Trabalho de Estudos Literarios Karima ISCD
Trabalho de Estudos Literarios Karima ISCD
Trabalho de Estudos Literarios Karima ISCD
1.CONCEITUAÇÃO..................................................................................................................4
1.2.Intertextualidade...................................................................................................................4
2.CARACTERÍSTICAS DE INTERTEXTUALIDADE...........................................................4
3.TIPOS DE INTERTEXTUALIDADE....................................................................................5
3.1.Paráfrase................................................................................................................................5
3.2.Paródia..................................................................................................................................5
3.3.Referência ou alusão.............................................................................................................5
3.4.Epígrafe.................................................................................................................................5
3.5.Pastiche….............................................................................................................................6
3.6.Citação…..............................................................................................................................6
CONCLUSÃO............................................................................................................................9
Referências bibliográficas.........................................................................................................10
INTRODUÇÃO
Visto que o presente trabalho de campo tem como tópico central: Análise da intertextualidade
(tipos) e dos sentidos polissémicos literários dos textos “a um poeta” e “surge et ambula”,
Antero de Quental e rui de Noronha, respectivamente” importa dizer que a intertextualidade É
um recurso tão importante que aparece quando você se depara com dois ou mais textos, por
exemplo, em que é possível afirmar que nenhum texto origina-se do nada, que um sempre traz
referência de algo já criado ou produzido, ou seja, alimenta-se, de maneira clara, de outros
textos. Para concretizar o trabalho tem como os seguintes objectivos:
Objectivo geral
Objectivos específicos
Procedimentos Metodológicos
Quanto a organização o presente trabalho apresenta a seguinte estrutura: introdução onde faz
apresentação do tema de uma forma simples, desenvolvimento onde aborda-se o tema e os
respectivos subtemas de uma forma mais profunda, e por fim a respectiva conclusão seguida
das referências bibliográficas
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1. CONCEITUAÇÃO
1.2. Intertextualidade
Segundo Koch (2007), a intertextualidade será explícita quando, no próprio texto, é feita
menção à fonte do intertexto, isto é, quando um outro texto, ou um fragmento é citado, é
atribuído a outro enunciador; ou seja, quando é reportado como tendo sido dito por outro ou
por outros generalizados.
2. CARACTERÍSTICAS DE INTERTEXTUALIDADE
Já a intertextualidade implícita não estabelece uma relação directa com o texto fonte, por isso,
exige do leitor mais atenção e análise para entender a referência do conteúdo. Sendo assim,
ela é bastante comum em paródias, poesias, músicas, paráfrases e textos publicitários.
A intertextualidade implícita demanda de nós um pouco mais de atenção e análise.
Como o próprio nome diz, esse tipo de intertexto não se encontra na superfície textual,
visto que não fornece para o leitor elementos que possam ser imediatamente
relacionados com algum outro tipo de texto-fonte. Sendo assim, pedem de nós uma
maior capacidade de realizar analogias e inferências, fazendo com que o leitor reactive
conhecimentos preservados em sua memória para então compreender integralmente o
texto lido. A intertextualidade implícita é muito comum em textos parodísticos,
irónicos e em apropriações (Silva, 2013, p. 70).
3. TIPOS DE INTERTEXTUALIDADE
3.2. Paródia
Já na paródia ocorre a alteração da temática do texto base de maneira que a ideia expressada
nele seja contrariada. Para isso, são utilizados tons de ironia e sátira, geralmente para
evidenciar a crítica e a reflexão por meio de um momento de usufruição e gracejo.
Na referência ou alusão, a intertextualidade não ocorre de maneira direta, pois são usadas
características secundárias do texto fonte. Esse tipo costuma ser empregado em conteúdos
cujo objectivo é oferecer uma sugestão ou alusão a um acontecimento, personagem etc.
3.4. Epígrafe
3.6. Citação
No que concerne aos textos, como ponto de partida, recairíamos sobre os aspectos formais.
Em “Surge et ambula”, Rui de Noronha copia o modelo típico de Antero de Quental como se
pode ver no texto “A um poeta”, ambos adoptam o género soneto. Essa prática revela o
carácter heterogéneo do texto de Rui de Noronha.
No que tange aos títulos, podemos dizer que o texto “surge et ambula” serve se do
subtítulo do texto “A um poeta”. Por outras palavras, houve citação do intertexto
“surge et ambula”. Esta retomada do subtítulo reforça a legitimidade daquele poeta
emergente, pois a imitação de um “clássico da literatura portuguesa” revelaria
prestígio na sua época.
Assim, o modelo em voga seria o segundo que concebe a paráfrase como desvio mínimo,
afinal o parafraseador faz uma “imitação” dos aspectos formais do texto. Sobre a imitação,
pode-se referir que é uma das técnicas da poesia clássica que garantia a dialogicidade dos
textos. Consequentemente, essa imitação de aspectos formais é responsável por conferir ao
texto o seu carácter heterogéneo (a voz de Antero de Quental marcada/ecoando na produção
textual de Rui de Noronha), (Cuanba, 2017, p.43).
Quanto aos aspectos de conteúdo, podemos dizer que o texto de Rui de Noronha vai
buscar em Antero de Quental uma espécie de conflito interior do “eu”, gerado, no
contexto europeu, pelo fato de os jovens não querem se envolver na guerra colonial
que se intensificava nas colónias, como se pode ler nos seguintes versos: “Tu que
dormes, espírito sereno,/ Ergue-te pois, soldado do Futuro,/ Sonhador, faze a espada
de combate!”.
Esses versos ocorrem no texto de Rui de Noronha sob a forma de um intertexto mais
acessível a variante linguística moçambicana e ajustados àquele universo
sociocultural, nos seguintes termos: “Dormes! e o mundo marcha, ó pátria do
mistério.../ Desperta. O teu dormir já foi mais do que terreno.../ Ouve a voz do
Progresso, este outro Nazareno.” Lendo minuciosamente os versos, compreende-se
que tanto em Portugal, quanto em África havia gente dormindo, pelo que era
necessário acordar essas pessoas para a guerra e o progresso daí resultante. Para os
africanos havia que tomar consciência do seu subdesenvolvimento e lutar pelo
progresso e autonomia a vários níveis. Em suma, há uma relação intrínseca entre os
dois textos. Do ponto de vista estilístico e lexical, o texto “Surge et ambula” também
resgata elementos do texto “A um poeta”.
Para a polissemia, o mesmo diz que as formas linguísticas admitem extensões de sentido, e
que esta caracteriza-se pelos diferentes sentidos de uma mesma palavra, percebidos como
extensões de um sentido básico, (Marques, 2001, p.65).
É um caso de ambiguidade lexical em que uma mesma palavra pode ser associada a
dois ou mais sentidos, relacionados entre si. Essa relação existente entre os sentidos de
itens polissémicos é o que diferencia polissemia de homonímia, que também é um
caso de ambiguidade, em que, no entanto, não há relação entre os diferentes
significados, (p. 259–282).
Quanto aos aspectos de polissémicos dos dois textos, há verbos idênticos, isto e, que
manifestam nos dois textos, pode-se dizer que o texto de Rui de Noronha vai buscar em
Antero de Quental uma espécie de verbos que concedem no outro texto como se pode ler nos
seguintes versos: “Tu que dormes, espírito sereno,/ Ergue-te pois, soldado do Futuro,/
Sonhador, faze a espada de combate!”
“A um poeta”. Ambos os textos retomam intertextualmente os verbos no subjuntivo e
imperativo: “Dormes..., Lança-te…, Desperta..., Ouve...” e “...dormes..., Acorda..., Escuta...,
Ergue-te... ”. “Dormes..., Lança-te..., Desperta..., Ouve...” e “...dormes..., Acorda..., Escuta...,
Ergue-te... ”.
CONCLUSÃO
A intertextualidade surge como elemento constitutivo do texto, uma vez que “os textos não
surgem isoladamente, mas em relação com outros textos” (Bazerman, 2007, p. 92), tanto na
escrita quanto no processo de leitura. A intertextualidade é um termo e conceito que faz parte
constitutiva da linguagem e se manifesta na enunciação.
Por fim, posso dizer que, entender todos esses diferentes tipos de intertextualidade é uma
forma eficiente de melhorar a qualidade dos seus textos. Afinal, o intertexto serve para ilustrar
a importância de ter conhecimento sobre o que acontece no mundo, e de como isso pode
interferir na compreensão do conteúdo.
Referências bibliográficas
Bakhtin, M. (Volochínov). (2009). Marxismo e filosofia da linguagem. (15. Ed). São Paulo:
Hucitec.
Koch, Ingedore G. V. (2003). O texto e a construção dos sentidos. (7. Ed). São Paulo:
Contexto.
Santʼanna, A. R. (2003). Paródia, paráfrase e cia. 7ª ed. São Paulo: Ática Editora.