Janiele Tiburtino de Lira

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

JANIELE TIBURTINO DE LIRA


Zootecnista

PALMA FORRAGEIRA E UREIA EM SUBSTITUIÇÃO AO FENO DE TIFTON


NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS

RECIFE - PE

FEVEREIRO / 2013

1
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

JANIELE TIBURTINO DE LIRA


Zootecnista

PALMA FORRAGEIRA E UREIA EM SUBSTITUIÇÃO AO FENO DE TIFTON


NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS

RECIFE - PE

FEVEREIRO / 2013

2
JANIELE TIBURTINO DE LIRA

Palma forrageira e ureia em substituição ao feno de tifton na alimentação de


ovinos

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação


em Zootecnia da Universidade Federal Rural de
Pernambuco, como parte dos requisitos para obtenção do
grau de Mestre em Zootecnia.
Recife – PE
Área de Concentração: Nutrição Animal

Comitê de orientação:
Profa. Dra Ângela Maria Vieira Batista – orientador principal
Prof. Dr. Kléber Régis Santoro – Coorientador
Prof. Dra. Adriana Guim – Coorientadora

RECIFE - PE
FEVEREIRO - 2013

1
Ficha catalográfica

L768p Lira, Janiele Tiburtino de


Palma forrageira e ureia em substituição ao feno de tifton
na alimentação de ovinos / . Janiele Tiburtino de Lira – Recife,
2013.
46 f. : il.

Orientadora: Ângela Maria Vieira Batista


Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade
Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Zootecnia,
Recife, 2013.
Referências.

1. AGV 2. Biofilme 3. Comunidade de ciliados

4. Consumo 5. Digestibilidade 6. Nitrogênio I. Batista,


Ângela Maria Vieira, orientadora II. Título

CDD 636.0852

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JANIELE TIBURTINO DE LIRA

Palma forrageira e ureia em substituição ao feno de tifton na alimentação de


ovinos

Dissertação defendida e aprovada pela Comissão Examinadora em 26 de fevereiro de


2013

Comissão Examinadora:

______________________________________________
Profa. Dra. Ângela Maria Vieira Batista
Departamento de Zootecnia
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Presidente

________________________________________________
Prof. Dr. Francisco Fernando Ramos de Carvalho
Departamento de Zootecnia
Universidade Federal Rural de Pernambuco

________________________________________________
Profa. Dra. Adriana Guim
Departamento de Zootecnia
Universidade Federal Rural de Pernambuco

________________________________________________
Prof. Dr. Evaristo Jorge Oliveira de Souza
Unidade Acadêmica de Serra Talhada
Universidade Federal Rural de Pernambuco

RECIFE - PE
FEVEREIRO - 2013

3
Ao Deus, meu amigo de todas as horas, aquele que faz com que todas as coisas
cooperem para o bem daquele que o ama. Toda honra e glória seja dada a ele.
À minha maravilhosa mãe Maria Cleonice Tiburtino de Lira, pelo exemplo de vida,
amor e dedicação.
Ao meu pai, Izídio Cordeiro de Lira, pela vida, orientação e carinho.
Aos meus irmãos, Nadjaine, Jaqueline, Givanildo, Clênio, Wellington e Ericlis, pelo
apoio e incentivo.
Aos meus sobrinhos, Áquiles, Iara, Helton, Natália, Wlisses e Ionny, por serem
minha fonte de ternura e paz.
Às minhas cunhadas, Andrea, Yrielma e Rubiana , pelo apoio e carinho.
Ao meu grande companheiro, Silvio José da Silva, por estar ao meu lado em todos os
momentos com alegria e amor, pelos conselhos, apoio, carinho e amizade.
A todos os familiares, tios, tias e primos por todo incentivo.

DEDICO

4
Ao meu amado marido, Silvio José da Silva, em quem encontro felicidade e incentivo
para prosseguir nesta jornada...
À minha mãe, Maria Cleonice Tiburtino, por estar ao meu lado, não importa as
circunstâncias, pois tem amor verdadeiro por mim...

OFEREÇO

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AGRADECIMENTOS

À Deus, que em nenhum momento saiu de dentro de mim, mesmo quando eu esquecia
que Ele estava trabalhando a meu favor.
À professora, Ângela Maria Vieira Batista, pelo apoio, ensinamentos e dedicação
durante esta jornada.
À professora, Adriana Guim, pelas contribuições e apoio durante esta jornada.
Ao professor, Kléber Regis, pelo apoio, ensinamentos e encorajamento.
Aos meus colegas de mestrado, Barbara, Janaína, Marta, Denea e Amância, que são
grandes companheiros de viagem.
À minha colega de experimento, Alessandra Oliveira, pela incomparável contribuição
depositada neste trabalho.
As colegas de experimento, Enidene Christina Moraes, pela grande contribuição na
execução da nossa pesquisa.
À Soraya e Igor Santos, por sempre estarem disponíveis para me ajudar.
Ao Vitor, pela paciência e ajuda nas atividades de laboratório.
Ao meu esposo e amigo, Silvio José da Silva. Presente de Deus, o companheiro de
todas as horas, de onde brotavam as palavras de força e apoio para eu seguir em frente.
Ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da UFRPE, pela oportunidade do
crescer e aprimorar meus conhecimentos.
À CAPES, pela concessão da bolsa de estudo, sem a qual não seria possível a
realização deste projeto.
Aos animais, todo meu respeito por cada vida e momentos dedicados a pesquisa.
Aos meus pais, Maria Cleonice Tiburtino e Izídio Cordeiro, pela vida, educação,
carinho e exemplo de vida. Eles são os meus pilares e porto seguro nos momentos
difíceis.
Aos meus irmãos, Givanildo, Wellington, Clênio, Ericlis, Nadijaine e Jaqueline, pelo
apoio e carinho.
Aos meus queridos professores, Silvia Kurtz, Denise Figueiredo, Edilma, Jeandson e
Daniele Oliveira, pela amizade e palavras de incentivo durante esta jornada.
Às minhas amigas, Keila França e Barbara Silveira pelo apoio, respeito, amizade e
por compartilharmos nossas vidas como verdadeiras amigas.
Enfim, a todos que contribuíram para a realização deste trabalho.

6
“Não te mandei eu?
Esforça-te, e tem bom ânimo;
Não te atemorizes, nem te espantes;
Porque o Senhor teu Deus está contigo por onde quer que andares.”
Josué 1: 9

“As pessoas que marcam a história são pessoas comuns com uma quantidade
extraordinária de persistência. Elas simplesmente permanecem e nunca desistem”.
Rick Warren

7
BIOGRAFIA DA AUTORA

JANIELE TIBURTINO DE LIRA, filha de Izídio Cordeiro de Lira e Maria


Cleonice Tiburtino de Lira, natural de Jurema – PE, iniciou o curso de graduação em
Zootecnia na Universidade Federal Rural de Pernambuco – Unidade Acadêmica de
Garanhuns UAG/UFRPE, no ano de 2006. Em fevereiro de 2011 concluiu a graduação,
em seguida, em março do mesmo ano de 2011, ingressou no Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia, área de concentração Nutrição Animal, da Universidade
Federal Rural de Pernambuco.

8
SUMÁRIO
Páginas
Lista de Tabelas

Palma forrageira e ureia em substituição ao feno de tifton na alimentação de


ovinos

RESUMO.............................................................................................................. 10

ABSTRACT.......................................................................................................... 11

1. INTRODUÇÃO........................................................................................ 12

2. MATERIAL E MÉTODOS....................................................................... 17

2.1. Local do experimento..................................................................... 17


2.2. Animais.......................................................................................... 17
2.3. Dietas............................................................................................. 18
2.4. Coleta de material para análise...................................................... 19
2.5. Cálculo do consumo e digestibilidade.......................................... 20
2.6. Análise dos parâmetros ruminais................................................... 21
2.7. Análise estatística.......................................................................... 24

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................. 24

3.1. Consumo e digestibilidade............................................................. 24


3.2. Dinâmica ruminal e população de ciliados..................................... 28

4. CONCLUSÕES......................................................................................... 39

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................... 40

9
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Composição química dos ingredientes (com base na MS) das dietas
experimentais........................................................................................................ 18

Tabela 2 – Composição percentual e química das dietas experimentais, com


base na matéria seca (MS).................................................................................... 19

Tabela 3 – Consumo e coeficiente de digestibilidade dos nutrientes por ovinos


alimentados com palma forrageira e ureia em substituição parcial ao feno de
tifton e ao farelo de soja......................................................................................... 25

Tabela 4- Coeficiente de Digestibilidade dos nutrientes em ovinos recebendo


palma forrageira e ureia......................................................................................... 27

Tabela 5 – Tempo de Sedimentação e Flotação (TSF) e Reação de Azul de


Metileno (RAM) no fluido ruminal, em função da dieta....................................... 29

Tabela 6 – Produção de Biofilme e concentração do N nas frações bactéria,


protozoários e no líquido livre de células no fluido ruminal de ovinos, em
função da dieta....................................................................................................... 30

Tabela 7 – Concentração de matéria seca (MS) e proteína bruta (PB) no


conteúdo total, fração fibrosa e no fluido ruminal, em função da
dieta........................................................................................................................ 32

Tabela 8 – Fracionamento do N (mg/100mL e %) no rúmen de ovinos, em


função da dieta....................................................................................................... 33

Tabela 9 – Concentração de ácidos graxos voláteis (acetato, propionato,


butirato e total), N-NH3, relação acetato:propionato (Ac:prop) e pH no fluido
ruminal................................................................................................................... 35

Tabela 10 – Concentração de protozoários ciliados (x103/mL) em ovinos


alimentados com palma forrageira e ureia............................................................. 38

10
RESUMO
Com o objetivo de avaliar o consumo e o coeficiente de digestibilidade aparente da
matéria seca, matéria orgânica, fibra em detergente neutro, proteína bruta e energia
bruta, fracionamento de nitrogênio microbiano no rúmen; produção de biofilme,
parâmetros ruminais, bem como identificar e quantificar a comunidade de ciliados em
ovinos alimentados com palma forrageira e ureia, foram utilizados doze ovinos adultos,
fistulados no rúmen, com peso vivo médio de 44,50 ± 6,83 kg. Inicialmente, os animais
receberam uma dieta basal composta por 60% de feno, 24% grão de milho triturado,
15% farelo de soja e 1% de sal mineral. Após avaliação do consumo e dos parâmetros
ruminais, os animais foram alocados nos tratamentos com palma forrageira e quatro
níveis de ureia na ração (0,0; 0,7; 1,4 e 2,1%) e as avaliações foram novamente
efetuadas. Para a avaliação dos parâmetros ruminais, fracionamento de nitrogênio e
produção de biofilme do fluido ruminal, foram coletados 500 mL de fluido ruminal.
Houve menor consumo de matéria seca, matéria orgânica e energia digestível (kcal/dia)
para os animais submetidos à dieta palma contendo 2,1% de ureia. A digestibilidade da
matéria seca, matéria orgânica e energia bruta aumentaram com palma contendo 0,7 e
1,4% de ureia. A produção de biofilme e ácidos graxos voláteis totais aumentou com a
inclusão da palma e nível de ureia. O pH diminuiu nas dietas com palma e ureia. O
tempo de sedimentação e flotação aumentou com a inclusão da palma e foi influenciado
de forma linear positiva pela ureia, e a reação de azul de metileno não se alterou. A
população de ciliados total e o gênero Entodinium sp. diminuiu com palma contendo 0,0
e 2,1% de ureia e o gênero Ophryoscolex sp. aumentou com palma contendo 1,4% de
ureia. A ureia influenciou de forma quadrática o gênero Entodinium sp.
(protozoários/mL e %) e a população total de ciliados. É possível substituir até 71,67%
do feno de tifton por palma forrageira e utilizar até 1,2% de uréia na ração a base de
palma, substituindo parcialmente o farelo de soja e o milho, sem alterar a dinâmica
ruminal e a população de ciliados no fluido ruminal.

Palavras-chaves: AGV, biofilme, comunidade de ciliados, consumo, digestibilidade,


nitrogênio

11
ABSTRACT
Aiming to evaluate the intake and apparent digestibility of dry matter, organic matter,
neutral detergent fiber, crude protein and gross energy, fractionation of microbial
nitrogen in the rumen; biofilm production, ruminal as well identify and quantify the
community ciliates in sheep fed cactus and urea were used twelve adult sheep, rumen,
with average weight of 44.50 ± 6.83 kg. Initially, the animals received a basal diet
consisting of 60% hay, 24% ground corn, 15% soybean meal, 1% of mineral salt. After
evaluating consumption and ruminal parameters, animals were allocated to treatment
with cactus and four levels of urea in the diet (0.0, 0.7, 1.4 and 2.1%) and the
evaluations were performed again. To evaluate the ruminal, fractionation of nitrogen
and biofilm production of ruminal fluid were collected 500 mL of ruminal fluid. There
was a lower intake of dry matter, organic matter and digestible energy (kcal / day) for
animals undergoing palm diet containing 2.1% urea. The digestibility of dry matter,
organic matter and gross energy increased with palm containing 0.7 and 1.4% urea. The
biofilm production and total volatile fatty acids increased with the inclusion of palm and
urea level. The pH decreased in diets with palm and urea. The time of sedimentation
and flotation increased with the addition of palm and was influenced positively by
linearly urea and the reaction of methylene blue was unchanged. The overall population
of ciliates and gender Entodinium sp. decreased with palm containing 0.0 and 2.1% urea
and gender Ophryoscolex sp. increased with palm containing 1.4% urea. Urea
quadratically influenced the genre Entodinium sp. (Protozoa / mL and%) and the total
population of ciliates. You can replace up to 71.67% of Tifton by cactus and use up to
1.2% dietary urea-based palm, partially replacing soybean meal and corn, without
altering rumen dynamics and population of ciliates in ruminal fluid.

Keywords: AGV, biofilm ciliates community, intake, digestibility, nitrogen

12
INTRODUÇÃO

Ao contrário de outras forragens, a palma forrageira possui baixo percentual de

parede celular e alta concentração de carboidratos não fibrosos, possuindo

aproximadamente 28% de fibra em detergente neutro, 48% de carboidratos não

estruturais, 7,4% de ácido galacturônico e 12% de amido (Batista et al., 2003a). Devido

a estas características, a matéria seca é altamente degradável (Batista et al., 2003b), o

que resulta em maior produção de ácidos graxos voláteis e maior proporção de

propionato no rúmen de ovinos e bovinos (Bem Salen et al., 1996; Neiva, 1996; Silva et

al., 1997), além de reduzir o pH ruminal em caprinos e ovinos (Vieira et al., 2007;

Bispo et al., 2007).

O uso de palma forrageira na dieta reduz a concentração de amônia no rúmen

(Bispo et al, 2007), a concentração de ureia no sangue e aumenta a excreção fracional

de ureia (Vieira et al., 2007; Oliveira et al., 2007) embora reduza a excreção total. A

redução na concentração de amônia ruminal e consequente redução na ureia plasmática

pode ser devido à alta degradabilidade da matéria seca (MS) da palma, que aumentaria a

síntese microbiana ruminal. Por outro lado, mudança na população microbiana, devido

aos carboidratos que compõem a palma, poderia aumentar a utilização de aminoácidos

na síntese protéica microbiana, reduzindo a deaminação e, consequentemente, a

concentração de amônia ruminal.

A atividade dos microrganismos do rúmen permite que os diversos componentes

de uma dieta sejam gradativamente degradados no rúmen, produzindo massa

microbiana, AGV e outros gases da fermentação, bem como a amônia.

No rúmen, a amônia é convertida em outros compostos nitrogenados para

manter o metabolismo dos microrganismos e do seu hospedeiro. Os microrganismos do

rúmen têm grande importância como fonte de nitrogênio (N) para a síntese de proteínas

13
para o hospedeiro. As principais fontes de nitrogênio para síntese protéica consistem na

proteína verdadeira e nitrogênio não protéico (NNP) da dieta e do nitrogênio reciclado

através do ciclo da ureia que será reutilizado no rúmen (Santos et al., 2006). A

importância do metabolismo de nitrogênio no rúmen se deve às alterações qualitativas e

quantitativas dos aminoácidos das proteínas ingeridas (Silva et al., 2005).

A habilidade dos microrganismos ruminais em utilizar a amônia para síntese

protéica, permite a utilização de fontes de NNP na dieta de ruminantes. A ureia

apresenta-se como a fonte de NNP efetivamente utilizada devido as suas propriedades

físico-químicas e pelo aspecto econômico (Santos et al., 2001). No entanto, o uso de

ureia pelos ruminantes é limitado devido à baixa palatabilidade, sua segregação quando

misturada com farelos e sua toxicidade quando em doses mais elevadas (Salman et

al.,1996).

A utilização de tecnologias de produção de espécies adaptadas ao estresse

hídrico, como é o caso da palma, bem como a utilização destas forrageiras para

alimentação animal, têm sido objeto constante de pesquisas, embora se identifique

limitações de informações científicas a respeito da associação da palma forrageira à

ureia na alimentação de ruminantes.

Diversos fatores interferem na atividade microbiana, bem como na diversidade

que a constitui. Um destes fatores consiste no teor de proteína bruta (PB), proteína

degrada no rúmen (PDR) e a qualidade da PDR que podem afetar o crescimento

microbiano, já que as principais fontes de nitrogênio para os microrganismos do rúmen

são amônia, aminoácidos e peptídeos (Santos, 2006), onde as bactérias fermentadoras de

carboidratos fibrosos (CF) utilizam exclusivamente amônia como fonte de nitrogênio,

enquanto que as fermentadoras de carboidratos não fibrosos (CNF) utilizam

aminoácidos, e peptídeos e amônia (Russel et al., 1992).

14
Para que as bactérias ruminais consigam sintetizar aminoácidos a partir da

amônia, elas necessitam de energia de esqueletos carbônicos, dentre outros nutrientes.

Os esqueletos carbônicos são ácidos graxos de cadeia ramificada, no caso, os ácidos n-

valérico, isovalérico, isobutírico e 2-metilbutírico. O ácido n-valérico origina-se da

deaminação dos AA prolina, lisina, arginina ou de CHO. Os demais ácidos, isovalérico,

isobutírico e 2-metilbutírico, são originados da deaminação de AA de cadeia ramificada,

valina, isoleucina e leucina, respectivamente. As bactérias fermentadoras de CF são

altamente dependentes desses compostos, pois utilizam amônia como fonte de N e

requerem esses esqueletos carbônicos para incorporarem a amônia e sintetizarem seus

AA (Santos, 2006)

Os ciliados é a classe mais destacada dentre os protozoários encontrados no

ecossistema ruminal, dividindo-se nas subclasses Isotricha (ou Holotricha, na qual os

gêneros Isotricha e Daystricha prevalecem em maior quantidade no rúmen) e

Entodinomorfos (onde os gêneros Entodinium e Diplodinium, prevalecem). Os ciliados

apresentam grande habilidade na degradação e fermentação de um número elevado de

substrato, como celulose, hemicelulose, pectinas, amido, açúcares solúveis e lipídeos.

Os protozoários apresentam uma característica comum a todos, que consiste em

armazenar grande quantidade de amido, que é usado como fonte de energia (Teixeira,

2001).

Os Holotricha utilizam açúcar (Isotricha não utiliza maltose, mas utiliza amido);

engolfam bactérias e possuem enzimas proteolíticas; e produzem CO2, acetato, butirato,

lactato, amônia e pouco propionato. Esse grupo apresenta maior capacidade de ingerir

materiais solúveis, como grânulos de amido (Lana, 2005).

Os Entodinomorfos são usualmente encontrados associados com partículas

alimentares; utilizam poucos carboidratos solúveis, engolfando amido e partículas

alimentares; além de utilizar celulose, engolfam bactérias e pequenos protozoários,

15
utilizando proteína como fonte de energia. Esses protozoários produzem CO2, H2,

acetato, butirato, NH3 e algum formato, propionato e lactato (Lana, 2005).

Alguns protozoários são celulolíticos, mas utilizam como fonte de energia os

açúcares e amidos como principal substrato, sendo assimilados e estocados na forma de

amilopectina ou amido protozoário (Williams, 1986). Portanto, os protozoários

desempenham um efeito tamponante, pois as bactérias não têm acesso a uma quantidade

excessiva de substratos rapidamente fermentáveis. Assim, a presença de protozoários no

rúmen proporciona maior estabilidade da fermentação e do pH, bem como, maiores e

estáveis concentrações de ácidos graxos voláteis e aumento na degradação da matéria

seca. Outros fatores, como a concentração de ácido láctico, níveis de cobre no plasma

sanguíneo e no fígado, bem como susceptibilidade à acidose por ácido láctico, diminuiu

no rúmen faunado (Arcuri et al., 2006).

Diversos fatores interferem no crescimento dos ciliados, como ingestão de

alimentos, teor de proteína e de concentrado na ração, pH ruminal (o pH ideal é

próximo a neutralidade) e o tempo após a alimentação, pois diversos trabalhos têm

mostrado que a ingestão de alimento fresco, água e o aumento na produção de saliva,

bem como o quimotactismo (migração por estímulo químico) realizado por Isotricha e

Daystricha (protozoários grandes em relação aos Entodinomorfos) podem diluir e/ou

diminuir a população de ciliados no rúmen.

Segundo Jesus et al. (2012), à medida que o pH aumenta, ocorre um incremento

no número de protozoários totais. Os mesmos autores observaram também que o pH

abaixo de 6,0 promoveu uma queda significativa na concentração de protozoários.

Franzolin & Dehority (2010) afirmaram que longos períodos de baixo pH ruminal,

provavelmente, são mais prejudiciais para a sobrevivência dos protozoários ciliados no

rúmen que outros fatores.

16
À medida que o consumo de matéria seca aumenta, segundo Jesus et al. (2012),

a população de protozoários ruminais diminui. O mesmo ocorre quando o teor de

proteína bruta da dieta aumenta. Contrariamente, o teor de FDN aumenta a população

de ciliados, pois diminui a taxa de passagem, aumentando assim o tempo de

permanência dos protozoários no rúmen, favorecendo a manutenção destes no rúmen,

devido ao elevado de tempo de geração (acima de 24 horas). Araújo et al. (2007)

concluíram que a ingestão reduzida de alimentos ocasiona menor taxa de passagem do

material sólido do rúmen para o intestino; desta forma, as partículas fibrosas

permanecem maior tempo no ambiente ruminal, o que favorece o estabelecimento e

crescimento dos protozoários.

O rúmen é um ambiente extremamente propício para o desenvolvimento de

biofilmes, complexos ecossistemas microbianos que atuam de forma dinâmica e

coordenada, podendo ser formados por populações desenvolvidas a partir de uma única,

ou de múltiplas espécies, podendo ser encontrados em uma variedade de superfícies

bióticas e/ou abióticas. Desta maneira, muitos autores definem biofilmes como

associações de microrganismos e de seus produtos extracelulares, que se encontram

aderidos a superfícies.

A dinâmica do biofilme é dependente dos microrganismos que o compõem,

apresentando condições físicas, químicas e biológicas distintas, ou seja, cada biofilme

apresenta características singulares, variando de acordo com os microrganismos

presentes e com as condições do meio (Jenkinson & Lappin-Scott, 2001). Isto significa

que o biofilme é um sistema que sofre modificações ao longo do tempo, de acordo com

o substrato, condições ambientais e interações entre as comunidades que constituem o

biofilme. Para os ruminantes, um dos fatores determinantes no desenvolvimento e

estrutura do biofilme consiste na dieta fornecida para os animais. Uma dieta rica em

fibra favorece a formação de um biofilme completamente distinto daquele formado

17
quando a dieta fornecida é rica em concentrado. Dependendo do manejo nutricional, a

população microbiana do biofilme se modifica drasticamente, causando transtornos

metabólicos nos animais e perdas econômicas significativas.

O presente trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o consumo e o

coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca (MS), matéria orgânica (MO),

fibra em detergente neutro (FDN), proteína bruta (PB) e energia bruta (EB),

fracionamento de nitrogênio microbiano no rúmen; produção de biofilme, parâmetros

ruminais, assim como, identificar e quantificar a comunidade de ciliados em ovinos

alimentados com palma forrageira e ureia.

MATERIAL E MÉTODOS

Local do experimento
O experimento foi conduzido no Departamento de Zootecnia, da Universidade

Federal Rural de Pernambuco, região do Recife, microrregião fisiográfica denominada

Zona da Mata.

Animais

Foram utilizados doze ovinos adultos, castrados, mestiços com peso vivo médio

de 44,50 ± 6,83 kg, os quais foram preparados cirurgicamente para o implante de

cânulas ruminais permanentes. Em seguida, os animais foram tratados contra ecto e

endoparasitas, e suplementados com vitaminas lipossolúveis A, D e E. Os animais

foram identificados e alojados em baias individuais medindo 2,00 x 1,80 m, providos de

comedouro e bebedouro, onde passaram por um período de adaptação às instalações e

manejo de 10 dias, recebendo uma ração basal composta por 60% de feno, 24% grão de

milho triturado, 15% farelo de soja e 1% de sal mineral.

18
Dietas

Inicialmente, todos os animais receberam uma mesma dieta composta por 60%

de feno de tifton, 24% de grão de milho, 15% de farelo de soja e 1% de sal mineral

durante 14 dias.

Em seguida, os animais foram submetidos aos tratamentos, que eram as dietas

experimentais com a palma forrageira (Nopalea cochellinifera Salm Dyck, cv. miúda),

farelo de soja, grão de milho triturado e sal mineral, sendo substituído parcialmente o

farelo de soja por ureia pecuária, e o feno de tifton e milho por palma forrageira. Os

animais foram alocados nos tratamentos que correspondia aos níveis de 0, 7, 14 e 21 g

de ureia por kg de matéria seca da ração (0,0; 0,7; 1,4 e 2,1% da matéria seca).

As dietas foram oferecidas duas vezes ao dia, às 8 horas (60%) e às 16 horas

(40%) na forma de ração completa, sendo ajustada diariamente em função do consumo

do dia anterior, permitindo sobras de 15%. A água esteve permanentemente à

disposição dos animais dentro de baldes individuais.

A composição química dos ingredientes e das dietas experimentais é mostrada

nas Tabelas 1 e 2, respectivamente.

Tabela 1 - Composição química dos ingredientes das dietas experimentais com base na matéria seca

(MS)

Ingredientes
Nutriente Feno Farelo Milho Palma Ureia Flor de Sal
de Tifton de soja forrageira pecuária enxofre mineral
Matéria seca (%) 86,68 82,35 86,98 8,15 97,53 98,0 96,0
Matéria orgânica (%) 91,34 92,85 97,60 81,03 99,89 0,0 0,0
Matéria mineral (%) 8,66 7,15 2,40 18,97 0,17 100,0 100,0
Proteína bruta (%) 7,47 46,48 9,58 3,80 282,02 0,00 0,00
Fibra em Detergente Neutro (%) 78,78 14,52 11,15 27,44 0,00 0,00 0,00
Energia Bruta (cal/g de MS) 3754 4198 4309 2558 0,00 0,00 0,00

19
Tabela 2 – Composição percentual e química das dietas experimentais, com base na
MS
Ingredientes Dieta basal Palma - nível de ureia (g/kg de MS)
0,00 7,00 14,00 21,00
Palma forrageira (%) 0,0 50,60 52,70 54,80 56,90
Farelo de soja (%) 15,0 18,00 13,98 9,96 5,94
Milho (%) 24,0 15,20 15,80 16,40 17,00
Feno (%) 60,0 15,20 15,80 16,40 17,00
Ureia (%) 0,0 0,00 0,70 1,40 2,10
Flor de enxofre (%) 0,0 0,0 0,02 0,04 0,06
Sal mineral (%) 1,0 1,00 1,00 1,00 1,00
Nutrientes
Matéria Seca (%) 86,20 15,24 14,73 14,26 13,81
Matéria Orgânica (%) 92,16 86,43 86,23 86,04 85,84
Matéria Mineral (%) 7,84 12,57 13,77 13,96 14,16
Proteína Bruta (%) 13,78 12,88 13,14 13,46 13,74
Fibra em Detergente Neutro (%) 52,12 30,17 30,70 31,23 31,76
Energia Bruta (cal/g de MS) 3916,26 3275,56 3208,9 3142,24 3075,57

Coleta de material para análise

As coletas ocorreram no 14o dia após os animais receberem a dieta basal, sendo

três dias para coleta de fezes e urina, um dia de descanso e três dias para coleta de fluido

ruminal, totalizando sete dias de coleta. O segundo período de coleta ocorreu no 28o dia,

após os animais serem submetidos aos tratamentos, realizando-se as mesmas coletas

durante sete dias.

Para a coleta de fluido ruminal, amostras de digesta foram tomadas

manualmente de quatro pontos distintos do rúmen, posteriormente homogeneizou-se o

conteúdo ruminal. As coletas foram realizadas a cada três horas, em três dias

consecutivos, onde, no primeiro dia de coleta foi realizada a amostragem antes da

primeira alimentação, no segundo dia 1 hora após a refeição matinal e, no terceiro dia, 2

horas após o primeiro arraçoamento, totalizando assim os seguintes horários de coleta:

0, 1, 2, 4, 5, 7, 8, 9, 10 e 11h. Essas coletas foram utilizadas para avaliar o nitrogênio

20
amoniacal (N-NH3), ácidos graxos voláteis (AGV), pH e relação acetato:propionato.

Contudo, para as demais variáveis, a coleta do fluido ruminal foi realizada quatro horas

após a primeira refeição. Após a coleta, o fluido ruminal foi filtrado em quatro camadas

de tecido de algodão.

Foi avaliado o consumo e a digestibilidade dos nutrientes, bem como os

parâmetros ruminais e a comunidade de ciliados para os animais recebendo a dieta

basal, e, depois, para esses animais recebendo cada dieta experimental, para comparação

entre elas.

Cálculo do Consumo e Digestibilidade

O consumo voluntário de MS, MO, MM, PB, FDN e EB foram calculados pela

diferença entre as quantidades ofertadas e as sobras.

Durante o período do ensaio de digestibilidade aparente (1º ao 3º dia de coleta)

realizou-se coletas dos ingredientes que compunha as dietas experimentais, sobras e

fezes, as quais foram amostradas em 30%, identificadas e pré-secas em estufa de

ventilação forçada a 55°C, por 72 horas, e misturadas, para constituir uma amostra

composta (homogeneizada e, em seguida, retirada uma alíquota de 10%, moída em

moinho de facas, tipo Willey, usando peneira com crivo de 1 mm) para posteriores

análises laboratoriais.

Para o ensaio de digestibilidade aparente foi realizada a coleta total de fezes por

um período de 72 horas. Sendo que ao final de cada 12 horas de coleta, retirava-se uma

alíquota de 50%, para serem pré-secas em estufa de 55°C por um período de 72h.

As amostras de palma forrageira foram picadas em máquina desintegradora, pré-

secas em estufa de ventilação forçada a 55°C, por 72 horas, e misturadas, para constituir

uma amostra composta (homogeneizada e, após, retirada uma alíquota de 10%, moída

em moinho de facas, tipo Willey, usando peneira com crivo de 1 mm). Além da palma,

21
os demais ingredientes que compunha a dieta também foram amostrados e moídos a 1

mm. Posteriormente, essas amostras foram analisadas quanto à composição química.

As determinações de matéria seca (MS), matéria mineral (MM), matéria

orgânica (MO), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e energia bruta

(EB) foram realizadas conforme metodologias descritas pela AOAC (2000).

Análise dos parâmetros ruminais

Quatro horas após a refeição matinal, amostras de digesta foram tomadas

manualmente de vários pontos do rúmen, posteriormente homogeneizou-se esse

conteúdo ruminal. Imediatamente, o conteúdo ruminal foi filtrado em quatro camadas

de tecido de algodão. Em seguida, o fluido ruminal foi homogeneizado e retirada uma

alíquota de 500 mL, para a avaliação do fracionamento de nitrogênio e produção de

biofilme do fluido ruminal (Min et al., 2002).

Para a estimativa do fracionamento de nitrogênio no fluido ruminal, 6 mL de

amostra foi centrifugada a 375 x g por 5 minutos para sedimentar protozoários e

pequenos sedimentos. Ao material sedimentado, foi adicionado solução de McDougall

até ajustar o volume inicial (6 mL), posteriormente esta amostra foi centrifugada a

16.300 x g por 15 minutos. Do sobrenadante, foi quantificado o nitrogênio da fração

protozoário pelo método de micro Kjedahl. Do mesmo modo que foi quantificado o

nitrogênio da fração protozoário, realizou-se o procedimento por mais duas vezes para

separar o sobrenadante do sedimentado, obtendo-se, respectivamente, o nitrogênio da

fração bactéria e do líquido livre de células microbianas.

Para quantificar o nitrogênio verdadeiro e o nitrogênio não protéico (NNP),

coletou-se duas amostras de fluido ruminal. Para determinação do nitrogênio total

centrifugou-se a 20. 000 x g por 30 minutos, 6 mL de fluido ruminal, descartou-se o

precipitado e, posteriormente, determinou-se o N do sobrenadante pelo método de micro

22
Kjedahl. Já para a determinação do NNP, outra amostra de 6 mL de fluido ruminal foi

centrifugada a 20.000 x g por 30 minutos, descartou-se o precipitado e, ao sobrenadante,

adicionou-se 0,5 mL de ácido tricloroacético (84%), centrifugou-se novamente (20.000

x g por 30 min) e quantificou-se o NNP do sobrenadante. A estimativa da proteína

verdadeira foi obtida pela diferença entre nitrogênio total (PB) e NNP.

Para quantificar a produção de biofilme, 6mL de fluido ruminal foi colocado em

recipientes para centrifugação devidamente pesados. Esta amostra foi centrifugada (16.

000 x g por 30 min), posteriormente foi adicionado em 3 mL do sobrenadante, 3 mL de

etanol absoluto. Este material foi mantido em temperatura de 4º C por 24 horas. Em

seguida foi novamente centrifugado durante o mesmo tempo e rotação. O material

sobrenadante foi descartado, enquanto o precipitado foi levado à estufa de 55º C por 24

horas para a determinação da MS.

A determinação do potencial redox foi realizada, adicionando-se 1 mL de azul

de metileno a 0,03% em tubos de ensaio, onde se colocava 20 mL de suco ruminal

recém-colhido e, em seguida, registrava-se o tempo, até a completa descoloração da

amostra ruminal, a qual era comparada com uma amostra padrão de fluido ruminal, de

acordo com a recomendação descrita por Dirksen & Smith (1987). A determinação do

tempo de flutuação e sedimentação do suco ruminal ocorreu através de tubos de ensaios

previamente identificados, onde era colocado 100 mL de suco ruminal recém-colhido,

onde se registrava em cronômetro digital o tempo de sedimentação flotação, segundo

metodologia de Nichols & Penn (1958).

Após a retirada da digesta do rúmen, o conteúdo ruminal foi filtrado em quatro

camadas de tecido de algodão. A parte sólida foi devolvida ao rúmen e, imediatamente,

o produto resultante do filtrado, o fluido ruminal, foi homogeneizado e mensurou-se o

pH através de leitura com potenciômetro digital tipo Handylab 1 – SCHOTT.

23
Após a mensuração do pH, duas alíquotas de 20 mL foram acondicionadas em

recipientes de plásticos, devidamente identificados e contendo em seu interior 1 mL de

ácido clorídrico a 6N. Essas amostras permaneceram armazenadas a -20 º C, para

posterior quantificação de nitrogênio amoniacal (N-NH3) e ácido graxo volátil (AGV).

Para a determinação do N-NH3, as amostras foram descongeladas em

temperatura ambiente e centrifugadas a 3.000 rpm durante 15 minutos, conforme

técnica descrita por Fenner (1965), adaptada por Vieira (1980).

Para a quantificação de AGV, as amostras foram descongeladas em temperatura

ambiente e centrifugadas a 15.000 x g a 4º C durante 60 minutos. A leitura das amostras

foi realizada em cromatrógrafo a gás, tipo CG-MASTER, fazendo uso da coluna para

cromatografia capilar de referência Carbowax 20 M.

Para a quantificação e identificação dos gêneros de ciliados presentes no rúmen,

coletou-se 10 mL de conteúdo ruminal total (não foi filtrado), sendo imediatamente

fixado em formol, na proporção de 1:1 (Dehority, 1984) e armazenados em frascos

plásticos. A identificação e a quantificação dos gêneros de ciliados foram feitas em

câmera Sedgewick-Rafter, segundo Dehority (1984), sendo pipetado 1 mL de cada

amostra homogeneizada de conteúdo em tubos de ensaios, onde foram adicionadas três

gotas de lugol, em substituição ao verde brilhante, conforme a modificação proposta por

D´agosto & Carneiro (1999). Após 15 minutos, foi adicionado 9 mL de glicerina a 30%.

Para se proceder à quantificação de cada tubo de ensaio, foi pipetado 1 mL do conteúdo

ruminal para preenchimento da câmera de Sedgewick-Rafter. Foram quantificados e

identificados os ciliados presentes em 50 campos e, posteriormente, após rotação de

180o C, mais 50 campos eram contados. O cálculo do número total de cada gênero por

mililitro de conteúdo foi feito multiplicando-se os valores encontrados por 80 e por 20.

Tais valores correspondem à superfície total da câmera de contagem e à diluição

(Dehority, 1984). A identificação dos ciliados baseou-se em Ogimoto & Imai (1981).

24
Análise estatística

O delineamento experimental utilizado foi o Inteiramente Casualizado (DIC) e

os dados foram analisados utilizando o procedimento GLM do SAS (2000). Foi

confrontado cada tratamento contra a dieta basal (feno) através da análise de variância,

aplicando-se o teste de Dunnett quando necessário, para comparação das médias. Para

avaliação do efeito dos níveis de ureia nos tratamentos com palma realizou-se a análise

de regressão linear e quadrática.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Consumo e digestibilidade
O consumo de matéria seca expresso em kg/dia e g/kgPV0,75 (Tabela 3) diminui

de forma significativa com palma contendo 2,1 % de ureia em relação a dieta feno.

Contudo o consumo de MO expresso g/kgPV0,75 diminuiu nos tratamentos com 0,7, 1,4

e 2,1% de ureia. Provavelmente, a baixa palatabilidade da ureia provocou um menor

consumo, visto que este composto apresenta sabor amargo. Mesmo nas dietas deste

experimento que foram compostas com palma forrageira, um ingrediente altamente

palatável, e a dieta fornecida na forma de ração completa, a ureia parece ter restringido

o consumo. Os autores Huber & Kunf (1981) em trabalho pioneiro com inclusão de

ureia, verificaram efeito depressivo na ingestão de nutrientes quando a inclusão na dieta

ocorreu em níveis mais altos que 1,5%, e considerou que o sabor indesejável da ureia

foi o aspecto predominante na redução de consumo. Milton et al. (1997) também

afirmaram que o consumo de MS pode ser reduzido quando a concentração de ureia é

elevada na ração.

25
Tabela 3. Consumo dos nutrientes por ovinos alimentados com palma forrageira e ureia em substituição parcial ao feno de
tifton e ao farelo de soja.
Dieta P>F
Palma-nível de ureia (%) EPM Ureia
Feno Feno
0,0 0,7 1,4 2,1 L Q
Consumo (Kg/dia)
Matéria Seca 1,19 1,06 1,05 1,03 0,63* 0,06 0,0166 0,0453 ns
Matéria Orgânica 1,1 0,86 0,86 0,84 0,52* 0,06 0,0028 0,0524 ns
Fibra em Detergente Neutro 0,59 0,36* 0,36* 0,36* 0,22* 0,04 0,0001 0,0858 ns
Proteína Bruta 0,21 0,14 0,13* 0,16 0,11* 0,01 0,0019 ns ns
Energia Bruta (Kcal/dia) 4389,65 2809,4* 2783,91* 2706,18* 1654,36* 258,32 <0,0001 0,0436 ns
Energia Digestível (kcal/dia) 2595,41 1671,87 1200,06 1594,5 1616,82* 151,19 0,0025 ns ns
Consumo (g/kgPV0,75)
Matéria Seca 74,53 70,86 56,1 57,98 39,05* 3,63 0,0060 0,0402 ns
Matéria Orgânica 69,07 57,34 45,83* 47,23* 31,97* 3,65 0,0007 0,0463 ns
Fibra em Detergente Neutro 37,2 24,16 19,04* 20,34* 13,94* 2,35 <0,0001 0,0771 ns
Proteína Bruta 12,92 9,54 7,17* 8,91* 6,64* 0,69 0,0006 ns ns
Energia Digestível (Kcal/kgPV0,75) 275,88 188,5 149,26 152,56 102,71* 16,73 <0,0001 0,0386 ns
(*) representa a diferença em relação à dieta feno a 5% de probabilidade pelo teste de Dunnett. L = linear; Q = quadrática.

26
O consumo de fibra em detergente neutro (FDN), expresso em kg/dia, foi menor

em todos os tratamentos com palma, quando comparado com a dieta feno. No entanto,

quando expresso em g/kgPV0,75, diminuiu a ingestão nos tratamentos com palma

contendo 0,7; 1,4 e 2,1% de ureia (Tabela 3). Este resultado deve-se ao mais baixo teor

de fibra em detergente neutro das dietas com palma e ureia, quando comparado à dieta

feno, por isso a ingestão foi maior nesta dieta. Considerando que o teor de FDN é

negativamente correlacionado ao consumo, quando a repleção é o fator limitante, seria

esperado maior consumo na dieta a base de palma forrageira, pois esta dieta apresenta

um teor muito menor de FDN e alto conteúdo de CNF, quando comparado com o feno

de tifton.

O consumo de proteína bruta (PB), expresso em Kg/dia (Tabela 3), foi menor para

os tratamentos palma contendo 0,7 e 2,1 % de ureia em relação ao tratamento feno. No

entanto, quando expresso em g/kgPV0,75, os animais apresentaram menor consumo para

os tratamentos palma contendo 0,7; 1,4 e 2,1% de ureias. Estes achados foram devidos

provavelmente ao menor consumo de MS, bem como à seletividade dos animais por

determinado ingrediente nos tratamentos, podendo diminuir a ingestão de determinados

nutrientes. Os animais talvez tenham selecionado mais feno nestas dietas que

apresentaram menor consumo de PB.

O consumo de energia bruta, expresso em Kcal/dia (Tabela 3), foi maior no

tratamento feno, diferindo dos tratamentos com palma e ureia. No entanto, quando

expresso em g/kgPV0,75, diferiu apenas dos tratamentos com 0,7; 1,4 e 2,1% de ureia. A

energia digestível (Cal/dia) foi menor para o tratamento com palma contendo 2,1 % de

ureia (Tabela 3). Este comportamento ocorreu, provavelmente, devido à menor ingestão

de MS, bem como o menor percentual de energia bruta (EB) da dieta, visto que a palma

utilizada apresentou menor teor de energia em relação ao feno de tifton. No entanto, a

27
ingestão de energia digestível foi semelhante entre as dietas feno e palma contendo 0,0;

0,7 e 1,4% de ureia.

Analisando-se isoladamente o efeito dos níveis de ureia com a palma sobre a

ingestão dos nutrientes, verificou-se que nos tratamentos palma (0,0; 0,7; 1,4 e 2,1% de

ureia), a ureia provocou uma comportamento linear negativo no consumo de MS, MO,

FDN (Kg/dia e g/KgPV0,75) e EB expresso Kcal/dia (Tabela 3) à medida que o teor de

ureia aumentou nas dietas, enfatizando, assim, o efeito negativo do aumento da

concentração de ureia na ingestão de MS da ração (Milton et al., 1997) e,

consequentemente, menor ingestão dos demais nutrientes por estarem correlacionados.

Porém, não alterou o consumo de PB, expresso em Kg/dia e g/KgPV0,75.

A digestibilidade aparente da matéria seca (CDMS), matéria orgânica (CDMO) e

energia bruta (CDEB) (tabela 4), diferiram estatisticamente entre os volumosos (feno e

palma), apresentando maior digestibilidade para os tratamentos com palma forrageira,

contendo 0,7 e 1,4% de ureia. A digestibilidade da FDN não sofreu influência da

substituição do feno de tifton por palma forrageira, mantendo-se inalterada.

Tabela 4: Coeficiente de Digestibilidade dos nutrientes em ovinos recebendo palma forrageira e ureia
Dieta P>F
Palma - nível de ureia (%) EPM Ureia
Feno Feno
0,0 0,7 1,4 2,1 L Q
Coeficiente de Digestibilidade Aparente
Matéria Seca 0,61 0,68 0,74* 0,74* 0,71 1,60 0,0154 ns 0,0428
Matéria Orgânica 0,62 0,72 0,77* 0,76* 0,73 0,02 0,0043 ns 0,0637
Fibra em Detergente Neutro 0,43 0,47 0,54 0,53 0,46 3,36 ns ns ns
Proteína Bruta 0,72 0,72 0,77 0,82 0,81 1,78 ns 0,0039 ns
Energia Bruta 0,59 0,67 0,73* 0,73* 0,68 0,02 0,0159 ns 0,0097
(*) representa a diferença em relação à dieta feno a 5% de probabilidade pelo teste de Dunnett. L = linear; Q = quadrática.

Verificou-se comportamento quadrático para digestibilidade da MS, MO e EB,

apresentando ponto de máximo de 1,16; 1,13 e 1,09 % de ureia na ração,

respectivamente, com uma digestibilidade de 74, 78 e 74% para estes pontos de

28
máximo, a ureia causou comportamento linear positivo para CDPB, onde este último

aumentou de acordo com o aumento no nível de ureia. Contudo, a digestibilidade da

FDN não foi alterada estatisticamente pelo aumento da inclusão de ureia.

Este comportamento se deve ao alto teor carboidratos não fibrosos (CNF) da

palma forrageira (Wanderley at al., 2002; Batista et al., 2003a) e à ureia, componentes

de rápida degradação no rúmen, o que pode ter favorecido a atividade microbiana e,

consequentemente a digestão.

A digestibilidade da PB aumentou devido ao nível de ureia na ração, o qual

proporcionou maior digestibilidade da proteína, devido a ureia ser altamente degradada

no ambiente ruminal pela enzima uréase (Santos, 2006).

Dinâmica ruminal e população de ciliados


A adição de 0,7 e 1,4 % de ureia aumentou, aproximadamente, 65% o tempo de
sedimentação e flotação (TSF), enquanto no nível 2,1% verificou-se aumento de 107%.
Avaliando-se exclusivamente o efeito da ureia nas dietas com palma verificou-se
aumento linear no TSF (Tabela 5).
Esses achados demonstram a importância da qualidade da dieta na atividade

microbiana, visto que o tempo de sedimentação e flotação mede a capacidade

fermentativa através da produção de gás pelas bactérias ruminais, bem como a

influência da ureia sobre a atividade microbiana, pois estas necessitam de nitrogênio

não protéico para sintetizarem seus aminoácidos.

Os resultados encontrados neste trabalho, em todas as dietas, ficaram acima do

valor preconizado por Dirksen (1993), para bovinos alimentados com forragem, que é

de 4 a 8 minutos. Isto ressalta que a palma forrageira é um alimento de alta qualidade e

de fundamental importância na fermentação ruminal, e, quando associado a uma fonte

de NNP, tem seu efeito otimizado.

29
Tabela 5 – Tempo de sedimentação e flotação (TSF) e Reação de azul de Metileno (RAM) no
fluido ruminal, em função da dieta.

Dieta P>F
Palma – nível de ureia (%) EPM ureia
Feno
Feno 0,0 0,7 1,4 2,1 L Q
TSF (min) 13,49 17,83 22,25* 22,22* 27,94* 1,29 <0,0001 0,0045 ns
RAM (min) 1,44 1,53 1,67 1,61 1,31 0,1 ns ns ns
(*) representa a diferença em relação à dieta feno a 5% de probabilidade pelo teste de Dunnett. L = linear; Q =
quadrática.

As dietas não influenciaram a reação do azul de metileno (RAM). Este teste

mede a atividade redutiva bacteriana, o qual está diretamente relacionado com a

qualidade do alimento ingerido, podendo atingir seis minutos, sendo que em animais

recebendo alimentos ricos em carboidratos não fibrosos esse tempo pode ser inferior a

um minuto (Dirksen et al., 1993). No entanto, forragem com baixa qualidade, maturação

excessiva e altos teores de fibra comprometem de forma clara a atividade microbiana

ruminal, levando maior tempo para a redução do azul de metileno (Vieira et al., 2006).

A semelhança nos resultados das diferentes dietas deve-se a presença de 15% de farelo

de soja e 24% de farelo de milho na dieta feno, o que elevou o teor de CNF e,

consequentemente, diminuiu o tempo de reação do azul de metileno. Nas dietas à base

de palma forrageira, o alto teor de CNF - além do amido da palma, do milho e da

própria soja - justifica o baixo tempo de RAM e a semelhança entre os tratamentos.

A avaliação destas variáveis no fluido ruminal permite inferir quais as melhores

dietas e como estas estão influenciando a saúde do rúmen, diminuindo, assim, as

doenças metabólicas ou diagnosticando-as de forma precoce.

A produção de biofilme, expresso em mg/100mL (Tabela 6), apresentou

diferença (P<0,0001) entre a dieta basal (feno) e as dietas com palma, mas não houve

efeito significativo da ureia nos tratamentos com palma forrageira. Este aumento na

produção de biofilme se deve ao alto teor de CNF da palma, que poderia ter aumentado

a população microbiana. Outro fator importante é o alto teor de mucilagem contido na

30
palma, o que pode ter aumentado este volume consideravelmente, não significando

necessariamente um crescimento da população microbiana, como também o tamanho de

partícula da dieta à base de palma, favorecendo maior fermentação e consequentemente

maior produção de substâncias polimérica extracelular (EPS), o que pode ter

contribuído de forma significativa para o aumento na produção de biofilme.

Tabela 6 - Produção de Biofilme e concentração do N nas frações bactéria, protozoários


e no líquido livre de células do fluido ruminal de ovinos, em função da dieta.
Dieta P>F
Palma – nível de ureia (%) EPM Ureia
Feno Feno
0,0 0,7 1,4 2,1 L Q
Biofilme (mg/100mL) 0,84 3,68* 2,97* 2,69* 2,45* 0,28 <0,0001 ns ns
N no fluido (mg/mL)
Bactéria 0,22 0,38 0,37 0,33 0,38 0,03 ns ns ns
Protozoário 1,10 1,06 1,04 1,36 1,01 0,06 ns ns ns
Líquido Livre de Célula 0,25 0,18 0,20 0,20 0,21 0,02 ns ns ns
N no fluido (%)
Bactéria 14,32 21,83 22,62 17,82 22,94 1,48 ns ns ns
Protozoário 68,82 66,66 64,81 71,70 63,99 1,84 ns ns ns
Líquido Livre de Célula 16,86 11,50 12,58 10,48 13,06 1,33 ns ns ns
(*) representa a diferença em relação à dieta feno a 5% de probabilidade pelo teste de Dunnett. L = linear; Q =
quadrática.

O N na fração bactéria, protozoário e líquido livre de células não diferiram entre

os tratamentos feno e palma com ureia, bem como não sofreu influência da ureia nos

tratamentos com palma, o que ratifica a possibilidade da palma provocar o crescimento

do biofilme, sem apresentar efeito significativo da população microbiana, devido à alta

quantidade de mucilagem contida na palma forrageira. A palma pode ter contribuído de

forma significativa para produção de EPS, que constituem a estrutura dinâmica e

complexa dos biofilmes (Jenkinson & Lappin-Scott, 2001). Essas substâncias fornecem

um suporte estrutural para o biofilme (Fleming et al., 2000), pois é eletrostaticamente

carregada de modo que serve como armadilhas para partículas de alimentos, argila e

outros minerais (Harrison et al., 2005).

31
Trabalhando com observações e mensurações da formação de biofilme e

degradação da celulose, Wang et al. (2011) constataram que apenas as partes do

substrato de celulose colonizado pelo biofilme foram efetivamente hidrolisadas. Isto

enfatiza a importância do biofilme na degradação da celulose no organismo dos

ruminantes. Assim, quanto maior a produção de biofilme, melhor será a degradação da

celulose, desde que os microrganismos estejam em maior quantidade, como ocorre

comumente. Assim, uma inicialização rápida da hidrólise da celulose provavelmente

ocorra através do crescimento exponencial do número de bactérias aderidas ao substrato

durante a fase inicial, atingindo posteriormente uma taxa máxima de hidrólise

concomitantemente a uma completa cobertura do substrato pelo biofilme (Wang et al.,

2011).

Analisando a aderência das três principais espécies bacterianas (Bacteroides

succinogenes, Ruminococcus albus e Ruminococcus flavefaciens), que degradam

celulose nos ruminantes, Costerton et al. (1987) observaram que quando essas bactérias

estão em monocultura aderem rapidamente às fibras de celulose. Contudo, a digestão

deste substrato ocorre lentamente quando comparado com sistemas digestivos naturais,

isto é, quando a fibra está no rúmen em associação com o biofilme formado por

bactérias, fungos e protozoários.

A matéria seca no conteúdo total e na fração fibrosa diminuiu quando o feno foi

substituído pela palma, independentemente da presença de ureia, e aumentou no fluido

(Tabela 7). O teor de matéria seca das dietas contendo palma é mais baixo do que na

dieta feno (Tabela 2), o que deve ter influenciado o teor de MS do conteúdo total. A

diminuição da matéria seca na fração fibrosa ocorreu, provavelmente, devido à alta

viscosidade da palma forrageira que, durante a separação das frações, dificultou a

retirada da umidade desta fração, diluindo, assim, a MS e consequentemente o seu teor

32
em relação à dieta feno. Assim, o fluido ficou mais concentrado, devido à menor

umidade passada, aumentando consequentemente o teor de MS nesta fração.

Avaliando-se exclusivamente o efeito da ureia nas dietas com palma, verificou-se

efeito quadrático na matéria seca da fração fibrosa com ponto de máximo equivalente a

1,28% de ureia, proporcionando 25,74g de MS por kg de fração fibrosa. Verificou-se

comportamento linear positivo da ureia na proteína bruta do fluido ruminal.

Tabela 7 - Concentrações de matéria seca (MS) e proteína bruta (PB) no conteúdo total, na fração
fibrosa e no fluido ruminal de ovinos, em função da dieta.
Dieta P>F
Palma – nível de ureia (%) EPM Ureia
Feno Feno * *
0,0 0,7 1,4 2,1 L Q
Matéria seca (g/kg)
Conteúdo total 14,46 9,01* 10,58* 9,74* 9,07* 0,61 <0,0001 ns ns
Fluido 3,3 5,01* 5,16* 5,31* 4,74* 0,23 0,0004 ns ns
Fração fibrosa 30,25 22,06* 25,76* 25,22* 24,47* 0,79 <0,0001 ns 0,0281
Proteína bruta (g/Kg MS)
Conteúdo total 17,85 21,92* 22,91* 22,31* 21,24* 0,58 0,0013 ns ns
Fluido 3,85 8,26* 10,14* 10,57* 12,78* 0,79 <0,0001 0,0044 ns
Fração fibrosa 14,66 18,35* 19,36* 17,9* 17,44* 0,52 0,0039 ns ns
(*) representa a diferença em relação à dieta feno a 5% de probabilidade pelo teste de Dunnett. L = linear; Q =
quadrática.

A proteína bruta no conteúdo total, no fluido ruminal e na fração fibrosa

aumentou com a substituição do feno pela palma forrageira. O aumento do teor de PB

nas três frações (conteúdo total, fluido e fração fibrosa), se deve, provavelmente, à alta

digestibilidade da palma forrageira, desaparecendo rapidamente do rúmen e

consequentemente, concentrando os demais nutrientes, dentre eles a PB.

A proteína verdadeira (PV), nitrogênio não protéico (NNP) e proteína bruta total,

expresso em mg/100mL, e PV e NNP, expresso em % (Tabela8), não diferiram

estatisticamente entre os tratamentos. Estes achados demonstram que as dietas não

interferiram no fracionamento de N no rúmen, proporcionando condições semelhantes

no rúmen dos ovinos.

33
Tabela 8 - Fracionamento do N (mg/100mL e %) no rúmen de ovinos, em função da
dieta.
Dieta P>F
Palma – nível de ureia (%) EPM Ureia
Feno Feno * *
0,0 0,7 1,4 2,1 L Q
N (mg/100mL)
Proteína Verdadeira 18 12 10 12 11 0,02 ns ns ns
Nitrogênio não Protéico 23 18 17 14 23 0,01 ns ns ns
Proteína Bruta total 158 162 161 188 159 0,07 ns ns ns
N (%)
Proteína Verdadeira 43 43,06 35,91 48,86 31,82 2,32 ns ns ns
Nitrogênio não Protéico 57 56,94 64,09 51,14 68,08 2,32 ns ns ns
(*) representa a diferença em relação à dieta feno a 5% de probabilidade pelo teste de Dunnett. L = linear; Q =
quadrática.
O pH diminuiu nas dietas com palma contendo 0,0; 0,7 e 2,1% de ureia (Tabela

9). Entretanto, o valor de pH ficou acima de 6,2 em todos os tratamentos, que é o

preconizado para o máximo crescimento microbiano, (Silva e Leão, 1979; Van Soest,

1994). O pH é fortemente influenciado pela produção de ácidos orgânicos,

principalmente o ácido láctico, produzido em maior proporção em dietas ricas em

carboidratos rapidamente fermentáveis, proporcionando assim valores de pH mais

baixos, visto que o ácido láctico é considerado um ácido mais forte que os ácidos

acético, propiônico e butírico. Contudo, não foi observado mudanças críticas no pH,

visto que a palma forrageira possui alto teor de pectina, o que promoveu uma

fermentação ruminal mais equilibrada, pois quando fermentada a pectina produz mais

ácido acético (Kozloski, 2002; Van Soest, 1994). A mastigação e salivação nas dietas

com palma forrageira, provavelmente sofreu pequena variação, devido a fibra

fisicamente efetiva do feno de tifton contido nestas dietas, contribuindo para a

manutenção do pH adequado no fluido ruminal.

Analisando isoladamente o efeito da ureia nas dietas com palma, verificou-se

que a ureia não influenciou o pH, independentemente do nível de inclusão.

A palma forrageira sem ureia diminui a concentração de amônia no fluido

ruminal em relação à dieta feno. A dieta com palma contendo 2,1% de ureia

34
proporcionou uma maior concentração de amônia no rúmen. Enquanto que no

tratamento palma contendo 0,7% de ureia a concentração de amônia foi menor em

relação dieta feno. Entretanto, avaliando-se exclusivamente o efeito da ureia nas dietas

com palma, verificou-se comportamento linear positivo para o nível de ureia nas dietas

com palma forrageira, onde a maior produção ocorreu quando os animais receberam

palma com 1,4 e 2,1% de ureia (21,25 e 27,68 mg/100mL, respectivamente) e a menor

produção foi com a palma sem ureia (9,16mg/100mL). Satter e Slyter (1974)

recomendam de 2 a 5mg de N-NH3/100mL do fluido ruminal para o crescimento

microbiano adequado. Enquanto Van Soest (1994) recomenda 10mg/100mL de líquido

ruminal. Contudo, essa concentração pode ser variável, dependendo da dieta e das

condições ruminais como um todo.

As dietas com maiores níveis de ureia (1,4 e 2,1%) proporcionaram maiores

níveis de N-NH3. Já as dietas com palma sem ureia e palma contendo 0,7% de ureia

proporcionaram menor concentração de N-NH3. Possivelmente as dietas com menor

concentração de amônia foram as que mais se adequaram em disponibilizar, na mesma

velocidade de degradação, as fontes de energia e nitrogênio para a síntese de proteína

microbiana.

Segundo Paixão et al (2007), os microrganismos utilizam a maior parte do

nitrogênio na forma de amônia e as bactérias são eficientes na assimilação deste

composto, até atingirem seu requerimento, que é determinado pela disponibilidade de

carboidratos fermentáveis. Assim, a excreção de ureia representa elevado custo

biológico e desvio de energia para a manutenção das concentrações de nitrogênio em

níveis não tóxicos no corpo, visto que neste processo o animal passa a gastar parte da

energia que seria destinada para mantença e produção, para ser gasta com a síntese de

ureia.

35
A concentração de amônia no rúmen é função do equilíbrio entre as taxas de

produção e absorção (Broderick et al., 1991), e quando em excesso, é absorvida pela

parede do rúmen e, no fígado através do ciclo da ureia, é convertida em ureia,

ocasionando um custo energético ao animal de 12 Kcal/g de N (Van Soest, 1994).

Tabela 9 – Concentração de ácidos graxos voláteis (acetato, propionato, butirato e


total), N-NH3 e relação acetato:propionato e pH no fluido ruminal
Dieta P>F
Palma – nível de ureia (%) EPM Ureia
Feno Feno * *
0,0 0,7 1,4 2,1 L Q
pH 6,48 6,32* 6,20* 6,42 6,36* 0,02 0,0101 ns ns
N-NH3 (mg/100mL) 19,21 9,16* 15,19* 21,25 27,68* 0,67 <0,0001 ns
mMol/100mL)
Acetato 106,76 208,71* 255,23* 235,32* 234,67* 6,96 0,0737 ns 0,0351
Propionato 28,65 71,19* 81,15* 70,89* 69,38* 2,18 0,0099 ns ns
Butirato 12,04 21,70* 27,78* 26,29* 24,85* 0,71 <0,0001 0,0991 0,0049
AGV total 147,45 301,60* 364,17* 332,51* 318,91* 9,68 0,0274 ns 0,0389
Acetato:propionato 4,16 3,01 3,16 3,34 3,32 0,19 ns 0,0054 ns
Proporção molar
Acetato 75,89 70,30* 69,00* 70,00* 70,20* 0,23 0,0002 ns ns
Propionato 19,59 23,30* 22,21* 21,58* 21,67* 0,22 0,0259 0,0047 ns
Butirato 8,13 7,32 7,86 8,41 8,12 0,67 ns 0,0365 ns
(*) representa a diferença em relação à dieta feno a 5% de probabilidade pelo teste de Dunnett. L = linear; Q =
quadrática.

A dieta influenciou a concentração de acetato, propionato, butirato e AGV total

(mMol/mL). Verificou-se aumento significativo nas produções individual e total dos

AGVs nas dietas, com palma forrageira contendo ureia em relação à dieta feno (Tabela

9). Este resultado deve-se, provavelmente, ao alto teor de CNF das dietas com palma, e

a rápida degradabilidade ruminal dos carboidratos que compunham essas dietas,

proporcionando maior disponibilidade de energia para a microbiota ruminal e

consequentemente maior produção de AGVs.

Avaliando-se exclusivamente o efeito da ureia nas dietas com palma, verificou-

se comportamento quadrático para acetato e AGV total (mMol/100mL), enquanto que

36
para butirato (mMol/100mL), houve efeito quadrático. No entanto, a ureia não

influenciou a concentração de propionato (Tabela 8). Os pontos de máximo foram 1,15

e 1,22 % de ureia para acetato e butirato, com produção máxima de 253 e 27,4

mMol/100mL, respectivamente. Provavelmente, a quantidade de nitrogênio

disponibilizado pela hidrólise da ureia, juntamente com a energia dos carboidratos

rapidamente disponíveis, provenientes da palma forrageira, aumentaram a atividade

microbiana, e, consequentemente a produção dos AGVs.

As dietas influenciaram a proporção molar de acetato e propionato. Verificou-se

que a proporção molar de acetato diminuiu nas dietas com palma, enquanto que a

proporção de propionato aumentou. Já a proporção de butirato não foi influenciada pela

dieta. Os carboidratos fibrosos do feno, quando fermentados, produzem maior

proporção de acetato quando comparado com palma forrageira. No entanto, a palma é

rica em pectina que, quando fermentada, produz mais ácido acético que o amido, por

exemplo, o que justifica uma variação tão pequena nos resultados encontrados. O

aumento no teor de CNF e a diminuição na FDN provavelmente causaram o aumento na

concentração de propionato nas dietas com palma forrageira e ureia. Silva et al. (1997),

trabalhando com palma na dieta de ovinos, também encontraram maior concentração de

propionato no rúmen.

Analisando-se exclusivamente o efeito da ureia nas dietas com palma, verificou-

se aumento linear na proporção de propionato e butirato. Entretanto, a ureia não

influenciou a proporção de acetato. Silva e Leão (1979), relatam que dietas com grandes

quantidades de proteína bruta ocasionam decréscimo na proporção relativa de acetato e

aumento na proporção de butirato. Como, neste trabalho, o teor de PB foi idêntico,

acredita-se que a ureia por ser prontamente disponível tenha proporcionado um aumento

nas bactérias produtoras de butirato, justificando, assim, o aumento.

37
A dieta não influenciou a relação acetato: propionato (Tabela 9). Contudo,

verificou-se influência da ureia nas dietas com palma, observando-se comportamento

linear decrescente. Silva et al. (1997) e Ben Salem et al. (1996), trabalhando com palma

forrageira na dieta de ovinos, observaram menor relação acetato:propionato, diferindo

da relação encontrada neste trabalho, que não variou com a dieta, mesmo a

concentração de propionato tendo aumentado.

Os protozoários da classe dos Ciliados são classificados em dois grandes grupos:

os Entodinomorfos e os Holotriquias. No primeiro grupo foram identificados os gêneros

Entodinium sp. e o Ophryoscolex sp., e no segundo grupo, os gêneros Isotricha sp. e o

Daystricha sp. (Tabela 6). Dentre esses gêneros identificados, o Entodinium sp. foi

encontrado em maior quantidade em todos os tratamentos. A população deste gênero e a

população total de protozoários expressa em protozoários/mL foi menor nos animais

que receberam as dietas com palma sem ureia e com palma contendo 2,1% de ureia

(Tabela 9).

Para o gênero Ophryoscolex sp. (protozoários/mL) a população aumentou

apenas no tratamento palma contendo 1,4% de ureia (10,99 x 103 protozoários/mL).

Enquanto que os gêneros Isotricha sp. e Daystricha sp., (protozoários/mL) não foram

influenciados pelas dietas.

Quando expresso em porcentagem, o gênero Entodinium sp. diminuiu nos

tratamentos palma contendo 0,0; 1,4 e 2,1% de ureia em relação dieta feno. Enquanto

que o gênero Isotricha sp. não apresentou diferença estatística entre os tratamentos. Já o

gênero Daystricha sp. (%) aumentou quando a dieta feno foi substituída por palma com

0,0 e 2,1% de ureia, e o gênero Ophryoscolex sp. (%) também aumentou com palma

contendo 1,4 e 2,1% de ureia.

O gênero Entodinium sp. diminuiu com a substituição do feno de tifton por

palma forrageira, devido os carboidratos rapidamente fermentáveis contidos na palma,

38
visto que, este gênero ingere preferencialmente partículas insolúveis suspensas no fluído

ruminal (Kozloski, 2002). Os Entodinomorfos são capazes de aderirem às fibras e

apresentam atividade celulolítica e hemicelulolítica. Contudo, observou-se um

crescimento na população desses ciliados na presença de ureia, demonstrando que este

composto pode ter influenciado positivamente o crescimento dos ciliados no rúmen.

A menor população de Entodinium sp. encontrada no tratamento palma contendo

2,1% de ureia deve-se, provavelmente, à redução do consumo de MS e demais

nutrientes, diminuindo o aporte energético para o crescimento desse gênero.

Entretanto, o crescimento do gênero Daystricha sp. com a inclusão da palma

forrageira e ureia deve-se, provavelmente, à maior capacidade deste gênero em ingerir

materiais solúveis e grânulos de amido (Kozloski, 2002), condição esta encontrada

nestas dietas experimentais.

Tabela 10 - Concentração de protozoários ciliados (x 103/mL e %) em ovinos alimentados com palma


forrageira e ureia.
Dieta P>F
Palma – nível de ureia (%) EPM Ureia
Feno Feno * *
0,0 0,7 1,4 2,1 L Q
Protozoários/mL
Entonium sp. 352,36 123,20* 318,00 401,33 114,40* 34678,19 0,0249 ns <0,0001
Isotricha sp. 0,14 0,53 0,40 0,53 0,27 112,22 ns ns ns
Daystricha sp. 3,42 9,33 7,60 10,00 12,27 1322,19 ns ns ns
Ophryoscolex sp. 0,87 0,21 0,52 10,99* 3,20 1012,95 0,0085 ns ns
Protozoários totais 356,80 135,20* 331,20 422,85 130,13* 34660,98 0,0293 ns <0,0001
Protozoários (%)
Entonium sp. 98,54 91,92* 95,91 95,14* 88,04* 0,96 <0,0001 ns 0,0289
Isotricha sp. 0,05 0,31 0,13 0,11 0,24 0,05 ns ns ns
Daystricha sp. 1,01 5,91* 2,34 2,24 9,16* 0,80 0,0020 ns 0,0455
Ophryoscolex sp. 0,40 1,86 1,62 2,51* 2,55* 0,31 0,0290 ns ns
(*) representa a diferença em relação à dieta feno a 5% de probabilidade pelo teste de Dunnett. L = linear; Q =
quadrática.

A ureia promoveu comportamento quadrático na população de Entodinium sp.

(protozoários/mL e %) e população total de ciliados, bem como na população

Daystricha sp. (%). Porém, não influenciou a população de Isotricha sp. e


39
Ophryoscolex sp. (protozoários/mL e %) e Daystricha sp. em protozoários/mL. Os

ciliados ingerem bactérias como principal fonte de aminoácidos, de ácidos nucléicos

(Kozloski, 2002) e outros compostos nitrogenados. Assim, é possível que tenha

ocorrido uma sincronia entre energia, proveniente dos carboidratos da palma forrageira,

e nitrogênio da ureia, aumentando assim a população bacteriana e consequentemente a

população de protozoários. Entretanto, a proteína proveniente das plantas e os

aminoácidos livres consistem em uma valiosa fonte de compostos nitrogenados para

algumas espécies (Hobson & Stewart, 1997). O ponto de máximo para Entodinium sp. e

população de protozoários total consistiu em 1,06 e 1,07% de ureia, respectivamente,

para a produção máxima de 398,72 x 103 e 417,28 x 103 protozoários/mL.

CONCLUSÕES

É possível substituir até 71,67% do feno de tifton por palma forrageira e utilizar

até 1,2% de ureia na ração à base de palma, substituindo parcialmente o farelo de soja e

o milho, sem alterar a dinâmica ruminal e a população de ciliados no fluido ruminal.

Dietas contendo palma forrageira aumentam a produção de biofilme, o TSF,

AGVs, N-NH3, mas não altera a relação acetao:propionato, o fracionamento de N nas

frações bactéria, protozoários e líquido livre de célula, a PB total, NNP e PV no fluido

ruminal e o RAM, quando comparado com dietas baseadas em feno de tifton.

Adiçao de ureia à dietas baseadas em palma forrageira reduz o consumo de

materia seca.

40
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