Tese - Consumo de Luxo Na Cidade de Londrina e Maringá
Tese - Consumo de Luxo Na Cidade de Londrina e Maringá
Tese - Consumo de Luxo Na Cidade de Londrina e Maringá
MARING/PR
2013
Maring
2013
ii
iii
iv
AGRADECIMENTOS
vi
vii
viii
RESUMO
ix
ABSTRACT
RSUM
xi
LISTA DE GRFICOS
Grfico 1
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Figura 7
Figura 8
Figura 9
Figura 10
Figura 11
Figura 12
Figura 13
Figura 14
Figura 15
Figura 16
Figura 17
Mercado consumidor dos automveis de luxo das concessionrias Euroimport, Divesa e Ciavena de Londrina Ano 2013..........251
Figura 18
Figura 19
xiii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Tabela 2
Tabela 3
Tabela 4
Tabela 5
Tabela 6
Tabela 7
Tabela 8
Tabela 9
Tabela 10
Tabela 11
Tabela 12
Tabela 13
Tabela 14
Tabela 15
xiv
Tabela 16
Tabela 17
Tabela 18
Tabela 19
Tabela 20
Tabela 21
Tabela 22
Tabela 23
Tabela 24
Tabela 25
Tabela 26
xv
LISTA DE FOTOGRAFIAS
xvi
Foto 13: Vista frontal do Edifcio Torre de Mlaga considerado o mais luxuoso de
Londrina pela localizao de frente para o Lago Igap, pelo tamanho dos
apartamentos e pela qualidade da construo e acabamento.................................154
Foto 14: Observa-se uma das salas com acesso varanda. As portas de vidro, o
piso em porcelanato, o elevado p-direito e os elevados rodaps oferecem um toque
de luxo a esse apartamento....................................................................................155
Foto 15: direita tem-se a imensa varanda em L com pisos em porcelanato,
proteo em vidro e a bela vista sobre o Lago Igap e a cidade.............................155
Foto 16: A imagem do show room mostra o grande diferencial desse edifcio de luxo,
a varanda fechada com lazer privativo onde se v o SPA em espao integrado aos
outros ambientes de estar........................................................................................155
Foto 17: A imensa sala de estar com piso parquet com acesso varanda com vista
para o Lago Igap e para a cidade compe a foto...................................................155
Foto 18: Vista do Edifcio Maison Heritage que est sendo edificado pela
Construtora A. Yoshii Engenharia. A foto mostra a situao da obra em janeiro de
2013 cuja entrega est prevista para setembro de 2014. considerado de luxo,
entre outros elementos, pela sua imensa estrutura de lazer....................................157
Foto 19: A foto mostra o que o marketing anuncia como os jardins elevados. O
objetivo encantar o consumidor e transmitir a mensagem de que sua qualidade de
vida importante e a empresa se preocupa com ele...............................................158
Foto 20: Este o Jazz Club, um espao equipado com piano e tratamento acstico.
A idia passar ao cliente que ele no necessita sair do seu mundo e do lado dos
seus para curtir o que a vida tem a lhe oferecer......................................................158
Foto 21: A foto obtida no show room do Edifcio Maison Heritage mostra a sala de
estar e ao fundo a varanda gourmet cuja vista para o Lago Igap e para a cidade
de Londrina...............................................................................................................158
Foto 22: A foto tambm obtida a partir do show room mostra a churrasqueira, um
dos itens integrados varanda gourmet..................................................................158
Foto 23: Vista do Edifcio Authentique em fase de construo (janeiro de 2013). O
edifcio ter 23 pavimentos com 4 apartamentos por andar. qualificado como
luxuoso pela localizao prximo Praa P Vermelho, pela qualidade dos
acabamentos e pelas novas tecnologias de automao utilizadas em sua
construo................................................................................................................160
Foto 24: Ampla sala de estar, jantar e TV integrada varanda gourmet................161
xvii
Foto 25: O Lounge Bar um diferencial nesse Edifcio, feito para inspirar o convvio
e proporcionar momentos de descontrao. Equipado com instrumentos musicais,
mesa de bilhar e mesas para receber os amigos.....................................................161
Foto 26: Edifcio Palazzo Veronesi situado no Jardim Bela Sua tendo como
proximidades o Lago Igap. Possui uma estrutura de lazer com quadras, piscinas
externas e aquecidas, sauna, playground, horta, pista de caminhada, academia,
capela, espao gourmet e churrasqueira.................................................................163
Foto 27: Atravs da varanda Gourmet, tem-se uma maravilhosa vista do Lago Igap
e da cidade, conforme a foto ao lado.......................................................................164
Foto 28: A localizao, a vista privilegiada, a qualidade estrutural da obra e do
acabamento e sua estrutura de lazer so os elementos essenciais do luxo desse
edifcio.....................................................................................................................164
Foto 29: Vista de algumas das casas de luxo presentes nos condomnios horizontais
fechados de Maring. Acima esquerda est uma casa do Condomnio Nashiville
Residence e as demais so do Villagio Bourbon.....................................................172
Foto 30: Vista frontal e lateral do Edifcio Royal Garden situado na Avenida
Tiradentes em Maring. Imvel considerado o mais luxuoso da cidade pelo padro
da obra, localizao e perfil econmico e social de seus moradores......................179
Foto 31: Apesar da imagem um pouco distorcida possvel identificar o padro
interno deste apartamento do Edifcio Royal Garden. Amplos e integrados ambientes
ricamente decorados com um piso parquet em madeira macia e o detalhe com
granito nobre no centro............................................................................................180
Foto 32: Em detalhe a imensa sacada que envolve praticamente todo o apartamento
com piso em granito e madeiramento no teto. A vista para a Catedral
Metropolitana, uma das localizaes mais caras de Maring, e para o centro da
cidade.......................................................................................................................180
Foto 33: Edifcio Green Ville, situado na zona 04, bairro nobre da zona central de
Maring. O edifcio possui excelente localizao, alm de diferentes atividades que
atendem o cotidiano dos moradores, o bairro possui uma grande concentrao de
clnicas mdicas.......................................................................................................182
Foto 34: Vista interna de um dos apartamentos do Edifcio Green Ville. Observa-se o
detalhe arredondado das amplas passagens que ligam os ambientes com batente e
piso em madeira macia...........................................................................................182
xviii
xix
xx
ABECIP
ABL
ACIL
Anfavea
APL
BACEN
BADEP
BMW AG
BNH
CAIs
Complexos Agroindustriais
CATIVA
CDB
CEASA
CEF
CELEPAR
CESUMAR
CMNP
CNPQ
COAMO
COCAMAR
CODEPAR
COHAB-LD
COHAPAR
COLMAR
COPEL
COROL
CTNP
CUB
DETRAN-PR
Departamento de Trnsito
EMBRAPA
xxi
GM
General Motors
HNWIs
IAPAR
IBGE
IDR
INTEGRADA
IPARDES
OPEP
PMM
RAIS
RFFSA
RMM
RMC
SANEPAR
SC
Shopping Center
SERCOMTEL
SINDUSCON
TCU
TELEPAR
TUTC
UEL
UEM
WWR
xxii
SUMRIO
INTRODUO.....1
2.1 Londrina...............................................................................................................78
2.2 Maring..............................................................................................................102
2.3 Londrina e Maring: algumas consideraes....................................................119
A HABITAO DE LUXO................................................................................123
CONSIDERAES FINAIS.....................................................................................257
REFERNCIAS........................................................................................................273
xxiii
SITES CONSULTADOS..........................................................................................291
LISTA DOS ENTREVISTADOS...............................................................................293
ANEXOS..................................................................................................................295
INTRODUO
econmicas, sociais, polticas e culturais ocorridas em especial no psSegunda Guerra Mundial e que criaram novas formas de comrcio e consumo.
Debatemos em seguida o comrcio, o consumo, o consumo de luxo e
introduzimos ainda um debate sobre o conceito de classes, fraes e status
relacionados ao consumo de luxo.
No segundo captulo, procuramos enfatizar a formao da economia
urbana londrinense e maringaense e do consumo de luxo utilizando a teoria
dos circuitos da economia urbana de Santos (2008) como suporte para mostrar
os diferentes elementos da economia urbana moderna que foram sendo
implantados nestas cidades.
O terceiro captulo dedicado anlise do consumo da habitao de
luxo nas cidades objeto deste estudo. O captulo est estruturado com base
nas pesquisas de campo, nas entrevistas e demais tipos de levantamentos de
dados realizados em ambas as cidades. Iniciamos o captulo abordando a
importncia da habitao na sociedade atual, a justificativa da escolha dessa
mercadoria como um dos elementos de anlise neste circuito e os
encaminhamentos metodolgicos para a realizao desta etapa da pesquisa.
Em seguida abordamos os caminhos para entender a habitao de
luxo, os elementos que a caracterizam como tal e o seu mercado consumidor.
Finalizamos procurando identificar as semelhanas e diferenas desse circuito
em ambas as cidades.
No quarto e ltimo captulo seguimos os mesmos caminhos do captulo
anterior. Iniciamos o debate com os procedimentos metodolgicos para a
realizao desta etapa da pesquisa, destacamos a importncia que adquiriu o
consumo do automvel na sociedade atual, as justificativas da escolha desta
mercadoria como elemento de anlise do consumo no circuito superior.
Destacamos ainda a histria do automvel no Brasil, no Paran e em Londrina
e Maring atravs da presena das principais concessionrias de veculos e,
por fim, realizamos as anlises sobre o consumo dos automveis de luxo a
partir das visitas e entrevistas realizadas nas concessionrias.
Nas consideraes finais enfatizamos as semelhanas e diferenas
encontradas no consumo da habitao e dos automveis de luxo em ambas as
cidades.
CAPTULO I
O COMRCIO E O CONSUMO DE LUXO NO BRASIL
fordismo 2
foi
uma
forma
de
racionalizao
Para Harvey (2002) a origem do fordismo remonta a 1914 nos Estados Unidos, quando Henry
Ford introduziu seu dia de oito horas e cinco dlares como recompensa para os trabalhadores
da linha de montagem de carros.
10
11
12
fordista
competitiva
em
ambientes
inteiramente
novos
(HARVEY, 2002).
Nesse perodo no Brasil criavam-se as condies de uma rpida
integrao do pas a um movimento de internacionalizao em escala mundial.
A economia se desenvolvia, seja para atender um mercado consumidor em
expanso, seja para responder a uma demanda externa. O pas se tornava em
um grande exportador, tanto de produtos agrcolas parcialmente beneficiados,
quanto de produtos industrializados. No perodo em tela houve um grande
programa de investimentos pblicos nas reas de infraestrutura econmica e
social (energia, transporte, comunicao, urbanizao etc) bem como de
investimentos diretos das empresas estatais nas indstrias de base. Foram
tambm criadas, no mercado interno, condies propcias expanso do
consumo cuja demanda cresceu como resultado da elevao do nvel de
emprego e do aumento da massa de salrios, mas tambm pelas facilidades
de financiamento a partir do desenvolvimento do crdito direto ao consumidor.
Com isso, os setores produtores de bens de consumo durveis em especial as
indstrias automobilsticas e de eletrodomsticos expandiram-se rapidamente
(SANTOS, 2005).
Em nvel mundial, segundo Harvey (2002) a competio internacional
se intensificava medida que a Europa Ocidental e o Japo, seguidos por toda
uma gama de pases recm-industrializados, desafiaram a hegemonia
estadunidense no mbito do fordismo a ponto de fazer cair por terra o acordo
de Bretton Woods e de produzir a desvalorizao do dlar. A tentativa de frear
a forte inflao ascendente em 1973 disparou uma crise mundial nos mercados
imobilirios e severas dificuldades nas instituies financeiras. Somaram-se a
isso a deciso da OPEP (Organizao dos Pases Exportadores de Petrleo)
de aumentar os preos de petrleo e a deciso rabe de embargar as
exportaes ao ocidente.
Segundo Harvey (2002), diante da forte crise, as corporaes viram-se
com muita capacidade excedente inutilizvel em condies da intensificao da
competio. Isso as obrigou a entrar num perodo de racionalizao,
reestruturao e intensificao do controle do trabalho. A mudana tecnolgica,
a automao, a busca de novas linhas de produtos e nichos de mercado, a
13
e, posteriormente,
com as
transnacionais, resultou na
14
15
seus
mercados
consumidores
alm,
claro,
das
seguidas
16
1.1.1 O comrcio
17
existiram,
eram,
na
verdade,
espaos
centrais
destinados
O mais famoso foi o Frum de Trajano devido s suas caractersticas arquitetnicas (edifcio
disposto em vrios pavimentos, compostos por vrias lojas) e pela diversidade de produtos
comercializados comparado por muitos autores como o templo da mercadoria, a exemplo
dos atuais shopping centers (CLEPS, 2004).
18
19
20
21
1.1.2 O consumo
22
23
24
25
26
necessidades
da
acumulao
por
meio
das
27
O misterioso da forma mercadoria consiste, portanto, simplesmente
no fato de que ela reflete aos homens as caractersticas sociais do
seu prprio trabalho como caracterstica objetiva de prprios produtos
de trabalho, como propriedades naturais sociais dessas coisas e, por
isso, tambm reflete a relao social dos produtores com o trabalho
total como uma relao social existente fora deles, entre objetos
(MARX, 1985, p. 71).
por
ser
produto
do
trabalho,
exprime
relaes
sociais
28
29
30
31
32
exterior, por exemplo, que antes eram privilgio das classes de elevado poder
aquisitivo, nos dias atuais acessvel s camadas de rendas mdias.
DAngelo (2004) ressaltou algumas caractersticas importantes que
devem ser referenciadas ao tentar definir os produtos de luxo. Os bens de luxo
so aqueles dotados de qualidade superior devido excepcionalidade de sua
matria prima, de seu processo de fabricao ou da tecnologia empregada; so
caros especialmente frentes aqueles que tm utilidade semelhante; so raros,
isto , distribudos de maneira seletiva e exclusiva; so esteticamente bem
elaborados sendo donos de uma caracterstica particular; so dotados de uma
marca famosa geralmente reconhecida no mundo todo, num pas ou regio; e
so adquiridos por uma clientela especial devido a uma capacidade de
apreciao do produto ou apenas pelo poder aquisitivo elevado.
E a habitao, um dos objetos deste estudo, como entend-la como
uma mercadoria de luxo?
Quando se adquire a habitao, consome-se muito mais que uma
mercadoria, consome-se parcelas do espao urbano. Este condio, meio e
produto da realizao da sociedade humana em toda a sua multiplicidade. Ao
produzir sua existncia a sociedade reproduz continuamente o espao. Se de
um lado o espao um conceito abstrato, de outro tem uma dimenso real e
concreta como lugar de realizao da vida humana que ocorre diferencialmente
no tempo e no lugar e que ganha materialidade por meio do territrio
(CARLOS, 2001b). O espao se compe de experincia, alm de permitir a
vida, lugar onde geraes sucessivas deixaram marcas, projetaram suas
utopias e seu imaginrio.
Na concepo da autora, vive-se atualmente um momento do processo
de reproduo em que a propriedade privada do solo urbano, condio da
reproduo da cidade sob a gide do capitalismo, passa a ser um limite
expanso econmica. Isto , diante das necessidades impostas pela
reproduo do capital, o espao produzido socialmente e tornado mercadoria
no processo histrico apropriado privativamente, criando limites sua prpria
reproduo (em funo da produo de sua prpria escassez). Nesse
momento, o espao, produto da reproduo social da sociedade, entra em
contradio com as necessidades do desenvolvimento do prprio capital. Isso
33
34
35
O que compe
Mercado cultural
Mercado da Arte.
Meios de transporte
Uso pessoal
Lazer
Equipamentos de casa
Habitao
Alimentao
Norbert Elias (2010) em La societ de cour analisou a sociedade da corte na Frana dos
sculos XVII e XVIII onde o luxo, a etiqueta, o ttulo, a fortuna, a honra, a tradio e
a famlia conferiam status mesma.
36
37
em
fazer
dinheiro a
partir
de
dinheiro,
sem
38
tcnica
assentada
nas
necessidades
impostas
pelo
39
mostraram
que
em
2005
havia
2,5
milhes
de
40
41
42
consumidor (credirio), que financia bens de consumo durveis
(SANTOS e SILVEIRA, 2008, p. 196).
podendo-se
imaginar
que
as
pessoas
procurem
espontaneamente.
No caso da habitao, como parcelas do espao urbano intensamente
disputado pelas diferentes fraes de classe, tero seu preo determinado
pelos mecanismos de mercado. Os fatores que determinaro a formao do
seu preo tero como ponto de partida a localizao no terreno (no bairro e na
cidade), a acessibilidade em relao aos lugares ditos privilegiados (prximo de
shopping centers, reas de lazer, reas verdes, etc), o acesso infraestrutura
existente (gua, luz, esgoto, telefone, transporte, etc), a privacidade e os
fatores relacionados ao relevo que se refletem nas possibilidades e custos de
produo.
Em relao aos automveis e outros bens materiais, o design, a
apresentao do produto tem tambm papel fundamental nesse universo. Em
43
44
45
posio
errnea
(positiva-estruturalista)
se
no
retomarmos,
46
podem representarse, tem que ser representados (MARX, 1977, p.
115).
Este texto de Marx, que por si s constitui uma obra mestre de anlise
sociolgica, nos coloca, pois, diretamente perante o problema da classe "em si"
e da classe "para si". Os pequenos camponeses constituem uma classe social
a nvel econmico, posto que esto colocados na mesma situao estrutural,
que, objetivamente, ficam opostos s outras classes da respectiva formao
social; no entanto o prprio Marx considera que, em outro nvel, que o
poltico, tais camponeses no se constituem uma classe. Tomada ao p da
letra, a segunda afirmao pode induzir confuso e se presta a interpretaes
diversas e fantasiosas; entretanto seu sentido contextual perfeitamente claro;
se os pequenos camponeses so incapazes de fazer valer seus interesses de
classe porque objetivamente j so "em si" uma classe social, ainda que no
estejam organizadas como tal no plano poltico, nem tenham ainda tomado
conscincia "para si" daquela situao objetiva (CUEVA, 1997, p. 72).
Para Poulantzas (1975, p. 13 14) As classes sociais so conjuntos
de agentes sociais determinados principalmente, mas no exclusivamente, por
seu lugar no processo de produo, isto , na esfera econmica. Poulantzas
sustenta a ideia de que na teoria marxista o econmico assume um papel
determinante em um modo de produo e em uma formao social, mas o
poltico e o ideolgico, a superestrutura, desempenham igualmente um papel
muito importante. Segundo ele, todas as vezes que Marx, Lnin e Mao
procedem a uma anlise das classes sociais no se limitaram somente ao
critrio econmico, mas tambm aos critrios polticos e ideolgicos, ou seja,
posio de classe. Pode-se dizer assim que [...] uma classe social define-se
por sua posio no conjunto das prticas sociais, ou seja, por sua posio no
conjunto da diviso social do trabalho (POULANTZAS, 1973, p. 7).
A esfera econmica determinada pelas foras produtivas denominado
por Poulantzas (1973, p. 7) de processo de produo e a posio dos agentes
e sua distribuio em classes sociais pelas relaes de produo. Para o autor,
em uma sociedade dividida em classes, essas relaes esto representadas de
duas formas: a relao de propriedade econmica dos no trabalhadores
(proprietrios) com os meios de produo. Estes tm o controle real dos meios
47
48
aristocracia
operria
(POULANTZAS,
1973) 9.
Em
O autor refere-se s camadas mais elevadas da classe operria. Trata-se de uma camada da
classe operria, base da social democracia. a camada de operrios mais qualificados e mais
bem pagos nos pases imperialistas, os quais constituiriam a base do reformismo e da social
democracia (POULANTZAS, 1973).
49
certas
distines
problema
importante
concerne
no
50
51
supervisores,
funcionrios
pblicos
civis,
etc
os
chamados
52
Apesar de
executar
trabalho
parcialmente
no
pago,
os
53
denominar
de
classe
mdia.
Trata-se
dos
chamados
54
sobre
tamanho,
composio,
distribuio
geogrfica
10
55
Moawad (2007, p. 46, traduo livre) ressaltou que [...] o status social
a posio que um indivduo ocupa em uma dada sociedade. Segundo a
autora, Weber foi um dos primeiros a evocar a noo deste conceito e para o
mesmo, refere-se posio de um indivduo no seio de uma sociedade ou de
um grupo. Ele descreveu o status como uma evidncia social que se manifesta
atravs das honras sociais e das percepes de fatores culturais de uma
sociedade.
Para Moawad (2007) e Ollivier (2009) o status social pode ser ainda a
expresso de um julgamento avaliativo que transmite uma mensagem de
prestgio elevado ou baixo, de estima ou de considerao de um indivduo. O
status social procura um sentimento de respeito e de prestgio ao seu detentor,
provocando a vontade de outrem. Significa tambm uma forma de poder que
fornece a seu detentor o respeito e a considerao de outros membros do
grupo ou da sociedade.
Dessa forma, entende-se ento como status social a posio geral de
um indivduo com relao aos outros membros da sociedade ou de algum setor
dela, ou seja, a localizao ou posio do indivduo na sociedade. Os trs
fatores mais importantes que contribuem para a formao de grupos de status
social so a influncia da famlia, a educao formal e a qualidade cultural de
uma ocupao considerada como um modo de vida.
De acordo com Moawad (2007) existem trs formas diferentes de
status: aquele resultado da realizao pessoal (sucesso profissional), aquele
adquirido por deveres (famlias reais e da aristocracia) e o outro adquirido a
partir do consumo de produtos (utilizao de marcas de luxo para assinalar a
riqueza). Esta ltima forma, representada pelo consumo de status, ilustrada
pela aquisio de produtos de luxo, a que nos interessa e que ser abordada
nessa pesquisa.
A moda um dos principais smbolos de status. Assume a forma da
necessidade de mudar, proporcionando ao indivduo ascenso social numa
pequena temporalidade. De acordo com Santos (1993, p. 35) A moda um
desses artifcios com o qual as coisas ficam as mesmas, embora aparentando
uma transformao. A moda manivela do consumo, pela criao de novos
objetos que se impem ao indivduo.
56
57
CAPTULO 2
LONDRINA E MARING: A ECONOMIA URBANA E O CONSUMO DE LUXO
58
circuito
superior
originou-se
diretamente
da
modernizao
59
60
da
formao
ocupao
de
Londrina
Maring
e,
61
62
Segundo Bragueto (1996) a frente pioneira exprime um movimento social cujo resultado
imediato a incorporao de novas regies pela economia de mercado, mostrando-se como
fronteira econmica. Caracteriza-se pela presena de empresas imobilirias, ferrovirias,
comerciais, bancrias, incluindo a compra e venda de mercadorias (inclua-se a terra) e seu
transporte, alm do financiamento da produo agrcola. A frente pioneira surge como
necessidade de reproduo da sociedade capitalista.
13
De acordo com Fresca (2000), o primeiro processo de ocupao das terras no norte do
estado esteve vinculado ao do governo imperial brasileiro, a partir de 1850, com a
fundao da colnia agromilitar de Jata e os aldeamentos construdos s margens do Rio
Tibagi, como o que deu origem cidade de So Jernimo da Serra. Com a fundao desses
ncleos o governo objetivava a ligao entre a corte no Rio de Janeiro e a provncia de Mato
63
64
especulao
com a
venda,
15
A rea da CTNP foi dividida em zonas que se subdividiram em glebas e estas em lotes. Os
lotes foram divididos de forma alongada com frentes pequenas no espigo onde passava a
estrada de ferro estendendo-se at os cursos dgua. O tamanho dos primeiros variava
conforme a localizao indo de 1 a 5 alqueires ao redor dos ncleos urbanos, passando para 5
65
66
67
agentes
responsveis
por
uma
incipiente
modernizao
industrializao do estado.
As constantes crises em virtude das alteraes na agricultura, o papel
de importador de produtos industriais de So Paulo, a conscincia de que as
rendas geradas no estado eram para l escoadas, favoreceu muito mais a
industrializao daquele estado; a falta de integrao estadual fez com que
emergisse internamente ao poder estatal paranaense a busca de alternativas
de romper com o empobrecimento relativo que o estado sofria pelo fato de ser
eminentemente agrcola. Nesse contexto, formulou-se um projeto paranaense
de desenvolvimento que buscava a industrializao via substituio de
importaes (FRESCA, 2000).
De acordo com a autora, este projeto centrava foras no papel do
Estado como promotor do desenvolvimento. Um dos passos mais importantes
do governo paranaense foi a criao da CODEPAR Companhia de
Desenvolvimento do Paran que deveria dotar o estado de infra-estrutura,
viabilizar a implantao de indstrias possibilitando emprstimos a baixas taxas
de juros, alm de gerar projetos de desenvolvimento especfico a partir do
conhecimento da realidade local.
O Estado do Paran entrava em uma etapa de modernizao de seu
espao rural, que passava a ser fortemente marcado pela presena da cincia
atravs dos institutos de pesquisa e de profissionais especializados nas novas
atividades desenvolvidas no campo e da tcnica, sob a forma de materiais
plsticos, fertilizantes, mquinas agrcolas, demandando uma srie de servios
especializados para atender s necessidades do capital (SANTOS, 2006).
Estabeleceu-se outra etapa da diviso do trabalho entre campo e cidade. A
transformao dos elementos da natureza pelo homem passa a ser apenas
iniciada no campo e completada na cidade. Desta forma, o campo passa a ser
consumidor de produtos urbanos estabelecendo uma troca entre cidade e
campo (SINGER, 2002).
68
69
internacionalizao
do
complexo
de
processamento
70
anos
de
1990
marcaram
importante
momento
para
71
22
22
72
73
74
Londrina
Estab. Empregos
7
53
83
646
225
2.525
133
2.192
64
1.651
39
644
172
1.680
162
1.821
125
1.254
Maring
Estab. Empregos
Extrativa mineral
Produtos minerais no metlicos
78
Indstria metalrgica
226
Indstria mecnica
142
Indstria de materiais eltricos e de comunicao
47
Indstria de materiais de transporte
71
Indstria da madeira e do mobilirio
209
Indstria do papel, papelo, editorial e grfica
174
Indstria da borracha, fumo, couros, peles, produtos
similares e indstria diversa
127
Indstria qumica, prod. farmacuticos, veterinrios,
143
3.207
perfumes, sabes, velas e materiais plsticos
123
Indstria txtil, do vesturio e artefatos de tecidos
362
7.039
560
Indstria de calados
3
10
8
Indstria de produtos alimentcios, de bebida e
233
4.830
lcool etlico
234
14
147
Servios industriais de utilidade pblica
24
Total
1.765
27.699
2.023
Fonte: IPARDES (Dezembro de 2012) com base no MTE-RAIS
Nota: Posio em 31 de Dezembro de 2012
Org.: Santos (2013)
806
2.028
1.649
1.082
900
2.018
1.511
1.351
1.534
7.021
45
6.989
155
27.089
75
Londrina
Maring
Estab. Empregos Estab. Empregos
Construo Civil
1.226
10.609
1.004
8.178
Total
1.226
10.609
1.004
8.178
Fonte: IPARDES (Dezembro de 2012) com base no MTE-RAIS
Nota: Posio em 31 de Dezembro de 2012
Org.: Santos (2013)
76
Londrina
Maring
Estab. Empregos Estab. Empregos
Comrcio varejista
6.207
35.044
5.515
33.181
Comrcio atacadista
796
6.334
1.116
7.664
Total
7.003
41.378
6.631
40.845
Fonte: IPARDES (Dezembro de 2012) com base no MTE-RAIS
Nota: Posio em 31 de Dezembro de 2012
Org.: Santos (2013)
24
77
Londrina
Estab. Empregos
234
3.179
2.639
21.591
Maring
Estab. Empregos
190
3.036
12.561
11.226
12.227
6.959
9.235
9.446
_____
64.690
25
Os dados sobre o setor bancrio foram extrados pelo IPARDES do BACEN (Banco Central
do Brasil) e inclui agncias de outros bancos comerciais, mltiplos e de investimentos
(IPARDES, 2012).
78
2.1 Londrina
Londrina teve sua gnese em 1929 no contexto da expanso da frente
pioneira baseada na pequena propriedade de origem imigrante 26 para a
produo agrcola utilizando predominantemente mo-de-obra familiar. A
produo de gneros alimentcios, matrias primas e outros produtos eram
voltados ao mercado consumidor local enquanto o caf era destinado ao
mercado internacional. Em relao aos produtos industrializados, estes eram
obtidos a partir de So Paulo e o transporte ferrovirio era a principal forma de
circulao que se concretizou em 1935.
A cidade foi produzida no contexto da expanso da frente pioneira que
partiu de So Paulo e adentrou o norte paranaense. Inicialmente a ocupao
aconteceu pelo Rio Itarar at os limites do Rio Tibagi com as grandes e
mdias propriedades; em seguida, ultrapassando a margem esquerda do
Tibagi at a cidade de Maring (dos rios Pirap at os limites do Rio Iva) com
as pequenas propriedades rurais e urbanas cujas vendas das terras eram
realizadas por companhias colonizadoras e pelo Estado. Por fim, o Noroeste do
26
79
80
81
A atual Rua Benjamim Constant, antiga rua do comrcio, representaria uma rea de grande
concentrao comercial, alm de situar-se prximo estao ferroviria, abrigava
estabelecimentos que visavam atender a populao local e tambm estabelecimentos que
facilitariam o escoamento da produo agrcola como mquinas de beneficiamento e galpes
para armazenagem (ADUM, 1991).
82
28
do
produto,
alm
do
transporte
ferrovirio
estarem
83
84
As Casas Fuganti estava situada no Edifcio Csar Fuganti. Tratava-se de uma importante
loja de departamento destinada a atender os consumidores locais e regionais. Contava com
vrios e amplos sales, armazns e no magazine se comercializavam calados, roupas, jias,
louas, cristais, vidros, relgios entre outros produtos. As vitrines iluminadas e sempre repletas
de novos modelos encantavam os olhos dos consumidores (ROLIM, 1999, p. 29). Ao colocar
sempre em exposio os novos modelos, essa loja de departamentos provocou reaes
significativas, [...] devido ao maravilhamento provocado pelo espetculo das mercadorias
(ROLIM, 1999, p. 183).
30
No primeiro andar do edifcio Jlio Fuganti foi instalada a famosa Casa de Ch, no final da
dcada de 1940, um espao luxuoso cujos freqentadores eram as senhoras da alta
sociedade, gerentes de bancos, mdicos e homens de negcios. A fama da Casa de Ch
cruzou fronteiras, a revista O Globo de Porto Alegre noticiou: [...] no meio da sujeira e do p
tinha um salo de ch altura de uma capital, que nem Porto Alegre tinha (INVENTRIO,
1995, p. 237).
31
De acordo com Prandini (2007, p. 98), a zona de comrcio mais fino estava localizada na
31
Praa Willie Davids , na Avenida Paran entre a Rua Mato Grosso e a Rua Pernambuco, em
alguns trechos da Rua Sergipe e nas ruas entre esta e a Avenida Paran. Nessa rea
encontravam-se ruas comerciais de todos os ramos de atividade, [...] e que nada ficam a dever
s das grandes cidades. Tambm nesta zona localizavam-se os bancos e as reparties
pblicas, sendo por isso uma zona muito movimentada.
85
O livro A Colheita da Vida de Maria Lcia Victor Barbosa (2000) traa toda a trajetria da
Sociedade Rural do Paran desde a sua gnese at o final do sculo XX. A autora analisa
todas as gestes da entidade nesse curso de tempo. Consultar tambm Barbosa (2008) cuja
dissertao de mestrado se pautou na anlise da origem, evoluo e transformao da
Sociedade Rural do Paran.
86
renomada rodoviria, e o edifcio Autolon. Este junto com outros edifcios, como
o Centro Comercial com trs blocos de 22 pavimentos cada, o edifcio Bosque,
com 18 pavimentos, sendo os dois ltimos de 1955, mostram o processo de
colocar Londrina no que se considerava modernidade. Esses edifcios
passaram a abrigar em suas galerias, as novas lojas e boutiques do momento.
Era o incio do comrcio coberto acompanhando as tendncias internacionais,
que viriam a deflagrar no novo edifcio comercial: o Shopping Center
(GRASSIOTTO, 2000, p. 195).
Segundo Casaril (2008) do total de edifcios construdos na dcada de
1950, verificou-se um grande nmero de prdios para uso comercial denotando
que nessa etapa o uso residencial era menor. Vale a pena ressaltar que
inicialmente os prdios em sua maioria (quase 50%) tinham como uso as
atividades comerciais. Tratava-se de prdios como hotis, bancos, escritrios
etc. Isso ratifica por um lado que a verticalizao em Londrina no foi iniciada
predominantemente pelo uso residencial. Porque era preciso acostumar o
mercado consumidor. Prepar-lo pois o comrcio/servios era sinnimo do
luxo, riqueza, proximidade com o que ocorria em So Paulo, ligado
nacionalmente com o que havia de melhor.
Essa precoce verticalizao londrinense, fundamentada principalmente
nos arranha-cus, so como j afirmamos uma marca da modernidade. E para
Linardi (1995, p.28-29) a caracterstica marcante da modernidade seria [...] a
incorporao de inovaes decorrentes do avano conquistado no perodo
tcnico-cientfico, que tendem a ser propagadas em raios de abrangncia cada
vez mais amplos. Se por um lado estas inovaes trazem em seu interior uma
fora revolucionria, por outro, importante admitir que essas mesmas
inovaes no chegam a substituir por completo a base preexistente.
Torna-se importante mencionar a primeira construtora da cidade que,
segundo Casaril (2008), foi a Veronesi fundada pela famlia de mesmo nome,
representada pelo Sr. Arturo e pelos filhos Remo e Rmulo. Uma famlia
Italiana que migrou para Londrina em 1950 trazendo heranas de seus
desempenhos no ramo da construo civil naquele pas. Porm, o salto aos
negcios deu-se nas parcerias com o Sr. Anselmo Maselli e com o Sr. Milanez
(fundador da Folha de Londrina). Com este ltimo, realizou-se parceria para a
construo do edifcio Folha de Londrina, tambm conhecido como Edifcio
87
33
88
Populao
Total
66.851
134.821
215.576
292.750
381.474
447.065
506.701
Populao
Urbana
33.707
77.382
156.352
257.859
355.347
424.573
493.520
%
50%
57,40%
72,53%
88,08%
93,15%
94,96%
97,39%
Populao
Rural
33.144 50%
57.439 42,60%
59.224 27,47%
34.891 11,92%
26.127 6,85%
22.249 4,97%
13.181 2,60%
89
uma grande fonte de rendimentos. Houve ainda uma proliferao dos vazios
urbanos elevando o custo dos servios e equipamentos urbanos, tornando-se
um agravante da segregao urbana.
Houve o incio efetivo da atuao da Companhia de Habitao de
Londrina (COHAB-LD) em 1965 na produo de habitaes populares em
todas as direes da cidade, em especial em sua poro norte 35. Houve ainda
a expanso dos loteamentos da iniciativa privada e a verticalizao. Foram 45
edifcios construdos totalizando 211.554,49 m2 de rea (CASARIL, 2010) e as
construtoras Veronezzi e Braslia foram as que mais se destacaram. Os
agentes imobilirios estavam realizando a reproduo de seus capitais atravs
da multiplicao do solo urbano, densificao e ampliao da taxa de ocupao
urbana.
Nesse contexto da produo do espao urbano em Londrina teve incio
a formao de bairros de residncias de luxo na periferia urbana, para onde
convergiram boa parte da populao que at ento habitava o centro da cidade
(RIOS, 1980). Na dcada de 1960 foi marcante a implantao dos primeiros
loteamentos de alto padro como o Jardim Shangri-l, Londrilar, Santos
Dumont, Jardim dos Bancrios, Jardim Quebec, Jardim Canad entre outros.
Estes bairros tinham como pblico alvo as fraes de classe de mais alto poder
aquisitivo; as quais, ao escolherem Londrina como local de moradia
contribuiriam para uma maior expanso do circuito superior da economia
urbana na cidade atravs da circulao de capital a partir dos investimentos
nos setores industriais, comerciais e de servios contribuindo para a
valorizao do solo e da especulao imobiliria (ADUM, 1991).
Os primeiros moradores do Jardim Shangri-l 36, por exemplo,
pertenciam a diferentes atividades profissionais como comerciantes, mdicos,
advogados, bancrios, agricultores, industriais, engenheiros, deputados,
prefeitos e outros, vindos de vrias partes do pas (GRASSIOTTO e
35
Sobre a produo do espao urbano da zona norte de Londrina consultar Beidack (2009).
Segundo Grassiotto e Grassiotto (2003) o Jardim Shangri-l foi um bairro de difcil
desenvolvimento, pois se instalou a noroeste e a tendncia para sudoeste j havia se
delineado para a formao de bairros elegantes. Diante do volume de negcios que se
processavam na cidade, a riqueza vinda da economia cafeeira caminhava a passos largos e o
comrcio tambm tinha uma posio destacada. A cada melhoramento ou interveno feita
pelo poder pblico ao longo dos anos cristalizava-se a tendncia de crescimento e expanso
da cidade para o sul/sudoeste, setor das fraes de classe burguesa e, ao norte, setor das
camadas populares.
36
90
91
92
37
93
94
95
39
96
41
Desde a sua origem ainda nos anos de 1930, a Higienpolis se definia o principal espao de
moradia dos fazendeiros, os bares do caf e assim transformou-se na zona residencial mais
elegante daquele momento. Nos anos 40 e, sobretudo, nas dcadas de 50 e 60, a Higienpolis
97
98
defronte ao terminal urbano Milton Gavetti, onde vivem mais de 160 mil
londrinenses, e prximo aos acessos principais dos moradores de Camb,
Ibipor, Cornlio Procpio e outras importantes cidades vizinhas. Possuem
33.575,38 m2 de rea bruta locvel (ABL), 163 lojas, 10 ncoras, 20 fastfoods,
06 salas de cinema, 01 hipermercado e 1500 vagas de estacionamento, uma
grande praa de alimentao e reas de lazer (LONDRINA, 2012). As obras
esto concludas e a inaugurao ocorreu em outubro de 2012.
Nesta segunda dcada do novo sculo os investimentos continuam em
Londrina. Com investimento que totalizar R$ 212,1 milhes lquidos, a Sonae
Sierra Brasil e o Grupo Marco Zero, administrado pela Raul Fulgncio Negcios
Imobilirios,
iniciaram
as
obras
do Boulevard
Londrina
Shopping.
Milnia
Agro-Cincias
(do
grupo
israelense
MAKHTESHIM
99
100
Londrina - PR
Varivel
Condio de atividade
Total
Ano
2010
Porcentagem
440.897
14.994
3,40
6.071
1,38
114.203
25,90
84.780
19,23
29.576
6,71
10.417
2,36
4.542
1,03
Sem rendimento
116.315
26,38
Obs: O salrio mnimo utilizado na amostra foi de R$510,00
A categoria Sem rendimento inclui as pessoas que recebiam somente em benefcios.
Fonte: IBGE Censo Demogrfico (2010)
Org.: Santos (2012)
101
102
2.2 Maring
A cidade foi planejada e criada pela Companhia Melhoramentos Norte do Paran (CMNP),
antiga CTNP, para ser um dos centros regionais da rea por ela colonizada. De acordo com
Luz (1997) medida que loteava e colocava venda as glebas que lhe pertenciam, iam
estendendo as vias de acesso e implantando os ncleos urbanos ao longo da estrada principal,
acompanhando o espigo que corta a regio. Desde 1938 a colonizadora vendia lotes nas
glebas que no futuro circundariam Maring. At 1942 a companhia j efetuara 496 transaes
imobilirias, representando 12,2% das propriedades rurais da rea que posteriormente
corresponderia ao Municpio de Maring (LUZ, 1997, p. 60). Para atender aos compradores
dos lotes rurais da rea hoje compreendida pelo municpio, a companhia instalou um pequeno
povoado hoje conhecido por Maring Velho, e criou condies para o escoamento da
produo. Sabendo que a estrada de ferro passaria pela regio, em direo Guara, esperou
a definio do projeto ferrovirio para planejar a cidade.
103
104
105
43
106
1957
havia
85
estabelecimentos
de
firmas
atacadistas
circulao
foi
garantida
pela
prpria
empresa
colonizadora, pois a vasta zona de influncia de Maring havia estradas por ela
construdas (LUZ, 1980). Conforme o ncleo urbano ia crescendo e se
expandindo elementos novos iam sendo produzidos em seu espao urbano,
elementos que demonstravam a modernidade e as condies para a formao
dos circuitos da economia urbana. O desenvolvimento dos transportes a partir
da expanso da indstria automobilstica no pas a partir da dcada de 1950 e
a conseqente melhoria na rede viria e nas ferrovias levaram a uma fluidez
maior no territrio (SANTOS e SILVEIRA, 2008).
A integrao do estado de So Paulo com o norte do Paran se
intensificava em virtude de sua forte industrializao e da expanso cafeeira no
PR. Neste contexto, as ligaes de Maring com a capital paulista tornavam-se
cada vez mais intensas, pois o mercado consumidor maringaense demandava
cada vez mais as mercadorias de luxo. Dessa forma, se estruturava outro
importante elemento do circuito superior: o comrcio varejista.
As atividades comerciais mais numerosas eram aquelas dedicadas
venda de produtos alimentcios e bebidas. Os estabelecimentos que
107
O local era ponto de encontro da alta sociedade maringaense. Ali se reuniam a classe
poltica e empresarial, os comerciantes e aqueles que negociavam terras. Era um ponto de
referncia em Maring na dcada de 1950, era um bar luxuoso e sofisticado para os padres
da poca (CORDOVIL, 2010).
108
45
Durante a dcada de 1950 a aviao comercial brasileira e sua rede aeroporturia viveram
um perodo de apogeu com a aquisio, pelas companhias areas, de aeronaves consideradas
sobras de guerra dos Estados Unidos, a preos extremamente baixos (MARQUES, 2005).
109
110
Agropecuria
de
Produo
Integrada
do
Paran
Ltda
46
111
112
prestada
por
engenheiros
agrnomos,
zootecnistas
113
Populao
Total
38.588
104.131
121.374
168.239
240.135
287.100
357.077
Populao
Urbana
7.270
47.592
100.100
160.689
233.937
288.000
344.229
%
18,84%
45,70%
82,47%
95,51%
97,42%
98,29%
96,40%
Populao
Rural
31.318 81,16%
56.539 54,30%
21.274 17,53%
7.550 4,49%
6.198 2,58%
5.000 1,71%
6.424 1,79%
114
Para
Asalin
(2008)
parte
significativa
da
grande
De acordo com Asalin (2008, p. 58), em 2007 esse shopping possua 70 lojas e [...] trs
pisos de estacionamento subterrneo, o que faz do mesmo um empreendimento acessvel aos
seus clientes que tm grande dificuldade de estacionar seus carros nos arredores do
shopping.
115
116
117
Maring - PR
Pessoas de 10 anos ou mais
Condio de atividade
Total
Ano
2010
Porcentagem
315.711
8.150
2,58
38.303
12,13
86.846
27,51
69.788
22,11
22.865
7,24
8.218
2,60
3.771
1,19
Sem rendimento
77.770
24,63
Obs: O salrio mnimo utilizado na amostra foi de R$510,00
A categoria Sem rendimento inclui as pessoas que recebiam somente em benefcios.
Fonte: IBGE Censo Demogrfico (2010). Org.: Santos (2012)
118
municpios
conforme
mostrados
na
figura
06
foram
sendo
119
120
saiu
na
dianteira
apresentando
um
nmero
superior
de
mercados
especficos
desse
circuito,
dentre
eles
121
122
da
verticalidades
economia
e
urbana
horizontalidades
londrinense
considerveis
maringaense
(SANTOS,
adquiriu
2006).
As
123
CAPTULO III
A HABITAO DE LUXO
124
125
e componentes,
investidores,
agncias
governamentais
reguladoras,
seguradoras,
financiadoras
126
127
128
129
edifcios mais luxuosos nos dias atuais, quais eram as construtoras que
produziam esse tipo de habitao, qual era o perfil do mercado consumidor
entre outras. A partir das entrevistas e de uma pesquisa de preos nos jornais
e sites especializados, nos dirigimos s construtoras e aos edifcios
selecionados. s construtoras perguntamos o que entendem como luxo em um
apartamento. A partir de sua conceituao de luxo qual era o edifcio mais
luxuoso da empresa no momento (perodo da pesquisa), o que eles oferecem,
quais so as praticidades, as caractersticas do imvel (qualidade dos materiais
usados em sua produo), quem o mercado consumidor (atuao
profissional, sexo, idade etc). Por fim perguntamos ainda se a prpria
construtora que define o que vai ser luxo e se eles conseguem atingir a
expectativa do cliente.
Foram feitas visitas e entrevistas em alguns edifcios com seus
administradores, porteiros e sndicos. Questionamos sobre a histria do edifcio
(tendo em vista que alguns deles eram antigos), ano de construo, nome da
construtora, nmero de apartamentos por andar, as praticidades internas
(equipamentos da rea de lazer etc), tamanho dos apartamentos, qualidade
dos acabamentos, a questo da segurana, o perfil dos moradores e se
consideravam aquele um edifcio de luxo e o porqu.
No momento das entrevistas pedimos permisso para o uso do
gravador e nos comprometemos a preservar suas identidades no decorrer do
trabalho. Os dados objetivos e subjetivos desta pesquisa foram demonstrados
por meio de mapas, grficos, tabelas, fotografias entre outras formas.
130
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
zona sul
zona sul
zona sul
zona sul
zona sul
zona norte
zona sul
zona oeste
zona sudoeste
zona sudoeste
zona sudoeste
zona sudoeste
zona sudoeste
zona sul
zona sul
zona oeste
zona oeste
zona sudoeste
zona sul
zona oeste
zona oeste
zona norte
zona sul
Quantidade
de casas
anunciadas
9
11
4
3
2
25
1
3
1
16
5
1
9
5
1
1
1
2
1
1
3
3
1
1
1
1
1
2
1
Valor em R$
De 1.500.000,00 a 2.950.000,00
De 1.050.000,00 a 1.580.000,00
De 1.000.000,00 a 3.200.000,00
De 1.000.000,00 a 1.480.000,00
De 1.300.000,00 a 1.500.000,00
De 1.000.000,00 a 3.000.000,00
2.500.000,00
De 1.000.000,00 a 1.200.000,00
1.100.000,00
De 1.100.000,00 a 1.900.000,00
De 1.290.000,00 a 1.500.000,00
1.350.000,00
De 1.050.000,00 a 3.200.000,00
De 1.200.000,00 a 1.900.000,00
1.000.000,00
1.100.000,00
1.200.000,00
De 2.000.000,00 a 2.800.000,00
1.100.000,00
1.100.000,00
De 1.100.000,00 a 1.400.000,00
De 1.650.000,00 a 1.800.000,00
1.100.000,00
1.600.000,00
1.400.000,00
1.200.000,00
1.200.000,00
De 1.200.000,00 a 1.600.000,00
2.000.000,00
131
30
31
32
33
zona sudoeste
zona sudoeste
zona oeste
1
4
1
1
125
1.100.000,00
De 2.990.000,00 a 4.200.000,00
1.380.000,00
1.250.000,00
Nome do Edifcio
Localizao
Palazzo Veronesi
Baro de Catua
3
4
Riviera
Chcara Bela Vista
Manhatan
6
7
Auguste Rodin
Nicola Pagan
Imperador
9
10
11
12
13
14
15
16
17
Maison Unique
Soneto Residenziale
Porto Madero
Torre de Mlaga
Authentique
Villa Lobos
Maison Heritage
Torre Alicante
Saint Honor
18
19
20
Torre do Lago
Parano
Don Fernando
21
Portal da Belo
Horizonte
Torre Valverde
Total
22
Qdade
de aptos
anunciados
6
De 1.150.000,00 a 1.590.000,00
1.800.000,00
1
2
1.000.000,00
De 1.200.000,00 a 1.250.000,00
1.100.000,00
8
2
De 1.250.000,00 a 1.600.000,00
1.100.000,00
De 1.100.000,00 a 1.400.000,00
3
5
2
3
17
1
2
1
1
De 1.050.000,00 a 1.200.000,00
De 1.100.000,00 a 1.300.000,00
De 1.480.000,00 a 1.850.000,00
2.750.000,00
De 1.040.000,00 a 1.400.000,00
1.000.000,00
De 2.534.000,00 a 2.580.000,00
1.450.000,00
1.100.000,00
2
1
1
1.300.000,00
1.000.000,00
1.450.000,00
1.450.000,00
1
61
1.250.000,00
Valores em R$
132
133
134
Nome do edifcio
Localizao
rea da
cidade
Jd.
Higienpolis
Jd.
Higienpolis
Av Higienpolis, 562
rea Central
R. Montevidu, 707
Gl. Palhano
Gl. Palhano
Edifcio Authentique
Gl. Palhano
49
135
136
137
138
139
outros, que pode ser realizada sem a necessidade do uso de algum tipo de
meio de transporte.
A qualidade do acabamento outro elemento fundamental, pois esses
edifcios foram construdos com materiais raros e caros. comum a presena
macia de mrmores e granitos nacionais e importados, louas e metais
sanitrios de primeira linha; pisos, batentes e portas de madeira de lei. Isso se
verifica nas reas internas dos edifcios e dos apartamentos e tambm quando
se observa a fachada dos mesmos, ricamente decorados com granitos
nacionais e importados.
Alm do acabamento, a arquitetura tambm um fator fundamental,
pois esses edifcios datam do final da dcada de 1980 e incio dos anos de
1990 com destaque para uma arquitetura preocupada em construir edifcios
confortveis utilizando os melhores materiais e tecnologias daquele momento.
Afinal, era preciso marcar uma poca representando a prpria histria da
cidade construindo edifcios compatveis com o poder de consumo de uma alta
classe social que se constitua.
O entrevistado 3, do Edifcio Costa do Marfim, situado no jardim
Higienpolis enfatizou que considerava aquele um edifcio de luxo pelas
pessoas que ali residiam. Aps os levantamentos de campo constatou-se que
os edifcios em estudo so compostos por fraes da burguesia agrria. So
proprietrios fundirios rurais e urbanos, proprietrios de empresas de
loteamentos de terras desde as dcadas de 1950 e 1960, antigos proprietrios
de empresas de transportes interestaduais, pessoas que investiram seus
capitais oriundos da agropecuria e de outras atividades na produo da
cidade inclusive na construo dos edifcios.
Esses edifcios estudados,situados na rea central e no Jardim
Higienpolis, tm uma caracterstica em comum: foram construdos pelo
sistema de condomnio, isto , sistema pelo qual a obra custeada pelos
prprios adquirentes atravs de um fluxo de desembolso adequado s suas
disponibilidades e compatvel ao desenvolvimento de diversas etapas da obra.
destinado a pessoas de poder aquisitivo no necessariamente elevado,
sendo de bastante interesse para investidores, no intuito de garantir a
aquisio de um imvel com a certeza da sua rentabilidade, visto que neste
caso no esto includas despesas financeiras, taxa de risco, lucro do
140
Arcdia
Pavimentos/
Aptos por
andar
Garagem
19/1
rea de
Lazer
Piscina,
salo de
festas,
academia e
sauna
rea/m
(interna)
750m
470m
580m
Quadra de
esportes
Costa do
Marfim
19/1
Imperador
17/1
Piscina e
salo de
festa
Caractersticas
internas
3 sutes (1 master), 3
ambientes (salas de
jantar, estar, Tv), 4
servios (cozinha, copa,
rea de servio e quarto
de empregada), 6
BWCs e ampla sacada
3 sutes (1 master), 3
ambientes ( salas de
jantar, estar e Tv),
servios, banheiros,
jardim de inverno e
ampla sacada
4 sutes (1 master), 3
ambientes (salas de
jantar, estar e Tv), 4
servios (cozinha, copa,
rea de servio e quarto
de empregada), 7
BWCs e ampla sacada
de 10m de comprimento
141
142
143
52
De acordo com Passos (2007, p. 104), a construtora Brastec construiu 14 edifcios entre os
anos de 1981 e 1990 em Londrina. Em 1986, quando a mesma construiu o Edifcio Costa do
Marfim, 6 outros edifcios foram construdos por ela na cidade. A autora enfatizou que os
apartamentos construdos pela Brastec apresentaram as maiores reas dentre todos os que
foram construdos em Londrina pelo sistema de condomnio, como o caso dos edifcios Portal
2
2
2
da Belo Horizonte com aptos de 432,25m , Comodoro com 416,42m , Imperador com 381,60m
2
e Baro do Cerro Azul com aptos de 352,77m dentre outros.
144
145
146
54
O entrevistado ressaltou que o apartamento duplex possui a cobertura com vista para todas
as direes da cidade. O nico edifcio que possui uma cobertura com este ngulo de viso o
Arcdia, cujo proprietrio o mesmo em ambos os edifcios (ENTREVISTADO 4).
147
Foto 11: O banheiro da sute master amplo, Foto 12: A imensa sacada possui piso em
com duas cubas, alm de metais e granitos granito e oferece uma privilegiada vista para
nobres. Fonte: Santos (2012).
os edifcios da rea central da cidade. Fonte:
Santos (2012).
55
148
Figura 10: Mercado consumidor dos apartamentos dos trs edifcios estudados
na rea central e no Jardim Higienpolis
149
Um caso foi citado de um casal com filho que saiu do edifcio em direo ao condomnio
horizontal fechado com o intuito de oferecer melhor qualidade de vida e maior liberdade filha
que vivia muito sozinha no edifcio (ENTREVISTADO 4). Outros casos citados foram aqueles
de pessoas que saram dos edifcios e decidiram retornar ao perceber que a vida no
condomnio no era tudo aquilo que imaginavam. As principais reclamaes foram o excesso
de identificao para acessar a rea interna dos condomnios, a distncia excessiva em
relao ao centro da cidade obrigando-os a realizar longos deslocamentos sempre de carro e a
dificuldade em contratar empregados domsticos que recusavam o trabalho tendo em vista a
distncia e a baixa oferta do transporte coletivo (ENTREVISTADO 2).
150
151
57
152
de
renome
reflexo
desse
consumo
da
marca
153
com os seus, sem necessitar sair e juntar-se com outras fraes de classes em
clubes privados. O quadro abaixo traz algumas caractersticas dos edifcios
estudados na Gleba Palhano e no Jardim Bela Suia.
Quadro 02: Caractersticas dos edifcios da Gleba Palhano e do Jardim Bela
Suia
Edifcio
Torre de
Mlaga
Maison
Heritage
Authentique
Palazzo
Veronesi
Pav.
Apto/
andar
32/1
36/2
23/4
Gg.
2
ou
3
rea de Lazer
Brinquedoteca,
playground,
churrasqueira
com
piscina
privativa
para
convidados,
espao gourmet profissional,
piscina para adultos e crianas
iluminadas com fibra tica,
sauna mida, rea de descanso,
quadra poliesportiva, praas e
jardins.
rea
interna
2
/m
435m
378m
220m
Caractersticas
internas
Hall social privativo, ampla sala
com 3 ambientes integrados s
varanda, varanda aberta, varanda
fechada com lazer privativo
(churrasqueira, forno lenha,
sauna, SPA, ducha e lavabo),
lavabo, 4 sutes (1 master com
varanda e closet), Home Office,
cozinha c/ copa, despensa rea
de servios, dependncia de
servios, quarto de empregada e
bwc servios.
154
155
156
burguesia
industrial,
representada
por
proprietrios
de
empresas
59
Nestas quase cinco dcadas de histria foram cerca de 2 milhes de metros quadrados
construdos no Sul, Sudeste e Centro Oeste do Brasil, e concludos rigorosamente dentro do
prazo e dos melhores parmetros de qualidade. O contnuo crescimento da empresa uma
consequncia direta de sua filosofia de trabalho, baseada no investimento no ser humano, na
incorporao constante de avanos tecnolgicos e no atendimento de qualidade (A.YOSHI,
2013).
157
158
do
espao.
Ambos
se
transformam
em
mercadoria
como
159
de
destaque
nas
cidades
brasileiras
em
que
atua
tendo
internacionalizao
com
constituio
da Plaenge no Chile,
60
160
161
162
classe
mais
heterognea
influente
no
capitalismo
contemporneo
163
164
este um edifcio que possui uma vista de quase toda a extenso leste/oeste
do lago.
agrria,
como
os
proprietrios
fundirios
rurais;
industrial,
165
musical;
proprietrios
de
hotis,
alm
proprietrios
de
166
167
1
2
Nome do edifcio
Localizao
Jd.
Higienpolis
Centro
Ano de
entrega
1990
rea
privativa
2
/m
750
Valores
de venda
em Reais
1.500.000,00
Preos
em
2
Reais/m
2.000,00
61
Para descobrir o preo por m dividimos o valor de preo de venda do apartamento pela sua
rea.
62
Principal indicador do setor da construo, o Custo Unitrio Bsico (CUB) calculado
mensalmente pelos Sindicatos da Indstria da Construo Civil de todo o pas. Determina o
custo global da obra para fins de cumprimento do estabelecido na lei de incorporao de
edificaes habitacionais em condomnio, assegurando aos compradores em potencial um
parmetro comparativo realidade dos custos. Atualmente, a variao percentual mensal do
CUB tem servido como mecanismo de reajuste de preos em contratos de compra de
apartamentos em construo e at mesmo como ndice setorial (SINDUSCON NORTE/PR,
2013).
168
169
com
profissionais
renomados,
em
algumas
construtoras
170
171
Tabela 14: Relao de bairros de Maring com casas venda e com valores
superiores a R$1.000.000,00
o
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
Zona 4
Zona central
Zona 5
Zona central
Jd. Guapor
Zona sul
Zona 7
Zona Central/Zona Norte
Zona 2
Zona central
Jd. Everest
Zona oeste
Vila Fontana
Zona leste
Jd. Greenfields
Zona leste
Jd. Novo Horizonte
Zona sul
Jd. Aclimao
Zona leste
Vila Santo Antonio
Zona norte
Jd. Alamar
Zona central
Jd. Iguau
Zona sul
Jd. Aeroporto
Zona leste
Jd. Alto da Boa Vista
Zona norte
Jd. Maravilha
Zona norte
Condomnio Pasrgada
Zona sul
Cond. Resid. Ing Ville
Zona sul
Cond. Azalia Park
Zona sul
Recanto dos Magnatas
Zona sul
Cond. Mont Blanc
Zona leste
Cond. Villagio Bourbon
Zona sul
Cond. Manaim
Zona sul
Cond. Nashiville Residence
Zona leste
Cond. Betel Zona 4
Zona sul
Cond. Quinta da Torre
Zona leste
Cond. Pathernon
Zona leste
Total
Quantidade
de casas
anunciadas
2
9
1
4
8
3
3
1
3
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
2
6
2
3
1
3
3
64
Valor em R$
1.100.000,00
De 1.200.000,00 a 2.800.000,00
1.295.000,00
De 1.000.000,00 a 1.100.000,00
De 1.000.000,00 a 3.400.000,00
De 1.700.000,00 a 1.850.000,00
De 1.550.000,00 a 2.000.000,00
1.950.000,00
De 1.200.000,00 a 1.450.000,00
1.650.000,00
1.080.000,00
1.730.000,00
1.000.000,00
2.000.000,00
1.100.000,00
1.300.000,00
1.300.000,00
1.300.000,00
1.450.000,00
1.980.000,00
De 1.100.000,00 a 1.700.000,00
De 1.100.000,00 a 1.650.000,00
De 1.400.000,00 a 1.600.000,00
De 1.200.000,00 a 2.400.000,00
1.400.000,00
De 1.350.000,00 a 1.500.000,00
De 2.400.000,00 a 3.500.000,00
Nome do Edifcio
1
2
3
4
5
6
7
8
Salvador Dali
Millenium Tower
Giardino di Florence
J. Moreno
Ferrarini
Santa Ins
Petrpolis
Sol de Vero
9
10
11
12
13
Eldorado
Pitangueiras
Humanari
Novo Centro
Torre de Elohim
14
15
16
17
Vitria Ville
Itapina
Icon Residence
Aldo Lippi
Localizao
Zona 1 (zona central)
Zona 1 (zona central)
Zona 1 (zona central)
Zona 1 (zona central)
Zona 7 (zona central)
Zona 7 (zona central)
Zona 1 (zona central)
Jd. Novo Horizonte
(zona sul)
Zona 7 (zona central)
Zona 1 (zona central)
Zona 4 (zona central)
Zona 7 (zona central)
Jd. Aclimao
(zona leste)
Zona 3 (zona central)
Zona 1 (zona central)
Zona 1 (zona central)
Zona 4 (zona central)
Qdade
de aptos
anundiados
2
2
5
1
1
3
1
1
1.100.000,00
De 1.200.000,00 a 1.490.000,00
De 1.100.000,00 a 1.390.000,00
1.300.000,00
1.250.000,00
De 1.000.000,00 a 1.200.000,00
1.400.000,00
1.100.000,00
1
1
3
2
1
1.800.000,00
1.100.000,00
De 1.600.000,00 a 1.850.000,00
De 1.000.000,00 a 2.300.000,00
1.200.000,00
1
1
1
1
1.700.000,00
1.100.000,00
2.300.000,00 (+ direitos)
1.200.000,00
Valores em R$
172
18
19
Green Ville
San Diego Village
Total
1
2
31
1.200.000,00
2.350.000,00
R$2.400.000,00
no
Nashville
Residence,
R$3.500.000,00
no
Foto 29: Vista de algumas das casas de luxo presentes nos condomnios horizontais fechados
de Maring. Acima esquerda est uma casa do Condomnio Nashiville Residence e as
demais so do Villagio Bourbon. Fonte: Google imagens (Acesso em 23/10/2013).
173
174
Nome do edifcio
Localizao
rea da cidade
Av. XV de Novembro
R. Luiz Gama, 45
175
176
177
Royal
Garden
Green Ville
Pav.
Apto/
andar
40/1
30/1
Gg.
rea de Lazer
Brinquedoteca, Playground,
Churrasqueira, Espao
gourmet, Piscina adulto,
Piscina infantil, Quadra
esportiva, Salo de Festas
c/ esp. Gourmet, Sala jogos
Equipado, Sala fitness
Equipado.
Playground, Churrasqueira,
espao gourmet, piscina
adulto,
piscina infantil, piscina
aquecida, solarium, praa,
quadra esportiva,
quadra de tnis, salo de
festas c/ esp. Gourmet,
sala jogos equipado, sala
fitness equipado,
saunas seca e mida.
Playground, Churrasqueira,
Espao gourmet Equipado,
Piscina adulto, Solarium,
Salo de Festas c/ esp.,
rea
interna
2
m
800 m
380 m
Caractersticas
internas
178
San Diego
Village
Icon*
Residence
Humanari
Maison
Royale
Salvador
Dali*
20/1
27/1
19/2
4a5
20/1
16/2
Playground, churrasqueira,
espao gourmet, O Fur,
piscina adulto, piscina
infantil, piscina coberta,
piscina com raia(s) 0m,
salo de festas c/ esp.
Gourmet, sala jogos, sala
fitness, sauna mida e
cinema.
437 m
340 m
225 m
400 m
160 m
179
180
Foto 31: Apesar da imagem um pouco distorcida possvel identificar o padro interno deste
apartamento do Edifcio Royal Garden. Amplos e integrados ambientes ricamente decorados
com um piso parquet em madeira macia e o detalhe com granito nobre no centro. Fonte:
Opo Imveis (2013).
Foto 32: Em detalhe a imensa sacada que envolve praticamente todo o apartamento com piso
em granito e madeiramento no teto. A vista para a Catedral Metropolitana, uma das
localizaes mais caras de Maring, e para o centro da cidade. Fonte: Opo Imveis (2013).
181
como
bancos,
centros
mdicos,
supermercados,
restaurantes,
rea
central
(ENTREVISTADA
15
Euro
Administradora
de
Condomnios).
66
182
183
67
184
185
186
salas
ambientes,
alm
dos
ambientes
de
servios
187
188
189
190
68
191
192
193
varejo, donos de
hipermercados e transportadoras.
Destacou-se ainda diferentes fraes da nova pequena burguesia
como proprietrios de imobilirias, concessionrias de veculos, empresrios
do setor das comunicaes, diretores de bancos e de empresas multinacionais,
profissionais como mdicos, advogados e engenheiros, proprietrio de
instituio de ensino superior; alm de categorias sociais do funcionalismo
pblico como juzes, promotores de justia, polticos e funcionrios da Receita
Federal. A figura 14 a seguir mostra as classes e fraes de classes
consumidoras da habitao de luxo em Maring.
Partindo da discusso de classes sociais realizada por Poulantzas
(1973) pode-se dizer que se observam diferentes fraes da classe burguesa
consumindo a habitao de luxo em Maring, classes essas voltadas aos
diferentes setores da atividade econmica.
A nova pequena burguesia, segundo Poulantzas (1973), um grupo
situado entre a burguesia e o proletariado, trata-se de uma frao. Esta se
tornou o grupo mais heterogneo do capitalismo atual, compreendendo um
grupo de profissionais que deixam de manipular mquinas para manipular
papis, smbolos e pessoas. Existe ainda, com base em Poulantzas (1973), um
grupo de agentes denominados de categorias sociais cujo papel principal
consiste no funcionamento dos aparatos do Estado e da ideologia, so os
194
195
Nome do edifcio
Localizao
na rea
central
Ano
de
entrega
rea
privativa
2
m
Valores
de venda
em reais
Preos
em
2
Reais/m
Zona 1
1989
800
2.500.000,00
3.125,00
Zona 1
1989
380
1.500.000,00
3.947,36
Zona 1
2012
437
2.000.000,00
4.576,65
Zona 1
2013
340
2.400.000,00
7.058,82
Zona 4
2013
225
1.300.000,00
5.777,77
Zona 1
1999
400
2.000.000,00
5.000,00
7
Cond. Ed. Salvador Dali
Zona 1
2010
160
1.200.000,00
7.500,00
* O Custo Unitrio Bsico do Norte do Paran (CUB) em Maio de 2013 est em R$1.289,16 o
2
m para edifcios de 16 pavimentos e de alto padro, (SINDUSCON NORTE/PR, 2013).
Org.: Santos (2013)
196
Maring.
Os
procedimentos metodolgicos
constaram
de
197
198
199
200
201
202
foi
segregada
direcionada
para
periferia
maringaense
203
204
CAPTULO IV
OS AUTOMVEIS DE LUXO
205
206
207
somente so avaliados e se
208
um com a sua cara de pio, sozinho numa lata mvel e com um desperdcio
enorme de energia e tempo (KURZ, 1996).
O automvel ainda na concepo de Schor (1999), uma propriedade
privada, individual e mvel. Um dos aspectos mais importantes que o
singulariza em relao a todas as outras mercadorias o tipo de propriedade
que ele representa e a maneira de seu uso, ou seja, a propriedade privada,
individual e mvel. Neste sentido pode ser analisado como smbolo da
modernizao, considerada
como
69
209
210
ganhador
de
dinheiro,
tambm
uma
expresso
tecnolgica
211
212
70
213
214
215
partir
dela
faremos
algumas
consideraes.
site
Tec
Mundo
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
Modelo/Marca
Origem
Pas
Preo aproximado
(US$)
(Ano)
Bugatti Veyron / Ettore Bugati
1902
Frana
2.400.000,00
Pagani Zonda Cinque / Pagani
1970
Itlia
1.600.000,00
Agera / Koeningsegg
1994
Sucia
1.600.000,00
Lamborghini
1963
Itlia
1.400.000,00
Maybach
1920
EUA
1.350.000,00
McLaren
1963
Inglaterra
970.000,00
Shelby Supercars
1999
EUA
750.000,00
Ferrari
1929
Itlia
670.000,00
Ascari
1995
Inglaterra
650.000,00
BMW
1916
Alemanha
600.000,00
Rolls Royce
1906
Inglaterra
600.000,00
Bentley
1919
Inglaterra
530.000,00
Porsche
1931
Alemanha
410.000,00
Mercedes
1871
Alemanha
370.000,00
Audi
1910
Alemanha
310.000,00
Aston Martin
1913
Inglaterra
280.000,00
Maserati
1914
Itlia
265.000,00
Spyker
2000
Holanda
200.000,00
Jaguar
1922
Inglaterra
174.000,00
Cadillac
1902
EUA
120.000,00
Land Rover
1947
Inglaterra
84.000,00
Fonte: Salo (2012), Tec Mundo (2012) e sites das marcas consultados 08/06/2013
Org.: Santos (2013)
216
Em 2011 a marca de luxo mais cara foi o modelo Bugatti Veyron Super
Sport, fabricado pela marca francesa Ettore Bugatti. A marca foi criada no incio
do sculo XX e o referido modelo supera os dois milhes de dlares. tambm
considerado o carro mais veloz do mundo tendo marcado o record de 431km/h.
Aps um longo perodo de crises em 1998 a marca passou pelo controle do
grupo Renault (http://www.bugatti.com). Em seguida destaca-se o modelo
Pagani Zonda Cinque produzido pela marca italiana Pagani. Cinque refere-se
s cinco unidades que foram produzidas e vendidas em 2009, no equivalente a
US$1.600.000,00. A marca de propriedade do argentino Horcio Pagani que
comeou a projetar seus primeiros modelos ainda durante seus estudos de
engenharia mecnica na Argentina na dcada de 1970. Em 1983 mudou-se
para a Itlia onde passou a aprimorar os seus modelos (www.pagani.com).
Outros que devem ser destacados so a marca sueca Koeningsegg,
criada em 1994 com o modelo Agera, lanado em 2011; considerado o grande
concorrente do Bugatti Veyron (www.koenigsegg.com) e a marca esportiva de
luxo italiana Lamborghini 71, criada em 1963 por Ferruccio Lamborghini com o
objetivo de produzir um superdesportivo para competir com a Ferrari
(www.lamborghini.com e SALO, 2012). A marca estadunidense Maybach
outra referncia no mercado dos automveis de luxo; foi criada na dcada de
1920 e um carro produzido artesanalmente, sendo dificilmente vendidos mais
que vinte exemplares no mundo por ano (http://www.maybachusa.com/).
Em seguida destacamos a McLaren, marca inglesa de automveis de
Frmula I e que tambm produz esportivos e super desportivos de rua
(www.mclaren.com e SALO, 2012). Tambm fazendo parte do rol dos
esportivos e super desportivos est a marca estadunidense Shelby Supercars,
fundada em 1999 e competindo com o McLaren e o Lamborghini
(www.sscnorthamerica.com). Destaca-se ainda a marca italiana Ferrari fundada
por Enzo Ferrari em 1929. uma das marcas de luxo mais desejadas do
mundo que, nos dias atuais, pertence ao grupo Fiat. Seus modelos mais caros
giram ao redor dos US$670.000,00 (SALO, 2012).
71
O Lamborghini Reventon Produzido entre 2008 e 2009, o modelo com motor 6,5 litros
capaz de atingir 356 km/h. Como somente 20 deles foram produzidos, os donos incluem
pessoas famosas como o presidente da Chechnia, Ramzan Kadyrov e o estilista Ralph
Lauren (TEC MUNDO, 2012).
217
72
O Aston Martin DBS Conhecido mundialmente por ser o carro de "James Bond" e j ter
aparecido em mais de um dos filmes do agente secreto, o Aston Martin DBS tambm um
grande carro na vida real. Apresentado aqui na sua verso conversvel (Volante) o
representante da fbrica inglesa da lista (TEC MUNDO, 2012).
218
Tabela 19: Relao das dez marcas de carro de luxo mais caras
comercializadas no Brasil.
N
Marca/Modelo
Valor em R$
8.800.000,00
2.500.000,00
1.600,000,00
1.250.000,00
988.800,00
880.000,00
789.000,00
Mercedes-Benz SL 65 AMG
762.600,00
Audi R8 S2 V10
696.500,00
10
BMW 760i Li
Fonte: VEJA (2010), Org.: Santos (2013)
630.000,00
219
tem notcia no pas data do final do sculo XIX e foi importado por Henrique
Santos Dumont, irmo do pai da aviao, que residia na cidade de So Paulo.
Tratava-se de um carro movido a vapor, com fornalha, caldeira e chamin e
capacidade para dois passageiros. O Brasil ainda era um pas agrrioexportador com sua economia voltada para a cultura do caf (PIMENTA, 2002).
Henry Ford decidindo abrir sua empresa no Brasil em 1919, afirmava
que o automvel [...] est destinado a fazer deste pas uma grande nao
(LUDD, 2005, p. 25). Dessa forma nascia a primeira montadora de automveis
no Brasil, a Ford, situada em So Paulo. Em 1925 foi a vez da General Motors
(GM) abrir sua montadora. Mas foi no final da dcada de 1950 que as
indstrias automobilsticas multinacionais se deslocariam em peso para os
pases ditos emergentes em busca de mercados no saturados. Os Cinqenta
anos em Cinco de Juscelino Kubitscheck foram os da indstria automobilstica,
das estradas, das siderrgicas, das hidreltricas e das empreiteiras (LUDD,
2005).
De acordo com Pimenta (2002) no perodo da Segunda Guerra Mundial
a importao de automveis foi prejudicada. De 1942 a 1945 praticamente
nenhum automvel de passeio e poucas unidades comerciais foram
importados. Mesmo com a montagem de caminhes pela Ford e GM, o pas
continuava dependente dos kits importados. Data da dcada de 1950 e 1960 a
criao da Fbrica Nacional de Motores (FNM), a primeira indstria
automobilstica estatal responsvel pela produo de caminhes. Em 1953 foi a
vez da Volkswagen e da Mercedes-Benz se instalarem no pas e dois anos
depois a produo brasileira j respondia por 25% dos 2,7 milhes de veculos
em circulao.
Na viso de Comin (1998) foi efetivamente na segunda metade dos
anos de 1950 que a indstria automobilstica se firmou no pas, como resultado
da confluncia de condicionantes internos e externos. Do ponto de vista
internacional este perodo corresponde ao fim do perodo de reconstruo
europeia e japonesa, o que permitiu s grandes empresas destes pases
comearem sua expanso mundial, desafiando os rivais norte-americanos
antes praticamente nicos na arena internacional. Este novo ambiente abriu
condies para uma renovada competio em mbito mundial crescendo o
interesse destes pases pelos mercados dos pases emergentes.
220
221
LOCAL
INVESTIMENTO
Gravata (RS)
Camaari (BA)
So. Jos dos
Pinhais (PR)
So. Jos dos
Pinhais (PR)
Campo Largo
(PR)
Sumar (SP)
Indaiatuba (SP)
Itu (SP)
600 milhes
500 milhes
750 milhes
CAPACIDADE
DE PRODUO
100 mil automveis
100 mil automveis
60 mil automveis
1 bilho
Dezembro/1998
315 milhes
2 semestre/2000
Juiz de Fora
(MG)
Belo Horizonte
(MG)
Sete Lagoas
(MG)
Porto Real (RJ)
820 milhes
12 mil comerciais
leves
15 mil automveis
15 mil automveis
10 mil comerciais
leves
70 mil automveis
100 mil comerciais
leves
20 mil comerciais
leves
70 mil automveis
Setembro/1998
Catalo (GO)
Camaari (BA)
35 milhes
500 milhes
Hyundai
Aratu (BA)
286 milhes
Nissan
So Jos dos
Pinhais (PR)
Montenegro
(RS)
No disponvel
No disponvel
No disponvel
General Motors
Ford
Audi
Volkswagen
Renault
Chrysler
Honda
Toyota
Kia
Mercedes-Benz
Fiat
Iveco
Peugeot/
Citroen
Mitsubishi
sia Motors
John Deere
100 milhes
150 milhes
50 milhes
180 milhes
240 milhes
600 milhes
INAUGURAO
Junho/2002
Final de 2000
Dezembro/1999
Outubro/1997
Setembro/1999
1999
1999
1 semestre/2000
Dezembro/2000
1998
No disponvel
Setembro/2000
2002
2006
222
PRODUO
1957
30.452
1960
133.041
1970
416.089
1980
1.165.174
1990
914.466
2000
1.671.093
2011
2.543.534
223
224
Modelo/Marca
Valor em R$
N veculos vendidos
De 270.000,00 a 405.000,00
584
Porsche Cayenne
545.000,00
341
BMW Z4
221.000,00
184
Audi Q5
210.100,00
165
BMW X6
328.600,00
139
BMW X5
369.100,00
113
Porsche Boxster
265.000,00
82
Porsche Panamera
382.900,00
76
Audi Q 7
300.200,00
56
10
Porsche 911
200.000,00
51
73
225
suavidade;
uma
programao
mais
baixa
para
viajar
226
sul do Mato Grosso do Sul. Essas duas cidades concentram uma rede de
concessionrias com atuao desde o incio da dcada de 1950. J no final da
dcada de 1940 e incio de 50 os automveis Mercury da marca Ford, modelos
da Chevrolet e o popular Biriba da marca Morris comeavam a substituir as
charretes que funcionavam como taxis em londrina (SCHWARTZ, 1998),
indicando que j existia o comrcio destas marcas na cidade. Em Maring, o
registro das primeiras comercializaes de automveis data de 1951
(ZACARIAS, 2013).
Ambas as cidades tiveram sua malha urbana redefinida e configurada
no plano do automvel. Como no poderia deixar de ser a modernizao da
sociedade e da cidade encontra no sistema automobilstico um de seus
elementos. O encontro do automvel com a cidade, com suas especificidades,
impe a modernizao nos seus aspectos mais contraditrios. O trnsito
intenso j desde h muito, realidade do londrinense e do maringaense e o
desejo por melhorias virias como a construo de viadutos, duplicaes de
avenidas, rotatrias, controladores de velocidade parte do iderio dessas
cidades.
Por falta de outras opes de transporte como o transporte coletivo
comum (que existe, mas de maneira ineficiente) e por iderio da modernizao
o uso e o consumo do automvel nas cidades de Londrina e Maring
cresceram vertiginosamente.
A urbanizao provm da combinao de vrios tipos de espaos
urbanos e a esses espaos correspondem tendncias mais ou menos fortes
para a utilizao do automvel. As cidades antigas, por exemplo, cujas reas
centrais so dotadas de ruas estreitas, alta ocupao do solo, grandes
congestionamentos e espaos repletos de forte carga simblica, apresentam
espaos reduzidos para o automvel. J as suas reas residenciais perifricas,
relativamente afastadas apresentam grande dependncia em relao rea
central, com isso, o desenvolvimento do automvel ganhou nova fora
(DUPUY, 1998). Como duas cidades que conservavam muito de sua
configurao urbanstica histrica, no caso de Londrina, por exemplo, com sua
rea central dotada de inmeras ruas estreitas, ambas foram se readaptando
mobilidade automobilstica.
227
228
Ludd (2005) tentar explicar o carro pela sua funcionalidade para a sociedade
capitalista talvez termine por deixar de lado seus aspectos mais importantes
que denunciam o prprio sistema no qual ele ganha existncia e do qual faz
parte. Fcil tambm encontrar no carro um smbolo do individualismo da
sociedade burguesa capitalista, do domnio das coisas sobre os seres
humanos e a natureza, e um smbolo da emergncia da sociedade de
consumo, na qual o movimento de reproduo da economia capitalista
coincidiu com a integrao dos seus potenciais contestadores atravs do
consumo compensatrio de bens e da indstria cultural.
O carro significa independncia. O volante, o motor e o acelerador
permitem a iluso de a potncia orgnica do indivduo se multiplicar por mil.
Sendo ele constantemente reduzido, limitado, diminudo e constrangido pelas
relaes de poder, pelas hierarquias e autoridades institudas e pelas tcnicas,
sejam urbansticas, arquitetnicas ou quaisquer outras que expressem os
valores de uma sociedade coisificante. o motor a combusto e o acelerador
posto em funcionamento para uma autoafirmao na tentativa de se sentir o
que de fato no se na sociedade burguesa e hierrquica: [...] um ser humano
e no uma coisa (LUDD, 2005, p. 20).
Em relao s concessionrias de veculos presentes nestas cidades,
as tabela 23 e 24 mostram as principais empresas responsveis pela
comercializao de veculos produzidos no pas e tambm os importados.
Essas concessionrias atuam nessas duas cidades e atendem tambm
imensa rede urbana abrangida pelas mesmas.
A histria do comrcio de veculos em Londrina data do final da dcada
de 1940 e incio de 1950, pois conforme Schwartz (1998) naquele perodo os
txis comeavam a substituir as charretes que circulavam pela cidade,
inicialmente eram veculos das marcas Ford (modelo Mercury) e Chevrolet
chegando em seguida o modelo Biriba da marca Morris 75.
75
possvel ler o artigo completo de Schwartz sobre a histria da marca em Londrina atravs
do site: <http://www.carroantigo.com/imagens/ENTREVISTAS/MORRIS_JL_2.JPG>. Acesso
em 17/05/2013.
229
2
3
Nome da
concessionria
Francisco de arruda
Leite
Cipasa
Divesa
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
Norpave
Maraj
Metronorte
Mizumi Veculos
Toyopar
Ciavena
Grupo Caius
Ford Tropical
Euroimport
Vernie
pera
Frmula
Hyundai Lovat
RBV
Ellure Londrina
Ano de instalao
Na cidade
1951-1952
1952
1966
1970
1973
Anos 1980
Anos 1990
1992
1995
1998
2002
Incio dos anos 1990
2001
2003
2008
2006
2007
2011
Nome da
concessionria
Zacarias Veculos
Somaco
Ciavena
Grupo Caius
Kinpai
Vernie
Chanson Veculos
Frmula
Noma Motors
Hyundai Lovat
RBV
Ellure Maring
Via Verdi
Ano de instalao
Na cidade
1957
1954
1995
1998
2004
2002
2004
2005
2006
2007
2012
1998
230
231
concentra
maior
nmero
de
marcas
algumas
76
Em 1962 o atual grupo liderado pelo Doutor Michel Felippe (pioneiro na cidade desde 1953 e
fundador do ento Hospital Santa Lcia Ltda.) adquiriu a empresa, transformando-a em
Sociedade Annima, passando a razo social para Somaco S/A Comrcio de Automveis que
significa: Sociedade de Mquinas e Caminhes do Norte do Paran Ltda (SOMACO, 2013).
232
[...] toda infraestrutura, permitindo o transporte de matria, de energia
ou de informao, e que se inscrevem sobre um territrio onde se
caracteriza pela topologia dos seus pontos de acesso ou pontos
terminais, seus arcos de transmisso, seus ns de bifurcao ou de
comunicao (SANTOS, 2006, p. 262).
(transporte,
comunicaes
transmisso
de
energia),
233
sero
feitas
algumas
consideraes
sobre
as
4.3.1 Londrina
234
Euro
Import
recebeu
da
revista
Carro
o prmio de
melhor
235
Em
razo
do
sucesso
obtido
inaugurou
segunda
A alem Daimler AG uma das empresas do segmento automotivo mais bem sucedidas do
mundo. Com suas divises Mercedes-Benz Cars, Daimler Trucks, Mercedes-Benz Vans,
Daimler Buses e Daimler Financial Services. O Grupo Daimler um dos maiores produtores de
automveis premium e a maior fabricante mundial de veculos comerciais com um alcance
global. A Daimler Financial Services fornece aos seus clientes uma gama completa de servios
financeiros para veculos incluindo financiamento, leasing, seguros e gesto de frotas
(http://www.daimler.com), acesso em 09/06/2012.
236
237
Fonte: http://www.cnpgl.embrapa.br
Org.: Santos (2013)
Atravs
da figura se
observa
que
a atuao das
referidas
238
No artigo 5 da Lei n 6.729 de novembro de 1979 (com alteraes feitas em 1990) que trata
da concesso comercial entre produo e distribuio de veculos automotivos de via terrestre,
dispe que inerente concesso a rea operacional de responsabilidade do concessionrio
para o exerccio de suas atividades, obedecendo as distncias mnimas entre estabelecimentos
de concessionrias da mesma rede, fixadas segundo critrios de potencial de mercado
(BRASIL, 1990).
239
Euroimport
Marca
Modelo
Preo (R$)
500.000
400.000
150.000
590.000
De 180 a 260.000
Srie 7
BMW
Srie 6 Cabrio
Srie 3 Sedan
Land Rover Range Rover Vogue
Range Rover Evoque
Jaguar
Mini
Divesa
Mercedes
Ciavena
Audi
XF
XK
John Cooper Works
Classe C
Classe E
Classe SLK
Classe ML
Classe GL
A4
Q7
R8
De 240 a 430.000
De 570 a 620.000
200.000
120.000
250.00
215.000
303.000
500.000
De 133 a 350.000
332.000
De 558 a 1.200.000
80
Os modelos apresentados na tabela foram as opinies dos entrevistados 24, 25, 27, 29 e 30
cujas entrevistas foram realizadas em abril de 2013. Com os entrevistados 23, 26 e 28 que
conversamos em dezembro de 2011.
240
241
242
243
244
81
Quando um veculo atingido pela traseira, a cabea dos ocupantes forada para trs e,
em seguida, volta rpido para frente. Este o chamado efeito chicote, muito perigoso para a
coluna cervical.
245
82
246
este demonstra grande aptido para circular em estradas e cidades,
proporcionando uma conduo extremamente confortvel e um luxo
singular. O design da Classe GL uma expresso de solidez,
83
potncia e exclusividade (MERCEDES-BENZ, 2013).
247
248
O luxo oferecido por este modelo o conforto. Possuir um carro como esse
est ligado ao modo de vida privilegiado, sendo acessvel s classes burguesas. O
conforto-luxo est ligado ao charme discreto de seu interior, de suas poltronas de
couro, de seu potente motor, de todos os elementos que o compem. Sentado no
249
250
251
Fonte: Entrevistas nas Concessionrias Euroimport, Divesa e Ciavena (Dezembro de 2011 e Abril de
2013). Org.: Santos (2013).
4.3.2 Maring
252
Fonte: http://www.cnpgl.embrapa.br
Org.: Santos (2013)
Marca
Audi
Modelo
Preo (R$)
A4
De 133 a 350.000
A5
De 167 a 441.000
A7
372.485
TT
De 220 a 420.000
253
85
Apesar dos nmeros, o A5 um cup 2+2, ou seja, tem lugar para apenas duas pessoas no banco
traseiro. No entanto, h uma restrio: os ocupantes no podem ser altos porque a inclinao da
coluna C encurtou o espao para a cabea na fileira de trs (RIOS, 2010).
254
255
256
as
fraes
da
pequena
burguesia
destacaram-se
entre
os
257
CONSIDERAES FINAIS
258
259
verticalidades
se
aprofundaram
ampliaram
grau
de
260
261
262
263
coisas
no
possam
ocupar
mesmo
lugar,
este
princpio,
quando
daqueles
que
cumprem
funes
semelhantes
(simblicas,
264
envolve muito mais que a racionalidade sofre influncia das emoes, envolvendo
sentimentos como status, autoestima, poder e realizao pessoal. Para o autor, a
estruturao de uma marca deve basear-se na autenticidade: coerncia entre os
atributos emocionais, as caractersticas e o desempenho do produto. Galhanone
(2008) foi mais longe e afirmou que a marca representa o self que o consumidor
deseja comunicar; o que se compra no so produtos, mas prestgio, conforto,
segurana, confiana, propsito e significados.
Em relao arquitetura do imvel como um importante elemento do luxo,
importante ressaltar que no s no mercado da moda, da alta joalheria, dos
automveis e de outros segmentos do luxo que a aparncia da mercadoria
importante, no circuito habitacional o design tambm fundamental. Na concepo
de Haug (1997) o que realmente promove a venda a embalagem. As mercadorias
oferecem uma embalagem cada vez mais brilhante e fina, que promete cada vez
mais e cumpre cada vez menos. Se no oferecessem ininterruptamente aos
compradores a ideologia da felicidade, as mercadorias dificilmente suscitariam o
sentimento da felicidade. O seu contedo de realidade torna-se cada vez mais sutil,
e v-se ento que o mundo das mercadorias chegou a um ponto no qual
simplesmente precisa romper com a realidade.
Esses elementos em conjunto trazem uma subjetividade no sentido do
consumo de um modo de vida, o consumo como uma garantia de status, como uma
forma de distinguir-se socialmente e um smbolo de pertencimento a uma
determinada classe social. Produtos e servios tm, portanto, importncia e
significados que transcendem sua utilidade e valor comercial, carregando consigo a
capacidade de transmitir e comunicar significados culturais. Funcionam como guias
de comportamento relacionados ao processo de desempenho de papis na vida
social. O mundo do consumo prov aos indivduos o material cultural necessrio
formao dos papis sociais a serem desempenhados e da identidade pretendida. O
consumidor faz uso dos significados culturais dos objetos de maneira a se definir
socialmente. Atravs dos objetos e produtos o indivduo adquire percepo da sua
prpria vida, j que a utilizao ou exibio de um produto contribui para a
construo da personalidade (DANGELO, 2004).
Sobre a localizao da habitao vertical de luxo nas cidades em estudo,
constatamos que em Londrina ela descentralizada, concentrando-se na rea
central, no Jardim Higienpolis, na Gleba Palhano e no Jardim Bela Sua.
265
266
ela
encontra-se
mais
descentralizada.
Encontramos
dinmicas
O forte
267
86
268
rea central que normalmente apresenta o preo da terra maior e pela forte
especulao imobiliria pela escassez de terrenos. Fato diferente de Londrina que
possui uma forte oferta de imveis de luxo, descentralizada e apresenta um volume
maior de terrenos vazios para especulao. A valorizao dos imveis favorecida
pelo crescimento da demanda, aumento do crdito e crescimento do nmero de
pessoas que investem nesse bem. O forte aumento do preo no explicado
somente pelo movimento especulativo mas principalmente pela oferta e demanda.
Quando a oferta maior existe uma tendncia reduo do preo, o que acontece
em Londrina.
Constatamos tambm um comrcio dinmico no que concerne ao setor
automobilstico em ambas as cidades, pois elas concentram um elevado nmero de
concessionrias autorizadas, comercializando as variadas marcas globais. No
comrcio de automveis de luxo, Londrina se destacou com a presena de trs
concessionrias como a Ciavena com a marca Audi, a Divesa com a Mercedes-Benz
e a Euroimport com as marcas BMW, Jaguar, Land Rover e Mini. Em Maring,
apenas a Ciavena Audi possui filial. O volume de vendas foi superior na regio de
influncia de Londrina, favorecida pela presena das trs concessionrias. Os
capitais destas empresas tm origem local, regional e internacional e as
concessionrias tm atuao que ultrapassam os limites regionais, indicando que
este circuito possui forte espessura vertical e horizontal.
O elemento principal que explica o luxo de um carro a marca e o poder
simblico que esta representa. Consumir um veculo de luxo muito mais que uma
necessidade, o consumo por ostentao em que o indivduo se vangloria da
quantidade de dinheiro que possui pelas mercadorias que pode comprar e mostrar.
Exibir uma determinada marca confere um papel social significativo que apela para a
irracionalidade e para a carga emocional e afetiva dotando-a assim de poder
simblico. luxo tambm a segurana, o conforto, a qualidade, a tecnologia, o estilo
de vida e toda a histria que est por traz destas marcas.
O estilo de vida mais que a alocao de renda discricionria. uma
declarao de quem a pessoa (ou no ), dentro do contexto social. Esse padro
de consumo geralmente possui ingredientes compartilhados por outros em
circunstncias sociais e econmicas semelhantes. Mesmo assim, cada pessoa
tambm acrescenta um toque todo seu ao padro, que lhe permite injetar alguma
individualidade no estilo de vida elegido (SOLOMON, 2002).
269
270
271
272
273
REFERNCIAS
274
275
276
277
Disponvel
em:
278
em:
<
279
280
GORZ, Andr. A ideologia social do automvel. In: LUDD, Ned. (Org.). Apocalipse
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e muito mais prazer ao volante. Quatro Rodas. Reportagem de Julho de 2011.
Disponvel
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<http://quatrorodas.abril.com.br/carros/testes/mini-john-cooperworks-636918.shtml> Acesso em: 23/04/2013.
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centers de Londrina. 2000. Dissertao (Mestrado) Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo, Universidade de So Paulo, So Paulo SP.
___________________. O Shopping Center planejado, como gerador de um novo
(sub) centro de desenvolvimento: o exemplo do Catua Shopping Center de
Londrina. Semina: Cincias Sociais e Humanas, Londrina, v. 28, n.1, p. 3-22,
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GRASSIOTTO, Maria Luiza Fava e GRASSIOTTO, Junker de Assis. A Atividade
Comercial e sua Relao com o Urbano: o exemplo de Londrina. Semina: Cincias
Sociais e Humanas, Londrina, v. 24, p. 101-120, set. 2003.
GRILLO, Karla coelho. A imagem da mulher com argumento de venda na
publicidade. 2006. Dissertao (Mestrado) Mestrado em Cincias da Linguagem,
Universidade do sul de Santa Catarina, Palhoa.
GRUPO americano compra rede de revendas no Brasil. In: Economia. O Estado de
So
Paulo.
Reportagem
de
26/01/2013.
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ANEXOS
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