Miguel Sousa Tavares abriu a sua época de caça aos comentadores e/ou “opinion makers” do Benfica. Devo dizer, eu que o leio há décadas nos mais variados jornais (e com algum prazer, reconheço), que é a fase em que lhe acho mais graça (sem qualquer ironia).
Terminada a “caça” a Ricardo Araújo Pereira, por imposição de “A Bola”, MST ficou, como dizer, com comichão no dedo que prime o gatilho. Sílvio Cervan é um dos “clientes” habituais, e lá se vai safando como pode, umas vezes ignorando, outras respondendo através de sintéticos post-scriptum.
O problema é que MST não se contenta. Está habituado a longas caçadas, calcorreando pradarias em busca do animal, em esperas pacientes até que o sol se põe. O bom do Sílvio não está para aí virado. Quando ele aparece, de espingarda em riste, vira-lhe as costas e embrenha-se na selva.
RAP dava mais luta. Era mais sanguíneo. Animava a peleja e um caçador que se preze gosta deste jogo de vigiar a presa, os seus movimentos, estudar os ataques e resguardar-se quando for caso disso. Com RAP a música era outra.
MST já tinha falta desta adrenalina. Os arranhões e muitas vezes a carne dilaceradacom que saía das pelejas com RAP eram troféus bem recebidos. Enquanto que a caçada continuasse, quem vai à guerra dá e leva.
Vai daí, já que ninguém se chegava à frente (estava para escrever, já que ninguém lhe ligava), MST resolveu abrir as hostilidades. Ontem, na Bola, foi a dose foi dupla: António-Pedro Vasconcelos e Bagão Félix.
Para MST, os comentadores do Benfica “não o defendem, só o prejudicam”, escrevia ele. Eu, pela parte que me toca, benfiquista desde sempre e para sempre, fico contente por ler esta crítica de MST.
De um portista encartado, ficaria bem preocupado se achasse que os comentadores do Benfica “não o prejudicam, só o defendem”. Sem o perceber, MST certificou a excelência das prestações de A-PV, Bagão Félix, Sílvio Cervan, entre outros, em defesa do Benfica.
MST acha estranho que Bagão Félix (“um ex-ministro da nação”, exclama) tenha achado estranho um árbitro ter aceite arbitrar o Benfica em Braga, ao contrário de outros. Meu caro MST, eu também acho estranho que esse árbitro fosse Carlos Xistra, auxiliado por um fiscal de linha chamado José Cardinal, que por acaso (ou estranho) é fiscal de linha de Benquerença, que por acaso (ou estranho) fez a exemplar arbitragem do Guimarães – Benfica. Não acha tudo isto estranho MST. E não acha estranha a arbitragem de Xistra?
Depois, A-PV. MST diz que já não via o “Trio”, desde que, e cito, “Rui Moreira se cansou de aturar as encomendas de A-PV”. Que eu saiba, ao A-PV apenas lhe “encomendam” filmes, e eu lamento que em Portugal o nosso Ministério da Cultura não lhe “encomendem” mais filmes, para que ele continue a mostrar que é o único realizador português que consegue encher as salas de cinema.
Nem vale a pena questionar MST sobre se ele acha que os comentadores do FC Porto recebem ou não “encomendas”, que na sua escrita criativa deve significar falar com pessoas, ouvir versões, investigar situações, documentar-se e manter-se actualizado – ou seja, fazer tudo aquilo que um comentador deve fazer, para não fazer figura de parvo e não falar (ou escrever) sobre o que não sabe.
Um exemplo: diz MST que o FC Porto lidera todas as modalidades, ele elenca apenas 4 (as que o FC Porto apenas pratica) – futebol, andebol, basquetebol, hóquei em patins. Para além de voluntariamente esconder que no hóquei a liderança é repartida com o Benfica, desafio-o, aqui e agora, a retomar o mesmo argumento no final dos respectivos campeonatos.