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sexta-feira, novembro 12, 2010

Meu irmão Edgar, passeando pelo infinito.

 
MIRANTE
 Disseram que de perto é feio
Aquilo que é bonito se deixado mais ali.
Por isso, estico meu passeio;
Vou pro infinito, o mais longe que eu já vi.
Quem sabe assim de longe eu vejo
Tudo o que avizinha o meu calado coração,
De um fraco e surdo gargarejo,
Transformar-se em fado, o fardo em uma canção?

(Fernando Belo)

Este pequeno poema, é de meu filho Fernando. A orquídea presa à arvore, minha filha  Flavia ganhou em abril deste ano, de Elomar,  uma  querida vizinha aqui do prédio onde moramos.
Nesta quarta-feira dia 10, sétimo dia da morte de meu irmão Edgar, fui ao Parque Ibirapuera, aqui em São Paulo, um lugar por onde sempre caminhei com meus filhos. Escolhi uma árvore do Parque  e nela fixei a orquídea de Flavia e li  para meu irmão, o poema de Fernando. E por sugestão de meu filho, apenas as boas lembranças fizeram parte desta solitária mas ternurenta cerimônia. Além da orquídea oferecida por Flavia, a árvore que escolhi para homenagear meu irmão, tinha alguns sulcos e neles plantei, mudas de gerâneos, columéias e primaveras que colhi das plantas que tenho aqui em casa. Tem um pouco de mim nas flores e plantas que cultivo.
Edgar, meu irmão querido, leve com você o carinho de seus sobrinhos e a ternura eterna de sua irmã. E siga, em paz,  passeando pelo infinito.

segunda-feira, dezembro 24, 2007

TRAÇOS E LAÇOS.

O desenho que ilustra este post foi retirado e é de autoria do blog Adesenhar. (Portugal)

Gosto muito deste meu blog, desta minha Oficina de Palavras, mas devido ao tempo que dedico ao blog de minha filha Flavia, este sim, da maior importância, não tenho dado ao Oficina a atenção que eu gostaria. Mas sempre que posso, publico algo.

Este post, a exemplo do anterior, também fala em laços. O autor do blog Adesenhar, do qual sou leitora assídua, propôs uma brincadeira, um desafio. Teríamos que olhando para seu desenho, escrever um texto, um poema, uma frase ou mesmo algumas palavras. Olhei para o desenho, pensei em Flavia, em coma vigil há quase 10 anos e escrevi o texto abaixo. Adesenhar, também pensando em Flavia, fez um slide com meu texto. Eu adorei o resultado do slide de Adesenhar. Se você quiser conferir, clic no link e dê uma espiada. É lindo.

TRAÇOS E LAÇOS.
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Está escuro aqui...
Mas sigo o som de teus passos
E me agarro a teus braços
Para não cair.

Meus olhos, já quase sem expressão,
De tanto olhar para o nada
Se fixam agora em teus traços
Que me alçam como laços
Vou levantar, vou andar, vou voar.

Odele Souza
10.12.2007