Psicobiologia Psiclinica
Psicobiologia Psiclinica
Psicobiologia Psiclinica
1. Introdução
Os componentes membranares, são mantidos em conjunto por ligações não covalentes, formando uma
fina lâmina. Os lípidos são essencialmente Fosfolípidos, existindo este tipo em todas as membranas até
agora estudadas. Os lípidos que constituem as membranas (fosfolípidos ou glicolípidos), possuem uma
extremidade polar - Hidrofílica (com afinidade para a água) e uma extremidade polar -Hidrofóbica
(sem afinidade para a água).
A membrana celular possui uma grande variedade de proteínas, muitas ainda desconhecidas, com funções
diversas:Þ Umas têm uma função estrutural e são encontradas em todas as membranas até agora
estudadas;
A membrana aprese-nos sob a forma de três folhetos: são dois folhetos densos separados por um folheto
claro. Os folhetos densos são contudo, por vezes de espessura diferente, o quue indica que as duas faces
da membrana não são provávelmente idênticas:
3 folhetos:
1 mais electrodenso (com mais pontos) - espaço extracelular
1 menos electrodenso - intermédio
1 mais electrodenso (com mais pontos) - delimita o hialoplasma
Os lípidos localizam-se essencialmente na parte média, enquanto as proteínas nas partes mais periféricas.
Contudo, isto não significa forçosamente que as partes escuras consistam em proteínas e as claras em
lípidos... Existem proteínas externas e internas (extrínsecas e intrínsecas)
Na membrana celular há pois, assimetria entre a face virada para o hialoplasma e a que está virada
para o meio extracelular. Esta assimetria é devida a fibrillas na camada mais exterior. A camada fibrillada
chama-se “cell coat”, sendo mais comum nas células com função de absorção. A ultra-estrutura da
membrana plasmática é idêntica à de outras membranas da célula, pelo que se utiliza o termo de
“membrana unitária”
A desigual composição química dos fosfolípidos nos dois folhetos da bicamada, implica a
natureza assimétrica da membrana. Os dois folhetos fosfolipídicos apresentam também diferenças de
carga eléctrica, sendo o folheto citoplasmático o de maior carga negativa. No entanto a assimetria não é
regra universal para todas as moléculas da membrana. Os glicolípidos, estão distribuidos com total
assimetria na membrana: só se encontram no folheto externo (exoplasmático) da bicamada.
A maior parte das funções específicas da membrana são desempenhadas pelas proteínas,
nomeadamente a formação de canais para a passagem de água e para o transporte activo de iões de
pequenas moléculas, a expressão de receptores envolvidos na activação celular ou em fenómenos de
endocitose, a ancoragem da membrana a elementos do citosqueleto, etc.
As membranas biológicas, são compostas por uma bicamada contínua de lípidos. As membranas
possuem pequenas partículas salientes. Constitui-se assim o conceito de proteína intercalar da membrana,
ficando estabelecido que o plano hidrofóbico da bicamada fosfolipídica é atravessado por número
significativo de proteínas da membrana. Prevê-se que as proteínas estabeleçam continuidade unimolecular
entre o espaço extracelular e citoplasmático, deste modo oferecendo fundamento topológico para o papel
central que as proteínas de membrana têm na comunicação entre o meio intracelular e o espaço exterior à
célula.
Outras proteínas com uma função periférica relativamente à bicamada fosfolipídica, foram
também identificadas. Estas proteínas, não atravessando o plano hidrofóbico da membrana, não induzem
a formação de partículas nas faces de fractura da membrana. As proteínas de membrana são assim
sistematizadas em integrais, as que atravessam o plano hidrofóbico, podendo estas ainda ser subdivididas
em proteínas transmembranares ou não) e em proteínas periféricas, aquelas que não atravessam o plano
hidrofóbico.
O modelo actualmente considerado para descrever a estrutura da membrana celular denomina-se
por Modelo do Mosaico Fluído. Este modelo considera a existência de um mosaico de moléculas
proteicas inseridas numa dupla camada fluída de lípidos.As moléculas da bicamada estão organizadas
com as cadeias apolares hidrofóbicas voltadas para o interior da membrana, enquanto que as zonas
hidrofílicas ficam viradas para o meio extracelular e para o citoplasma respectivamente.
Admite-se que as moléculas lipídicas individuais têm mobilidade lateral dotando a camada de
grande fluidez e flexibilidade. Mas raramente podem existir movimentos de moléculas de camada para
camada (movimentos flip-flop). As proteínas não formam um arranjo rigído; elas podem deslocar-se no
plano da membrana. As proteínas membranares classificam-se em:
3. Núcleo
As células eucarióticas distinguem-se das procarióticas por conterem núcleo, ou seja por
possuirem um compartimento próprio onde se localiza o genoma. O núcleo desempenha importantes
funções na coordenação das actividades metabólicas, na divisão e transmissão da informação genética de
célula para célula ao longo das gerações, na regeneração e na sobrevivência das células.
A maioria das células possuem um núcleo, contudo existem células com mais do que um núcleo -
células polinucleadas (sínciais). A forma do núcleo é geralmente esférica podendo porém apresentar
outras formas.
Em contraste com os organelos citoplasmáticos, o núcleo não é delimitado por uma simples
membrana, mas por uma estrutura complexa denominada invólucro núclear.
3.1. Estrutura do Núcleo:
Aposta à membrana nuclear interna existe uma camada de material fibrilar designada lâmina
nuclear.A lâmina é constituída por um conjunto de proteínas. As lâminas interagem com proteínas
intrínsecas na membrana nuclear interna, formando um esqueleto perinuclear, extremamente resistente,
que se admite conferir forma ao núcleo e servir de encoragem à cromatina (croamtina=cromossomas -
apenas os estados fisiológicos são diferentes. O nucleoplasma não contacta directamente coma
membrana interna mas sim com a lâmina nucler (ou lâmina fibrosa). Só depois da lâmina fibrosa aparece
a cromatina.
A cromatina apresenta-se pois sob a forma de filamentos finos e longos dispersos no nucleoplama.
A cromatina é o único componente nucleolar dos procariontes. Nos núcleos das células eucarióticas,
encontram-se dois tipos de cromatina que se distinguem pelo grau de condensação e pela actividade de
transcrição do RNAm: a Eucromatina e a Heterocromatina.
A Cromatina activa ou eucromatina, encontra-se descondensada, correspondendo às regiões do
genoma que são capazes de transcrição e são sensíveis à DNase.
A heterocromatina, mantendo o seu grau de condensação durante todo o ciclo celular, é visível no
núcleo em interfase . apresentando-se como regiões densas e fortemente coradas, os cromómeros. Quanto
à sua disposição, a cromatina está dispersa irregularmente pelo nucleoplasma, sob a forma de massas mais
ou menos densas. A heterocromatina localiza-se ao longo do interior do invólucro nuclear enquanto a
eucromatina se situa nos bordos dessas regiões. Encontra-se também cromatina a rodear o nucléolo
formando a cromatina perinuclear.
Watson e Crick, admitiram que a molécula de DNA é composta por duas cadeias
polinucleotídicas enroladas em Dupla hélice, á volta de um eixo central. A ligação entre as duas cadeias
faz-se por pontes de hidrogénio, que se estabelecem entre as bases complementares dessas cadeias. As
duas cadeias de dupla hélice, dispõem-se em sentido oposto uma em relação à outra - são antiparalelas.
O DNA localiza-se essencialmente no núcleo, nas mitocôndrias e nos cloroplastos. De notar que o
DNA do núcleo é diferente do das mitocôndrias.
4. Replicação do DNA
O DNA constitui o suporte universal de toda a informação genética que define as características do
organismo vivo . Baseado nas observações de emparelhamento obrigatório das bases constituintes dos
nucleótidos que compõem o DNA, A-T, G-C, e no dado entretanto já adquirido das respectivas porções
constantes características de cada espécie. Francis Crick avançou a hipótese de que o DNA genómico de
cada célula contém em si a capacidade de se auto-duplicar.
Desta forma , e através da replicação do DNA, cada célula ao dividir-se dá origem a duas células
cujo equipamento genético é em tudo idêntico ao da célula original. A expressão fenotípica dos genes
resulta da síntese do conjunto único das proteínas e respectivas proporções relativas que definem cada
tipo celular.
O DNA, detentor de toda a informação genética da qual dependem em última análise todas as
características estruturais e funcionais de cada espécie viva, contém em si a capacidade de se auto-
duplicar , assegurando desta forma a conservação do património genético próprio de cada espécie viva.
A replicação do DNA corresponde a uma cópia integral de cada uma das cadeias constituintes do
genoma da célula original através da polimerização ordenada dos nucleótidos em obediência à regra da
complementaridade de bases que desta forma conduz a produção de das moléculas rigorosamente
idênticas à molécula original.
Em todas as células vivas esta reacção é catalisada por enzimas designadas por DNA polimerase
que embora variando entre si, apresentam diversas características comuns, nomeadamente a de utilizarem
a de necessitarem de um molde de DNA, e de catalisarem a polimerização ordenada dos percursores de
forma sequencial e unidireccional, já que a reacção se processa exclusivamente na direcção 5’P -» 3’OH.
A designação semi-conservativa, advém do facto de cada uma das duas moléculas resultantes da
replicação ser constituída por uma cadeia proveniente da molécula original de DNA molde e por uma
cadeia complementar e antiparalela neo-sintetizada durante o próprio processo da replicação.
A replicação ocorre em ambos os lados da origem, sendo as duas cadeias do DNA copiadas em
paralelo e de forma simultânea, até ao ponto de terminação da replicação, também ele correspondente a
uma região específica do genoma.
a) Iniciação da Replicação
O DNA nativo, em cadeia dupla helicoidal terá que sofrer uma desnaturação localizada, com o
afastamento das duas cadeia complementares, ser então estabilizado na forma de cadeia simples ao nível
da origem, a fim de permitir que cada uma das cadeias seja iniciada por acção das enzimas capazes de
catalisar a polimerização dos percursores em obediência à ordem ditada pela cada molde de DNA.
Em termos genéricos, observa-se que a origem é definida por sequências de consenso constituídas
por um mínimo de onze pares de bases designadas por ars (autonomus replicating sequence) que são
rodeadas de um e outro lado por segmentos de DNA ricos em Adenina e Timina.
Ao nível dos ars, dá-se a ligação dos factores proteicos de iniciação da replicação, que.
Competindo com as cadeias complementares do DNA obrigam à sua separação, dando entrada às
moléculas de proteína que se fixam à matriz do DNA monocatenário.
Várias das proteínas intervenientes neste processo têm vindo a ser identificadas:
DNA girase -Esta enzima, uma topoisomerase, catalisa o corte da molécula de DNA em cada
cadeia dupla nas regiões sujeitas a tensão, por hidrólise simultânea das duas cadeias e imediata
reconstituição das ligações fosfodiester entre os mesmos resíduos nucleotídicos após rotação das
cadeias.
Orissoma - O conjunto formado ao nível do sítio de origem do DNA com os diversos factores
proteicos que intervêm na iniciação da replicação é por vezes designado por orissoma, e pode em certos
casos ser visualizado por técnicas de microscopia electrónica.
B) Elongamento o DNA:
A cópia do DNA molde de cada cadeia é iniciada com a síntese de um fragmento de RNA
catalisada por uma RNA polimerase específica, de pequenas dimensões. O fragmento de RNA
sintetizado, vai seguidamente ser utilizado como primer ou iniciador, sendo a cadeia polinucleotídica
sintetizada a partir do grupo 3’OH do último resíduo ribonucleotídico do iniciador, ao qual se vem ligar o
resíduo 5’P do primeiro desoxirribonucleótido da cadeia do DNA que será elongada por cópia do molde,
catalisada pela DNA plimeraseDNA dependente III.
O processo de iniciação dá-se simultaneamente sobre as duas cadeias moldes do DNA afastadas
uma da outra como descrito. Uma dessas cadeia oferece um molde cuja orientação é 3’ -» 5’ é propícia ao
crescimento da cadeia nascente na direcção 5’ -» 3’, tal como se dá efectivamente a reacção de
polimerização sequencial dos nucleósidos trifosfato, catalisada pelas polimerases.
A síntese completa do DNA implica que as sequências de RNA iniciador de cada fragmento de
Okasaki sejam eliminadas e substituídas por DNA. Este processo ocorre sob a acção da DNA polimerase
I, dotada de actividade exonucleásica 5’ -» 3’ que lhe permite degradar o iniciador de RNA a partir da sua
extremidade 5’P.
A mesma enzima que como o nome indica catalisa a polimerização dos percursores do DNA,
preenche as regiões correspondentes ao iniciador de RNA degradado, utilizando os nucleósidos trifosfato
da desoxirribose em formação da primeira ligação fosfodiester sob o grupo 3’OH do fragmento de
Okasaki imediatamente anterior, e por cópia do mesmo molde antes utilizado pela primase.
A continuidade da cadeia de DNA neo-sintetizada é então assegurada pela ligação entre o último
3’ OH da desoxirribose introduzido pela DNA polimerase I e o primeiro grupo monofosfato 5’P
remanescente na cadeia de DNA sintetizada pela DNA polimerase III, após eliminação do iniciador de
RNA do fragmento de Okasaki seguinte.
No Homem, efectivamente, e tal como nos outros vertebrados, apenas durante as fases de
desenvolvimento embrionário e de crescimento ou de proliferação celular se assiste a fenómenos de
replicação do DNA.
Os ácidos ribonucleicos são constituintes universais de todas as células vivas, onde existem em
concentrações muito superiores às do DNA. Qualquer que seja o tipo ou função fisiológica que
desempenham os RNA são sempre sintetizados por cópia de regiões específicas e bem delimitadas do
DNA que constitui o genoma de cada espécie, obedecendo a sua síntese ao processo de
complementaridade de bases.
A transcrição dos genes é em todos os casos um processo assimétrico, já que apenas uma das
cadeias do DNA molde é copiada em RNA. Foi convencionado designar-se cadeia (-) e cadeia (+) do
DNA, respectivamente a que é copiada em RNA e cuja sequência é complementar do produto e a cadeia
não transcrita cuja estrutura é idêntica à do RNA transcrito.
A transcrição dos genes processa-se sob a acção de enzimas designadas por RNA polimerases
dependentes do DNA que catalisam a condensação orientada e sequencial dos ribonucleótidos por cópia
de um molde de DNA, baseada na complementaridade estrutural das bases.
O facto de ser constituída por resíduos de A e T confere-lhe uma relativa fragilidade, permitindo a
ruptura das pontes de hidrogénio entre os pares A-T das cadeias complementares do DNA, dando
passagem à RNA polimerase que se posiciona sob o molde de DNA apto a ser transcrito. Esta constitui a
etapa de pré-iniciação. Nesta fase o DNA encontra-se desnaturado numa extensão de 18 pares de bases
que apresenta uma estrutura aberta (transcription bubble). Na transcrição de cada gene participa uma
única RNA polimerase dependente do DNA que é portanto dotada de várias propriedades específicas.
B) Elongação das cadeias de RNA: A elongação da cadeia de RNA nascente, já iniciada, resulta
da polimerização sequencial de resíduos nucleotídicos ordenados segundo a sequência do DNA do molde,
por complementaridade de bases, sendo a reacção catalisada pela RNA polimerase.
O super-enrolamento do DNA induzido pela abertura localizada, resultante da separação das duas
cadeias complementares com a entrada da RNA polimerase é resolvido durante a elongação, através da
acção de topoisomerases. Estas enzimas dotadas de propriedades de endonucleases e ligases, cortam
transitoriamente o DNA em cadeia dupla, nas regiões super-enroladas, ligando-o de novo após rotação, e
reconstituindo a estrutura nativa.
NOTA: A síntese de cada tipo de RNA, RNAt, RNAr, RNAm, apresenta no entanto,
particularidades que, além do mais diferem entre procariotas e eucariotas.
Em qualquer um dos casos, estas espécies moleculares são transcritas sob a forma de RNA
percursores de maiores dimensões, que são posteriormente processados através de clivagens sucessivas,
endo e exonucleotídicas.
A elevada actividade da RNA polimerase I, responsável pela transcrição do rDNA nas células
eucarióticas, associada às características dos respectivos promotores fortes, favorecem a transcrição dos
genes ribossomais. Este facto é bem, evidenciado nas imagens de transcrição de genes ribossomais
obtidas por Miller, e conhecidas como Árvore de Natal de Miller.
O rDNA tem numa das cadeias da sua molécula grupos de sequências nucleotídicas repetitivas ao
longo da NOR chamadas unidades de transcrição as quais correspondem a aos genes ribossómicos que
são transcritos na molécula de rRNA de 45S. Quando citoquimicamente isoladas por meio de isolamento
diferencial dos constituintes nucleolares, as unidades de transcrição apresentam-se com a forma de
“Árvore de Natal”.
Estas unidades estão fisicamente separadas por sequências nucleotídicas observáveis por métodos
citoquímicos, as unidades não transcricionais
Na etapa de iniciação, as duas cadeias de rDNA são separadas por acção da DNA topoisomerase
I. O rDNA nessa zona activada perde a sua organização nucleossómica. O complexo desloca-se ao longo
da molécula do rDNA havendo libertação do factor de iniciação e entrada dos factores de elongação. A
síntese do rRNA ocorre apenas, por cópia, numa só das duas cadeias do rDNA. A cadeia que serve de
molde, é copiada no sentido 3’ -» 5’, sendo a molécula de rRNA transcrita no sentido 5´-» 3’.
A molécula de rRNA de 20S é processada em rRNA de 18S, enquanto que o rRNA de 32S é
clivado, já no nucleopalsma durante o seu processo de migração, originando a molécula de rRNA de 28S.
A esta associa-se o rRNA 5,8S também proveniente da clivagem do rRNA de 32S.
As moléculas de rRNA de 28S e de 5,8S, sob a forma de uma RNP de 60S que inclui ainda uma
molécula de rRNA de 5S atravessam os poros nucleares para o citoplasma e vão constituir a grande
subunidade ribossomal. A molécula de rRNA de 18S associada a proteínas forma uma RNP de 40S que
tem igual trajecto, constituindo a pequena subunidade ribossomal. Esta subunidade, conjuntamente com
a grande subunidade ribossomal forma os ribossomas.
A molécula de rRNA de 5S, pequena molécula que contém cerca de 120 nucleótidos, é
transcrita dum gene do DNA, diferente do que codifica para qualquer dos outros rRNA’s.
O número de espécies moleculares de tRNA nas células vivas é muito superior à do rRNA. A
função do tRNA consiste em conduzir os aminoácidos ao local da síntese proteica onde serão ordenados
segundo a sequência ditada pelos codons constituintes da região codificada dos mRNA.
Como já referido, alguns dos tRNA são transcritos como parte integrante das regiões do rDNA,
libertando-se durante o processo de maturação endonucleotídica dos produtos primários da sua
transcrição. A acção dos promotores nos casos referidos, resulta da ligação de factores de transcrição
específicos para cada classe de genes e que participam na formação dos complexos de pré-iniciação da
transcrição.
O DNA genómico encontra-se confinado ao núcleo e a tradução dos mRNA de origem nuclear
ocorre exclusivamente no citoplasma. O DNA genómico dos organismos superiores comporta um número
de unidades de transcrição muito elevado, cuja a expressão obedece a complexos mecanismos de
regulação.
ESTRUTURA DAS UNIDADES DE TRANSCRIÇÃO NO GENOMA EUCARIÓTICO:
5. Ribossomas
O microscópio electrónico é o único que permite a observação destes organitos descritos pela
primeira vez por Palade, em 1953. Os ribossomas aparecem como partículas esféricas que apresentam
maior densidade óptica, representando assim uma barreira maior aos electrões.
Os ribossomas existem em todas as células, mas a sua localização intracelular pode variar de uma
região para outra. São encontrados livres no hialoplasma ou presos às membranas do retículo
endoplasmático. Quando são livres, podem apresentar-se isolados ou em rosários de 5 a 40 ribossomas
que constituem agrupamentos aos quais se deu o nome de polissomas. Quando os polissomas estão presos
Às membranas do retículo, o conjunto formado por polissomas e retículo é chamado ergastoplasma.
Nos ribossomas, para além da existência de rRNA, foi constatada a presença de numerosas
proteínas, pelo que a referida estrutura passou a constituir quimicamente uma ribonucleoproteina (RNP).
Os ribossomas são unidades ultraestruturais onde se sintetizam as proteínas sendo cada ribossoma,
constituído por 2 subunidades independentes designadas por pequena subunidade ribossomal e grande
subunidade ribossomal que funcionalmente se apresentam aderentes entre si.
Nas células eucarióticas, a pequena subunidade é quimicamente formada por uma molécula rRNA
de 18S (designamos correntemente as subunidades pelo seu coeficiente de sedimentação medido por
ultracentrifugação e expresso em unidades Svedberg), rodeada por cerca de 30, proteínas diferentes,
constituindo no seu conjunto uma estrutura ribonucleoproteica com o coeficiente de sedimentação de 40S
(RNP 40S). A grande subunidade ribossomal é também quimicamente uma ribonucleoproteina com o
coeficiente de sedimentação 60S. Esta última é formada por 3 moléculas de rRNA’s: uma de rRNA de
28S, outra de rRNA de 5,8S, e ainda outra de rRNA de 5S e por cerca de 50 proteínas diferentes. No seu
conjunto, cada ribossoma constitui uma RNP de 80S.
Na pequena subunidade ribossomal (RNP 40S) a molécula de rRNA 18S corresponde a 2 terços
da sua massa, enquanto que as cerca de 30 proteínas diferentes equivalem ao outro terço da massa. Na
grande subunidade ribossomal (RNP 60S) as três moléculas dos rRNA’s (28S, 5,8S e 5S) constituem
também aproximadamente dois terços da massa da subunidades.
Os polissribossomas livres, sintetizam proteínas livres que migram para o hialoplasma, atravessam
os poros nucleares e vão para o nucleoplasma para se incorporarem no esqueleto do DNA ou dos RNA’s,
constituindo as proteínas nucleares e nucleolares que ficam a fazer parte da cromatina, dos cromossomas
e dos nucléolos. Além disso, muitas dessas proteínas interferem como enzimas na síntese dos ácidos
nucleicos. Ambas as populações de ribossomas livres ou associados ao RER são idênticas apresentam a
mesma morfologia e composição química.
Os outros dois centros recebem os tRNA’s e localizam-se em zonas bem distintas na pequena
subunidade ribossomal. Um deles é o chamado centro P ou centro peptidil («site» de ligação do tRNA-
peptidil) que recebe a molécula do tRNA que se liga à extremidade da cadeia polipetídica em
crescimento. O outro, chamado centro A ou centro aminoacil («site» de ligação do tRNA-aminoacil),
recebe a molécula de tRNA que contém o aminoácido correspondente ao codão do mRNA.
Recentemente têm sido discutidos os possíveis trajectos das proteínas sintetizadas pelos
ribossomas do RER através da sua membrana. Têm sido sugeridos dois trajectos possíveis: uma dessa
possibilidades reside na hipótese da cadeia polipéptídica passar para o interior do RER através das
moléculas lipídicas; a outra hipótese sugerida é a de que o polipeptídeo atravessa a membrana do RER
através de “poros” formados entre as proteínas integrais que fazem parte da membrana. Em certos
estados fisiológicos é possível verificar que os ribossomas, após a síntese proteica, se desagregam, com a
separação das duas subunidades.
6. Síntese Proteica
A universalidade do código genético tem como base o facto de que o mRNA de células
diferencialmente distintas pode ser traduzido em sistemas heterólogos, como, por exemplo, o mRNA
humano pode ser traduzido na E. Coli.. No entanto presentemente conhecem-se limites à universalidade.
Esta diversidade aplica-se também aos tripletos que não codificam para nenhum aminoácido e que
correspondem a sinais de paragem da tradução do mRNA. Nas células de mamíferos, o codão AGA ou
AGG corresponde a um tripleto de terminação, enquanto em Drosophila o codão AGA é utilizado como
código para a serina.
1. Profase
2. Metafase (separação dos 2 cromatídeos)
3. Anafase
4. Telofase
EXONS- exões - vão ser traduzidos em proteínas que vai passar para o
citioplasma é o RNA só constituído por exões.
O DNA não sai do núcleo celular, logo é necessário copiar a informação para o RNAm que é
sintetizado através da cadeia de dupla-hélice do DNA sendo transcrita apenas uma das cadeias, por um
processo idêntico à replicação mas com algumas diferenças:
c) Uma só cadeia
Após a ruptura da cadeia de DNA pela enzima polimerase, os ribonucleótidos existentes no meio
vão-se ligando um por um por pontes de hidrogénio, à cadeia molde de DNA. Simultaneamente, os
ribonucleótidos que constituem a nova cadeia polinucleotídica, em formação, ligam-se através do grupo
fosfato. A enzima RNA polimerase, vai-se deslocando ao longo do DNA, até encontrar uma sequência de
nucleótidos que dá o sinal de terminação da síntese do RNA.
O RNA assim sintetizado (RNA pré-mensageiro), vai ser submetido a um processo de maturação
que consiste em perder determinadas porções designadas intrões, ficando apenas constituído por
porções designadas exões. (A eliminação dos intrões possibilita a existência de nucleótidos livres no
nucleopalsma).
Este processo permite que o RNAm inicialmente transcrito, dê origem a um RNAm funcional.
Este passa para o Citoplasma e liga-se aos ribossomas, para orientar a tradução. Para além do RNAm
existe no citoplasma o RNAt que tal como o RNAm e o RNAr é sintetizado no núcleo a partir de DNA.
A tradução é a fase da síntese proteica que ocorre no citoplasma conduz directamente à síntese
das proteínas. Durante este fenómeno intervêm três tipos de RNA com características específicas:
RNA mensageiro: É uma molécula constituída por uma só cadeia de nucleótidos, que transporta
a mensagem do DNA do núcleo para o citoplasma.
RNA de transferência: É uma molécula constituída por uma cadeia polinucleotídica com número
reduzido de nucleótidos. As moléculas de RNAt apresentam uma
estrutura característica resultante das ligações de hidrogénio
existentes entre algumas bases complementares , originando zonas
de cadeia dupla.
Os nucleótidos que não estabelecem ligações entre si, originam quatro ansas que lhe conferem a
forma de “folha de Trevo”. O RNAt tem a particularidade de permitir a ligação numa das extremidades da
sua cadeia de um aminoácido específico (de acordo com a sequência de bases). Este aminoácido é
activado por uma enzima específica que faz a ligação (o gasto de energia é ATP vinda da mitocôndria). O
RNAt tem porção terminal constituída por 3 bases contrárias ao aminoácido - anticodão - que é
complementar de 3 bases do RNAm - codão.
RNA ribossómico: É uma molécula larga e dobrada que juntamente com algumas proteínas,
forma o RIBOSSOMA, organelo citoplasmático.
Os ribossomas são “máquinas” moleculares que coordenam a interacção dos RNAt, RNAm e
proteínas, durante o processo da síntese proteica.
6.3. Tradução:
Os aminoácidos colocados lado a lado, ficam próximos de modo que é possível estabelecerem
entre si uma ligação peptídica que permite a formação de dipéptidos. O ribossoma continua a deslocar-
se ao longo do RNAm. O Primeiro RNAt liberta-se e o segundo RNAt, desloca-se para o local P,
deixando livre o local A, pronto para receber o terceiro RNAt, que irá descodificar o terceiro codão. O
aminoácido transportado para este RNAt estabelece com o último aminoácido uma ligação peptídica,
que permite o crescimento da molécula proteica.
Nesta altura a cadeia peptídica desprende-se do último RNAt. Cada molécula de RNAm pode
ser lida simultaneamente por vários ribossomas, formando assim vários moléculas proteicas iguais. O
conjunto de ribossomas ligados a uma molécula de RNAm é designado por polirribossoma.
Há na célula mecanismos que regulam a síntese proteica dando informações sobre o princípio e
o fim. Na cadeia DNA temos o Operon constituído por um gene operador, que controla os genes
estruturais, que por sua vez controlam a síntese proteica. Existe um gene regulador, que produz uma
proteína chamada repressor e que inibe o gene operador.
SISTEMA S DE REGULAÇÃO:
2. Sistema REPRESSOR: Neste caso, a célula está constantemente a sintetizar proteínas. Fica assim
com substrato utilizável em quantidade. Este quando passar a determinado nível de concentração, liga-
se ao repressor activando-o, o que faz com que ele se ligue ao operador e bloqueie a síntese proteica.
Qualquer destes sistemas funciona por retroacção e leva à economia de energia, pois não vai
permitir a acumulação de substrato.
8. Retículo Endoplásmático
Inicialmente designado por ergastoplasma, depois de ter sido observada e estudada toda uma
complicada rede de canais e cisternas formando labirintos, passou-se a denominar esta organização
citoplasmática por retículo endoplasmático.
8.1 ULTRA ESTRUTURA E TIPOS DE RE:
As membranas que constituem estes elementos do RE são constituídas por lípidos e proteínas,
sendo morfológica e estruturalmente semelhantes às membranas dos diferentes organelos celulares.
Embora o RE constitua, quando observado em TEM, um organelo morfologicamente bem
individualizado de contornos bem marcados, por vezes as suas ramificações interpenetram-se com
outras estruturas membranares, nomeadamente com os dictiossomas (complexo de Golgi), sendo difícil
distinguir os seus elementos. Além disso, este complicado sistema de cisternas do RE pode ter também
uma ligação com o espaço perinuclear, possibilitando o contacto directo com o lúmen do invólucro
nuclear.
a) Num aspecto, as membranas do RE, não apresentam ribossomas aderentes à sua porção externa,
constituindo o chamado Retículo endoplasmático Liso (REL), também chamado Retículo
endoplasmático agranular;
Por exemplo as fibras musculares, têm um especializado REL nos seus sarcómeros, a que se dá o
nome de retículo sarcoplásmico. Este tipo especial de RE é constituído por um conjunto de cisternas
achatadas e dispostas à volta das miofibrilas que armazenam Ca++ oriundo do hialopasma, o qual tem uma
importância fundamental na fisiologia da contracção muscular.
De uma forma geral, podemos atribuir as seguintes funções e actividades fisiológicas ao RE:
De sumário, sobre as actividades fisiológicas do retículo, deve-se reter que esse organito
representa um compartimento celular onde podem estar isolados as hialopasma as substâncias mais
variadas. A membrana do RE desempenha um papel fundamental controlando as trocas entre o
hialopasma e as cavidades do retículo.
Nos inícios dos anos 7o foi descoberta uma sequência específica em alguns polipéptídeos a que se
deu o nome de sinal peptídico e que levou a propor a hipótese do sinal, que serve para guiar para a
membrana, o complexo mRNA/ribossoma/peptídeo nascente sendo este processo mediado pela partícula
de reconhecimento de sinal (PRS), que se liga, em parte, à membrana do RER e no domínio citosólico a
uma proteína receptora de reconhecimento do sinal. Muitas das proteínas que fazem parte das membranas
do RER, têm sido propostas como sendo as proteínas receptoras dos ribossomas durante a fase
preparatória do início da biossíntese das proteínas.
9. Complexo de Golgi
Em 1898, Camillo Golgi ao estudar o cerebelo da coruja, assinalou pela primeira vez a presença de
uma estrutura singular que designou por “aparelho reticular interno”. Considerada por muitos como
apenas um artefacto, esta estrutura celular, hoje designada pelo nome do seu autor - complexo ou
aparelho de Golgi -deu origem à maior controvérsia citológica dos tempos modernos.
Hoje, o complexo de Golgi é uma realidade citológica indiscutível e centro da actividade celular,
com funções bem estabelecidas: secreção, biogénese de membrana, recuperação de membranas, captação
de hormonas, origem dos lisossomas, etc... A designação de “Aparelho de Golgi”, é pois utilizada, por via
de regra para referir todos os complexos de Golgi de uma mesma célula. O componente mais
característico do complexo de Golgi, é a pilha de cisternas ou sáculos de parede lisa - dictiossomas.
9.1 ESTRUTURA DO COMPLEXO DE GOLGI:
A face cis reconhecer-se-á pelas suas relações com o retículo endoplasmático e a face trans pelas
suas relações com os elementos vesiculares, elementos secretores. Utilizando grandes ampliações, pode
observar-se dentro das cisternas um material de natureza provavelmente proteica - pontes intracisternais.
A cisterna da face cis tem aspecto fenestrado; a face trans apresenta frequentemente curiosas relações
com dictiossomas e retículo endoplasmático. A esta área especial chamou Novikoff GERL (de Golgi-
Retículo-Lisossomas).
Vacúolos: Os vacúolos , por vezes de grandes dimensões e de conteúdo denso situam-se na face
interna ou trans do dictiossoma; são frequentemente designadas por vesículas de condensação ou
secretoras.
A área do complexo de Golgi é uma região particular da célula, desprovida de ribossomas ou
glicogénio também designada de zona de exclusão; em material bem fixado pode observar-se entre as
cisternas uma estrutura fibrilar - fibrilas intercisternais.
Assim, só o elemento cis é um rosário puramente tubular; os outros elementos são alternadamente
saculares e tubulares, muito fenestrados. A análise tridimensional do complexo de Golgi é muito
interessante na avaliação do comportamento deste organelo no processo secretor (armazenamento e
libertação dos produtos de secreção), particularmente no comportamento dos elementos trans durante a
secreção.
G) Recuperação de membranas
A sua descoberta ficou a dever-se a De Duve, com estudos sobre a actividade fostatásica ácida no
fígado de rato. Os meios hipotónicos, os detergentes ou a congelação e descongelação, provocavam
rupturas nas membranas dos lisossomas, o que permitia a libertação das enzimas, aumentando assim a
actividade detectada pelos métodos bioquímicos.
Como estas características não são exclusivas dos lisossomas primários, a identificação destes
organelos só pode ser feita, com segurança, através de estudos que revelem a presença de hidroláses
ácidas. Os lisossomas secundários, apresentam um conteúdo extremamente heterogéneo, devido à grande
variedade de substâncias que podem conter em resultado da sua actividade digestiva. Diferentes
morfologias podem ainda ser consequência dos diferentes estados da digestão em que se encontram.
Nos lisossomas encontram-se ainda nucleases, fosfatases, sulfatases, lipases e outras esterases,
responsáveis pela hidrólise dos ácidos nucleicos, fosfatos, sulfatos, e lípidos respectivamente. Toda esta
variedade enzimática permite a digestão intracelular de praticamente todos os tipos de macromoléculas
nos seus constituintes fundamentais, aminoácidos, ácidos gordos, nucleótidos ou açucares.
Embora todos os lisossomas tenham hidroláses ácidas, algumas variações no conteúdo enzimático
podem ser detectadas entre tipos celulares diferentes. Por exemplo, os grânulos azurófilos dos neutrófilos
existe peroxidases para além das diversas hidrolases. A presença de hidrolases ácidas pode ser detectada
em microscopia electrónica através de técnicas citoquímicas ou imunocitoquímias.
OS LISOSSOMAS E A DIGESTÃO INTRACELULAR: A principal função dos lisossomas é a digestão
intracelular. De acordo com a origem das substâncias a serem ingeridas, os lisossomas secundários
dividem-se em autolisossomas e heterolisossomas. Nos primeiros são digeridos organelos e estruturas
da própria célula, enquanto os segundos digerem substâncias provenientes da endocitose e que, portanto,
não pertencem à própria célula.
Além do seu papel na digestão intraceliular, em certos casos, as enzimas lisossomais participam
também na digestão extracelular. Para que estas enzimas actuem no exterior da célula, tem de se
verificaram a exocitose do conteúdo dos lisossomas primários. Este tipo de digestão ocorre, por exemplo
durante a remodelação dos tecidos ósseos e cartilagíneo dos vertebrados, sendo digeridas as substâncias
orgânicas da matriz extracelular destes tecidos. Os fungos também secretam hidrolases ácidas lisossomais
para degradarem substâncias existentes no meio extracelular, absorvendo depois as pequenas moléculas
resultantes dessa digestão.
Nas células de tecidos que são substituídos durante as metamorfoses de anfíbios e de insectos,
uma grande parte dos constituintes celulares são digeridos por autofagia... Um aumento dos vacúolos de
autofagia, pode ser induzido por um jejum prolongado e por diversas substâncias tóxicas. No primeiro
caso, a digestão de parte dos constituintes celulares pode compensar, até certo ponto, a falta de nutrientes,
enquanto que nas células afectadas por substâncias tóxicas são digeridos os organelos alterados.
Estudos recentes provam que os vacúolos de autofagia formam-se quando uma cisterna de retículo
endoplasmático rugoso, que perdeu os ribossomas, envolve uma porção de citoplasma com alguns
organelos, dando origem a um vacúolo com membrana dupla. Estes vacúolos de autofagia recém
formados, ou autofagossomas, que ainda não possuem hidrólises, sofrem um processo de maturação que
os transforma em autolisossomas. Neste processo a membrana exterior adquire proteínas próprias da
membrana lisossomal, o conteúdo é acidificado por acção de bombas de protões integradas na membrana
e recebem as hidrolases ácidas.
No final os heterolisossomas contêm apenas os resíduos não digeridos, designando-se então por
corpos residuais, que acabam por se fundir com a membrana celular para lançar os resíduos no exterior. A
heterofagia está particularmente bem estudada em ciliados do género Paramecium. Estes protozoários
capturam bactérias e partículas em suspensão através de uma estrutura bucal complexa e especializada
que as conduz à citofaringe, no final da qual se formam os vacúolos digestivos. Antes de receberem as
enzimas digestivas, estes vacúolos fundem-se com um tipo especial de vesículas designadas por
acidossomas, que provocam a acidificação do conteúdo vacuolar. Nestas células, foi demonstrado
experimentalmente que a fusão com os acidossomas é necessária para preparar os vacúolos digestivos
para a fusão como os lisossomas.
11. Mitocôndria
As mitocôndrias são organelos celulares presentes na maioria das células eucarióticas e responsáveis, em
condições aeróbias, pela obtenção da maior parte da energia necessária às células que as possuem. Têm
aspecto morfológico muito variável podendo ocorrer sob diversas formas, como redonda, oval e em
bastonete ou filamento, e apresentando variações no seu tamanho, número e distribuição, não só segundo
os diferentes tipos de célula como também durante o ciclo de vida de uma mesma célula.
1. História da Neurociência
Os primeiros cérebros têm mais de 500 milhões de anos.
A evolução humana tem 6 milhões de anos.
O Homo Sapiens tem menos de 2 milhões de anos.
O nosso cérebro é muito jovem em termos evolutivos!
HIPÓCRATES (Sec V a.C.), terá sido, entre outros – daí falar-se geralmente da
Escola Hipocrática – um defensor da ideia de que o encéfalo seria o responsável por
tudo. A sua visão do encéfalo e suas funções é bastante satisfatória, no entanto, peca
pela inexistência de estudo directo, estando meramente interessados na parte filosófica
(não sabia nada de anatomia, nem tão pouco a considerava importante).
Para Platão, tudo era dirigido por uma alma superior da qual derivavam as almas
individuais, que por conseguinte seriam tão divinas que não teriam nada de humano. A
sua teoria surge em parte na mesma linha de pensamento dos egípcios que
consideravam a alma imortal.
Durante cerca de dez a doze séculos seguintes, não se registou qualquer alteração
nesta visão. Isto deve-se em parte também ao papel da religião, para a qual as
perturbações mentais seriam castigos de Deus, e consequentemente não haveria nada a
fazer.
Surge entretanto a visão de que o encéfalo seria composto por três ventrículos,
repousáveis pelas funções cerebrais. A partir do século X, não havia qualquer dissecção,
ou se havia, eram comparativas, pelo que se trabalha sobretudo pela observação.
Avicena e Alhazen, médicos de formação, apontam vários aspectos importantes
relativos ao funcionamento do sistema nervoso.
Para RENÉ DESCARTES (Sec. XVII) a alma seria imortal e utiliza a ideia de que
os nervos são ocos atribuindo um papel importante à epífise.
Mais ou menos por esta altura surge o famoso caso de Phineas Gage, o famoso
trabalhador ferroviário que sobre um acidente de trabalho, ficando com uma barra de
ferro alojada no cérebro, tendo sobrevivido aparentemente sem quaisquer alterações.
Passado algum tempo, começa a assistir-se a várias alterações de personalidade (passa a
ser mais violento, rude…) Estava pois mais do que comprovado a existência de um
suporte físico para o comportamento.
Um adulto tem cerca de metade dos neurónios de uma criança de 2 anos (no entanto
os que tem apresentam mais ligações a apresentam estratégias mais eficazes. Todos os
dias perdemos mais de 10 000 neurónios…
O sistema nervoso é composto por neurónios, células gliais. Todos os neurónios são
basicamente semelhantes, sendo compostos por um corpo celular (ou soma), pelo
núcleo, pelas dendrites, e por um prolongamento denominado axónio.
Como qualquer célula, para um bom funcionamento, um neurónio tem de ter uma
membrana celular com canais e receptores que, neste caso, são muito particulares, como
veremos mais à frente.
No neurónio, o nucléolo está formado por partes fibrilares e granulares cuja função
é a formação e maturação de substâncias ribossómicas que posteriormente migram para
o citoplasma. O citoplasma neuronal condiciona parcialmente a sua morfologia, para
além de intervir em diversas actividades funcionais. As neurofibrilhas são um
componente do citosqueleto neuronal, determinando grande parte da morfologia dos
neurónios. Os componentes do citosqueleto dispõem-se nos prolongamentos neuronais
(dendrites e axónio), paralelamente ao seu eixo longitudinal, interrelacionando-se entre
si e formando uma densa rede que termina a sua morfologia, ao mesmo tempo que
intervêm na distribuição de organulos e no tráfego intracelular de moléculas e
estruturas. O citosqueleto participa pois activamente no transporte intracelular. Nas
dendrites, as substâncias tanto podem circular num sentido como noutro, contrariamente
ao axónio em que esta circulação é em sentido único.
Os corpos de Nyssl, constituem uma ultraestrutura que forma zonas muito ricas em
cisternas de retículo endoplasmático rugoso (RER) e ribossomas livres. A riqueza dos
corpos de Nyssl comprova a forte actividade sintética da célula.
3. A Célula Neuronal
No Ser Humano, tal como nos demais animais e alguns seres vivos, as células
primitivas organizam-se em células diferenciadas (com funções específicas), formando
tecidos que constituem diferentes tipos de órgãos.
Para cumprirem adequadamente as suas funções, as células deverão estar num meio
adequado – Meio Interno. O meio interno constitui-se a partir do plasma (que por sua
vez se origina a partir do sistema digestivo, circulatório, respiratório e excretor (renal).
- Transporte Activo, caso em que exige gastos energéticos, mas que permite
contrariar os gradientes existentes.
Mas para haver um potencial de acção é necessário haver um fluxo de iões. Aos
-75mV, os canais de Na+ estão maioritariamente fechados. No entanto as proteínas-
canais regulam-se, podendo estes canais estar abertos ou fechados, sendo que a “chave”
para a abertura destes canais parece ser o potencial de membrana.
Certas fibras estão cobertas por uma substância branca, de cor branca – bainha de
mielina que torna a condução muito mais rápida e eficiente. Esta substância recobre
toda a célula excepto determinados espaços entre si, denominados Nódulos de Ranvier.
Nas células mielinizadas, os canais de na+ estão apenas localizados nos Nódulos de
Ranvier, o que leva a uma condução do impulso nervoso muito mais rápida.
4. Fisiologia da Sinapse
Cajal, Sherrington, Loewi, Dale e Éccle (aqui apresentados por ordem cronológica),
marcaram o processo e descrição da sinapse. Podemos classificar a sinapse quanto ao
tipo de transmissão: sinapses químicas, sinapses eléctricas, existindo ainda outro tipo
muito especial de sinapses, de que iremos falar; ou quanto à região do neurónio que
intevém: axo-dendríticas, axo-somáticas, axo-axónicas, dentro-dentríticas, entre muitas
outras…
- Fenda sináptica
- Densificação
pós-sináptica
As junções tipo GAP não estão sempre abertas: Quando detectam algum tipo de
informação mais estranha (incongruente com a passagem da informação), fecham.
NOTA: Note-se que o neurotransmissor nunca entre uma célula adjacente; o que
entra são os iões. O neurotnamissor apenas abre (ou fecha) os canais.
Pensa-se que existem pelo menos 10 células gliais por cada neurónio. As células
gliais foram descobertas por Virchow em 1846. O termo “glia” designa “pegamento” ou
“cimento nervoso”.
Existem vários tipos de células, por exemplo a neuroglia (que tem um tronco
comum com os neurónios) e a microglia. A neuroglia pode existir no SN Central
(astrocitos – glia radial e epindimocitos – oligodendrocitos) ou no SN Periférico (células
de Schwan, Glia ganglionar e Teloglia).
As células gliais podem ser estudadas através de técnicas especiais das quais se
destacam as técnicas histológicas clássicas, marcadores específicos, técnicas
electrofisiológicas, culturas celulares purificadas, análise de imagens e a engenharia
genética.
FUNÇÕES GERAIS DAS CÉLULAS GLIAIS:
As células gliais têm por funções: manter e suster os neurónios (nutrição, controlo
do equilíbrio iónico, protecção contra agentes patogénicos – algumas células gliais); a
sinaptogénese (ajudam a estabelecer e a reforçar as sinapses, embora não participem
directamente nestas, permitindo antes que sejam mais ou menos efectivas), modulação
sináptica, neurogénese (formação de neurónios), servem de guia durante a migração
neuronal (quando os neurónios estão maduros têm de migrar até à zona em que vão
operar em tal intervindo as células gliais), e funcionam ainda como neurotóxicos de
desenvolvimento de certas doenças.
Todas as células gliais são células ramificadas – são células dendríticas – mas as
células gliais nunca apresentam axónio. Por outro lado, ao contrário dos neurónios, que
nunca se dividem, as células gliais conservam a capacidade de se dividir ao longo de
toda a sua vida. Estas células diferem ainda dos neurónios pelo facto de não
responderem a potenciais de acção, apenas apresentando pequenas varuiações do
potencial de membrana (de -90mV a -70mV). As glias não participam em sinapses, mas
podem estabelecer conexões entre outras células gliais através de junções GAP.
ASTRÓCITOS
Características Imunocitoquímicas:
- Nutrição (produzem a energia para o neurónio, mas também para modular a sinapse
– a partir do sangue);
- Astrócitos Alados (que rodeiam o cerebelo e estruturas que não têm núcleo interior,
formando glomérulos muito ricos em sinapse);
GLIA RADIAL
Inicialmente pensava-se que a glia radial era composta por astrócitos, mas na
realidade são apenas parentes próximos. Do ponto de vista imunocitoquímico, possuem
moléculas típicas dos astrócitos (GFAP, Vimentina, GLAST, BLP) e moléculas típicas
de células percursoras (Nestina, RC1 e RC2).
Funções:
EPENDIMOCITOS
Com uma estrutura muito própria , geralmente são todos ciliados, mas quando são
maturados alguns perdem os cílios. A placa coroidea é formada por blocos de
ependimocitos, ou seja, sacos que estão dentro da cavidade encefálica.
Onde há mielina não pode haver sinapse, pelo que, um terminal sináptico pode
perfeitamente aproveitar os Nódulos de Ranvier para fazer sinapse.
Regeneração do SNC:
Quando é um neurónio que se perde, a tendência será arranjar um outro neurónio que
cumpra a mesma função.
No SN Periférico há alguns processos de regeneração da mielina utilizando um
elemento sintético (p.ex. glia envolvente), para que desempenhe em parte as funções da
mielina. Outra hipótese é eliminar a área lesada e colocar uma comunicação (geralmente
um filamento). O grande problema é que ao nível do SNC estes canais acabam
frequentemente por bloquear, tornando-se inefectivos.
UNIDADE 2 - NEUROFISIOLOGIA
No filo dos moluscos, a estrutura nervosa é muito diferenciada e atinge seu mais
alto grau de evolução na classe dos cefalópodes (lulas, polvos, náutilos etc).
Nesses animais, os diferentes gânglios se fundem para constituir a massa
cerebral, na qual se distingue uma parte encarregada da função visual e outra à
qual compete regular o funcionamento das brânquias, das vísceras etc.
1- Prosencéfalo
2- Mesencéfalo
3- Rombencéfalo
4- Futura medula espinhal
5- Diencéfalo
6- Telencéfalo
7- Mielencéfalo, futuro bulbo
8- Medula espinhal
9- Hemisfério cerebral
10- Lóbulo olfatório
11- Nervo óptico
12- Cerebelo
13- Metencéfalo
Desde muito cedo na vida fetal o cérebro, em termos de peso bruto, está
mais próximo do seu estado adulto, do que qualquer outro orgão do corpo,
exceto talvez o olho. No nascimento ele tem em média 25% do seu peso adulto.
Aos seis meses quase 50%, aos dois anos e meio cerca de 75%, aos cinco anos
90% e aos 10 anos ele tem 95%.
1. Introdução
De acordo com Ellis & Young (cit in Eysenck, 1990), o maior objectivo da
neuropsicologia cognitiva consiste em retirar conclusões sobre os processos
cognitivos normais, intactos, a partir da observação de sujeitos com lesões
cerebrais. A neuropsicologia cognitiva permite-se pois a afirmar que os padrões
de sintomas observados não poderiam ocorrer se o sistema cognitivo normal,
intacto, não estivesse organizado segundo certos princípios.
Este princípio encontra-se mais uma vez em clara contradição com a ideia
da equipotencialidade expressa por Karl Lashley. No entanto convirá referir
que de acordo com Ellis & Young (1991), o princípio da transparência é um
dos menos consensuais em neuropsicologia cognitiva, principalmente no que
concerne ao “grau” de transparência. Contudo é também um dos pilares
fundamentais na pesquisa neuropsicológica.
Uma dupla dissociação indica que duas tarefas fazem uso de módulos
diferentes pelo que uma série de duplas dissociações podem ser utilizadas para
promover um mapa-esboço do nosso sistema cognitivo-modular, algo que
Lashley considerava impensável.
4. Patologia Neurológica
Lóbulo Temporal
Superfície Lateral Artéria cerebral média
Superfície Medial Artéria cerebral posterior, média, coroidea e comunicante
posterior
Superfície Inferior Artéria cerebral posterior
Lóbulo Parietal
Superfície Lateral Artéria cerebral média
Superfície Medial Artéria cerebral anterior
Lóbulo Occipital
Todas as superfícies Artéria cerebral posterior
Corpo caloso Artéria cerebral anterior
Hipocampo Artéria coroidea anterior, ramos da artéria coroidea posterior da
artéria cerebral posterior
Fórnix Artéria cerebral anterior e artéria cerebral posterior
Factores de Risco:
· Tabaco;
· Álcool;
· Hipertensão arterial;
· Diabetes;
· Etc…
Isquemia
Hemorragias
Outra das possíveis causas dos AVCs são os Angiomas – malformações dos
capilares que resultam em anomalias do fluxo sanguíneo cerebral. Estas
malformações podem variar em tamanho, desde uns poucos milímetros de
diâmetro, até tamanhos grandes que podem produzir um efeito de massa. Da
mesma forma que os aneurismas, apresentam paredes finas e portanto facilmente
se rompem. A ruptura de uma malformação grande pode produzir hemorragia.
Sintomatologia do AVC:
Se o critério for a duração do coma, temos TCE graves (com mais de 6 horas
de coma), moderado (1 a 6 horas) e leve (menos de 1 hora).
· Zonas afectadas;
· Consequências fisiopatológicas;
· Patologia associada;
· Intervenções cirúrgicas;
· Tratamento farmacológico;
3.3. TUMORES
Sintomatologia:
3.4. INFECÇÕES
Sintomas:
3.6. EPILESPSIA
Estas doenças implicam uma perda progressiva das células neuronais com
sinais e sintomas neurológicos e neuropsicológicos.
4. Avaliação Neuropsicológica