativa na formulação e no controle de ações em todos os
níveis;
Corresponsabilidade no financiamento do atendimento às Medidas Socioeducativas;
Mobilização da opinião pública no sentido da indispensável participação dos diversos
segmentos da sociedade.
4.2. DIRETRIZES:
11
Dinâmica institucional garantindo a horizontalidade na socialização das informações
e dos saberes em equipe multiprofissional;
Organização espacial e funcional das unidades de atendimento socioeducativos que
garantam possibilidades de desenvolvimento pessoal e social para o adolescente;
Diversidade étnico - racial, de gênero e orientação sexual norteadora da prática
pedagógica;
Família e comunidade participando ativamente da experiência socioeducativa;
Formação continuada dos atores sociais.
12
Garantir a oferta e acesso à educação de qualidade, à profissionalização, às atividades
esportivas, de lazer e de cultura no centro de internação e na articulação da rede, em
meio aberto e semiliberdade;
Garantir o direito à educação para os adolescentes em cumprimento de medidas
socioeducativas e egressos, considerando sua condição singular como estudantes e
reconhecendo a escolarização como elemento estruturante do sistema socioeducativo;
Garantir o acesso a programas de saúde integral;
Garantir ao adolescente o direito de reavaliação e progressão da medida
socioeducativa;
Garantia da unidade na gestão do SINASE, por meio da gestão compartilhada entre as
três esferas de governo, através do mecanismo de cofinanciamento;
Integração operacional dos órgãos que compõem o sistema (art. 8º, da LF nº
12.594/2012);
Valorizar os profissionais da socioeducação e promover formação continuada;
Garantir a autonomia dos Conselhos dos Direitos nas deliberações, controle social e
fiscalização do Plano e do SINASE;
Ter regras claras de convivência institucional definidas em regimentos internos
apropriados por toda a comunidade socioeducativa;
Garantir ao adolescente de reavaliação e progressão da medida socioeducativa.
De acordo com Costa (2006, p.18), ao trabalhar com adolescentes em conflito com a
lei, não devemos olhá-lo pura e simplesmente como a um infrator, que, casualmente é um
adolescente, mas como um adolescente que, por razões diversas, torna-se um infrator. Nessa
perspectiva objetivando conhecer o perfil do adolescente em conflito com a lei no Estado do
Piauí, apresentamos levantamento realizado no Sistema Socioeducativo Estadual, comparando
dados do ano de 2010 e 2013.
Os dados foram coletados por meio de uma pesquisa documental quantitativa nos
prontuários dos adolescentes, a partir de um instrumental previamente elaborado, contendo
13
perguntas sobre gênero, faixa etária, natureza da infração, uso de drogas, drogas mais usadas e
o perfil socioeconômico, levando em consideração a renda familiar e educacional do
adolescente.
Os dados levantados no Atendimento Socioeducativo do Estado do Piauí indicam
que houve um aumento em torno de 9% no número de adolescentes que deram entrada nas
Unidades de Atendimentos Iniciais (CDC Teresina, CDC Parnaíba e CDC Picos), levando em
consideração os anos de 2010 e 2013 (690 e 733 respectivamente).
Os dados também mostram que em 2013, por volta de 43% dos adolescentes foram
acusados de praticar ato infracional de roubo qualificado; 9%, furto qualificado; 9%, porte
ilegal de arma; 6%, tráfico de entorpecentes, 5%, homicídio; 3%, lesão corporal, 2%,
formação de quadrilha; e 27%, outros que incluem estupro, latrocínio, receptação, tentativa de
homicídio, dentre outros. Os índices de atos infracionais seguem basicamente os mesmos
padrões de 2010, com um leve aumento de roubo qualificado, havendo também uma
diminuição do envolvimento de adolescentes do sexo feminino, que em 2010 era de 8,5%,
passando para 6,4% em 2013.
14
2 – Atendimentos Iniciais: Tipos de atos infracionais mais praticados em 2013
50%
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Roubo Furto Porte Ilegal de Tráfico Homicídio Outros
qualificado Qualificado arma
Assim como em 2010, em 2013, em torno de 70% dos atos infracionais foram
praticados na capital – Teresina, seguidos por Parnaíba, Picos, Floriano, União, Regeneração,
Barras, Piripirí, Piracuruca, Demerval Lobão e Pedro II, dentre outros.
Considerando os adolescentes atendidos nas Unidades de atendimento inicial, em 2013,
por volta de 40% foram liberados para as famílias; 53% foram encaminhados para a
internação provisória (49,3% masculina e 3,7% para a feminina), e 7% encaminhados para a
Semiliberdade, LA, PSC e Comunidades Terapêuticas.
47%
Liberados para a família
40%
53% Internação Provisória
15
encaminhados para a internação; 2,9%, para o programa de Semiliberdade e; 2,7%, para LA e
PSC.
4 – Destino dos adolescentes atendidos na Internação Provisória em 2013
2,9 2,7%
95
90
85
80
75
2010 2013
Fonte: Dados oriundos do CEM e CEF – Teresina
16
6 – Faixa etária dos adolescentes em internação em 2013
20%
4
80%
Entre 15 e 17 anos
Outras
17
As famílias dos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas de
internação continuavam na mesma faixa de renda, considerando 2010 e 2013, isto é, igual ou
inferior a um salário mínimo, em torno de 55% incluídas no Programa Bolsa Família. Os
dados também mostram que os adolescentes continuam apresentando baixa escolarização,
pois mesmo aparecendo 11,1% de adolescentes inseridos no Ensino Médio em 2013, 76,7%
ainda não haviam completado o Ensino Fundamental (apresentavam no máximo 6ª série, com
dificuldades para ler e escrever) e em torno de 12% não eram alfabetizados.
12%
18
9 – Drogas mais utilizadas considerando os adolescentes em internação
70,00%
60,00%
50,00% 2010
40,00% 2013
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
Bebida alcóolica Maconha Crack Loló Cola de sap. Cocaína
60
50
40
30 Progressão de Medida
Primeira Medida
20
10
0
2010 2013
Fonte: Dados oriundos do CEM e CEF – Teresina
19
11,5% e cocaína, 7,6%. Os dados apresentam como principais atos infracionais pelos quais
foram sentenciados em 2010, roubo qualificado, com 50,%; roubo, 33,3%; e tentativa de
homicídio, 12%. Já em 2013, roubo qualificado aparece com 30,7%, seguido por roubo,
28,7% e lesão corporal, 15,3%.
Em se tratando das medidas socioeducativas em meio aberto, que são executadas pelos
CREAS de 09 municípios piauienses, muitos dados deixaram de ser coletados, devido a não
uniformização dos prontuários, município que não respondeu o questionário e/ou respondeu
incompleto. Assim, o resultado geral da análise dos dados obtidos pode diferenciar de dados
de uma pesquisa mais apurada, considerando o atendimento em meio aberto de todos os
municípios.
Os dados analisados demonstram uma diminuição de 8,4% de encaminhamentos de
adolescentes para cumprimento de medida socioeducativa de Liberdade Assistida no Estado
do Piauí, considerando os anos de 2010 e 2013, sendo 81 (95% do sexo masculino e 5% do
sexo feminino) e 68 (92,6% do sexo masculino e 7,4% do sexo feminino) respectivamente. A
faixa etária do(a)s adolescentes sentenciado(a)s, assim como nas medidas privativas de
liberdade, tem maior percentual entre 15 e 17 anos (63%, em 2010 e 67,6%, em 2013),
seguido pela faixa de 18 a 21 anos ( 22,7%, em 2010 e 20,7%, em 2013) e de 12 a 14 anos
(14,8%, em 2010 e 11,7%, em 2013).
Quanto aos atos infracionais pelos quais foram sentenciados, em 2010, aparece em
primeiro lugar, o furto, com 43,2%, seguido por roubo, 32% e tráfico, 4,9%. Já em 2013,
apesar de seguir com a mesma sequência dos atos infracionais, houve aumento nos
percentuais de furto e tráfico, pois surge em primeiro lugar, o furto, com 51,4%, seguido por
roubo, 27,6% e tráfico, com 7,3%.
No que se refere ao uso de drogas, em 2010, 88,8% dos adolescentes eram usuário,
passando para 89,7%, em 2013, sendo as drogas mais usadas em 2010, a bebida alcoólica,
com 51,8%; maconha, 49,3% e crack, 39,5%. Em 2013 houve continuidade dos tipos de
drogas mais utilizadas, com aumento nos percentuais, aparecendo bebida alcoólica, 63,2%;
maconha, 59,3% e crack, 42,6%.
Não foram constatadas informações sobre a renda familiar e, no que diz respeito à
escolarização, a maioria não havia terminado o Ensino Fundamental 95% em 2010 e 92,6%
em 2013.
Os dados analisados sobre Prestação de Serviços à Comunidade demonstram uma
diminuição de 35,4% de encaminhamentos para cumprimento dessa medida socioeducativa no
20
Estado do Piauí, considerando os anos de 2010 e 2013, sendo 31 (94% do sexo masculino e
6% do sexo feminino) e 11 (todos do sexo masculino) respectivamente. A faixa etária do(a)s
adolescentes sentenciado(a)s, assim como nas medidas privativas de liberdade, tem maior
percentual entre 15 e 17 anos (64,5, em 2010 e 72,76%, em 2013), seguido pela faixa de 18 a
21 anos ( 32,2%, em 2010 e 27,2%, em 2013).
Não foram constatadas informações sobre atos infracionais, uso de drogas, renda
familiar e escolarização.
21
O Centro Educacional Feminino – CEF tem capacidade para atender 10 adolescentes. O
atendimento é direcionado a adolescentes e jovens do sexo feminino na faixa etária de 12 a 18
anos de idade, e excepcionalmente, até 21 anos de idade, e em cumprimento de medida
socioeducativa de internação e internação provisória.
O Centro Educacional Masculino – CEM possui capacidade para atender 60 adolescentes
do sexo masculino na faixa etária de 12 a 18 anos de idade, e excepcionalmente, até 21 anos
de idade, em cumprimento de medida socioeducativa de internação.
Quanto às medidas socioeducativas em meio aberto: Liberdade Assistida e Prestação de
Serviço à Comunidade, no Estado do Piauí são executadas pelos municípios, nos Centros de
Referência Especializados da Assistência Social – CREAS, com o acompanhamento e
monitoramento da Secretaria da Assistência Social e Cidadania – SASC. Esse
acompanhamento, nos últimos quatro anos, deixou muito a desejar, especialmente no que diz
respeito à capacitação dos profissionais e cofinanciamento. Atualmente existem 09 (nove)
municípios no Piauí executando medidas socioeducativas em meio aberto, recebendo
cofinanciamento federal do MDS: Parnaíba, Picos, Teresina, Piripiri, Floriano, Elesbão
Veloso, Oeiras, Valença e Angical.
O Estado do Piauí conta, apenas, com um Centro de Internação Provisória nos padrões
do SINASE, os demais Centros funcionam em estruturas físicas adaptadas para o
funcionamento dos Programas, os quais estão sempre necessitando de reformas e não atendem
às necessidades.
22
QUANTIDADE DE PROFISSIONAIS POR UNIDADE DE ATENDIMENTO
Assistente Social 2 1 - 1 2 1 1
Psicólogo 1 - - - 1 1 1
Pedagogo 2 - - 2 1 1 1
Educador Social 33 19 16 64 37 19 23
Educador Físico - 1 4 4 - 1
Professor 1 - 3 15 3 4
Médico - - - 1 - -
Enfermeiro - - 1 - - - -
Técnicos de 1 1 - 3 4 - -
Enfermagem
A partir de 2011 foram realizadas apenas pequenas ações de formação inicial e algumas
participações em cursos à distância, pela UNB, parceira da Secretaria dos Direitos Humanos
da Presidência da República, órgão ao qual o Atendimento Socioeducativo está ligado, a nível
federal. Existe o Projeto de Capacitação Continuada para os Profissionais que Atuam no
Sistema Socioeducativo do Estado do Piauí, aprovado e com dinheiro em conta, com carga
horária de 160 h/a, para 350 profissionais do Sistema Socioeducativo do meio fechado e meio
aberto, aguardando processo licitatório.
23
5.2.5. FLUXO DE ENTRADA DOS ADOLESCENTES NOS CENTROS
SOCIOEDUCATIVOS
CDC - PH 99 102
CDC – PICOS 12 36
CEM 84 99
CEF 23 20
SEMILIBERDADE 48 26
LA 81 68
PSC 31 11
# O Centro Educacional Feminino – CEF funciona como Internação e Internação Provisória, em 2010 atendeu
02 adolescentes em Internação e em 2013 não atendeu adolescentes sentenciadas.
24
exigida eles não acompanham os cursos, especialmente os do PRONATEC, para os quais
necessitam um nível maior de compreensão.
25
identidade e a elaboração do seu projeto de vida, com vistas a sua reintegração familiar e
inclusão social e comunitária.
O Plano Individual de Atendimento – PIA, é um mecanismo importante para o
acompanhamento e avaliação de crescimento pessoal e social do socioeducando. No entanto,
no Estado do Piauí, ainda não está sendo elaborado e/ou acompanhado a contento, haja vista a
deficiência de recursos humanos nos centros socioeducativos.
O Estatuto da Criança e do Adolescente preconiza no seu artigo 94, inciso XVIII, que
“As entidades que desenvolvem programas de Internação devem manter programas
destinados ao apoio e acompanhamento de egressos.”.
Com o intuito de cumprir o que preconiza o ECA, em 2006 foi criado o Programa
Ecoando Liberdade visando contribuir para a diminuição do índice de reincidência dos jovens
egressos das medidas socioeducativas, considerando a falta de oportunidades desencadeada
pelo preconceito.
O Programa tem como objetivo apoiar e acompanhar os jovens egressos e seus
familiares promovendo o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários e a inclusão
no mercado de trabalho de forma a possibilitar o exercício da cidadania dos mesmos. Com
26
esse programa foi possível iniciar, de forma sistematizada, a operacionalização das ações
junto aos adolescentes egressos e famílias com articulações com vários órgãos e setores
governamentais e não governamentais: Defensoria Pública, UESPI, CRAS, Conselhos dos
Direitos da Criança e do Adolescente, Conselhos Tutelares, Secretarias Estaduais e
Municipais, Justiça da Infância e da Juventude, dentre outros.
Com o intuito de complementar as ações do Programa Ecoando Liberdade e contribuir
para o desenvolvimento dos jovens egressos das medidas socioeducativas, o Estado do Piauí
instituiu um sistema de estágio - Bolsa Profissionalizante, com a aprovação da Lei
Complementar nº. 103, de 15/05/2008, para beneficiar 40 (quarenta) adolescentes/jovens
maiores de 16 anos e menores de 21 anos, com a prática de atividades técnicas e/ou
administrativas junto a órgãos da administração direta e indireta do estado do Piauí, por meio
do qual recebem uma bolsa de R$ 150,00 e vales transporte para o deslocamento para o local
do estágio.
Ressaltamos a obtenção de ótimos resultados do Programa Ecoando Liberdade,
considerando que, de 2011 a 2013 foram atendidos 198 adolescentes/jovens egressos, com a
inserção de 35 no mercado formal de trabalho.
27
6. PRINCIPAIS ENTRAVES PARA A REALIZAÇÃO DA AÇÃO
SOCIOEDUCATIVA ADEQUADA AO SINASE
28
● Falta de entendimento sobre as diferenças entre medidas protetivas e medidas
socioeducativas;
● Falta de interlocução entre instituições, órgãos e serviços da rede de atendimento e
proteção;
● Falta de qualificação dos municípios para a implementação da política;
● Insuficiência de recursos para o cofinanciamento da implementação de medidas
socioeducativas em meio aberto;
● Ausência da oferta de serviços de prevenção e proteção e/ou falta de integração com
programas destinados ao atendimento de adolescentes autores de ato infracional e suas
famílias;
● Implantação insuficiente ou uso inadequado do Plano Individual de Atendimento – PIA,
comprometendo o projeto socioeducativo;
● Dificuldades no estabelecimento de parcerias para ampliação das medidas de meio aberto,
especialmente Prestação de Serviços à Comunidade – PSC;
● Ausência e/ou insuficiência de políticas de inclusão que sejam atraentes para os
adolescentes e jovens, e evitem a reincidência;
● Práticas desalinhadas do ponto de vista conceitual e prático;
● A ausência de práticas restaurativas que incluam a comunidade e atendam às necessidades
das vítimas (Lei 12.594, Art. 35, III,);
●Estrutura e pessoal insuficientes e ausência de instituições, órgãos e serviços de atendimento
em meio aberto.
29
● Inadequação de instalações físicas: ausência de espaços físicos adequados para
escolarização, lazer, profissionalização, saúde e outras políticas necessárias;
● Ausência de cofinanciamento;
● Implantação insuficiente e/ou uso inadequado do Plano Individual de Atendimento – PIA,
comprometendo o projeto socioeducativo;
● Baixa efetividade na apuração e responsabilização dos agentes públicos nos casos de
violação aos direitos dos adolescentes, ocorridas no interior das unidades de privação de
liberdade;
● Desarticulação entre os executores das medidas socioeducativas de internação e em meio
aberto;
● Ausência do Plano Operativo Municipal de Atenção Integral à Saúde do Adolescente
Privado de Liberdade, do município de Teresina, conforme preconiza a Portaria nº 1.082, de
23 de Maio de 2014, do Ministério da Saúde, a qual redefine as diretrizes da Política Nacional
de Atenção Integral à Saúde do Adolescente em Conflito com a Lei, em Regime de Internação
e Internação Provisória (PNAISARI), comprometendo o atendimento de saúde dos
adolescentes;
● Ausência de um Plano de Segurança para o Atendimento Socioeducativo;
● Desarticulação da Comissão Intersetorial do SINASE.
30
6.6. Sistema de Informações:
● Ausência de registros sistemáticos sobre a situação do Sistema Socioeducativo e sua
população adolescente;
● Dificuldade de implantação do SIPIA/SINASE no Estado do Piauí, considerando a falta de
infraestrutura de tecnologia e de profissionais nos Centros Socioeducativos;
● Dificuldade de implantação do SIPIA/SINASE como instrumento de integração dos dados
dos tribunais, promotorias, defensorias e órgãos dos executivos estaduais e municipais
responsáveis pela execução de medidas socioeducativas;
● Falta de integração do SIPIA/SINASE com os sistemas de informação do Sistema de
Justiça, a exemplo do Cadastro Nacional de Adolescentes em Conflito com a Lei – CNACL
(CNJ), causando desperdício de tempo e de pessoal para cadastramento em duplicidade de
informações.
7. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO:
O processo de monitoramento será efetivado mediante a adoção das seguintes
estratégias:
Reunião de monitoramento entre os órgãos Garantidores de Direitos, Órgão
executor das Medidas;
Acompanhamento Sistemático das informações disponibilizadas no
SIPIA/SINASE;
Implantação de Banco de Dados sobre a execução das Medidas Socioeducativas;
Participação efetiva do Conselho Estadual de Promoção e Defesa dos Direitos da
Criança e do Adolescente - CEDCA.
A avaliação se dará anualmente, levando-se em consideração as metas previstas.
31
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
32
10 - EIXOS OPERATIVOS – METAS, PRAZOS E RESPONSÁVEIS
1. Definição do 1.1. Definir o reordenamento do Sistema Socioeducativo do estado do Piauí x x Governo do Estado do
reordenamento do transformando o seu órgão gestor em uma Fundação ou Coordenadoria. Piauí
órgão gestor do
SASC
Sistema Socioeducativo
do Estado do Piauí. CEDCA
ORÇAMENTO
33
Estado do Piauí.
2.2. Criar uma Unidade Orçamentária própria para o Atendimento x Governo do Estado do
Socioeducativo Piauí
SASC
2.3. Criar uma Unidade Orçamentária específica para o Fundo Estadual x Governo do Estado do
da Criança e do Adolescente Piauí
SASC
CEDCA
2.4. Assegurar repasse de recursos para implementação de ações x x x Governo do Estado do
previstas no SINASE, em todos os Municípios que executam Medidas Piauí
Socioeducativas em Meio Aberto, sem prejuízo da exigência de
contrapartidas, da destinação de recursos no orçamento dos órgãos SASC
públicos corresponsáveis pela sua execução (art. 8º, da LF nº
12.594/2012) e do desenvolvimento de mecanismos de controle de sua
adequada utilização.
INFRAESTRUTURA
34
parâmetros do SINASE
3.4. Reformar e manter as estruturas físicas dos centros socioeducativos x x Governo do Estado do
existentes. Piauí
SASC
INCOMPLETUDE INSTITUCIONAL
4. Implementação 4.1. Estabelecer diretrizes e protocolos para a integração do SINASE x x x Governo do Estado do
das políticas setoriais
que fazem parte do com o SUS, SUAS, Segurança Pública, Educação, Cultura, Esporte, Lazer, Piauí
Atendimento Trabalho e Habitação, dentre outras, com especial atenção para as
SASC/DUASE
Socioeducativo articulações com as políticas voltadas para a saúde mental e para à
35
prevenção e tratamento de drogadição dos adolescentes em cumprimento de Secretarias Estaduais e
medidas socioeducativas. Municipais
Conselhos
Sistema de Justiça
ONGs
36
Escola de Governo
Instituições Superiores
de Ensino
CEDCA
SISTEMA DE INFORMAÇÃO
6. Implantação e 6.1. Promover sensibilização dos gestores municipais que ainda não x x x SASC/DUASE/DUPSE
implementação das implantaram as medidas socioeducativas em meio aberto, para que
37
medidas elaborem seus planos municipais e implantem as medidas socioeducativas
socioeducativas de LA de LA e PSC.
e PSC
RECURSOS HUMANOS
1. Adequação do 1.1. Ampliar o número de servidores efetivos nas Unidades de x x x Governo do Estado do
quadro de recursos Atendimento em meio fechado com vistas à continuidade das
humanos do Sistema ações/atividades desenvolvidas, por meio da realização de concursos Piauí
Socioeducativo às públicos. SASC
orientações do SINASE
1.2. Ampliar e qualificar os servidores dos Programas de Medidas x x x SASC
Socioeducativas em Meio Aberto, nos municípios que possuem CREAS.
Gestores Municipais
1.3. Estabelecer e implementar a Política de formação continuada dos x x x SDH
profissionais do Sistema Socioeducativo do Estado do Piauí, meio fechado e
meio aberto, com a implantação de uma Escola Estadual de Socioeducação, Governo do Estado do
a fim de garantir a oferta de formação permanente, nas modalidades básica e Piauí
específica.
38
SASC
2. Assegurar 2.1. Garantir equipes multidisciplinares nos programas de atendimento x x x Governo do Estado do
atendimento técnico socioeducativos para a escuta qualificada dos adolescentes.
especializado para os Piauí
adolescentes em SASC
cumprimento de
medidas CREAS municipais
socioeducativas
2.2. Garantir a adoção do Plano Individual de Atendimento – PIA em x x x SASC/DUASE
todo o atendimento socioeducativo, em qualquer fase e modalidade de
execução. CREAS municipais
PROFISSIONALIZAÇÃO
39
SISTEMA “S”
FUNDAÇÃO WALL
FERRAZ
3.2. Ampliar e fortalecer parcerias com órgãos públicos e privados para x x x SASC/DUASE
promoção de espaços para estágios dos adolescentes egressos de medidas
socioeducativas. OGs
ONGs
EDUCAÇÃO
4. Garantir o 4.1. Garantir o acesso e permanência na escola formal para 100% dos x x x SASC/DUASE
direito à educação adolescentes em cumprimento de Medidas Socioeducativas, dentro e/ou
fora das Unidades. CREAS municipais
SEDUC
CEDCA
40
SEDUC
4.4. Promover ações de formação dos professores, com ênfase em x x x SASC/DUASE
metodologias inovadoras, tendo como base relações interpessoais que
envolvam respeito e compreensão com os adolescentes em situação de SEDUC
vulnerabilidade.
5. Garantir o 5.1. Garantir o acesso à atividades culturais para 100% dos adolescentes x x x SASC
direito a atividades em cumprimento de Medidas Socioeducativas, dentro e/ou fora das
culturais Unidades. SEDUC
FUNDAC
Fund. Mons. Chaves
ESPORTE
6. Garantir o 6.1. Garantir o acesso à atividades esportivas para 100% dos x x x SASC
direito a atividades adolescentes em cumprimento de Medidas Socioeducativas, dentro e/ou
esportivas fora das Unidades. FUNDESPI
LAZER
7. Garantir o 7.1. Garantir o acesso à atividades de lazer para 100% dos adolescentes x x x SASC
direito ao lazer em cumprimento de Medidas Socioeducativas, dentro e/ou fora das
41
Unidades. Governos Municípais
SAÚDE
42
de Saúce
CEDCA
8.3. Garantir o estabelecimento dos fluxos e contra-fluxos para os
x SMS
serviços de Atenção Básica, média e alta complexidade, saúde mental,
assistência farmacêuticas e insumos, conforme a legislação em vigor no FMS
Ministério da Saúde e pactuação entre o Estado e o município.
. FH
SESAPI
SASC
SEMTCAS
Secretarias
municipais de Saúde
43
Secretarias
Municipais de Saúde
8.5. Organizar e qualificar a rede de atenção à saúde ampliando o acesso x x x SMS
de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas a ações e
serviços de saúde resolutivos, em tempo oportuno. FMS
FH
SESAPI
SASC
SEMTCAS
Secretarias
Municipais de
Assistência Social
Secretarias
Municipais de Saúde
8.6. Qualificar as redes de atenção à saúde para o atendimento de
x x x SMS
adolescentes envolvidos com práticas de atos infracionais com transtornos
mentais e problemas decorrentes do uso de álcool e outras drogas, sem FMS
quaisquer discriminações, no caso de aplicação da medida protetiva do art.
101, inciso V, do ECA FH
SESAPI
SASC
SEMTCAS
Secretarias Municipais
44
de Assistência Social
Secretarias
Municipais de Saúde
8.7. Implantação da Notificação Compulsória nos serviços de saúde de x x x FMS
referência às Unidades Socioeducativas.
FH
ESPIRITUALIDADE
10. Garantir a 10.1. Elaborar plano de segurança para o atendimento socioeducativo, x SASC/DUASE
segurança nos centros visando estabelecer diretrizes para a prevenção e resolução de situações
socioeducativos limite. Polícia Militar/
Coordenação de
policiamento da
SASC
CEDCA
MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS EM MEIO ABERTO
11. Assegurar a 11.1. Garantir a oferta do serviço de medidas socioeducativas em meio x x x Governos municipais
execução das medidas aberto nos CREAS (Centro de Referência Especializada em Assistência
socioeducativas em Social) para o atendimento de adolescentes em cumprimento de medidas de SASC/DUASE/UPSE
meio aberto nos LA e PSC, bem como no Serviço de Convivência e Fortalecimento de
CREAS municipais Vínculos (SCFV) como grupo prioritário
45
11.2. Elaborar os Projetos Políticos-Pedagógicos –PPP, dos programas x x x CREAS municipais
em meio aberto.
SASC/DUASE/UPSE
CMDCA muniípios
11.3. Articular as políticas setoriais para a efetivação das medidas x x x CREAS municipais
socioeducativas em meio aberto.
11.4. Garantir a oferta de serviços no CREAS para atendimento das
CREAS municipais
famílias dos adolescentes em cumprimento de medidas de LA e PSC
11.5. Orientar e apoiar a ampliação da rede local para execução da x x x CREAS municipais
Prestação de Serviços à Comunidade (PSC), por meio do estabelecimento
de parcerias.
11.6. Implantar o Plano Individual de Atendimento – PIA, para todos os x x x CREAS municipais
adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto
EGRESSOS
12. Inclusão social 12.1. Ampliar ações do Programa Ecoando Liberdade – acompanhamento x x x SASC/DUASE
de adolescentes de adolescentes/jovens egressos de medidas socioeducativas- com uma
egressos de medidas oferta maior de oportunidades de inclusão nas políticas públicas de
socioeducativas educação, saúde, habitação, profissionalização e inclusão no mercado de
trabalho.
ABORDAGEM FAMILIAR
13. Assegurar o 13.1. Fortalecer o trabalho com as famílias dos adolescentes por meio de x x x SASC/DUASE
atendimento às famílias atendimento e acompanhamento sistemático, tanto no meio fechado quanto
dos adolescentes em no meio aberto e egressos de medidas socioeducativas. CREAS municipais
cumprimento de
medidas
socioeducativas
46
13.2. Implantar e implementar projeto de fomento a geração de renda e x x x SASC/DUASE
qualificação profissional para as famílias dos adolescentes
CREAS municipais
47
1.5. Assegurar o exercício dos direitos sexuais e direitos reprodutivos, x x x SASC/DUASE
para os adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas.
48
1.3. Sensibilizar os operadores do Direito para a aplicação das medidas x x x SASC/DUASE
socioeducativas de semiliberdade, LA e PSC, deixando a internação para os
casos mais graves. CEDCA
1.4.Fiscalizar os prazos e a aplicação indevida de medidas socioeducativas. x x x Operadores do
Direito
SASC/DUASE
CEDCA
CMDCA dos
municípios
1.5.Garantir a escuta dos adolescentes em todas as etapas do processo x x x Operadores do
Direito
SASC/DUASE
CEDCA
1.6. Estimular a implementação de mediação de conflito e práticas x x x SASC/DUASE
restaurativas no âmbito da 2ª VIJ.
CEDCA
OBS:
As ações devem ser cobradas dos órgãos que aparecem em negrito.
O orçamento e recursos serão definidos nos PPAs e planejamentos anuais.
49