Efrain Naftali Lopes Soares

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL TROPICAL

EFRAIM NAFTALI LOPES SOARES

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE Aedes aegypti (DIPTERA: CULICIDAE) EM


ÁREAS VULNERÁVEIS PARA A TRANSMISSÃO DE ARBOVIROSES

RECIFE, 2018.
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL TROPICAL

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE Aedes aegypti (DIPTERA: CULICIDAE) EM


ÁREAS VULNERÁVEIS PARA A TRANSMISSÃO DE ARBOVIROSES

EFRAIM NAFTALI LOPES SOARES

Dissertação submetida à Coordenação do


Programa de Pós-graduação em Ciência Animal
Tropical como parte dos requisitos para
obtenção do título de Mestre em Ciência Animal
Tropical.

Orientadora: Profª Dra. Gílcia Aparecida de


Carvalho.

RECIFE, 2018.
A277f Soares, Efraim Naftali Lopes.
Distribuição espacial de Aedes aegypti (diptera: culicidae) em áreas vulneráveis
para a transmissão de arboviroses / Efraim Naftali Lopes Soares – Recife, 2018. 78f. :
il.

Orientadora: Gílcia Aparecida de Carvalho.


Dissertação (Mestrado em Ciência Animal Tropical) –
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de
Morfologia e Fisiologia Animal, Recife, 2016.
Inclui referências e apêndice(s).

1. Aedes aegypti 2. Arboviroses 3. Ovitrampas


4. Vigilância em Saúde I. Carvalho, Gílcia Aparecida de,
orientadora II. Título
CDD 636.089
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL TROPICAL

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE Aedes aegypti (DIPTERA: CULICIDAE) EM


ÁREAS VULNERÁVEIS PARA A TRANSMISSÃO DE ARBOVIROSES

Dissertação de Mestrado elaborada por

_________________________________________________
EFRAIM NAFTALI LOPES SOARES
Aprovada em 16/02/2018

Banca examinadora:

________________________________________________________
Profª Dra. GÍLCIA APARECIDA DE CARVALHO
Unidade Acadêmica de Garanhuns – UFRPE
Orientadora

_______________________________________________________
Profª DRa MARIA APARECIDA DA GLORIA FAUSTINO
Departamento de Medicina Veterinária - UFRPE

___________________________________________________________
Prof. Dr. RAFAEL ANTÔNIO DO NASCIMENTO RAMOS
Unidade Acadêmica de Garanhuns – UFRPE

_________________________________________________
Prof. Dr. LEUCIO CÂMARA ALVES
Departamento de Medicina Veterinária – UFRPE
Dedico este trabalho a Antônio e Izindinha, pelo amor
incondicional e cuidado de sempre; a Severina Lopes, vó
amada, coluna da nossa família; aos amados Thiago e Tamires,
e a minha sobrinha Maria Eduarda, que chegou na nossa
melhor primavera.
És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo TempoTempoTempo
Vou te fazer um pedido
Tempo TempoTempoTempo

Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo TempoTempoTempo
Entro num acordo contigo
Tempo TempoTempoTempo

Por seres tão inventivo


E pareceres contínuo
Tempo TempoTempoTempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo TempoTempoTempo

Que sejas ainda mais vivo


No som do meu estribilho
Tempo TempoTempoTempo
Ouve bem o que te digo
Tempo TempoTempoTempo

Peço-te o prazer legítimo


E o movimento preciso
Tempo TempoTempoTempo
Quando o tempo for propício
Tempo TempoTempoTempo

De modo que o meu espírito


Ganhe um brilho definido
Tempo TempoTempoTempo
E eu espalhe benefícios
Tempo TempoTempoTempo

O que usaremos pra isso


Fica guardado em sigilo
Tempo TempoTempoTempo
Apenas contigo e comigo
Tempo TempoTempoTempo

E quando eu tiver saído


Para fora do teu círculo
Tempo TempoTempoTempo
Não serei nem terás sido
Tempo, Tempo, Tempo, Tempo

Ainda assim acredito


Ser possível reunirmo-nos
Tempo, Tempo, Tempo, Tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo, Tempo, Tempo, Tempo

Portanto peço-te aquilo


E te ofereço elogios
Tempo TempoTempoTempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo TempoTempoTempo

Oração ao tempo.

Força estranha: Caitano Veloso


AGRADECIMENTO

Ao arquiteto do universo e ao seu filho Jesus que recebeu por parte Dele, todo poder,
toda honra e toda glória;

A minha amada tia Cleide e ao meu amado Pr. Carlos, por todo carinho, amor, torcida,
apoio e incentivo, a trilhar caminhos de crescimento acadêmico e espiritual;

A minha amada tia Sônia e Tia Nilda, que acompanham essa caminhada a trinta e sete
anos, sempre acreditando que é possível fazer sempre mais;

Aos meus tios Ednado Manoel da Silva e Núbia Silva, pelo apoio e carinho;

Aos meus primos (Jordana, Anderson, Andressa e Carlos Júnior) pelo carinho e torcida
de sempre;

A Leide Pereira, Sara Pereira, Erineide Queiroz, Carlos Queiroz e Fernanda Queiroz,
por sempre estarem por perto, vibrando com toda conquista;

A Professora Drª Gilcia Aparecida, que com muito esmero ensinou e partilhou
conhecimentos, como também se dedicou, compreendeu e incentivou essa produção científica;

A Claúdia Agra, pelo apoio, atenção e torcida para a realização deste sonho;

A todos os professores do curso de Pós-graduação em Ciência Animal Tropical da


UFRPE, pela partilha de Saberes;

Aos amigos da turma de mestrado do PGCAT, em especial a Deangelles Fiorentino.

A secretaria de Saúde de Pernambuco na pessoa de George Dimech, Silvania Leal,


Daniela Bandeira, Wellington Fontes, Luciana Figueiroa e Ricarda Samara, por todo apoio,
incentivo e carinho à minha pessoa;

A IV Gerência Regional de Saúde na pessoa de Djair Ferreira, grande incentivador e


apoiador deste sonho;

A todos os técnicos que fazem a IV Gerência Regional de Saúde em especial a


Conceição Maciel, Nilson Monteiro, Lucyanne Karla, Vanessa Lopes, Joice Rodrigues, Larissa
Paes, André Coimbra, Djanete Feitosa, Eline Mendonça, Anderson Ênio e José Israel;

A equipe do Laboratório de entomologia da IV GERES, em especial a João Lopes


Leite; Djailson Elias de Melo e Eduardo Souza, por todo apoio e auxílio nas análises das
amostras e entrega para realização deste trabalho, bem como a amizade existente entre nós;

A equipe do Georreferenciamento da IV GERES, na pessoa de Antônio Fernandes, pelo


apoio e incentivo.

Ao meu amigo e irmão, Roberval Maciel pela oportunidade de crescimento no SUS,


partilha de saberes, por sempre acreditar e incentivar a minha pessoa.

A família de Roberval Maciel pela acolhida e carinho de sempre. É bom tê-los por
perto, Maria José, Lorena Maciel e Robervalzinho.
A Manasses Leite, pela oportunidade de continuação do meu projeto de pesquisa, bem
como a participação em sua equipe de trabalho, visando um SUS cada vez mais equânime e a
Fabriça Franciara por todo carinho dedicado à minha pessoa.

Ao prefeito Thiago Lucena Nunes e a Renata Linhares por acreditar, permitir e apoiar a
pesquisa científica no município de Agrestina;

Aos secretários de outras pastas do município Agrestina que sempre apoiaram o meu
trabalho à frente da vigilância em Saúde em especial a Joelma Leite, Josenildo Santos e Saulo
Batista;

A minha amiga Lucijane Brito, pelo carinho e apoio de sempre;

A todos os componentes da Vigilância em Saúde de Agrestina, em especial a Milton


José, Fabio José e José Renailson, que não mediram esforços para ajudar na pesquisa;

Aos amigos da Fundação Nacional de Saúde em especial a Jânio Linhares, Josenildo


Bezerra, Gilmar Senhorinho, Elza Santos, Luzinete Queiroz, Gilberto Farias, José Hilton, Josué
Francisco, Maurício Medeiros, Ednaldo da Penha, Isaías Ferreira, pela parceria ao longo desses
anos;

Aos amigos mais chegados, aqueles que moram do lado esquerdo do peito, Thadyma
Siqueira, Charles Maciel, Wedja Vieira, Eline Mendonça Lauana Lane, Renato Melo, Edilson
Alves, Luandson Henrique, Rita de Cássia, Franci Ribeiro, Maria Helena e Breno Feitosa.
SUMÁRIO

1. Introdução............................................................................................................... 17
2. Revisão de Literatura ............................................................................................ 19
2.1 Características dos culicídeos ............................................................................... 19
2.2 Gênero Aedes........................................................................................................ 19
2.3 Ciclo Biológico, características morfológicas e habitat do Aedes aegypti ........... 20
2.4 A importância do Aedes aegypti e Aedes albopictus na transmissão das 23
doenças..................................................................................................................
2.5 Aspectos etiológicos, epidemiológicos e clínicos nas principais arboviroses de 23
importância no Brasil ..........................................................................................
2.5.1 Dengue .................................................................................................................. 23
2.5.2 Febre do Chikungunya ........................................................................................... 25
2.5.3 Zika Vírus .............................................................................................................. 27
3. Epidemiologia das Arboviroses em Pernambuco ......................... ...................... 29
4. Programas de Controle do Aedes aegypti .............................................................. 30

5. Pesquisas entomológicas para o Aedes aegypti...................................................... 33


5.1 Pesquisa de Levantamento de índice (LI) ............................................................. 33
5.2 Pesquisa em Pontos Estratégicos ........................................................................... 34
5.3 Pesquisa em Armadilhas ........................................................................................ 34
6. O controle do Aedes aegypti por meio biológico, químico e o manejo 36
ambiental................................................................................................................
7. Uso de Geotecnologias no combate as arboviroses .............................................. 37
8. Referências Bibliográficas ................................................................................... 39
9. Objetivo ................................................................................................................. 46
9.1 Objetivo Geral........................................................................................................ 46
9.2 Objetivo Específico................................................................................................ 46
10. Artigo ..................................................................................................................... 47
10.1 Título ..................................................................................................................... 47
10.2 Abstract ................................................................................................................. 47
10.3 Introduction ........................................................................................................... 48
10.4 Material and Methods ........................................................................................... 49
10.5 Results ................................................................................................................... 51
10.6 Discussion ............................................................................................................. 53
10.7 References ..................................................................................................... 55
11. Conclusões ............................................................................................................ 63
12. Apêndice ................................................................................................................ 64
LISTA DE FIGURAS
REVISÃO DE LITERATURA

Figura 1 Ovo de Aedes aegypti 21


Figura 2 Ciclo Biológico do Aedes aegypti 21
Figura 3 Paciente acometido por Chikungunya apresentando edema nos 26
membros inferiores.
Figura 4 Paciente acometido por Chikungunya apresentando “Rach” cutâneo 26
Figura 5 Criança com o perímetro cefálico dentro do preconizado e com 28
Microcefalia.
Figura 6 Criança apresentando microcefalia 28
Figura 7 Protocolo para realização de coleta em tempo oportuno para detecção 39
do Zika Vírus
Figura 8 Modelo de armadilha de oviposição (OVITRAMPA) para o 34
Aedes aegypti.
Figura 9 Modelo de armadilha (LARVITRAMPA) para o Aedes aegypti. 36
LISTA DE FIGURA
ARTIGO

Figure 1 Spatial distribution of collection points in Agrestina, 59


Pernambuco, Brazil
Figure 2 Number of eggs collected per cycle in Agrestina, Pernambuco, 60
Brazil and relative humidity observed
Figure 3 Kernel estimation map of eggs in ovitraps in the municipality of 61
Agrestina, Pernambuco, Brazil
LISTA DE TABELA
ARTIGO

Table 1 Entomological indexes obtained through ovitraps in different 62


collection points in Agrestina, Pernambuco, Brazil.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

OMS Organização Mundial de Saúde


DENV Dengue Vírus
MS Ministério da Saúde
IB Índice de Breteau
IIP Índice de Infestação Predial
FHD Febre Hemorrágica da Dengue
IgM Imunoglobulina M
IgG Imunoglobulina G
ELISA Enzyme-Linked Immunosorbent Assay
NS1 Antígeno
RT-PCR Reação em Cadeia de Polimerase em Tempo Real
CHKV Chikungunya Vírus
ZIKV Zika Vírus
MAC-ELISA Ensaio de Imunoabsorção enzimática para captura de anticorpos
SE Semana Epidemiológica
SNFA Serviço Nacional de Controle da Febre Amarela
DENERu Departamento Nacional de Endemias Rurais
OPAS Organização Pan-Americana de Saúde
SUCAM Superintendência de Campanhas de Saúde Pública
PNCD Programa Nacional de Controle da Febre Amarela e Dengue
PEa Programa de Erradicação do Aedes Aegypti
FUNASA Fundação Nacional de Saúde
LI Levantamento de índice Rápido
LI+T Levantamento índice Rápido e tratamento focal.
PE Pontos estratégicos
UBV Ultra Baixo Volume
SIG Sistema de Informação Geográfica
RESUMO

Os culicídeos do gênero Aedes, estão envolvidos na transmissão das arboviroses


Dengue (DENV), a Chikungunya (CHIKV) e o Zika vírus (ZIKV) e ultimamente são
consideradas um grande desafio para a saúde pública. Novas metodologias de
monitoramento para o conhecimento de áreas vulneráveis para a transmissão das
arboviroses vêm sendo utilizadas e as armadilhas de oviposição (OVITRAMPAS), tem
se mostrado sensível ao conhecimento dessas áreas, associadas aos determinantes
sociais em saúde. O uso do georreferenciamento, através da construção de mapas é
outra ferramenta que permite visualizar, a distribuição, concentração e incidência dos
agravos em saúde. Diante disso, o presente trabalho buscou estudar a distribuição
espacial do Ae. aegypti no conhecimento de áreas vulneráveis para o controle vetorial e
possibilidade de transmissão de arboviroses (Dengue Zika, Chikungunya) no município
de Agrestina, Pernambuco. Para a coleta de ovos, utilizou-se armadilhas de oviposição
em 35 pontos georreferenciados, distribuídos em sete pontos, com coleta quinzenal, no
período de Maio de 2016 a Abril de 2017. Os dados climáticos de temperatura, umidade
e pluviosidade foram coletados através da Agência Pernambucana de Águas e Climas
(APAC) e Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), sendo correlacionados com o
número de ovos presentes nas ovitrampas e aplicados os índices entomológicos de
Positividade de Ovitrampas (IPO), Índice de Densidade de Ovos (IDO) e o Índice de
Densidade Vetorial (IDV) para a classificação das áreas entre, controle, alerta e risco.
Após essas etapas foram construídos mapas temáticos de Kernel para o conhecimento
das áreas de maior infestação vetorial. Foram coletados 44.936 ovos. Em todo período
do estudo os índices de infestação apresentaram variações entre as zonas de controle,
alerta e risco. No que se refere aos fatores climáticos, a umidade foi o fator que
contribuiu de forma significativa para a infestação vetorial e através dos mapas
temáticos verificou-se a distribuição espacial do Aedes aegypti. As armadilhas de
oviposição, associada a análise dos fatores climáticos, bem como a utilização dos
índices entomológicos e a aplicação das ferramentas de georreferenciamento, sinalizam
boas estratégias para o conhecimento de controle de áreas vulneráveis a transmissão das
arboviroses.

Palavras- Chaves: Epidemiologia; ovitrampas; Vigilância em Saúde


ABSTRACT

The arboviruses transmitted by Culicidae of the genus Aedes, Dengue (DENV),


Chikungunya (CHIKV) and Zika virus (ZIKV), have recently been considered a major
public health challenge. New monitoring methodologies for the knowledge of
vulnerable areas for the transmission of arboviruses have been used and the oviposition
traps (OVITRAMPAS) have been sensitive to the knowledge of these areas, associated
with favorable conditions. The use of georeferencing through the construction of maps
is another tool that allows visualizing the distribution, concentration and incidence of
health problems. Therefore, the present work had as objective to know areas vulnerable
to presence through the use of oviposition traps and georeferencing in the municipality
of Agrestina, PE. For egg collection, oviposition traps were used in 35 georeferenced
points, distributed in seven neighborhoods, as a biweekly collection, from May 2016 to
April 2017. The climatic data of temperature, humidity and rainfall were correlated as
the (IPO), Egg Density Index (IDO) and Vector Density Index (IDV) for the
classification of areas between control, alert and risk. After these steps Kernel themed
maps were constructed for the knowledge of the areas of greatest vector infestation. A
total of 44,936 eggs were collected. Throughout the study period, the rates of
infestation showed variations between control, alert and risk zones. Regarding the
climatic factors, rain was the factor that contributed significantly to the vector
infestation and through the thematic maps the spatial distribution of the areas of higher
transmission to the arboviruses was verified. The oviposition traps, associated with the
analysis of climatic factors, as well as the use of entomological indexes and the
application of georeferencing tools, indicate good strategies for the knowledge of
control of areas vulnerable to arbovirus transmission.

Key words: Epidemiologic; Ovitranps; Vigilância em Saúde


17

1.0 INTRODUÇÃO

Os insetos da família Culicidae, gênero Aedes possuem duas espécies que estão
diretamente relacionadas a transmissão das arboviroses, o Aedes aegypti e o Aedes
albopictus. Essas espécies apresentam hábitos antropofílicos, onde as fêmeas realizam a
hematofagia e a oviposição é realizada em coleções hídricas onde haja água pobre em
matéria orgânica e parada. O ciclo biológico dos culicídeos dura em média de 8 a 12
dias, em condições favoráveis ao seu desenvolvimento e envolve quatro fases: ovo,
larva com quatro estádios larvais, pupa e o inseto adulto (FERNANDES, 2014;
CONSOLI, 1994).

Dentre as doenças infecciosas emergentes e reemergentes, as arboviroses


transmitidas por culicídeos, como o Dengue (DENV), o Chikungunya (CHIKV), Febre
Amarela (FA) e o Zika (ZIKV) são considerados importantes desafios para a saúde
pública, visto que, o cenário caracterizado pela Dengue já é considerado endêmico em
quase todo território brasileiro, o que favorece a sua disseminação (HONÓRIO, 2015;
AZEVEDO, 2015).

Os primeiros casos de Chikungunya foram detectados no Brasil a partir de


Junho de 2014, sendo esses casos, importados e virêmicos. O primeiro caso autóctone
em território nacional foi confirmado no mês de setembro de 2014, no estado do Amapá
e no mesmo mês foi registrado um surto na Bahia. Em 2015, o Zika vírus foi
introduzido no Brasil, provavelmente advindo do continente Asiático, produzindo surtos
no nordeste brasileiro. A Febre Amarela é outra virose importante que vem ao longo
desses anos apresentando surtos em primatas não humanos de forma ocasional. Após a
introdução de novas arboviroses o Brasil apresentou um aumento significativo no
número de casos notificados (VALLE, 2015; BRASIL, 2017; BRASIL 2016).

Conhecendo a importância do Ae. aegypti e do Ae. albopictus na transmissão


das arboviroses, bem como, na capacidade de adaptação desses vetores a diversos
ambientes, o Ministério da Saúde (MS) recomenda a eliminação dos criadouros, a
limpeza de terrenos baldios e aplicação de larvicidas em depósitos de água e inseticidas
para forma alada do vetor. Quanto à vigilância entomológica, o MS tem preconizado a
utilização de dois métodos de mensuração da densidade vetorial que são baseados em
pesquisas domiciliares, sendo eles: a avaliação da densidade larvária ou índice de
Breteau (IB) e o índice de infestação predial (IIP) (FUNASA, 2002).
18

Novos métodos de captura têm sido amplamente registrados na literatura como


indicadores de infestação com base em armadilhas. Um dos métodos que permite tal
avaliação é por meio de armadilhas de oviposição que tem o objetivo de detectar a
presença de população do Ae. aegypti, visto que esta metodologia permite determinar a
dispersão vetorial, havendo maiores chances de detecção dos focos do vetor, em
detrimento da busca ativa do índice de infestação predial (IIP) e o Breteau, onde alguns
estudos apontam a fragilidade em relação aos resultados, sendo inadequada para
monitorar e avaliar as ações de controle do Ae. aegypti (BRAGA, 2000; RÍOS-
VELÁSQUEZ, 2007; NUNES, 2011; HONÓRIO, 2015).

Os sistemas de informação geográfica (SIG) surgem na saúde pública


como um método de análise útil para auxiliar a avaliação de programas, controle de
doenças e controle de vetores. Os SIG formam um conjunto de técnicas de coleta,
tratamento e exibição de informações georreferenciadas, que podem ajudar de forma
significativa a epidemiologia no sentido de leva-la a conhecer a distribuição espacial
dos vetores e dos casos notificados (SOUZA-SANTOS, 2000; MEDRONHO, 2002;
RÍOS-VELÁSQUEZ, 2007; BESSA-JUNIOR, 2013).

Diante disso, o desenvolvimento do presente estudo teve como objetivo estudar


a distribuição espacial do Ae. aegypti utilizando armadilhas de oviposição
(OVITRAMPAS) e as técnicas de georreferenciamento no conhecimento de áreas
vulneráveis para o controle vetorial e possibilidade de transmissão de arboviroses
(Dengue Zika, Chikungunha) no município de Agrestina, Pernambuco.
19

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Características dos Culicídeos

Os culicídeos, são insetos denominados de Artrópodes, classificados


taxonomicamente como dípteros nematóceros, pertencentes a família Culicidae, onde
são encontradas aproximadamente 3.490 espécies, classificados em duas subfamílias. A
subfamília Anophelinae que possui três gêneros e a culicinae que possui 110 gêneros.
São encontrados em quase todas as regiões do planeta, exceto as congeladas e a maioria
dos culicídeos vivem nas regiões topicais e subtropicais, onde o ambiente úmido e clima
quente favorecem o rápido desenvolvimento dos culicídeos (SILVA, 2009;
ASSUMPÇÃO, 2012).

2.2 O Gênero Aedes

Entre as espécies de mosquitos do gênero Aedes que estão envolvidos na


transmissão de arboviroses como Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela, estão o
Aedes aegypti e o Aedes albopictus. O controle do Aedes tem se constituído um grande
desafio em saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento,
independentemente dos recursos direcionados para o controle do vetor (ZARA, 2016).
O Ae. aegypti (Linnaeus, 1972) é oriundo do Velho Mundo, acompanhou o
homem através de seus processos migratórios e alterações realizadas no meio ambiente,
cujos processos favoreceram a sua dispersão e adaptação. Esse processo de
domesticação permitiu com que o vetor se tornasse cosmopolita, com a ocorrência nas
zonas tropicais e subtropicais (CONSOLI, 1994; TEXEIRA, 1999).
Nas Américas o Ae. aegypti é importante pela caracterização de epidemias de
Febre Amarela Urbana. No Brasil foi introduzido no período colonial, possivelmente
com o tráfico de escravos, onde predominou desde o século XIX até meados da década
de 40, no século XX. Os esforços para eliminação no continente americano obtiveram
êxito na década de 50, havendo posteriormente a reintrodução devido aos países
circunvizinhos da América do Sul, Central e do Norte não realizarem a erradicação
desse vetor. Salvador no estado da Bahia foi a cidade Brasileira que sinalizou a
20

reintrodução do Aedes na década de 70 (; CONSOLI 1994; TAULI, 2001; GOMES,


2008; BARRETO, 2008).
No que se refere ao Ae. albopictus (Skuse, 1894), vetor considerado primário
para o vírus da Dengue, também pertence ao clima temperado e tropical, a princípio foi
descrito na Índia e invadiu o continente americano em meados da década de 80 através
do estado de Minas Gerais e Rio de Janeiro, se propagando gradativamente para os
estados circunvizinhos do Espirito Santo e São Paulo. Ao contrário do Ae. aegypti, o Ae.
albopictus não necessita de grandes concentrações humanas e tem a capacidade de se
dispersar em ambientes rurais, suburbanos e urbanos (CONSOLI, 1994; AGUIAR,
2008).
Diante do conhecimento das duas espécies vetoras, o Ae. aegypti tem se
mostrado cada vez mais abrangente devido ao seu processo de urbanização, onde
existem diversos fatores que estão intrinsicamente ligados à sua manutenção, como:
fatores socioeconômicos, biológicos e ambientais. As condições precárias de
saneamento básico e habitação, o abastecimento irregular de água e dejetos humanos, o
processo industrial na produção de embalagens descartáveis (plástico, vidros, isopor),
coleta do lixo irregular, bem como o aumento na produção de veículos automotores, que
contribuem de forma significativa para o crescimento de pneus usados e que são
jogados de forma inadequada no meio ambiente (REBÊLO, 1999; TAULI, 2002;
CHIARAVALLOTI NETO, 2003; LENZI, 2004; CLARO, 2004; DOS SANTOS,
2015).

2.3 Ciclo Biológico, características morfológicas e habitat do Aedes aegypti

Os insetos da família culicidae também são conhecidos como holometábolo,


apresentam-se em quatro fases de desenvolvimento: ovo, larva (quatro estádios), pupa e
adulto. Os ovos dos culicídeos são de modo geral de contorno oval ou elíptico,
apresentam aproximadamente 1 mm de comprimento, são depositados pela fêmea
individualmente nos depósitos com água parada que servem de criadouros, próximo a
superfície da água (FUNASA, 2001)
No momento que a fêmea do Ae. aegypti realiza a oviposição, os ovos
apresentam-se de cor branca, mas rapidamente adquirem a cor negra (Figura 1)
FORATTINI, 1986).
21

Figura 1: Ovos de Aedes aegypti Fonte: Moehlecke (2008).

Após a fecundação, se dá a postura e o desenvolvimento do embrião se completa


em 48 horas, dependendo da umidade e da temperatura. A resistência dos ovos do Ae.
aegypti durante as variações climáticas sazonais, permite a viabilidade dos mesmos,
visto que chegam a durar em média 495 dias na seca, em contato com água as larvas
chegam a eclodir. Essa condição permite que os ovos sejam transportados a grandes
distâncias através de recipientes secos encontrados no meio ambiente (FUNASA,2001;
ZARA, 2016;).

Figura 2: Ciclo Biológico do Aedes aegypti. Fonte: Munstermann (1995), Moehlecke


(2008), Vieira (2008), Russell (2000).
22

A fase larval do Ae. aegypti possui quatro estádios (L1, L2, L3 e L4), sendo o
tempo de evolução de cada um deles, dependendo das condições (temperatura e
alimento) adequadas para o seu desenvolvimento no criadouro. A larva é composta pela
cabeça, tórax e abdômen. O abdômen apresenta oito segmentos, onde o seguimento
posterior contém lobo anal e sifão respiratório. O lobo anal é composto por quatro
brânquias lobuladas para a regulação osmótica e o sifão para a respiração da larva na
superfície da água, sendo sensível a movimentos bruscos, como também se desloca com
rapidez ao ser exposta ao feixe de luz (FORATTI, 1986; CONSOLI, 1994; FUNASA,
2001;).
A fase de pupa não se alimenta e geralmente em dois a três dias desenvolve para
a fase adulta. A morfologia da pupa compreende duas partes distintas: cefalotórax e
abdome. A pupa tem um par de tubos respiratórios ou “trompetas”, que atravessam a
água e permite a respiração (CONSOLI, 1994; FUNASA, 2001).
O adulto do Ae. aegypti representa a fase reprodutiva do inseto. O macho se
distingue da fêmea por possuir antenas mais plumosas e palpos mais longos, geralmente
esse inseto é escuro e através das escamas ornamentais formam manchas prateadas. O
dorso do tórax é recoberto por escamas escuras, além de outras branco-prateadas, sendo
formado um desenho que se compara a uma “lira”. O abdômen é escuro com manchas
brancas-prateadas formando anéis. Os fêmures e tíbias do inseto revestidas de escamas
brancas e os artículos tarsais com nítidas anelações brancas na extremidade basal,
formam as pernas FORATTI, 1986; CONSOLI, 1994; FUNASA, 2001;).
Após sair do período pupal o Ae. aegypti passar por um período de repouso nas
paredes dos depósitos, visando o fortalecimento do exoesqueleto, das asas, e no caso
dos machos para a rotação da genitália, estando apto a acasalar dentro de 24 horas. Essa
regra vale para ambos os sexos, visto que o acasalamento se dá durante o voo e
raramente sobre uma superfície. Uma única cópula é suficiente para fecundar todos os
ovos que a fêmea venha a produzir. As fêmeas do culicídeo se alimentam de seiva de
plantas e de sangue humano, onde através do repasto sanguíneo fornece proteínas para a
maturação dos ovócitos, ou seja, a ovo gênese. A oviposição acontece geralmente no
fim da tarde, sendo atraída por recipientes escuros de superfície áspera, nos quais
depositam os ovos, reiniciando seu ciclo (DE FREITAS BARATA,2001; FUNASA,
2001; NATAL, 2002; LAGROTTA, 2006).
23

2.4 A importância do Ae. aegypti e Ae. albopictus na transmissão das doenças

Muitas espécies da família culicidae podem causar diversas doenças infeciosas


em humanos e animais domésticos, por se caracterizarem como insetos vetores. Os
patógenos transmitidos por estes vetores vão de vírus (arbovírus) a protozoários filárias
(nematoides). Algumas espécies do gênero Aedes, culex e Anopheles são responsáveis
pela alta morbimortalidade entre humanos e entre algumas arboviroses estão a Dengue,
a Chikunguya, a Zika e a Febre Amarela (HARBACH, 2007).

2.5 Aspectos etiológicos, epidemiológicos e clínico das principais arboviroses de


importância no Brasil.

2.5.1 Dengue

Arborviroses como a Dengue e seu ciclo de transmissão foram descritos no


início do século XX, entre os anos de 1902 e 1907, onde também se configurou os
primeiros indícios de que o Aedes aegypti estava envolvido no ciclo de transmissão,
sendo o principal vetor da infecção. Entre 1943 e 1944 ocorreu o isolamento viral por
Kimura e Hotta e em 1945 Sabin e Schlsinger isolaram a cepa no Havaí, sendo
identificado neste mesmo ano outro vírus na Nova Guiné, onde observou-se
características antigênicas diferentes e que passaram a ser considerados sorotipos do
vírus. As cepas do vírus que foram isoladas no Havaí foram descritas como Sorotipo 1 e
as identificadas na Nova Guiné sorotipo 2 em meio ao uma epidemia de Dengue
Hemorrágico no Sudeste Asiático foram isolados e denominados de sorotipo 3 e 4
(TEXEIRA e BARRETO 1999; BARRETO e TEXEIRA, 2008). Em 2013 foi
descoberto e isolado o sorotipo 5 em uma paciente na Tailândia, onde após o
sequenciamento e a análise do genoma, obteve-se a confirmação (PEREIRA, 2014;
MAMANI, 2014; CASTRO, 2004; CABRAL, 2015).
A partir do ano de 2014, o Brasil passou a adotar a Nova Classificação para a
Dengue, segundo recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Nessa
nova classificação as nomenclaturas de Dengue Clássica, Dengue com Complicações,
Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) e a Síndrome do Choque da Dengue, são
24

substituídas por Dengue, Dengue com Sinais de Alarme e Dengue Grave,


respectivamente (BRASIL, 2016).
Pela nova classificação adotada pelo Brasil um caso suspeito de Dengue pode
ser determinado pelo aparecimento de febre (39ºC a 40ºC), cefaleia, mialgia, artralgia,
dor retroorbitária, exantema máculo-papular, podendo apresentar ou não prurido, que
está frequentemente ligado ao aparecimento da febre, anorexia, náuseas e vômitos
podem estar presentes. Quanto a Dengue com sinais de Alarme e Dengue Grave, todos
os sintomas descritos acima poderão existir, somando-se o aparecimento de dor
abdominal, ascite, derrame pleural, derrame pericárdico, hepatomegalia, hipotensão
postural, sangramento nas mucosas e extravasamento do plasma (GÓIAS, 2013;
BRASIL, 2016).
Para confirmação laboratorial de Dengue, o Ministério da Saúde preconiza a
sorologia para IgM através do método Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (ELISA),
onde as amostras devem ser coletadas a partir do sexto dia do aparecimento dos
sintomas. Para detecção de antígenos virais o Ministério preconiza o Ns1, isolamento
viral, reação em cadeia de polimerase em tempo real ou convencional (RT-PCR) e
imunohistoquímica, nos quais as amostras devem ser solicitadas até o quinto dia do
aparecimento dos sintomas. O diagnóstico diferencial pode estar associado a
arboviroses como: Oropouche e Mayaro; síndromes exantemáticas febris como: eritema
infeccioso, mononucleose, rubéola, pavavirose e Zika. Síndrome hemorrágica febril
como: hantavirose, leptospirose, febre amarela e púrpuras. Síndrome dolorosa
abdominal como: apendicite, abcesso hepático e meningite por influenza do tipo B e
síndromes meníngeas como: meningite viral, bacteriana e encefalite (BRASIL,2016).
De acordo com o Ministério da Saúde o ano de 2014 foi registrado
aproximadamente 591.080 casos de Dengue. As região Sudeste e Centro-Oeste tiveram
o maior número de casos chegando a 427.132 casos aproximadamente. As regiões
Nordeste, Norte, Sul registraram 163.948 casos. Desses casos neste mesmo ano, 689
estavam classificados como Dengue grave e 8.150 estavam correlacionados a Dengue
com sinais de alarme e 410 óbitos registrados em todo país. No que se refere aos casos
de Chikunguya, em 2014, 3.195 casos autóctones foram notificados. Destes casos, 294
foram descartados e 2.196 foram confirmados, sendo 140 pelo critério laboratorial e
2.056 pelo clínico epidemiológico (BRASIL, 2015).
Em 2015 os casos de Dengue duplicaram em relação ao ano de 2014. Mais de
1.649.008 casos foram notificados em todo país, a região sudeste e Nordeste se
25

destacaram, possuindo o maior número de casos. A soma das duas regiões totalizou
1.337.745 casos notificados. As demais regiões Centro-Oeste, Sul e Norte chegaram a
registrar 311.263 casos. Nesse mesmo ano foram confirmados 1.569 casos de Dengue
grave, 20.329 de dengue com sinais de alarme. Os óbitos também duplicaram em
relação ao ano de 2014, chegando a 863 óbitos em todo país.
No ano de 2016 foram notificados 1.688.688 casos prováveis de Dengue, onde
as regiões Sudeste e Nordeste se destacaram mais uma vez no cenário nacional em
relação as outras regiões apresentando 1.183.088 casos respectivamente. As demais
regiões Sul, Centro-Oeste e Norte totalizaram 317.447 casos. Desses casos, foram
confirmados 861 casos de Dengue grave e 8.402 com Dengue com sinais de Alarme,
apresentando uma queda em relação ao ano de 2015. Em 2016 foram confirmados 642
óbitos por dengue e nesses mesmo período.
Em 2017 foram notificados 1.483.623 casos prováveis de Dengue, onde a região
Sudeste apresentou 847.584 e a região Nordeste 316.917, destacando-se entre as demais
regiões do país. Em relação ao número de óbito o foram notificados 141 casos em todo
país, sendo a região Nordeste a que apresentou o maior número de casos, destacando-se
38 óbitos.

2.5.2 Febre do Chikungunya

O vírus da febre do Chikungunya (CHKV) é membro da família Togaviridae, do


gênero Alphavirus, advindo da África, que se desenvolve em importantes ciclos
silvestre envolvendo o Ae. aegypti e Ae. albopictus. O significado Chikungunya tem
origem do idioma Makonde, que quer dizer: curva-se ou torna-se contorcido
(AZÊVEDO, 2015; CÂMARA, 2016).
No Brasil o Aedes aegypti e o Ae. albopictus são os principais vetores, porém
outras espécies de Aedes foram identificadas na África como transmissoras da febre do
Chikungunya, destacando-se ao Aedes dalzieli, Aedes africanus, Aedes luteocephalus,
Aedes futcifer, Aedes fulgens, Aedes vigalax (LAM, 2001),
O vírus Chikungunya (CHIKV) foi isolado primeiramente na Tanzânia em
meados do ano de 1952, onde ocorreu a primeira emergência na Índia. A segunda
emergência aconteceu no Quênia em 2004, onde se espalhou pelas ilhas do Oceano
Índico, sudeste asiático e Índia, porém registra-se epidemias desde 1779
equivocadamente notificadas como Dengue. No ano de 2006, uma epidemia que atingiu
26

as Ilhas da Reunião o que resultou em uma mutação, levando o Aedes albopictus a uma
maior e mais eficaz transmissibilidade. Transmissões autóctones também foram
detectadas ao longo dos anos na Europa e nas Américas, onde o CHIKV, foi introduzido
nesse último, pelo Caribe no ano de 2013 e em 2014 foi detectado no Brasil na cidade
de Oiapoque (Amapá) (HONÓRIO, 2015; AZÊVEDO, 2015).
O CHIKV possui três genótipos, porém apenas dois circulam simultaneamente
causando as epidemias, o CHIKV Asiático e o africano descrito entre os anos de 2013 e
2014, um nas Américas e o outro no Velho Mundo respectivamente (VASCONCELOS,
2015). Há muitas características semelhantes entre a infecção por Dengue e o
Chikungunya. O período de incubação varia entre 10 (dez) a 12 (doze) dias,
apresentando febre alta, cefaleia, mialgia, edemas (FIGURA 3) dores agudas e
duradouras, “rash” cutâneo (FIGURA 4) e esses sintomas podem cessar em cerca de 7
(sete) a 15 (quinze) dias, apesar que as dores presentes nas articulações durem meses e
até anos (ALBUQUERQUE, 2012; TAULI, 2014; AIKEN, 2015;).

FIGURA 3: Paciente acometido por FIGURA 4: Paciente acometido por


Chikungunya, apresentando edema nos Chikungunya, apresentando “rach”
membros inferiores. Fonte: SMS. cutâneo. Fonte: SMS.

Para detecção do vírus da febre do Chikungunya (CHIKV), o Ministério da


Saúde preconiza recomenda a coleta das amostras uma semana após o aparecimento dos
sintomas e preconiza três técnicas de diagnóstico, onde as amostras são coletadas após
uma semana depois do aparecimento dos sintomas, onde é realizado o isolamento viral,
reação em cadeia de polimerase em tempo real (RT-PCR) ou convencional para
detecção do RNA do vírus e Imunoglobulinas (IgM e IgG) e o ensaio imunoenzimático
(ELISA). Na maioria das vezes as amostras que são coletadas, são de sangue ou soro,
porém podem também ser coletadas do líquido cérebro-espinhal e o diagnóstico
diferencial é feito por outras doenças febris agudas sendo ou não associada a artralgia
27

como a dengue, malária, leptospirose, Zika vírus, febre reumática e artrite séptica
(BRASIL, 2017).
No que se refere a febre do Chikunguya no ano de 2015, 20.661 casos foram
notificados, onde destes, 7.823 foram confirmados, sendo 560 por critério laboratorial e
7.263 por critério clínico epidemiológico e mais de 10.420 casos continuaram em
investigação neste ano. Os números de óbitos somaram-se a três, sendo dois no estado
da Bahia e um em Sergipe. Em 2016 foram notificados 271.824 casos. O Nordeste se
destacou como a maior incidência e as unidades federadas se destacaram o rio Grande
do Norte, Ceará, Pernambuco, Alagoas e Paraíba. Foram confirmados 196 óbitos por
Chikunguya neste ano.
No ano de 2017 a Febre Chikungunya tem destaque na região Nordeste com
239.714 casos e 146 óbitos. Foram notificados neste mesmo ano 277.888 casos em todo
pais representando 28% de todos os casos notificados no país.

2.5.3 Zika Vírus

O Zika vírus (ZIKV) foi identificado a partir de soro de macacos que habitavam
na floresta de Zika, na Uganda no ano de 1947 e por meio século foi sendo notificado de
forma esporádica no continente Asiático e Africano em seres humanos. O Primeiro
surto do (ZIKV) ocorreu na ilha de Yap na Oceania e nos anos de 2013 e 2014 houve
uma epidemia na Polinésia Francesa, onde o surto se espalhou pelas ilhas do Pacífico.
Na América do Sul, meados de Fevereiro de 2014, foi detectado o primeiro caso pelo
(ZIKV), na Ilha de Páscoa, no Chile em uma criança e em 2015 autoridades brasileiras
do Ministério da Saúde, confirma a circulação do (ZIKV) na região Nordeste do país,
sendo a partir dessa data, vários casos notificados e confirmados nas demais unidades
federativas do Brasil (VASCONCELOS, 2014; LUZ, 2015; SALVADOR, 2016;;
NUNES, 2016).
O (ZIKV) é um arbovírus do gênero Flavivírus da família Flaviviridae, a sua
transmissão ocorre geralmente por meio de vetores artrópodes da família culicidae do
gênero Aedes durante o repasto sanguíneo. Outras hipóteses de transmissão já foram
descritas como: por via sexual, congênita, transfusão sanguínea, transplantes e acidentes
laboratoriais (MUSSO, 2014; IOOS, 2014; MUSSO, 2015; HENNESSEY, 2016).
As manifestações clínicas pelo (ZIKV) são geralmente assintomáticas e
autolimitadas, porém ao apresentarem os sinais e sintomas, as manifestações
28

assemelham-se ao da dengue, onde o exantema maculopapular, febre, artrite ou artralgia


e conjuntivite são os mais comuns. Outro sinais e sintomas podem ser vistos na infecção
pelo (ZIKV) como vômitos, dor retroorbital, edema nas extremidades, mialgia, como
também o aparecimento de síndromes neurológicas e autoimunes como a síndrome de
Guillain-Barré, meningoencefalite, mielite e meningite (CHAVES FILHOS, 2016;
IOOS, 2014; OEHLER, 2014; MLAKAR, 2016).
Ultimamente as preocupações da saúde pública se voltam para o aparecimento
dos casos de microcefalia em gestantes que foram diagnosticadas com a infeção do
(ZIKV) (FIGURA 5). Estudos detectaram em gestantes a presença do vírus no líquido
amniótico, como também no tecido cerebral de fetos de mães que apresentaram os sinais
e sintomas no primeiro trimestre de gravidez, levando a associação do (ZIKV) e
síndromes neurológicas (microcefalia) (FIGURA 6) (OLIVEIRA MELO, 2016;
SCHRAM, 2016; HENRIQUES, 2016).
As mudanças encontradas no tecido cerebral de fetos diagnosticados como o
ZIKV era indicativo de neurotropismo do vírus, sendo capaz de infectar e alterar o
crescimento das células neurológicas humanas, interferindo na formação do cérebro
humano (TANG, 2016; GARCEZ, 2016). Ainda em relação as síndromes neurológicas
(microcefalia), outras anomalias congênitas têm sido estudadas e entre elas estão:
alterações oftalmológicas, distúrbios de equilíbrio, alterações no desenvolvimento da
fala e calcificações cerebrais (HERLING, 2016; VENTURA, 2016; OLIVEIRA MELO,
2016).

FIGURA 5: Criança com o perímetro FIGURA 6: Criança apresentando


cefálico dentro do preconizado e com microcefalia Fonte: SMS.
microcefalia Fonte: www.tuasaude.com

Para o diagnóstico laboratorial do ZIKV segundo o protocolo do Ministério da


Saúde, deverá ser considerada as duas fases: a aguda e a de convalescença. A fase aguda
compreende entre o 1º e o 5º dia após o início das manifestações clínicas. A fase de
29

convalescença é após a fase aguda que compreende a partir do 6º dia do aparecimento


dos sintomas. A metodologia utilizada é a de Reação em Cadeia de Polimerase (PCR)
procedida de transcrição reversa (RT) em tempo real, identificado a presença do ZIKV
em material genético do paciente de amostras como soro ou urina (FIGURA 7)
(BRASIL, 2016)

FIGURA 7: Protocolo para realização de coleta em tempo oportuno para detecção do


ZIKA vírus. Fonte: Brasil, 2016.

A desvantagem de utilizar os testes que são preconizados para detecção do


material genético do vírus é o fato de que ele deixa de circular na corrente sanguínea
muito rapidamente e a orientação é que a sorologia seja coletada e a análise laboratorial
das amostras por PCR-TR na fase aguda da doença seja realizada. A segunda maneira
de diagnosticá-lo, através da detecção de anticorpos produzidos pelo organismo contra o
vírus pelos métodos sorológicos. Porém, os testes que estão sendo disponibilizados,
apresentam reação cruzada com outros flavivírus, dificultando o diagnóstico preciso da
infecção pelo ZIKV (WHO, 2015).
A partir do mês de Abril de 2016, foi confirmada a transmissão autóctone da
Febre pelo (ZIKV), onde 19 unidades da Federação conformaram laboratorialmente a
autoctonia da doença (BRASIL, 2016). Foram notificados para a Febre do Zika Vírus
215.319 casos, sendo confirmados laboratorialmente oito óbitos nos estados do Rio de
Janeiro, Espírito Santo, Maranhão e Paraíba (BRASIL, 2017).
No ano de 2017 foram notificados 17.452 casos da Febre do Zika Vírus,
onde 5.270 casos foram da registrados na Região Nordeste, representando 30% dos
casos em relação ao país. Não foi registrado óbitos pela Febre do Zika Vírus.
30

3.0 EPIDEMIOLOGIA DAS ARBOVIROSES EM PERNAMBUCO.

No ano de 2014 no estado de Pernambuco, foram notificados 18.468 casos de


dengue distribuídos em 177 municípios. No mesmo período de 2013 foram notificados
17.680 casos, sendo confirmados 4.633. Comparando com a última semana
epidemiológica de 2014 (SE 52) observa-se uma redução proporcional de 53,45% dos
casos notificados. Neste mesmo ano foram também notificados até a semana
epidemiológica nº 53, 23 casos, sendo 18 casos descartados, 01 caso encontrava-se em
investigação e 04 casos foram confirmados como importados (um de ocorrência em
Brejo Santo – CE e outro do município de Feira de Santana – BA, além de dois casos da
Colômbia) (PERNAMBUCO, 2015)
Já em 2015, foram notificados 146.089 casos de dengue distribuídos em 185
municípios, representando um aumento de 639,43% em relação ao mesmo período de
2014 que notificou 19.757 casos suspeitos, confirmando 7.114 casos, sendo confirmado
neste ano 51.776 casos para Dengue. Até a semana epidemiológica 52 de 2015, foram
notificados em 105 municípios do estado 2.605 casos suspeitos de Chikunguya, sendo
450 confirmados (03 importados, 02 no município de Iguaraci e 01 em Itaíba, todos
com infecção no estado da Bahia, 447 confirmados autóctones, sendo 220 na região
metropolitana do Recife) e 589 casos foram descartados (PERNAMBUCO, 2016).
Em 2016, foram registrados 113.320 casos suspeitos de dengue, no estado de
Pernambuco, até a Semana Epidemiológica (SE) 52 (03/1/2016 a 31/12/2016),
representando uma redução de 36,1% em relação ao mesmo período de 2015. Ressalta-
se que no período sob análise houve um aumento no número de notificação de casos de
dengue que ocorreram de forma conjunta com os casos de zika que afetaram esse
indicador. Em relação à Chikungunya foram notificados 58.969 casos, em 183
municípios e o distrito de Fernando de Noronha. No mesmo período de 2015 foram
notificados 8.848 casos, momento em que a rede estava sendo sensibilizada para este
evento. Até a semana epidemiológica nº 53 foram notificados 11.392 casos de Zika em
151 municípios e o distrito de Fernando de Noronha. Nesse mesmo período nenhum
caso de febre Amarela foi notificado nos municípios do estado (PERNAMBUCO,2017).
No ano de 2017 foram notificados e confirmados 5.106 casos de Dengue, para os
casos de Chikungunya 988 casos e para o Zika vírus 782 casos, da semana
epidemiológica 1º até a 52º.
31

4.0 PROGRAMAS DE CONTROLE DO Aedes aegypti

Desde o início do século XX diversas campanhas de saúde pública direcionadas


ao controle ao Aedes aegypti foram incorporadas e sistematizada as práticas de saúde no
país. No período de 1902 a 1907 uma campanha em controle a Febre Amarela Urbana
foi instituída no Rio de Janeiro, cujos objetivos eram eliminar os focos do vetor e
detectar casos da doença. Por volta dos anos de 1928 e 1929 o estado do Rio de Janeiro
vivenciou uma epidemia que dizimou centenas de municípios, deixando também um
número de mais de setecentos casos notificados pelas autoridades sanitárias daquela
época, passando a doença ser endêmica no país principalmente nas regiões Norte e
Nordeste (FRANCO, 1976; LOWY I, 1990; FUNASA, 2001).
No período de 1930 a 1940 diversas campanhas foram direcionadas para as
Américas para a erradicação do vetor da Febre Amarela, incentivadas pela Fundação
Rockefeller, sendo ela responsável por grandes avanços no conhecimento da Febre
Amarela, desde a derrubada do mito de “doença da cidade” até acervos fotográficos,
descrições cartográficas das viagens que foram realizadas ao interior do país e uma rica
descrição epidemiológica sobre a doença. Após a saída da Fundação Rockfeller da
campanha de combate a febre Amarela no ano de 1940, foi criado pelo Decreto –Lei nº
1.975 de Janeiro de 1940 o Serviço Nacional de Controle da Febre Amarela (SNFA)
(BRAGA, 2000; SILVA, 2003; COSTA, 2016).
O trabalho executado pela Fundação Rockfeller, inspirou o SNFA a continuar
com a metodologia de inspeção de todos os imóveis dos municípios infestados pelo o
Aedes aegypti, pois apresentaram resultados excelentes. Surgindo logo em seguida, uma
nova fase na campanha contra o vetor da febre Amarela, com o objetivo da erradicação
do mosquito, sendo oficializada pelo decreto nº 8.675 de Fevereiro de 1942. Em 1947 o
trabalho executado no Brasil para erradicação do Aedes ganhou reconhecimento
internacional, sendo recomendado para os países que possuíam a presença do vetor e
que visavam a erradicação do mesmo. Sob o comando não mais do SNFA e sim do
Departamento Nacional de Endemias Rurais (DENERu) a erradicação do Aedes em
território brasileiro aconteceu, sendo declarada e alcançada pela Organização Pan
Americana de Saúde (OPAS) na cidade de Porto Rico no ano de 1958. O Sucesso
obtido para eliminação da Febre Amarela Urbana foi decorrente de três fatores
extremamente importantes, na inspeção vetorial de todos os imóveis: o tratamento dos
32

depósitos com à base de inseticida, viscerotomia e a vacinação em larga escala.


(POLIGNANO, 2001; COSTA, 2016;).
Na década de 60 foi criada a Superintendência de Campanhas de Saúde Pública
(SUCAM), que incorporou todas as ações realizadas pelo DENERu. No ano de 1967
confirmou-se a reintrodução do Aedes no Brasil pelo estado do Pará e em 1969 foi
registrado no estado do Maranhão, o último foco do mosquito sendo considerado
erradicado novamente do Brasil. Já na década de 70 em detrimento de falhas na
vigilância epidemiológica, as decorrentes mudanças socioeconômicas vividas no país e
o processo de urbanização desordenado e acelerado, o Aedes aegypti foi reintroduzido
no estado do Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte (LOWY I, 1990; DONALISIO,
1999; BRAGA, 2000). As campanhas realizadas pela SUCAM estavam apenas
focadas no vetor e casos de Dengue não eram notificados. As ações para erradicação do
Aedes aegypti estavam pautadas no Programa Nacional de Controle da Febre Amarela e
Dengue (PNCD) e desde então o Ministério da Saúde vem implementando os
programas de controle. Após o fim da SUCAM, a Fundação Nacional de Saúde foi
criada na década de 90 incorporando os mesmos objetivos da SUCAM e passou também
a ser responsável pela coordenação das as ações de controle da Dengue. No ano de 1996
o Ministério da Saúde criou o Plano de Erradicação do Aedes aegypti (PEa), onde a
preocupação se encontrava na febre hemorrágica que poderia levar a morte (BRAGA,
2000; FUNASA, 2002).
O PEa estava interligado com vários ministérios e foi dividido em nove
componentes que hoje ainda fazem parte do Programa de Controle da Dengue, Zika,
Chikungunha e Febre Amarela. Dentre os nove componentes estão: 1- As estratégias de
campo no combate ao vetor. 2- Entomologia; 3- Vigilância dos portos e aeroportos; 4-
Saneamento; 5- Educação em Saúde; 6- Vigilância Epidemiológica e sistema de
informação; 7- Laboratórios se saúde pública e entomológicos; 8- desenvolvimento de
recursos humanos; e 9- Legislação e suporte para o controle do Aedes (BRASIL, 2002;
COSTA, 2016).
Para tais ações, iniciadas em 1997 o Governo Federal repassou recurso para
todos os municípios que haviam notificações para a Dengue ou que apresentavam um
índice elevado do Aedes que poderia levar a sua ocorrência. Entretanto a expansão e
circulação do vírus e a introdução dos outros sorotipos, juntamente como outros fatores
que vão desde a gestão municipal ineficiente e a não universalização das ações, até a
insuficiência das técnicas de combate vetorial, fizeram o PEa não alcançar o êxito
33

esperado, mesmo havendo uma revisão no plano e priorizando apenas os municípios


que estavam com altos índices de infestação pelo vetor (FUNASA, 2002; DA GLÓRIA
TEXEIRA, 2002; SIQUEIRA, 2005).
A Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), a partir de 2001 desistiu do objetivo
de erradicação do Aedes e passou a desenvolver ações para o controle do vetor e em
2002 implantou o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) que deu
continuidade ao Plano de Intensificação das Ações de Controle da Dengue (PIACD),
que teve como objetivo de priorizar municípios que fossem das capitais dos estados
brasileiros, possuir uma população de mais de 50.000 habitantes e ser receptivo a
introdução de novos sorotipos da Dengue (FUNASA, 2002; SIQUEIRA, 2005; ZARA,
2016).
O PNCD veio na perspectiva de realizar mudanças nos modelos anteriores
focalizando na elaboração de planejamento permanente, campanhas de informação e
mobilização, visando o empoderamento da população quanto ao seu ambiente; a
vigilância epidemiológica e entomológica; a integração da assistência (Atenção
Primária à Saúde) com a vigilância, melhorias nas atividades de campo; a parceria com
o poder público para a criação de instrumentos legais que pudessem facilitar o trabalho
de campo na eliminação de criadouros em imóveis comerciais e abandonados; atuação
com diversos setores (secretarias, companhia de saneamento básico, empresas) e a
criação de instrumentos eficazes no monitoramento das ações desenvolvidas pelas três
esferas governamentais no controle da Dengue como também, outras arboviroses.
(FUNASA, 2002; PESSANHA, 2010; FIGUEIRÓ, 2010; ZARA, 2016).

5.0 PESQUISAS ENTOMOLÓGICAS PARA O Aedes aegypti

Pesquisa entomológica pode ser compreendida como a contínua observação das


características biológicas e ecológicas dos insetos vetores e o nível da interação que há
entre os hospedeiros humanos e os reservatórios animais, levando em consideração os
fatores ambientais, que ofereçam conhecimento para a detecção precoce das mudanças
no perfil epidemiológico, como também de transmissão das doenças. Outra finalidade
da pesquisa entomológica é sinalizar medidas de prevenção e controle dos riscos,
mediante a coleta sistemática de dados (GOMES, 2000).
34

5.1 Pesquisas de levantamento de Índices (LI)

A pesquisa entomológica consiste basicamente em detectar focos do Ae. aegypti


e Ae. albopictus e possui quatro metodologias distintas para o desenvolvimento das
atividades. O levantamento de índice, pesquisa de pontos estratégicos, pesquisa em
armadilhas e a pesquisa vetorial. O Levantamento de índice rápido (LI) consiste em
conhecer o grau de infestação, dispersão e densidade vetorial de uma localidade sendo
realizado de forma contínua, juntamente como o tratamento focal (LI+T). A coleta de
larvas do Aedes deve ser realizada em todos os imóveis como foco do mosquito. Para se
ter uma amostragem relacionadas ao LI e apresentar uma significância estatística é
necessário delinear a pesquisa elegendo a unidade de infestação (o imóvel) e a unidade
de dispersão (o quarteirão) (FUNASA, 2001).
Dentro dessa perspectiva de pesquisa entomológica, o Programa de Controle da
Dengue, bem como para as outras arboviroses possui dois indicadores que também
serão calculados por zona de trabalho; o índice de infestação predial e o índice de
Breteau, onde cada grupo de aproximadamente 1.000 imóveis terão um índice de
infestação de toda área a cada dois meses, independente da extensão da localidade. O
levantamento amostral aplica-se a situação em que é necessário avaliar o impacto de
medidas de controle vetorial, em áreas recém-infestadas, ou seja, somente os imóveis da
amostra serão visitados e inspecionados (FUNASA, 2001).

5.2 Pesquisas em Pontos Estratégicos (PE)

A pesquisa em ponto estratégico é o local onde há grande concentração de


depósitos preferenciais para o Ae. aegypti, sendo um local estrategicamente vulnerável à
proliferação do vetor. Os pontos estratégicos devem ser identificados por visitas
cadastrados e sempre atualizados (FUNASA, 2001).

5.3 Pesquisa em armadilhas

Geralmente são duas, as armadilhas utilizadas para a pesquisa entomológica do


Ae aegypti, as ovitrampas e as larvitrampas. As ovitrampas são depósitos que possuem
capacidade para 500 ml de água/enfusão, onde é colocada uma palheta de Eucatex,
medindo 5,0 X 15 cm apresentando uma superfície rugosa (FIGURA 8). Essa palheta é
35

fixada a armadilha com um prendedor de roupas na posição vertical, com a superfície


rugosa exposta, para que fique disponível para a postura dos ovos. A água/enfusão da
ovitrampa deverá ser trocada quinzenalmente (FUNASA, 2001; GOMES, 2008).
A enfusão que é colocada nas armadilhas, trata-se de uma diluição de água com
o líquido originado da fermentação do capim fresco (gramínea), acondicionada em um
recipiente fechado por sete dias. Também será adicionada a essa enfusão/água, larvicida
garantindo a não formação de criadouro do Ae aegypti. (FUNASA, 2001; GOMES,
2008)

Figura 8: Modelo de armadilha de oviposição (OVITRAMPA) para o Aedes spp. A)


Vaso e infusão de gramínea e palhetas com etiquetas de identificação de ovitrampas.
Fonte: Arquivo pessoal.

As larvitrampas são armadilhas que são feitas de pneus usados, que são
colocadas em locais consideradas porta de entrada do vetor adulto (aeroportos, portos,
ferrovias, terminais rodoviários) (FIGURA 9). As larvitrampas devem ser instaladas a
uma altura de oitenta cm do chão e a água que é posta dentro dos pneus deverá ocupar
apenas 2/3 da capacidade da mesma, de modo que fique espaço nas paredes da
36

larvitrampas para a oviposição do Ae aegypti. A inspeção deverá ser semanal e deverá


ser priorizada inicialmente a captura de mosquitos adultos e em seguida buscar as
formas imaturas do vetor em um número de no máximo 10 dias (DE AZEVEDO
MARQUES, 1993; FUNASA, 2001).

Figura 9: Modelo de armadilha de oviposição (LARVITRAMPA) para o Aedes Fonte:


SMS, 2016.

6.0 O CONTROLE DO Aedes aegypti POR MEIO BIOLÓGICO, QUÍMICO E O


MANEJO AMBIENTAL

O controle de vetores tem como papel primordial na saúde pública, prevenir a


infecção mediante o bloqueio ou redução da transmissão de doenças. Para isso, é
necessário minimizar os fatores de risco ambiental, realizar o manejo dos problemas
existentes, como surtos, epidemias, alta mortalidade e alta morbidade e prevenir a re-
introdução de doenças. Com essa finalidade é preciso contar com informações sobre o
hospedeiro, a doença, o vetor e o ambiente e direcionar os recursos necessários para
empregar em momento oportuno (BRASIL, 2009).
O controle de vetores de forma integrada, inclui vigilância, manejo ambiental,
controle biológico e controle químico. O manejo ambiental compreende e lança mão de
medidas que possam eliminar o vetor e seus respectivos focos, ou ainda, tenta impedir o
contato do vetor com o homem, mediante a eliminação de seus criadouros e a instalação
de telas em portas e janelas. O controle biológico de vetores transmissores de doenças,
engloba vários predadores naturais, como peixes, que fazem de seu alimento as larvas e
as pupas, bem como fungos, bactérias e parasitas, que apresentam potencialidades para
37

reduzir a população vetorial (ARAUJO, 2013; SUBRAMANIAN, 2015; NUNES, 2011;


ROSE, 2001; LOIOLA, 2002; BRASIL, 2009; OPAS, 1995).
O controle químico de vetores pode ser de origem orgânica ou inorgânica e
compreende hoje a metodologia mais adotada como manejo sustentável e integrado no
que tange a Saúde Pública. O primeiro inseticida foi desenvolvido durante a Segunda
Guerra Mundial, caracterizando-se como um organoclorado (diclo-difenil-tricloroentano
(DDT). Esse inseticida tinha a capacidade e a eficácia de permanecer ativo vários meses
aonde fosse aplicado (tetos, casas, paredes). Outros compostos químicos compreendem
o grupo dos organofosforados (malation, temefós), carbamatos (bendiocarb) ou
piretróides (alfacipermetrina, deltametrina), atuando todos esses compostos, sobre o
sistema nervoso central dos insetos e que também tem sido utilizado em larga escala na
saúde pública no controle de vetores de diversos programas (BRAGA, 2000; BRASIL,
2009)
Outros inseticidas que vem sendo utilizado em larga escala na saúde pública são
os reguladores de crescimento e os biológicos. Os inseticidas biológicos são compostos
por bactérias entomopatogênicas que, uma vez a larva realizando a ingestão, o composto
biológico irá interromper a alimentação da larva e levará a sua morte. Já os reguladores
de crescimento atuam no desenvolvimento e reprodução dos inseticidas. Os inibidores
de crescimento pertencem ao grupo químico dos benzoil-fenil-uréias (BPU, inibidores
da síntese da quitina), designado também análogos de hormônio juvenil ou hormônio
natural dos insetos, ou seja, os BPU inibem a síntese da quitina, resultando no seu
desenvolvimento cada vez o inseto inicia a muda (BRAGA, 2000; BRASIL,2016).

7.0 USO DE GEOTECNOLOGIAS NO COMBATE AS ARBOVIROSES

O georreferenciamento é uma área da computação, que fornece dados espaciais,


análises e cartas geográficas, que ajudam a criar banco de documentos cartográficos. No
início do uso dessa área computacional de geoprocessamento, chamados SIG (Sistema
de Informação Geográfica) eram necessários um grande aporte de recursos financeiros,
para que esses dados fossem gerados. Com o avanço da tecnologia o surgimento de
ferramentas e diversos aplicativos de georreferenciamento, as informações se tornaram
acessíveis, independente de país, estado ou município e recursos computacionais
existente em cada uma dessas localidades (NETO, 2014; NASCIMENTO, 2011).
38

No que se refere a saúde, o georreferenciamento vem sendo utilizado para o


planejamento, monitoramento e avaliação em saúde, bem como descrevendo eventos de
saúde e tem sido utilizado como uma metodologia importante na análise de riscos em
saúde pública, relacionados ao meio ambiente e os determinantes sociais em saúde. A
ferramenta proporciona a possibilidade de investigar os fatores determinantes de
agravos, auxiliando na identificação e interdependência dos processos espaciais que
refletem na sua conformação social, ambiental e epidemiológica (GEROLONOMO,
2000; MACHADO, 2009;).
O SIG detém a capacidade de acessar e integrar diversos níveis de informações
vetoriais, dados de campo e endereço, sendo possível a apresentação dos dados em
diferentes formas como: tabelas, gráficos e mapas temáticos. Juntamente como esses
dados e as diferentes formas de apresentação o SIG possibilita o mapeamento e a
exibição e a análise espacial para o processo de territorialização, enriquecendo o tipo de
descrição e podendo fornecer informações importantes para a compreensão, previsão,
prevenção de doenças e a avaliação do impacto das intervenções em saúde de uma
população (; MEDRONHO, 2004; MULLER, 2010; NASCIMENTO, 2011).
Os SIG começaram a ser utilizados no Brasil na década de 80, porém
apenas nos anos 90 que houve um maior interesse pela sua utilização, onde de forma
concomitante aumentou a oferta por softwere e hardwere no mercado e com preços
acessíveis (MENEGUETTI, 1997; RODRIGUES, 1995). Com o geoprocessamento é
possível identificar áreas vulneráveis, nas quais os problemas de saúde são constantes e
ocorrem com maior frequência, gravidade e emergência, merecendo assim uma maior
atenção por parte dos serviços de saúde e por permitir outras variáveis que estão
diretamente ligadas aos fatores sociais, econômicos e ambientais que estão ligados a
população, o geoprocessamento poderá de certa forma, contribuir para a pesquisa e
possibilitar a análise da relação entre esses fatores e os riscos a saúde (BARCELLOS E
BASTOS, 1996; MAYER, 1983; CHIESA, 2002).
Nesse contexto os SIGs, atrelado as informações possibilitam o conhecimento de
áreas que estejam vulneráveis a transmissão de arboviroses, visto que as ações de
vigilância em Saúde, o mapeamento dos casos, como também da infestação vetorial
facilita o controle de forma efetiva e eficaz (SCANDAR, 2007).
39

8.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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46

9.0 OBJETIVOS

9.1 OBJETIVO GERAL

Estudar a distribuição espacial de Ae. aegypti no conhecimento de áreas


vulneráveis para o controle vetorial e possibilidade de transmissão de arboviroses
(Dengue, Zika e Chickungunya) no município de Agrestina, Pernambuco.

9.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

* Obter informações georreferenciadas do município de Agrestina;


* Realizar coletas sistemáticas da forma imatura (Ovos) do Aedes aegypti através de
armadilhas de oviposição (OVITRAMPAS), visando conhecer a população vetorial do
município;
* Avaliar os índices populacionais do Aedes aegypti em sua forma imatura (ovos)
utilizando o índice de Positividade, Índice de densidade de ovos, Índices de densidade
vetorial, através das ovitrampas;
* Classificar as áreas do município em alto risco, alerta e baixo risco mediante os dados
obtidos nas ovitrampas, utilizando um programa de georreferenciamento (QGIZ);
* Propor medidas de controle da população vetorial para as áreas mais vulneráveis ao
surgimento de casos de arboviroses.
47

10.0 ARTIGO

Spatial distribution of Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) in vulnerable areas to

transmission of arboviruses

Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) in areas to transmission of arboviruses

Abstract

Introduction: Amongst the arboviruses transmitted by culicids Dengue, Chikungunya

and the Zika have been considered important threats to public health. Currently, the

assessment of vulnerable areas for the transmission of arboviruses has been monitored

through the use of oviposition traps. Therefore, the aim of this study was to evaluate the

spatial distribution of Aedes aegypti in vulnerable areas for the transmission of

arboviruses. Methods: From May 2016 to April 2017 ovitraps were installed twice per

month in seven distinct points of the municipality of Agrestina, Pernambuco,

Northeastern Brazil. The Ovitraps Positivity Entomologic Index (OPI), Eggs Density

Index (EDI) and Vector Density Index (VDI) were calculated. The spatial distribution

of Ae. aegypti was determined through analyses of Kernel density. Results: A total of

44.936 eggs were collected and the indexes of infestation (i.e., OPI, EDI and VDI)

presented variations, ranging from controlled zones to risk zones. Relative air humidity

was the factor that significantly contributed for the vetorial infestations and the thematic

maps signalized the putative areas of major transmission for arboviruses. Conclusions:

The oviposition traps, the analysis of climatic factors, the use of entomologic indexes

and the application of georeferencing tools might be considered good strategies for

monitoring vulnerable areas for the transmission of arboviruses.

Keywords: Culicids. Ovitrap. Dengue. Chikungunya. Zika.


48

INTRODUCTION

Culicids are considered important vectors of many pathogens of medical and

veterinary concern1. Among these diptera, the species Aedes aegypti and Aedes

albopictus have the ability to transmit many arboviruses such as Dengue, Chikungunya,

Zika and Yellow Fever2,3,4,5. It is known that Northeastern Brazil is traditionally

endemic for many of these arboviruses, and recently several cases have been reported.

For example, in 2017 the Brazilian Health Ministry (HM) registered an incidence mean

rate of 151.3 cases per 100,000 inhabitants for Dengue, 249.6 for Chikungunya and 9.3

for Zika in the Northeastern region. On the other hand, in the same period the state of

Pernambuco reported incidence rates of 95.5 cases per 100,000 inhabitants for Dengue,

20.8 for Chikungunya and 0.4 for Zika6.

The increase in the number of cases of arboviruses is related to the vector

population. In fact, it is well known that socioeconomic factors such as uncoordinated

urbanization, lack of basic sanitation, irregular distribution of water, incorrect

management of garbage and climatic conditions have favored the reproduction and

dispersion of these vectors7,8,9.

In Brazil, the HM has proposed many strategies for monitoring the distribution

of Ae. aegypti. For instance, the Building Infestation Index (BII) which identifies the

larval amount per visited domicile, and the Breteau Index (BI) which identifies the main

types of createurs in the visited domiciles, help to determine the situation of a specific

area. Furthermore, other methods of entomological research based on ovitraps have

been used to determine the dispersion, density and seasonality of Ae. aegypti10,11.

Currently, georeferencing techniques have been widely employed worldwide to

predict the dispersion of vectors12. The georeference information system (GIS)

contributes with spatial analysis, providing important data for the understanding of the
49

occurrence of the diseases, as well as for the development of measures of

prevention11,13.

In recent years, an increase in the number of cases of arboviruses has been

observed throughout Brazil. In particular, in the municipality of Agrestina, located in

the state of Pernambuco, an increase of these viruses of about 90% was observed from

2014 to 2016. Therefore, the aim of the present study was to evaluate the spatial

distribution of Ae. aegypti in vulnerable areas for the transmission of arboviruses.

MATERIAL AND METHODS

Study area

The study was conducted from May 2016 to April 2017 in the municipality of

Agrestina (latitude 08º27'29" South and longitude 35º56'41" West), Pernambuco,

Northeastern Brazil. The municipality has a population of 22.679 inhabitants and a

territorial extension of 200,581 Km2 14


. The annual average temperature, relative

humidity and rainfall are of 24.3ºC, 83.7% and 4.5mm, respectively. The municipality

has seven districts, from which samples were collected. These points will be referred to

in the text from now on as Point 1 (P1) to Point 7 (P7) (Figure 1).

Climatic data of temperature, relative humidity and rainfall were obtained from

the database by the Agronomic Institute of Pernambuco [Instituto Agronômico de

Pernambuco (IPA)] and the Pernambuco Agency for Water and Climate [Agência

Pernambucana de Águas e Clima (APAC)].

Installation of ovitraps and collection of culicid eggs

The ovitraps (black plastic vials containing 300 mL of water and a rough

wooden palette (15 x 5 cm) partially submerged) were installed in the peridomicile at

1.00 to 1.50 m from the ground. In each collection point, five traps were installed,
50

totaling 35 for collection (Figure 1). All ovitraps were georeferenced through the

satellite remote sensing Global Positioning System (GPS) Garmin Etrex20. Each ovitrap

was replaced every 15 days for a period of 12 months, corresponding to six cycles of

entomological investigation according to the National Dengue Control Program

[Programa Nacional de Controle da Dengue]15. After collection, palettes were placed in

plastic boxes (50 x 50 cm) and maintained at room temperature for 24 hours until

drying.

Egg count and identification of culicids

Eggs were quantified and their viability evaluated using a stereomicroscope.

Afterwards, palettes were submerged in plastic vials (30 x 40 x 10 cm) containing tap

water and maintained at 28 °C until larvae hatching. Third-stage larvae (L3) were fixed

in 70% alcohol and identified using dichotomy keys16.

Entomological indexes

The entomological indexes were obtained through the Ovitraps Positivity

Entomologic Index (OPI), Eggs Density Index (EDI) and Vector Density Index (VDI).

All parameters described above were calculated based on the National Dengue Control

Program [Programa Nacional de Controle da Dengue]15.

According to the values obtained for OPI, EDI and VDI, the areas were

classified as: i) Risk zone: OPI ≥ 60%, EDI ˃ 60 eggs and VDI ˃40 eggs; ii) Alert zone:

OPI from 41 to 60%, EDI from 41 to 60 eggs and VDI from 21 to 40 eggs; and iii):

Control zone: OPI ≤40%, EDI ≤ 40 eggs and VDI ≤ 20 eggs15.

Data analysis
51

Data was analyzed through descriptive statistics where absolute and relative

frequencies were obtained. Then, the Lilliefors test was used to verify the normality of

the data. In addition, the Chi-square test (χ2) with Yates correction was used to compare

the number of eggs per cycle at different collection points. The number of eggs per

cycle and climatic variables were assessed by the Pearson correlation coefficient. The

significance level was set at 5%. All analyses were performed using the statistical

software BioEstat software version 5.317.

Spatial analysis

The address of each collection point was manually geocoded using QGIS

version 2.8. The kernel density estimation (KDE) is a smoothing and interpolating

technique for generalizing point location for the whole study area. KDE is a simple

alternative to analyze focal patterns, in which the outputs are easily readable and

understood18. For the study, an adaptive bandwidth was used and the adaptive kernel

was chosen because the distribution of the domiciles in the study area was not

homogeneous. The results were plotted using QGIS software.

RESULTS

A total of 44,936 culicid eggs were collected during the whole study period, at

all collection points and from all ovitraps. Ae. aegypti was the only species herein

identified, and among all collected eggs 55.44% (24897/ 44936) were considered

viable.

No statistical difference was observed regarding the number of eggs obtained at

each collection point (χ2 = 263.108; p = 0.0000). It is important to note that a minimum

of 4,056 eggs (at P3) and maximum of 8,583 eggs (at P6) were observed.
52

A high number of eggs were obtained in May (third cycle) and in August 2016

(fourth cycle) with 13,999 and 15,046 eggs, respectively (χ2 = 128.521; p = 0.0000).

Conversely, in November 2016 (sixth cycle) and February 2017 (first cycle) a low

number of eggs were detected with 2,429 and 2,685 eggs, respectively (χ2 = 166.818; p

= 0.0000) (Figure 2).

Interestingly, from May (87.7%) to August 2016 (89.7%) high levels of relative

air humidity (RH) were detected. This parameter strongly influenced the number of

eggs during the study (r = 0.9933; p = 0.0000). Conversely, a weak correlation was

observed between the oviposition and rainfall (r = 0.4371; p = 0.3860). It is important to

highlight that a negative and strong correlation (r = - 0.9010; p = 0.0142) was observed

between the temperature and the oviposition during the period from July to August 2016

(22.6oC; fourth cycle) (Figure 2).

The entomological indexes (OPI, EDI and VDI) demonstrated a spatial and

temporal distribution of infestation by Ae. aegypti. In all cycles of the study the

classification of collection points varied from control to risk zones (Table 1). According

to the OPI, all points were classified from alert zone to risk zone, except P7 which

remained a risk zone during the whole study period. In the sixth cycle, a reduction of

oviposition was observed. Coincidentally, during this cycle P1, P2, P3, P4 and P6 were

classified as alert zones. It is important to highlight that according to IDO, P1 and P5

were classified as control zones, and that according to IDV, P1 and P4, were classified

as control zones, in the sixth and seventh cycles, respectively (Table 1).

The kernel map (Figure 3) showed a heterogeneous spatial distribution of Ae.

aegypti in the municipality of Agrestina, with hotspots occurring from May to October

2016 (third to fifth cycles) and January to February 2017 (first cycle). A reduction of
53

eggs density was observed during the study, as well as the dispersion and high

concentration of eggs at P7, during March and April 2017 (second cycle) (Figure 3).

DISCUSSION

The results obtained in this study highlight the presence of Ae. aegypti in the

whole urban territory of the municipality of Agrestina, state of Pernambuco,

Northeastern Brazil. The exclusivity of this species in the area may be related to its

predilection for domestic and urban environments, which presents many similarities

with the Ae. albopictus species regarding adaptation to the domestic environments as

well as to the urban. A study performed in the state of Rio de Janeiro evaluated the

frequency of culicid species in different environments, and observed that Ae. aegypti is

the most frequent species observed in urban areas19.

The predominance of eggs in P2, P4 and P6 at the third and fourth cycles of

2016, is most likely related to the high population density of this area, as well as to the

lack of basic sanitation, which is a common problem in Brazilian urban areas. A study

performed in the municipality of Caxias demonstrated that localities with increasing

human population process, associated with the intense environmental impact due to the

destruction of vegetation and house construction leads to the dispersion of pathogens

transmitted by mosquitoes20. In addition, the presence of several culicid createurs due to

the absence of regular water supply in these areas has contributed to the spreading of

these vectors. Interestingly, at the third and fourth cycles of 2016 a higher oviposition

was observed. This period overlaps a time period in which high relative humidity was

registered (Figure 2).

After comparing the number of eggs captured in the ovitraps according to the

climatic factors registered during all cycles of the study, the results showed that RH is
54

directly related to the increase in the number of eggs. This finding corroborates with a

study performed in Nepal, in which authors reported that high relative humidity

contributes for the hatching of these eggs. In addition, the same study found that

temperature, relative humidity and rainfall affected significantly the abundance of Ae.

aegypti population21.

The entomologic indexes OPI, EDI and VDI demonstrated that many areas of

the municipality were at risk. This finding has been very frequent in Brazilian urban

areas where high population density, as well as the absence of basic sanitation and

incorrect garbage disposal contributes to Ae. aegypti dispersion22,23. The oviposition

traps demonstrated sensitivity to capture culicid eggs and consequently to detect areas

of higher vulnerability for the transmission of arboviruses. The methods used in this

study, ovitraps, entomologic indexes, the correlation of climatic factors and

georeferencing, show that for the effective control of the Ae. aegypti it is necessary to

implement and monitor these tools, in association with better actions in health

education.

This study demonstrated that the municipality of Agrestina presents several

vulnerable areas for the presence of foci of Ae. aegypti. Moreover, it showed that

ovitraps associated with georreferenced tools should be more frequently used to assess

vector dispersion in a given area, to contribute to the development of preventive

measures against culicid vectors.

CONFLICT OF INTEREST

The authors declare that there is no conflict of interest.

ACKNOWLEDGMENTS
55

The authors would like to thank the Secretaria Municipal de Saúde de Agrestina,

IV Gerência Regional de Saúde and Secretaria Estadual de Saúde for supporting this

study.

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59

FIGURE 1 – Spatial distribution of collection points in Agrestina, Pernambuco, Brazil.


60

FIGURE 2 – Number of eggs collected per cycle in Agrestina, Pernambuco, Brazil and relative humidity observed

16000 100

89,7 90
14000 87,7

79 80
77,8 76
12000 75
70

Temperature e humidity
10000
60
Number eggs

8000 50 Temperatura (ºC)


Temperature (ºC)

Umidade (%)
Humidity (%)
40
6000
Pluviosidade
Rainfall (mm) (mm)
30
4000 24,4 26 25 25
23,9 22,6
20
2000
10
6,0 7,49
4,9 4,52
1,6 2,5
0 0
Cycle
Ciclo 33 Cycle
Ciclo 4 Cycle
Ciclo 55 Cycle66
Ciclo Cycle11
Ciclo Cycle22
Ciclo
Cycles
61

FIGURE 3 – Kernel estimation map of eggs in ovitraps in the municipality of Agrestina, Pernambuco, Brazil
62

Table 1 – Entomological indexes obtained through ovitraps in different collection points in Agrestina, Pernambuco, Brazil.

Collection CYCLE
Points
3º/2016 4º/2016 5º/2016 6º/2016 1º/2017 2º/2017
OPI% EDI VDI OPI% EDI VDI OPI% EDI VDI OPI% EDI VDI OPI% EDI VDI OPI% EDI VDI
P1 100.0 98.8 98.8 80.0 133.2 106.6 80.0 48.9 39.2 60.0 31.7 19.0 55.0 38.2 21.0 60.0 62.0 37.0
P2 95.0 114.6 108.9 100.0 148.9 148.9 80.0 72.1 57.7 50.0 26.0 13.0 70.0 14.9 10.4 70.0 23.7 16.6
P3 90.0 55.8 50.2 80.0 71.1 56.9 70.0 35.3 24.7 55.0 26.5 14.6 70.0 27.4 19.2 70.0 53.1 37.2
P4 90.0 128.8 115.9 100.0 121.6 121.5 60.0 44.9 27.0 55.0 15.5 8.5 60.0 9.5 5.7 90.0 15.2 13.7
P5 100.0 91.4 91.4 100.0 79.8 79.8 75.0 58.7 44.0 70.0 35.8 25.0 50.0 28.0 14.0 50.0 48.9 24.5
P6 80.0 170.4 136.6 100.0 150.6 150.6 80.0 77.4 62.0 50.0 41.7 20.9 80.0 40.3 32.2 45.0 60.6 27.3
P7 100.0 90.9 90.9 100.0 88.1 88.1 85.0 38.2 32.5 85.0 28.2 24.0 70.0 45.2 31.6 90.0 106.5 95.9
63

11. CONCLUSÕES FINAIS

Há necessidade de fazer o controle do Aedes aegypti nas áreas


vulneráveis de Agrestina-PE, visto que a transmissão das principais arboviroses
(dengue, Zika, Chikunguya) ocorre por esse culicídeo vetor. O Aedes aegypti ao longo
dos anos adquiriu capacidade de adaptação aos grandes centros urbanos, com forte
influência do clima na área estudada (Umidade), da densidade demográfica, da
produção e descarte de materiais descartáveis, o que favorece sua propagação
geográfica.
64

12. APÊNDICE

Figura 1 Ovitrampas utilizadas na captura de Culicídeos no município de


Agrestina, PE. Fonte: Efraim Naftali (2017)

Figura 2: Distribuição de ovitrampas nas localidades georreferênciadas no


município de Agrestina, PE. Fonte: Efraim Naftali (2017)
65

Figura 3: Placas de Eucatex para oviposição, submersas em água declorada, para


eclosão das larvas. Fonte: Efraim Naftali, 2017

Figura 4: Placas de Eucatex para oviposição, submersas em água declorada, para


eclosão das larvas e cobertas com tecido, evitando oviposição no laboratório.
Fonte: Efraim Naftali, 2017.
66

Figura 5: Contagem de ovos. Fonte: Efraim Naftali (2017)

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