2013 - Dissertacao - Jacu
2013 - Dissertacao - Jacu
2013 - Dissertacao - Jacu
RECIFE-PE
2013
ii
RECIFE-PE
2013
iii
Orientador:
______________________________________________
Profº Dr. Severino Mendes de Azevedo Júnior
Examinadores:
________________________________________________
Profº. Dr. Joaquim Olinto Branco - UNIVALI
________________________________________________
Profª. Dra. Rachel Maria de Lyra Neves - UFRPE
________________________________________________
Profº. Dr. Wallace Rodrigues Telino Júnior - UFRPE
Suplente:
_______________________________________________
Profª. Dra. Maria Eduarda de Larrazábal - UFPE
iv
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, por todo o incentivo, apoio, amor e pelo incansável sonho de me ver
vencer por meio da educação,
dedico.
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por toda força que me deu durante essa longa
jornada, superando obstáculos e vencendo desafios. Aos meus pais, que foram
importantíssimos e vitais nessa caminhada. Exemplos de amor, carinho, fé, caráter, luta
e esforço para conseguir realizar os sonhos. Vocês são e sempre serão meus maiores
exemplos a seguir. Agradeço também aos meus irmãos Jacqueline, Wllisses e Moisés
que compartilharam os momentos felizes e me ajudaram e me apoiaram nas horas que
mais precisei. Obrigado.
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA ............................................................................................... iv
AGRADECIMENTOS ..................................................................................... v
LISTA DE FIGURAS........................................................................................ viii
LISTA DE TABELAS ...................................................................................... x
RESUMO............................................................................................................ xi
ABSTRACT ...................................................................................................... xii
1. Introdução geral .......................................................................................... 12
2. Fundamentação Teórica ............................................................................. 13
2.1 Cracídeos ................................................................................................. 13
2.2 Ecologia alimentar ................................................................................... 15
2.3 Etnociências na conservação da biodiversidade ...................................... 16
2.4 Etnozoologia na conservação da biodiversidade em UC’s.................... 17
2.5 Etnoornitologia............................................................................... 18
3. Referencias bibliográficas ............................................................................ 19
Artigo: Penelope superciliaris e Penelope jacucaca (Aves: Cracidae):
Conservação e Etnoornitologia em uma Unidade de Conservação –
Ceará, Brasil ..................................................................................................... 26
Abstract.......... ..................................................................................................... 26
Resumo................................................................................................... 27
Introdução ........................................................................................................... 28
Material e métodos ............................................................................................. 29
Área de estudo .................................................................................................... 29
Levantamento populacional do jacu ................................................................... 31
Registros alimentares.......................................................................................... 32
Amostras fecais coletadas ................................................................................... 32
Coleta de dados etnoornitológicos ...................................................................... 33
Análise de dados ................................................................................................. 34
Resultados........................................................................................................... 36
Discussão ........................................................................................................... 45
Agradecimentos .................................................................................................. 55
Referencias Bibliográficas .................................................................................. 56
Anexo 1 .............................................................................................................. 66
Anexo 2 .............................................................................................................. 66
viii
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
ABSTRACT - This study was conducted at Araripe National Forest (FLONA) and
communities that live around this Conservation Unit. Aimed to estimate the parameters
of population density, abundance and population size of Penelope superciliaris in areas
of the National Forest, and describe the main food items that make up the diet of this
species, morphologically describing the fruits that are part of their diet and to
investigate how it gives the relations of hunting and gathering eggs for Penelope
superciliaris and Penelope jacucaca by human communities that inhabit that region,
clarifying what techniques, tools, and places the period used in these practices. The
study was conducted between november 2011 and may 2013. We used line transect
methods to estimate population parameters, and visual records and collection of stool
samples to study the feeding ecology. Semi-structured interviews were conducted with
informants through a questionnaire and a board with pictures of the species. Was
recorded a density of 19.17 individuals/km2 with a CV = 13.98% and an abundance
0.13 encontros/10 km. It was also recorded the use of 14 species of plants, 12 were
detected by visual records and by two stool samples. The diameter of the fruits
consumed ranged from 6.3 ± 1.35 mm (Miconia albicans) to 29.9 ± 1.7 mm (Psidium
sp.). Species with yellow fruit were the most consumed (n = 5, 41.6%), followed by
black fruits, green and red (n = 2, 16.6%) each. The fleshy fruits like bacóide (n = 6,
50%) and drupóide (n = 4, 33.3%) were the most consumed. P. superciliaris had the
highest use value (VU = 0.89) compared to P. jacucaca (VU = .15). Was identified two
main uses for the species studied, the meat used for food (57.9%) and egg collection to
the creation of offspring (47.36%). The months of january, june, july and november 4
citations obtained as the best times to hunt guan and december was the most cited (6
catations). All respondents cited the intervals of time (5h – 6h) and (17h - 18h) as the
most suitable for hunting White-browed guan and Rusty-margined guan. We also
identified four instruments for hunting these species. The rifle “espingarda” was the
most cited (68.42%), followed by hunting with dogs (21%). The two other instruments,
trap and “baladeira”, obtained (5.26%) citations each. Data on population parameters,
diet and use of P. superciliaris and P. jacucaca, information associated with the hunting
techniques, schedules, time of year and locations, provide possibilities for creating
strategies for management and conservation, which can be used by environmental
agencies to develop conservation actions involving these two species.
12
1. INTRODUÇÃO GERAL
existentes entre o homem e os animais (OVERAL, 1990). Nessa relação, as aves despertam
grande interesse aos humanos, agregando importância ecológica e cultural. É nesse contexto
que surge a Etnoornitologia, que segundo Farias e Alves (2007a) pode ser definida como um
conjunto de estudos em que se busca compreender as relações cognitivas, comportamentais e
simbólicas entre a espécie humana e as aves.
Alguns estudos se tornaram referência para o desenvolvimento de outros trabalhos
etnoornitológicos, no Brasil, a exemplo de Jensen (1985) que estudou os sistemas de
classificação de aves praticados por indígenas na região Amazônica, onde pode observar
semelhanças de sistemas sociais e hierárquicos de classificação com os reconhecidos na
sistemática lineana. Outros trabalhos mostraram o importante conhecimento que muitas
comunidades humanas possuem a respeito da avifauna, seja fornecendo diversas
características ou criando nomes, baseados no canto, na forma e/ou nas cores dessas aves
(FIGUEIREDO, 2002; COSTA-NETO, 2007). Aspectos como taxonomia, ecologia e
comportamento das aves têm sido estudados ao longo do desenvolvimento e aprofundamento
da etnoornitologia no país, esses estudos se tornam cada vez mais importantes na preservação
da biodiversidade em áreas protegidas (DIAMOND, 1966; TEIXEIRA, 1992; MARQUES,
1998; DRUMOND et al., 2009).
Então, diante do exposto, essa pesquisa objetiva estudar aspectos da biologia de P.
superciliaris, de modo a esclarecer os itens alimentares que compõe a dieta dessas espécies,
os parâmetros populacionais de densidade, abundância e tamanho da população, além de
investigar como se dá as relações de caça e coleta de ovos de P. superciliaris e P. jacucaca
pelas comunidades humanas que vivem no entorno da FLONA, esclarecendo quais as
técnicas, os instrumentos, o período e os locais utilizados nessas relações e com isso poder
fornecer dados que possam ser utilizados para a criação de estratégias de manejo e
conservação desses animais.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. Cracídeos
A família Cracidae é composta de 50 espécies, divididas em três grupos: aracuãs,
jacus e os mutuns. Os aracuãs (gênero Ortalis) compõem os menores indivíduos da família
cerca de 50 cm e 500 g. (BROOKS E FULLER, 2006). Os jacus possuem um porte médio
com 65 cm e 850 g aproximadamente, sendo também o grupo mais diverso, com 24 espécies
14
declínio nas populações ao longo das últimas décadas. Muitas espécies florestais e endêmicas,
como jacus e mutuns, estão particularmente suscetíveis a essa ameaça (BROOKS e STRAHL,
2000; BROOKS e FULLER, 2006). Os estudos sobre os aspectos ecológicos, populacionais,
reprodutivos de diversas espécies de Cracídeos ainda são escassos, fazendo com que a
biologia dessas espécies seja pouco compreendida (STOTZ, 1996; ICMBIO, 2008).
Como resultado de serem fortemente impactados pelas atividades antrópicas
(BROOKS e STRAHL, 2000), os cracídeos podem ser utilizados (juntamente com outras aves
e mamíferos) como indicadores ambientais, bem como a utilização em atividades de manejo
em parques e áreas de proteção ambiental na região Neotropical. Com esse tipo de atividade
os administradores de parques podem obter dados que indicam se os recursos florestais de
uma determinada região podem ou não estarem sendo superexplorados (STRAHL e
GRAJAL, 1991).
2.5. Etnoornitologia
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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WILSON, E. O. Biofiolia. Fondo de Cultura Económica, México, D.F., México, 283pp. 1989.
25
Thiago do Nascimento Thel1*, Jullio Marques Ferreira1, Pedro Hudson Teixeira1, Leonardo Barbosa da
Silva1 e Severino Mendes de Azevedo Júnior1,2
1
Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Departamento de Biologia, Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE) Recife, Brasil. Av. Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, 52.171-900, Recife-PE,
Recife, Pernambuco, Brasil.
2
UFRPE – Departamento de Biologia. Av. Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, 52.171-900, Recife-PE,
Recife, Pernambuco, Brasil.
*
Autor para correspondência: E-mail: [email protected]
Abstract
This study was conducted at Araripe National Forest (FLONA) and communities that live around this
Conservation Unit. Aimed to estimate the parameters of population density, abundance and population
size of Penelope superciliaris in areas of the National Forest, and describe the main food items that
make up the diet of this species, morphologically describing the fruits that are part of their diet and to
investigate how it gives the relations of hunting and gathering eggs for Penelope superciliaris and
Penelope jacucaca by human communities that inhabit that region, clarifying what techniques, tools,
and places the period used in these practices. The study was conducted between november 2011 and
may 2013. We used line transect methods to estimate population parameters, and visual records and
collection of stool samples to study the feeding ecology. Semi-structured interviews were conducted
with informants through a questionnaire and a board with pictures of the species. Was recorded a
density of 19.17 individuals/km2 with a CV = 13.98% and an abundance 0.13 encontros/10 km. It was
also recorded the use of 14 species of plants, 12 were detected by visual records and by two stool
samples. The diameter of the fruits consumed ranged from 6.3 ± 1.35 mm (Miconia albicans) to 29.9 ±
1.7 mm (Psidium sp.). Species with yellow fruit were the most consumed (n = 5, 41.6%), followed by
black fruits, green and red (n = 2, 16.6%) each. The fleshy fruits like bacóide (n = 6, 50%) and
drupóide (n = 4, 33.3%) were the most consumed. P. superciliaris had the highest use value (VU =
0.89) compared to P. jacucaca (VU = .15). Was identified two main uses for the species studied, the
meat used for food (57.9%) and egg collection to the creation of offspring (47.36%). The months of
january, june, july and november 4 citations obtained as the best times to hunt guan and december was
the most cited (6 catations). All respondents cited the intervals of time (5h – 6h) and (17h - 18h) as the
most suitable for hunting White-browed guan and Rusty-margined guan. We also identified four
instruments for hunting these species. The rifle “espingarda” was the most cited (68.42%), followed
by hunting with dogs (21%). The two other instruments, trap and “baladeira”, obtained (5.26%)
citations each. Data on population parameters, diet and use of P. superciliaris and P. jacucaca,
information associated with the hunting techniques, schedules, time of year and locations, provide
possibilities for creating strategies for management and conservation, which can be used by
environmental agencies to develop environmental conservation actions.
Keywords: Araripe National Forest, White-browed Guan, Rusty-margined Guan, diet hunt,
conservation.
27
Resumo
Esse trabalho foi realizado na Floresta Nacional do Araripe (FLONA) e em comunidades que vivem
no entorno dessa Unidade de Conservação. Teve como objetivos estimar os parâmetros populacionais
de densidade, abundância e tamanho da população de Penelope superciliaris em áreas da FLONA,
além de descrever os principais itens alimentares que compõe a dieta dessa espécie, descrevendo
morfologicamente os frutos que fazem parte da sua dieta e investigar como se dá as relações de caça e
coleta de ovos de Penelope superciliaris (jacupemba) e Penelope jacucaca (jacucaca) pelas
comunidades humanas que habitam aquela região, esclarecendo quais as técnicas, os instrumentos, o
período e os locais utilizados nessas práticas. O trabalho foi desenvolvido entre novembro de 2011 e
maio de 2013. Foram utilizados os métodos de transectos lineares, para estimar os parâmetros
populacionais, além de registros visuais e coleta de amostras de fezes para estudar a ecologia
alimentar. Entrevistas semi-estruturadas foram realizadas com os informantes através de um
questionário e de uma prancha com fotos das espécies. Foi registrada uma densidade de 19.17
indivíduos/km2 com um C.V= 13.98% e uma abundância de 0.13 encontros/10 km. Foi registrado
também o consumo de 14 espécies de plantas, 12 delas detectadas por registros visuais e duas por
amostras de fezes. O diâmetro dos frutos consumidos variou entre 6.3 ± 1.35 mm (Miconia albicans) a
29.9 ± 1.7 mm (Psidium sp.). Espécies com os frutos amarelos foram as mais consumidas (n= 5;
41.6%), seguidos por frutos negros, verdes e vermelhos (n= 2; 16.6%) cada. Os frutos carnosos do tipo
bacóide (n= 6; 50%) e drupóide (n= 4; 33.3%) foram os mais consumidos. P. superciliaris obteve o
maior valor de uso (VU= 0,89) em comparação a P. jacucaca (VU= 0,15). Foi identificado dois
principais usos para as espécies estudadas, a carne utilizada para alimentação (57,9%) e a coleta de
ovos para a criação de filhotes (47,36%). Os meses de janeiro, junho, julho e novembro obtiveram
quatro citações como os melhores períodos para caçar jacu e dezembro foi o mais citado (6 citações).
Todos os entrevistados citaram os intervalos de horários (5:00 – 6:00h) e (17:00 – 18:00h) como os
mais indicados para a caça da jacucaca e da jacupemba. Foram identificados também quatro
instrumentos para a caça dessas espécies. A espingarda foi a mais citada (68,42%), seguido pela caça
com a utilização de cachorro (21%). Os dois outros instrumentos, armadilha e a baladeira, obtiveram
(5,26%) de citações cada. Os dados sobre os parâmetros populacionais, dieta e as utilizações de P.
superciliaris e P. jacucaca, associados às informações das técnicas de caça, horários, período do ano e
locais, fornecem possibilidades de criação de estratégias de manejo e conservação, as quais poderão
ser utilizadas pelos órgãos ambientais a fim de desenvolver ações de conservação que envolvam estas
duas espécies.
Introdução
amostras fecais quais os principais itens que copõem a sua alimentação, caracterizar morfologicamente
os frutos consumidos por P. superciliaris. Além disso, também teve como propósito, estudar as
relações de caça e coleta de ovos de Penelope superciliaris e Penelope jacucaca em uma comunidade
humana que vive no entorno da FLONA, esclarecendo quais as técnicas, os instrumentos, o período e
os locais utilizados nessas relações.
Material e métodos
Área de estudo
A Chapada do Araripe se estende pelos estados do Ceará, Pernambuco e Piauí, com mais
2
4,500 km acima dos 800 m de altitude em relação ao nível do mar (ICMBIO 2011). É nessa região
que se encontra a APA Araripe e a Floresta Nacional do Araripe-Apodi (Figura 1). A APA-Araripe,
criada segundo o Decreto Federal, de 04 de agosto de 1997 está localizada entre as latitudes 07º 00’ e
07º 50’ S e longitudes 38º 57’ e 40º 53’ W. Possui uma extensão de aproximadamente 10.000 km2. A
região está submetida a um clima semiárido e apresenta precipitação de aproximadamente 1000 mm
anuais e temperatura variando em torno de 18º C e 35º C, onde predominam feições de relevo planas e
litologia sedimentar. A altitude oscila entre 850 e 1000 metros (IBAMA 2004). Apresenta diferentes
tipos de vegetação como Cerrado, Cerradão, Carrasco, Caatinga e nos encraves e regiões serranas uma
Floresta Estacional, formando mosaicos vegetacionais de extrema importância biológica (IBAMA
2004). Dentro da APA localiza-se a FLONA ao sul do estado do Ceará entre as latitudes 07º 11’ 42” S
e 07º 28’ 38” S e longitudes 39º 13’ 28” W e 39º 36’ 33” W. Possui uma área de aproximadamente
38.626 ha e abrange os municípios de Barbalha, Crato, Nova Olinda, Jardim, Missão Velha e Santana
do Cariri, todos pertencentes ao estado do Ceará (MMA 2011). Quanto a sua fisionomia vegetal
identificam-se áreas de floresta ombrófila montana (mata úmida), de savana (cerrado), de savana
florestada (cerradão) e de carrasco (Filho et al. 2001). O clima da FLONA do Araripe é caracterizado
como tropical chuvoso, com precipitação anual por volta de 1368 mm, concentrados 80% nos meses
de dezembro a abril, com pico em março. Ocorrem cinco a sete meses secos, sendo o mais quente e
seco, setembro (Cavalcante & Lopes 1994). É uma área que tem uma importância relevante na
manutenção do equilíbrio hidrológico, climático, ecológico e do solo em todo o complexo sedimentar
do Araripe (IBAMA 2006). Constitui ainda um importante refúgio para a fauna regional, inclusive
para espécies ameaçadas de extinção e para diversas espécies da flora nativa (IBAMA 2006).
A área de estudo foi delimitada tomando por base a trajetória percorrida e suas
adjacências onde foram realizados os censos. Para o cálculo aproximado da área tomou-se por base as
figuras geométricas formadas a partir das trilhas percorridas (um triânulo equilátero e um triângulo
retângulo).
30
Figura 1. Localização da APA Araripe e da Floresta Nacional do Araripe. Seta 1 indica a localização
da área de levantamento das informações ecológicas de P. superciliaris e a seta 2 indica a comunidade
da Macaúba, Barbalha - Ceará. Linha vermelha indica o transecto 1 e a linha amarela indica o
transecto 2. Linhas brancas são projeções para o cálculo aproximado da área de estudo.
Registros alimentares
auxílio de paquímetro. Características do fruto como morfologia e coloração foram anotados seguindo
Barroso et al. (1999).
Foi questionado nas entrevistas aspectos que tiveram como objetivo investigar as práticas
de caça e coleta de ovos de jacu, além de esclarecer quais as técnicas, os instrumentos, o período e os
locais utilizados nessas práticas. A pesquisa conta com a aprovação do Sistema de Autorização e
Informação em Biodiversidade (SISBIO), autorização nº 29970-3, bem como do Comitê de Ética em
Pesquisa (Conep) da Universidade de Pernambuco, sob autorização CAAE (09012113.5.0000.4208).
Análise de dados
A densidade populacional dos indivíduos foi estimada com o software Distance 6.0
(Thomas et al. 2010) Esse programa busca um modelo ou uma função de detecção que melhor
represente o comportamento das distâncias perpendiculares observadas. Depois, utiliza-se essa função
para estimar a proporção de indivíduos que não foram detectados durante os levantamentos, e com
isso, pode-se obter uma estimativa da densidade da população de interesse (Buckland et al. 1993,
2001, Cullen & Rudran 2003). O tamanho da população da espécie em estudo foi feito multiplicando-
se a densidade encontrada pela área de estudo. Os dados obtidos no levantamento foram transformados
em taxas de abundância, que foram estimadas para cada indivíduo visualizado (nº de visualizações/10
km) (Strahl & Silva 1997).
Em relação às entrevistas para comprovar a eficácia do método da “bola de neve” foi
elaborada uma curva de rarefação com o auxílio do programa EstimateS versão 8.2 (Colwell 2009), no
qual o eixo X corresponde ao número de entrevistados e o Y a estimativa do número de informantes
citados pelos entrevistados. Foram utilizados também dois estimadores de riqueza para verificar a
fidelidade da amostra, sendo o Jacknife 1 e o Bootstrap. Esses estimadores baseiam-se em incidência,
utilizando as variáveis Uniques e Duplicates (Dias 2004). Utilizamos esses testes adaptados para esta
pesquisa de forma a verificar a eficiências da bola de neve, assim a riqueza representa o número de
entrevistas realizadas para as estimativas.
34
Para as duas espécies de aves foi calculado seu respectivo valor de uso (VU) (Pianca
2004) que possibilitou demonstrar a importância cinegética das espécies conhecidas e utilizadas
localmente. O valor de uso é o somatório dos usos de cada espécie citada pelos informantes (ΣU),
dividido pelo número total de informantes (n). Sendo a fórmula: VU = ΣU/n.
Resultados
Durante o período de estudo foram percorridos 384 km de trilhas, sendo que 194 km em
cada trilha, com um total de 50 encontros com Penelope superciliaris. A densidade populacional por
35
grupos foi de 11.66 (grupos/ km2), com um IC= 9.19 – 14.80 e um CV= 12.02%. A densidade
populacional foi de 19.17 (indivíduo/ km2) (Tabela 1). A área de estudo foi 6.23 km2 (623 ha).
Para a metodologia utilizada, os modelos analisados no programa Distance que melhor se
ajustaram a função de detecção foram os que usaram a função Half-normal baseado no AIC mínimo
(Akaike Information Criterion) (Figura 4).
N= número de encontros; CV= coeficiente de variação; IC= intervalo de confiança, com probabilidade de 95%;
abundância (encontros/10 km).
1,2
1,0
Probabilidade de detecção
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
0 5 10 15 20 25
Distância perpendicular (m)
Ecologia alimentar
amostras, contendo 241 sementes. Desse total de amostras, 14 (63.6%) continham apenas sementes
zoocóricas, três (13.6%) folhas e sementes, uma (4.5%) somente flor e uma (4.5%) somente restos de
insetos.
Tabela 4. Espécies de plantas consumidas por Penelope superciliaris em áreas da FLONA Araripe, entre
novembro de 2011 a outubro de 2012 identificadas através de registros visuais e/ou análises de amostras de
fezes, forma de forrageamento e parte da planta consumida. VIS= Visual; FEZ= Amostras de fezes. * =
espécies mais consumidas
Espécie Nome popular Família Forrageamento Tipo de Partes
registro consumidas
Solo Planta VIS FEZ
Miconia albicans canela-de-velho Melastomataceae - - - x Fruto
Figura 6. Tamanho médio dos frutos consumidos por Penelope superciliaris na FLONA-Araripe entre
novembro de 2011 a outubro 2012. Linhas verticais acima das barras representam os desvios-padrão.
Espécies de plantas: 1. Anacardium microcarpum; 2. Senna rugosa; 3. Ocotea pallida; 4. Bryrsonima
sericea; 5. Miconia albicans; 6. Tabernaemontana sp.; 7. Buchenavia capitata; 8. Eugenia punicifolia;
9. Myrcia multiflora; 10. Psidium sp.; 11. Matayba guianensis; 12. Protium heptaphyllum.
Das 12 espécies de plantas que tiveram seus frutos consumidos por P. superciliaris, oito
espécies (66.6%) apresentaram frutos com tamanhos entre 15 e 30 mm (Figura 7).
Figura 7. Proporção do número de espécies de plantas pelos diâmetros médios dos frutos consumidos
por P. superciliaris, entre novembro de 2011 e outubro de 2012 na FLONA-Araripe, Ceará, Brasil.
39
Quanto à coloração dos frutos, espécies com os frutos amarelos foram as mais consumidas (n=
5; 41.6%), seguidos por frutos negros, verdes e vermelhos (n= 2; 16.6%) cada (Figura 8).
Figura 8. Coloração dos frutos consumidos por P. superciliaris na FLONA-Araripe, Ceará, Brasil,
entre novembro de 2011 a outubro de 2012.
Em relação à morfologia dos frutos, espécies com frutos carnosos do tipo bacóide (n= 6; 50%)
e drupóide (n= 4; 33.3%) foram os mais consumidos por Penelope superciliaris (Figura 9).
Figura 9. Número de espécies vegetais de acordo com a morfologia dos frutos consumidos por P.
superciliaris, entre novembro de 2011 a outubro de 2012 na FLONA-Araripe, Ceará, Brasil.
Características e citações de usos de P. superciliaris e P. jacucaca
40
Foram entrevistados 19 moradores sendo todos eles caçadores e/ou criadores de jacu. Nas
entrevistas foram obtidos dois usos básicos para P. superciliaris e P. jacucaca, distribuídos por
espécie e categorias (Tabela 3).
A carne utilizada para o consumo foi o uso que mais se destacou entre os entrevistados,
sendo citado por 11 informantes (57,9%). Em seguida o uso da carne juntamente com a captura de
ovos para a criação de filhotes foi citada por nove informantes (47,36%). Essa última categoria foi
registrada apenas para Penelope superciliaris. Não houve nenhuma citação quanto à captura de ovos e
criação de filhotes de Penelope jacucaca.
Em relação a melhor época para caçar, janeiro, junho e novembro (quatro citações)
tiveram a maioria das citações e dezembro foi o mais citado (seis citações) (Figura 10). Além de
existir a melhor época para caçar, (52,7%) dos entrevistados relacionam a caça do jacu na floresta à
disponibilidade de alimento, (21%) relaciona a caça das espécies à reprodução e (26,3%) não
estabeleceram relação.
Dos entrevistados que relacionam a caça do jacu na floresta à disponibilidade de
alimento, 17,5% relacionou essa prática a maior disponibilidade dos frutos de (Buchenavia capitata)
que recebe o nome vernáculo na região de maçaranduba. Todos os entrevistados citaram o amanhecer
(5:00 – 6:00h) e o entardecer (17:00 – 18:00h) como os melhores horários para a caça do jacu.
Segundo os entrevistados são nesses horários que os jacus estão mais ativos, procurando comida ou se
deslocando.
41
Do total de entrevistados, 38,8% afirmaram que o melhor local para caçar é por toda a
“Serra do Araripe”, 26,3% disseram que o melhor local é em “seu mundô” que corresponde ao lugar
onde funciona uma das sedes do ICMBio, 21% afirmaram que é melhor caçar em áreas mais abertas e
secas da “serra” e 17,78% afirmaram os locais onde existe Buchenavia capitata (maçaranduba) é
melhor para caçar os jacus.
Figura 11 – Número de citações dos instrumentos mais utilizados para a caça de Penelope sp.
segundo os entrevistados da comunidade da Macaúba, Barbalha – Ceará.
A B
C D
Figura 12 – Instrumentos citados pelos entrevistados para a prática de caça do jacu. A= espingarda;
B= baladeira; C= cachorro e D= armadilha. (Fotos: A: http://casa.hsw.uol.com.br/5-melhores-caes-de-
caca.htm; B: http://www.titolivio.zip.net; C: http://casa.hsw.uol.com.br/5-melhores-caes-de-caca.htm e D:
Leonardo Barbosa).
43
Discussão
metodologias utilizadas (Strahl & Silva 1997, Bernardo & Desbiez 2011). A FLONA Araripe está
inserida em outra Unidade de Conservação (APA-Araripe) que abrange uma área bem mais extensa
(10.000 km2). É importante ressaltar que os valores obtidos permitem aos pesquisadores e gestores
terem apenas uma ideia da população natural remanescente nessa região. Como já foi dito os
parâmetros populacionais estão relacionados com a disponibilidade de recursos e tanto a FLONA-
Araripe quanto a APA-Araripe possuem uma diversificada fisionomia vegetal, fato que pode
possibilitar variações na disponibilidade de alimento e de outros recursos, podendo assim influenciar
no deslocamento dos grupos de Penelope superciliaris.
Esses grupos podem se deslocar facilmente para áreas fora da FLONA à procura de
alimentos, sítios de nidificação, áreas com menor impacto de caça e com isso influenciar a densidade
populacional. As práticas de caça presentes na unidade e no seu entorno (IBAMA 2004) podem
também impactar negativamente sobre os parâmetros populacionais. Esse é um ponto que requer
atenção, pois apesar das taxas populacionais poderem estar sendo influenciados pelos possíveis
deslocamentos das aves em busca de recursos, os valores de densidade, abundância e tamanho
populacional podem também estar traduzindo uma realidade atual que é um histórico de caça dentro e
fora da FLONA. Segundo o CEMAVE (2010) Penelope superciliaris apesar de ser considerada como
uma ave comum, atualmente está sendo impactada negativamente pela destruição de habitats e pelos
insustentáveis níveis de caça, principalmente no bioma Caatinga. A combinação da caça e destruição
de habitat têm contribuído muito para o rápido declínio dos cracídeos nas últimas décadas,
principalmente os jacus e mutuns por serem primariamente espécies florestais (Brooks & Strahl 2000).
Um ponto importante a ser discutido, apesar de não ser alvo do nosso censo, é a ausência
de Penelope jacucaca (jacucaca) nos censos realizados na FLONA-Araripe. Essa espécie é endêmica à
região da caatinga no Brasil, mas também é achada em zonas de transição entre a caatinga e o cerrado
(Fiuza 1999). As informações sobre a biologia dessa espécie ainda é pouco conhecida (Brooks &
Fuller 2000). É uma ave ameaçada de extinção segundo Machado et al. (2008) e que enfrenta sérios
problemas de conservação devido aos elevados índices de caça, destruição de hábitat e altamente
sensível a perturbações humanas (Silva et al. 2003, Machado et al. 2008). Segundo Brooks & Stralh
(2000) essa ave está entre as que possuem uma alta prioridade de conservação. Para a FLONA o
último registro dessa espécie foi realizado por Nascimento et al. (2000) em áreas de carrasco, cerrado
e de matas secas. Isso talvez explique a ausência dessa espécie nesse estudo, já que a área amostrada,
ou boa parte dela, não envolve essas fitofisionomias.
Estudando Anodorhynchus leari em Serra Branca na Bahia, Lima et al. (2003)
registraram com certa frequência P. jacucaca na caatinga daquela região. Para o Ceará essa espécie é
encontrada na mata úmida de Maranguape, na caatinga de Pentecostes e na Reserva Particular do
Patrimônio Natural Mãe-da-lua no município de Itapajé (Redies 2013). Segundo esse mesmo autor,
em 2012 havia grupos que somavam mais de 50 indivíduos na reserva.
45
Ecologia alimentar
registraram visualmente por meio de amostras de fezes o consumo de Syagrus romanzoffiana por
espécies do gênero Penelope.
Mikich (2002) em um estudo sobre a dieta de P. superciliaris em três áreas do sudeste
brasileiro registrou o consumo de 55 espécies de frutos, 21 através de registros visuais e 34 pelas
amostras de fezes. Zaca (2003) também estudou a dieta de P. superciliaris no Parque Nacional do
Itapetinga, também no Sudeste brasileiro e registrou o consumo de 52 espécies de plantas, 12 através
de registros visuais e 40 por meio de amostras de fezes. Quando comparado, nosso estudo obteve um
baixo registro de espécies consumidas, principalmente em relação às amostras de fezes. Isso talvez
seja associado a algumas diferenças metodológicas, como o caso da coleta de amostras de fezes em
poleiros dormitórios, feito por ambos os estudos. Apesar da busca, nosso estudo não identificou e nem
realizou coleta de fezes em nenhuma dessas áreas. Nesses locais as chances de se encontrar fezes com
sementes são maiores, já que essas aves podem permanecer nestes locais durante todo o período de
frutificação (Zaca 2003).
Outro fator que pode estar associado aos baixos resultados de espécies consumidas é que
na FLONA-Araripe, com autorização do ICMBio, é permitido o extrativismo do pequi (Caryocar
coriaceum), fruto típico do Cerrado que corresponde a principal fonte de renda de muitas comunidades
humanas localizadas no entorno da FLONA. Durante a colheita do pequi inúmeras pessoas adentram a
Unidade e percorrem uma diversidade de trilhas a procura desse fruto e isso talvez possa interferir
tanto nos registros visuais de consumo quanto na coleta de amostras de fezes, já que o aumento do
número de pessoas circulando na área em período de frutificação das espécies vegetais pode fazer com
que os grupos P. superciliaris se desloquem para áreas com menor movimentação de pessoas e de
difícil acesso, o que provavelmente pode ter interferido nos resultados obtidos.
Outra questão a salientar é que durante o ano de 2012, o estado do Ceará enfrentou a
sexta pior seca desde o ano de 1950, segundo dados da Fundação Cearense de Metereologia e
Recursos Hídricos (O POVO 2012). De janeiro a maio, choveu no Estado 352.1 mm, 50, 4% a menos
do que o esperado para os quatro primeiros meses (FUNCEME 2012). As alterações climáticas e a
mudança de variáveis ambientais como pluviosidade, luminosidade, temperatura, ventos podem alterar
a fenologia reprodutiva das plantas e levar a alterações na frutificação (Laurence et al. 2003). Sendo
assim, existe também a possibilidade de que estas alterações ambientais tenham influenciado
diretamente na disponibilidade dos recursos florísticos, levando P. superciliaris a buscar recursos em
outras áreas, inclusive na APA-Araripe.
Zaca (2003) ao estudar a dieta frugívora de P. superciliaris no Sudeste brasileiro obteve
um maior número registros de alimentação de espécies da família Myrtaceae (11 espécies), assim
como apresentado em nosso estudo. Paccagnela et al. (1994) verificaram para outro cracídeo (Pipile
jacutinga) o consumo de espécies de Myrtaceae, assim como Mikich (2002) que registrou o consumo
de duas Myrtaceae (Campomanesia xanthocarpa e Eugenia florida) por P. superciliaris. A
47
importância dos frutos de Myrtaceae na dieta de cracídeos foi relatada também em outros trabalhos
(Théry et al. 1992 e Guix et al. 2001).
É importante destacar o registro de consumo de Buchenavia capitata (maçaramduba) em
nosso estudo. Essa espécie teve seu consumo registrado visualmente e foi a que obteve o maior
registro nas amostras de fezes nove amostras e 30 sementes. Não existe ou não foi possível localizar
trabalhos que tenham avaliado ou registrado o consumo dessa espécie vegetal por P. superciliaris. As
únicas referências encontradas na literatura são o consumo e a dispersão dos frutos dessa espécie feita
por aves e primatas (Roosmalen 1985, Weaver 1991 apud Tabarelli et al. 2004). Buchenavia capitata
(Combretaceae) é uma árvore caducifólia, com dossel emergente, distribuída naturalmente ao longo de
florestas neotropicais, com frutos amarelos do tipo drupa 2-3 cm, com mesocarpo suculento e
elipsoide (Roosmalen 1985, Weaver 1991 apud Tabarelli et al. 2004).
Na FLONA-Araripe essa espécie atrai grupos numerosos de jacupembas, que nos meses
de junho, julho e agosto têm um aumento considerável na proporção de indivíduos por grupo e nos
registros visuais de alimentação para essa espécie vegetal (obs. pess.). Nesse mesmo estudo nós
registramos que 38.8% dos entrevistados afirmaram que a melhor época para caçar jacupemba
corresponde ao período de frutificação de Buchenavia capitata, pois essas aves se deslocam em
numerosos grupos para se alimentarem desse fruto. Dessa forma, possivelmente a dinâmica
populacional de P. superciliaris esteja sendo influenciada pelos processos ecológicos que norteiam a
biologia de Buchenavia capitata, tornando-a uma espécie importante para a biologia de Penelope
superciliaris na FLONA.
Mikich (2002) verificou no estudo com a dieta de P. superciliaris, que o tamanho dos
frutos consumidos variou de 10 mm a mais de 100 m, mas os frutos com 20 mm foram os mais
consumidos. Tréry et al. (1992) verificaram, assim como em nossa pesquisa, que a maioria dos frutos
consumidos por Penelope morail tinha menos de 30 mm, igualmente a Galetti et al. (1997) com Pipile
jacutinga. Zaca (2003) verificou para P. superciliaris uma variação de 0.4 mm (Miconia
cinnamomifolia) a 22.3 mm (Diospyros inconstans) e a maioria das espécie apresentaram tamanhos de
entre 4 mm e 16 mm.
Na presente estudo foi observado que P. superciliaris possui certa plasticidade quanto aos
tamanhos dos frutos ingeridos. Assim como registrado por Zaca (2003) no Sudeste brasileiro. Essa ave
possui um bico que possibilita a inclusão de frutos pequenos e principalmente grandes em sua dieta.
Em algumas fisionomias vegetais, sementes de frutos grandes têm menos chance de serem dispersas
do que sementes de frutos pequenos, porque frutos maiores não são consumidos por aves com abertura
de bico pequenas (Snow 1971, Wheelwright 1985, Roda 2003). Silva e Tabarelli (2000) estimaram
que cerca de um terço das espécies vegetais arbóreas da Floresta Atlântica do Nordeste do Brasil
48
acima do rio São Francisco podem estar vulneráveis à extinção por terem sementes maiores do que o
tamanho que a avifauna dessa região é capaz de dispersar. Isso evidencia a importância dessa e de
outras espécies de cracídeos como fundamentais na manutenção da dinâmica populacional de várias
espécies vegetais.
Alguns estudos demonstram que frutos vermelhos e os pretos estão entre os mais
abundantes em áreas do Sudeste brasileiro, em outras áreas da região Neotropical e no Velho Mundo
(Knight & Siegfried 1983, Wheelwright & Janson 1985, Willson et al. 1990, Mikich 2002, Zaca
2003). Assim como em nossa pesquisa, Tréry et al. (1992) verificou que a maioria dos frutos
consumidos por Penelope morail eram amarelos ou pretos.
Segundo Mikich & Silva (2001) os frutos carnosos deiscentes, indescentes e frutos secos
deiscentes foram a maioria entre os zoocóricos. Tréry et al. (1992) e Zaca (2003) registraram um
maior consumo de frutos do tipo bagas e drupas.
Uma grande variedade de estudos tem mostrado a importância dos cracídeos como uma
fonte de alimento para populações rurais e indígenas nos Neotrópicos (Brooks & Strahl 2000). Em
uma diversidade de estudos de caça em florestas Neotropicais, o grupo das aves compõe grande parte
da biomassa animal retirada por caçadores (Silva & Strahl 1991, Begazo 1997). Esses autores
recomendam o desenvolvimento de programas de conservação para essas aves, aliadas a estratégias de
uso sustentável pelas comunidades tradicionais.
Em um estudo acerca da utilização da fauna silvestre em Petenes, México, por uma
população rural, Martínez (2006) relaciona o uso de animais silvestres para a alimentação. Barros et al.
(2011) investigaram a importância da caça para a vida das comunidades ribeirinhas na bacia
amazônica, registrou que Pauxi tuberosa (mutu-cavalo) era o principal cracídeo utilizado como fonte
de alimento. Assim como o nosso estudo que também registrou a importância de Penelope sp. na
alimentação de uma comunidade rural.
Os estudos etnoornitológicos no Brasil e no mundo ainda são escassos (Farias & Alves
2007). No estado do Ceará e em outras regiões do nordeste poucos trabalhos etnoornitológicos foram
realizados, principalmente abordando aspectos cinegéticos das aves (Mendonça et al. 2009, Barbosa et
al. 2010, Bezerra et al. 2012) e também sobre as aves para fins medicinais (Ferreira et al. 2009a, b).
Ferreira-Fernandes et al. (2012) estudando a diversidade de aves do Ceará na Serra do Baturité, as
técnicas utilizadas para capturá-las bem como aspectos da caça e do comércio ilegal, registraram entre
outras espécies Penelope jacucaca, que de acordo com os entrevistados foram capturadas em áreas
secas e degradadas da paisagem úmida do local de estudo. Embora com status de ameaçada de
extinção (Machado et al. 2008), Ferreira-Fernandes et al. (2012) afirmaram que foi possível observar
grupos de 5 a 10 indivíduos de Penelope jacucaca nos sítios de floresta úmida. Ao contrário do nosso
49
estudo, que obteve um valor de uso de 0,89 para P. superciliaris e 0,13 para P. jacucaca, Ferreira-
Fernandes (2012) encontraram um valor de uso de 1,00 para P. jacucaca e 0,63 para P. superciliaris.
Talvez as populações locais de jacucaca da FLONA-Araripe tenham sofrido mais
intensamente com o impacto da caça na região do Cariri cearense do que na Serra da Ibiapaba, ao
contrário de P.superciliaris que ainda pode ser encontrada na FLONA. Alguns entrevistados na nossa
pesquisa reportaram que a carne de P.jacucaca era mais apreciada devido ao tamanho da ave, por ser
maior e por possuir a carne mais saborosa. A título de especulação, a preferência ao longo do tempo
pode ter levado ao desaparecimento local da jacucaca devido à pressão exercida pela caça, fazendo
com que a jacupemba permanecesse na FLONA. Ainda em nosso estudo estimamos a densidade,
abundância e tamanho populacional de P.superciliaris e não conseguimos registrar a presença de P.
jacucaca na área estudada. Esse dado pode reforçar a possibilidade do desaparecimento local de P.
jacucaca na FLONA.
Em relação à coleta de ovos para a alimentação e criação de filhotes, poucos trabalhos
reportam essa prática. Alves et al. (2009, 2010) mostra a utilização de ovos de aves na Caatinga
brasileira para a alimentação e juntamente com penas como peças ornamentais. Na FLONA cerca de
47,3% dos entrevistados citaram a coleta de ovos para a alimentação e criação como prática naquela
comunidade.
Não foi possível encontrar na literatura nenhum trabalho que relacionasse os melhores
períodos do ano com a prática de caça de cracídeos. No entanto, Alves et al. (2009) afirmaram que
devido as características ecológicas de cada espécie, ocupando diversos ambientes apresentando
características sazonais ou não faz com que os caçadores adaptem suas técnicas e períodos para obter
melhor sucesso. Nós observamos um maior número de registros visuais de P. superciliaris entre os
meses de abril a julho, enquanto que o maior número de citações para caçar, por parte dos
entrevistados, foi em relação a janeiro, junho, julho, novembro e dezembro. Levantamos possibilidade
do aumento dos grupos de P. superciliaris, observados em campo, está relacionado à oferta de frutos
de Buchenavia capitata (maçaranduba). Esse fato foi reportado nas entrevistas, onde 17,78% dos
especialistas relacionaram o melhor período para a caça do jacu a disponibilidade de alimento,
principalmente os frutos de B. capitata.
Os meses de novembro e dezembro apresentaram as maiores citações quatro e seis,
respectivamente. Sick (2001) descreve que o período reprodutivo de Penelope sp. está associado ao
segundo semestre do ano, principalmente os últimos meses, que é quando finaliza a estação seca e
inicia-se o período chuvoso. Durante o período reprodutivo (novembro e dezembro) P. superciliaris
diminui os tamanhos dos bandos e se desloca aos casais, juntamente com os filhotes, o que pode
favorecer as atividades de caça (obs. pess.).
50
Diversas técnicas destinadas à captura de aves no semiárido nordestino são descritas por
muitos autores (Rocha et al. 2006, Santos & Costa-Neto 2007, Alves et al. 2009, 2010, Barbosa et al.
2010, Ferreira-Fernandes 2012). Assim como em nosso estudo Ferreira-Fernandes et al. 2012 registrou
no Ceará a utilização da armadilhas como arapuca e também espingarda e baladeira. Algumas dessas
técnicas puderam ser registradas no sertão paraibano e em outras partes do mundo (Alves et al. 2009,
Muiruri & Maundu 2010). A “espingarda”, como arma de fogo, constituem uma dos instrumentos
básicos para caça em diversas partes do país e do mundo (Barbosa et al. 2010). A utilização desse
instrumento é bem mais eficiente que outros métodos manuais, devido ao aumento nas possibilidades
de captura de um maior número de espécies, principalmente as mais visadas pelos caçadores (Alves et
al. 2009). Essa técnica foi a mais citada também em nosso estudo.
A caça com cachorro foi a segunda mais citada, pelos entrevistados da comunidade da
Macaúba. Barbosa et al. 2010 mostra que essa prática está associada ao período noturno e em áreas
com a vegetação preservada. O mesmo trabalho observou também a utilização dessa técnica no agreste
paraibano, tendo como a principal utilização, a captura de Crypturellus parvirostris (Lambu). Segundo
os moradores da Macaúba, os cães são utilizados para identificar os locais onde estão presentes os
jacus e depois assustá-los com latidos até que a ave fique acessível ao caçador que se utiliza da
espingarda para matá-lo.
Considerações Finais
Agradecimentos
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de mata semidecídua de altitude no Sudeste brasileiro. Dissertação, Universidade Federal de
Uberlândia, Uberlândia.
59
Anexo 1
Nome: ________________________________________________________________
Idade: __________ Data: ______ / ______ / ______
2. Analise as fotografias e indique se já viu algumas dessas espécies. Se viu, qual ou quais?
Fotografias: Figura 2
3. O Senhor (a) já utilizou algum desses animais? Qual deles? E qual foi a finalidade?
4. Como o Senhor (a) adquiriu o animal ou ovos dele? De qual espécie? Para que finalidade?
5. Alguém da sua casa pratica caça? Ou coleta de ovos de jacu? Qual espécie?
9. Existem diferenças entre as épocas do ano para caçar? Qual a melhor época? Por quê?
11. O Senhor (a) utiliza algum recurso (armadilha, cachorro, espingarda, etc) para auxiliar na
caça? Quais?
12. Comparando com os dias de hoje, antigamente existiam mais jacus na floresta? A quanto
tempo atrás? Por quê?
60
Anexo 2
Biota Neotropica
Instruções aos Autores
Desde 1º de março de 2007 a Comissão Editorial da Biota Neotropica instituiu a cobrança de uma taxa
que era cobrada por página impressa de cada trabalho publicado. A partir de 20 de Julho de 2013,
quando iniciamos a parceira com a SciELO, esta taxa passou a ser de R$ 750,00 (setecentos e
cinquenta reais) para autores brasileiros e US$ 500,00 (quinhentos dólares) para autores
estrangeiros independentemente do número de páginas do trabalho. Os detalhes para o pagamento
serão comunicados aos autores no estágio final de editoração do trabalho aceito para publicação.
A Biota Neotropica não aceita trabalhos que incluam a descrição de espécies de grupos taxonômicos
cujo Código Nomenclatural exige a publicação impressa. Cabe aos autores a verificação das
exigências do Código Nomenclatural de seu grupo taxonômico. Caso seu grupo taxonômico exija a
publicação impressa de novas espécies, você deve procurar outro periódico especializado para a
publicação de seu trabalho. A partir do volume 13 de 2013 a publicação dos volumes impressos da
Biota Neotropica será descontinuada.
A revista publica oito tipos de manuscritos. Apenas o Editorial é escrito pela Comissão Editorial ou
por um(a) pesquisador(a) convidado(a) tendo, portanto, regras distintas de submissão.
Tipos de Manuscrito
Segue uma breve descrição do que a Comissão Editorial entende por cada tipo de manuscrito
Editorial
Pontos de Vista
Esta seção servirá de fórum para a discussão acadêmica de um tema relevante para o escopo
da revista. Nesta seção o (a) pesquisador (a) escreverá um artigo curto, expressando de uma
forma provocativa o(s) seu(s) ponto(s) de vista sobre o tema em questão. Ao critério
da Comissão Editorial, a revista poderá publicar respostas ou considerações de outros
pesquisadores (as) estimulando a discussão sobre o tema. As opiniões expressas no Ponto de
Vista e na(s) respectiva(s) resposta(s) são de inteira responsabilidade do(s) autor(es).
61
Artigos
Revisões Temáticas
Revisões Temáticas também são submetidas espontaneamente por seus autores no Sistema de
Submissão da Revista. Espera-se que o manuscrito consiga sistematizar o desenvolvimento de
conceito ou tema científico relacionado com o escopo da revista, embasado em referências
essenciais para a compreensão do tema da revisão e incluindo as publicações mais recentes
sobre o mesmo.
Short Communications
São artigos curtos submetidos espontaneamente por seus autores. O manuscrito deve trazer
dados inéditos, que não tenham sido publicados e/ou submetidos à publicação, em parte ou no
todo, em outros periódicos ou livros, e sejam resultantes de pesquisa no âmbito da temática
caracterização, conservação, restauração e uso sustentável da biodiversidade Neotropical.
Espera-se que o manuscrito indique de maneira sucinta um componente novo dentro dos
temas de interesse científico relacionados com o escopo da BIOTA NEOTROPICA, embasado
na literatura recente.
Trabalhos que apenas registram a ocorrência de espécies em uma região onde sua presença
seria esperada, mas o registro ainda não havia sido feito, não são publicados pela BIOTA
NEOTROPICA.
Chaves de Identificação
Inventários
Revisões Taxonômicas
62
Após a submissão do manuscrito para a revista, manuscritos que estejam de acordo com as normas
serão enviados para o Editor-chefe que por sua vez encaminhará o mesmo aos Editores de Área, que
selecionarão no mínimo dois revisores. Os Editores de Área são responsáveis por toda fase de
editoração do manuscrito, enviando pareceres aos autores e versões reformuladas dos trabalhos aos
revisores. Uma vez atendidas todas as exigências e recomendações feitas pelos revisores e pelo Editor
de Área o trabalho é, preliminarmente, aceito e encaminhado ao Editor-chefe. Cabe ao Editor-chefe,
em comum acordo com a Comissão Editorial, o aceite definitivo do trabalho. Essas normas valem para
trabalhos em todas as categorias.
Uma vez definitivamente aceitos os trabalhos entram na fila para terem o Resumo e o Abstract
publicados online no volume da BIOTA NEOTROPICA em curso. Antes da disponibilização online
os autores farão uma última revisão do Resumo/Abstract, Palavras-Chave, Filiações Institucionais e
autor(a) para correspondência. É importantíssimo que os autores insiram no Sistema de Submissão a
versão definitiva dos trabalhos (incluindo texto, tabelas e figuras), incorporando as últimas
alterações/correções solicitadas pelos revisores e/ou pelo Editor de Área, pois é esta versão que será
encaminhada pelo Editor-chefe para publicação. Portanto, os cuidados tomados nesta etapa reduzem
significativamente, a necessidade de correções/alterações nas provas do manuscrito.
Os trabalhos deverão ser enviados em arquivos em formato DOC (MS-Word for Windows versão 6.0
ou superior). Em todos os textos devem ser utilizada, como fonte básica, Times New Roman, tamanho
10. Nos títulos das seções, deve-se usar fonte em tamanho doze (12). Podem ser utilizados negritos,
itálicos, sublinhados, subscritos e sobrescritos, quando pertinente. Evite, porém, o uso excessivo
desses recursos. Em casos especiais (ver fórmulas abaixo), podem ser utilizadas as seguintes fontes:
Courier New, Symbol e Wingdings. Os trabalhos poderão conter os links eletrônicos que o autor julgar
apropriados. A inclusão de links eletrônicos é encorajada pelos editores por tornar o trabalho mais
rico. Os links devem ser incluídos usando-se os recursos disponíveis no MS-Word para tal.
Ao serem submetidos, os trabalhos enviados à revista BIOTA NEOTROPICA devem ser divididos
em: um primeiro arquivo contendo todo o texto do manuscrito, incluindo o corpo principal do texto
(primeira página, resumo, introdução, material, métodos, resultados, discussão, agradecimentos e
referências); caso necessário um com as tabelas, Figuras serão inseridas isoladamente com
identificação dentro do sistema. É imprescindível que o autor abra os arquivos que preparou para
submissão e verifique, cuidadosamente, se as figuras, gráficos ou tabelas estão, efetivamente, no
formato desejado.
Documento principal
Usar letra maiúscula apenas no início da primeira palavra e quando for pertinente, do ponto de
vista ortográfico ou de regras científicas pré-estabelecidas;
Corpo do Trabalho
o 1. Seções – não devem ser numeradas
Introdução (Introduction)
Resultados (Results)
Discussão (Discussion)
Agradecimentos (Acknowledgments)
o Tabelas
Tabelas podem ser inseridas diretamente do software MS Excel, mas devem ser salvas em formato
spreadsheet, não workbook (o sistema só irá ler a primeira tabela do arquivo);
o 2. Casos especiais
A critério do autor, no caso de Short Communications, os itens Resultados e Discussão podem ser
fundidos. Não use notas de rodapé, inclua a informação diretamente no texto, pois torna a
leitura mais fácil e reduz o número de links eletrônicos do manuscrito.
No caso da categoria "Inventários" a listagem de espécies, ambientes, descrições, fotos etc., devem
ser enviadas separadamente para que possam ser organizadas conforme formatações
específicas. Além disso, para viabilizar o uso de ferramentas eletrônicas de busca, como o
XML, a Comissão Editorial enviará aos autores dos trabalhos aceitos para publicação
instruções específicas para a formatação da lista de espécies citadas no trabalho.
Na categoria "Chaves de Identificação" a chave em si deve ser enviada separadamente para que
possa ser formatada adequadamente. No caso de referência de material coletado é obrigatória
citação das coordenadas geográficas do local de coleta. Sempre que possível, a citação deve
ser feita em graus, minutos e segundos (por exemplo, 24°32’75” S e 53°06'31" W). No caso
de referência a espécies ameaçadas especificar apenas graus e minutos.
O título de cada seção deve ser escrito sem numeração, em negrito, apenas com a inicial maiúscula
(Ex. Introdução, Material e Métodos etc.). Apenas dois níveis de subtítulos serão permitidos,
abaixo do título de cada seção. Os subtítulos deverão ser numerados em algarismos arábicos
seguidos de um ponto para auxiliar na identificação de sua hierarquia quando da formatação
final do trabalho. Ex. Material e Métodos; 1. Subtítulo; 1.1. Sub-subtítulo).
o 4. Nomes de espécies
64
o 5. Citações bibliográficas
Silva (1960a, b)
(Silva 1989, Pereira & Carvalho 1993, Araújo et al. 1996, Lima 1997)
Citar referências a resultados não publicados ou trabalhos submetidos da seguinte forma: (A.E.
Silva, dados não publicados). Em trabalhos taxonômicos, detalhar as citações do material
examinado, conforme as regras específicas para o tipo de organismo estudado.
o 6. Números e unidades
escrever números até nove por extenso, a menos que sejam seguidos de
unidades;
utilizar ponto para número decimal (10.5 m);
utilizar o Sistema Internacional de Unidades, separando as unidades dos
valores por um espaço (exceto para porcentagens, graus, minutos e segundos);
utilizar abreviações das unidades sempre que possível. Não inserir espaços
para mudar de linha caso a unidade não caiba na mesma linha.
o 7. Fórmulas
Fórmulas que puderem ser escritas em uma única linha, mesmo que exijam a utilização de fontes
especiais (Symbol, Courier New e Wingdings), poderão fazer parte do texto. Ex. a = p.r2 ou
Na2HPO, etc. Qualquer outro tipo de fórmula ou equação deverá ser considerada uma figura
e, portanto, seguir as regras estabelecidas para figuras.
o 9. Referências bibliográficas
Adotar o formato apresentado nos seguintes exemplos, colocando todos os dados solicitados, na
sequencia e com a pontuação indicadas, não acrescentando itens não mencionados:
65
FERGUSON, I.B. & BOLLARD, E.G. 1976. The movement of calcium in woody stems. Ann. Bot.
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Press, Ames.
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ed.). Blackwell Scientific Publications, Oxford, p.205-239.
BENTHAM, G. 1862. Leguminosae. Dalbergiae. In Flora Brasiliensis (C.F.P. Martius & A.G.
Eichler, eds). F. Fleischer, Lipsiae, v.15, pars 1, p.1-349.
Abreviar títulos dos periódicos de acordo com o "World List of Scientific Periodicals" ou conforme
o banco de dados do Catálogo Coletivo Nacional (CCN -IBICT).
Rocha-Mendes, F.; Mikich, S. B.; Quadros, J. and Pedro, W. A. 2010. Ecologia alimentar de
carnívoros (Mammalia, Carnivora) em fragmentos de Floresta Atlântica do sul do Brasil.
Biota Neotrop. 10(4): 21-
30 http://www.biotaneotropica.org.br/v10n4/pt/abstract?article+bn00210042010 (último
acesso em dd/mm/aaaa)
o 10. Tabelas
Caso uma tabela tenha uma legenda, essa deve ser incluída nesse arquivo, contida em um único
parágrafo, sendo identificada iniciando-se o parágrafo por Tabela N, onde N é o número da
tabela.
o 11. Figuras
Mapas, fotos, gráficos são considerados figuras. As figuras devem ser numeradas seqüencialmente
com números arábicos.
66
No caso de pranchas os textos inseridos nas figuras devem utilizar fontes sans-serif, como Arial ou
Helvética, para maior legibilidade. Figuras compostas por várias outras devem ser
identificadas por letras (Ex. Figura 1a, Figura 1b). Utilize escala de barras para indicar
tamanho. As figuras não devem conter legendas, estas deverão ser especificadas em arquivo
próprio.
As legendas das figuras devem fazer parte do arquivo texto Principal.rtf ou Principal.doc inseridas
após as referências bibliográficas. Cada legenda deve estar contida em um único parágrafo e
deve ser identificada, iniciando-se o parágrafo por Figura N, onde N é o número da figura.
Figuras compostas podem ou não ter legendas independentes.