Tese MS Carlos Diego O Azevedo

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DIVERSIDADE GENÉTICA DE POPULAÇÕES DE COQUEIRO

(Cocos nucifera L.) VIA MARCADORES SSR

CARLOS DIEGO DE OLIVEIRA AZEVEDO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE


DARCY RIBEIRO – UENF

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ


JANEIRO - 2014
DIVERSIDADE GENÉTICA DE POPULAÇÕES DE COQUEIRO
(Cocos nucifera L.) VIA MARCADORES SSR

CARLOS DIEGO DE OLIVEIRA AZEVEDO

“Dissertação apresentada ao Centro de


Ciências e Tecnologias Agropecuárias da
Universidade Estadual do Norte Fluminense
Darcy Ribeiro, como parte das exigências para
obtenção do título de Mestre em Genética e
Melhoramento de Plantas.”

Orientador: Prof. Messias Gonzaga Pereira

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ


JANEIRO – 2014
DIVERSIDADE GENÉTICA DE POPULAÇÕES DE COQUEIRO
(Cocos nucifera L.) VIA MARCADORES SSR

CARLOS DIEGO DE OLIVEIRA AZEVEDO

“Dissertação apresentada ao Centro de


Ciências e Tecnologias Agropecuárias da
Universidade Estadual do Norte Fluminense
Darcy Ribeiro, como parte das exigências para
obtenção do título de Mestre em Genética e
Melhoramento de Plantas.”

Aprovado em 22 de Janeiro de 2014

Comissão Examinadora:

Drª Semíramis Rabelo Ramalho Ramos (D.Sc. Melhoramento de Plantas) –


Embrapa Tabuleiros Costeiros

Prof. Silvaldo Felipe Silveira (D.Sc. Fitopatologia) – UENF

Prof. Gonçalo Apolinário de Sousa Filho (D.Sc. Biociências e Biotecnologia) –


UENF

Prof. Messias Gonzaga Pereira (Ph.D. Plant Breeding) – UENF


(Orientador)
Aos meus pais, Carlos Magno de Souza Barros Azevedo e Dayse Lucid Ramos
de Oliveira Azevedo, pelo inesgotável apoio e dedicação e pelo amor
incondicional; a minha irmã, Nathália; e a minha esposa e colega de bancada,
Alinne, dedico.

ii
AGRADECIMENTOS

A Deus e a Nossa Senhora, por todas as graças alcançadas em minha vida, em


especial, pelas graças que me conduziram ao bom êxito acadêmico e profissional;

À Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) e ao


Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas da UENF,
por todo o crescimento acadêmico e profissional conquistado;

Aos meus pais que sempre investiram na minha educação, torceram por mim e
me incentivaram a buscar meus objetivos;

A minha irmã Nathália, pelo seu apoio;

A minha esposa Alinne, pelas trocas de informações durante o período em que


estive escrevendo esta dissertação, por torcer e acreditar em mim nas épocas
conturbadas do meu mestrado, épocas essas em que minha jornada tornou-se
tripla e, sobretudo, por todo amor, carinho, atenção, paciência e companheirismo;

Aos meus avós, Luiz e Dilma, que sempre me incentivaram a progredir nos
estudos e vibraram com cada conquista;

A minha madrinha, Fátima, pela torcida e incentivo constantes;

iii
Ao meu orientador, Prof. Messias Gonzaga Pereira, por ter acreditado no meu
potencial acadêmico e científico desde os tempos de aluno de iniciação científica,
pela oportunidade de orientação ao longo do meu curso de mestrado e, pelos
conhecimentos transmitidos;

Aos meus coorientadores, Telma Nair Santana Pereira e Alexandre Pio Viana,
pelos conhecimentos transmitidos e por todo o suporte na execução dos meus
experimentos. Em especial, à profª Telma, por acreditar em meu potencial e por
dar-me conselhos que se mostraram cruciais para que eu pudesse vislumbrar
novas conquistas;

À Empresa Comercial REGON, representada na pessoa do Luiz Mirisola, pelo


apoio financeiro, logístico e profissional na coleta de amostras foliares;

À Embrapa Tabuleiros Costeiros, representada pela Dra. Semíramis, pelo suporte


científico e fornecimento de amostras foliares;

Ao Dr. Wilson Aragão, pela indicação das populações de Coqueiro a serem


amostradas;

À “mãe” de todos os alunos do LMGV, Vitória, bem como aos meus amigos do
LMGV, Pedro, Lucas, Renato, Júlio, Marcela e Fernanda, pelos intercâmbios de
experiências e conhecimentos, assim como por todo o apoio na condução do meu
experimento;

A todos os professores, cuja participação ao longo do curso possibilitou o meu


crescimento pessoal, acadêmico e profissional;

À FAPERJ, pelo custeio e financiamento do projeto de pesquisa que originou esta


dissertação.

iv
SUMÁRIO

Resumo .................................................................................................................. vi
Abstract ................................................................................................................. viii
1.INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1
2. OBJETIVOS ........................................................................................................ 4
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 5
4. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................ 15
4.1. Material Genético ...................................................................................... 15
4.2. Extração de DNA ...................................................................................... 20
4.3. Análise Molecular via SSR (Sequências Simples Repetidas) .................... 21
4.3.1. Preparo das Reações de Polimerase em Cadeia (PCR) ................. 21
4.3.2. Eletroforese ...................................................................................... 22
4.4. Análise dos Dados ..................................................................................... 23
4.4.1. Distância Genética ........................................................................... 23
4.4.2. Análise Molecular de Variância (AMOVA) ........................................ 23
4.4.3. Análise de Agrupamento .................................................................. 23
4.4.4. Análise de Coordenadas Principais (PCoA) ..................................... 24
4.4.5. Análise Descritiva ............................................................................. 24
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 25
5.1. Aplicação de microssatélites para análise molecular da diversidade
genética de populações de coqueiro (Cocos nucifera L.) provenientes de
diferentes regiões produtoras no Brasil ................................................................ 25

vi
5.2. Aplicação de microssatélites para análise molecular da diversidade
genética de populações de coqueiro Anão Verde do Brasil (Cocos nucifera L. var.
Nana) ................................................................................................................... 33
6. CONCLUSÃO ................................................................................................... 40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 41

vi
RESUMO

AZEVEDO, Carlos Diego de Oliveira; MSc.; Universidade Estadual do Norte


Fluminense Darcy Ribeiro; Janeiro de 2014; “Diversidade genética de populações
de coqueiro (Cocos nucifera L.) via marcadores SSR”; Orientador: Ph.D. Messias
Gonzaga Pereira; Conselheiros: Ph.D. Telma Nair Santana Pereira e D.Sc.
Alexandre Pio Viana.

O coqueiro (Cocos nucifera L.) é uma planta perene, tropical, originária do


Sudeste Asiático e, cuja introdução no Brasil, ocorrida em meados do século XVI,
é atribuída aos colonizadores portugueses. Além disso, trata-se de uma das
principais espécies perenes de interesse econômico no mundo, dado o seu
notável potencial de gerar emprego e renda. A aplicação de marcadores
moleculares na etapa de seleção aumenta a eficiência na identificação de
genótipos mais distantes geneticamente, potencializando o ganho genético
quando em cruzamento. O presente estudo visa, por meio do uso de marcadores
SSR (Sequências Simples Repetidas), avaliar a magnitude da variabilidade
genética entre e dentro de populações de cocos-referência para produção de
sementes em distintas regiões produtoras do Brasil, com o intuito de selecionar
genótipos geneticamente divergentes a serem usados como parentais em futuros
cruzamentos. Para tanto, foram utilizados 160 genótipos representando 16
populações pertinentes a diferentes variedades de coco (Anão Verde, Anão
Vermelho, Anão Amarelo e Gigante), sendo cada uma proveniente de distintos
estados brasileiros, com ênfase dada à do Anão Verde pela importância do
mesmo no Brasil, e 10 genótipos oriundos do México. Anteriormente à análise

vi
molecular, o DNA genômico foi extraído de acordo com o protocolo “mini-prep” de
Doyle e Doyle com modificações. A análise molecular, via SSR, procedeu-se
seguindo a metodologia sugerida por Baudouin (2009), com modificações. No
total, foram conduzidas reações de amplificação usando 17 primers SSR. Porém,
apenas os 15 primers eficazes foram usados nas análises posteriores. Os
fragmentos de DNA amplificados foram separados por eletroforese em gel de
agarose de alta resolução a 4%, sendo os produtos da PCRs corados como uma
solução de Blue Juice + Gel Red. Após a determinação do score dos fragmentos
amplificados, foi construída uma matriz com os dados do score, a qual foi utilizada
na execução da análise dos dados, promovida pelo programa GenAlEx, e na
geração do dendrograma, pelo programa MEGA 5. Os resultados deste trabalho
foram divididos da seguinte forma: a) na primeira seção, são apresentados os
resultados referentes a uma análise comparativa da diversidade genética entre
distintas populações de coqueiro no Brasil, por meio de microssatélites, a qual
envolveu diferentes populações de Gigante e Anão; b) na segunda seção, foi
promovida uma análise molecular, por microssatélites, da diversidade genética de
populações de coqueiro Anão Verde do Brasil, oriundas de várias regiões
produtoras do país, constituindo o primeiro trabalho, usando microssatélites, que
contemplou todas estas populações. Os valores de Heterozigosidade esperada
(He), também conhecida por diversidade genética, foram baixos, indicando baixo
índice de diversidade genética. Entretanto, as análises de estatística F, Fluxo
Gênico, Coordenadas Principais e Agrupamento indicaram que há diversidade
genética em nível moderado em todas as populações avaliadas. Portanto, este
trabalho aponta que há diversidade genética nas diferentes populações de
coqueiro avaliadas e destaca a diversidade genética detectada em populações de
coqueiro Anão Verde do Brasil (AVB), sobretudo nas populações BGD-PA e BGD-
PI, o que é uma informação muito importante para selecionar parentais e produzir
futuros híbridos AVB X AVB com maior produtividade e qualidade de água.

Palavras-chave: Cocos nucifera L., SSR, Diversidade Genética, Híbridos Anão x


Anão.

vii
ABSTRACT

AZEVEDO, Carlos Diego de Oliveira; MSc.; Universidade Estadual do Norte


Fluminense Darcy Ribeiro; January, 2014; “Genetic Diversity of Coconut
Populations (Cocos nucifera L.) via SSR markers”; Advisor: Ph.D. Messias
Gonzaga Pereira; Consultants: Ph.D. Telma Nair Santana Pereira and D.Sc.
Alexandre Pio Viana.

Coconut (Cocos nucifera L.) is a tropical perennial palm tree, which is original from
Southeast Asia and was introduced in Brazil in the middle of 16th century by
Portuguese. In addition, it is one of the main perennial species of economic
interest in the World due to its noteworthy potential to create jobs and income. The
application of molecular markers during selection increases the efficiency in the
identification of the most genetically distant genotypes, potentiating the genetic
gain. The present study, via SSR markers (Simple Sequence Repeats), aims to
evaluate the magnitude of genetic diversity among and within coconut populations,
which are references for seed production in distinct growing regions in Brazil, in
order to select genetically divergent genotypes to be used as parents for future
crosses. Thus, a total of 160 genotypes were used to represent 16 populations of
different coconut varieties (green dwarf, red dwarf, yellow dwarf and tall), each
population from a distinct Brazilian State, emphasizing the Brazil Green Dwarf due
to the relevance of such coconut populations in Brazil, and 10 genotypes from
Mexico. Previously to the molecular analysis, genomic DNA was extracted,
according to “mini-prep” protocol described by Doyle and Doyle. The molecular
analysis via SSR was performed following Baudouin’s method with a few

viii
modifications. Amplification reactions using a total of 17 SSR primers were done.
Nevertheless, only the 15 efficient primers were used in the next analyses. The
amplified DNA fragments were separated by electrophoresis on a high resolution
agarose gel at 4%, the PCR products were stained by a solution of Blue Juice +
Gel Red. After scoring the amplified fragments, a matrix of such data was built and
used during the data analyses carried out by GenAlEx software and the
dendrogram was created by MEGA 5 software. The results of this study were
divided as follows: a) The first section has presented the results referring to the
genetic diversity analysis of several Brazilian coconut populations, which involved
different populations of tall and dwarf coconut; b) The second section, it was
promoted a molecular analysis of the genetic diversity of Brazil Green Dwarf
Coconut from several Brazilian growing regions via microsatellites. There was
never before a study based on microsatellites that used all these BGD
populations. The values of expected heterozigosity (He) also known as genetic
diversity were low, indicating a low level of genetic diversity. Nevertheless, the
analyses of F-statistics, Gene Flow (Nm), Principal Coordinates and Clustering,
indicate that there is genetic diversity at moderate level within all evaluated
populations. Therefore, this study points out that there is genetic diversity in each
evaluated coconut populations and highlights the genetic diversity detected within
the populations of Brazil Green Dwarf coconut (BGD), mainly the populations
BGD-PA and BGD-PI, which is a really important information in order to select
parents e produce future hybrids BGD X BGD with greater yield and water quality.

Keywords: Cocos nucifera L., SSR, Genetic Diversity, Dwarf x Dwarf Hybrids.

ix
1

1 . I N T R O D U Ç ÃO

O coqueiro (Cocos nucifera L.) é uma palmeira perene cujo centro de


origem remonta ao Sudeste Asiático, visto que, nesta região, a espécie apresenta
ampla diversidade morfológica, vários nomes locais e, ainda, nesta região, é
encontrada a maioria dos insetos-praga relacionados à planta (Persley, 1992). A
introdução do coqueiro na costa Atlântica da América ocorreu por navegadores
mercantis em meados do século XVI (Purseglove, 1975).
Segundo Teulat et al. (2000), o gênero Cocos possui apenas uma espécie
Cocos nucifera L., a qual, de acordo com Liyanage (1958), é dividida em três
grupos de variedades: Gigante (var. Typica), Anão (var. Nana) e o intermediário
(var. Aurantiaca). Além disso, a espécie é diploide e possui 2n=2x=32
cromossomos (Nambiar e Swaminathan, 1960).
O coqueiro é considerado uma das espécies perenes de maior relevância
do mundo, já que o seu cultivo detém a capacidade de gerar emprego e,
consequentemente, renda em vários países, seja pelo consumo de seus frutos in
natura ou pela industrialização do fruto, bem como, de outros órgãos desta planta,
como raiz, estipe, inflorescência, folhas e palmito; originando mais de 100
produtos e subprodutos de significativo valor econômico. Além disso, o coqueiro é
utilizado como planta paisagística, adornando espaços públicos e privados (Costa
et al., 2005).
O IBPGR (1978) reportou as principais características morfológicas que
permitem distinguir as variedades ’Anã’ e gigante, posteriormente, estas
2

informações foram revisadas por Santos et al. (1995). Segundo Santos et al.
(1995) no STANTECH (Manual de Técnicas de Pesquisa Padronizadas para o
Melhoramento de Coqueiro), os coqueiros gigantes são alógamos e,
consequentemente, heterozigotos; as palmeiras podem alcançar de 20 a 30m de
altura; o florescimento inicia com cerca de 6 a 10 anos após o plantio; a fase
produtiva estende-se por 60 a 70 anos. Em contrapartida, o coqueiro Anão é
autógamo e, consequentemente, homozigoto; pode atingir de 15 a 18m de altura;
o florescimento inicia com cerca de 3 anos após o plantio; e, permanece com
produção economicamente viável por 30 a 40 anos.
Apesar dessas diferenças botânicas, segundo Liyanage (1950), as
variedades podem ser cruzadas entre si, originando híbridos de características
intermediárias, fato este muito interessante para programas de melhoramento.
A investigação da variabilidade genética entre populações de coco é
fundamental para a busca de fontes de variabilidade genética para o
desenvolvimento de cultivares superiores adaptadas a diferentes condições
ambientais, mas, sobretudo, para a seleção de parentais divergentes a fim de
potencializar a heterose em hibridações futuras.
Inicialmente, antes do desenvolvimento e aplicação dos marcadores
moleculares, os estudos de diversidade genética em coqueiro, assim como em
outras espécies, eram usados marcadores morfológicos. Santos et al. (1995)
apresentam, em seu trabalho, uma lista de marcadores morfológicos que podem
ser aplicados em estudos de diversidade genética em coqueiro.
Entretanto, desde o início dos anos 1980, grandes avanços aconteceram
no que tange à aplicação de marcadores moleculares em plantas, sobretudo em
estudos de diversidade genética, construção de mapas de ligação e seleção
assistida.
Assim como as demais culturas perenes, a seleção de plantas de
coqueiro, baseada apenas em fenótipo, torna o processo oneroso, sobretudo no
que diz respeito ao tempo demandado para a realização dos trabalhos (Santos et
al., 1995). Em contrapartida, os marcadores moleculares podem ser aplicados em
qualquer estádio de desenvolvimento da planta e sofrem pouca influência do
ambiente (Shuster, 2011).
Assim sendo, os marcadores moleculares têm sido muito requisitados,
nos últimos anos, em inúmeros estudos de diversidade genética e seleção
3

assistida de muitas espécies, sobretudo espécies perenes como o coqueiro. De


acordo com Shuster (2011), a eficiência do uso de marcadores moleculares
independe do estágio de desenvolvimento em que a planta se encontra, além de
serem pouco influenciados pelo ambiente.
Inúmeras técnicas de marcadores moleculares destacam-se na cultura do
coqueiro, tais como, RFLP, RAPD, AFLP, ISTR, ISSR, SNP e SSR (Lebrun et al.,
2005). Sendo esta última de grande importância em estudos de diversidade
genética, porque, segundo Akkaya et al. (1992), SSR (Simple Sequence Repeats)
é uma técnica baseada em PCR, cujos marcadores são codominantes e
multialélicos, com alto conteúdo de informação e alto poder discriminante.
Em relação ao coqueiro, os marcadores microssatélites, assim como
também são chamados os marcadores SSR, têm sido usados em estudos de
estruturas de populações, bem como em estudos que visam à avaliação e
caracterização de germoplasma de coqueiro (Perera et al., 1999).
Portanto, este trabalho pretende, por meio do uso de marcadores SSR,
delinear um perfil da diversidade genética de genótipos de coqueiro oriundos de
distintas regiões produtoras do Brasil e, num segundo momento, analisar
isoladamente a diversidade das populações de coqueiro Anão Verde do Brasil
(AVB ou BGD), com o intuito de permitir a seleção de parentais geneticamente
divergentes e superiores a serem usados em futuros cruzamentos, sobretudo em
hibridações de Anão Verde do Brasil (AVB X AVB).
4

2. OBJETIVOS

1. Promover um estudo comparativo da diversidade genética entre populações


de coqueiro Gigante do Brasil, Anão Vermelho de Camarões, Anão Vermelho
da Malásia, Anão Vermelho de Gramame, Anão Amarelo da Malásia, Anão
Amarelo de Gramame, Anão Verde do Brasil, Anão Verde do México e Híbrido
(Anão Verde de Jiqui x Anão Vermelho de Camarões);

2. Estudar a divergência genética entre e dentro de populações de coqueiro


Anão Verde do Brasil de diferentes regiões de cultivo.
5

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Histórico da Cultura do Coqueiro


O Sudeste Asiático é considerado o centro de origem do coqueiro (Cocos
nucifera L.), visto que, nesta região, a espécie apresenta ampla diversidade
morfológica e vários nomes locais, e, ainda onde é encontrada a maioria dos
insetos-praga do coqueiro (Persley, 1992).
Evidências arqueológicas, tais como, fósseis datados do Paleoceno,
apontam que plantas relacionadas ao coqueiro atual existiam desde aquela época
na região do Oceano Índico e Pacífico (Tripathi et al., 1999). Em adição, textos de
civilizações primitivas indicam que o coqueiro já existia há aproximadamente 3 mil
anos (Menon et al., 1958; Fuller, 2007).
Ao longo da história, o coqueiro desempenhou um importante papel,
contribuindo com o homem para o desenvolvimento da navegação,
estabelecimento de rotas comerciais, bem como para a colonização de
determinadas regiões no Pacífico e nos Velhos Trópicos (Harries, 1978). Apesar
de o fruto do coqueiro apresentar uma adaptação natural para a dispersão por
correntes marítimas, a sua dispersão no nível pantropical ocorreu por meio do
homem (Harries, 1978; Harries et al., 2004).
No que diz respeito à dispersão natural do coqueiro, acredita-se que
mediante o processo de seleção natural que levou cerca de 80 milhões de anos, o
coqueiro desenvolveu mecanismos que lhe permitiram ser disperso pelos
oceanos e se estabelecer em regiões costeiras, adaptando-se a tempestades de
6

vento e inundações periódicas, e resistindo sem o apoio ou presença de qualquer


representante da fauna e flora e, por fim, novamente, dispersando seus frutos por
meio do oceano para novas regiões (Harries, 1978; Foale, 2005).
Quanto à dispersão da espécie pelo homem, é provável que, durante o
período pré-colombiano, navegadores austronésios oriundos das Filipinas tenham
disseminado o coqueiro para o Leste da Polinésia e, posteriormente, o tenham
introduzido na Costa Pacífica da América Latina. Enquanto que, na região do
Oceano Índico, a estrutura das populações remete a uma influência promovida
pelas expansões dos austronésios rumo ao oeste em direção a Madagascar.
Posteriormente, o coqueiro foi introduzido pelos europeus a partir da Índia para a
Costa Atlântica da África, América do Sul e Caribe (Harries, 1978; Gunn et al.,
2011).
A supracitada introdução na Costa Atlântica da América do Sul foi
realizada pelos europeus durante o período de extensiva navegação mercantil
que ocorreu no Século XVI (Ribeiro et al., 2010).
Até a década de 1990, o cultivo do coqueiro estava restrito às regiões
Norte e Nordeste do Brasil. Entretanto, atualmente, o cultivo é encontrado em
quase todas as regiões do país (Martins, 2011).

Botânica
O coqueiro é uma planta perene pertencente ao gênero Cocos, o qual
apresenta apenas a espécie Cocos nucifera L., o que denota a ausência de
parentes botânicos nesta espécie. Ainda no que tange à taxonomia, o coqueiro
pertence à Família Arecaceae, antiga Palmaceae, e à subfamília Cocoideae, a
qual possui 27 gêneros e 600 espécies (Teulat et al., 2000).
No que diz respeito aos aspectos morfológicos e botânicos, o coqueiro
apresenta caule do tipo estipe que atinge em média 18 m de altura; sistema
radicular do tipo fasciculado, o qual pode atingir uma profundidade de 1,20 m,
sendo que a região mais explorada pelo sistema radicular seja na faixa de 0,20 a
0,60 m; as folhas são compostas e do tipo penada, sendo as plantas capazes de
emitir de 12 a 18 folhas por ano; as flores são individualmente masculinas e
femininas, porém situam-se em uma mesma planta (monoicia) em inflorescências
do tipo panículas, as quais são axilares e protegidas por brácteas do tipo espata
(Passos, 1998; Holanda et al., 2007).
7

Segundo Gunn et al. (2011), devido a sua diversidade fenotípica, o coco


pode ser classificado quanto à morfologia do fruto e quanto ao hábito de
crescimento da planta.
Portanto, quanto à classificação morfológica dos frutos (categorização
clássica), revelam-se dois grupos de variedades, a saber: ‘niu kafa’, o qual é
caracterizado por frutos oblongos e/ou triangulares e com grande proporção de
fibra na casca; e o ‘niu vai’, o qual apresenta frutos arredondados com cores
brilhantes e uma grande quantidade de endosperma líquido. Em acréscimo,
acredita-se que o grupo ‘niu kafa’ seja o mais ancestral e, dessa forma, remete a
seleção natural por dispersão oceânica, enquanto o ‘niu vai’ sugere a seleção
artificial promovida pelo homem (Harries, 1978; Gunn et al., 2011).
No que diz respeito ao hábito da planta, o coqueiro tem sido dividido em
duas variedades, a citar: a variedade ‘Anã’ (Nana), a qual representa cerca de 5%
do coco cultivado no mundo, e caracteriza-se por ser autógama, possuir
crescimento lento do estipe, espaços curtos entre as cicatrizes foliares e, produzir
frutos do tipo ‘niu vai’; ainda, tal variedade pode ser subdividida em três
subvariedades quanto à coloração dos frutos – Anão Verde, Amarelo e Vermelho;
e a variedade ‘Gigante’ (Typica), a qual é caracterizada por ser alógama, devido à
anterioridade da maturação das inflorescências masculinas frente às femininas,
apresentando crescimento mais rápido que as variedades ‘Anã’ e espaços
maiores entre as cicatrizes foliares; em adição, esta variedade é cultivada para a
produção de copra para óleo e para a obtenção de fibra (Bourdeix et al., 2005;
Gunn et al., 2011).
Segundo Bourdeix et al. (2005), existem ainda variedades com hábito
intermediário e outros tipos de coqueiro, tais como, Anão ‘niu leka’ (Polinésia) e o
Coqueiro Rei (King Coconut – Cocos nucifera var. Aurantiaca), endêmico do Sri
Lanka.

Fitotecnia
De acordo com Fontes et al. (2002), o coqueiro é uma planta tropical e,
portanto, requer: clima quente, com temperatura média de 27°C e não inferior a
15ºC, quando ocorrem distúrbios fisiológicos que comprometem o crescimento e a
floração; umidade relativa do ar superior a 60%, porém não muito elevada para
não comprometer a fisiologia e/ou favorecer a proliferação de fungos; o regime
8

pluviométrico anual deve ser de 1500mm, com taxa mensal de 130mm; e, por fim,
a média de insolação mensal exigida pela planta é de 120h.
Quanto ao solo, o coqueiro mais bem adaptado a solos leves e bem
drenados e, portanto, é adaptado ao tipo de solo predominante nos tabuleiros
costeiros – Neossolo Quartzarênico. Todavia, estes solos apresentam baixa
capacidade de retenção de água, a qual é compensada pela associação quase
frequente desses solos com lençóis freáticos pouco profundos, embora, em
alguns casos, a irrigação se faça necessária. Além disso, estes solos são
sabidamente pobres em nutrientes e matéria orgânica e, dessa forma, é
necessária a suplementação nutricional da planta para garantir o crescimento
vegetativo e produção (Fontes et al., 2002).
Atualmente no Brasil, são cultivados comercialmente o coqueiro Gigante,
o coqueiro Anão e o híbrido, ocupando 70, 10 e 20% dos plantios comerciais no
país, respectivamente (Fontes et al., 2002; Martins, 2011).
O coqueiro Gigante é rústico, crescimento rápido, atinge de 20 a 30m de
altura, inicia o florescimento cerca de 10 anos após o plantio, produz até 80
frutos/planta/ano, sendo esses frutos de médio a grande e o tempo útil de
exploração econômica da planta é de 60 a 70 anos. Os frutos são usados, no
Brasil, desde a forma in natura até em agroindústria de alimentos (Fontes et al.,
2002; Martins, 2011).
O Coqueiro Anão subdivide-se nas subvariedades Verde, amarela e
vermelha, sendo o Anão Verde responsável pela maioria dos plantios comerciais
de coqueiro Anão. Em linhas gerais, a variedade ‘Anã’ caracteriza-se por ser mais
sensível a estresses bióticos e abióticos, apresentar desenvolvimento vegetativo
precoce, atingir de 10 a 12m de altura, iniciar a produção entre 2 a 3 anos após o
plantio e finalizar sua vida útil entre 30 e 40 anos. Em acréscimo, produz cerca de
150 a 200 frutos/planta/ano que se destinam ao consumo in natura e ao uso
agroindustrial (Fontes et al., 2002).
O coqueiro híbrido intervarietal Anão x Gigante é explorado
comercialmente para fins da produção de água de coco, fibras e, sobretudo, para
a produção de polpa (albúmen sólido). As plantas são precoces como as da
variedade ‘Anã’, atingem até 20m de altura e produzem de 130 a 150
frutos/planta/ano, sendo estes frutos de tamanho médio (Fontes et al., 2002;
Martins, 2011).
9

De acordo com Holanda et al. (2008), os frutos do coqueiro são colhidos


conforme a destinação a ser dada ao produto. Assim, coqueiros anões e híbridos,
os quais se destinam à produção de água, têm seus frutos colhidos com
aproximadamente 7 meses após a abertura da inflorescência, já que, nesta fase,
a qualidade da água atingiu seu máximo. Em contrapartida, para a produção de
coco seco, não importa a variedade, a colheita deve ser feita entre 11 e 12 meses
após a abertura da inflorescência. Ainda é importante salientar que, neste
momento, os frutos apresentam cor castanha com manchas verdes e pardas
irregulares, portanto, bastante diferentes do coco verde.

Aspectos Sócio-econômicos
O coqueiro apresenta centenas de usos como fonte de alimento, bebida,
fibras, materiais de construção, óleo (com aplicação farmacêutica e industrial) e
carvão (Batugal et al., 2005; Holanda et al., 2008; Gunn et al., 2011).
A planta é considerada uma das espécies perenes de maior relevância do
mundo, porque detém a capacidade de gerar emprego e, consequentemente, a
renda em vários países, seja mediante o consumo de seus frutos in natura ou
pela industrialização, bem como de outros órgãos desta planta (raiz, estipe,
inflorescência, folhas e palmito), originando mais de 100 produtos e subprodutos
de significativo valor econômico. Além disso, o coqueiro é utilizado como planta
paisagística, adornando espaços públicos e privados (Costa et al., 2005).
Aproximadamente 92 países exploram comercialmente o coqueiro, isto
porque, nesses países, são encontradas condições ideais para o cultivo, tais
como, solos arenosos, alta umidade, boa precipitação e intensa radiação solar
(Aragão et al., 2010; Martins, 2011).
Segundo Batugal et al. (2005), ainda assim, em um passado recente,
apesar do grande potencial da cultura, mais de 90% dos produtores eram, na
verdade, pequenos produtores que apresentavam um baixo nível de qualidade de
vida.
Com o intuito de reverter este quadro, em 1991, o Grupo Consultor em
Pesquisa Agrícola Internacional (CGIAR) incluiu o coqueiro no seu portfólio de
pesquisas e, mais tarde, o Instituto Internacional de Recursos Genéticos Vegetais
(IPGRI) organizou a Rede Internacional de Recursos Genéticos de Coco
(COGENT), a qual visou e ainda visa, por meio do uso sustentável dos recursos
10

genéticos de coco disponíveis, promover a redução da pobreza e a melhoria da


qualidade de vida nos países produtores (Batugal et al., 2005).
Atualmente, devido aos avanços tecnológicos e, consequentemente, das
técnicas de manejo, a cultura vem sendo viabilizada até mesmo em regiões
menos propícias e, sobretudo, tem permitido a inserção de pequenos produtores,
ao redor do mundo, em melhores patamares em termos de qualidade de vida
(Martins, 2011).
De acordo com os dados mais recentes apresentados pela FAO, o
coqueiro ocupa no mundo uma área plantada em torno de 11,8 milhões de
hectares, sendo que mais de 80% da produção significativa está compreendida
em países do Leste e Sudeste Asiático. Em acréscimo, os dados apontam para
um total da produção mundial de coco de aproximadamente 61,7 milhões de
toneladas (UNCTAD, 2013).
A produção de coco no Brasil, em 2013, foi de 1.935.435,00 frutos, com
destaque para a Região Nordeste, a maior produtora, com uma produção de
1.434.114 frutos (IBGE, 2013).

Genética e Melhoramento do Coqueiro


Quanto ao seu arcabouço genético, o coqueiro é uma espécie diploide,
única representante do gênero Cocos (Teulat et al., 2000) e apresenta 32
cromossomos dispostos em 16 pares, ou seja, 2n=2x=32 (Nambiar e
Swaminathan, 1960). Portanto, de acordo com Batugal e Bourdeix (2005),
atualmente, o melhoramento do coqueiro tem sido restrito ao nível intraespecífico.
O sistema de cruzamento entre as plantas de coqueiro depende da
variedade. Ou seja, a variedade Gigante comporta-se como alógama, e a
variedade ‘Anã’ como autógama (Batugal e Bourdeix, 2005). Isto ocorre porque a
variedade Gigante apresenta protandria (amadurecimento do androceu
anteriormente ao gineceu), enquanto a variedade ‘Anã’ exibe amadurecimento
simultâneo do androceu e gineceu, resultando em favorecimento da
autofecundação.
A bissexualidade inerente aos coqueiros gigantes e anões permite que a
polinização seja manipulada com o intuito de assegurar o nível desejado de
introgressão, usando gigantes, como fonte de genótipos heterozigotos, e anões,
11

como fonte de homozigotos, fato de importante contribuição para obtenção de


progenitores visando às hibridações intervarietais (Batugal e Bourdeix, 2005).
Entretanto, também é possível a ocorrência de autofecundação em
plantas de coqueiro Gigante, porque pode haver coincidência do amadurecimento
de flores masculinas e femininas de inflorescências distintas, por sobreposição de
uma inflorescência anterior com a próxima (Batugal e Bourdeix, 2005).
Ao longo da história do melhoramento da cultura, o coqueiro foi submetido
aos seguintes métodos de melhoramento: seleção massal, a qual se mostrou
desfavorável devido à depressão por endogamia exibida pelos coqueiros
gigantes; seleção com teste de progênies; híbridos simples intra e intervarietais,
envolvendo, no caso de híbridos intervarietais, cruzamentos recíprocos; híbridos
complexos, tais como, híbridos duplos e híbridos triplos; e, por fim, mais
recentemente, o desenvolvimento de variedades sintéticas, que envolvem o
cruzamento entre linhas selecionadas com aferida capacidade combinatória
(Batugal e Bourdeix, 2005).

Estudos de Diversidade Genética do coqueiro


Para o sucesso de programas de melhoramento, é imprescindível
conhecer profundamente a constituição e a diversidade genética das espécies,
bem como, do material genético submetido aos programas de melhoramento, de
modo a conhecer não somente a variabilidade genética do material em estudo,
como os efeitos da interação desta com o ambiente e, assim, viabilizar a obtenção
de genótipos superiores (Milach, 1998).
A aplicação de descritores morfométricos é um dos métodos de estudar a
diversidade genética em coqueiro. De acordo com Arunachalam e Rajesh (2008),
diversos descritores morfológicos foram aplicados visando avaliar a diversidade
genética do coqueiro. Uma lista de descritores morfológicos é disponibilizada por
Santos et al. (1995) em STANTECH (Manual de Técnicas Padronizadas de
Pesquisa para o melhoramento de coqueiro).
Conforme apresentado por Santos et al. (1995), o estudo da diversidade
genética, por meio de dados morfométricos, é complexo, porque a maioria das
características observadas é passivel de influência ambiental.
Foram vários os estudos de diversidade genética que usaram
características morfométricas, tais como: Harries (1978), o qual melhorou o
12

método de análise de componentes de frutos desenvolvida por Whitehead em


1965, a fim de estudar a diversidade genética do coqueiro no mundo; Ashburner
et al. (1997) realizaram a análise de componentes de frutos usando 29 acessos
de populações de coqueiro oriundas da Região do Pacífico Sul; Zizumbo-Villareal
e Marín (2001) estudaram a diversidade genética de 18 populações de coqueiro
do México, usando 19 características morfométricas e fisiológicas de folhas, além
da plasticidade fenotípica; Zizumbo-Villareal et al. (2005) analisaram a diversidade
genética de acessos de coqueiro do México em condições in situ e ex situ,
usando 17 características morfométricas.
Em contrapartida, desde a década de 1980, os marcadores moleculares
vêm apresentando expressiva aplicação em estudos de diversidade genética. Os
marcadores moleculares são ferramentas eficientes em estudos de diversidade
envolvendo espécies perenes como o coqueiro, visto que são passíveis de serem
aplicados em qualquer estádio de desenvolvimento da planta e sofrem pouca
influência do ambiente. Portanto, durante as últimas décadas, vários marcadores
moleculares foram empregados para estudar a diversidade genética em coqueiro,
por exemplo, RFLP, AFLP, RAPD, ISTR ISSR, SSR e SNPs (Lebrun et al., 2005).
Dentre estes marcadores, destacam-se os marcadores microssatélites ou
SSR, os quais, segundo Perera et al. (1999), têm sido usados em análises de
estrutura de populações de coqueiro, bem como mostram-se adequados para
avaliação e caracterização de germoplasma em coqueiro.

Aplicação de Microssatélites em estudos de Diversidade Genética em Coqueiro


Microssatélites ou Sequências Simples Repetidas (SSR) foram
primeiramente aplicados em plantas, mais precisamente, em soja, por Akkaya et
al. (1992). Conforme descrito por Akkaya et al. (1992), SSR é uma técnica
baseada em PCR que apresenta marcadores codominantes e multialélicos com
alto conteúdo informativo e alto poder de discriminação.
Perera et al. (1999) desenharam primers SSR polimórficos, para avaliar a
diversidade genética do coqueiro, oriundos de diferentes regiões produtoras no
mundo.
Perera et al. (2000) usaram oito pares de primers SSR além daqueles
propostos em 1999, para analisar a diversidade genética em 130 acessos de
13

coqueiro, representando 75 genótipos de Gigante e 55 genótipos de Anão,


pertencentes a 94 ecótipos de coqueiro distintos de diferentes regiões do mundo.
Perera et al. (2001) visaram estudar a diversidade genética entre e dentro
de populações do coqueiro Gigante do Sri Lanka, usando oito primers SSR,
selecionados dentre aqueles descritos por Perera et al. (1999).
Baudouin e Lebrun (2002) desenvolveram, no Centro Internacional de
Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (CIRAD), França, um kit composto
por 14 pares de primers SSR, todos polimórficos e específicos para o coqueiro.
Perera et al. (2003) aplicaram 12 pares de primers SSR, dentre os quais,
sete pertenciam à lista descrita por Perera et al. (1999), e outros cinco inéditos.
Portanto, os 12 pares de primers SSR foram aplicados a 94 populações de
coqueiro de diferentes partes do mundo visando investigar a diversidade genética
e o relacionamento genético desses acessos. De acordo com Perera et al. (2003),
este estudo permitiu maior conhecimento a cerca da diversidade do coqueiro em
âmbito mundial.
Meerow et al. (2003) usaram 15 primers SSR, diferentes daqueles do kit
do CIRAD, com o objetivo de investigar a diversidade genética de cultivares na
coleção de germoplasma de coqueiro do Sul da Flórida, e distinguir genótipos
legítimos do Anão de Fiji na Flórida.
Nöel et al. (2007) desenvolveram um sistema que permitiu uma melhor
caracterização de acessos do Banco de genes de Coqueiro para África e Oceano
Índico (ICG-AIO). Portanto, foi empregado o kit de primers SSR, desenvolvido por
Baudouin e Lebrun (2002), para avaliar a 62 indivíduos de 11 acessos no Centro
Nacional de Pesquisa Agronômica (CNRA) na Costa do Marfim.
Rajesh et al. (2008) utilizaram o kit de primers do CIRAD para estudar a
diversidade genética de raças locais de coqueiro na Índia. Um alto nível de
diversidade genética foi detectado, o que assegurou o quanto é importante a
atuação dos produtores na conservação e uso do germoplasma.
Ribeiro et al. (2010) estudaram a diversidade genética entre e dentro de
10 populações de coqueiro Gigante do Brasil, usando 13 dos 14 primers SSR
contidos no kit desenvolvido por Baudouin e Lebrun (2002). Ribeiro et al.
concluíram que os primers SSR foram capazes de detectar alto nível de
diversidade genética, fator importante para futuros trabalhos e programas de
melhoramento.
14

Martinez et al. (2010) aplicaram 13 primers do kit do CIRAD, para avaliar


a diversidade genética de acessos do Gigante da República Dominicana, Anão
Amarelo da Malásia (MYD) e um híbrido do Gigante local x MYD. Em adição, o
estudo visou detectar uma possível correlação da diversidade com resistência ao
amarelecimento letal.
Gunn et al. (2011) empregaram 10 primers SSR do kit CIRAD (Baudouin e
Lebrun, 2002), para investigar a diversidade genética de 1322 acessos de
coqueiro de diferentes partes do mundo. Os acessos representaram tanto a
diversidade geográfica quanto a fenotípica da espécie. Este estudo apontou duas
origens geográficas do coqueiro: Sudeste Asiático e sul do subcontinente Indiano.
Yao et al. (2013) utilizaram 15 primers SSR, sintetizados pelo CIRAD,
para avaliar a eficácia da polinização controlada praticada com três acessos de
coqueiro gigantes presentes no Banco Internacional de genes de coqueiro da
África e Oceano Índico (ICG-AIO). Com base na diversidade genética estimada
pelos marcadores SSR, pode-se perceber que tais marcadores representam uma
ferramenta importante, para aferir a eficácia da polinização controlada, como um
método de regeneração do Banco (ICG-AIO).
15

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Material Genético

Um total de 16 populações de coco (Cocos nucifera L.), provenientes de


diferentes regiões produtoras do Brasil, incluindo os Estados do Pará, Ceará, Rio
Grande do Norte, Sergipe, Piauí e Bahia, além de uma população oriunda do
México. Cada população foi representada por dez genótipos, totalizando 170
genótipos que foram analisados molecularmente (Tabela 1).
A seguir são apresentadas algumas informações básicas sobre as
populações em estudo:

Anão Verde do Brasil de Jiqui (BGD-JIQUI-RN) – Esta população foi


estabelecida às margens da Lagoa Jiqui em Parnamirim na Paraíba por um
pesquisador do DENOCS (Departamento Nacional de Obras Contra a
Seca) na década de 1960. O Anão Verde do Brasil de Jiqui é a principal
fonte de sementes para as regiões produtoras de coqueiro Anão Verde do
Brasil. Em acréscimo, é o genitor feminino de híbridos (Anão x Gigante)
desenvolvidos no Brasil.
16

Tabela 1. Nomenclatura de trabalho, Sigla, Nome das Populações e Número


de Indivíduos amostrados por População.

Nome da População Nomenclatura de Procedência das Número de


Trabalho amostras Indivíduos
Anão Verde do Brasil de EMPARN -RN 10
BGD-JIQUI-RN
Jiqui
Gigante do Brasil de COHIBRA - CE 10
Gigante-de-Touros
Touros
Anão Verde do Brasil de Propriedade 10
BGD-FS-PB
Figueiredo Souza Particular - Paraíba
Anão Verde do Brasil de Propriedade 10
BGD-SOUZA-PB
Souza Particular - Paraíba
Anão Verde do Brasil de COHIBRA-CE 10
BGD-PA-CE
Paraipaba
Anão Vermelho de COHIBRA-CE 10
RD-GRAM-CE
Gramame
Anão Amarelo de COHIBRA-CE 10
YD-GRAM-CE
Gramame
Híbrido BGD X CRD – CE COHIBRA-CE 10
Gigante do Brasil da COHIBRA-CE 10
TALL-PF-CE
Praia do Forte
Anão Vermelho de COHIBRA-CE 10
CRD-CE
Camarões
Anão Verde do Brasil de Propriedade 10
BGD-PI
Picos Particular -Piauí
Anão Verde do Brasil de Propriedade 10
BGD-BA
Ribeira do Pombal Particular - Bahia
Anão Amarelo da EMBRAPA-SE 10
MYD-SE
Malásia
Anão Vermelho da EMBRAPA - SE 10
MRD-SE
Malásia
Anão Verde do México MEXICAN México 10
Anão Verde do Brasil do Propriedade 10
BGD-OLD-PA
Pará Particular - Pará
Anão Verde do Brasil do Propriedade 10
BGD-PA
Pará Particular - Pará
TOTAL 170

Gigante do Brasil de Touros – (Gigante-de-Touros) – As amostras foram


cedidas pela EMPARN (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande
do Norte). Este material tem sido usado pela EMPARN como genitor
masculino de hibridações com o Anão Verde do Brasil de Jiqui.

Anão Verde do Brasil de Souza (BGD-FS-PB) – Esta população foi


estabelecida na década de 1960 pelo DENOCS. O Anão Verde do Brasil
de Souza foi a segunda área de cultivo do perímetro irrigado de Souza e
17

teve um papel importante para o estabelecimento de outras áreas


produtoras de coqueiro em Souza, Paraíba – Brasil.

Anão Verde do Brasil de Figueiredo Souza (BGD-FS-PB) – Esta população


foi estabelecida usando sementes do DENOCS em 1956. O Anão Verde do
Brasil de Figueiredo Souza foi a primeira área de cultivo de coqueiro do
perímetro irrigado de Souza, Paraíba – Brasil. Assim como o BGD de Jiqui,
BGD de Figueiredo Souza produziu sementes de coqueiro Anão Verde
para outras áreas produtoras do Brasil.

Anão Verde do Brasil de Paraipaba (BGD-PA-CE) – Esta população foi


estabelecida no perímetro irrigado de Paraipaba (Ceará – Brasil),
provavelmente, usando sementes procedentes do DENOCS. O BGD de
Paraipaba é usado como genitor feminino do híbrido intervarietal da
COHIBRA.

Anão Vermelho de Gramame (RD-GRAM-CE) – Amostras foram obtidas do


campo de produção da COHIBRA em Amontada-CE, Brasil. As sementes
que originaram este plantio foram provenientes de Gramame, localidade
próxima a João Pessoa - PB, sendo uma das populações mais antigas no
Brasil. Esta população foi considerada distinta do Ecótipo Anão Vermelho
da Malásia na tese de Wadt, 1997.

Anão Amarelo de Gramame (YD-GRAM-CE)– Amostras foram obtidas do


campo de produção da COHIBRA em Amontada-CE, Brasil. As sementes
que originaram este plantio foram provenientes de Gramame, localidade
próxima a João Pessoa - PB, sendo uma das populações mais antigas no
Brasil. Esta população foi considerada distinta do Ecótipo Anão Amarelo da
Malásia na tese de Wadt, 1997.

Híbrido (BGD X CRD – CE) - Híbrido produzido pela empresa COHIBRA


situada no Ceará, Brasil. Este híbrido envolve o Anão Verde do Brasil de
Jiqui e o Anão Vermelho de Camarões. Trata-se do primeiro plantio de
híbrido entre coqueiros anões no Brasil.
18

O Gigante do Brasil da Praia do Forte (Tall-PF-CE) - Foi prospectada e


coletada pela Embrapa em 1983, na Vila Praia do Forte (Bahia, Brasil).
Esta população, atualmente é composta por 100 mil plantas de coqueiro e
está localizada em uma faixa de 14 km ao longo da Costa Norte do Estado
da Bahia, entre os rios Pojuca (121°35'30"S) e Imbassaí (12°30'30"N),
pertencente ao Município de Mata de São João, BA e distante 80 km de
Salvador. Tal população é isolada de qualquer plantio comercial de
coqueiro, principalmente de plantios com as cultivares de coqueiro Anão e
do híbrido intervarietal Anão x Gigante. Em 1987, a Embrapa, representada
por Edmar Ramos de Siqueira, indicou esta população para a COHIBRA. A
COHIBRA coletou as sementes e as implantou em 10 ha na fazenda Santo
Antônio, Município de Amontada, CE. Tal população é utilizada tanto para
produção de frutos secos para uso in natura e agroindustrial, quanto para
fornecimento de pólen empregado nos cruzamentos com as cultivares de
coqueiro Anão, principalmente com o Anão Verde do Brasil de Jiqui
(AVeBrJ).

Anão Vermelho de Camarões (CRD – CE) - Amostras foram obtidas do


campo de produção da COHIBRA em Amontada-CE, Brasil. O Anão
Vermelho de Camarões (AVC) foi introduzido na COHIBRA por Dr. Wilson
Menezes Aragão em torno do ano 2000, sendo as sementes procedentes
da Embrapa. O pólen desse Anão foi usado em 2010 para produzir o
híbrido simples AVeBrJ x AVC com os objetivos de produção e uso da
água de coco e copra, além de reduzir o porte do coqueiro. A partir de
2014, a COHIBRA, provavelmente, vai iniciar a produção comercial de
sementes do híbrido triplo (AVeBrJ x AVC) x GBrPF, atividade inédita no
mundo.

Anão Verde do Brasil de Picos (BGD-PI) – Esta população foi estabelecida


na década de 1950, em uma propriedade particular em Picos, Piauí –
Brasil. Não há registros quanto à procedência das sementes que
originaram este plantio.
19

Anão Verde do Brasil de Ribeira do Pombal (BGD-BA) – Esta população foi


estabelecida na década de 1990, em uma propriedade particular em
Ribeira do Pombal, Bahia – Brasil. As sementes que originaram este
plantio são procedentes da EMBRAPA Tabuleiros Costeiros em Aracaju,
Sergipe – Brasil.

Anão Amarelo da Malásia (MYD-SE) – Esta população foi estabelecida no


campo experimental de Itaporanga (Sergipe - Brasil), mais precisamente,
no Banco Internacional de Coco para América Latina e Caribe, o qual está
sobre a coordenação da EMBRAPA Tabuleiros Costeiros. As sementes
que foram introduzidas no Banco são procedentes da estação experimental
Marc Delore na Costa do Marfim.

Anão Vermelho da Malásia (MRD-SE) - Esta população foi estabelecida no


campo experimental de Itaporanga (Sergipe - Brasil), mais precisamente,
no Banco Internacional de Coco para América Latina e Caribe, o qual está
sobre a coordenação da EMBRAPA Tabuleiros Costeiros. As sementes
que foram introduzidas no Banco são procedentes da estação experimental
Marc Delore na Costa do Marfim.

Anão Verde do México (Mexican) – As amostras foram cedidas pelo Dr.


Oropeza na forma de DNA liofilizado. Estas amostras foram obtidas de
variedades locais do México de coqueiro Anão Verde, cujas sementes são
procedentes da Costa do Marfim.

Anão Verde do Brasil do Pará (BGD-OLD-PA) – Esta população foi


estabelecida na década de 1940 em uma propriedade particular no Pará,
Brasil. As sementes usadas para constituir o plantio são procedentes de
Abaetuba, uma região na qual o coqueiro é produzido desde a colonização
do Brasil. Os frutos desta propriedade serviram de sementes para diversas
áreas de cultivo de coqueiro Anão Verde no Pará.

Anão Verde do Brasil do Pará (BGD-PA) – Esta população foi estabelecida


na década de 1990 em uma propriedade particular no Pará, Brasil. As
20

sementes usadas para constituir o plantio são procedentes de palmeiras da


população BGD-OLD-PA.

4.2. Extração do DNA

Aproximadamente 200 mg de tecido foliar foram macerados manualmente


em cadinhos de porcelana e imersos em nitrogênio líquido; depois, foram
transferidos para tubos de capacidade 1,5 ml (Eppendorf – safe-lock), os quais
foram também submergidos em nitrogênio líquido. O procedimento de extração de
DNA foi efetuado conforme o protocolo “mini-prep” de Doyle e Doyle (1990),
contendo as alterações descritas a seguir.
Aos tubos contendo tecido vegetal macerado, foram adicionados 800µl do
tampão de extração pré-aquecido contendo 1% CTAB (brometo de cetil-
trimetilamônio), 1,4M de NaCl (fabricante: Sigma), 20mM de EDTA (ácido
etilenodiamino tetra-acético), 100mM Tris-HCl (pH 8,0), 1% PVP
(polivinilpirrolidona) e 0,1% de 2-mercaptoethanol, sendo que os tubos foram
incubados a 65ºC entre 30 e 40 minutos no aparelho de banho-maria B.4E da
Temp-Therm e, posteriormente, agitados suavemente a cada 10 minutos.
A posteriori, os tubos foram centrifugados a 14000rpm por 5 minutos em
uma centrífuga Eppendorf (centrifuge 5415D). O sobrenadante (600µl) foi
transferido para novos tubos, quando foi adicionado igual volume de clorofórmio,
álcool isoamílico (24:1) foi adicionado a cada tubo, sendo os tubos continuamente
invertidos até que seu conteúdo se tornasse túrbido.
Após a centrifugação por 5 minutos a 14000rpm, ao sobrenadante foi
acrescido igual volume de clorofórmio: álcool isoamílico (24:1). Depois de uma
nova centrifugação, o sobrenadante foi transferido para novos tubos e, então se
adicionou isopropanol gelado e, posteriormente, os tubos foram agitados com
suaves inversões, sendo depois colocados no Biofreezer (Nuaire: –85ºC ultralow
freezer) por cerca de 30 minutos.
Em sequência, foi realizada uma centrifugação a 14000rpm por 10
minutos, obtendo-se um pellet, que foi lavado duas vezes com 200µl de etanol
70%, e uma vez com 200µl de etanol 95%. Em seguida, este pellet contido no
tubo foi seco com auxílio de uma placa aquecedora (Boekel 110002), por 15 a 20
minutos, para a evaporação do álcool utilizado na lavagem.
21

É importante ressaltar que há a possibilidade de que essa etapa de


secagem seja feita à temperatura ambiente, o que demandaria mais tempo. Com
o fim dessa etapa, o pellet foi ressuspenso em 200µl de solução Tris-EDTA
(10mM tris-HCl, 1mM EDTA, pH 8,0) e incubado com RNAse (fabricante:
Invitrogen) em uma concentração final de 40µg/ml a 37ºC por 30 minutos,
também no aparelho de banho-maria.
Depois disso, foram adicionados 20µl de NaCl 5M e 140µl de isopropanol
gelado, cuja mistura foi incubada no Biofreezer por mais 30 minutos. Por fim, o
conteúdo dos tubos foi centrifugado a 14000rpm por 10 minutos, sendo
desidratado novamente como previamente descrito e, finalmente, o pellet foi
ressuspenso em 200µl de água ultrapura.
As concentrações de DNA nas amostras foram estimadas por meio de
equipamento de espectrofotometria (NanoDrop 2000C – Thermo Scientific) e,
posteriormente, padronizadas na concentração de 5ng.µl-1 mediante cálculos
com base nas leituras feitas no supracitado equipamento.

4.3. Análise molecular via SSR (Sequências Simples Repetidas)

Os procedimentos estão descritos de acordo com a metodologia sugerida


por Baudouin (2009) com algumas modificações.

4.3.1. Preparo da amostra para Reação da Polimerase em Cadeia (PCR)

As reações de amplificação de DNA foram realizadas conforme Baudouin


(2009), num volume final de 20 µl contendo os reagentes nas seguintes
concentrações: 2,50 L de Tampão 10X (500 mM (NH4)2SO4, 100mM Tris-HCl pH
8,4, 1% de Triton X-100), 1,6 L de 25 mM MgCl2 , 2,0 L de 0,2 mM dNTPs, 1,6
L de 0,5 mM de primer, 0,20 U de Taq DNA polimerase Biotools e 2 L de DNA
genômico, completando o volume final com água ultrapura (10,1 L).
As reações foram efetuadas no termociclador GeneAmp – PCR System
9700 (PE Applied Biosystems), com o seguinte programa: um ciclo de
desnaturação inicial a 94ºC por 5 minutos, seguido de 35 ciclos de amplificação a
94ºC por 30 segundos (desnaturação), 1 minuto (anelamento) a 51ºC, 1 minuto
(extensão) a 72ºC e uma extensão final a 72ºC por 30 minutos (Baudouin, 2009).
22

Ao todo, realizaram-se reações de amplificação envolvendo 17 primers


SSR distintos, os quais foram extraídos de Baudouin (2009). A Tabela 2
apresenta a sequência dos primers a serem utilizados nas supracitadas reações
de amplificação.

Tabela 2. Sequências e Temperatura de Anelamento de Primers SSR para Coco.

Nomenclatura
Internacional Sequências dos Primers
F: AATCTAAATCTACGAAAGCA
CinCirA3
R: AATAATGTAAAAAGCAAAG
F:AATGTTTGTGTCTTTGTGCGTGTGT
CinCirA9
R:TCCTTATTTTTCTTCCCCTTCCTCA
F: GAGTGTGTGAGCCAGCAT
CinCirB6
R: ATTGTTCACAGTCCTTCCA
F: GCTCTTCAGTCTTTCTCAA
CinCirB12
R: CTGTATGCCAATTTTTCTA
F: AGAAAGCTGAGAGGGAGATT
CinCirC3’
R: GTGGGGCATGAAAAGTAAC
F: ATAGCATATGGTTTTCCT
CinCirC7
R: TGCTCCAGCGTTCATCTA
F: ATACCACAGGCTAACAT
CinCirC12
R:AACCAGAGACATTTGAA
F: TCGCTGATGAATGCTTGCT
CinCirE2
R: GGGGCTGAGGGATAAACC
F: TTGGGTTCCATTTCTTCTCTCATC
CinCirE10
R: GCTCTTTAGGGTTCGCTTTCTTAG
F: TCACGCAAAAGATAAAACC
CinCirE12
R: ATGGAGATGGAAAGAAAGG
F: GGTCTCCTCTCCCTCCTTATCTA
CinCirF2
R: CGACGACCCAAAACTGAACAC
F: AATATCTCCAAAAATCATCGAAAG
CinCirG11
R: TCATCCCACACCCTCCTCT
F: TTAGATCTCCTCCCAAAG
CinCirH4’
R: ATCGAAAGAACAGTCACG
F: GAGATGGCATAACACCTA
CinCirH7
R: TGCTGAAGCAAAAGAGTA
F: TCATTCAGAGGACAAAAGTT
CinCirH11
R: TAAAAATTCATAAAGGTAAAA
F: ACCAACAAAGCCAGAGC
CinCirC5
R: GCAGCCACTACCTAAAAAG
F: CTTGATTGCTATCTCAAATGG
CNZ40
R: CTGAGACCAAATACCATGTGT
-----

4.3.2. Eletroforese

Os fragmentos de DNA amplificados foram separados em gel de agarose


de alta resolução concentrado a 4% por um sistema eletroforese horizontal. Os
produtos da PCR, antes de serem submetidos à eletroforese, foram corados com
uma solução de Blue Juice e Gel Red. Após esta etapa, foram geradas matrizes
23

de dados construídas mediante o score das bandas observadas nas imagens dos
géis.

4.4. Análise dos dados

4.4.1. Distância Genética

Foi realizada, no programa GenAlEx (Peakall e Smouse, 2012), a análise


da distância genética entre e dentro de populações utilizando a matriz de score de
marcas. Esta análise gera uma matriz com valores de distância genética entre os
genótipos, de acordo com a Distância genética de Nei, a qual foi transformada
para servir de dados de entrada para os programas que promovem as análises de
agrupamento, molecular de variância e de coordenadas principais (Peakall e
Smouse, 2012).

4.4.2. Análise Molecular de Variância (AMOVA)

A AMOVA foi promovida pelo programa GenAlEx (Peakall e Smouse,


2012), utilizando, como dados de entrada, a planilha de dados do score das
marcas observadas nas imagens de gel, geradas pelo sistema de eletroforese já
mencionado. Como resultado desta análise, obtém-se uma estimativa da
ocorrência de variância entre e dentro das populações em estudo, totalizando dois
níveis hierárquicos (Kumar et al., 2009; Garayalde et al., 2011).

4.4.3. Análise de Agrupamento

Para as análises de agrupamento feitas por meio das matrizes de


distância genética, obtidas do programa GenAlEx (Peakall e Smouse, 2012), foi
utilizado o programa MEGA versão 5 (Tamura et al., 2011).
O agrupamento dos genótipos foi promovido pelo método de UPGMA
(Unweighted Pair Group Method with Arithmetic Means). Este método tem como
objetivo reunir os genótipos analisados em grupos homogêneos, de tal forma que
seja minimizada a variação dentro, e maximizada a variância entre os grupos.
Essa análise facilita a avaliação da distância genética, principalmente quando o
24

número de indivíduos envolvidos no estudo é relativamente grande (Amaral Júnior


et al., 2010).

4.4.4. Análise de Coordenadas Principais (PCoA)

Esta análise utiliza a matriz de distâncias genéticas para produzir um


gráfico de coordenadas no qual os acessos ou populações estão representados
por pontos no plano cartesiano (Gower, 1966). Assim como as análises de
agrupamento, esta análise permite visualizar o nível de diversidade genética dos
acessos avaliados.

4.4.5. Análise Descritiva

A análise pelo programa GenAlEx proporcionou a estimação de


parâmetros, possibilitando a realização de inferências mais acuradas sobre a
diversidade das populações avaliadas. São elas: número de alelos, número de
alelos efetivos, Índice de Shannon, Homozigosidade observada e esperada,
Heterozigosidade observada e esperada, Porcentagem de loci polimórficos dentro
de populações, Índice de fixação e fluxo gênico (Peakall e Smouse, 2012).
25

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme será visto a seguir, os resultados deste trabalho foram


subdivididos, a fim de permitir maior aprofundamento nas análises pretendidas
para cada situação. Em um primeiro momento, será delineado um perfil da
diversidade genética do coqueiro no Brasil e, portanto, serão representadas
algumas das mais importantes populações de coqueiro do país. Em um segundo
momento, o enfoque será dado às populações de coqueiro Anão Verde do Brasil
(AVB), com o intuito de possibilitar a recomendação e a seleção de parentais
promissores para futuras hibridações AVBXAVB, visando à maior produtividade e
qualidade de água.

5.1. Aplicação de microssatélites para análise molecular da diversidade


genética de populações de coqueiro (Cocos nucifera L.) provenientes de
diferentes regiões produtoras no Brasil.

Um total de 15, dentre os 17 primers microssatélites testados, mostrou-se


efetivo. Os loci efetivos foram CnCirA9, CnCirB6, CnCirB12, CnCirC3’, CnCirC7,
CnCirC12, CnCirE2, CnCirE10, CnCirE12, CnCirF2, CnCirG11, CnCirH4’,
CnCirH7, CnCirH11 e CnCirC5, os quais geraram 39 alelos, apresentando uma
média de 2.60 alelos por locus. Dentre os loci analisados, dois foram
monomórficos (CnCirE10 e CnCirH7), enquanto os 13 restantes mostraram-se
26

polimórficos. O número de alelos efetivos (Ne) variou de 0.941 (locus CnCirH7) a


1.713 (CnCirC12), apresentando uma média igual a 1.198 (Tabela 3).
No que diz respeito à Heterozigosidade esperada ou diversidade genética
(He), o locus CnCirC12 apresentou o maior valor dentre os demais (He = 0,412),
enquanto, os loci CnCirE10, CnCirF2 e CnCirH7 apresentaram o menor valor de
He (He = 0). O valor médio de diversidade genética esperado que foi observado
equivaleu a 0.125 (Tabela 3).

Tabela 3. Locus, tamanho do alelo, número de alelos


(Na), número de alelos efetivos por locus (Ne) e
diversidade genética (He).

Locus Tamanho do Alelo (bp) Na Ne He


CnCirA9 100-150 2 1.067 0.036
CnCirB6 175-225 3 1.228 0.191
CnCirB12 175-225 3 1.265 0.155
CnCirC3’ 175-250 4 1.495 0.306
CnCirC7 200-225 2 1.329 0.170
CnCirC12 175-225 3 1.713 0.412
CnCirE2 125-175 3 1.372 0.221
CnCirE10 300 1 1.000 0.000
CnCirE12 190-210 3 1.149 0.089
CnCirF2 180-250 2 1.000 0.000
CnCirG11 200-250 2 1.084 0.051
CnCirH4’ 250-300 3 1.144 0.079
CnCirH7 160 1 0.941 0.000
CnCirH11 170-300 4 1.070 0.116
CnCirC5 100-150 3 1.108 0.056
Total - 39 - -
Média - 2.60 1.198 0.125

Em adição, a Heterozigosidade esperada ou diversidade genética (He), o


Índice de Shannon (I) e a Porcentagem de loci polimórficos em populações (%P)
foram estimados para todas as populações avaliadas (Tabela 4).
27

Tabela 4. Diversidade Genética (He), Índice de Shannon


(I) e Porcentagem de loci polimórficos em populações
(%P) de cada população de coqueiro avaliada.

Populações He I %P
BGD-SOUZA-PB 0.061 0.087 13.33
BGD-FS-PB 0.097 0.136 20.00
BGD-PA-CE 0.124 0.196 26.67
RD-GRAM-CE 0.125 0.189 33.33
YD-GRAM-CE 0.104 0.164 33.33
BGDXCRD-CE 0.185 0.282 46.67
Tall-PF-CE 0.159 0.236 33.33
CRD-CE 0.108 0.157 26.67
BGD-PI 0.241 0.351 53.33
BGD-BA 0.052 0.082 20.00
MYD-SE 0.033 0.046 6.67
MRD-SE 0.128 0.180 26.67
Mexican 0.173 0.255 46.67
BGD-OLD-PA 0.096 0.156 40.00
BGD-PA 0.275 0.405 60.00
BGD-Jiqui-RN 0.074 0.108 20.00
Gigante-de-Touros 0.097 0.136 20.00
MÉDIA 0.125 0.186 30.98

A diversidade genética variou de 0.033 (MYD-SE) a 0.275 (BGD-PA) com


uma média de 0.125, indicando uma baixa diversidade genética. O Índice de
Shannon, que também é uma estimativa de diversidade, variou de 0.046 (MYD-
SE) a 0.405 (BGD-PA), com uma média de 0.186, indicando baixa diversidade
genética dos acessos. Por fim, em contraponto, a porcentagem de loci
polimórficos em populações variou de 6.67% (MYD-SE) a 60.0% (BGD-PA), com
uma média 30.98%, indicando que coexistem populações com baixo nível de
diversidade e outras com nível moderado de diversidade.
O híbrido de Anão Verde do Brasil de Jiqui (AVeBrJ) x Anão Vermelho de
Camarões (AVC) apresenta um nível de diversidade genética (He = 0.185) inferior
ao observado para as populações de Anão Verde do Brasil do Pará (AVeBrPa)
(He = 0.275) e Anão Verde do Brasil de Picos (AVeBrPi) (He = 0.241). Ao analisar
os dados, apresentados na Tabela 4, quanto à Heterozigosidade esperada ou
diversidade genética (He), para as populações Anão Verde do Brasil de Jiqui e
Anão Vermelho de Camarões, bem como os valores do Índice de Shannon (I) e a
Porcentagem de polimorfismo (%P), percebe-se que uma combinação híbrida
28

dessas populações não deve ser interessante por tender a expressar baixa
heterose, pela baixa heterozigosidade dos pais. Portanto, com base nesta
prerrogativa, é possível afirmar que outras combinações híbridas, tais como,
AVeBrJ x AVeBrPa, AVeBrJ x AVeBrPi e AVeBrPa x AVeBrPi ou AVeBrPi x
AVeBrPa, apresentem índices favoráveis para suscitar combinações híbridas de
performance superior à da AVeBrJ x AVC.
Quanto aos genótipos procedentes do México, é possível destacar um
nível médio de diversidade genética percebido tanto por meio dos valores médios
do Índice de Shannon (I = 0,255) e Heterozigosidade esperada (He = 0.173)
quanto mediante o valor médio da porcentagem de loci polimórficos em população
(%P = 46,67).
Em acréscimo, os resultados deste estudo em relação ao valor médio de
diversidade genética do coqueiro Anão (0.128) corroboram as informações
reportadas por estudos prévios que também usaram microssatélites, por exemplo,
o valor médio de 0.348 observado por Perera et al. (2000), o valor médio de 0.374
encontrado por Perera et al. (2003), o valor médio de 0.222 descrito por Meerow
et al. (2003), o valor médio 0.198 detectado por Nöel et al. (2007), o valor médio
de 0.04 apresentado por Rajesh et al. (2008), o valor médio de 0.21 reportado por
Dasanayaka et al. (2009) e o valor médio de 0.218 notado por Nöel et al. (2011).
O alvo principal deste estudo não era traçar um perfil da diversidade
genética dos coqueiros gigantes do Brasil. Portanto, uma menor
representatividade de acessos de coqueiro Gigante neste estudo implicou valores
de He e I baixos e próximos aos valores observados nas demais populações
avaliadas.
Todavia, o que se espera é que, com uma amostragem mais
representativa, seja possível perceber maiores valores de He e I para as
populações de coqueiro Gigante em detrimento dos valores mais baixos
observados nas populações de coqueiro Anão. Esta tendência pode ser
observada nos seguintes trabalhos que também usaram marcadores
microssatélites: Perera et al., 1999, 2000; Rivera et al., 1999; Teulat et al., 2000;
Meerow et al., 2003; e Perera et al., 2003.
O sistema de cruzamento de populações de coqueiro reforça as
informações apresentadas acima. Coqueiros gigantes são predominantemente
alógamos, enquanto anões são predominantemente autógamos (Liyanage, 1949).
29

A endogamia predominante apresentada pelos coqueiros anões (Harries, 1978)


os conduziu a baixos níveis de heterozigosidade quando comparados aos das
populações de Gigante. Consequentemente, baixa heterozigosidade é
relacionada a baixo nível de diversidade genética.
Apesar da baixa diversidade genética apontada pelos índices de
diversidade genética (He e I), outras análises, tais como, as análises de F-
statistics, variância molecular (AMOVA), Agrupamento e Coordenadas Principais
(PCoA), que indicam o oposto. Ou seja, estas análises indicam um nível
considerável de diversidade genética nas populações de coqueiro avaliadas neste
estudo. A seguir, serão apresentados e discutidos os resultados das análises
supracitadas.
Quanto aos Índices pareados de diferença genética (FST), também
chamados índices de fixação (Rajesh et al., 2008), de acordo com Nöel et al.
(2011), correspondem a uma estimativa de diferenciação entre e dentro de
populações, e variaram de 0.378 a 1.0, com uma média de 0.685. Tais resultados
refletem um nível moderado de diferenciação entre os acessos/populações
(Tabela 5).
Conforme Hernan (2009), os valores de Fst podem variar de 0 (não
diferenciação) a 1 (completa diferenciação) entre um grupo específico e os
subgrupos derivados dele. Nöel et al. (2011) concluíram que, quando os valores
de Fst são maiores do que 0, é o suficiente para considerar os acessos como
diferentes. Portanto, de acordo com o valor médio de FST de 0.42 reportado por
Rajesh et al. (2008) e o valor médio de 0.463 obtido por Nöel et al. (2011), os
acessos avaliados, no presente estudo, podem ser considerados geneticamente
diferentes de um nível elevado (FST = 0.685) e, consequentemente, tal informação
aponta a ocorrência de ampla diversidade genética entre eles.
Em relação ao valor médio de fluxo gênico (Nm) apresentado pelo
presente estudo (0.135), este é menor do que o valor médio encontrado por
Rajesh et al. (2008) (Nm= 0.37). Assim, diferente das conclusões de Rajesh et al.
(2008) acerca do valor de fluxo gênico e de sua ação colaborativa para a
diferenciação gênica (Fst), o valor médio apresentado aqui (0.135) não pode ser
considerado significante para promover a divergência das populações. Todavia,
os valores médios de Nm apresentado pelos loci CnCirA9 e CnCirC12
(respectivamente, 0.328 e 0.411) indicam, assim como no estudo de Rajesh et al.
30

(2008), uma moderada contribuição do Fluxo Gênico para a diferenciação gênica


e, consequentemente, para a diversidade genética dos acessos avaliados.

Tabela 5. F-statistics (Wright, 1951): F-statistics (Wright, 1951):


coeficiente de endogamia ou índice de diferenciação entre indivíduos
de uma população/subpopulação (FIS), grau de diferenciação genética
entre e dentro das populações e a diferenciação total (FIT), grau de
diferenciação total entre indivíduos ou subpopulações (FST) e Fluxo
Gênico (Nm) para os 15 loci de microssatélites.

Locus FIS FIT FST Fluxo gênico


(Nm)
CnCirA9 -0.823 -0.034 0.433 0.328
CnCirB6 0.935 0.978 0.666 0.125
CnCirB12 0.952 0.983 0.635 0.144
CnCirC3’ 0.540 0.806 0.579 0.182
CnCirC7 1.000 1.000 0.527 0.224
CnCirC12 -0.928 -0.199 0.378 0.411
CnCirE2 0.688 0.862 0.558 0.198
CnCirE10 - - - -
CnCirE12 -0.261 0.503 0.606 0.162
CnCirF2 - 1.000 1.000 -
CnCirG11 0.871 0.976 0.811 0.058
CnCirH4’ 1.000 1.000 0.817 0.056
CnCirH7 - 1.000 1.000 -
CnCirH11 0.808 0.970 0.845 0.046
CnCirC5 0.186 0.786 0.738 0.089
Média 0.414 0.759 0.685 0.135

Além disso, a Análise de Variância Molecular (AMOVA) mostrou que a


variação genética foi distribuída próximo da equalidade, apresentando 41% de
variância entre as populações, e 59% de variância dentro de populações. Isto
significa que há diversidade genética em nível significativo tanto dentro quanto
entre as populações avaliadas. Esta tendência também foi descrita por Perera et
al. (1998), Perera et al. (2001) e Nöel et al. (2011), enquanto estudavam a
diversidade genética de populações de coqueiro.
O dendrograma (Figura 1) apresenta cinco grupos, os quais foram
formados obedecendo ao nível de relacionamento genético e de proximidade
geográfica entre os acessos. Estudos anteriores reportaram esta mesma
31

tendência de agrupamento (Perera et al., 2003; Nöel et al., 2007; Dasanayaka et


al., 2009).

Fig.1 – Dendrograma apresentando o agrupamento das populações de coqueiro


pelo método UPGMA.

Em relação às tendências ao agrupamento apresentadas acima, percebe-


se que algumas populações de anões aparecem agrupadas com populações de
Gigante, assim como anões, ainda que de frutos de cores distintas, apresentam-
se agrupados. Uma justificativa para os comportamentos dos grupos
apresentados no dendrograma deste estudo pode ser encontrada nos trabalhos
de Perera et al. (2000) e Gunn et al. (2011).
Perera et al. (2000) afirmam que os coqueiros anões possivelmente
evoluíram, durante um longo período de domesticação de uma pequena
população de coqueiros gigantes, o que indica que este evento pode ser a razão
não somente para os baixos níveis de diversidade genética em anões, bem como
para o relacionamento genético entre acessos de origens e fenótipos distintos.
Gunn et al. (2011) afirmam que os coqueiros introduzidos na América
Latina ao longo do tempo, em especial no Brasil, consistem de acessos do Grupo
Indo-Atlântico, bem como acessos que sofreram alguma mistura gênica dos dois
32

grupos (Indo-Atlântico e Pacífico). Entretanto, considerando a diversidade


genética dos acessos de coqueiro inicialmente introduzidos no Brasil, pode-se
perceber que há uma tendência a menores níveis de diversidade genética do que
em outras regiões a que são atribuídas o status de centros de origem do coqueiro,
sobretudo, no Sudeste Asiático. Isto implica uma menor distância genética entre
os acessos de coqueiro do Brasil e, consequentemente, um maior nível de
relacionamento genético.
Portanto, a possível origem dos anões a partir de um pequeno grupo de
gigantes, conforme apontado por Perera et al. (2000), juntamente com os
resultados do trabalho de Gunn et al. (2011), tornam plausível o agrupamento de
gigantes e anões, bem como o agrupamento de coqueiros com diferentes cores
de frutos, principalmente em se tratando de germoplasma do coqueiro do Brasil.
A Análise de Coordenadas Principais corroboram os dados apresentados
no dendrograma e exibe graficamente as populações distribuídas, de acordo com
o relacionamento genético e a proximidade geográfica (Figura 2). Meerow et al.
(2003) e Dasanayaka et al. (2009) também reportaram resultados similares
enquanto estudavam a diversidade genética de coqueiros usando microssatélites.

Fig. 2 – Gráfico Cartesiano resultante da Análise de Coordenadas Principais


envolvendo todas as populações de coqueiro em estudo.
33

5.2. Aplicação de microssatélites para análise molecular da diversidade


genética de populações de coqueiro Anão Verde do Brasil (Cocos nucifera
L. var. nana).

Um total de 15, dentre os 17 primers microssatélites testados, mostrou-se


efetivo. Os loci efetivos foram CnCirA9, CnCirB6, CnCirB12, CnCirC3’, CnCirC7,
CnCirC12, CnCirE2, CnCirE10, CnCirE12, CnCirF2, CnCirG11, CnCirH4’,
CnCirH7, CnCirH11 e CnCirC5, os quais foram responsáveis por gerar 34 alelos
no total, apresentando uma média de 2.267 alelos por locus. Foram detectados
três loci monomórficos, a saber: CnCirE10, CnCirH7 e CnCirC5. Em contrapartida,
os loci detectados como os mais polimórficos foram: CnCirB12, CnCirC3’,
CnCirC12, CnCirE2, CnCirE12, CnCirH4’, CnCirH11 (cada um com três alelos); e
o locus menos polimórfico foi o CnCirF2, o qual apresentou dois alelos, sendo que
um desses esteve presente em todas as populações, exceto na população BGD-
Jiqui, que apresentou um alelo completamente distinto das demais populações.
Em relação à diversidade genética (He), o locus que apresentou o maior valor foi
CnCirC12 (média = 0.5); e o valor mais baixo foi exibido pelos loci CnCirE10,
CnCirF2, CnCirH7 e CnCirC5 (He = 0). O número de alelos efetivos variou de 1.0
(CnCirE10, CnCirF2, CnCirH7 e CnCirC5) a 2.015 (CnCirC12), com um valor
médio de 1.215 (Tabela 6).
Em acréscimo, a Heterozigosidade esperada ou diversidade genética
(He), Índice de Shannon (I) e Porcentagem de loci polimórficos em população
(%P) foram estimados para todas as populações avaliadas (Tabela 7).
A diversidade genética variou de 0.052 (BGD-BA) a 0.275 (BGD-PA) com
uma média de 0.128, indicando uma baixa diversidade genética. O Índice de
Shannon, o qual também é uma estimativa de diversidade, variou de 0.082 (BGD-
BA) a 0.405 (BGD-PA) com uma media de 0.190, indicando baixa diversidade
genética dos acessos. Por fim, em contraponto, a porcentagem de loci
polimórficos em populações variou de 13.33 % (BGD-SOUZA-PB) a 60.0% (BGD-
PA) com uma média de 31.67%, indicando que coexistem populações com baixo
nível de diversidade e outras com nível moderado de diversidade.
34

Tabela 6. Locus, tamanho do alelo, número de alelos


(Na), número de alelos efetivos por locus (Ne) e
diversidade genética (He).

Locus Tamanho do Alelo (pb) Na Ne He


CnCirA9 100-150 2 1.017 0.015
CnCirB6 200-225 2 1.118 0.138
CnCirB12 175-225 3 1.277 0.171
CnCirC3’ 175-225 3 1.261 0.224
CnCirC7 200-225 2 1.247 0.124
CnCirC12 175-225 3 2.015 0.500
CnCirE2 125-175 3 1.472 0.276
CnCirE10 300 1 1.000 0.000
CnCirE12 190-210 3 1.242 0.135
CnCirF2 180-250 2 1.000 0.000
CnCirG11 200-250 2 1.130 0.073
CnCirH4’ 250-300 3 1.216 0.115
CnCirH7 160 1 1.000 0.000
CnCirH11 200-300 3 1.233 0.143
CnCirC5 150 1 1.000 0.000
Total - 34 - -
Média - 2.267 1.215 0.128

Tabela 7. Diversidade Genética (He), Índice de Shannon


(I) e Porcentagem de loci polimórficos em populações
(%P) de cada população de coqueiro Anão Verde do
Brasil (AVB ou BGD).

Acessos He I %P
BGD-SOUZA-PB 0.061 0.087 13.33
BGD-FS-PB 0.097 0.136 20.00
BGD-PA-CE 0.124 0.196 26.67
BGD-PI 0.241 0.351 53.33
BGD-BA 0.052 0.082 20.00
BGD-OLD-PA 0.096 0.156 40.00
BGD-PA 0.275 0.405 60.00
BGD-Jiqui-RN 0.074 0.108 20.00
MÉDIA 0.128 0.190 31.67

Nos últimos anos, a aplicação de microssatélites, em estudos de


diversidade genética, indicou baixos valores de Heterozigosidade esperada ou
diversidade genética (He) para populações de coqueiro Anão em comparação
35

com populações de Gigante. Os resultados deste estudo, em relação ao valor


médio de diversidade genética do coqueiro Anão (0.128), corroboram as
informações reportadas por estudos prévios que também usaram microssatélites,
a saber, o valor médio de 0.348 observado por Perera et al. (2000), o valor médio
de 0.374 encontrado por Perera et al. (2003), o valor médio de 0.222 descrito por
Meerow et al. (2003), o valor médio 0.198 detectado por Nöel et al. (2007), o valor
médio de 0.04 apresentado por Rajesh et al. (2008), o valor médio de 0.21
reportado por Dasanayaka et al. (2009) e o valor médio de 0.218 notado por Nöel
et al. (2011).
O sistema de cruzamento de populações de coqueiro Anão reforça as
informações apresentadas acima. A endogamia predominante apresentada pelos
coqueiros anões (Harries, 1978) os conduziu a baixos níveis de heterozigosidade
quando comparados aos das populações de Gigante. Consequentemente, baixa
heterozigosidade é relacionada a baixo nível de diversidade genética.
Apesar da baixa diversidade genética observada quanto aos valores de
heterozigosidade esperada, os índices da estatística F, o fluxo gênico, a Análise
de Coordenadas Principais (PCoA) e a Análise de agrupamento indicaram
moderada diversidade genética entre os acessos.
Os índices pareados de diferença genética (FST), também chamados
índices de fixação (Rajesh et al., 2008), de acordo com Nöel et al. (2011),
correspondem a uma estimativa de diferenciação entre e dentro de populações, e
variaram de 0.055 a 1.0, com uma média de 0.522. Tais resultados refletem um
nível moderado de diferenciação das populações (Tabela 8).
Conforme Hernan (2009), os valores de Fst podem variar de 0 (não
diferenciação) a 1 (completa diferenciação) entre um grupo específico e os
subgrupos derivados dele. Nöel et al. (2011) concluem que, quando os valores de
Fst são maiores do que 0, é o suficiente para considerar os acessos como
diferentes. Portanto, de acordo com o valor médio de F ST de 0.42, reportado por
Rajesh et al. (2008), e o valor médio de 0.463, obtido por Nöel et al. (2011), os
acessos avaliados no presente estudo podem ser considerados geneticamente
diferentes de um nível moderado a elevado e, consequentemente, tal informação
destaca a ocorrência de diversidade genética entre eles.
36

Tabela 8. F-statistics (Wright, 1951): coeficiente de endogamia ou


índice de diferenciação entre indivíduos de uma
população/subpopulação (FIS), grau de diferenciação genética entre e
dentro das populações e a diferenciação total (FIT), grau de
diferenciação total entre indivíduos ou subpopulações (FST) e Fluxo
Gênico (Nm) para os 15 loci de microssatélites.

Locus FIS FIT FST Fluxo gênico (Nm)


CnCirA9 -0.067 -0.008 0.055 4.286
CnCirB6 1.000 1.000 0.677 0.119
CnCirB12 1.000 1.000 0.199 1.007
CnCirC3’ 0.604 0.876 0.688 0.113
CnCirC7 1.000 1.000 0.403 0.370
CnCirC12 -0.874 -0.586 0.154 1.377
CnCirE2 1.000 1.000 0.469 0.283
CnCirE10 - - - -
CnCirE12 -0.655 -0.092 0.340 0.485
CnCirF2 - 1.000 1.000 0
CnCirG11 0.810 0.968 0.831 0.051
CnCirH4’ 1.000 1.000 0.683 0.116
CnCirH7 - - - -
CnCirH11 1.000 1.000 0.767 0.076
CnCirC5 - - - -
Média 0.529 0.680 0.522 0.552

Em adição, o valor médio de fluxo gênico (Nm), apresentado pelo


presente estudo (0.552), é maior do que o valor médio encontrado por Rajesh et
al. (2008) (Nm= 0.37). Assim, diferentemente das conclusões de Rajesh et al.
(2008) acerca do valor de fluxo gênico e sua ação colaborativa para a
diferenciação gênica (Fst), o valor médio apresentado neste trabalho (0.552) pode
ser considerado suficiente para significante divergência das populações. Tal valor
de fluxo gênico é plausível se considerarmos o fato de que os coqueiros anões
são aptos a realizarem polinização cruzada (Whitehead, 1965).
Além disso, a Análise de Variância Molecular (AMOVA) mostrou que a
variação genética foi distribuída próximo da equalidade, apresentando 38% de
variância entre populações e 62% de variância dentro de populações. Este
comportamento também foi apresentado por Perera et al. (1998), Perera et al.
(2001) e Nöel et al. (2011).
O dendrograma (Figura 3) apresenta quatro grupos, os quais foram
formados obedecendo ao nível de relacionamento genético e de proximidade
geográfica entre acessos. Estudos anteriores reportaram esta mesma tendência
37

de agrupamento. Em relação ao agrupamento quanto ao relacionamento genético


entre os acessos, conforme apresentado anteriormente, Perera et al. (2000)
afirmam que os coqueiros anões possivelmente evoluíram durante um longo
período de domesticação de uma pequena população de coqueiros gigantes, e
apontam que esta pode ser a razão dos baixos níveis de diversidade genética
observados em anões e seu decorrente nível de relacionamento genético.

Fig.3 – Dendrograma apresentando o agrupamento das Populações de


coqueiro Anão Verde do Brasil pelo método UPGMA.

Além disso, no que diz respeito à proximidade geográfica, o dendrograma


exibe as populações oriundas do extremo nordeste brasileiro (BGD-FS-PB, BGD-
SOUZA-PB, BGD-PA-CE, BGD-PI e BGD-BA), agrupando-as, assim como as
populações do norte do Brasil (BGD-OLD-PA and BGD-PA); por fim, a população
BGD-JIQUI agrupou-se separadamente de todas as demais populações em
estudo, isto porque esta população é tida como derivada do germoplasma de
coqueiro Anão Verde originalmente introduzido no Brasil na década de 1920
(Ribeiro et al., 2010). Anteriormente, alguns estudos também reportaram a
tendência de agrupamento de acessos de coqueiro Anão de acordo com a
proximidade geográfica (Perera et al., 2003; Nöel et al., 2007; Dasanayaka et al.,
2009).
A Análise de Coordenadas Principais corroboram os dados apresentados
no dendrograma, e exibe graficamente as populações distribuídas de acordo com
o relacionamento genético e à proximidade geográfica (Figura 4). Meerow et al.
38

(2003) e Dasanayaka et al. (2009) também reportaram resultados similares,


enquanto estudavam a diversidade genética de coqueiros anões usando
microssatélites.

Fig. 4 - Gráfico Cartesiano resultante da Análise de Coordenadas Principais


envolvendo todas as populações de coqueiro em estudo.

Portanto, é importante perceber que as Análises de Agrupamento e


PCoA, bem como as Análises de Variância Molecular e Fst,.indicam que há uma
significativa diversidade genética entre e dentro das populações de Anão Verde
do Brasil (AVB ou BGD).
Em adição, este trabalho permite indicar, com base nos valores
apresentados pelos diferentes índices genéticos (He, I e %P) e nas demais
análises (FST, PCoA e Agrupamento), as seguintes populações como potenciais
parentais para futuras hibridações: Anão Verde do Brasil do Pará e Anão Verde
do Brasil de Picos. Ainda sugere que um híbrido, resultante do cruzamento entre
indivíduos dessas duas populações, pode apresentar uma performance tão ou
mais promissora do que em hibridações onde o AVeBrJ é usado como receptor
de pólen.
Todavia, ressalta-se que estudos envolvendo a tomada de dados sobre
caracteres agronômicos destas populações devem ser conduzidos para que
possa ser testado em que nível os dados moleculares de diversidade corroboram
39

os dados de campo, sobretudo, no que tange à produção e à qualidade dos frutos


produzidos.
Somente, após esta análise comparada de dados será possível
recomendar com precisão materiais genéticos para serem genitores em
combinações híbridas Anão Verde x Anão.
40

6. CONCLUSÃO

Com este trabalho, foi possível delinear um perfil da diversidade genética


de acessos de coqueiro pertencentes a distintas variedades e oriundos de
diversas regiões produtoras do Brasil.
A maior porção da diversidade genética é encontrada dentro das
populações per se e, principalmente, a maior parte da diversidade compreende as
populações de coqueiro Anão Verde do Brasil (AVB ou a sigla internacional BGD),
com destaque para as populações BGD-PA (Anão Verde do Brasil do Pará) e
BGD-PI (Anão Verde do Brasil de Picos-PI).
Há anos tem sido discutido se existe diversidade genética entre e dentro
de populações de coqueiro Anão Verde do Brasil (AVB). Como nunca antes, fez-
se um levantamento da diversidade genética de tantas amostras de populações
de AVB.
Previamente a este estudo, alguns dados não publicados indicavam que o
AVB não possuía significativa diversidade genética, tanto devido ao seu
comportamento reprodutivo quanto à origem deste germoplasma e à forma de sua
introdução no Brasil. Entretanto, apesar de todas as expectativas, este estudo
vem apresentar evidências de que existe diversidade genética em nível
significativo, a ponto de possibilitar, em combinação com dados agronômicos, a
seleção de indivíduos ou populações a serem usados como parentais para o
desenvolvimento de futuros híbridos AVBX AVB.
41

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