Livro U4
Livro U4
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UNIDADE
Psicofarmacologia
Interações entre
farmacologia e
psicofarmacologia –
drogas de abuso e de
ação central
2017
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: [email protected]
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Convite ao estudo
Por último, vamos encerrar esta unidade de ensino falando sobre as drogas
empregadas nos transtornos alimentares seguindo para drogas que atuam
sobre o comportamento sexual. Ao final desta unidade, você vai aumentar o
número de fármacos que já conhece e seus respectivos mecanismos de ação,
indicação terapêutica, principais reações adversas e interações medicamentosas
tanto com outros medicamentos como com alimentos. Você também vai
compreender o mecanismo promoção da dependência química causada por
drogas de abuso.
Para facilitar sua compreensão durante esta unidade de ensino, vamos usar
U4
Seção 4.1
Diálogo aberto
Mário é um jovem estudante e na sua família todos sempre tiveram livre contato
com a bebida alcoólica; por isso, ele começou a beber ainda quando menor de idade,
aos finais de semana nos churrascos com a família e amigos.
No início, seus pais achavam o seu comportamento normal, mas com o passar dos
anos, isso se tornou um problema na vida de Mário e a bebida já não estava presente
em sua vida apenas aos finais de semana: Mário já fazia uso do álcool duas a três vezes
na semana e tudo se tornou motivo para a bebida – se o time de futebol ganhasse, ele
bebia para comemorar e se perdesse, bebia para esquecer.
E não demorou muito para que Mário se tornasse um dependente do álcool, pois
todos os seus rendimentos eram investidos na compra da bebida para saciar suas
necessidades. Dessa forma, ele já não tinha mais vida social ou familiar.
Mário foi levado por várias vezes para as clínicas de recuperação na tentativa de se
reabilitar e se livrar do álcool; enquanto estava na clínica, Mário conseguia ficar sem
beber e se mantinha sóbrio por mais alguns meses, mas as recaídas eram inevitáveis.
Dona Elza, mãe de Mário, em tentativas frustradas, tentou por diversas vezes ajudar
o filho, até que um dia uma amiga lhe forneceu um frasco com um pó e disse para
que colocasse esse pó na comida de Mário que isso iria ajudá-lo a parar de beber.
Ela colocou, então, o referido pó no prato de Mário e ele comeu sem saber; alguns
minutos depois, Mário começou a sentir rubor facial, dor de cabeça intensa, dificuldade
de respirar, náusea, vômitos, suor, sede, fraqueza, vertigem e visão turva.
Essas questões e outras no que diz respeito à ação do álcool no nosso organismo
serão abordadas no decorrer desta unidade e todo o conteúdo que está no item Não
pode faltar servirá como base para você solucionar a questão abordada na situação-
problema.
O etanol é uma droga utilizada desde a antiguidade, com relatos de uso por volta
de 6.000 anos atrás, no Egito e na Babilônia. Nessa época, acreditava-se que o álcool
estivesse relacionado à qualidade de vida das pessoas, uma vez que era conhecido
como o elixir da vida; como pode ver visto pela origem galênica do termo whisky que
significa “água da vida”.
Etanol
O etanol (ou álcool etílico) é uma molécula orgânica que atua no sistema nervoso
central. No que se diz respeito à sua farmacocinética, após sua administração oral, o
álcool é rapidamente absorvido pela corrente sanguínea através do estômago (20%) e
intestino delgado (80%), sendo que sua concentração plasmática é atingida entre 30 e
90 minutos após a ingestão.
Sua biotransformação ocorre via fígado, sendo que a principal via de metabolização
acontece na presença da enzima álcool desidrogenase (AD), a qual catalisa a conversão
do etanol em acetaldeído (CH3CHO), produto tóxico responsável por alguns dos
efeitos desagradáveis da droga, como rubor, náuseas, dentre outros. O acetaldeído,
por sua vez, é oxidado por ação da acetaldeído-desidrogenase, formando alguns
metabólitos como o ácido acético.
ETANOL
ALCOOL
DESIDROGENASE
ACETALDEÍDO
ACETALDEÍDO
DESIDROGENASE
ACÍDO ACÉTICO
A maior parte do álcool não metabolizado é excretada pelos rins e pulmões e uma
menor parte é excretada de forma inalterada pelo suor e pela urina.
O álcool tem um fator genético importante associado ao seu uso: em boa parte
dos asiáticos uma variante genética que inativa a aldeído desidrogenase é observada.
Sabe-se ainda que essa inibição proporciona aos usuários após o uso de bebidas
alcoólica uma sensação semelhante a do dissulfiram, um fármaco empregado no uso
do tratamento do alcoolismo que veremos logo a seguir.
Assimile
A incidência de alcoolismo em indivíduos da raça asiática é extremamente
baixa devido aos efeitos desagradáveis que o álcool promove nessa raça.
De um modo geral, doses baixas são estimulantes e doses altas são depressoras.
No homem, por exemplo, a fase estimulatória do estado de ingestão de álcool consiste
em desinibição comportamental, diminuição de autocrítica e da tensão, com aumento
da afetividade. Após a fase de “euforia”, segue outra fase, por sua vez, depressora,
caracterizada por cansaço e prostração. A ação depressora do etanol ocorre devido à
potencialização da ação do GABA, atuando sobre receptores GABA-A de forma bem
semelhante aos benzodiazepínicos, tanto que o fármaco flumazenil, amplamente
utilizado para reverter os efeitos dos benzodiazepínicos, também é utilizado para
reverter os efeitos do álcool.
Técnicas mais sofisticadas permitiram medidas mais diretas dos efeitos do etanol
sobre a neurotransmissão dopaminérgica em regiões específicas do sistema nervoso
central, verificando que a administração sistêmica de etanol produz um aumento da
liberação de dopamina em regiões como o núcleo accumbens, região especifica
diretamente relacionada com a dependência tanto do etanol como de outras drogas
de abuso.
Sistema hepático
As mulheres são mais sensíveis às lesões no fígado, mas de forma geral apenas
3 copos de cerveja ou 2 taças de vinho diariamente já são capazes de ao longo do
tempo desencadear uma cirrose hepática. Um dos sintomas da cirrose é a ascite: o
acúmulo de água na cavidade abdominal, responsável pelo aumento da circunferência
abdominal.
Outros sistemas
Desenvolvimento fetal
Reflita
Vimos que o álcool tem efeitos deletérios sobre os diversos sistemas,
porém o consumo moderado de etanol tem efeito protetor contra a
doença cardíaca isquêmica.
Dissulfiram
Exemplificando
O dissulfiram está disponível nas formas farmacêuticas de pó e
comprimido, para ambos o uso diário é de 250mg, garantindo eficácia
clínica em pacientes dependentes de álcool e drogas químicas.
Pesquise mais
No artigo sugerido, os autores trabalham sobre a dependência química
do álcool e o diagnóstico e o tratamento dessa doença cada vez mais
recorrente na nossa sociedade.
Naltrexona
Por esses motivos, os usuários dependentes do álcool devem ser orientados sobre
os sintomas e medicamentos usados durante o período em que estão sem a bebida,
evitando convulsões e arritmias cardíacas. O tratamento consiste em restaurar os
níveis de eletrólitos como potássio, magnésio e fosfato e reposição da tiamina ou
vitamina B1.
Vimos no início da nossa aula que Mário é um jovem que iniciou o uso de bebida
alcoólica antes dos 18 anos, estimulado pela sua família. Porém, nenhum de seus
familiares poderia imaginar o que o futuro tinha reservado para Mário, pois o jovem
com o passar do tempo foi perdendo o controle de suas escolhas e o álcool não era
mais presença esporádica e sim uma constante em sua vida.
Sua mãe preocupada foi ver a bula do remédio fornecido por sua amiga, a qual
trazia todos os sintomas apresentados por Mario como possíveis efeitos colaterais. Ela
perguntou, então, a seu filho quando fora a última vez que havia consumido bebida
alcoólica e Mario respondeu que há menos de oito horas.
Essa medicação funcionou para o marido da amiga de dona Elza porque ela estava
sob acompanhamento médico, conhecia os riscos e acima de tudo queria se livrar da
bebida alcoólica. Infelizmente, no caso de Mário, para prosseguir com a medicação,
ele terá de passar por um acompanhamento médico e psicológico e ter muito apoio
de sua família, como vem tendo todos esses anos.
Avançando na prática
Neuropatia alcoólica
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
direta pelo uso do álcool ou de forma indireta pela falta nutricional consequente do
consumo do álcool. O álcool associado à falta de alimentação gera graves danos ao
organismo dos pacientes.
c) Lorazepam.
d) Fluoxetina.
e) Dissulfiram.
Seção 4.2
Diálogo aberto
Mário é um jovem estudante que vem enfrentando problemas com a bebida. E
como acontece na maioria das vezes, o álcool é apenas uma porta de entrada para
outras drogas – lícitas ou não.
Em uma das festas que costumava oferecer aos amigos em sua casa, Mário teve
o primeiro contato com a nicotina e associou o consumo da bebida alcoólica ao uso
da nicotina presente no tabaco. Num primeiro momento, Mário afirmou ter controle
da situação e disse que só consumiria essas substâncias em ocasiões especiais e aos
finais de semana. Mas, com o passar dos meses, passou a usar tanto o álcool como a
nicotina – ambos drogas lícitas – em outros dias da semana.
Essa nova fase começou ainda na juventude, junto de amigos que ofereceram a
Mário a maconha, que segundo ele, seria consumida apenas uma vez por semana,
porém esse controle logo se perdeu. Em uma tarde no colégio, um amigo de Mário
ofereceu a ele cocaína e, sob pressão da turma e por conta da necessidade de sentir
novas emoções, ele inalou a substância; como nunca havia usado esse entorpecente,
exagerou na dose e após alguns minutos sentiu-se mal, relatando aos colegas os
seguintes sintomas: coração acelerado, dor no peito e sudorese intensa.
Essas questões e outras no que diz respeito à ação do álcool e outras drogas de
abuso no nosso organismo, serão abordadas no decorrer desta unidade, e todo o
conteúdo que está no item Não pode faltar servirá como base para você solucionar a
questão abordada na situação-problema.
Nos dias atuais, segundo pesquisa realizada pela NIDA (National Institute on Drug
Abuse) em 2002, apesar de as drogas como o álcool, o tabaco e a maconha serem
mais consumidas do que a cocaína, existiam ainda cerca de 5,9 milhões de usuários
de cocaína nos Estados Unidos. Estima-se ainda, de acordo com pesquisas realizadas
pelo NSDUH (The National Survey on Drug Use and Health), em 2002, que 1,5 milhão
de americanos poderiam ser classificados como dependentes químicos ou que
fizeram uso abusivo de cocaína nos 12 meses que antecederam a pesquisa.
Drogas de abuso
Anfetamina
O uso clínico das anfetaminas é atualmente restrito e esse princípio ativo está
presente em medicamentos que têm sua venda e seu uso restritos por parte da
Portaria 344/1998 da Anvisa.
Ecstasy
A MDMA foi testada inicialmente como moderador do apetite, mas devido aos seus
efeitos colaterais, foi pouco utilizada para este fim e nunca comercializada, ficando
esquecida e sem uso por décadas. No início dos anos 1970, a MDMA começou a ser
utilizada em contexto terapêutico, apresentava vantagens sobre seu antecessor, o LSD,
pois não provocava mudanças perceptivas nem emocionais tão intensas, seus efeitos
tinham duração mais curta e não haviam sido relatados flashbacks, bad trips (“viagens
ruins”) nem reações psicóticas em doses terapêuticas e em contextos controlados.
Maconha
1
De acordo com o dicionário Houaiss (2009, eletrônico), “festa dançante em que se toca música
eletrônica (Geralmente realizada por mais de uma noite e em grandes espaços afastados dos centros
urbanos)”.
Reflita
Lembre-se que o fármaco ou a droga não cria uma função no nosso
organismo, mas faz uso de uma função já existente, sendo assim, se a
maconha tem um receptor endógeno para se ligar, é porque também
existe uma substância que produzimos em nosso organismo, que tem a
mesma capacidade de se ligar a esse tipo de receptor.
O uso da maconha nessa época ocorria devido a sua capacidade de superar crises
de náuseas e vômitos provocadas pela quimioterapia pela qual portadores de câncer
eram submetidos. Os efeitos da quimioterapia são decisivos no tratamento e muitos
pacientes abandonam o tratamento em decorrência desses efeitos, o que leva o
paciente a óbito.
Assim, a grande polêmica consiste no fato de que todas essas situações seriam
possíveis quando se faz a substituição por outros fármacos sem o risco de dependência
pela medicação? E nos casos em que o paciente não aceita o tratamento convencional,
a maconha poderia ser mais uma alternativa? No Brasil assim como em outros países, o
uso ainda não é legalizado, mas alguns pacientes conseguem autorização de compra
e uso com intervenções da justiça, para evitar sofrimento dos efeitos colaterais de
outras doenças.
Cocaína e crack
O nome coca é derivado de uma palavra aimará, “khoka”, que significa “a árvore”.
Na região Norte do Brasil, essa planta é chamada de “epadu” e as tribos da região
utilizam essa planta para trazer bem-estar e efeito euforizante.
Inicialmente, a coca fora descoberta como indutor anestésico ocular e sob a forma
de cloridrato, um pó branco cristalino, conhecido também como como cocaína,
sintetizada por Willstatt em 1902, feito que lhe rendeu o prêmio Nobel de Medicina.
Pesquise mais
Essa é uma bela revisão sobre as complicações cardiovasculares do uso
da cocaína. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbti/v18n4/19.pdf >.
Acesso em: 25 nov. 2016.
Solventes e inalantes
Os principais produtos que são inalados como drogas são: colas, vernizes, esmaltes,
tintas, gasolina, tinta spray, éter e clorofórmio. Os gases também são amplamente
procurados pelos jovens, gases presentes em objetos como isqueiro, geladeira, fogão
e buzina.
Exemplificando
Recentemente, presenciamos na mídia a notícia de morte de dois jovens
por inalar gás de buzina. Nesse gás são encontrados o butano e o propano,
os quai têm efeito alucinógeno e essa é sem dúvida a razão de seu grande
uso dentre os jovens. Ele também promove efeitos como euforia, desmaio
e convulsão. Seu grande risco está na arritmia e no edema pulmonar que
ele pode promover.
Nicotina
Assimile
Todas as drogas com potencial para desenvolver a dependência química
aumentam os níveis de dopamina em regiões do sistema nervoso central,
esse neurotransmissor está relacionado à recompensa que as drogas
promovem em seus usuários.
Vimos que Mário, já dependente de álcool e nicotina ainda jovem, vem vivenciando
novas experiências com o uso de drogas ilícitas.
Nessa nova fase, ele faz uso da maconha e não demorou muito para chegar no
uso de cocaína na forma inalada. Como nunca havia usado, Mário exagerou no uso
e após alguns minutos sentiu-se mal e precisou ser socorrido. Mas por que Mário
apresentou esses sintomas? Eles tiveram alguma ligação com a cocaína que ele havia
acabado de experimentar?
Para ter noção do potencial devastador dessa substância, veja como a cocaína é
preparada: a cocaína é extraída de seu alcaloide, por meio do uso do ácido sulfúrico
ou ácido clorídrico. Após sua extração, ele é refinado para se tornar um pó branco
que é injetado ou inalado. Com o intuito de melhorar o rendimento da droga, os
produtores de cocaína acrescentam outras substâncias a esse pó, tais como: talco,
cimento, pó de vidro; interferindo na pureza do material e no potencial de efeito da
droga. Após todo esse processo, a droga está pronta para consumo.
Os sintomas de Mário são clássicos de uma overdose aguda por cocaína; outros
sintomas característicos desse tipo de overdose sao: aumento da temperatura
corporal, acidose metabólica, convulsões e infarto; essas condições podem ser fatais
aos usuários se não receberem um tratamento emergencial.
arterial e as arritmias, mas caso não sejam eficientes isoladamente, podem ser
associados a nitratos e vasodilatadores para manter a função cardiovascular estável.
Ainda se faz necessário o uso de medidas para diminuir a temperatura corporal, caso
não se obtenha êxito pode se usar o dantrolene, um fármaco que tem essa finalidade.
Avançando na prática
Desvio de septo
Descrição da situação-problema
Sangrar pelas narinas, sintoma apresentado por Mariana, tem relação com o seu
uso compulsivo por cocaína inalada?
Resolução da situação-problema
Fonte: <http://www.folhadedourados.com.br/media/images/1830/50982/tmp/wmX-620x826x4-55bd194dace124e09495cf
341c9d81d77f6fd11986cde.jpg>. Acesso em: 30 jan. 2017.
Seção 4.3
Diálogo aberto
Estamos acompanhando o dilema vivido por Mário, um jovem que desde cedo
faz uso de bebida alcoólica. Inicialmente, sua família achou normal seu consumo
de álcool, mas quando percebeu que o jovem não tinha mais controle sobre seu
comportamento, as coisas mudaram e como ocorre na maioria das vezes o álcool é
apenas a porta de entrada para outras drogas ilícitas.
Por muitas vezes, Mário teve relações sexuais sem preservativo e usou ainda o
citrato de sildenafila, um estimulador sexual conhecido pelo seu nome comercial, o
Viagra. Mário começou a usar este medicamento porque seus colegas diziam que era
efetivo em pessoas com disfunção erétil e seu efeito garantia significativa melhora na
ereção.
Assimile
Assim como existe a menopausa para as mulheres, também há a
andropausa para os homens. Esta pode acarretar sintomas tais como
diminuição da libido, disfunção sexual, cansaço e até mesmo depressão.
Fisiologia da ereção
Sabe-se que os níveis intracelulares do GMPc são regulados pelo equilíbrio entre
a guanilil ciclase, que sintetiza GMPc e a fosfodiesterase 5 (PDE5), responsável pela
degradação deste segundo mensageiro. A fosfodiesterase 5 é a responsável pela
hidrolise de GMPc e consequentemente pelo retorno do pênis ao estado flácido.
Sendo assim, a fosfodiesterase 5 é o alvo para a maioria dos fármacos usados na
disfunção erétil.
Disfunção erétil
O termo disfunção erétil foi sugerido a partir de 1992 em uma reunião do Grupo
de Consenso em Impotência, coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Norte
Americano para substituir o termo “impotência” tendo em vista seu sentido pejorativo.
A seguir listamos alguns fármacos que também estão relacionados com a etiologia
da disfunção erétil.
Tratamento
O sildenafila (Viagra®) disponível nas dosagens 25, 50 e 100mg, foi o pioneiro desta
classe de medicamentos. Em 1998 este medicamento foi aprovado pelo FDA nos
Estados Unidos para o tratamento da disfunção erétil, em 2002, representou 90% das
vendas como medicamento para essa doença excedendo o valor de 1, 500 bilhões
de dólares.
Exemplificando
O Viagra é capaz de inibir a enzima fosfodiesterase 5, isso causa um
aumento do fluxo sanguíneo na região do pênis o que facilita a ereção.
O problema é que esse medicamento quando associado a nitratos e
isossorbida pode causar uma diminuição drástica da pressão arterial
culminando em ataque cardíaco.
Pesquise mais
Nessa revisão, os autores trazem um resumo sobre a disfunção erétil e
o tratamento com uso de inibidores da fosfodiesterase 5. Disponível em:
< http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=4967>.
Acesso em: 5 dez. 2016.
Distúrbios alimentares
A anorexia nervosa é uma compulsão por comida que afeta jovens, principalmente
do sexo feminino, em todo o mundo, que buscam o corpo perfeito, com baixo peso
chegando a graus extremos de caquexia, inanição e até à morte. A falta de alimentos
nesse caso pode causar desnutrição proteicocalórica e amenorreia, além de distúrbios
psicológicos como depressão, fobia, compulsões, preocupação obsessiva com os
alimentos, distorção de imagem corporal, dentre outros. E é justamente pelo quadro
de desnutrição que os familiares buscam tratamento médico, muitas vezes, com
resistência por parte do paciente.
Ŕ SFDVTBFNNBOUFSPQFTPDPSQPSBM
JEFBMPVBDJNBEPQFTPN©OJNPQBSBJEBEF
e altura;
Ŕ FEPJOUFOTPEFHBOIBSQFTPPVUPSOBSTFPCFTP
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N
peso ideal;
Ŕ EJTU¶SCJPTEFJNBHFNDPSQPSBM
A anorexia nervosa pode ser de dois tipos, sendo do tipo restritivo com restrição
dietética em que o paciente não se alimenta e do tipo compulsivo/purgativo em que
ocorre a ingestão de alimentos seguida de vômitos, uso de laxativos e diuréticos.
Ŕ DPNQPSUBNFOUPDPNQFOTBU¯SJPQBSBQSFWFOJSPHBOIPEFQFTPPQBDJFOUF
pode induzir o vômito, abusar de laxativos, diuréticos, enemas, jejum ou
exercícios físicos;
Ŕ QSFPDVQB£PFYDFTTJWBDPNBGPSNBDPSQPSBMFPQFTP
Ŕ PEJTU¶SCJPOPPDPSSFFYDMVTJWBNFOUFEVSBOUFFQJT¯EJPTEFBOPSFYJBOFSWPTB
A bulimia nervosa pode ter dois subtipos: o purgativo – em que pode ocorrer
vômitos ou abuso de laxativos, diuréticos e enemas – e o não purgativo em que o
paciente faz jejum ou exercícios em excesso.
Um dos tratamento que se faz necessário é uma terapia nutricional, com indicações
de reeducação alimentar, além de terapia em grupo e individual.
Reflita
O Orlistat é um dos poucos moderadores do apetite que pode ser vendido
sem receita médica. Esse medicamento apresenta uma série de efeitos
colaterais e o mais marcante deles é a esteatorreia (fezes com gordura),
pois parte da gordura dos alimentos não é absorvida pelo intestino e sai
inalterada pela fezes.
Mário assim como outros jovens fez uso de um medicamento indicado para
portadores de disfunção erétil. Cada vez mais jovens utilizam esses medicamentos
por curiosidade, diversão ou até mesmo porque acreditam que esses medicamentos
podem melhorar seu desempenho sexual e durabilidade de ereção. Quem utiliza
a medicação sem necessidade, ou seja, sem ter disfunção erétil, pode no futuro
enfrentar a condição. Ressaltamos a importância de somente se usar medicamentos
com indicação médica.
Mesmo fazendo uso do citrato de sildenafila, Mário não teve uma ereção capaz
de prosseguir em uma relação sexual. Por isso, voltou à farmácia que comprou a
medicação para questionar a origem do medicamento, julgando ser vítima de uma
fraude e afirmando que o medicamento comprado era falsificado.
Avançando na prática
Célia, assim como a maioria das mulheres, está em busca pelo corpo perfeito:
malha, faz dietas absurdas mas não consegue alcançar as medidas estabelecidas por
ela mesma. Nos últimos dias, viu na internet que o Orlistat (comercialmente conhecido
como Xenical) é um medicamento que não causa dependência química, pode ser
vendido sem receita médica e tem efeito emagrecedor.
Resolução da situação-problema
Mas não era o caso de Célia, pois ela usou a medicação por conta própria e as
complicações poderiam ser bem maiores. A jovem parou a ingestão do medicamento
e decidiu passar por um profissional habilitado que lhe indicou uma dieta que
mantivesse sua qualidade de vida.
Referências