RESUMO - FINAL Mental
RESUMO - FINAL Mental
RESUMO - FINAL Mental
Componentes biopsicossociais
Este Modelo vê o comportamento humano sob uma perspetiva holística que integra os
aspetos biológicos, psicológicos e socioculturais da assistência. É um padrão de
referência para a prática de enfermagem de saúde mental.
- Fatores predisponentes
São de natureza biológica, psicológica e sociocultural. Podem ser vistos como
fatores condicionantes ou de risco que influenciam tanto o tipo, como a quantidade
de recursos que a pessoa é capaz de usar para controlar o stress. A história
genética, o estado nutricional, a saúde geral e a exposição a toxinas são exemplos
de predisponentes biológicos.
Os fatores psicológicos incluem personalidade, experiências passadas,
autoconceito, capacidades adaptativas, capacidade de resiliência. As
características socioculturais incluem idade, género, escolaridade, rendimentos,
ocupação, experiências de socialização, bagagem cultural, educação religiosa e
crenças, etc.
- Stressores Desencadeantes
São estímulos percebidos pelo indivíduo como difíceis, perigosos ou desafiadores.
Podem ser de natureza biológica, psicológica ou sociocultural e podem originar-
se no ambiente interno ou externo ao indivíduo. Exigem uma excessiva energia e
produzem um estado de tensão e stress. É importante avaliar o momento da
ocorrência, sendo necessário definir quando ocorreu, a duração de exposição e a
frequência com que ocorre. É também importante avaliar o número de stressores
a que o individuo está sujeito num determinado período de tempo.
Os fatores desencadeantes
- Acontecimentos traumáticos;
- Acontecimentos significativos de vida;
- Situações crónicas;
- Acontecimentos desejados que não ocorrem
- Traumatismos ocorridos (estádios desenvolvimentais).
- Avaliação do stressor
É o processamento e a compreensão da situação stressante, que ocorre em muitos
em muitos níveis. Especificamente, a avaliação envolve respostas cognitivas,
afetivas, fisiológicas, comportamentais e sociais. É uma apreciação da
importância de um evento para o bem-estar do indivíduo. O stressor assume o seu
significado, intensidade e importância a partir da interpretação e do significado
único a ele atribuído pela pessoa.
As situações indutoras de stress podem ser avaliadas como: ameaça (antecipação
de uma contingência desagradável que pode vir a acontecer mas ainda não surgiu);
dano (refere-se a alguma coisa que já ocorreu e ao individuo apenas resta tolerar
o acontecimento ou reinterpretar o seu significado ou as suas consequências);
desafio ( representa uma circunstância em que o indivíduo sente que as exigências
estabelecidas podem ser alcançadas ou ultrapassadas).
Respostas Cognitivas – os fatores cognitivos exercem um papel central na
adaptação do indivíduo às situações de vida, implicando diferentes formas de agir;
são mediadores psicológicos entre o indivíduo e o ambiente; as pessoas resistes
ao stress têm uma atitude perante a vida de recetividade à mudança, sentido de
envolvimento naquilo que fazem e controlo sobre os eventos; as diferenças na
avaliação cognitiva refletem-se nas respostas dos indivíduos aos eventos.
Respostas Afetivas – despertar de uma emoção suscitada (ansiedade generalizada
expressada por emoções que pode incluir: alegria, medo, ira, aceitação,
desconfiança, surpresa).
Respostas fisiológicas – refletem a interação de diferentes eixos neuro-endócrinos
(envolvendo a hormona do crescimento, prolactina, hormona
adrenocorticotrófica, homana luteinizante e folículo-estimulina, hormonas
estimuladoras da tiroide, vasopressina, oxitocina, insulina, adrenalina,
noradrenalina, etc.). O stress afeta o sistema imunológico, diminuindo a
capacidade de enfrentar doenças.
Respostas Comportamentais – refletem as emoções, mudanças cognitivas e a
análise cognitiva da situação stressante; comportamento de modificação do
ambiente ou fuga, comportamento destinado a adquirir novas capacidades de ação.
Resposta Social – envolve a procura de significado (o individuo procura as
informações sobre o seu problema, e ainda a atribuição social, procura identificar
os fatores que contribuíram para o seu problema) e a comparação social (a pessoa
procura compara as suas habilidades e capacidades com outras pessoas com
problemas semelhantes).
- Respostas de adaptação
Capacidade de a pessoa responder e recuperar perante as adversidades, que
implica um conjunto de qualidades que promovem um processo de adaptação com
êxito e transformação, apesar os riscos e a adversidade.
Recursos de adaptação individual e de resiliência:
- Sentido de coerência - sentimento de confiança generalizado e estável,
embora dinâmico, e que se traduz nos seguintes aspetos: estímulos internos
externos, no decurso da vida são percecionados como sendo estruturados,
previsíveis e explicáveis; existem recursos para fazer face às exigências
desses estímulos; exigências que constituem desafio merecedores de
investimentos e compromisso.
- Locus de controlo – expetativas generalizadas que a pessoa cria relativas
à obtenção de reforços em dada situação; Locus de controlo interno (qd a
pessoa obtém dado reforço, se acredita que ele foi devido ao seu esforço
e/ou qualidades); Locus de controlo externo (qd a pessoa acredita que o
reforço se deveu às circunstâncias externas – intervenções de outras
pessoas mais poderosas ou fatores de sorte).
- Expetativas de eficácia pessoal – refere-se à crença de ser realmente
capaz de executar e de obter êxito em determinada tarefa; perceção ou
expetativa das próprias capacidades; refere-se aos juízos acerca do que a
pessoa pode fazer, independentemente das competências que possua.
- Robustez “hardiness” – características de personalidade que parecem ter
uma influência positiva no estado de saúde e que contrariam o efeito
negativo de eventos perturbadores, evitando, assim, que conduzam à
doença (inclui três componentes inter-relacionados: compromisso,
controlo, desafio).
Fatores psicossociais:
- Interação com os pais e educadores;
- Interação na educação e na vida laboral;
- Interação em situações especiais;
- Apoio Social.
- Mecanismos de adaptação
Coping é definido como os esforços, cognitivos e comportamentais, realizados
pelo indivíduo para lidar com exigências específicas, internas ou externas, que
surgem em situações de stress e são avaliadas como sobrecarregado ou excedendo
os seus recursos pessoais. Numa perspetiva cognitivista, o coping é divido em
duas categorias fundamentais: coping focalizado na emoção; coping focalizado no
problema (mecanismo adaptativo mais saudável).
Crise
A crise é uma perturbação resultante de uma ameaça percebida, que desafia os
mecanismos de enfrentamento habituais do individuo. As crises são momentos de maior
vulnerabilidade, mas também podem estimular o crescimento (A forma como a crise é
enfrentada determina se o resultado será crescimento ou desorganização. O crescimento
vem da experiência a partir de novas situações). A ameaça ou o evento desencadeante
geralmente podem ser identificados, podendo ocorrer semanas ou dias atrás e podendo ou
não estar ligados ao estado de crise na mente do indivíduo. Os eventos desencadeantes
são perdas, ameaças de perdas ou desafios.
Depois de um evento desencadeante, a ansiedade sobe e emergem 4 fases da crise. Na
primeira, a ansiedade ativa os métodos normais de enfrentamento do indivíduo. Se estes
não conseguirem um alívio e não existir apoio adequado, o individuo segue para a
segunda fase, que envolve mais ansiedade porque os mecanismos de enfrentamento
fracassaram. Na terceira fase, novos mecanismos de enfrentamento são tentados ou a
ameaça é redefinida, de modo que os antigos métodos de enfrentamento possam
funcionar. A resolução do problema pode ocorrer nesta fase. Contudo, se a resolução não
ocorre, a pessoa ingressa na quarta fase, na qual a continuação de níveis de ansiedade ou
de pânico pode levar à desorganização psicológica.
Existem dois tipos de crises: de desenvolvimento/maturação e situacionais
As crises de desenvolvimento são eventos evolutivos que exigem mudança de papeis.
As pressões tanto sociais como biológicas para mudar podem precipitar uma crise. A
natureza e a extensão da crise podem ser influenciadas por modelos, recursos
interpessoais e facilidade de outros em aceitar o novo papel.
As crises situacionais ocorrem quando um evento da vida perturba o equilíbrio
psicológico de um indivíduo ou de um grupo. Podem ser de vitimização (perda de
emprego, divórcio, violação, assassinato) ou de desastre (sismos e terramotos, incêndios,
tornados, acidentes de viação).
Intervenção na crise
A intervenção em crises é uma estratégia de tratamento breve, focalizada e de tempo
limitado, que se mostrou eficiente em auxiliar as pessoas a enfrentar adaptativamente os
eventos stressantes.
O objetivo da intervenção na crise é que o indivíduo retorne a um nível de funcionamento
anterior à crise. Os fatores específicos a considerar na intervenção em crise incluem os
seguintes:
- Situação de migração e de cidadania
- Papeis de género e familiares
- Sistemas de crenças religiosas
- Utilização de outros familiares e sistemas de suporte.
5 – Comunicação terapêutica
A comunicação assume um papel fundamental na relação entre um profissional e a
pessoa/grupo alvo dos cuidados, na medida em que é o contexto em que se desenvolve a
relação, e é, ou pode ser uma ação terapêutica por si só, ou complementar a ação
terapêutica de outra intervenção.
A comunicação terapêutica é um tipo singular de comunicação inserida na comunicação
clínica e comunicação em saúde, utilizada por profissionais de saúde para apoiar,
informar, educar e capacitar as pessoas no processo de transição saúde-doença, e/ou na
adaptação a dificuldades. Adicionalmente, na comunicação terapêutica, o profissional de
saúde utiliza um conjunto de técnicas/habilidades para ajudar as pessoas a resolverem os
seus problemas, a se relacionarem melhor consigo e com os outros, a adaptarem-se à sua
condição de saúde e contexto de vida.
Por isso, a comunicação terapêutica é orientada para um objetivo específico, tem uma
intencionalidade dirigida para a situação da pessoa, requere determinadas competências
do profissional, como a capacidade de escuta, disponibilidade, aceitação e pressupõe a
utilização de um conjunto de técnicas/habilidades de comunicação verbal e não verbal,
nas quais a empatia e a assertividade desempenham um papel central.
Comunicação Intrapessoal é a capacidade de comunicar connosco próprios, promove o
autoconhecimento (crenças, valores, princípios, costumes, etc).
A Auto consciencialização é a utilização de “si mesmo” no contexto interpessoal, o uso
de si mesmo como ferramenta terapêutica, é uma capacidade de autoconhecimento e
autocrítica. Métodos de auto consciencialização:
- Introspeção é o processo de observação do próprio comportamento em várias situações,
e é facilitada pelo relaxamento.
- Discussão é uma conversa focalizada acerca do próprio comportamento, a dois ou em
grupo. Tem o objetivo de identificar crenças e sentimentos subjacentes a determinando
comportamento, e requer um grau de confiança mútuo elevado.
- Ampliação da experiência própria é uma técnica que consiste em diversificar situações
para ajudar a desenvolver um sistema de crenças e sentimentos próprios. Permite testar
as crenças à luz da realidade; aumenta a sua capacidade individual e a sua autoconfiança.
- Encenação de Papéis é um exercício em que se encenam os papeis das pessoas
envolvidas numa interação real ou prevista. A encenação deverá ser seguida de uma
discussão. Permite a vivência de situações em tempo real e facilita o desenvolvimento da
empatia pela pessoa cujo papel está a ser encenado.
A Comunicação interpessoal é influenciada por vários fatores, tais como fatores
ambientais, movimento dos olhos, aparência física e vestuário, expressão facial, fatores
interpessoais, território e espaço pessoal e sinais vocais. A comunicação pode ser verbal
e não verbal, esta pode apoiar ou contradizer a comunicação, e pode ser percebida através
de movimentos corporais, expressões faciais, olhar, voz, etc. Meta comunicação refere-
se unicamente ao domínio consciente dos aspetos não verbais da comunicação. A
congruência comunicativa baseia-se no padrão de comunicação no qual a comunicação
verbal, não verbal e a meta comunicação transmitem a mesma mensagem.
As estratégias de comunicação terapêutica podem ser classificadas em 3 grupos: de
expressão, clarificação e validação.
De Expressão – impelir o cliente a expressão os seus pensamentos, sentimentos, dúvidas
e esperanças relativamente à experiência que os desencadeou, de forma a transmitir
segurança e confiança ao utente e mostrar disponibilidade para ajudar. Envolve a
utilização terapêutica do silêncio e/ou humor, escuta reflexiva, repetição das últimas
palavras proferidas pelo cliente, etc.
De Clarificação – compreende técnicas que pretendem esclarecer ou ajudar a
compreender a mensagem transmitida pelo utente, corrigindo a informação inicialmente
obtida, designadamente comparações, descrição dos factos numa sequência lógica,
solicitar ao utente que esclareça termos incomuns.
De Validação – possibilitam a atribuição de significado sobre os pensamentos,
sentimentos, e emoções expressos, assegurando a sua compreensão.
Atitudes são processos mentais individuais que determinam as respostas reais ou
potenciais do indivíduo no mundo social. Porter divide as atitudes comunicacionais em
dois processos, os processos cognitivos que abrangem as atitudes de avaliação,
interrogação e interpretação, e os processos resolutivos, que incluem as atitudes de apoio,
exploração e compreensão.
Atitude de Avaliação – É uma expressão de censura por atos feitos, manifestando
o desejo de controlar o comportamento presente ou futuro do recetor, através do
controlo simbólico exercido sobre o passado. Induz sentimentos de culpa.
Atitude de Orientação – Exprime a intenção de controlar diretamente o
comportamento futuro do recetor, introduzindo sentimentos de dependência em
relação a uma lei, ou então aceitação de informações, com base na autoridade.
Atitude Exploratória (Interrogativa) – Visa recolher informações dos nossos
interlocutores, exprimindo diretamente a necessidade de saber.
Atitude de Interpretação – É uma explicitação do significado que teve para nós a
comunicação do nosso interlocutor, revestindo-se, por isso, de um cariz
tipicamente psicológico.
Atitude de Apoio – É uma resposta “simpática”, manifestando no emissor uma
afetividade concordante com a do recetor.
Atitude de Compreensão (Empática) – É empática, centrada no outro, mas sem
estar em “uníssono emocional”. Exprime o sentimento do interlocutor do ponto
de vista dele; centra a comunicação no presente, e a expressão do sentimento do
interlocutor é de tal forma que o coloca em relevo em relação ao todo restante.
6 – Relação de Ajuda
A relação enfermeiro-cliente através da qual é possível reconhecer, esclarecer e construir
uma compreensão acerca do que acontece com o cliente. O cliente experimentará melhor
saúde quando todas as suas necessidades são plenamente consideradas no
relacionamento.
De acordo com Hildegard Peplau, as relações interpessoais em enfermagem, são assentes
nos seguintes pressupostos:
- Atitude do enfermeiro facilita a aprendizagem do cliente; ajudas baseadas na técnica de
resolução de problemas;
- Objetivo: ajudar a pessoa e os grupos a produzir mudanças que influenciem de forma
positiva a sua vida; valoriza o cuidado físico, proporcionando aproximação ao cliente
facilitando a compreensão e conexão de circunstâncias presentes e experiências prévias.
A relação de ajuda tem como objetivos: 1- ultrapassar uma dificuldade; 2 – resolver uma
situação problemática atual ou potencial; 3 – encontrar um funcionamento atual mais
satisfatório; 4 – detetar o sentido da existência.
O enfermeiro tem ser preciso e concreto, estar centrado no presente tanto no que lhe diz
respeito como no que se refere aos outros, clarificar respeitar-se e respeitar os outros; ser
congruente em relação a si próprios e em relação aos outros, ser empático consigo próprio
e com os outros; confrontar-se consigo próprio e com os outros.
A relação de ajuda pressupões influência de quem ajuda (interação social), não necessita
de hierarquia, relação igualitária, o ato de ajudar é complementar, não é diretiva, promove
a autonomia e o “crescimento”.
É um processo gradual, com um início e um fim, fase de preparação, fase de exploração,
fase de finalização. A escuta ativa é a capacidade base primordial à relação de ajuda, é
um instrumental essencial que o enfermeiro deve desenvolver e permite, manifestar à
pessoa que ela é importante, identificar as emoções da pessoa, ajudar a pessoa a identificar
os seus problemas, ajudar a pessoa a elaborar um plano de ação realista e eficaz. A
clarificação é a capacidade de ajudar a pessoa a exprimir de forma clara a sua vivência
ou simplesmente aquilo que depreendeu. Respeito consiste em agir de forma a comunicar
ao outro que o respeitamos suficientemente para tentarmos compreender exatamente o
que ele vive, é acreditar no seu potencial, escutá-la atentamente, abster-se de a julgar e
tentar compreender o seu ponto de vista. A congruência possibilita que haja concordância
entre o que o individuo vive interiormente, a consciência que ele tem daquilo que viveu
e a expressão dessa vivência, traduzida conscientemente pelo seu comportamento.
Empatia é a capacidade de se afastar das suas preocupações das suas preocupações
pessoais e dar provas de flexibilidade suficiente para pôr de lado o seu quadro de
referência habitual a fim de mergulhar no do cliente, é a capacidade de estar em contacto
próximo com o que a pessoa vive no momento atual.
O modelo de Egan (Egan’s Skilled Helper Model) é um modelo de usado para
aconselhamento ou coaching, onde o objetivo é alcançar mudanças duradouras e
empoderar pessoas para resolver os seus problemas de forma mais eficaz e desenvolver
oportunidades não utilizadas de maneira mais completa.
Relaxamento
Técnicas de Relaxamento
Respiração abdominal (reflete diretamente o nível da tensão).
Aumento da ansiedade – respiração acelerada, superficial, torácica;
Diminuição da ansiedade – respiração mais lenta, profunda e abdominal.
O sangue oxigenado além de dificultar a oxigenação dos diversos tecidos, também
contribui para o agravamento dos estados de ansiedade.
Benefícios:
Aumento do nível de O2 no cérebro e tecido muscular;
Estimula o sistema nervoso parassimpático;
Promove o sentido de coesão entre o corpo e a mente;
Aumenta a excreção de várias toxinas através dos pulmões;
Promove a concentração.
Relaxamento progressivo (o êxito do relaxamento dependerá):
Reconhecer e relaxar a tensão muscular;
Praticar diariamente em casa;
Aplicar o relaxamento na vida quotidiana da pessoa.
Benefícios:
Aumento do nível de energia vital e da produtividade;
Desenvolvimento da concentração e da memória;
Redução da fadiga e insónia;
Aumento do limiar de tolerância à dor;
Diminuição da FR, FC e TA;
Prevenção ou redução de sintomas psicossomáticos como HTA, cefaleias, crises
de ansiedade.
8 – Intervenções psicossociais: Treino de Competências Sociais
9 – Planeamento de uma sessão de educação para a saúde mental
10 – História clínica psiquiátrica e exame do estado mental
O exame do estado mental corresponde a um corte transversal no estado e sintomatologia
do doente. Representa a síntese da observação psiquiátrica e as impressões num
determinado momento, construindo um importante meio para avaliar a evolução de um
quadro clínico.
1. Apresentação (aspeto geral, atitude, resposta ao contacto)
- Vem por vontade própria ou “forçado” por alguém
- Postura (Tensa, flácida, fletida, expansiva, retraída, estereotipias motoras, ...)
- Forma de vestir (perfecionista, excêntrico, exibicionista ou desleixado)
- Higiene e arranjo pessoal
- Idade aparente versus a real
- Características físicas (anomalias físicas evidentes)
- Expressão facial (triste, alegre, zangado, surpreendido, aborrecido, irritado,
desgostoso, inexpressivo, risos imotivados…)
- Contacto, adequação das respostas, vontade de cooperar (empático, fácil/difícil;
colaborante / não colaborante; cordial; superficial/profundo; retraído/exuberante;
hostil; desconfiado; indiferente; negativista; regressivo, autismo).
2. Consciência
Atividade integradora dos fenómenos psíquicos, o todo momentâneo que
possibilita o tomar consciência da realidade naquele instante. Estado em que o
indivíduo está ciente em relação a si próprio e ao meio que o rodeia.
Aspetos funcionais:
Consciência de
si mesmo
Clareza da
consciência (lucidez)
Consciência
Vivência da realidade
Estado Vigil
do tempo
Consciência da
experiência
Alterações “patológicas” da consciência
- Quantitativas: correspondem a alterações da vigilidade. Implicam uma diminuição da
consciência (+ comum). 1) Hipervigilia 2) Obnulação 3) Sonolência 4) Torpor 5) Coma
e morte cerebral.
- Qualitativas (estreitamento da consciência): pode haver diminuição ao nível da
consciência com eventual desorientação alopsíquica, podem ter causa orgânica (epilepsia,
TCE, ação de tóxicos) ou causa psicogénica (situações emocionais – ansiedade, etc).
- Expansão da consciência: sente o mundo mais intenso, profundo e compreensível, pode
surgir como consequência do consumo de substâncias, ou pode surgir em quadros
psicóticos agudos (esquizofrenia e mania).
- Delirium ou estado confusional agudo: síndrome inespecífico associado a patologia
orgânica – perturbação da consciência, atenção, perceção, pensamento, memória,
comportamento psicomotor, emoção e ciclo sono-vigília. Diminuição abrupta do nível da
consciência com flutuações (normalmente noturnas).
- Delirium tremens: associado a situações de abstinência alcoólica (1º ao 7º dia),
caracterizado por sintomas físicos (tremor, taquicardia, hipertensão, febre, sudorese,
desidratação). Pode estar associado a alucinações visuais.
3. Atenção
Refere-se à orientação da atividade psíquica sobre determinado estímulo, objeto
ou evento. Pode ser, ativa (voluntária), ou seja, existe esforço consciente e
intencional, ou passiva (espontânea), onde não existe um esforço consciente.
Alterações da atenção:
- Hiperprosexia (atenção aumentada)
- Hipoprosexia (diminuição da atenção)
- Distratibilidade (instabilidade e mobilidade acentuada da atenção voluntária).
4. Orientação
Capacidade de se identificar e de se situar adequadamente no tempo, no espaço,
na sua situação pessoal e no ‘geral’.
Alterações da orientação:
- Alopsiquica (ao que está fora da pessoa): desorientação no tempo, desorientação no
espaço (tem, em princípio, etiologia orgânica), incapacidade de reconhecimento do
“outro”.
5. Memória
Fases da memória: Sensorial ou imediata; primária, recente ou a curto prazo ou de
trabalho; e secundária, remota ou a longo prazo;
Estágios de formação da memória:
Apreensão – Retenção – Evocação – Reconhecimento
Alterações da memória:
- Hipermnesia: sonhos, surgem com grande clareza, coisas que na vigília não poderiam
ser reproduzidas.
- Hipomnésia: debilidade da memória; enfraquecimento progressivo das capacidades de
evocação, reconhecimento de pessoas e esquecimento de nomes. Enquanto que a amnesia
é a perda da memória e falta da capacidade de fixar, manter e evocar antigos conteúdos.
- Amnésia anterógrada (incapacidade de aprender ou reter novos factos; geralmente
orgânico).
- Amnésia Retrógada (incapacidade para recuperar informação que tenha sido
armazenada antes do início da perturbação).
- Amnésia Lacunar (perda parcial da memória relativa a um período de tempo).
6. Perceção
7. Pensamento
8. Linguagem e discurso
9. Humor, afetos e emoções
10. Insight ou consciência sobre a doença
Conhecimento da doença
Compreensão dos efeitos da doença
Atitude perante a doença
12 – Psicopatologia da Ansiedade
Ansiedade. É uma emoção que se experimenta em situações ameaçadoras. É considerada
patológica quando é desproporcionada para a situação e demasiado prolongada. Neste
caso, a atenção está focalizada na resposta do indivíduo perante a ameaça, associando-se
preocupações sobre o significado dessa resposta.
Alguns tipos de Perturbações de Ansiedade (PA):
§ Ataques Pânico (sintomas de falta de ar, palpitações desconforto ou dor no peito,
sensações de sufoco e medo de “enlouquecer” ou de perder o controlo estão presentes)
§ Agorafobia
§ Perturbação de pânico (característica essencial é a presença de Ataques de Pânico
inesperados e recorrentes seguidos de pelo menos um mês de preocupação persistente).
§ Fobia social
§ Perturbação da Ansiedade Generalizada (foco da ansiedade e preocupação não está
limitada. A ansiedade, preocupação ou sintomas físicos causam deficit e mal-estar e não
é provocada por um estado físico geral ou efeito fisiológico direto de uma substância)
§ Perturbação Obsessivo-Compulsiva (insight) (são comportamentos repetitivos, ou atos
mentais cujo objetivo é evitar ou reduzir a ansiedade ou o mal-estar e não criar prazer
ou gratificação. a pessoa sente-se compelida a executar a compulsão para reduzir o mal-
estar que acompanha a obsessão ou para evitar a situação temida).
§ Perturbação Pós-Stress Traumático (desenvolvimento de sintomas característicos a
seguir à exposição a um stressor traumático extremo, implicando uma experiência
pessoal direta com um acontecimento que envolva morte, ameaça de morte ou ferimento
grave, ou observar ou ter conhecimento acerca de uma morte violenta, ferimento grave
ou ameaça de morte vivido por um familiar ou amigo íntimo. A resposta envolve medo
intenso, sentimento de incapacidade de ter ajuda ou horror. Os sintomas específicos
consistem em re experienciar persistente do acontecimento traumático)
Tratamento:
De modo geral, o tratamento para as perturbações da ansiedade centra-se em tratamentos
farmacológicos, e não farmacológicos, onde se encontram a psicoterapia/psicoeducação,
terapia cognitiva comportamental, é importante excluir a presença de um quadro
depressivo.
13 – Perturbações do Humor
Humor é um estado de ânimo, disposição, afeto fundamental. Um sentimento difuso sem
objeto, que vai sem dúvida colorir emoções, afetos, impulsos, pensamentos e todos os
fenómenos da vida psíquica como se fosse o seu pano de fundo.
Perturbação Bipolar tipo I - ocorrência de pelo menos um episódio maníaco, hipomaníaco
ou misto é que vai determinar o diagnóstico de perturbação bipolar mesmo que os
episódios depressivos sejam muito mais frequentes.
Episódio maníaco é um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado,
expansivo ou irritável, com duração de pelo menos uma semana e presente na maior parte
do dia quase todos os dias (ou qualquer duração se for necessária hospitalização).
Sintomas: Autoestima aumentada ou grandiosidade; Diminuição da necessidade de dormir; Mais
falador que o habitual e pressão para continuar a falar; Fuga de ideias ou experiência subjetiva de
aceleração do pensamento; Distractibilidade; Aumento da atividade dirigida para determinados
objetivos (sociais, escolares, sexuais) ou agitação psicomotora Envolvimento excessivo em
determinadas atividades agradáveis que potencialmente podem ter consequências desagradáveis
(gastos extravagantes, comportamentos sexuais indiscretos).
Episódio hipomaníaco tem critérios idênticos aos episódios maníacos, mas com menor
intensidade e duração. O episódio não é suficientemente grave para provocar um défice
marcado no funcionamento social ou ocupacional ou para necessitar de hospitalização.
Episódio depressivo major caracteriza-se pela presença de cinco ou mais dos seguintes
sintomas durante o mesmo período de duas semanas e representam uma alteração
relativamente ao funcionamento prévio. Pelo menos um dos sintomas é humor depressivo
ou perda do interesse ou do prazer. (Perda de peso ou aumento significativo (5% num mês),
insónia ou hipersónia quase todos os dias, agitação ou lentificação psicomotora quase todos os
dias, fadiga ou perda de energia quase todos os dias, sentimentos de desvalorização ou culpa
excessiva ou inapropriada (delirante) quase todos os dias, diminuição da capacidade de pensar ou
concentrar-se ou indecisão, quase todos os dias pensamentos recorrentes acerca da morte, ideação
suicida recorrente sem plano específico, ou uma tentativa de suicídio ou um plano específico
para cometer suicídio).
Perturbação Bipolar II, um ou mais episódios depressivos major acompanhados por pelo
menos um episódio hipomaníaco.
Perturbação Ciclotímica caracteriza-se pelo menos dois anos com numerosos períodos de
sintomas hipomaníacos que não preenchem os critérios para episódio maníaco e
numerosos períodos de sintomas depressivos que não preenchem os critérios para
episódio depressivo major.
As perturbações bipolares têm uma incidência semelhante em ambos os sexos. O
tratamento consiste em tratamentos farmacológicos, psicoeducativos e psicoterapia.
14 – Esquizofrenia
As perturbações associadas à esquizofrenia caracterizam-se por terem sintomas psicóticos
(perda dos limites do “eu” ou uma marcada incapacidade para avaliar a realidade), os
sintomas podem ser positivos ou negativos.
Sintomas positivos refletem um excesso ou distorção de funções, incluem distorção ou
exageros de pensamento indutivo (delírios), perceção (alucinações), linguagem e
comunicação (discurso desorganizado) e comportamento (comportamento marcadamente
desorganizado ou catatónico).
Sintomas negativos refletem uma diminuição ou perda de funções, incluem restrições no
conjunto e intensidade de expressões emocionais (diminuição da expressão emocional),
na fluência e produtividade de pensamento e discurso (alogia), e a iniciação de um
comportamento dirigido com objetivo.
Características chave que definem as perturbações psicóticas:
1. Delírios (crenças fixas que não são passíveis de mudar à luz da evidência oposta)
Delírio de referência
Delírios Niilísticos
Delírios Bizarros
2. Alucinações (experiências de tipo percetivo que ocorrem sem um estímulo externo,
podem ocorrer em qualquer modalidade sensorial, mas as alucinações auditivas são as
mais comuns na esquizofrenia)
3. Pensamento (discurso) desorganizado (tipicamente inferido a partir do discurso do
indivíduo)
Descarrilamento ou afrouxamento de associações
Tangencialidade
Incoerência ou salada de palavras
4. Comportamento motor anormal ou grosseiramente desorganizado (incluindo catatonia
– posição rígida imóvel)
Negativismo
Mutismo e Estupor
Excitação catatónica
5. Sintomas negativos
Diminuição da expressão emocional
Avoliação
Anedonia
Isolamento Social
Alogia
16 – Psicofarmacologia
Antipsicóticos
Bloqueia os recetores de dopamina nos antipsicóticos típicos ou de 1ª Geração,
diminuindo os sintomas positivos da esquizofrenia (podem ter efeitos extrapiramidais –
importante fator de não adesão terapêutica), ou bloqueio dos recetores de dopamina e
serotonina nos antipsicóticos atípicos ou de 2ª Geração, diminuindo os sintomas positivos
e negativos da esquizofrenia (sem efeitos extrapiramidais significativos). Os
antipsicóticos atípicos atingem um estado de equilíbrio dinâmico ao fim de
aproximadamente 4 dias e não causam dependência.
Os efeitos secundários mais frequentes decorrentes da toma de antipsicóticos clássicos
são o parkinsonismo, acatísia (agitação, hiperatividade), discinesia tardia (movimentos
rítmicos, estereotipados, involuntários).
Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos
Atuam de forma a deprimir a atividade do córtex cerebral, e são utilizados no tratamento
de síndromes de ansiedade e indução/manutenção do sono. Podem ser divididos em
benzodiazepinas (possuem propriedades miorelaxantes e anticonvulsivantes), e
hipnóticos. Alguns dos efeitos secundários são dependência física e psicológica,
sonolência, lipotímias, hipotensão transitória; náuseas e vómitos. Síndroma de
abstinência grave se a medicação for interrompida bruscamente.
Antidepressivos
Estão indicados para as perturbações do humor, da ansiedade, enurese, hiperatividade, e
de modo geral interferem com a recaptação de um ou mais neurotransmissores. A
noradrenalina e a serotonina são os mais relevantes no processo. Os Inibidores seletivos
da recaptação da serotonina (ISRS) são os mais utilizados, a serotonina é um
neurotransmissor associado à regulação do humor, emoções, sono e apetite. Demoram
pelo menos 2 semanas para começarem a fazer efeito e até 8 semanas para atingirem seu
potencial máximo. Os efeitos secundários mais frequentes são secura da mucosa oral,
sedação, agitação, hipotensão, vertigens, obstipação, hipomania, visão turva, ansiedade,
inquietude e irritabilidade.
Estabilizadores do humor
Os estabilizadores do humor estão indicados agudos de mania e hipomania, doença
bipolar recorrente e perturbação esquizoafetiva. Regulam a concentração de sódio, e
interferem na informação ao longo das células nervosas, prevenindo as mudanças de
humor.
RESPIRAR
Taquipneia
Dor no “peito”
ELIMINAR
Diarreia
MOVIMENTAR-SE E MANTER UMA BOA POSTURA CORPORAL
Palpitações, taquicardia
Aumento da T.A
Lipotimia
Tremores
Agitação, inibição, descoordenação de movimentos
Aumento da tensão física
Movimentos diversos (pés, pernas, mãos,..)
DORMIR E REPOUSAR
Insónia, Medo, Inquietação
MANTER A TEMPERATURA CORPORAL DENTRO DOS VALORES NORMAIS
Sudorese, pele fria e húmida
EVITAR OS PERIGOS
Medo
Inquietação
COMUNICAR COM OS SEUS SEMELHANTES
Alteração da atenção
Evitamentos
Erros de processamento de informação
Bloqueio do pensamento
Impaciência, intolerância
Inquietação
Medo
AGIR SEGUNDO AS SUAS CRENÇAS E OS SEUS VALORES
Impaciência, intolerância
OCUPAR-SE COM VISTA A REALIZAR-SE
Diminuição da criatividade e do campo percetivo
Impaciência, intolerância
RECREAR-SE
Diminuição da criatividade e do campo percetivo
Impaciência, intolerância
APRENDER
Diminuição da criatividade e do campo percetivo
Impaciência, intolerância
Exemplos de Intervenções:
INTERVENÇÕES
Explorar com a pessoa as estratégias de coping que utiliza em situações de ansiedade, às 10
horas, diariamente, nos próximos 5 dias, no gabinete de entrevistas, individualmente.
Promover interação social encorajando a participar na Ginástica, às 10h30m, todos os dias, 10
minutos antes de cada atividade, no quarto da doente, individualmente.
Instruir exercícios respiratórios de relaxamento, sentada no cadeirão do quarto da pessoa, todos
os dias às 11h30m, até dia x de Novembro.
Incentivar a prática dos exercícios respiratórios de relaxamento autonomamente, 2 vezes por
dia, às 9 horas (após o levante) e às 22 horas (antes de deitar).
COMER E BEBER
Vómitos e Náuseas; Indigestão
Perda de Peso
ELIMINAR
Obstipação
MOVIMENTAR-SE E MANTER UMA BOA POSTURA CORPORAL
Fadiga, Cansaço
Lentificação Motora
DORMIR E REPOUSAR
Insónia ou Hipersónia
VESTIR-SE E DESPIR-SE
Défice de autocuidado
ESTAR LIMPO E CUIDADO, E PROTEGER OS TEGUMENTOS
Défice de autocuidado de higiene e cuidado pessoal
EVITAR OS PERIGOS
Anorexia, Bulimia
Verbalização de ideação suicida
Comportamento Auto lesivo/Tentativa de Suicídio
Consumo de substâncias
COMUNICAR COM OS SEUS SEMELHANTES
Isolamento Social Embotamento afetivo
Apatia e solidão Diminuição da libido
Auto-culpabilização Ruminação do pensamento
Queixas somáticas (excessivos pensamentos
Passividade/Agressividade negativos sobre si, sobre os
Raiva, culpa e ansiedade outros e sobre o futuro)
Autoestima diminuída Ambivalência
Falta de espontaneidade Confusão, indecisão
Tristeza, desesperança e Pensamentos automáticos/
impotência distorções cognitivas - Erros no
Labilidade emocional processamento da informação
Regressão, exigências frequentes (sobregeneralização,
Humor depressivo personalização).
Humor disfórico
AGIR SEGUNDO AS SUAS CRENÇAS E OS SEUS VALORES
Tristeza, desesperança e impotência
Pensamentos negativos sobre si, sobre os outros e sobre o futuro
OCUPAR-SE COM VISTA A REALIZAR-SE
Défice de motivação/interesse; anedonia, abulia
Redução da capacidade de concentração e atenção
RECREAR-SE
Défice de motivação/interesse; anedonia, abulia
Redução da capacidade de concentração e atenção
APRENDER
Défice de motivação/interesse; anedonia, abulia
Redução da capacidade de concentração e atenção
Exemplos de Intervenções
INTERVENÇÕES
Promover a participação na Ginástica, às 10h00, todos os dias, 10 minutos antes de cada atividade, no
quarto da doente, individualmente.
Disponibilizar presença, informando a doente da disponibilidade sem forçar o envolvimento da doente, uma
vez no início de cada turno, durante 5 minutos, no quarto da doente, individualmente.
Gerir ambiente terapêutico: reduzindo estímulos, e personalizando o contacto sempre com o mesmo/a
enfermeiro/a;
Vigiar a toma da medicação, durante as refeições e ao deitar, todos os dias;
Entrevista individual, a realizar de 2a a 6a feira após a Atividade de Ginástica, pelas 10h45, num gabinete,
durante cerca de 10-20 minutos, abordando a seguinte ordem de assuntos:
• Encorajar à expressão de pensamentos, sentimentos e preocupações;
• Escutar ativamente, demonstrando interesse pelo conteúdo da conversa da doente;
• Estabelecer relação de compreensão e aceitação do seu estado clínico.
Perturbações do humor – Episódio Maníaco
Focos de Atenção de Enfermagem (CIPE)
• Euforia • Pensamento distorcido
• Raiva • Autocontrolo: Distorção do
• Hostilidade pensamento
• Violência • Autocontrolo: Impulso
• Comunicação • Autocuidado: higiene
• Coping • Autocuidado: vestir e despir-se •
• Auto-conceito: auto-estima Autocuidado: comer e beber
• Ansiedade • Autocuidado: sono e repouso
• Autocontrolo: Ansiedade (nível...)
Diagnósticos de Enfermagem
Pensamento Distorcido / Autocontrolo: Distorção do pensamento
Comunicação comprometida
Coping Ineficaz
Hostilidade
Autocontrolo: impulso ineficaz
Exemplos de intervenções
INTERVENÇÕES
Disponibilizar presença, informando a doente da disponibilidade sem reforçar comportamentos
de dependência, uma vez por turno às 9h30m, durante 5 minutos, no quarto da doente,
individualmente.
Promover interação social adequada encorajando a doente a participar na Ginástica, às 10h00,
todos os dias, 10 minutos antes de cada atividade, no quarto da doente, individualmente.
Entrevista individual, a realizar de 2a a 6a feira após almoço num gabinete, durante cerca de
20-30 minutos, abordando a seguinte ordem de assuntos:
• Encorajar à expressão de pensamentos, sentimentos e preocupações;
•Escutar ativamente, demonstrando interesse pelo conteúdo da conversa da doente;
• Estabelecer relação de compreensão e aceitação do seu estado clínico.
Supervisionar mania nos momentos de interação grupais (refeições, aot’s) em cada turno, em
SOS.
Indivíduos com Esquizofrenia e outras perturbações psicóticas
Necessidades Humanas Fundamentais (Principais alterações)
Comer e beber: recusa da alimentação, alterações do padrão alimentar
Movimentar-se e manter uma boa postura corporal: imobilidade, maneirismos e posições
peculiares; desenvolver comportamentos ritualistas
Dormir e repousar: alteração do padrão de sono
Vestir-se e despir-se: défice no autocuidado
Estar limpo e cuidado, e proteger os tegumentos: défice de autocuidado de higiene e
cuidado pessoal
Evitar os perigos: diminuição da resposta à dor ou outros estímulos, da autoestima;
dificuldade na tomada de decisões e no juízo crítico; aumento da desconfiança; risco de
violência
Comunicar com os seus semelhantes: alterações no discurso; contacto visual pobre;
alterações da perceção; perda de associações, fuga de ideias; inserção e roubo do
pensamento; delírio; alucinações; ambivalência emocional/afetiva; ira e negativismo;
aumento da impulsividade; ansiedade generalizada (angústia psicótica); humor
deprimido; diminuição da autoestima; afetos inadequados; entre outras alterações
Agir segundo as suas crenças e os seus valores: Incapacidade de se perceber de forma
real + Pensamentos “mágicos”
Ocupar-se com vista a realizar-se: dificuldade em processar os estímulos complexos;
alteração do desempenho de papéis (função executiva)
Recrear-se: dificuldade em processar os estímulos complexos
Aprender: deficits cognitivos (memória, aprendizagem, atenção, concentração)
Diagnósticos de Enfermagem
Delírio
Processo de Pensamento distorcido
Agitação psicomotora elevada
Alucinações
Não adesão ao tratamento
Risco de violência
Exemplos de Intervenções
INTERVENÇÕES
Vigiar comportamento e interação social (prevenção de agressividade), todos os turnos, em
todas as refeições, e pelo menos 1x no intervalo de tempo entre as refeições.
Entrevista individual em gabinete, a realizar de 2ª a 6ª, às 10h, durante 30 min, para expressão
de emoções, avaliação do insight relativo à doença e adesão terapêutica.
Executar orientação sobre a importância da medicação, da toma correta da medicação, turno da
manhã e da tarde, imediatamente antes das refeições, (...)
Executar orientação para realidade, diariamente, pelas 12h no início da entrevista (marcada),
num local com privacidade e em caso de SOS no caso de alucinação/delírio.
Álcool
Necessidades Humanas Fundamentais (alterações)
Respirar: crises convulsionais
Comer e beber: diminuição do peso/desidratação; enjoos, náuseas, vómitos; diminuição
do peso/desidratação
Eliminar: enjoos, náuseas, vómitos; diarreia, dores abdominais
Movimentar-se e manter uma correta postura corporal: tremores digitais;inquietação;
descoordenação motora; taquicardia; disartria; hipotensão; dormência das mãos e pés
Dormir e repousar: Insónia/sonolência
Manter a temperatura corporal dentro dos valores normais: rubor facial
Estar limpo e cuidado, e proteger os tegumentos: deterioração da capacidade de juízo
crítico
Evitar os perigos: deterioração da capacidade de juízo crítico; pensamento obsessivo em
torno da substância; agressividade; explosões temperamentais; irritabilidade e raiva;
atitudes hostis; comportamento desadatativo; alterações da memória (blackout); quadros
confusionais; desorientação auto e alopsíquica ; ilusões, alucinações
(zoopsias*)*especificas no delirium tremens; delírios (ciúme e ocupacional); crises
convulsivas; incumprimento laboral; acidentes de trabalho; acidente automóvel;
ansiedade (Ansia ou Craving).
Agir segundo as suas crenças e os seus valores: deterioração da capacidade de juízo
crítico; comportamento desadaptativo
Ocupar-se com vista a realizar-se: deterioração da capacidade de juízo crítico;
comportamento desadaptativo; incumprimento laboral
Recrear-se: deterioração da capacidade de juízo crítico; comportamento desadaptativo
Aprender: deterioração da capacidade de juízo crítico; comportamento desadaptativo;
nistagmo
Diagnósticos de Enfermagem
- Resposta física/psicológica à - Autoestima diminuída;
interrupção do uso de drogas; - Risco de violência;
- Aceitação do estado de saúde - Uso de drogas: risco de recaída;
comprometido; - Não adesão ao regime terapêutico;
- Família disfuncional;
- Socialização comprometida;
- Processo de pensamento distorcido;